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Demência
       A demência pode ser notada principalmente pelas alterações do
raciocínio, como a perda da capacidade de abstracção e a repetição contínua
de ideias. Primeiro a pessoa começa a repetir uma frase (por exemplo, quando
lhe fazem uma pergunta e ela repete várias vezes a resposta). Com o tempo, o
idoso pode começar a repetir apenas uma palavra, tornando-se incapaz de
formar uma frase inteira.
      Outra característica da demência é a perda gradual da memória,
especialmente para eventos mais recentes. A pessoa que se encontra no
processo demencial pode lembrar-se perfeitamente do que ocorreu há muitos
anos, mas esquecer-se do que se passou no dia anterior ou coisas que lhe
foram ditas há poucos minutos. Isso, em parte, é causado pela incapacidade de
concentração, que a impede de registar determinado facto na memória.
      A demência está associada a várias doenças, sendo a mais comum a
demência de Alzheimer. Mas existem outras como a demência por esclerose
múltipla ou por Parkinson.
      A demência de Alzheimer e a demência associada à doença de
Parkinson são resultado de um processo degenerativo cerebral, levando à
morte neuronal, independentemente dos problemas vasculares.


      Os quadros de demência manifestam-se em três fases: leve, moderada
e grave.

Na primeira fase (demência leve), realiza-se necessariamente um exame
comparativo para ver como a pessoa era antes e como está agora,
estabelecendo o grau do dano. Esta fase é o início gradual da demência, no
qual podem ocorrer um ou mais dos aspectos a seguir:

    Diminuição de interesse;
    Dificuldade de aprender coisas novas e de tomar decisões;
    Irritação, vulnerabilidade, desconfiança, repetitividade;
    Impaciência, resistência a mudanças;
    Esquecimento do que foi dito há pouco tempo.
Durante a segunda fase (demência moderada), os aspectos já
   mencionados tornam-se mais evidentes, deixando a pessoa mais limitada.
   Com o agravamento, podem ocorrer factos como:

     Aumentar o esquecimento de factos recentes;
     Piorar a orientação; a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha
       estranha a sua casa;
     Aumentar a confusão quanto ao dia, mês, hora;
     Comportar-se inadequadamente: abraça um desconhecido, abre a
       roupa, tira os sapatos etc.;
     Deixar o fogão aceso, chuveiros e torneiras correndo a água, rádio e
       televisão ligados;
     Descuidar-se do próprio aspecto (não se penteia, veste-se mal), da sua
       higiene (não toma banho, não escova os dentes) e da sua alimentação.




    Na terceira e última fase (demência grave), a pessoa deve ser totalmente
ajudada, pois não terá condições de se manter sozinha. Geralmente, na fase
avançada da demência, aparecem as seguintes características:

    Descuido total quanto ao aspecto pessoal, à higiene e à alimentação;
    A orientação é nula, é possível que a pessoa não saiba, dependendo o
      grau, onde e com quem está;
    Aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se
      agressiva(o);
    Repetição de palavras, em geral incompreensíveis;
    Incontinência da urina e fezes;

   Quando o idoso demenciado sente-se confortável, alimentado e tratado com
carinho, e se encontra num ambiente calmo e aconchegado, com familiares e
cuidadores bem-relacionados, nota-se nele uma confiança positiva e uma
maior tranquilidade.
   À medida que a demência avança, há uma redução proporcional no
contacto com o mundo externo. Na prática, idoso demenciado começa a
apresentar problemas de relacionamento social por ter o raciocínio muito
diminuído e dificuldade de comunicação. Passa a ter uma dificuldade para
iniciar uma conversa, não conseguindo comunicar começando assim a isolar-
se. Na fase inicial da demência, a pessoa percebe que está a falhar e fica
muito envergonhada (o). Isola-se porque não quer que os outros notem isso.



Doença de Alzheimer

        A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células
cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com
causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e,
progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a
completa ausência de autonomia dos doentes. Os doentes de Alzheimer
tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer
os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados.
É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais
de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15
anos.


Qual a causa da doença de Alzheimer?
        A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No
entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença
geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária.
Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais
para filhos.



Diagnóstico e Sintomas

        Não    há   nenhum   exame   que   permita   diagnosticar,   de   modo
inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido
cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia. Assim, o diagnóstico da doença
de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise
do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância,
entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir
de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o
paciente vir a ter a doença de Alzheimer.




