1) O capítulo 7 do Apocalipse é um interlúdio que traz consolo aos cristãos perseguidos, respondendo a pergunta "Quem poderá subsistir?".
2) O interlúdio descreve os fiéis sendo selados por Deus antes do derramamento dos juízos, garantindo sua proteção.
3) Existe um debate sobre se os 144.000 selados e a grande multidão no céu se referem ao mesmo grupo (a Igreja) ou grupos distintos (Israel e Igreja).
2. Você que tem acompanhado sabe que
temos seguido sistematicamente o
texto e, sabe também que, dos sete
selos existentes seis já foram ‘abertos’.
Pela lógica estudaríamos o sétimo
hoje, mas o livro apresenta uma
interrupção.
3. Esse é o capítulo 7. este capítulo não é
uma continuação do 6, mas uma
interrupção ou um interlúdio que
tem como seu propósito maior
trazer consolo aos cristãos
perseguidos. Além disso, como
veremos este interlúdio
também oferece:
...
4. 1. Informações sobre a situação dos
santos (fiéis) e sobre o conflito
que envolve os selos,
as trombetas e as taças.
2. Veremos também que o interlúdio
ressalta ainda mais o controle
de soberano Deus sobre todo
processo que ele revela.
5. 3. Esse interlúdio, em particular,
responde à pergunta que conclui o
sexto selo.
Que pergunta é essa?
7. Esse capítulo não somente
responde essa pergunta, mas
também ressalta o contraste entre
os santos e pecadores. Assim, os
habitantes da terra ou os pecadores
não resistirão quando o juízo de
Deus se abater sobre eles...
8. Mas, os habitantes do céu ou os
santos, subsistirão porque eles têm o
selo de Deus. Portanto, eles
certamente subsistirão em meio aos
juízos derramados sobre este mundo.
Assim, a pergunta de 6.17 (‘quem
poderá subsistir ?’); é respondida por
7.9 (a grande multidão).
A grande multidão subsistirá!!!
9. O consolo encontrado neste
capítulo se dá por meio da proteção
de Deus garantida àqueles que
permanecerem fiéis. Deste modo, o
‘selamento’ ou a “marcação”
destes fiéis descreve o modo que
esta garantia se estabelecerá.
...
10. Fica bem claro que os selos
trombetas e taças são derramados
somente sobre os que não são
salvos, enquanto os crentes fiéis
são poupados por terem sido
selados por Deus.
11. Ao mesmo tempo, o selamento dos
santos leva adiante a promessa feita
aos mártires em 6. 9 a 11, “ que
esperassem ainda por um pouco
mais de tempo, até que se
completasse o número de seus
conservos que haveriam de ser
mortos”.
12. Devemos notar uma aparente
distinção entre essas duas
revelações de Deus acerca do
número que Ele próprio
espera completar.
6:11 e 7:3
13. Devemos notar que uma é
o inverso da outra:
No capítulo 6 é o número dos mortos
que deve ser completado.
No capítulo 7 é o número dos vivos que
precisa ser completado.
14. Como os fiéis podem ser,
ao mesmo tempo,
protegidos e mortos?
15. A resposta está na percepção de que
os dois grupos que precisam ser
completados se aplicam a aspectos
diferentes desses últimos dias. Quero
dizer: os santos serão protegidos da ira
de Deus, mas não são protegidos da
ira da besta. Os fiéis não sofrerão os
juízos do selos, das trombetas e das
taças, mas sofrerão as perseguições
dos habitantes da terra...
16. O que ratifica com as palavras de Cristo:
Em verdade vos digo que ninguém há,
que tenha deixado casa, ou irmãos, ou
irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou
filhos, ou campos, por amor de mim e do
evangelho, Que não receba cem vezes
tanto, já neste tempo, em casas, e
irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e
campos, com perseguições; e no século
futuro a vida eterna. Mc 10.29 e 30
17. Mateus 10: 28
E não temais os que matam o
corpo e não podem matar a
alma; temei antes aquele que
pode fazer perecer no inferno a
alma e o corpo.
18. O apocalipse força o leitor a perceber o
que realmente importa, se é o aspecto
terreno ou o celestial. Aprendemos
assim que Deus protege a parte vital
(a que verdadeiramente importa),
a alma, mas permite o sofrimento
intenso neste mundo.
Aliás, o NT como um todo, nos alerta
sobre esta verdade. Ouçamos:
19. Romanos 5. 3 a 5
Romanos 8: 16 a 18 e 35 a 37
1ª Coríntios 4. 8 – 13
1ª Tessalonicenses 1. 6 e 7
1ª Pedro 3. 13 a 15 e 4:19
20. Devemos notar e crer que a presença
de Deus nunca se faz tão real quanto
em tempos de sofrimento e
perseguição. A mensagem de
apocalipse 7 reitera essa
verdade importante.
