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Diferença e exemplos de Ensino
Prescritivo, Descritivo e Produtivo
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)

Exercício 1
Faça a depreensão e a classificação dos morfemas formadores das seguintes
palavras e flexões.
realizar
irreal
real
realmente
realizável
realizava
realizáramos
realismo
realista
O tipo de ensino nessa atividade é o descritivo, pois está privilegiando cada parte da
palavra, ou seja, está pedindo pra nomear as categorias das palavras.

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
l)
m)
n)
o)
p)
q)

Exercício 2
Passe para a forma negativa.
– Ajuda-me.
– Ajude-me.
– Canta aquela velha canção de ninar.
– Cante aquela velha canção de ninar.
– Narra o que viste.
– Narre o que viste.
– Liga os motores.
– Ligue os motores.
– Torce os panos.
– Torça os panos.
– Sai daí!
– Saia daí!
– Belisca-me para eu perceber que estou acordado.
– Belisque-me para eu perceber que estou acordado.
– Abre a porta!
– Abra a porta!
Nessa atividade é o ensino prescritivo, pois se volta para regras gramaticais,
procurando a maneira “certa” para escrever cada frase. Como afirma Neder (1992, p 98
apud travaglia, p. 112) a gramática é explorada de forma fragmentada e arbitrária.
Exercício 3
Apresentamos a seguir algumas situações bastante corriqueiras do dia a dia.
Formule a frase com que você se expressaria em cada uma dessas situações; a seguir
identifique o modo verbal utilizado e justifique sua utilização.
a) Chegou aos cinemas o mais recente filme de Spielberg, de quem você é fã
incondicional. O tempo está frio e chuvoso; você, no entanto, decidiu enfrentá-lo,
mesmo sabendo que seus colegas provavelmente desistirão de sair. Como você
comunica essa decisão aos seus colegas?
b) Recomendaram muito que você assistisse a um filme de aventuras. Você já viu um
dos filmes da série e não se emocionou muito. Você, no entanto, não quer desagradar a
quem lhe fez a recomendação. O que você lhe diz?
c) Um dos seus colegas é particularmente preguiçoso. Você gosta dele porque, apesar
disso, ele tem um grande senso de humor e é capaz de alegrar qualquer ambiente. Ele
não quer saber de ir a uma festa com você; você quer convencê-lo a ir. O que você lhe
diz?
d) Você testemunhou uma discussão entre dois de seus colegas. Posteriormente, um
deles começou a negar ter dito coisas que você o ouviu dizer durante a discussão. O
outro pediu a sua intervenção a fim de esclarecer o que havia acontecido. O que você
diz?
e) Pela terceira vez na semana, você precisou pedir dinheiro a seu pai, que lhe havia
dito não dispor de mais nada até o mês seguinte. Como você se dirige a ele?
f) Seu(sua) namorado(a), de quem você gosta muito, resolveu “pedir um tempo”. Você
não entende por quê. Que diz a ele(ela)?
g) Sua nota no exame final de Química foi catastrófica: você estava adoentado no dia
da prova e não conseguiu resolver as questões. Como você apresenta o problema ao
professor?
Já nessa questão o ensino é produtivo, preocupando-se em trabalhar as habilidades dos
alunos nas expressões de situações do dia a dia.

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)

Exercício 4
As frases seguintes são frequentes na língua coloquial e familiar. Reescreva-as
de acordo com o padrão culto da língua.
Vi ele ontem.
Encontrei ela no supermercado.
Deixa eu em paz.
Ela trouxe algumas revistas para mim dar uma olhada.
Está tudo terminado entre eu e você.
Mandaram eu sair dali.
Cheguei a cantar para ti dormir.
Fizeram ele desistir do emprego.
Trouxe ele aqui pra dar uma força pra gente.
O ensino nessa questão, como no exercício 2, é o prescritivo, pois está voltado para a
norma culta da língua preocupando-se com as regras gramaticais.
Sugestão de uma questão produtiva
Pense em situações de seu dia a dia em que você poderia utilizar as frases abaixo. Em
seguida formule pequenos diálogos mostrando o tipo de contexto em que podemos
utilizar esse tipo de linguagem.
Para finalizar, imagine situações que exigem um grau maior de formalidade quanto a
linguagem especificando o contexto e modificando as frases.
j) Vi ele ontem.
k) Encontrei ela no supermercado.
l) Deixa eu em paz.
m) Ela trouxe algumas revistas para mim dar uma olhada.
n) Está tudo terminado entre eu e você.
o) Mandaram eu sair dali.
p) Cheguei a cantar para ti dormir.
q) Fizeram ele desistir do emprego.
r) Trouxe ele aqui pra dar uma força pra gente.
Podemos dizer que no ensino prescritivo e no ensino descritivo, o sujeito e o contexto
de uso são desconsiderados, já no ensino produtivo ambos (sujeito e contexto) são
importantes no ato da linguagem.
Podemos notar que o sujeito é participante ativo da linguagem em uso e que é através
do ensino produtivo que o mesmo consegue desenvolver bem suas habilidades
linguísticas adaptando-se a cada situação.