Sintomas da doença de Alzheimer

       Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória,
normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de
envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se
confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da
personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os
próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À
medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de
terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-
se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para
as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene,
vestuário, etc.

Tratamento
       A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que
atender a duas variáveis: Ao tratamento dos aspectos comportamentais.
Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de
diferentes profissionais de saúde; Ao tratamento dos desequilíbrios químicos
que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses
desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente,
tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a
doença de continuar a progredir.
Doença de Parkinson

      A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente
progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características
particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez
muscular. A doença de Parkinson afecta cerca de 1 % da população com mais
de 65 anos e 0,4 % da população com mais de 40 anos


Causas
      Na profundidade do cérebro existe uma área conhecida como os
gânglios basais. Quando o cérebro inicia uma acção como a de levantar um
braço, os neurónios nos gânglios basais contribuem para a precisão e a
uniformidade dos movimentos e coordenam as mudanças de posição. Os
gânglios basais processam os sinais e transmitem a informação ao tálamo, que
selecciona os impulsos processados e os envia para o córtex cerebral. Todos
estes sinais se transmitem através de neurotransmissores químicos sob a
forma de impulsos eléctricos pelas vias nervosas. A dopamina é o principal
neurotransmissor dos gânglios basais.
      Na doença de Parkinson produz-se uma degenerescência nas células
dos gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na acção da
dopamina e leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos.
A causa da degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina,
habitualmente, não é conhecida. O factor genético não parece desempenhar
um papel importante, embora a doença às vezes tenda a afectar famílias.
Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos a doença de
Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral, uma infecção
semelhante à gripe, relativamente pouco frequente mas grave, que causa a
inflamação do cérebro. Noutros casos, a doença de Parkinson deve-se a
processos degenerativos, fármacos ou produtos tóxicos que interferem ou
inibem a acção da dopamina no cérebro. Por exemplo, os antipsicóticos
utilizados no tratamento da paranóia grave e da esquizofrenia interferem com a
acção da dopamina sobre as células nervosas. Igualmente, uma forma de
opiáceo sintetizado ilegalmente e conhecido como N-MPTP pode causar uma
doença de Parkinson grave.
Sintomas e Diagnóstico
      A doença de Parkinson inicia-se, frequentemente, de forma insidiosa e
avança de forma gradual. Em muitas pessoas inicia-se como um tremor da
mão quando está em repouso. O tremor é máximo em repouso, diminui com o
movimento voluntário da mão e desaparece durante o sono. O tremor, leve e
rítmico, intensifica-se com a tensão emocional ou o cansaço. Embora o tremor
apareça numa mão, no final pode passar para a outra e afectar braços e
pernas. Podem ser afectadas também a mandíbula, a língua, a fronte e as
pálpebras. O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das pessoas
com a doença de Parkinson; noutras, torna-se menos visível à medida que a
doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor.
      A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a
rigidez muscular dificulta ainda mais a mobilidade. Quando o antebraço é
flectido ou estendido por outra pessoa, pode perceber-se a rigidez e uma
espécie de rangido. A rigidez e a imobilidade podem contribuir para produzir
dores musculares e sensação de cansaço. A combinação de todos estes
sintomas causa muitas dificuldades. A deterioração no controlo da musculatura
das mãos provoca uma dificuldade crescente para as actividades diárias, como
abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores.
      Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma
diminuição do pestanejar. É frequente que estas pessoas se babem ou se
engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o
que dificulta a deglutição. Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar
sussurrando com voz monótona e podem gaguejar devido à dificuldade que
têm para exprimir os seus pensamentos. A maioria mantém uma inteligência
normal, mas muitos desenvolvem demência.