...
21. Deste modo, os crentes fiéis não têm
razão alguma dos eventos terríveis
garantidos pelo juízo de Deus. Pois
pertencem a Deus e são povo Dele.
O teólogo Krodel observa o jogo
intencional com o termo “selo”. Diz ele:
22. “...enquanto o Cordeiro abre os
‘selos’ de juízos contra os não
salvos, Deus coloca o seu ‘selo’
sobre os salvos. Os habitantes da
terra são selados para o juízo, ao
passo que os habitantes do céu são
selados para salvação.”
23. Dadas as devidas garantias por parte
de Deus de que os crentes fiéis estarão
salvos de seus juízos, somos
conduzidos pelo texto ao debate sobre
a ligação entre:
Os santos selados na terra
(7. 1 a 8)
As multidões que adoram no céu
(7. 9 a 17)
25. A resposta depende de se as tribos
aqui descritas são interpretadas
literalmente em referência ao povo
judeu convertido a Cristo durante esse
período ou se essas tribos são
compreendidas simbolicamente em
referência à igreja como o novo Israel.
O que vocês pensam?
26. Abordaremos esse assunto com maior
profundidade mais adiante. No entanto,
preciso adiantar algumas
considerações que nos ajudarão para
interpretação futura. São elas:
1. Interpretar essas tribos de modo
literal é difícil, em parte, porque dez
das doze tribos se perderam no
exílio babilônico fazendo com que já
não existissem no período de João.
27. 2. A interpretação literal dessas tribos
restringe o ‘selamento’ de Deus aos
judeus e exclui os gentios; quero dizer:
os gentios não são contados dentro os
selados de 7.3 e 4; mas os judeus são
contados dentre a grande multidão de
7.9. Há justiça nisso?
O que dificulta essa linha é que toda
atmosfera de todo livro indica que
toda igreja em unidade está envolvida.
28. 3. Admitir que essas tribos fazem
referência literalmente à Israel, é
também dizer que os 144.000 são
compostos exclusivamente de judeus.
Teria o Senhor filhos preferidos?
29. 4. Interpretar tais tribos como literais
iria na contramão de todo livro que em
momento algum faz menção separada
de judeus convertidos da igreja
gentílica. Pelo contrário, o povo de
Deus é apresentado em unidade e de
modo inextricável, os fiéis vencedores
de todas as eras.
30. Assim, concordem ou não, é mister, é
necessário que entendamos que o
propósito deste interlúdio é apresentar
o povo de Deus sendo selado antes do
derramamento dos juízos e, então, no
céu, adorando a Deus, depois que o
número dos mártires foi completado.
31. Tentando entender de modo
cronológico, podemos afirmar que em
relação aos selos o capítulo
7: 1 ao 8, nos apresenta uma
retrospectiva do período imediatamente
anterior ao derramamento do juízo
divino, e o texto de 7. 9 a 17 nos leva
adiante para o período posterior a
esses juízos. Quero dizer:
32. Os fiéis são selados como
propriedades de Deus e, então,
estão imediatamente no céu
regozijando-se nos frutos de seu
serviço e de sua fidelidade a Deus.
Porque foram guardados e
protegidos pelo próprio Deus!
33. Fato é que as promessas desse texto
têm uma grande aplicação para nós. É
encorajador, por exemplo, saber que
Deus com seu poder retêm os ‘ventos
da destruição’. Como Pedro nos
ensina: “Deus é paciente para
convosco e não quer que ninguém
pereça, mas que todos venham a se
arrepender”.
34. Deus não muda. A mesma paciência
que ele teve nos dias de Noé e que
terá durante a grande tribulação, ele
também demonstra hoje, por isso,
podemos nos alegrar na fidelidade e na
misericórdia de Deus. E mais, devemos
fazer deste estado paciente de Deus
uma oportunidade para o conserto de
nossas vidas pois seu juízo vem!
36. Quero começar relembrando que na
semana passada aprendemos que
o capítulo 7 não é uma continuação
do 6, mas uma interrupção ou um
interlúdio que tem como seu
propósito maior trazer consolo,
fortalecimento e garantias aos
cristãos perseguidos e, não só
isso, ...
37. O capítulo 7, em particular, responde à
pergunta que os habitantes da terra
fizeram e que conclui o sexto selo.
...
