As intervenções escolares para prevenção da obesidade infantil são mais efetivas quando focam em mudanças de comportamentos alimentares e de atividade física, envolvem os pais, duram pelo menos 6 meses, e medem impacto em 3 níveis: teoria comportamental, comportamento alimentar, e índices de adiposidade.
Educação alimentar na prevenção da obesidade infantil
1. Obesidade
“Artigo”
Igor Rodrigues Coelho
Jhonathan Marinho
Kenia Rezende Honda
Maurivan Carneiro Santos
Sara Patrícia dos Santos Torres
Thiago Henrique de Deus e Silva
2. “Dietary Education in School-
Based Childhood Obesity
Prevention Programs”
SHARMA,Manoj
3. Objetivos
Apresentar as intervenções escolares para
prevenção da obesidade infanto-
juvenil, analisadas pelo artigo de base;
Determinar, a partir das inferências dos
casos estudados, quais as estratégias
ideais para realização de uma intervenção
eficiente para controle e prevenção da
obesidade infanto-juvenil.
4. Introdução
“A obesidade é definida como um excesso de
gordura corporal relacionado à massa magra, e o
sobrepeso como uma proporção relativa de peso
maior que a desejável para a altura, são condições
de etiologia multifatorial, cujo desenvolvimento
sofre influência de fatores biológicos, psicológicos
e sócio-econômicos.”
Oliveira et al.
5. Entendendo a Obesidade
A obesidade é uma desordem no balanço energético – energia dos
alimentos excede o gasto energético corporal, levando ao acúmulo
de triglicerídeos no tecido adiposo;
Doença EPIDÊMICA global;
Relacionada aos hábitos de vida da população e do
desenvolvimento socioeconômico e industrial;
Mais de 1 bilhão de pessoas tem sobrepeso e 30% delas com
obesidade;
A prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescente
aumentou para proporções epidêmicas;
10% das crianças em idade escolar estão com sobrepeso;
A obesidade causa aumento da morbidade e mortalidade, por
aumentar o risco de desenvolver hipertensão, diabetes mellitus tipo
2, hipercolesterolemia e estar associada a problemas psicológicos.
SHARMA, Manoj. 2011
6. Entendendo a Obesidade
O peso corporal depende de fatores
genéticos, metabólicos, comportamentais, ambientais, fatores
sócio-culturais e sócio-econômico;
Algumas estratégias de saúde pública para combater a
obesidade infantil são a promoção do aleitamento
materno, limitar o uso da televisão, incentivo a atividade
física, aumento da ingestão de frutas e vegetais;
Modificação da dieta é parte fundamental de todas
estratégias para combater a obesidade infantil.
SHARMA, Manoj. 2011
7. Caminho para a Obesidade
http://clinicaendocrino.site.med.br/index.asp?PageName=Obesi
10. Características Psicológicas
Características psicológicas em adultos e crianças
obesas são: passividade e submissão, preocupação
excessiva com comida, ingestão compulsiva de
alimentos e drogas, dependência e
infantilização, primitivismo, não aceitação do esquema
corporal, temor de não ser aceito ou
amado, indicadores de dificuldades de adaptação
social, bloqueio da agressividade, dificuldade para
absorver
frustração, desamparo, insegurança, intolerância e
culpa;
As crianças obesas, geralmente são mais regredidas e
infantilizadas; tendo dificuldades de lidar com suas
experiências de forma simbólica, de adiar satisfações e
obter prazer nas relações sociais, de lidar com a
sexualidade, além de uma baixa auto-estima e
dependência materna.
11. Dados do Estudo
A Equipe de pesquisadores buscou
analisar as intervenções escolares que
tinham como objetivo prevenir a obesidade
na infância e na adolescência, entre o início
de 2000 a maio de 2009 em algumas
escolas de Cincinnati – Ohio;
Utilizou-se como meio de pesquisa o
CINAHL, ERIC, e bases de dados
MEDLINE no período de 2000 a maio de
2009.
12. Analisando os Dados
Foram estudadas 25 intervenções;
17 das intervenções focaram em
comportamentos físicos e
alimentares, enquanto 8 intervenções
focaram somente em comportamentos
alimentares.
13. Resultados das intervenções
14 intervenções mediram mudanças nos
índices de adiposidade, como IMC (Peso em
relação à altura ao quadrado), circunferência
da cintura, pregas cutâneas;
Destas 14, apenas 6 demonstraram
alterações significativas nos índices de
adiposidade ou poderiam ser consideradas
bem sucedidas, ao afetarem a obesidade na
infância;
As intervenções que se concentram apenas
nos comportamentos alimentares podem ser
eficientes, mas seriam melhores caso
associassem o físico e o alimentar.
SHARMA, Manoj. 2011.
