1. O documento discute espaços autônomos na arte contemporânea, incluindo espaços interdependentes, entre o mercado e a autonomia, e nômades. 2. Exemplos detalhados incluem o Instituto Undió, Ateliê Pivô, Ateliê 397, Ystilingue e Espaço Comum Luiz Estrela. 3. Estes espaços propõem desaceleração, convívio, des hierarquização e gestão autônoma, além de questionar o poder instituído.
1. Espaços, autonomia e convívio: outra configuração
entre arte e espaços físicos.
Ricardo Macêdo
2. 1. O que são espaços autônomos na arte contemporanea?
No dicionário Michaelis encontramos:
Autônomo:
adj 1 Que não está sujeito a potência estranha, que se governa por leis
próprias. 2 Independente, livre. 3 Que professa as próprias opiniões.
Segundo o historiador, poeta e ativista Hakim Bey espaços autonômos são espaços
temporários, são propagações de táticas de resistência e esvaziamento do poder insituído.
3. b. Formas de existência econômica dos espaços artísticos:
Interdependentes e autonômos: Espaços pequenos que se mantêm a partir das
dinâmicas criadas pelos fundadores e participantes do espaço. Tais dinâmicas podem
ir desde bazares, leilões, lanchonetes, doações, etc. Exemplos: Ystilingue (BH), Ponto
de Fuga (Belém), Casa Somática (BH), etc.
Entre o mercado e a autonomia: Espaços que se encontram na fronteira entre gestão
autonoma e dependência de editais e circuito da arte contemporanea. Buscam
ampliar o leque de experimentações do espaço físico, assim como eceitar propostas
inviáveis aos espaços dos museus e galerias tradicionais. Vinculam-se a preocupação
com a venda de obras, contudo também com liberdade de criação e reflexão sobre
arte atual. Ex: Pivô, Ateliê 397.
“Espaços” nômades. São “lugares” que se configuram pela instabilidade tanto em
relação à ideia de grupo (são coletivos aberto e sempre em formação), quanto pela
inexistência de uma sede fixa. Ex: Kaza Vazia (BH), Soap.
Espaços vinculados diretamente a projetos institucionais, editais e financiamento
federal, municipal, etc: Espaços que se mantem a partir de financiamento externo,
tais como galerias, museus, etc. Ex: MAM (RJ), MHEP, Casa das Onze Janelas, etc.
4. Espaços interdepedentes
Instituto Undió (Belo Horizonte)
Coordenado pelas artistas plásticas Júlia e Thereza Portes, há 30
anos o Instituto Undió oferece oficinas de teatro, música e artes
plásticas para 100 jovens, moradores de bairros como a Pedreira
Prado Lopes, Novo São Lucas, Vila São Rafael, Cachoeirinha e
Centro.
Ministra oficinas em vários espaços: na sede da ONG − uma casa
localizada no centro da cidade − e em escolas municipais e
estaduais parceiras do projeto. As atividades incluem visitas a
museus, galerias, apreciação de espetáculos teatrais, entrevistas
com artistas, intercâmbios com universidades de arte, exibições de
peças teatrais, exposições de artes plásticas e grafite dos jovens, e
tantas outras atividades culturais.
Atualmente, o Instituto Undió é patrocinado pelo Instituto Ayrton
Senna, Santa Bárbara Engenharia. Além das oficinas, possui um
jornal-mural bimestral, desenvolvido pelos jovens junto a Pimenta
Filmes, que discorre sobre assuntos ligados à arte e à cultura.
9. Ateliê Pivô (São Paulo)
Entre o mercado e a autonomia
O PIVÔ é uma associação cultural sem fins
lucrativos, fundada em 2012, que atua como
plataforma de intercâmbio e experimentação
artística com o intuito de propor
questionamentos críticos no campo da arte,
arquitetura, urbanismo e outras manifestações
contemporâneas.
O foco das atividades do PIVÔ é o processo de
construção e difusão de ideias a partir da
concepção e desenvolvimento das propostas
dos artistas. A programação é ampla e
contempla desde exposições, projetos
específicos, intervenções, até edições, cursos e
palestras alinhados aos objetivos do projeto.