Ensino Produtivo

Língua Portuguesa e Ensino Produtivo
Quando nos propomos a ser educadores, muitas escolhas
precisam ser feitas. Entre elas está aquela que considero
determinante do nosso percurso: O tipo de ensino sobre o
qual

construiremos

o

nosso

fazer

pedagógico.

Luiz Carlos Travaglia aponta dois tipos de ensino possíveis:
o ensino prescritivo e o produtivo, a respeito do que
trataremos a seguir, com alguns questionamentos para
nossa discussão.
O ensino prescritivo considera errados e inaceitáveis
os padrões linguísticos possuídos pelos alunos e desse
modo tem como objetivo a correção gramatical. Tem sido
assim o ensino de língua portuguesa nas nossas escolas,
apegado às regras da gramática normativa cujos modelos
são os escritores clássicos. Desse modo as aulas são
desprovidas de atividades de leitura e produção textual,
dedicam-se ao aprendizado e emprego de regras em
situações desligadas de qualquer contexto ou
situação
real.
A dificuldade na realização de leitura e produção textual
exibida por nossos alunos não deixa dúvida quanto a pouca
eficácia desse ensino e nos mobiliza a pensar o ensino de
língua materna numa outra perspectiva: a do ensino
produtivo.
O ensino produtivo se constrói a partir do princípio de
que a língua materna deve ter como objetivo
desenvolver a capacidade comunicativa do falante, do
usuário da língua, o que significa “ desenvolver a
capacidade de produzir e compreender textos nas
mais diversas situações de comunicação” (Travaglia,
2000): situações informais e formais do seu cotidiano.
Busca, portanto, auxiliar o aluno a expandir as suas
possibilidades comunicativas, sendo capaz de utilizar
adequada e eficientemente a sua língua nas inúmeras
situações em que precisar fazer uso dela. Esse tipo de
ensino não lida com a concepção de erro tão difundida pelo
ensino prescritivo, mas com a noção de adequação, ou
seja, é tão inadequado fazer uso de vocabulário formal ou
muito erudito ao proferir uma palestra para agricultores
quanto utilizar gírias numa audiência, diante de juízes e
promotores.
Pode-se observar que os tipos de ensino aqui abordados
trazem na sua constituição concepções de língua
completamente distintas. Enquanto o primeiro concebe
língua como norma padrão determinada por eruditos, o
segundo entende esta como um conjunto de variedades
linguísticas e os seus usuários como interlocutores, sujeitos
que
ocupam
lugares
sociais.
O que se pode fazer, a fim de que o aluno desenvolva a sua
competência comunicativa? Primeiramente expor esse
aluno a uma diversidade de textos maior possível,
textos do mundo(desde o seu próprio registro de
nascimento, passando pela bula do remédio que
toma, até o jornal que raramente lê) assim como
possibilitar –lhe situações reais de comunicação oral
e escrita com a comunidade em que vive, enfim com
o
mundo.
Diferentemente de como ocorre na sociedade, o contexto
que envolve a produção textual na escola é marcado pela
artificialidade. Lá ele escreve para um único interlocutor, o
professor, a quem compete na maioria das vezes, apenas
avaliá-lo,para corrigi-lo, fazendo-o sentir-se incapaz de
comunicar-se bem. Por isso ao escrever procuram fazê-lo
de forma a agradá-lo e assim perdem a oportunidade de se
tornarem sujeitos do seu próprio dizer. Quem nunca ouviu
dos seus alunos: “eu não sei nem falar português, quanto
mais inglês.” De onde eles teriam tirado tão perversa
conclusão? Se não lhes dissemos isso,certamente os
fizemos acreditar nisso de algum modo. A escola tem
instituído uma escrita em que o “como dizer” importa mais
que o “ para que dizer” e a forma se sobrepõe à finalidade.
Transformar as condições de produção de leitura e
escrita parece-me imprescindível para uma prática
satisfatória.
Pensem sobre isso alunos e professores de qualquer área
do conhecimento,uma vez que a leitura e a sua
compreensão são habilidades indispensáveis para a
construção do conhecimento, e acrescentem comentários,
que serão indispensáveis para um novo fazer pedagógico.
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Diferença e exemplos de ensino prescritivo