39. Esse capítulo não somente
responde essa pergunta, mas
também ressalta o contraste entre
os santos e pecadores. Assim, os
habitantes da terra ou os pecadores
não resistirão quando o juízo de
Deus se abater sobre eles...
40. Mas, os habitantes do céu ou os santos
subsistirão porque eles têm o
selo de Deus. Portanto, eles
certamente subsistirão em meio aos
juízos derramados sobre este mundo.
Assim, a pergunta de 6.17 (‘quem
poderá subsistir ?’); é respondida por
7.9 (a grande multidão).
A grande multidão subsistirá!!!
41. O consolo encontrado neste
capítulo se dá por meio da proteção
de Deus garantida àqueles que
permanecerem fiéis. Deste modo, o
‘selamento’ ou a “marcação”
destes fiéis descreve o modo que
esta garantia se estabelecerá.
...
42. Fica bem claro que os selos
trombetas e taças são derramados
somente sobre os que não são
salvos, enquanto os crentes fiéis
são poupados por terem sido
selados por Deus.
43. Com isso, aprendemos também que no
livro de apocalipse não há
neutralidade! Eu diria que em toda
bíblia, mas esse princípio é sublinhado
neste livro talvez porque trata das
coisas concernentes ao fim cada vez
mais próximo.
...
44. Com o seu selo, Deus também está
dizendo que uma pessoa só pode
pertencer a Ele ou a satanás. Não
existe meio termo, de modo que
alguém “em busca” nesse livro
ainda não é um seguidor de Jesus
Cristo. Pode estar no processo,
mas ainda não o é.
...
45. Aliás, sobre esse tema encontramos
nas palavras de Cristo palavras
duríssimas contra os judeus que em
nome de uma autodefesa alegavam
que eram filhos de Abraão. Fato é que
a resposta que eles encontraram
de Jesus foi:
...
46. "Vocês pertencem ao pai de
vocês, o diabo, e querem realizar
o desejo dele. Ele foi homicida
desde o princípio e não se
apegou à verdade, pois não há
verdade nele. Quando mente, fala
a sua própria língua, pois é
mentiroso e pai da mentira.
João 8:44
...
47. Mas, ainda sim, quero ler todo contexto
deste episódio vivido por Jesus Cristo:
João 8: 31 a 59
48. Quer dizer, Jesus afirma
categoricamente que não crer nele, a
negação de sua pessoa como o
Messias prometido, como o filho de
Deus enviado ao mundo para salvação
de todo homem e mulher é equivalente
a tornar-se servo de satanás e
encontrar nele sua paternidade; seja
quem for, inclusive os judeus.
“vocês dizem que são filhos de Abraão,
mas o diabo é que é o pai de vocês”
49. O que aguça, no mínimo, nossa
curiosidade para entendermos o que
significa o “selamento das doze
tribos” em apocalipse 7 e o que isso
tem a ver com “a grande multidão
que adora a Deus e ao cordeiro
no céu”.
50. Voltando ao texto e percebendo
que as devidas garantias foram
dadas por parte de Deus e que
deste modo, os crentes fiéis
estarão salvos de seus juízos,
porque selados.
51. Somos conduzidos por esse mesmo
texto ao debate sobre a ligação entre:
Os santos selados na terra
(7. 1 a 8)
As multidões que adoram no céu
(7. 9 a 17)
52. A resposta depende de se as tribos
aqui descritas são interpretadas
literalmente em referência ao povo
judeu convertido a Cristo – afinal de
contas trata-se de Israel e alguma
coisa vai acontecer para que eles
sejam salvos – ou, se essas tribos são
compreendidas simbolicamente em
referência à igreja como o novo Israel.
53. João começa essa seção de um modo
interessante: ‘então ouvi o número dos
que foram selados’; 144.000 que, como
bem sabemos indicam completude
(12x12x1000) e não um número exato
ou fechado em si mesmo.
54. A quem se refere este número?
A grande questão é se os 144.000 são
uma referência a Israel ou à Igreja.
Concomitantemente, está o debate
sobre a questão que tenta responder
se 7. 1 a 8 e 7. 9 a 17 falam de um
mesmo grupo de pessoas ou não.
55. Quero, de antemão, dizer que há quem
defenda substancialmente
os dois caminhos,
separadamente é claro.
Existem os que acreditam que 7. 1 – 8
refere-se a judeus convertidos, assim
interpretam o capítulo 7 tratando de
dois grupos distintos.
56. Em contra partida existem os
que de igual modo defendem
substancialmente que o capítulo 7 trata
da Igreja como um todo, portanto, um
único grupo, o da igreja vencedora.