Tratamento
      Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-se uma
ampla variedade de medicamentos, incluindo a levodopa, a bromocriptina, o
pergolide, a selegilina, anticolinérgicos (benzatropinaou tri-hexifenidilo), anti-
histamínicos, antidepressivos, propranolole amantadina. Nenhum destes
fármacos cura a doença nem suprime a sua evolução, mas facilitam o
movimento e durante anos estes doentes podem levar a cabo uma vida
funcionalmente activa. No cérebro a levodopa transforma-se em dopamina.
Este fármaco reduz o tremor e a rigidez muscular e melhora o movimento. A
administração de levodopa em pessoas com uma forma ligeira de doença de
Parkinson pode levá-las a recuperar uma actividade praticamente normal, e
inclusive algumas, que se viram obrigadas a permanecer na cama, podem
voltar a movimentar-se por si mesmas.
      O tratamento preferido para a doença de Parkinson é levodopa-
carbidopa, mas torna-se difícil encontrar o equilíbrio da melhor dose para um
doente em particular. A carbidopa possibilita que a levodopa alcance mais
eficazmente o cérebro e diminui os efeitos adversos da levodopafora do
mesmo. Certos efeitos secundários (como movimentos involuntários da boca,
da cara e dos membros) podem limitar a quantidade de levodopa que uma
pessoa pode tolerar. O tratamento prolongado com levodopa durante vários
anos significa, para algumas pessoas, ter de suportar movimentos involuntários
da língua e dos lábios, gesticulações e sacudidelas da cabeça e espasmos nos
membros.    Alguns   especialistas   julgam   que   associar   ou   substituir   a
bromocriptina por levodopa durante os anos iniciais do tratamento pode atrasar
o aparecimento dos movimentos involuntários.
      Com o passar dos anos vão-se reduzindo os períodos de alívio que
acompanham cada dose de levodopa-carbidopae períodos de dificuldade em
iniciar o movimento alternam com outros de hiperactividade incontrolável. Em
questão de segundos, a pessoa pode passar de um estado de mobilidade
aceitável a outro de incapacidade grave do movimento (o efeito on-off). Após
cinco anos de tratamento com levodopa, mais de 50 % dos doentes
experimentam estas flutuações abruptas. É possível controlá-las reduzindo a
dose de levodopa e administrando-a de forma mais frequente. Através do
transplante para o cérebro de pessoas com a doença de Parkinson de células
nervosas provenientes de tecido fetal humano podem normalizar-se as
alterações químicas da doença, mas não existe informação suficiente para
recomendar este procedimento. Um procedimento experimental anterior
consistia em transplantar um fragmento de glândula supra-renal do próprio
afectado para o seu cérebro, mas tal procedimento desvalorizou-se porque se
revelou um benefício muito modesto em comparação com o risco.
      A prática diária do máximo de actividades físicas possíveis e o
seguimento de um programa regular de exercícios podem contribuir para que
os afectados pela doença de Parkinson mantenham a mobilidade. A fisioterapia
e as ajudas mecânicas (como as cadeiras de rodas) podem ser úteis para
restabelecer um grau suficiente de autonomia. Uma dieta rica em fibras e uma
ingestão adequada de alimentos contribuirão para combater a obstipação que
pode ocorrer devido à inactividade, à desidratação e ao uso de alguns
fármacos. Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar
laxantes para manter a regularidade da função intestinal. Deve prestar-se uma
atenção especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a deglutição,
e às vezes de forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição.


