2. Localização: Rua Casino da Ponte / Rua Cabo Simão - Vila Nova de Gaia Requerente: Oporto Player – Investimentos Lda
Hotel
Casino da Ponte
PROJECTO DE RECONVERSÃO
E AMPLIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
3. 01 PRINCÍPIOS CONCEPTUAIS 5
02 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL 7
02.1 Considerações gerais 7
02.2 Distribuição do programa 9
03 INSERÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA 13
04 CONCEPÇÃO CONSTRUTIVA 15
05 IMAGEM DIURNA 16
06 PROJECTO 18
07 IMAGEM NOTURNA 32
08 IMAGENS INTERIORES 34
09 JOSÉ GIGANTE – NOTA BIOGRÁFICA 36
índice
34
4. 01
PRINCÍPIOS CONCEPTUAIS
Trata-se do projecto de reconversão e ampliação
de um conjunto de edifícios situados entre a Rua
Casino da Ponte e a Rua Cabo Simão, em Vila
Nova de Gaia, no sentido de aí criar uma unidade
hoteleira de quatro estrelas designada por Hotel
Casino da Ponte.
O conjunto preexistente é constituído por uma
série de três volumes de antigos armazéns escalo-
nados, construídos com paredes de alvenaria de
granito ao longo da escarpa que, descendo da Serra
do Pilar, se estende com abrupta pendente entre as
duas ruas atrás referidas. E ainda por um edifício
à cota superior onde até à década de 20 do século
passado funcionou o denominado Casino da Ponte,
um espaço de jogo clandestino servido por um
restaurante panorâmico e uma sala de espectáculos.
Terá sido a construção da ponte Luís I, nos finais
do século XIX, que proporcionou as condições para
a criação de melhores acessos e, por essa via, o de-
senvolvimento deste núcleo edificado sob a escarpa
do mosteiro da Serra do Pilar.
Após o fecho do Casino, o conjunto foi adquirido
pela firma Barros & Almeida, ligada à produção
e comércio de vinho do Porto, que em 1939 fez
obras nos edifícios dando-lhes genericamente a
sua configuração actual. Restam ainda sinais dessa
ocupação, tanto nas cubas de vinho existentes
como no curioso pináculo em forma de garrafa que
encima um dos mirantes dispostos na reduzida área
exterior da encosta.
O local apresenta condições excepcionais
tanto do ponto de vista paisagístico como da sua
articulação com as duas margens do Rio Douro,
sendo urgente que surjam oportunidades capazes de
viabilizarem a reabilitação do tecido edificado que
lhe dá forma.
O presente desígnio de aí situar um Hotel de
quatro estrelas com 80 quartos enquadra-se nessa
perspectiva, reconhecendo as condições vantajosas
da sua localização, entre o Mosteiro da Serra do
Pilar e a ponte Luís I, dispondo de meios de acesso
muito próximos (metro, teleférico, funicular e o
próprio tabuleiro inferior rodoviário da ponte que
une as duas margens do Rio Douro.
Sendo embora arquitectonicamente indissociá-
veis do conjunto construído em que se inserem,
os volumes integrantes do terreno objecto do
presente projecto constituem, pela sua dimensão
e posicionamento, uma parcela determinante na
identidade urbana do lugar, pelo que qualquer
projecto para a sua revitalização deverá estar atento
a essa especificidade.
Por isso, se por um lado o local se torna
naturalmente apetecível para a implantação de uma
unidade hoteleira, por outro lado convida, em nossa
opinião, a um conceito de inserção urbana assente
num relativo despojamento da sua imagem capaz
de manter tensa a interdependência com toda a sua
envolvente edificada.
Assim, é nosso propósito que o carácter singular
do futuro hotel decorra essencialmente da sua
própria diluição na atmosfera do Lugar, preser-
vando e aprofundando a sua pertença ao conjunto
envolvente que lhe dá sentido.