57. Quanto aos primeiros, Osborne cita,
por exemplo, John Walvoord, Josef
Seiss, Dwight Pentecost, que
defendem a literalidade do texto e
fundamentam sua defesa na expressão
“ de todas as tribos dos filhos de
Israel”. Tais pesquisadores
argumentam que “Israel” é sempre
usado em referência ao povo
Judeu do AT e do NT,...
58. ...e que a ênfase em ‘cada tribo’
dificilmente pode ser espiritualizada
para indicar a igreja.
Robert Thomas diz o seguinte:
“não existe nenhum exemplo claro
em que a Igreja é chamada de
Israel no NT ou nos escritos da
igreja antiga até 160 d.C.”
59. Afirmam ainda mais, pois para estes
ver essas tribos como o novo Israel é
ignorar o sentido literal do termo e o
seu uso nas escrituras. Para John
Walvoord, “seria ridículo entender a
tipologia de Israel como representação
da Igreja a ponto de dividi-la em doze
tribos como ocorre aqui, caso a
intenção do autor fosse
descrever a igreja”...
60. Em fim, para estes teólogos, o uso
literal do termo ‘Israel’ e o
detalhamento das tribos deve
ser interpretado como literal
referência ao povo judeu.
...
61. Todavia, porém, entretanto, há muitas
indicações de que João está tratando
da Igreja, especialmente pela
centralidade que a igreja ocupa ao
longo de todo livro de apocalipse. Para
se ter uma ideia, não existe menção
separada de judeus convertidos à parte
da igreja gentílica em qualquer outro
texto de apocalipse.
62. Quando chegarmos ao capítulo 21
veremos que o nome das doze tribos
estão sim escritas nos portões da nova
Jerusalém, mas de igual modo, os
nomes dos doze apóstolos estão
escritos na fundação.
Aliás, ouçamos o texto:
63. 21: 12 E tinha um grande e alto muro
com doze portas, e nas portas doze
anjos, e nomes escritos sobre elas, que
são os nomes das doze tribos dos filhos
de Israel.13 Do lado do levante tinha três
portas, do lado do norte, três portas, do
lado do sul, três portas, do lado do
poente, três portas.14 E o muro da
cidade tinha doze fundamentos,
e neles os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro.
64. Ali, tais nomes indicam a unidade do
povo de Deus do AT e do NT no
apocalipse que são identificados como
um só grupo – os féis vencedores –
além disso, sabemos que em vários
momentos o NT, como um todo, trata
a igreja como o
novo ou verdadeiro Israel.
...
65. Osborne chega a afirmar:
“Jesus Cristo escolheu os doze
apóstolos, mais provavelmente, para
indicar o remanescente justo com uma
encarnação do verdadeiro Israel e lhes
prometeu: Vós também vos
assentareis em doze tronos, para
julgar as doze tribos de Israel”
Mateus 19.28
66. Quatro outros textos, agora em Paulo e
Pedro, nos ajudam na compreensão
deste tema. São eles:
Gálatas 3.
67. 26
Todos vocês são filhos de Deus
mediante a fé em Cristo Jesus,
27
pois os que em Cristo foram
batizados, de Cristo se revestiram.
28
Não há judeu nem grego, escravo
nem livre, homem nem mulher; pois
todos são um em Cristo Jesus.
29
E, se vocês são de Cristo, são
descendência de Abraão e herdeiros
segundo a promessa.
68. Romanos 2: 28 e 29
“Não é judeu quem o é apenas
exteriormente, nem é circuncisão a
que é meramente exterior e física.
Não! Judeu é quem o é
interiormente, e circuncisão é a
operada no coração, pelo Espírito,
e não pela lei escrita.”
69. Filipenses 3
Finalmente, meus irmãos, alegrem-se no
Senhor! Escrever-lhes de novo as mesmas
coisas não é cansativo para mim e é uma
segurança para vocês. Cuidado com os
cães, cuidado com esses que praticam o
mal, cuidado com a falsa circuncisão! Pois
nós é que somos a circuncisão, nós que
adoramos pelo Espírito de Deus, que nos
gloriamos em Cristo Jesus e não temos
confiança alguma na carne,
70. embora eu mesmo tivesse razões para ter
tal confiança. Se alguém pensa que tem
razões para confiar na carne, eu ainda
mais: circuncidado no oitavo dia de vida,
pertencente ao povo de Israel, à tribo de
Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei,
fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da
igreja; quanto à justiça que há na lei,
irrepreensível.
71. Mas o que para mim era lucro, passei a
considerar perda, por causa de Cristo.
