1) O documento descreve a exploração portuguesa da costa oeste africana desde o Cabo Bojador até o Cabo da Boa Esperança entre os séculos XV e XIV.
2) Diogo Cão chegou ao rio Zaire em 1482 e estabeleceu contato com as populações locais no Congo.
3) Bartolomeu Dias navegou para sul da África em 1486 e foi o primeiro europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança.
1. A Exploração da Costa de África, do Bojador ao Cabo da Boa Esperança
2. Carta de Pedro Reinel c. 1485 A navegação no Oceano Atlântico colocava novos problemas. Foi necessário estudar o regime de ventos e correntes, traçar novos mapas,
3. Ensaiar e aperfeiçoar instrumentos náuticos Suspendia-se o astrolábio pelo anel, movendo-se a mediclina até que um raio de sol atravessasse as duas pínulas . Esta prática era chamada «pesar o sol». A mediclina indicava a altura do sol o que, com a consulta das tabelas de declinação, permitia achar a latitude do lugar. Astrolábio náutico
5. 1 Quilha 2 Casco 3 Porão (interior do casco) 4 Convés (pavimento entre a proa e o castelo da popa) 5 Proa 6 Popa ou Ré 7 Castelo da Popa 8 Tolda (pavimento do castelo da popa) 9 Mastro grande 10 Verga 11 Vela Latina grande 12 Leme 13 Amarras 14 Âncora 15 Cabos 16 Amurada 17 Mastro de mezena 18 Vela Latina da mezena A Caravela
6. Possível descobrimento das ilhas do Cabo Verde por Cadamosto (1456). Outros navegadores reclamam a descoberta: Diogo Gomes acompanhado por Antonio da Noli . Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador em 1434 à segunda tentativa. Afonso Baldaia chegou a Angra dos Ruivos com Gil Eanes (1435). Em 1436, Baldaia chega à Pedra da Galé e ao Rio do Ouro Nuno Tristão dobrou o Cabo Branco (1441). Utilizou pela primeira vez uma caravela. Em 1443 chega ao Golfo de Arguim e à foz do rio Senegal em 1444. Morreu numa luta contra uma tribo africana, em 1446, na foz do rio Gâmbia. Dinis Dias e Valhart descobrem o Cabo Verde (1444) 1446,: Álvaro Fernandes chega à região que é actualmente a Guiné-Bissau. Pedro de Cintra chega à Serra Leoa em 1460, ano da morte do Infante D. Henrique.
7. O Infante D. Henrique morreu em 1460. As viagens de exploração abrandaram.
8. D. Afonso V 1432-1481 Landesbibliothek; Estugarda; Alemanha O rei D. Afonso V passou a controlar o comércio africano, transferindo a Casa da Guiné de Lagos para Lisboa, em 1463. A sua política externa jogou-se em Marrocos, justificando o seu cognome: O Africano . Arzila, in Civitas Orbis Terrarum, na BNL A tomada de Arzila (1471) foi a conquista mais importante. Terá causado, segundo os cronistas, 2000 mortos mouros e cerca de 5000 prisioneiros!
9. Tapeçaria de Pastrana – série da Tomada de Arzila – Desembarque (detalhe), c. 1471; Museu Paroquial de Pastrana, Espanha. Os defensores, indignados por um ataque desferido enquanto se avaliavam os termos da rendição, defenderam-se até ao limite. A carnificina foi grande. O saque foi calculado em 80 000 dobras de ouro! Em Arzila, foi armado cavaleiro o príncipe D. João. Tinha 16 anos!
10. Em 1469, o rei arrendou o monopólio do comércio da costa africana a um mercador de Lisboa, Fernão Gomes , por um prazo de 5 anos e contra o pagamento de uma renda anual de 200 000 réis. Os navios do mercador comprometiam-se a explorar anualmente 100 léguas de costa. Provável descobrimento da região da Mina (1471), por navegadores ao serviço de Fernão Gomes. Aqui se edificaria, sob a orientação de Diogo de Azambuja , uma feitoria fortificada que seria o mais importante entreposto comercial em África. Provável descobrimento das ilhas de S. Tomé, Príncipe e Fernando Pó, pelos navegadores João de Santarém , Pêro Escobar e Fernando Pó , ao serviço de Fernão Gomes. Termina o contrato com Fernão Gomes, em 1474, quando a exploração da costa africana cruza o equador, na zona do Cabo de Santa Catarina. O príncipe D. João, futuro rei D. João II, assume o comando e organização das viagens de exploração. Três meses antes de morrer, em Agosto de 1481, o rei doa ao filho toda a costa da Guiné.
11. D. João II O Príncipe Perfeito (1455-1495) D. João II: Livro dos Copos da Ordem de Santiago ; 1484; ANTT O príncipe D. João, futuro rei D. João II, assume então o comando e organização das viagens de exploração. A partir de então, pode afirmar-se que o objectivo de D. João II era a procura de um caminho para o mercado das especiarias do Índico.
12. Diogo Cão (1482) chega à Foz do rio Zaire (ou Congo), colocando aí o primeiro padrão.
13. Armas do rei do Congo No Congo, dá-se um primeiro contacto continuado com as populações locais, sendo os portugueses bem acolhidos. Os congoleses passam a vestir-se como os portugueses, adoptam as leis , e a corte do rei do Congo segue o modelo dos portugueses. No Congo funda-se a primeira obra missionária na África, após a conversão do rei local que adopta o nome de Afonso I. Em 1485 / 86, Diogo Cão parte novamente. Explora a costa de Angola e Namíbia até à Serra Parda. No regresso, navega pelo Congo até Ielala , onde grava uma inscrição na pedra, assinalando a sua presença . Desapareceria depois misteriosamente.
14. Entretanto, em 1486, Cristóvão Colombo abandona Portugal, por D. João haver recusado o seu projecto de buscar a Índia pelo Ocidente e coloca-se ao serviço dos reis católicos. Em 1485, Vasco Fernandes de Lucena, em nome de D. João II, anuncia ao papa Inocêncio VIII que as caravelas portuguesas chegaram aos «limites onde chega o golfo arábico», laborando no equívoco de que a passagem para a Índia se faria pelo Congo. Retrato de Colombo Como; Musei Civici
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16. Enquanto isso, Dias navega para Sul até Angra das Voltas e Serra dos Reis, aqui se afastando da costa e tomando o sul, por vários dias em mar alto, ao cabo dos quais tomou o rumo Leste, buscando terra. Não encontrando, rumou a Norte e fundeou na Angra dos Vaqueiros (ou de S. Brás). Decidiu explorar a costa até ao rio do Infante, ponto em que a tripulação se recusou a ir mais além. A Índia era uma certeza.