Nesse sentido, torna-se tema dominante a
consolidação da imagem dos longos volumes
escalonados que sobem em cascata desde a margem
do rio, sabendo que nenhum deles, por si só, é
suficientemente interessante do ponto de vista
arquitectónico e que a sua forte presença urbana
decorre fundamentalmente da coesão do conjunto
onde se integram.
É nessa perspectiva que foi desenvolvido o
presente projecto de arquitectura.
54
5. 02
No sentido da sua adequação à utilização como
Hotel, o projecto procura distribuir os espaços
integrados no programa de modo a preservar e até
a acentuar a identidade arquitectónica dos vários
corpos que compõem o conjunto edificado.
Assim, colocaram-se quase todos os quartos nos
três volumes escalonados dos antigos armazéns,
tendo sido possível integrar aí um total de 76 (se-
tenta e seis) unidades, todos com área superior aos
valores mínimos regulamentares para um hotel de
quatro estrelas (14,5 m2 para quartos individuais e
19,5 m2 para quartos duplos), integrando instalação
sanitária própria. Esta distribuição torna-se mais
rentável e apropriada, já que possibilita criar um
tipo de ordenamento repetitivo e orientar todas
as unidades no sentido do Rio Douro (se bem que
as dos pisos inferiores não possam beneficiar do
melhor enquadramento visual).
Apenas os restantes 4 (quatro) quartos se situam
no edifício de entrada (antigo Casino) situado à cota
mais alta, neste caso usufruindo de uma magnífica
vista sobre a cidade do Porto.
Deste modo, os quartos em geral ficam alojados
em áreas mais recatadas, resguardando a necessária
privacidade e permitindo manter a integridade
da forma dos actuais edifícios já que é suficiente
manter o ritmo dos vãos preexistentes, complemen-
tados por novas aberturas, verticalmente alinhadas
com os mesmos, a executar com configuração e
dimensão idênticas.
Pelo contrário, as áreas comuns e particularmente
o restaurante e bar requerem um outro enquadra-
mento na perspectiva da criação de espaços amplos
com uma franca articulação com as áreas exteriores
e, por isso, com maior apetência para se situarem
em volumes novos de ampliação construídos com
estruturas que permitam menos constrangimentos
espaciais. Também a sala de reuniões e o ginásio se
situam num novo corpo, proporcionando áreas mais
amplas de apropriação.
Unindo verticalmente estes dois corpos de
ampliação (restaurante-bar / cozinha e sala poliva-
lente / ginásio) desenvolve-se o esguio volume dos
elevadores situados fora dos edifícios preexistentes.
Por seu lado, a garagem (20 lugares) dispõe-se
no edifício preexistente que integra as antigas cubas
de vinho, as quais serão demolidas, permitindo a
criação de dois pisos de estacionamento graças à
grande dimensão do actual pé-direito. A adequação
da garagem a este corpo justifica-se pelo facto de o
volume existente não dispor de aberturas sobre o
Rio, uma vez que o seu limite norte confina com o
lote adjacente.
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL
02.1 Considerações gerais
76
6. 02
02.2 Distribuição do programa
Átrio / Recepção / Administração
Situa-se no corpo principal do edifício do antigo
casino, no amplo espaço existente de pé-direito
duplo, com um magnífico enquadramento visual do
rio. Trata-se duma óptima localização, à cota alta,
junto à ponte Luís I e à estação do Metro, perto do
teleférico e do miradouro da Serra do Pilar.
O espaço privado exterior que antecede a entrada
permite o estacionamento temporário de viaturas
para tomada e largada de tentes e bagagens.
A dimensão do espaço permite integrar neste
espaço uma folgada área de estar equipada (mesas
e sofás ou cadeiras), constituindo o edifício um ele-
mento com grande legibilidade na articulação com
o ponto de chegada da ponte a Vila Nova de Gaia.
O balcão de recepção dispõe de um comparti-
mento para bagagem dos clientes e articula directa-
mente com a área da Administração do Hotel.