Mais do que isso, considero tudo como
perda, comparado com a suprema
grandeza do conhecimento de Cristo Jesus,
meu Senhor, por cuja causa perdi todas as
coisas. Eu as considero como esterco para
poder ganhar a Cristo
72. e ser encontrado nele, não tendo a minha
própria justiça que procede da lei, mas a
que vem mediante a fé em Cristo, a justiça
que procede de Deus e se baseia na fé.
Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua
ressurreição e à participação em seus
sofrimentos, tornando-me como ele em sua
morte para, de alguma forma, alcançar a
ressurreição dentre os mortos.
73. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou
tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para
alcançá-lo, pois para isso também fui
alcançado por Cristo Jesus.
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha
alcançado, mas uma coisa faço:
esquecendo-me das coisas que ficaram
para trás e avançando para as que estão
adiante,
74. prossigo para o alvo, a fim de ganhar o
prêmio do chamado celestial de Deus em
Cristo Jesus.Todos nós que alcançamos a
maturidade devemos ver as coisas dessa
forma, e se em algum aspecto vocês
pensam de modo diferente, isso também
Deus lhes esclarecerá. Tão somente
vivamos de acordo com o que já
alcançamos.
75. Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e
observem os que vivem de acordo com o
padrão que lhes apresentamos.
Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e
agora repito com lágrimas, há muitos que
vivem como inimigos da cruz de Cristo.
Quanto a estes, o seu destino é a perdição,
o seu deus é o estômago e têm orgulho do
que é vergonhoso; eles só pensam nas
coisas terrenas.
76. A nossa cidadania, porém, está nos
céus, de onde esperamos ansiosamente
um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
Pelo poder que o capacita a colocar
todas as coisas debaixo do seu
domínio, ele transformará os nossos
corpos humilhados, para serem
semelhantes ao seu corpo glorioso.
77. Finalmente 1ª Pedro 2.9 que descreve
a Igreja como “geração eleita, povo
adquirido, sacerdócio real,
nação santa”.
Termos que, muito provavelmente
foram extraídos do profeta Isaías e de
Deuteronômio. Quer dizer, textos que
num primeiro momento foi aplicado ao
povo Judeu, agora alcança um
significado universal sendo aplicado à
Igreja de Cristo como um todo.
78. Com base nestes fundamentos há
quem afirme categoricamente que
Apocalipse 7. 4 a 8 descreve a
Igreja em sua totalidade como o
verdadeiro Israel.
Para esta corrente teológica, o
propósito é enfatizar a perfeita
completude do número total dos fiéis
perseverantes da igreja de
um modo triplo. Explico:
79. Tomando o número 12 (o número da
completude), elevando-o ao quadrado
e multiplicando-o por mil (outro número
que simboliza completude. Em outras
palavras, os 144mil são os vencedores
do período da tribulação que
permanecerem fiéis a Cristo em meio à
terrível perseguição instigada
pela besta...
80. Quer dizer, enquanto 7. 1 a 8
apresenta a Igreja militante na terra,
selada e posta em formação antes de a
luta começar; 7. 9 a 17 mostra essa
mesma igreja, e não há outra,
triunfante no céu após a grande
batalha da qual saiu vitoriosa.
81. São os fiéis festejando no céu pela tão
grande salvação com
que foram alcançados.
A cena muda da terra para o céu.
A multidão incontável contrasta com os
mártires e com os 144 mil no sentido
de que ambos foram contados, já a
multidão é incontável.
82. Mas, termino essa aula com
As seguintes perguntas:
Quem são estes que formam essa
grande e incontável multidão?
De onde ela veio?
Como ela vive?
O que ela faz no céu?
O que Deus faz com ela no céu?
83. Enquanto não temos as respostas para
estas perguntas, reafirmo que a
recompensa garantida e encontrada
nos versículos 9 a 17 para a
perseverança exigida em 7. 1 a 8 faz
valer a pena todo esforço necessário e
feito com o intuito de permanecermos
fiéis. Que esta igreja seja contada
dentre estes que permanecem fiéis!
85. Diante do que refletimos na
semana passada, a
conclusão que
chegamos foi:
86. Enquanto 7. 1 a 8 apresenta a
Igreja militante na terra, selada e
posta em formação antes da luta
começar; 7. 9 a 17 mostra essa
mesma igreja, e não há outra,
triunfante no céu após a grande
batalha da qual saiu vitoriosa.
87. São os fiéis festejando no céu
pela tão grande salvação com
que foram alcançados.
Assim, A cena muda da
terra para o céu.