Trabalho realizado por: Helena Dias

Data: 25 de Maio de 2009

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  • 1. Demência A demência pode ser notada principalmente pelas alterações do raciocínio, como a perda da capacidade de abstracção e a repetição contínua de ideias. Primeiro a pessoa começa a repetir uma frase (por exemplo, quando lhe fazem uma pergunta e ela repete várias vezes a resposta). Com o tempo, o idoso pode começar a repetir apenas uma palavra, tornando-se incapaz de formar uma frase inteira. Outra característica da demência é a perda gradual da memória, especialmente para eventos mais recentes. A pessoa que se encontra no processo demencial pode lembrar-se perfeitamente do que ocorreu há muitos anos, mas esquecer-se do que se passou no dia anterior ou coisas que lhe foram ditas há poucos minutos. Isso, em parte, é causado pela incapacidade de concentração, que a impede de registar determinado facto na memória. A demência está associada a várias doenças, sendo a mais comum a demência de Alzheimer. Mas existem outras como a demência por esclerose múltipla ou por Parkinson. A demência de Alzheimer e a demência associada à doença de Parkinson são resultado de um processo degenerativo cerebral, levando à morte neuronal, independentemente dos problemas vasculares. Os quadros de demência manifestam-se em três fases: leve, moderada e grave. Na primeira fase (demência leve), realiza-se necessariamente um exame comparativo para ver como a pessoa era antes e como está agora, estabelecendo o grau do dano. Esta fase é o início gradual da demência, no qual podem ocorrer um ou mais dos aspectos a seguir:  Diminuição de interesse;  Dificuldade de aprender coisas novas e de tomar decisões;  Irritação, vulnerabilidade, desconfiança, repetitividade;  Impaciência, resistência a mudanças;  Esquecimento do que foi dito há pouco tempo.
  • 2. Durante a segunda fase (demência moderada), os aspectos já mencionados tornam-se mais evidentes, deixando a pessoa mais limitada. Com o agravamento, podem ocorrer factos como:  Aumentar o esquecimento de factos recentes;  Piorar a orientação; a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha estranha a sua casa;  Aumentar a confusão quanto ao dia, mês, hora;  Comportar-se inadequadamente: abraça um desconhecido, abre a roupa, tira os sapatos etc.;  Deixar o fogão aceso, chuveiros e torneiras correndo a água, rádio e televisão ligados;  Descuidar-se do próprio aspecto (não se penteia, veste-se mal), da sua higiene (não toma banho, não escova os dentes) e da sua alimentação. Na terceira e última fase (demência grave), a pessoa deve ser totalmente ajudada, pois não terá condições de se manter sozinha. Geralmente, na fase avançada da demência, aparecem as seguintes características:  Descuido total quanto ao aspecto pessoal, à higiene e à alimentação;  A orientação é nula, é possível que a pessoa não saiba, dependendo o grau, onde e com quem está;  Aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se agressiva(o);  Repetição de palavras, em geral incompreensíveis;  Incontinência da urina e fezes; Quando o idoso demenciado sente-se confortável, alimentado e tratado com carinho, e se encontra num ambiente calmo e aconchegado, com familiares e cuidadores bem-relacionados, nota-se nele uma confiança positiva e uma maior tranquilidade. À medida que a demência avança, há uma redução proporcional no contacto com o mundo externo. Na prática, idoso demenciado começa a apresentar problemas de relacionamento social por ter o raciocínio muito
  • 3. diminuído e dificuldade de comunicação. Passa a ter uma dificuldade para iniciar uma conversa, não conseguindo comunicar começando assim a isolar- se. Na fase inicial da demência, a pessoa percebe que está a falhar e fica muito envergonhada (o). Isola-se porque não quer que os outros notem isso. Doença de Alzheimer A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes. Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados. É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos. Qual a causa da doença de Alzheimer? A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos. Diagnóstico e Sintomas Não há nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia. Assim, o diagnóstico da doença de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir
  • 4. de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a ter a doença de Alzheimer. Sintomas da doença de Alzheimer Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza- se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc. Tratamento A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que atender a duas variáveis: Ao tratamento dos aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de diferentes profissionais de saúde; Ao tratamento dos desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente, tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a doença de continuar a progredir.
  • 5. Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular. A doença de Parkinson afecta cerca de 1 % da população com mais de 65 anos e 0,4 % da população com mais de 40 anos Causas Na profundidade do cérebro existe uma área conhecida como os gânglios basais. Quando o cérebro inicia uma acção como a de levantar um braço, os neurónios nos gânglios basais contribuem para a precisão e a uniformidade dos movimentos e coordenam as mudanças de posição. Os gânglios basais processam os sinais e transmitem a informação ao tálamo, que selecciona os impulsos processados e os envia para o córtex cerebral. Todos estes sinais se transmitem através de neurotransmissores químicos sob a forma de impulsos eléctricos pelas vias nervosas. A dopamina é o principal neurotransmissor dos gânglios basais. Na doença de Parkinson produz-se uma degenerescência nas células dos gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na acção da dopamina e leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos. A causa da degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina, habitualmente, não é conhecida. O factor genético não parece desempenhar um papel importante, embora a doença às vezes tenda a afectar famílias. Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos a doença de Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral, uma infecção semelhante à gripe, relativamente pouco frequente mas grave, que causa a inflamação do cérebro. Noutros casos, a doença de Parkinson deve-se a processos degenerativos, fármacos ou produtos tóxicos que interferem ou inibem a acção da dopamina no cérebro. Por exemplo, os antipsicóticos utilizados no tratamento da paranóia grave e da esquizofrenia interferem com a acção da dopamina sobre as células nervosas. Igualmente, uma forma de opiáceo sintetizado ilegalmente e conhecido como N-MPTP pode causar uma doença de Parkinson grave.
