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Segunda-feira passada [16 abril 2007 ] Cho Seung-hui,
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estudava Letras. Por que um rapaz, armado com duas pistolas que
adquirira, perpetrou esse massacre e como isso foi possível?
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expressam juízo de valor.
É fácil adquirir armas de fogo nos Estados Unidos, bem mais do
que na Europa e no Brasil. Armas, como se sabe, matam (como,
aliás, caminhões cheios de fertilizante, bombas caseiras, facões, etc.).
Um homicida atacadista sempre vai dispor ali das ferramentas
necessárias para realizar seu trabalho. Além disso, como na Virginia
Tech as armas eram rigorosamente proibidas, nenhuma das vítimas
potenciais dispunha dos meios para se defender de alguém disposto a
transgredir as leis e as normas locais. Caso algum estudante
estivesse armado, ele poderia ter parado o assassino. [...]
Como a sociedade mais injusta, imperialista, militarista e
violenta que já existiu, a americana é o caldo de cultura da violência
individual, violência esta encorajada pelos meios de comunicação,
videogames e pela ideologia do país. Jovens facilmente
influenciáveis absorvem os valores oficiais e cometem barbaridades.
Além disso, as instituições de ensino superior são verdadeiros
centros de doutrinação anticapilalista e atiamericana, nos quais a
democracia local é retratada como uma tirania. Professores,
inclusive os de Letras, falam de culpa coletiva e pregam a destruição
revolucionária do sistema. Alunos facilmente influenciáveis ouvem
esse blablablá e tomam a justiça nas próprias mãos.
As respostas que começam a ser apresentadas conduzem o leitor,
passo a passo, pelo raciocínio analítico do autor, favorecendo sua
aceitação das conclusões apresentadas, porque acompanha a
análise desenvolvida pelo autor.
Tais respostas são os argumentos apresentados para sustentar a
análise que está sendo construída. Deve-se observar que o autor
sempre procura explicar o argumento.
Vale a pena acrescentar razões suplementares para o massacre. A
guerra do Iraque, que legitimou a violência. Os protestos contra a
guerra do Iraque, que indispuseram os americanos entre si. A
repressão sexual, que canaliza a testosterona rumo a opções
perigosas. A licença sexual, que leva aqueles que não se dão muito
bem neste jogo a se tornarem rancorosos e vingativos. A
discriminação de que são vítimas os imigrantes. O excesso de
imigração, que não dá tempo aos recém-chegados de se adaptarem à
cultura local. A miséria e a fome. A opulência e a obesidade. O
aquecimento global.
E quanto a Cho Seung-hui? Ele, afinal, era o verdadeiro culpado.
Ele era, afinal, a vítima principal. Cho era um narcisista que queria
aparecer. Cho era um introvertido que queria desaparecer. Ele era um
maluco anti-social cujos próprios colegas previam que certo dia faria
uma dessas. Era um rapaz, normal, enlouquecido por um ambiente
cruel e predatório. Era um herói, um mártir corajoso que, com seu
sacrifício, ajudou a punir - uma sociedade injusta.
Ascher enumera uma série de razões que foram apresentadas para
explicar as atitudes de Cho Seung-hui. Também as várias análises
feitas sobre o rapaz são enumeradas.
A estratégia argumentativa mudou: em vez de apresentar um
argumento e explicá-lo o autor procura fazer com que o leitor
perceba através das enumerações o quão complicado é encontrar
uma única explicação para um acontecimento tão chocante.
Todas as explicações acima e muitas outras, às vezes em
combinações complexas, podem ser achadas na imprensa, na
internet, na mídia em geral. Alguma faz sentido? Talvez. Todas
juntas? Só numa multiplicidade de universos paralelos. Se há pouco
de sério a dizer sobre Cho e o massacre, a variedade quase infinita
de enfoques e interpretações aponta, porém, para algo interessante.
Poucas coisas despertam tanto a curiosidade humana como o
crime, principalmente os assassinatos em massa, os hediondos e os
inexplicáveis. Cada indivíduo ou grupo os interpreta de maneira a
que façam sentido na sua visão mais ampla de mundo,
de modo também a que não a refutem nem contradigam. Como o
mistério mais fascinante neste vale de lágrimas, nada revela tão bem
as crenças e a ideologia de uma pessoa quanto o modo segundo ele
ou ela busca explicar a criminalidade em geral e, em particular, o
homicídio.
Parágrafos de conclusão trazem a explicitação da análise do
articulista para defender sua tese (antecipada, no olho do texto):
cada indivíduo, consideradas sua perspectiva ideológica e suas
convicções pessoais, vai encontrar uma explicação diferente, “que
faça sentido na sua visão mais ampla do mundo”.
Agora, produza um artigo de opinião seguindo as orientações
abaixo. Observe:
a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os
argumentos que achou melhor, eles podem ser úteis para
fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver.
b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá
ler sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao
perfil do público leitor.
c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem
fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente e
desenvolva-os.
d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que
pretende defender.
e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o
que foi exposto, confirme a idéia principal, faça uma citação de
algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema
debatido.
f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.
g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma
chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto)
h) Após o término, releia seu texto observando se nele você se
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Artigo de opinião.

  • 1. Artigo de OpiniãoArtigo de Opinião Janaína Kirschner mail:tiajanaprof@yahoo.com.br
  • 2.
  • 3.
