SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 17
O Antigo Regime
A Sociedade do Antigo Regime Este modelo social estruturou-se na Península Ibérica nos finais da era das descobertas e durou até  1789  e às revoluções liberais do primeiro terço do século XIX.  Se este modelo social foi moderno no séc. XVI, era arcaico no XVIII, quando a Inglaterra iniciou a Revolução industrial. Luís XIV, o Rei Sol Ballet de la Nuit  ; 1653 Bibliotheque Nationale  de Paris
Irmãos Nain (Louis e Antoine Le Nain)A A charrette  ;1641 Museu do Louvre A agricultura era ainda a base da economia. O comércio gerava cada vez mais lucros, mas a maior parte da população vivia no campo, dedicando-se a uma agricultura  de subsistência. A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias na pirâmide social.
Abraham Bloemaert Paisagem com Camponeses a Descansar 1650; Staatliche Museen, Berlim A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional, produzindo os produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos. A maioria das terras pertencia aos grandes senhores do clero e da nobreza. Os pequenos proprietários eram raros. Os camponeses eram rendeiros ou assalariados.
Os produtos ultramarinos (especiarias, açúcar, chá, tabaco, algodão, cacau,…) animavam a vida nas cidades e enriqueciam a burguesia. Em França,  Colbert , ministro do rei Luís XIV, desenvolveu um conjunto de políticas económicas a que se deu o nome de  mercantilismo . Claude Lefebvre Jean-Baptiste Colbert  (1619-1683)
Mercantilismo Ler texto nº 3; p. 97 Manufacturas Monopólios  Exploração colonial Taxas alfandegárias Leis Pragmáticas
A sociedade do Antigo Regime era uma sociedade de ordens ou estados, hierarquizada de acordo com as três grandes funções sociais definidas na Idade Média: o clero, a nobreza e o povo. Sociedade estática, estratificada, tripartida  e sacralizada.
O indivíduo não era considerado em si mesmo, mas como incluído num corpo profissional ou social. Cada ordem tem o seu estatuto próprio juridicamente reconhecido, cada corporação tem um estatuto e uma hierarquia. É um regime organicista de lei particular e de privilégios consagrados. Os contrastes sociais são enormes. Panfleto anónimo 1789 Thomas Gainsborough Conversa no Parque c. 1740 Museu do Louvre
Philippe de Champaigne  Cardeal Richelieu National Gallery, Londres c. 1637 O clero, juntamente com a nobreza, era uma  classe privilegiada. Eram grandes proprietários, estavam isentos de impostos e tinham foro próprio. Devemos distinguir entre os altos cargos (arcebispos, bispos , abades) e o baixo clero formado por párocos e monges. Dedicavam-se a diversas actividades. Para além das funções religiosas, desempenhavam cargos políticos e na administração do Estado, bem como tarefas  assistenciais e educativas.
Vittore  Ghisl andi Retrato de um N obre c. 1730 Pinacoteca di Brera, Milão Os membros do alto clero estavam frequentemente unidos por laços de sangue à alta aristocracia. Os nobres eram grandes proprietários.  Para além das funções  militares, ocupavam rendosos cargos na corte régia e na administração das possessões ultramarinas, colhendo frequentemente proveitosos lucros da actividade comercial. Em alguns países, muitos nobres mantiveram-se na administração dos seus domínios senhoriais, vivendo nos seus solares de província. Com a burocratização do aparelho de Estado, a nobreza dedicou-se ao exercício de altos cargos: magistrados, diplomatas, altos funcionários (nobreza de toga).
[Abbé E.Siéyès] O  Terceiro Estado  era o grupo mais numeroso e heterogéneo. Era formado por ricos burgueses (banqueiros, mercadores, letrados) que frequentemente se tornavam nobres. A média e pequena burguesia incluía pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e oficiais administrativos. Jacques-Louis David Charles-Pierre Pécoul e esposa 1784 Museu do Louvre
Na base da sociedade encontramos os camponeses jornaleiros e mendigos, vivendo frequentemente em condições miseráveis. Louis ou Antoine Le Nain Família de Camponeses c. 1640 Museu do Louvre
Nicolas-Martin Petit (1777-1804) Um Escravo Moçambicano 1807 Principalmente nas colónias das grandes potências europeias, os escravos  eram transaccionados como mercadorias.
Do ponto de vista político, o Antigo Regime caracterizava-se pelo  absolutismo régio de direito divino . Os reis declaravam-se representantes de Deus na Terra, concentrando todos os poderes nas suas mãos. Todos os  súbditos  lhes prestavam obediência. Hyacinth Rigaud Luís  XIV
Os monarcas viviam num ambiente de luxo e ostentação. O poder exibia-se de forma espectacular e festiva. Luís XIV instalou-se em  Versalhes , um enormíssimo palácio rodeado de belíssimos jardins, cheios de fontes e obras de arte.
 
