Este relatório descreve o programa Hiperdia, criado para cadastrar e acompanhar pacientes com hipertensão e diabetes no Brasil. O programa permite monitorar esses pacientes e fornecer informações para gestores de saúde melhorarem as políticas de saúde. O relatório também descreve como o programa é implementado na cidade de Picos no Piauí, onde há milhares de pacientes cadastrados com essas doenças.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS – CSHNB
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
RELATÓRIO SOBRE O PROGRAMA HIPERDIA
DAYRO RODRIGUES DE LIMA COUTINHO
EUGÊNIO BARBOSA DE MELO JÚNIOR
JAYNE RAMOS ARAÚJO MOURA
BEATRIZ ISABEL DA SILVA
THAÍS FRAGOSO VIEIRA
PICOS - PI
2011
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Dayro Rodrigues de Lima Coutinho
Eugênio Barbosa de Melo Júnior
Jayne Ramos Araújo Moura
Beatriz Isabel da Silva
Thaís Fragoso Vieira
RELATÓRIO SOBRE O PROGRAMA HIPERDIA
Picos – PI
2011
Trabalho apresentado à Profª.
MscMarília Braga, na disciplina de
Enfermagem na Atenção Primária de
Saúde, no 2º período do Curso de
Bacharelado em Enfermagem, em
cumprimento às exigências para
conclusão da disciplina.
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1 INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares são apontadas como principal causa de
morbimortalidade na população brasileira, existindo para isso, vários fatores de risco
que contribuem para o aumento no índice de suas ocorrências. A hipertensão
arterial sistêmica e o Diabetes mellitus são os dois principais fatores que contribuem
de maneira significativa para o agravamento das doenças cardiovasculares, no
Brasil.
Com frequência, a hipertensão e o diabetes levam à invalidez total ou parcial
do indivíduo e suas consequências refletem tanto na família dos pacientes, como na
própria sociedade.Se forem diagnosticadas precocemente, suas complicações são
evitadas mais facilmente, podendo haver um melhor aproveitamento da terapia
aplicada e o rendimento do tratamento será mais eficiente.
O Diabetes mellitus(DM) é um grupo de doenças metabólicas, decorrentes da
falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente suas
funções, como por exemplo,a destruição das células beta do pâncreas. É
caracterizado por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos
carboidratos, lipídeos e proteínas. As consequências do DM, a longo prazo, incluem
disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração,
cérebro evasos sanguíneos.
O diabetes apresenta alta morbimortalidade, com perda importante na
qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal,
amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular no mundo.
Configurando-se, hoje, como uma epidemia mundial sendo um grande desafio para
os sistemas de saúde.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), ou pressão alta, é uma doença que
ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos
rins. Ocorre quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140
por 90 mmHg. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários
fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: fumo, consumo de
bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de
colesterol e falta de atividade física.
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A HAS é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também o
principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular
cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal.
No Brasil, a HAS e o DB são responsáveis pela primeira causa de
mortalidade, de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa
ainda a maioria dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal
crônica submetidos à diálise.
Diante disso, o Ministério da Saúde vem adotando várias estratégias e ações
para reduzir os danos causados pela HAS e DM na população brasileira, como as
medidas anti-tabágicas, as políticas de alimentação e nutrição e de promoção da
saúde com ênfase na família e, ainda, as ações de atenção à hipertensão e ao
diabetes com garantia de medicamentos básicos na rede pública, e capacitação de
profissionais. Em 04 de março de 2002 o Governo Federal, através da portaria nº
371/GM criou o programa Hiperdia que, através de um sistema cadastra e
acompanha pessoas com hipertensão e diabetes.
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2 METODOLOGIA
O presente relatório foi desenvolvido pelo grupo com base em informações
obtidas através Cadernos de Atenção Básica, pesquisas realizadas na internet e
consultas às informações na Secretaria Municipal de Saúde do município de Picos.
As atividades que envolveram este trabalho foram distribuídas entre os
integrantes do grupo, conforme abaixo descrito:
DAYRO RODRIGUES DE LIMA COUTINHO: realizou pesquisas na internet e
em Unidades básicas a fim de adquirir informações sobre a realidade na
implantação do programa.
EUGÊNIO BARBOSA DE MELO JÚNIOR: realizou pesquisas na internet,
download e instalação do Sistema HiperDia, confeccionou a apresentação em
slides e redigiu parte do relatório escrito.
