1. PÓS-TESTE
O quadro clínico abaixo refere-se às questões 1-4:
João, 64 anos, história de hepatite B e de HIV diagnosticado há 15 anos, em uso de TARV,
hipertenso e diabético, história de infarto agudo do miocárdio há 5 anos. Apresenta
insuficiência cardíaca, atualmente em uso de furosemida 40mg pela manhã, carvedilol 6,25mg
2x/dia, enalapril 10mg 2x/dia, AAS 100mg depois do almoço e pravastatina 40mg à noite. Vem
apresentando há 2 semanas piora da dispneia, agora apresentando dispneia para subir uma
ladeira, mas não para caminhar no plano. Ao exame, apresenta ausculta cardíaca e pulmonar
normais.
Ecocardiograma realizado há 1 ano mostra: Fração de ejeção 40%, átrio esquerdo 3cm, função
diastólica preservada.
1. Assinale a alternativa correta em relação ao quadro clínico do paciente:
a. Apresenta provável edema agudo de pulmão.
b. Apresenta descompensação da insuficiência cardíaca, atualmente com classe
funcional II, segundo o NYHA.
c. Apresenta asma cardíaca, secundária à insuficiência cardíaca.
d. Apresenta descompensação da insuficiência cardíaca, atualmente com classe
funcional III, segundo o NYHA.
2. Assinale a alternativa que contém a conduta mais adequada.
a. Aumentar o carvedilol para 12,5mg 2x/dia.
b. Aumentar a furosemida para 40mg 2x/dia por poucos dias e reavaliar.
c. Suspender o carvedilol.
d. Iniciar anlodipina 10mg pela manhã.
e. Suspender o enalapril.
3. Assinale a alternativa que não corresponde a uma causa de insuficiência cardíaca
nesse paciente:
a. Infarto agudo do miocárdio
b. HIV
c. Hepatite B
d. Uso de enalapril
4. Em relação ao ecocardiograma desse paciente, assinale a alternativa correta:
a. Deve ser repetido, devido à piora da classe funcional.
b. Demonstra insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal.
c. O átrio esquerdo está aumentado.
d. Apresenta evidências de insuficiência cardíaca sistólica.
O quadro clínico abaixo refere-se às questões 5-7:
2. Clotilde, 60 anos, insuficiência cardíaca por cardiopatia hipertensiva, com fração de ejeção de
45%. Vinha compensada com furosemida 40mg pela manhã, enalapril 10mg 2x/dia e carvedilol
6,25mg 2x/dia, com pressão arterial de 138x76mmHg e frequência cardíaca de 70bpm. Exame
físico normal.
5. Você resolve aumentar o carvedilol, visando a chegar à dose alvo. Aumenta
inicialmente para 12,5mg 2x/dia. A paciente começa a apresentar dispneia para
caminhar no plano, mas não para atividades menores. Assinale a conduta mais
adequada:
a. Suspender o carvedilol, pois houve piora dos sintomas da insuficiência
cardíaca, atualmente em classe funcional II segundo o NYHA.
b. Suspender o carvedilol, pois houve piora dos sintomas da insuficiência
cardíaca, atualmente em classe funcional III segundo o NYHA.
c. Não suspender o carvedilol. Aumentar a furosemida para 40mg 2x/dia e
reavaliar, pois é comum haver piora dos sintomas no início ou aumento de
dose dos betabloqueadores.
d. Não alterar a conduta, apenas observar, pois é comum haver piora da
insuficiência cardíaca após iniciar ou aumentar a dose de betabloqueadores, e
esse é um efeito transitório.
6. Há indicação clínica de digoxina para essa paciente?
a. Sim, pois é uma medicação que reduz mortalidade.
b. Sim, pois reduz internações e sintomas em pacientes já em uso de diuréticos,
betabloqueadores e inibidores da ECA.
c. Não, pois não se deve utilizar digoxina em pacientes em uso de
betabloqueadores.
d. Não, pois não há efeito sobre mortalidade e as medicações com efeito sobre
mortalidade ainda não estão na dose alvo.
7. Assinale a alternativa que contém a orientação correta em relação ao monitoramento
laboratorial dessa paciente:
a. Deve-se instituir rotina de solicitar sódio, potássio, ureia e creatinina
mensalmente.
b. Não é necessário solicitar exames, pois o efeito adverso mais comuns das
medicações usadas para insuficiência cardíaca é alterações na potassemia, e os
efeitos adversos da furosemida (hipopotassemia) e do enalapril
(hiperpotassemia) se anulam.
c. O monitoramento deve ser anual, com sódio, potássio, ureia e creatinina.
d. O monitoramento deve ser feito semestralmente ou quando há aumento de
dose de diuréticos ou inibidores da ECA.
O caso clínico abaixo refere-se às questões 8-10.
João Carlos, 52 anos, é hipertenso e portador de insuficiência cardíaca, com fração de ejeção
de 45% em ecocardiograma realizado há 1 ano. Vinha em uso de furosemida 40mg pela
manhã, enalapril 20mg 2x/dia, carvedilol 12,5mg 2x/dia e AAS 100mg depois do almoço. Na
virada do ano, ficou 1 semana sem tomar furosemida, pois foi passar alguns dias na praia com
3. os filhos e não queria ficar indo ao banheiro toda hora. Além disso, ingeriu quantidade
excessiva de sal nas refeições e quantidade excessiva de bebidas alcoólicas. Ao caminhar na
praia teve entorse do tornozelo, motivo pelo qual tomou diclofenaco por 5 di as. Após retornar
da viagem, consultou com seu médico com história de dispneia para caminhar no plano, mas
não em repouso, bem como dispneia paroxística noturna e ortopneia. Estava assintomático até
antes de ir à praia. Sua pressão arterial é de 152x104 mmHg, e a FC, 105 bpm. A ausculta
cardíaca é normal, e a ausculta pulmonar revela estertores discretos crepitantes em bases.
8. Assinale a alternativa que não corresponde a um fator de descompensação nesse
paciente.
a. Exposição excessiva ao sol.
b. Ingestão excessiva de sal.
c. Suspensão do uso da furosemida.
d. Uso de anti-inflamatório.
e. Ingesta excessiva de bebidas alcoólicas.
9. Qual a classe funcional do paciente?
a. Classe I
b. Classe II
c. Classe III
d. Classe IV
e. Classe V
10. Assinale a melhor conduta.
a. Apenas aumentar a furosemida, para 40mg 2x/dia, e reavaliar em 3 dias.
b. Apenas aumentar o carvedilol, para 25mg 2x/dia, e reavaliar em 3 dias.
c. Suspender o carvedilol, pois este não pode ser usado em pacientes
descompensados, e aumentar a furosemida para 40mg 2x/dia. Reavaliar em 3
dias.
d. Iniciar digoxina 1,125 mg 1x/dia e reavaliar em 5 dias.
e. Encaminhar para atendimento em emergência para descartar edema agudo de
pulmão.