Neste piso, dispõem-se ainda instalações sanitá-
rias para o pessoal administrativo e também para os
utentes, sendo esta última com divisão por sexos e
integração de uma unidade adaptada a pessoas com
mobilidade condicionada.
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL
Sala de Reuniões / Ginásio / Sauna
Junto à Rua Cabo Simão, o novo conjunto de
ampliação remata num corpo que acompanha a
frente de rua, no qual se insere uma grande Sala de
Reuniões de pé-direito duplo, privativa do Hotel,
destinada a reuniões / eventos, a qual dispõe de uma
frente envidraçada para o exterior.
No piso superior deste volume situa-se um
pequeno ginásio equipado com sauna e outras
valências a definir.
Estacionamento
O Hotel dispõe de estacionamento próprio para
20 viaturas ligeiras, com acesso directo pelo inte-
rior e ligação à Recepção através dos corredores
dos quartos.
Restaurante / Bar / Cozinha / Espaços exteriores
O Restaurante /Bar dispõe-se num amplo espaço
envidraçado em toda a sua fachada norte, voltada
ao Rio Douro, dispondo de uma extensa varanda
exterior que poderá funcionar como esplanada.
A partir do Restaurante é possível aceder às
plataformas exteriores do terreno, que serão objecto
de um arranjo paisagístico adequado, com novos
muros e áreas ajardinadas, conforme expresso em
desenhos. Para tal, prevê-se a demolição integral
dos dois volumes / mirante já referidos, sem
qualquer interesse arquitectónico, que perturbam a
relação entre o Restaurante e a paisagem.
Em todas as plataformas exteriores, mesmo as
situadas na cobertura dos edifícios, prevê-se um
recobrimento ajardinado contínuo que uniformize a
imagem do conjunto, conforme também documen-
tado em plantas
O Restaurante / Bar será ainda complementado
por um pequeno Bar informal situado no piso
superior do novo corpo de elevadores, servido por
uma ampla janela panorâmica com vista sobre a
cidade do Porto.
A Cozinha e a Área de Pessoal situam-se no piso
sobre o Restaurante / Bar, dispondo de vãos envi-
draçados mas sem visibilidade a partir do exterior,
já que se localizam por detrás da pala frontal situada
no alinhamento do limite da esplanada.
As cargas e descargas para a Cozinha processam-
-se directamente a partir da Rua do Casino da
Ponte, através de elevador e escada de serviço
próprios, conforme evidenciado em plantas.
A Cozinha comunica com o Restaurante através
de escada interior e ainda por sistema monta-pratos
articulado com uma copa existente no piso inferior.
O Restaurante / Bar é servido por instalações sa-
nitárias próprias com divisão por sexos e integração
de uma unidade adaptada a pessoas com mobilida-
de condicionada.
98
7. Circulações / Acessos interiores
A partir da recepção, os clientes do Hotel poderão
dirigir-se ao piso superior (piso 12), onde se situam
4 (quatro) quartos ou descer para os pisos situados
até à cota do Restaurante / Bar (piso 7) através de
dois elevadores, cujo pequeno átrio dispõe, em
todos os pisos de vãos envidraçados tanto para a
Rua do Casino da Ponte como para a abrangente
panorâmica sobre o Porto.
Em todos os pisos os elevadores são acompanha-
dos de escadas enclausuradas com compartimenta-
ção corta-fogo em geral.
Existe também um elevador de serviço paralelo
para uso do pessoal do hotel, integrado em circuito
de serviço totalmente independente. A partir do
piso do Restaurante/Bar, que constitui o espaço cen-
tral do conjunto, o percurso dos clientes é transferi-
do para um segundo grupo de dois elevadores que
desce até aos restantes pisos dentro de um volume
próprio integrado no novo corpo de ampliação.