88. Mas, vocês devem se lembrar
que pouco antes do término,
lancei algumas perguntas sobre
o texto que nos servirá de base
para nossa
aula de hoje. Repito:
89. Quem são estes que formam
essa incontável multidão?
De onde ela veio?
Como ela vive?
O que ela faz no céu?
O que Deus faz com ela no céu?
90. A aula de hoje tentará
responder tais perguntas.
Repito: tentará!
91. Sobre essa multidão, de início, pode-se
acreditar em duas possibilidades:
1.Pode ser que esta multidão seja
constituída de três grupos, cada um
sendo parte do grupo seguinte,
a saber:
92. Os mártires do cap. 6.9 são parte
daqueles que são selados em 7.
4 – 8, e estes são parte da grande
multidão de 7:9.
Mas, também podemos considerar
e esta é a possibilidade mais
provável, o seguinte:
93. A incontável multidão é formada por
dois grupos: os santos e aqueles
que foram martirizados.
O que se segue nos ajudará numa
compreensão melhor sobre estas
teorias.
94. Por isso, devemos pensar sim sobre a
referência que o termo ‘multidão’ faz
em relação ao período a que
ele engloba.
Seria este termo uma referência
exclusiva aos mártires do período
final da história?
95. Para respondermos será preciso
reportarmos ao vers. 14.
E ele disse-me: Estes são os que
vieram da grande tribulação, e
lavaram as suas vestes e as
branquearam no sangue do
Cordeiro.
96. Vejam que o texto identifica a
multidão como ‘os que vieram da
grande tribulação’, e
‘lavaram as suas vestes no
sangue do Cordeiro’.
Engana-se que pensa que a ênfase
está no martírio. Explico:
97. Sabemos que a metáfora ‘lavar suas
vestes’ e ‘branqueá-las no sangue do
Cordeiro’ indica um avivamento moral e
espiritual por terem sido libertos do
pecado sórdido deste mundo e sido
purificados diante de Deus.
Isso acontecerá com quantos dentre
essa multidão?
99. Só farão parte dessa multidão
incontável os que foram lavados
pelo sangue do Cordeiro. O que
revela um senso de totalidade e
igualdade entre aqueles que a
integrarem...
100. Portanto a ênfase está na vitória
sobre as forças do mal e na
fidelidade a Jesus Cristo em meio à
terrível conflagração. Assim,
devemos notar, ainda que inter-
relacionados, são dois os caminhos
para a vitória:
O da perseverança em geral.
O do martírio em particular.
101. João também nos diz:
Depois destas coisas olhei, e eis
aqui uma multidão, a qual ninguém
podia contar, de todas as nações, e
tribos, e povos, e línguas,
Apocalipse 7:9
102. O que forma um paralelo com 5.9
“porque foste morto, e com o teu
sangue compraste para Deus
homens de toda a tribo, e língua, e
povo, e nação;”
103. Preciso ainda dizer que há uma
particularidade gramatical no texto.
Notem que João fala “toda nação” (no
singular) seguido de quatro plurais.
Ou seja:
TODA NAÇÃO que será formada de
todas as nações, tribos,
povos e línguas.
Onde está a ênfase?
104. Toda nação, é claro. O que ecoa,
inclusive, a promessa de Gen. 17.4
feita à Abraão –
‘serás pai de muitas nações’ ;
Enquanto o plural ‘tribos’ inclui Israel;
sugerindo que os cristãos judeus
e gentios juntos formam a totalidade
do povo de Deus.
105. Contudo, ainda há mais o que se
extrair destas expressões. Por
exemplo, ‘TODA NAÇÃO’ dá
continuidade a ênfase do livro na
missão universal da igreja para as
‘nações’. Ouçamos:
106. E ele disse-me: Importa que profetizes
outra vez a muitos povos, e nações, e
línguas e reis. Apocalipse 10:11
---
E foi-lhe permitido fazer guerra aos
santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder
sobre toda a tribo, e língua, e nação.
Apocalipse 13:7
107. E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e
tinha o evangelho eterno, para o
proclamar aos que habitam sobre a
terra, e a toda a nação, e tribo, e
língua, e povo,
E as nações dos salvos andarão à sua
luz; e os reis da terra trarão para ela a
sua glória e honra.
Apocalipse 14:6 e 21.24
108. Repito, TODA NAÇÃO dá continuidade
à ênfase do livro na missão universal
da igreja para as ‘nações’ e, há
inclusive, quem interprete esta
expressão com cumprimento de
Isaías 66. 18 a 21
Ouçamos:
109. 18 Porque conheço as suas obras e os seus
pensamentos; vem o dia em que ajuntarei
todas as nações e línguas; e virão e verão a
minha glória. 19 E porei entre eles um
sinal, e os que deles escaparem enviarei às
nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a
Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe,
que não ouviram a minha fama, nem viram
a minha glória; e anunciarão a minha
glória entre os gentios.