JAYNE RAMOS ARAÚJO MOURA:realizou pesquisas na internet, auxiliou na
confecção da apresentação em slides e redigiu parte do relatório escrito.
BEATRIZ ISABEL DA SILVA:realizou pesquisas na internet, visitou a
Secretaria Municipal de Saúde de Picos com a finalidade de buscar as
informações complementares e auxiliou na redação do relatório.
THAÍS FRAGOSO VIEIRA:realizou pesquisas na internet, visitou a Secretaria
Municipal de Saúde de Picos com a finalidade de buscar as informações
complementares e auxiliou na redação do relatório.
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3DESENVOLVIMENTO
O Hiperdia é um sistema informatizado que permite cadastrar e acompanhar
os portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus, vinculados às unidades
de saúde ou equipes de Estratégia de Saúde da Família do Sistema Único de Saúde
– SUS. Esse sistema permite o gerenciamentode informações para profissionais e
gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde.
O sistema permite acompanhar e monitorar de forma contínua a qualidade
clínica da população assistida, garantir o recebimento dos medicamentos prescritos,
possibilitando aindaa definição de um perfil epidemiológico,a médio prazo, da
população e consequentemente o desenvolvimento de políticas de saúde pública
que levem à modificação do quadro atual, com a finalidade de promover a melhoria
da qualidade de vida dessas pessoas.
O programa foi criado com os seguintes objetivos:
Possibilitar a Gestão do Cuidado com a vinculação do portador á
unidade básica ou equipe de saúde através do cadastro e atendimento
desses portadores de DM e HA.
Monitorar de forma contínua a qualidade clínica (outcome) e o controle
desses agravos e seus fatores de risco na população assistida.
Fornecer informações gerenciais que permitam subsidiar os gestores
públicos para tomada de decisão para a adoção de estratégias de
intervenção gerais ou pontuais, como estimar acesso aos serviços de
saúde, planejar demanda para referenciamentos, estimativa de uso de
materiais, necessidade de recursos humanos e capacitações;
Fornecer informações que subsidiem a gerência e gestão da
Assistência Farmacêutica.
Instrumentalizar a Vigilância à Saúde, fornecendo informações que
permitem conhecer o perfil epidemiológico da hipertensão arterial e do
diabetes mellitus, seus fatores de risco e suas complicações na
população.
Possibilitar o Controle Social através de informações que permitem
analisar acesso, cobertura e qualidade da atenção.
As responsabilidades são distribuídas de acordo com a esferade atribuições.
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A Gestão Federal coordenao Plano Nacional de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, acompanha os portadores de
hipertensão arterial e diabetes mellitus cadastrados por município, através do
Sistema HiperDia e estabelece rotinas para garantir o fornecimento contínuo dos
medicamentos padronizados a todos os pacientes cadastrados.
A Gestão Estadual coordenaacompanhamento e assessoria aos municípios
no processo de adesão ao Programa Nacional de Assistência Farmacêutica à HA e
ao DM. Presta assessoria aos municípios na implantação local do Sistema de
Cadastro Nacional de Portadores de Hipertensão e Diabetes Mellitus e avalia o
cumprimento, por parte dos municípios, dos compromissos com atenção à saúde
nas áreas estratégicas definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde -
NOAS/01.
A Gestão Municipal coordena a adesão ao Programa Nacional de Assistência
Farmacêutica à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, através do Termo de
Adesão e cadastra e acompanha os pacientes cadastrados pelo HiperDia,
garantindo o recebimento dos medicamentos padronizados prescritos.
O DATASUS é responsável pelo desenvolvimento, disponibilização e
manutenção do software destinado ao cadastramento e acompanhamento dos
portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus, além de prestar suporte
técnico aos gestores de saúde em relação ao produto de software.
O Sistema HiperDia é composto pelos subsistemas Municipal, Estadual e
Federal. O Subsistema Municipal é composto dos seguintes módulos: Unidade de
Saúde, Distrito Sanitário e Centralizador Municipal (Secretaria Municipal de Saúde).
Já o Subsistema Estadual deve ser composto dos módulos: Regional ou Território
Sanitário e o Centralizador Estadual (Secretaria Estadual de Saúde). O Subsistema
Federal é responsável pelo cadastro nacional dos portadores atendidos na rede
básica do SUS e o registro dos atendimentos, disponibilização das informações de
acesso público com exceção da identificação do portador, emissão de relatórios com
indicadores de qualidade, integração de dados com o CadSUS Federal e
exportação/importação dos dados do módulo Centralizador Estadual.