Os três volumes dos restantes quartos (76) são
apoiados tanto pelo já referido elevador de serviço
(que liga entre si os pisos 6 a 12) como por um
outro elevador de serviço (que liga entre si os pisos
1 a 6) integrado no corpo de ampliação que contém
os ascensores dos utentes. Tais elevadores de serviço
são sempre antecedidos de uma copa de serviço
na ligação aos corredores dos quartos, criando
entre si um circuito interno exclusivo do pessoal,
absolutamente independente dos percursos usados
pelos utentes. A alteração de prumada entre os dois
monta-cargas de serviço processa-se no piso 6, num
espaço exclusivo de serviço, assim assegurando a
total independência do respectivo circuito, desde
o piso 1 até ao piso 12, com ligação directa tanto à
lavandaria como à área de pessoal / cozinha e ainda
à entrada de serviço pela Rua Casino da Ponte.
Refira-se ainda a presença de um percurso
interno ao conjunto edificado que seguirá ao longo
de espaços onde a escarpa se encontra visível e que
constituirá a revitalização de um antigo percurso
existente, sendo nos desenhos legendado como
espaço exterior coberto, já que será ventilado
naturalmente, funcionando também como caminho
de evacuação em caso de incêndio.
Quartos
De acordo com a solução apresentada, prevêem-se
64 quartos duplos (com áreas úteis entre 19,60 m2
e 34,43 m2) e 16 quartos individuais (com áreas
úteis entre 15,35 m2 e 19,63 m2), num total de 80
unidades de alojamento com capacidade para 144
camas individuais fixas.
Refira-se que a percentagem da área média das
unidades de alojamento excede as áreas mínimas
obrigatórias em 14,2 %.
Todos os quartos dispõem de instalação sanitária
própria com diversas configurações definidas em
plantas.
Os 76 quartos dispostos nos volumes dos
antigos armazéns têm ainda uma pequena varanda
reentrante na fachada voltada ao Rio, que transporta
para o interior do volume a caixilharia, conferindo
aos edifícios um carácter que os aproxima do
imaginário de uma ruína.
Conforme já referido, todos os pisos de quartos
são servidos por um elevador reservado ao pessoal
e por uma pequena copa de serviço, ambos ligados
a um circuito interno de serviço de ligação à
lavandaria / tratamento de roupa, à cozinha e à área
do pessoal.
Refira-se finalmente a criação, à cota superior, de
um novo volume de ampliação destinado a quartos,
implantado sobre o corpo preexistente que acolherá
a garagem.
No percurso desde os elevadores até aos quartos,
os utentes atravessarão, em quase todos os pisos,
umas “pontes” envidraçadas de onde poderão
usufruir da magnífica paisagem do Rio.
1110
8. O conjunto edificado preexistente constitui uma
unidade bem sedimentada no espaço urbano
envolvente, constituindo com este uma sólida base
do belíssimo Mosteiro da Serra do Pilar.
Pelo modo como se implanta é bem legível que
entre este conjunto e a paisagem que o enquadra se
estabelece uma relação mutuamente contemplativa,
transformando a construção em elemento indisso-
ciável da caracterização arquitectónica do Lugar.
Daí o deliberado propósito, já expresso no ponto
1 desta Memória, de que o futuro Hotel se dilua
na arquitectura envolvente, sabendo que qual-
quer destaque demasiado ostensivo o banalizará,
aproximando-o do conceito de tantas e tantas
unidades hoteleiros que aspiram a uma imagem
demarcadora da sua presença.
Alguns aspectos importantes foram tidos em
conta na concepção do projecto tendentes a consoli-
dar esta inserção urbana e paisagística mas também
evidenciar subtis sinais que permitam ler a discreta
individualidade do Hotel:
»» A manutenção da cércea da generalidade dos edi-
fícios preexistentes, com excepção para o volume
superior dos antigos armazéns, cuja cércea subirá
cerca de 2 metros para incluir mais um piso de
quartos. Este volume superior será complemen-
tado por um novo corpo de ampliação no sentido
nascente, que integrará dois pisos de quartos e
cujas fachadas serão desenhadas em continuida-
de com o edifício lateral preexistente.