O PIVÔ busca novos modelos de gestão e
financiamento , articulando parcerias e
oferecendo alternativas de apoio a artistas,
críticos, curadores e produtores culturais. O
PIVÔ tem como objetivo envolver artistas e
pesquisadores numa discussão contínua sobre
seu espaço no edifício Copan e a região central
da cidade, promovendo o intercâmbio entre
criadores, teóricos, estudantes, produtores e o
público em esfera nacional e internacional.
http://www.pivo.org.br/
20. “Michê – coisas que fazemos por dinheiro, mas com muito prazer”
A Michê, loja do Ateliê 397, nasce com o fim de alavancar a venda de pequenos objetos
de arte e produtos derivados e instaura no espaço independente mais uma plataforma
para angariar fundos e garantir a manutenção de suas atividades. Inspirada nas lojas de
souvenirs dos grandes museus, a Michê traz um cardápio de obras de baixo custo,
produtos elaborados a partir de doações de imagem, uma linha de produtos da grife,
além de artigos confeccionados pelos próprios artistas.
Aliando consumo e arte, cada edição é delineada sobre uma temática que se propõe
combinar produtos provocativos e/ou divertidos com reflexões pertinentes à arte
contemporânea, a começar pelo slogan “coisas que fazemos por dinheiro, mas com
muito prazer” que incita um questionamento referente à posição dos artistas diante do
mercado.
Seguindo o formato dos pop-up shows e dos happenings de outrora, a Michê se instala
no Ateliê 397 e se apresenta como uma loja-evento. Ainda que tenha como eixo central a
loja e seus produtos, conjuga atividades incluindo performances, festas, exposições,
debates, jantares temáticos.(…)
25. O Estilingue constitui uma plataforma de
interface para convergência das ações de
coletivos autônomos e redes de ação em Belo
Horizonte, devotados à inovação tecno-cultural
e à democratização da mídia (para o
"arremesso" dessas ações).
O funcionamento do Estilingue pretende
propiciar o compartilhamento de recursos e
conhecimentos e a convergência de objetivos e
métodos, ampliar a eficácia das ações das
pessoas e organizações participantes. Esses
agentes se unem como
umaConfederação de Grupos
Autônomos interessados na produção e troca
de experiências e conhecimentos e que
estejam de acordo com os princípios de
funcionamento do Estilingue. Esses princípios
deverão ser atualizados pois o Estilingue
deverá aderir aos princípios dos Grupos e
Mídias livres] (assim que eles estiverem mais
estabilizados...).
Espaço Yistilingue (Belo Horizonte)
http://ystilingue.wikispaces.com/A
genda
26. Como usar o Ystilingue
Cuide com carinho do que não é de ninguém,
respeite o que é de alguém, compartilhe o que
é seu.
O Ystilingue é um espaço de uso público.
Pressupõe-se que não deva existir uso
exclusivo ou privilegiado como, por exemplo,
permanecer dentro da loja com as portas
fechadas.
Pessoas que cuidam das chaves não têm mais
direitos que as outras e se responsabilizam
pela loja enquanto estiver aberta.
As ações/atividades abrigadas são propostas
como situações de invenção e aprendizado:
residências, oficinas, papinhos maneiros, jogos
e brincadeiras, entre outras. Todo material
construído no processo será difundido sob
Licenciamento Livre e documentado relatos
escritos, registros audiovisuais, streaming.
34. 14o Leilão Piolho Nababo, 2014.
Dessa vez no Palácio das Artes.
Leilão 1,99 Piolho Nababo.
35.
36. 4. O que propõe estes espaços pára além dos questionamentos ao poder insitituído?
4.1. Desacelaração
4.2. Convívio
4.3. Deserarquização das práticas (Certeau)
4.4. Do it yourself (recuperação do ideal anarquista)
4.5. Gestão autonoma
4.6. Colaboração e coletivismo
37. 5. No mundo, algumas ações nesse sentido
Slow Food
42. 6. Uso das redes sociais
Rede Verde
A Rede Verde surgiu da necessidade de se criar uma teia de lutas pela preservação do
ambiente natural em nossas cidades. Parques, praças, jardins, áreas de preservação
ambiental são fundamentais para a qualidade de vida e garantem uma um dia a dia mais
saudável, repleto de locais coletivos para que os cidadãos possam viver também em
espaços de convívio que não sejam necessariamente shoppins, instituições privadas, etc.
O direito à vida de qualidade nas cidades deve fazer parte da vida cotidiana de todos!
https://www.facebook.com/pages/RedeVerde/1536646969929195?ref=ts&fref=ts
44. Our goods e The soup network
OURGOODS is a barter network for the creative
community. Join us.
The Soup Network - Food-based micro-granting projects
around the world.
http://www.sundaysoup.org/soup-network