  • 1. Diferença e exemplos de Ensino Prescritivo, Descritivo e Produtivo a) b) c) d) e) f) g) h) i) Exercício 1 Faça a depreensão e a classificação dos morfemas formadores das seguintes palavras e flexões. realizar irreal real realmente realizável realizava realizáramos realismo realista O tipo de ensino nessa atividade é o descritivo, pois está privilegiando cada parte da palavra, ou seja, está pedindo pra nomear as categorias das palavras. a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) l) m) n) o) p) q) Exercício 2 Passe para a forma negativa. – Ajuda-me. – Ajude-me. – Canta aquela velha canção de ninar. – Cante aquela velha canção de ninar. – Narra o que viste. – Narre o que viste. – Liga os motores. – Ligue os motores. – Torce os panos. – Torça os panos. – Sai daí! – Saia daí! – Belisca-me para eu perceber que estou acordado. – Belisque-me para eu perceber que estou acordado. – Abre a porta! – Abra a porta! Nessa atividade é o ensino prescritivo, pois se volta para regras gramaticais, procurando a maneira “certa” para escrever cada frase. Como afirma Neder (1992, p 98 apud travaglia, p. 112) a gramática é explorada de forma fragmentada e arbitrária. Exercício 3 Apresentamos a seguir algumas situações bastante corriqueiras do dia a dia. Formule a frase com que você se expressaria em cada uma dessas situações; a seguir identifique o modo verbal utilizado e justifique sua utilização. a) Chegou aos cinemas o mais recente filme de Spielberg, de quem você é fã incondicional. O tempo está frio e chuvoso; você, no entanto, decidiu enfrentá-lo, mesmo sabendo que seus colegas provavelmente desistirão de sair. Como você comunica essa decisão aos seus colegas? b) Recomendaram muito que você assistisse a um filme de aventuras. Você já viu um dos filmes da série e não se emocionou muito. Você, no entanto, não quer desagradar a quem lhe fez a recomendação. O que você lhe diz?
  • 2. c) Um dos seus colegas é particularmente preguiçoso. Você gosta dele porque, apesar disso, ele tem um grande senso de humor e é capaz de alegrar qualquer ambiente. Ele não quer saber de ir a uma festa com você; você quer convencê-lo a ir. O que você lhe diz? d) Você testemunhou uma discussão entre dois de seus colegas. Posteriormente, um deles começou a negar ter dito coisas que você o ouviu dizer durante a discussão. O outro pediu a sua intervenção a fim de esclarecer o que havia acontecido. O que você diz? e) Pela terceira vez na semana, você precisou pedir dinheiro a seu pai, que lhe havia dito não dispor de mais nada até o mês seguinte. Como você se dirige a ele? f) Seu(sua) namorado(a), de quem você gosta muito, resolveu “pedir um tempo”. Você não entende por quê. Que diz a ele(ela)? g) Sua nota no exame final de Química foi catastrófica: você estava adoentado no dia da prova e não conseguiu resolver as questões. Como você apresenta o problema ao professor? Já nessa questão o ensino é produtivo, preocupando-se em trabalhar as habilidades dos alunos nas expressões de situações do dia a dia. a) b) c) d) e) f) g) h) i) Exercício 4 As frases seguintes são frequentes na língua coloquial e familiar. Reescreva-as de acordo com o padrão culto da língua. Vi ele ontem. Encontrei ela no supermercado. Deixa eu em paz. Ela trouxe algumas revistas para mim dar uma olhada. Está tudo terminado entre eu e você. Mandaram eu sair dali. Cheguei a cantar para ti dormir. Fizeram ele desistir do emprego. Trouxe ele aqui pra dar uma força pra gente. O ensino nessa questão, como no exercício 2, é o prescritivo, pois está voltado para a norma culta da língua preocupando-se com as regras gramaticais. Sugestão de uma questão produtiva Pense em situações de seu dia a dia em que você poderia utilizar as frases abaixo. Em seguida formule pequenos diálogos mostrando o tipo de contexto em que podemos utilizar esse tipo de linguagem. Para finalizar, imagine situações que exigem um grau maior de formalidade quanto a linguagem especificando o contexto e modificando as frases. j) Vi ele ontem. k) Encontrei ela no supermercado. l) Deixa eu em paz. m) Ela trouxe algumas revistas para mim dar uma olhada. n) Está tudo terminado entre eu e você. o) Mandaram eu sair dali. p) Cheguei a cantar para ti dormir. q) Fizeram ele desistir do emprego. r) Trouxe ele aqui pra dar uma força pra gente.