14. IMC Referência Consequências
<15 Abaixo do Peso Anorexia, Bulimia, Osteoporose e
auto consumo de massa muscular
15 a 18,5 Abaixo do Peso Transtornos digestivos, debilidade,
Stress, fadiga crônica, ansiedade
18,6 a Peso normal Em bom estado geral, boa vitalidade
24,9 e boa aparência física
25 a 29,9 Sobrepeso Fadiga, problemas digestivos e
circulatórios, má circulação e
varizes
30 a 39,9 Obesidade Grau Diabetes, angina de peito, trombo
I flebites, aterosclerose, embolia,
alteração menstrual
40 ou Obesidade Grau Dispnéia, apnéia, sonolência,
mais II tromboembolismo pulmonar, refluxo
esofágico, discriminação social,
sexual e laboral
Adaptado de FILHO, Geraldo Brasileiro. 20
15. Inferências dos resultados
Intervenções de curta duração podem ser bem
sucedidas, mas as mais longas do que 6 meses
tendem a melhores resultados;
Tempo é necessário para que haja mudança efetiva de
comportamento;
As intervenções proporcionaram educação alimentar
em sala de aula;
Algumas incluíram a participação de pais e
avós, organização de feiras e
festivais, aconselhamento, visitas
domiciliares, degustação de alimentos, vídeos
personalizados, venda de alimentos mais saudáveis na
escola;
Importância fundamental é o envolvimento dos pais e
da família, que muitas intervenções têm usado e tem
um potencial maior para influenciar nos
comportamentos alimentares.
16. Inferências dos resultados
Os personagens centrais das intervenções
foram:
1. Professores efetivos das Escolas
2. Nutricionistas
3. Alunos de graduação em enfermagem
4. Merendeiras
5. Professores convidados de uma Universidade
local
Os professores efetivos, parecem ser a escolha
mais viável, porque eles são certificados para
ensinar, conhecem os alunos, estão presentes
na escola, e podem ser facilmente treinados
para realizarem a intervenção.
17. Inferências dos resultados
Se o processo não é bom, então não
haverá nenhum impacto;
A análise qualitativa das intervenções
deveria ser feita pela avaliação final
do processo. Entretanto, apenas em 8
das 25 intervenções, a avaliação do
processo foi conduzida;
17 intervenções não foram analisadas
de forma qualitativa ou quantitativa.
18. Intervenção Modelo
Para avaliar o impacto do componente alimentar
de programas de prevenção à obesidade na
infância, os esforços devem ser feitos para medir
as mudanças em 3 níveis:
1. Em primeiro lugar, deve-se avaliar as alterações
nas construções da teoria comportamental;
2. Em segundo lugar, estabelecer mudanças no
comportamento alimentar, como frutas e
hortaliças, o tamanho das porções, o consumo
de bebidas açucaradas;
3. Por último, as mudanças nos índices de
adiposidade, como IMC, dobras
cutâneas, circunferência da cintura devem ser
utilizados como parâmetros de impacto.
19. Resumo das recomendações para futuras intervenções escolares
baseados na prevenção infância da obesidade dietética
Concentre-se em séries de ensino fundamental e de ensino médio
Acoplamento dos comportamentos alimentares com comportamentos
de atividade física
O uso de teoria comportamental (como a teoria social cognitiva) no
planejamento e avaliação
Medição de impacto em 3 níveis: 1) as construções da teoria
comportamental;2) do comportamento alimentar, 3) os índices de
adiposidade
Duração de pelo menos 6 meses
Estratégias com envolvimento dos pais / familiares
Inclusão de abordagens ambientais e políticas, como a construção de
apoio social, a modificação da alimentação escolar, e as mudanças nas
políticas de nutrição
Uso de professores para a implementação juntamente com
nutricionistas ou educadores de saúde
Utilização de planejamento experimental com atribuição aleatória ao
nível do grupo
Utilização do processo de avaliação de impacto para avaliar grau de
fidelidade de implementação e satisfação
SHARMA, Manoj. 2011.
20. Considerações Finais
A obesidade infantil na grande maioria dos casos, evolui para
a obesidade adulta. É necessária a formulação de ações que
busquem orientar a população infanto-juvenil quanto aos
riscos da obesidade e orientação para controle de peso;
Para garantir que uma intervenção seja eficiente deve-se
acoplar as mudanças de comportamentos alimentares às
mudanças de comportamentos de atividade física, realizar
avaliação do impacto da estratégia estabelecida através da
análise nas mudanças dos índices de
adiposidade, estabelecer mudanças no comportamento
alimentar, como frutas e hortaliças, o tamanho das porções, e
o consumo de bebidas açucaradas. Além disso, estabelecer
um tempo mínimo necessário (6 meses) para que haja
mudança comportamental;
Após exposto e entendida a situação, tem-se a idéia de um
projeto para orientação e controle de peso, que será iniciado
no segundo semestre de 2012, pelos componentes deste
grupo nas palestras realizadas na Escola Espírita André Luiz.
21. Referências
CAIXETA, Marcelo. Psicologia Médica. 1. ed. Rio
de Janeiro: Guamabara Koogan, 2005.
FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo Patologia. 7.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. P.
343.
OLIVEIRA,Ana et al . Prevenção na infância e
adolescência das doenças do adulto. In: Temas
denutrição em pediatria. Rio de Janeiro:
Departamento de nutrição / SBP 2001;1.
KUMAR, Vinay et al. Robbins & Cotran
Patologia: Bases Patológicas das Doenças.
7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. P. 482-486.
SHARMA, Manoj. Dietary Education in School-
Based Childhood Obesity Prevention Programs.
American Society for Nutrition. V. 2. P. 207S–
216S. 2011.