 

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Marquês de pombal power-point
Marquês de pombal  power-pointMarquês de pombal  power-point
Marquês de pombal power-pointPAFB
 
História 11ºano ( matéria do 1º período)
 História 11ºano ( matéria do 1º período) História 11ºano ( matéria do 1º período)
História 11ºano ( matéria do 1º período)Andreia Pacheco
 
Sociedade Antigo Regime
Sociedade Antigo RegimeSociedade Antigo Regime
Sociedade Antigo RegimeIsabel Ribeiro
 
Mercantilismo
MercantilismoMercantilismo
Mercantilismocattonia
 
Sociedade de ordens
Sociedade de ordensSociedade de ordens
Sociedade de ordensMaria Gomes
 
Liberalismo em portugal
Liberalismo em portugalLiberalismo em portugal
Liberalismo em portugalcattonia
 
Portugal na Europa do Antigo Regime
Portugal na Europa do Antigo RegimePortugal na Europa do Antigo Regime
Portugal na Europa do Antigo RegimeCarlos Pinheiro
 
Revolução liberal portuguesa de 1820
Revolução liberal portuguesa de 1820Revolução liberal portuguesa de 1820
Revolução liberal portuguesa de 1820Joana Filipa Rodrigues
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoBarbaraSilveira9
 
Unidade 3 o_antigo_regime_europeu
Unidade 3 o_antigo_regime_europeuUnidade 3 o_antigo_regime_europeu
Unidade 3 o_antigo_regime_europeuVítor Santos
 
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder políticoA Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder políticoSusana Simões
 
A sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoA sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoCarla Teixeira
 

Was ist angesagt? (20)

Marquês de pombal power-point
Marquês de pombal  power-pointMarquês de pombal  power-point
Marquês de pombal power-point
 
História 11ºano ( matéria do 1º período)
 História 11ºano ( matéria do 1º período) História 11ºano ( matéria do 1º período)
História 11ºano ( matéria do 1º período)
 
O Antigo Regime
O Antigo RegimeO Antigo Regime
O Antigo Regime
 
Sociedade Antigo Regime
Sociedade Antigo RegimeSociedade Antigo Regime
Sociedade Antigo Regime
 
11. revolução francesa
11. revolução francesa11. revolução francesa
11. revolução francesa
 
História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6
 
Mercantilismo
MercantilismoMercantilismo
Mercantilismo
 
Sociedade de ordens
Sociedade de ordensSociedade de ordens
Sociedade de ordens
 
Revolução americana
Revolução americanaRevolução americana
Revolução americana
 
Liberalismo em portugal
Liberalismo em portugalLiberalismo em portugal
Liberalismo em portugal
 
Geografia11ºano
Geografia11ºanoGeografia11ºano
Geografia11ºano
 
Portugal na Europa do Antigo Regime
Portugal na Europa do Antigo RegimePortugal na Europa do Antigo Regime
Portugal na Europa do Antigo Regime
 
Revolução liberal portuguesa de 1820
Revolução liberal portuguesa de 1820Revolução liberal portuguesa de 1820
Revolução liberal portuguesa de 1820
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
 
Unidade 3 o_antigo_regime_europeu
Unidade 3 o_antigo_regime_europeuUnidade 3 o_antigo_regime_europeu
Unidade 3 o_antigo_regime_europeu
 
Rev americana 11º d
Rev americana  11º dRev americana  11º d
Rev americana 11º d
 
11 ha m4 u3 1
11 ha m4 u3 111 ha m4 u3 1
11 ha m4 u3 1
 
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder políticoA Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
 
A sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoA sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º ano
 
Marquês de Pombal
Marquês de PombalMarquês de Pombal
Marquês de Pombal
 

Ähnlich wie 1 O Antigo Regime

Apogeu do absolutismo
Apogeu do absolutismoApogeu do absolutismo
Apogeu do absolutismoKerol Brombal
 
Slide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesSlide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesCeliamariag3
 
Aula - Revolução Francesa
Aula - Revolução FrancesaAula - Revolução Francesa
Aula - Revolução Francesamarciamcq
 
F2.antigo regime
F2.antigo regimeF2.antigo regime
F2.antigo regimeCaio Cesar
 
REVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESAREVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESAFelipeBicudo1
 