  • 6. Sintomas e Diagnóstico A doença de Parkinson inicia-se, frequentemente, de forma insidiosa e avança de forma gradual. Em muitas pessoas inicia-se como um tremor da mão quando está em repouso. O tremor é máximo em repouso, diminui com o movimento voluntário da mão e desaparece durante o sono. O tremor, leve e rítmico, intensifica-se com a tensão emocional ou o cansaço. Embora o tremor apareça numa mão, no final pode passar para a outra e afectar braços e pernas. Podem ser afectadas também a mandíbula, a língua, a fronte e as pálpebras. O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das pessoas com a doença de Parkinson; noutras, torna-se menos visível à medida que a doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor. A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a rigidez muscular dificulta ainda mais a mobilidade. Quando o antebraço é flectido ou estendido por outra pessoa, pode perceber-se a rigidez e uma espécie de rangido. A rigidez e a imobilidade podem contribuir para produzir dores musculares e sensação de cansaço. A combinação de todos estes sintomas causa muitas dificuldades. A deterioração no controlo da musculatura das mãos provoca uma dificuldade crescente para as actividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores. Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma diminuição do pestanejar. É frequente que estas pessoas se babem ou se engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o que dificulta a deglutição. Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando com voz monótona e podem gaguejar devido à dificuldade que têm para exprimir os seus pensamentos. A maioria mantém uma inteligência normal, mas muitos desenvolvem demência. Tratamento Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-se uma ampla variedade de medicamentos, incluindo a levodopa, a bromocriptina, o pergolide, a selegilina, anticolinérgicos (benzatropinaou tri-hexifenidilo), anti- histamínicos, antidepressivos, propranolole amantadina. Nenhum destes
  • 7. fármacos cura a doença nem suprime a sua evolução, mas facilitam o movimento e durante anos estes doentes podem levar a cabo uma vida funcionalmente activa. No cérebro a levodopa transforma-se em dopamina. Este fármaco reduz o tremor e a rigidez muscular e melhora o movimento. A administração de levodopa em pessoas com uma forma ligeira de doença de Parkinson pode levá-las a recuperar uma actividade praticamente normal, e inclusive algumas, que se viram obrigadas a permanecer na cama, podem voltar a movimentar-se por si mesmas. O tratamento preferido para a doença de Parkinson é levodopa- carbidopa, mas torna-se difícil encontrar o equilíbrio da melhor dose para um doente em particular. A carbidopa possibilita que a levodopa alcance mais eficazmente o cérebro e diminui os efeitos adversos da levodopafora do mesmo. Certos efeitos secundários (como movimentos involuntários da boca, da cara e dos membros) podem limitar a quantidade de levodopa que uma pessoa pode tolerar. O tratamento prolongado com levodopa durante vários anos significa, para algumas pessoas, ter de suportar movimentos involuntários da língua e dos lábios, gesticulações e sacudidelas da cabeça e espasmos nos membros. Alguns especialistas julgam que associar ou substituir a bromocriptina por levodopa durante os anos iniciais do tratamento pode atrasar o aparecimento dos movimentos involuntários. Com o passar dos anos vão-se reduzindo os períodos de alívio que acompanham cada dose de levodopa-carbidopae períodos de dificuldade em iniciar o movimento alternam com outros de hiperactividade incontrolável. Em questão de segundos, a pessoa pode passar de um estado de mobilidade aceitável a outro de incapacidade grave do movimento (o efeito on-off). Após cinco anos de tratamento com levodopa, mais de 50 % dos doentes experimentam estas flutuações abruptas. É possível controlá-las reduzindo a dose de levodopa e administrando-a de forma mais frequente. Através do transplante para o cérebro de pessoas com a doença de Parkinson de células nervosas provenientes de tecido fetal humano podem normalizar-se as alterações químicas da doença, mas não existe informação suficiente para recomendar este procedimento. Um procedimento experimental anterior consistia em transplantar um fragmento de glândula supra-renal do próprio
  • 8. afectado para o seu cérebro, mas tal procedimento desvalorizou-se porque se revelou um benefício muito modesto em comparação com o risco. A prática diária do máximo de actividades físicas possíveis e o seguimento de um programa regular de exercícios podem contribuir para que os afectados pela doença de Parkinson mantenham a mobilidade. A fisioterapia e as ajudas mecânicas (como as cadeiras de rodas) podem ser úteis para restabelecer um grau suficiente de autonomia. Uma dieta rica em fibras e uma ingestão adequada de alimentos contribuirão para combater a obstipação que pode ocorrer devido à inactividade, à desidratação e ao uso de alguns fármacos. Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar laxantes para manter a regularidade da função intestinal. Deve prestar-se uma atenção especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a deglutição, e às vezes de forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição. Trabalho realizado por: Helena Dias Data: 25 de Maio de 2009