  • 4. Lições de Virginia Tech Diga-me qual a lua interpretação Para o massacre nos EUA e eu te direi quem és Título & Olho: antecipam ao leitor a questão tematizada Contextualização da questão analisada. O parágrafo termina com uma pergunta retórica, que dá início ao desenvolvimento da análise. A resposta é simples, óbvia e só não a aceitam aqueles que se deixaram voluntariamente cegar por algum tipo de propaganda maliciosa. Segunda-feira passada [16 abril 2007 ] Cho Seung-hui, estudante sul-coreano de 23 anos, cuja família se estabelecera em 1992 nos EUA, matou a tiros, entre colegas e professores. 32 pessoas no Instituto Politécnico da Virgínia Virginia Tech), onde estudava Letras. Por que um rapaz, armado com duas pistolas que adquirira, perpetrou esse massacre e como isso foi possível? Início da análise do autor. Marcada por termos que expressam juízo de valor.
  • 5. É fácil adquirir armas de fogo nos Estados Unidos, bem mais do que na Europa e no Brasil. Armas, como se sabe, matam (como, aliás, caminhões cheios de fertilizante, bombas caseiras, facões, etc.). Um homicida atacadista sempre vai dispor ali das ferramentas necessárias para realizar seu trabalho. Além disso, como na Virginia Tech as armas eram rigorosamente proibidas, nenhuma das vítimas potenciais dispunha dos meios para se defender de alguém disposto a transgredir as leis e as normas locais. Caso algum estudante estivesse armado, ele poderia ter parado o assassino. [...]
  • 6. Como a sociedade mais injusta, imperialista, militarista e violenta que já existiu, a americana é o caldo de cultura da violência individual, violência esta encorajada pelos meios de comunicação, videogames e pela ideologia do país. Jovens facilmente influenciáveis absorvem os valores oficiais e cometem barbaridades. Além disso, as instituições de ensino superior são verdadeiros centros de doutrinação anticapilalista e atiamericana, nos quais a democracia local é retratada como uma tirania. Professores, inclusive os de Letras, falam de culpa coletiva e pregam a destruição revolucionária do sistema. Alunos facilmente influenciáveis ouvem esse blablablá e tomam a justiça nas próprias mãos.
  • 7. As respostas que começam a ser apresentadas conduzem o leitor, passo a passo, pelo raciocínio analítico do autor, favorecendo sua aceitação das conclusões apresentadas, porque acompanha a análise desenvolvida pelo autor. Tais respostas são os argumentos apresentados para sustentar a análise que está sendo construída. Deve-se observar que o autor sempre procura explicar o argumento.
  • 8. Vale a pena acrescentar razões suplementares para o massacre. A guerra do Iraque, que legitimou a violência. Os protestos contra a guerra do Iraque, que indispuseram os americanos entre si. A repressão sexual, que canaliza a testosterona rumo a opções perigosas. A licença sexual, que leva aqueles que não se dão muito bem neste jogo a se tornarem rancorosos e vingativos. A discriminação de que são vítimas os imigrantes. O excesso de imigração, que não dá tempo aos recém-chegados de se adaptarem à cultura local. A miséria e a fome. A opulência e a obesidade. O aquecimento global. E quanto a Cho Seung-hui? Ele, afinal, era o verdadeiro culpado. Ele era, afinal, a vítima principal. Cho era um narcisista que queria aparecer. Cho era um introvertido que queria desaparecer. Ele era um maluco anti-social cujos próprios colegas previam que certo dia faria uma dessas. Era um rapaz, normal, enlouquecido por um ambiente cruel e predatório. Era um herói, um mártir corajoso que, com seu sacrifício, ajudou a punir - uma sociedade injusta.
  • 9. Ascher enumera uma série de razões que foram apresentadas para explicar as atitudes de Cho Seung-hui. Também as várias análises feitas sobre o rapaz são enumeradas. A estratégia argumentativa mudou: em vez de apresentar um argumento e explicá-lo o autor procura fazer com que o leitor perceba através das enumerações o quão complicado é encontrar uma única explicação para um acontecimento tão chocante.
  • 10. Todas as explicações acima e muitas outras, às vezes em combinações complexas, podem ser achadas na imprensa, na internet, na mídia em geral. Alguma faz sentido? Talvez. Todas juntas? Só numa multiplicidade de universos paralelos. Se há pouco de sério a dizer sobre Cho e o massacre, a variedade quase infinita de enfoques e interpretações aponta, porém, para algo interessante. Poucas coisas despertam tanto a curiosidade humana como o crime, principalmente os assassinatos em massa, os hediondos e os inexplicáveis. Cada indivíduo ou grupo os interpreta de maneira a que façam sentido na sua visão mais ampla de mundo, de modo também a que não a refutem nem contradigam. Como o mistério mais fascinante neste vale de lágrimas, nada revela tão bem as crenças e a ideologia de uma pessoa quanto o modo segundo ele ou ela busca explicar a criminalidade em geral e, em particular, o homicídio.
  • 11. Parágrafos de conclusão trazem a explicitação da análise do articulista para defender sua tese (antecipada, no olho do texto): cada indivíduo, consideradas sua perspectiva ideológica e suas convicções pessoais, vai encontrar uma explicação diferente, “que faça sentido na sua visão mais ampla do mundo”.
  • 12. Agora, produza um artigo de opinião seguindo as orientações abaixo. Observe: a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver. b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor. c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente e desenvolva-os. d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que pretende defender.
  • 13. e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, confirme a idéia principal, faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido. f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor. g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto) h) Após o término, releia seu texto observando se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia é fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e por fim observe se o texto como um todo é persuasivo.