2º ano revolução francesa - parte 1
2º ano   revolução francesa - parte 12º ano   revolução francesa - parte 1
2º ano revolução francesa - parte 1Daniel Alves Bronstrup
 
Aula - Revolução Francesa
Aula - Revolução FrancesaAula - Revolução Francesa
Aula - Revolução Francesamarciamcq
 
2013 2o. ano 1o(1)
2013   2o. ano 1o(1)2013   2o. ano 1o(1)
2013 2o. ano 1o(1)Gustavo Cuin
 
Cap. 1 Revolução Francesa
Cap. 1 Revolução Francesa Cap. 1 Revolução Francesa
Cap. 1 Revolução Francesa Laguat
 
2013 2o. ano 1o
2013   2o. ano 1o2013   2o. ano 1o
2013 2o. ano 1oLaguat
 
O antigo regime: regra e exceção
O antigo regime: regra e exceçãoO antigo regime: regra e exceção
O antigo regime: regra e exceçãoZé Mário
 
Magnoliviafinalufaaaaaaaaaaaa
MagnoliviafinalufaaaaaaaaaaaaMagnoliviafinalufaaaaaaaaaaaa
Magnoliviafinalufaaaaaaaaaaaacarolineborba
 
Revolução Francesa - Prof. Altair Aguilar
Revolução  Francesa - Prof. Altair AguilarRevolução  Francesa - Prof. Altair Aguilar
Revolução Francesa - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 

Ähnlich wie 1 O Antigo Regime (20)

Apogeu do absolutismo
Apogeu do absolutismoApogeu do absolutismo
Apogeu do absolutismo
 
Slide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesSlide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime frances
 
Slide historia
Slide historiaSlide historia
Slide historia
 
Slide historia
Slide historiaSlide historia
Slide historia
 
Antigo Regime
Antigo RegimeAntigo Regime
Antigo Regime
 
Aula - Revolução Francesa
Aula - Revolução FrancesaAula - Revolução Francesa
Aula - Revolução Francesa
 
Revolução..
Revolução..Revolução..
Revolução..
 
F2.antigo regime
F2.antigo regimeF2.antigo regime
F2.antigo regime
 
REVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESAREVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESA
 
2º ano revolução francesa - parte 1
2º ano   revolução francesa - parte 12º ano   revolução francesa - parte 1
2º ano revolução francesa - parte 1
 
Aula - Revolução Francesa
Aula - Revolução FrancesaAula - Revolução Francesa
Aula - Revolução Francesa
 
2ºano - Revolução Francesa
2ºano - Revolução Francesa2ºano - Revolução Francesa
2ºano - Revolução Francesa
 
2013 2o. ano 1o
2013   2o. ano 1o2013   2o. ano 1o
2013 2o. ano 1o
 
2013 2o. ano 1o(1)
2013   2o. ano 1o(1)2013   2o. ano 1o(1)
2013 2o. ano 1o(1)
 
Cap. 1 Revolução Francesa
Cap. 1 Revolução Francesa Cap. 1 Revolução Francesa
Cap. 1 Revolução Francesa
 
2013 2o. ano 1o
2013   2o. ano 1o2013   2o. ano 1o
2013 2o. ano 1o
 
O antigo regime: regra e exceção
O antigo regime: regra e exceçãoO antigo regime: regra e exceção
O antigo regime: regra e exceção
 
Magnoliviafinalufaaaaaaaaaaaa
MagnoliviafinalufaaaaaaaaaaaaMagnoliviafinalufaaaaaaaaaaaa
Magnoliviafinalufaaaaaaaaaaaa
 
Magnoliviafinalja
MagnoliviafinaljaMagnoliviafinalja
Magnoliviafinalja
 
Revolução Francesa - Prof. Altair Aguilar
Revolução  Francesa - Prof. Altair AguilarRevolução  Francesa - Prof. Altair Aguilar
Revolução Francesa - Prof. Altair Aguilar
 

Mehr von Hist8

3 O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos
3   O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos3   O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos
3 O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos EstudosHist8
 
2 A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO
2   A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO2   A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO
2 A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãOHist8
 
1 A Mentalidade E A Arte Barrocas
1 A Mentalidade E A Arte Barrocas1 A Mentalidade E A Arte Barrocas
1 A Mentalidade E A Arte BarrocasHist8
 
2 O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii
2   O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii2   O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii
2 O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. XviiiHist8
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640Hist8
 