  • 3. Podemos dizer que no ensino prescritivo e no ensino descritivo, o sujeito e o contexto de uso são desconsiderados, já no ensino produtivo ambos (sujeito e contexto) são importantes no ato da linguagem. Podemos notar que o sujeito é participante ativo da linguagem em uso e que é através do ensino produtivo que o mesmo consegue desenvolver bem suas habilidades linguísticas adaptando-se a cada situação. Ensino Produtivo Língua Portuguesa e Ensino Produtivo Quando nos propomos a ser educadores, muitas escolhas precisam ser feitas. Entre elas está aquela que considero determinante do nosso percurso: O tipo de ensino sobre o
  • 4. qual construiremos o nosso fazer pedagógico. Luiz Carlos Travaglia aponta dois tipos de ensino possíveis: o ensino prescritivo e o produtivo, a respeito do que trataremos a seguir, com alguns questionamentos para nossa discussão. O ensino prescritivo considera errados e inaceitáveis os padrões linguísticos possuídos pelos alunos e desse modo tem como objetivo a correção gramatical. Tem sido assim o ensino de língua portuguesa nas nossas escolas, apegado às regras da gramática normativa cujos modelos são os escritores clássicos. Desse modo as aulas são desprovidas de atividades de leitura e produção textual, dedicam-se ao aprendizado e emprego de regras em situações desligadas de qualquer contexto ou situação real. A dificuldade na realização de leitura e produção textual exibida por nossos alunos não deixa dúvida quanto a pouca eficácia desse ensino e nos mobiliza a pensar o ensino de língua materna numa outra perspectiva: a do ensino produtivo. O ensino produtivo se constrói a partir do princípio de que a língua materna deve ter como objetivo desenvolver a capacidade comunicativa do falante, do usuário da língua, o que significa “ desenvolver a capacidade de produzir e compreender textos nas mais diversas situações de comunicação” (Travaglia, 2000): situações informais e formais do seu cotidiano. Busca, portanto, auxiliar o aluno a expandir as suas possibilidades comunicativas, sendo capaz de utilizar adequada e eficientemente a sua língua nas inúmeras situações em que precisar fazer uso dela. Esse tipo de ensino não lida com a concepção de erro tão difundida pelo ensino prescritivo, mas com a noção de adequação, ou seja, é tão inadequado fazer uso de vocabulário formal ou muito erudito ao proferir uma palestra para agricultores quanto utilizar gírias numa audiência, diante de juízes e promotores.
  • 5. Pode-se observar que os tipos de ensino aqui abordados trazem na sua constituição concepções de língua completamente distintas. Enquanto o primeiro concebe língua como norma padrão determinada por eruditos, o segundo entende esta como um conjunto de variedades linguísticas e os seus usuários como interlocutores, sujeitos que ocupam lugares sociais. O que se pode fazer, a fim de que o aluno desenvolva a sua competência comunicativa? Primeiramente expor esse aluno a uma diversidade de textos maior possível, textos do mundo(desde o seu próprio registro de nascimento, passando pela bula do remédio que toma, até o jornal que raramente lê) assim como possibilitar –lhe situações reais de comunicação oral e escrita com a comunidade em que vive, enfim com o mundo. Diferentemente de como ocorre na sociedade, o contexto que envolve a produção textual na escola é marcado pela artificialidade. Lá ele escreve para um único interlocutor, o professor, a quem compete na maioria das vezes, apenas avaliá-lo,para corrigi-lo, fazendo-o sentir-se incapaz de comunicar-se bem. Por isso ao escrever procuram fazê-lo de forma a agradá-lo e assim perdem a oportunidade de se tornarem sujeitos do seu próprio dizer. Quem nunca ouviu dos seus alunos: “eu não sei nem falar português, quanto mais inglês.” De onde eles teriam tirado tão perversa conclusão? Se não lhes dissemos isso,certamente os fizemos acreditar nisso de algum modo. A escola tem instituído uma escrita em que o “como dizer” importa mais que o “ para que dizer” e a forma se sobrepõe à finalidade. Transformar as condições de produção de leitura e escrita parece-me imprescindível para uma prática satisfatória. Pensem sobre isso alunos e professores de qualquer área do conhecimento,uma vez que a leitura e a sua compreensão são habilidades indispensáveis para a
  • 6. construção do conhecimento, e acrescentem comentários, que serão indispensáveis para um novo fazer pedagógico.
  • 7. construção do conhecimento, e acrescentem comentários, que serão indispensáveis para um novo fazer pedagógico.