110. 20 E trarão a todos os vossos irmãos,
dentre todas as nações, por oferta ao
SENHOR, sobre cavalos, e em carros, e em
liteiras, e sobre mulas, e sobre
dromedários, trarão ao meu santo monte, a
Jerusalém, diz o SENHOR; como quando
os filhos de Israel trazem as suas ofertas
em vasos limpos à casa do SENHOR.
21 E também deles tomarei a alguns para
sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR.
111. Portanto, o singular TODA NAÇÃO é a
ênfase principal e os outros termos
(nações, povos, tribos e línguas)
o complementam.
Fato é que uma vez estando ‘diante
do trono’ os fiéis obtêm um lugar de
honra quando recebem suas
recompensas pela fidelidade.
112. Sabedora de sua condição de honra, a
multidão celebra, adora. Aprendemos
que o clamor dos mártires era por
justiça, aqui o clamor dá vez à festa, ao
louvor em virtude da alegria com a
justiça que os santos receberam de
Deus.
113. Essa, portanto, é a celebração da
vitória conquistada por Deus contra
seus inimigos e da libertação de seus
seguidores selados. Nós! Amém?
Assim, neste sentido, 7. 1 a 8 é a
promessa e 7. 9 a 17 celebra o
cumprimento dessa promessa
para aqueles que perseveraram...
114. E mais, o texto continua dizendo que a
perseverança e o fato de terem se
mantido puros, trarão ainda
mais bênçãos que podem ser
resumidas em três partes. A saber:
1.A presença e o serviço constantes
diante de Deus.
2. A remoção de todo sofrimento.
3. As ações do cordeiro e de Deus em
favor da grande multidão.
115. “Por isso estão diante do trono de
Deus, e o servem de dia e de noite...”
A ideia aqui recai sobre a vida toda
como uma adoração oferecida a Deus
permanentemente e ininterruptamente.
Aliás, como o ideal de Deus
estabelecido para os seus filhos
enquanto aqui, nesta esfera humana.
Basta lembrarmos de Paulo:
116. Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional.
Porque a circuncisão somos nós, que
servimos a Deus em espírito, e nos
gloriamos em Jesus Cristo, e não
confiamos na carne.
Rom. 12.1 e Filp. 3.3
117. Vejam que negar-se a viver assim,
digo, como Deus espera é negar-se a
experimentar na terra, ainda que
limitados por nossas fraquezas, a vida
que nos aguarda no céu.
O texto continua...
118. “...e aquele que está assentado sobre o
trono os cobrirá com a sua sombra.”
Ou
“Aquele que está sentado no trono os
abrigará em sua tenda.”
Ou
“e o que está sentado sobre o trono
estenderá o seu tabernáculo
sobre eles.”
119. Sabemos que o tabernáculo era uma
tenda. Em Êxodo 25.8 Deus diz:
“Eles me farão um santuário para
que eu habite no meio deles”
Deste modo, quando João diz: “e o
que está sentado sobre o trono
estenderá o seu tabernáculo
sobre eles.”
Devemos entender...
120. ...Que na eternidade os santos
experimentarão literalmente a glória de
Deus. O povo de Deus passará a
eternidade no ‘lugar santíssimo’
celestial, pois Deus habitará entre eles
garantindo conforto, proteção e
alegria eterna.
121. Enfim, chegamos à última seção
deste capítulo e sua ênfase é levar o
povo de Deus à consciência de uma
necessidade mais profunda do
refrigério espiritual encontrado
e dado por Deus.
Diz o texto:
122. 16 Eles não terão fome, nem sede
nunca jamais; nem cairá sobre eles o
sol, nem calor algum, 17 porque o
Cordeiro que está no meio do trono os
pastoreará e os conduzirá às fontes da
água da vida, e Deus enxugará toda a
lágrima dos olhos deles.
124. Na bíblia aprendemos que a ‘fome’
faz referência não apenas às
necessidades físicas, mas a todas
as necessidades da vida, como nos
ensina Isaías 55.