2 Holandeses E Ingleses
2   Holandeses E Ingleses2   Holandeses E Ingleses
2 Holandeses E InglesesHist8
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaHist8
 
3 A Contra Reforma
3 A Contra Reforma3 A Contra Reforma
3 A Contra ReformaHist8
 
A Arte Renascentista
A  Arte RenascentistaA  Arte Renascentista
A Arte RenascentistaHist8
 
5 A íNdia E O Brasil
5   A íNdia E O Brasil5   A íNdia E O Brasil
5 A íNdia E O BrasilHist8
 
CorrecçãO Ficha
CorrecçãO FichaCorrecçãO Ficha
CorrecçãO FichaHist8
 
4 A Rivalidade Luso Castelhana
4  A Rivalidade Luso Castelhana4  A Rivalidade Luso Castelhana
4 A Rivalidade Luso CastelhanaHist8
 
3 Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA
3   Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA3   Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA
3 Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançAHist8
 
2 Ceuta E Ilhas
2  Ceuta E Ilhas2  Ceuta E Ilhas
2 Ceuta E IlhasHist8
 
1 ExpansãO
1  ExpansãO1  ExpansãO
1 ExpansãOHist8
 
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade NacionalA Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade NacionalHist8
 
Crises E Revol. No SéC. Xiv
Crises E Revol. No SéC. XivCrises E Revol. No SéC. Xiv
Crises E Revol. No SéC. XivHist8
 
GóTico
GóTicoGóTico
GóTicoHist8
 
RomâNico
RomâNicoRomâNico
RomâNicoHist8
 
Cultura, Arte E ReligiãO
Cultura, Arte E ReligiãOCultura, Arte E ReligiãO
Cultura, Arte E ReligiãOHist8
 

Mehr von Hist8 (20)

3 O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos
3   O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos3   O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos
3 O Iluminismo Na Europa E Em Portugal. A Reforma Pombalina Dos Estudos
 
2 A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO
2   A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO2   A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO
2 A RevoluçãO CientíFica Progresso E TradiçãO
 
1 A Mentalidade E A Arte Barrocas
1 A Mentalidade E A Arte Barrocas1 A Mentalidade E A Arte Barrocas
1 A Mentalidade E A Arte Barrocas
 
2 O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii
2   O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii2   O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii
2 O Antigo Regime Em Portugal Na 1ª Metade SéC. Xviii
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
 
2 Holandeses E Ingleses
2   Holandeses E Ingleses2   Holandeses E Ingleses
2 Holandeses E Ingleses
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
 
3 A Contra Reforma
3 A Contra Reforma3 A Contra Reforma
3 A Contra Reforma
 
A Arte Renascentista
A  Arte RenascentistaA  Arte Renascentista
A Arte Renascentista
 
5 A íNdia E O Brasil
5   A íNdia E O Brasil5   A íNdia E O Brasil
5 A íNdia E O Brasil
 
CorrecçãO Ficha
CorrecçãO FichaCorrecçãO Ficha
CorrecçãO Ficha
 
4 A Rivalidade Luso Castelhana
4  A Rivalidade Luso Castelhana4  A Rivalidade Luso Castelhana
4 A Rivalidade Luso Castelhana
 
3 Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA
3   Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA3   Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA
3 Do Bojador Ao Cabo Da Boa EsperançA
 
2 Ceuta E Ilhas
2  Ceuta E Ilhas2  Ceuta E Ilhas
2 Ceuta E Ilhas
 
1 ExpansãO
1  ExpansãO1  ExpansãO
1 ExpansãO
 
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade NacionalA Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
 
Crises E Revol. No SéC. Xiv
Crises E Revol. No SéC. XivCrises E Revol. No SéC. Xiv
Crises E Revol. No SéC. Xiv
 
GóTico
GóTicoGóTico
GóTico
 
RomâNico
RomâNicoRomâNico
RomâNico
 
Cultura, Arte E ReligiãO
Cultura, Arte E ReligiãOCultura, Arte E ReligiãO
Cultura, Arte E ReligiãO
 