Para implantação e utilização do Sistema HiperDia, faz-se necessário a
disponibilidade de um microcomputador com processador Pentium ou similar,
sistema operacional Windows 98 ou similar e uma impressora jato de tinta. O
Sistema pode ser instalado a partir de arquivos disponibilizados na internet, através
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do site Datasus, do Portal da Saúde ou, em situações especiais, disponibilizados
através CD-ROM.
As diretrizes que formam e regem o que se conhece por Hiperdia, são:
1- Prevenção de riscos e Atenção/Cuidado aos portadores, sobretudo
na Rede Básica (incluindo Assistência Farmacêutica).
2- Vigilância à Saúde e monitoramento de qualidade.
3- Capacitação/atualização para os profissionais de saúde.
4- Educação em Saúde para desenvolvimento de autonomia do
portador para o autocuidado.
5- Estudos e Pesquisas.
6- Parcerias(Universidades, Sociedades Científicas).
Com base nos dados disponibilizados pelo SisHiperDia, é possível haver um
maior controle e acompanhamento da população acometida pela HAS e/ou DM,
desde que essa população esteja devidamente cadastrada. A partir daí as ações
destinadas à melhoria da qualidade de vida são planejadas e executadas de forma
mais direcionada ao atendimento resolutivo e de qualidade para os portadores
dessas patologias na rede pública de serviços de saúde.
As ações do HiperDia que são desenvolvidas na Estratégia Saúde da Família
(ESF), devem ter dentre suas várias finalidades a mudança de hábitos alimentares, o
incentivo às atividades físicas regulares e as ações que combatam o alcoolismo e o
tabagismo.
Estima-se que no município de Picos, cuja população é de cerca de 72.710
habitantes, o numero de pessoas cadastradas portadoras apenas de DM é de 141 e
os que possuem somente hipertensão somam 4.215. Pessoas portadoras das duas
patologias (HAS e DM) somam 1.541. Porém, entre todos os portadores de DM,
apenas 199 são insulinodependentes (insulina NPH 100/Regular).
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4CONCLUSÃO
As atividades desenvolvidas pelo programa HIPERDIA possibilitou a
implementação de um Modelo de Cuidado Crônico para a realização de abordagens
precursoras, planejadas e baseadas no público alvo com consequente melhoria na
qualidade de vida dessa população.
O desempenho satisfatório do referido programa deve-se ao fato de ele estar
inserido na Atenção Básica de Saúde, onde reforça as ações prioritárias na
identificação precoce do problema, o diagnóstico, tratamento e reabilitação, através
de educação em saúde, hábitos saudáveis, orientações higiênico-dietéticas e
atividades físicas, com a finalidade de evitarem as possíveis complicações
coronárias desses clientes. Além disso, a interação direta e frequente entre os
clientes e os profissionais de saúde favorece o vínculo entre eles, indispensável ao
cuidado crônico, e pelo fato da equipe trabalhar com área geográfica definida
possibilita maior interface com a comunidade, com a consequente melhoria no
tratamento da hipertensão e diabetes.
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REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica, n. 16 – Diabetes
mellitus. – Brasília, 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica, n. 7 - Hipertensão
arterial sistêmica – HAS e Diabetes mellitus – DM – PROTOCOLO. Brasília,
2006.
PORTAL SAÚDE .Hiperdia. Ministério da Saúde - Esplanada dos Ministérios:.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/se/datasus/area.cfm?id_area=807>
Acesso em: 23 out. 2011.
PORTAL JAGUARÃO. Programa Hiperdia. Jaguarão: 2010. Disponível em:
<http://www.jaguarao.rs.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=208:
programa-hiperdia&catid=42:acoes-&Itemid=58> Acesso em: 23 out. 2011.
DIABETES.Programa Hiperdia. Passo Fundo: 2006. Disponível em:
<http://www.diabetes.org.br/apresentacoes/Congresso_Interior_RS/04_beatriz.php>
Acesso em: 24 out. 2011.
DATASUS.SISHIPERDIA. Departamento de Informática do SUS. Disponível em:
<http://hiperdia.datasus.gov.br/> Acesso em: 24 out. 2011.
ATENÇÃO BÁSICA.Hipertensão e Diabetes.Coordenação Nacional de Hipertensão
e Diabetes. Brasília. Disponível em:
<http://dab.saude.gov.br/cnhd/campanha_deteccao.php> Acesso em: 25 out. 2011.