Ouçamos:
125. 1
Todos vós, que estais sedentos, vinde à
nascente das águas; vinde comer, vós que não
tendes alimento. Vinde comprar trigo sem
dinheiro, vinho e leite sem pagar! 2
Por que
despender vosso dinheiro naquilo que não
alimenta, e o produto de vosso trabalho naquilo
que não sacia? Se me ouvis, comereis excelentes
manjares, uma suculenta comida fará vossas
delícias. 3
Prestai-me atenção, e vinde a mim;
escutai, e vossa alma viverá: quero concluir
convosco uma eterna aliança, outorgando-vos
os favores prometidos a Davi
126. Nesta mesma vertente Jesus disse:
“felizes sois vós que agora tendes
fome, porque ficarão satisfeitos”
(Luc. 6.21). Fato é que ‘fome’ e ‘sede’
são praticamente certas para aqueles
que servem a Deus de modo
verdadeiramente pleno. Foi assim com
Paulo e seus companheiros.
Ouçamos 1ª Cor. 4:
127. 10 Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós
sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós
ilustres, e nós vis. 11 Até esta presente hora
sofremos fome, e sede, e estamos nus, e
recebemos bofetadas, e não temos pousada
certa, 12 E nos afadigamos, trabalhando com
nossas próprias mãos. Somos injuriados, e
bendizemos; somos perseguidos, e sofremos;
13 Somos blasfemados, e rogamos; até ao
presente temos chegado a ser como o lixo deste
mundo, e como a escória de todos.
128. Mas, em contrapartida, o que Deus revela e
garante é que todas as provações da vida
sofridas por causa de Jesus Cristo
simplesmente demonstram o poder
extraordinário de Deus.
"Porque para mim tenho por certo que as
aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de
ser revelada." (Romanos 8 : 18)
Deste modo,
129. Todos os que submetem a tais
‘sacrifícios’ em nome de Jesus Cristo
têm a garantia de sua recompensa
final, quando Deus converterá sua
fome em êxtase eterno, e o cordeiro
satisfará a sede deles para sempre.
130. Não somente serão atendidas suas
necessidades físicas, como também
nunca mais serão prejudicados por
qualquer privação externa,
representado aqui pelo sol sempre
escaldante sobre suas cabeças. Isso
não mais acontecerá, pois Deus
‘escurecerá’ o sol para bênção dos
seus redimidos.
131. Por fim, seremos pastoreados por
Cristo. O Cordeiro se torna pastor, o
bom pastor que conhece suas ovelhas
às chama pelo nome e dá sua
vida por elas.
Terá alguma falta àquele que por
Cristo for pastoreado?
Sabemos que não!
132. Jesus será o pastor que os conduzirá
às fontes das águas, quer dizer, os
conduzirá à verdadeira e eterna vida
que só ele e o pai têm a oferecer.
Como se não fosse suficiente, o
texto continua e nos revela uma
última graça:
“e Deus enxugará toda a lágrima
dos olhos deles.”
133. Há quem diga que estas lágrimas são
referências às tristezas que sentimos
por causa dos pecados e erros da vida
presente. Contudo, o mais provável é
que estas lágrimas estejam
relacionadas aos sofrimentos oriundos
das perseguições e dos martírios.
Fato é que, qual seja a sua origem,
Deus garante que toda dor, tristeza e
lágrima, serão removidas para sempre.
134. Permitam-me um breve
resumo do que aprendemos
neste capítulo:
Antes da tribulação, a igreja é selada
na terra, ou o novo Israel é selado na
terra, ou os fiéis são selados na terra,
ou os santos são selados na terra –
como queiram.
135. Depois da tribulação, os que venceram
a tribulação são recompensados no
céu. Vimos que a recompensa divina
tem três aspectos.
1. Teremos o privilégio de ficar de pé
diante do trono de adoração
contínua por toda a eternidade
habitando com Deus literalmente.
136. 2. Todos os sofrimentos e tristezas
terrenos serão eliminados
completamente. As privações internas
(sede e fome) e externas (calor
escaldante) serão removidas e
experimentaremos o êxtase e a
satisfação para sempre.
137. 3. O Cordeiro se tornará nosso Pastor,
conduzindo-nos às fontes de águas
geradoras de vida plena e Deus
enxugará todas as lágrimas de
sofrimento.
139. Vale a pena ser cristão e levar Deus a
sério. Por isso Deus insiste em nos
encorajar a perseverar neste vida, pois
sua recompensa é certa para os que
permanecerem fiéis. E mais, devemos
reconhecer que o que é descrito nestas
palavras são, principalmente, as
recompensas eternas de nossa
existência celestial futura.
140. Deste modo, quando passarmos por
provas ou aflições – quer que origem
tenham – será importante trazer à
mente os resultados prometidos aos
vencedores, pois assim seremos
fortalecidos e encorajados à
perseverança e pureza que resultarão
de nossa fidelidade.
Deus nos ajude!