1 O Antigo Regime

  • 2. A Sociedade do Antigo Regime Este modelo social estruturou-se na Península Ibérica nos finais da era das descobertas e durou até 1789 e às revoluções liberais do primeiro terço do século XIX. Se este modelo social foi moderno no séc. XVI, era arcaico no XVIII, quando a Inglaterra iniciou a Revolução industrial. Luís XIV, o Rei Sol Ballet de la Nuit ; 1653 Bibliotheque Nationale de Paris
  • 3. Irmãos Nain (Louis e Antoine Le Nain)A A charrette ;1641 Museu do Louvre A agricultura era ainda a base da economia. O comércio gerava cada vez mais lucros, mas a maior parte da população vivia no campo, dedicando-se a uma agricultura de subsistência. A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias na pirâmide social.
  • 4. Abraham Bloemaert Paisagem com Camponeses a Descansar 1650; Staatliche Museen, Berlim A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional, produzindo os produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos. A maioria das terras pertencia aos grandes senhores do clero e da nobreza. Os pequenos proprietários eram raros. Os camponeses eram rendeiros ou assalariados.
  • 5. Os produtos ultramarinos (especiarias, açúcar, chá, tabaco, algodão, cacau,…) animavam a vida nas cidades e enriqueciam a burguesia. Em França, Colbert , ministro do rei Luís XIV, desenvolveu um conjunto de políticas económicas a que se deu o nome de mercantilismo . Claude Lefebvre Jean-Baptiste Colbert (1619-1683)
  • 6. Mercantilismo Ler texto nº 3; p. 97 Manufacturas Monopólios Exploração colonial Taxas alfandegárias Leis Pragmáticas
  • 7. A sociedade do Antigo Regime era uma sociedade de ordens ou estados, hierarquizada de acordo com as três grandes funções sociais definidas na Idade Média: o clero, a nobreza e o povo. Sociedade estática, estratificada, tripartida e sacralizada.
  • 8. O indivíduo não era considerado em si mesmo, mas como incluído num corpo profissional ou social. Cada ordem tem o seu estatuto próprio juridicamente reconhecido, cada corporação tem um estatuto e uma hierarquia. É um regime organicista de lei particular e de privilégios consagrados. Os contrastes sociais são enormes. Panfleto anónimo 1789 Thomas Gainsborough Conversa no Parque c. 1740 Museu do Louvre
  • 9. Philippe de Champaigne Cardeal Richelieu National Gallery, Londres c. 1637 O clero, juntamente com a nobreza, era uma classe privilegiada. Eram grandes proprietários, estavam isentos de impostos e tinham foro próprio. Devemos distinguir entre os altos cargos (arcebispos, bispos , abades) e o baixo clero formado por párocos e monges. Dedicavam-se a diversas actividades. Para além das funções religiosas, desempenhavam cargos políticos e na administração do Estado, bem como tarefas assistenciais e educativas.
  • 10. Vittore Ghisl andi Retrato de um N obre c. 1730 Pinacoteca di Brera, Milão Os membros do alto clero estavam frequentemente unidos por laços de sangue à alta aristocracia. Os nobres eram grandes proprietários. Para além das funções militares, ocupavam rendosos cargos na corte régia e na administração das possessões ultramarinas, colhendo frequentemente proveitosos lucros da actividade comercial. Em alguns países, muitos nobres mantiveram-se na administração dos seus domínios senhoriais, vivendo nos seus solares de província. Com a burocratização do aparelho de Estado, a nobreza dedicou-se ao exercício de altos cargos: magistrados, diplomatas, altos funcionários (nobreza de toga).
  • 11. [Abbé E.Siéyès] O Terceiro Estado era o grupo mais numeroso e heterogéneo. Era formado por ricos burgueses (banqueiros, mercadores, letrados) que frequentemente se tornavam nobres. A média e pequena burguesia incluía pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e oficiais administrativos. Jacques-Louis David Charles-Pierre Pécoul e esposa 1784 Museu do Louvre
  • 12. Na base da sociedade encontramos os camponeses jornaleiros e mendigos, vivendo frequentemente em condições miseráveis. Louis ou Antoine Le Nain Família de Camponeses c. 1640 Museu do Louvre
  • 13. Nicolas-Martin Petit (1777-1804) Um Escravo Moçambicano 1807 Principalmente nas colónias das grandes potências europeias, os escravos eram transaccionados como mercadorias.
  • 14. Do ponto de vista político, o Antigo Regime caracterizava-se pelo absolutismo régio de direito divino . Os reis declaravam-se representantes de Deus na Terra, concentrando todos os poderes nas suas mãos. Todos os súbditos lhes prestavam obediência. Hyacinth Rigaud Luís XIV
  • 15. Os monarcas viviam num ambiente de luxo e ostentação. O poder exibia-se de forma espectacular e festiva. Luís XIV instalou-se em Versalhes , um enormíssimo palácio rodeado de belíssimos jardins, cheios de fontes e obras de arte.
  • 16.  
  • 17.