»» A manutenção do ritmo e dimensão das janelas
existentes nestes volumes, sendo que os novos
pisos integrados no seu interior respeitarão nas
aberturas as mesmas características. Para tal,
proceder-se-á a uma translacção vertical dos
vãos, de modo a preservar-se a identidade da
fachada, no que respeita à relação cheio/vazio e
ao ritmo das aberturas
»» A criação de varandas reentrantes nos quartos,
que retiram as caixilharias dos vãos, criando
sombras nas fachadas que as aproximam da ima-
gem de ruínas, ou seja da sua actual identidade.
No volume inferior, onde as aberturas são maio-
res, a varanda intercepta os vãos em metade da
sua largura (sendo a outra metade envidraçada),
criando a ilusão de um novo redimensionamento
do vão que o aproxima da métrica dos dois
volumes superiores.
»» Todos os enxertos e alterações nestas fachadas
serão executados com alvenaria de granito à vista
e pintada de branco, à semelhança dos antigos
armazéns intercalados entre o nosso terreno e o
Rio Douro.
»» Por outro lado, a actual fragilidade do edifício su-
perior do antigo Casino, nomeadamente no que
se refere ao seu apoio na escarpa, será subvertida
pelo novo volume de ampliação do Restaurante /
Cozinha, cujo desenho concretizado num com-
pacto corpo de betão permitirá criar uma base
sólida capaz de estabilizar e consolidar a imagem
do antigo edifício onde se situará a entrada do
Hotel. Assim, a Cozinha, que também ocupará
o piso superior por imperativo de viabilizar as
descargas a partir da Rua do Casino da Ponte
(no interior do edifício existente) acaba por dar
corpo a um volume fechado que ganha todo o
sentido no equilíbrio do conjunto reabilitado.
»» O desdobramento dos ascensores em duas
prumadas diferentes permite ligar o corpo do
Restaurante / Cozinha ao próprio volume dos
elevadores, conferindo mais unidade ao conjunto.
Por outro lado, tal processo de desdobramento
viabiliza a colocação de um tramo superior dos
acessos verticais dentro do edifício existente, re-
duzindo o impacto do novo volume de ampliação
na paisagem.
»» Refira-se finalmente que o presente processo
integra um pedido de isenção de colocação
de painéis solares, subscrito por especialista
credenciado, prevenindo um aspecto fundamen-
tal na preservação da identidade da arquitectura
do conjunto, também estribada na sequência de
telhados com manifesta importância na paisagem
urbana.
03
INSERÇÃO URBANA
E PAISAGÍSTICA DA EDIFICAÇÃO
1312
9. 04
Corpo de ampliação
Na reconversão destes três edifícios prevê-se a
manutenção das paredes exteriores de granito
primitivas e a reconstrução no mesmo material das
extensões das mesmas afectadas por ampliações.
De modo a uniformizar as superfícies exteriores,
resultantes da intervenção proposta no projecto,
prevê-se uma pintura directa das fachadas, de cor
branca, com produto que permita manter a leitura
da textura da alvenaria de granito. Este procedimen-
to corresponde, aliás, ao usado tradicionalmente
nos antigos armazéns situados na envolvente.
A estrutura dos novos pavimentos será executada
com lajes de betão maciço ou aligeirado, sendo o
revestimento dos quartos executado com soalho de
madeira maciça. As caixilharias serão de madeira
pintada com vidro duplo.
O corpo de ampliação destinado a quartos,
sobreposto ao volume preexistente que irá conter
a garagem, será obviamente construído com um
sistema mais aligeirado, prevendo-se uma estrutura
metálica e fachadas executadas com alvenaria de
tijolo, sendo também pintadas a branco.
Trata-se de um terreno caracterizado por uma
enorme pendente, com a presença dos elementos
rochosos da escarpa que se estende desde o Rio
Douro até ao Mosteiro da Serra do Pilar.
A presença desta escarpa, que inclusivamente
surge à vista em algumas áreas do interior dos
edifícios exigirá grande atenção na elaboração
do projecto de execução, nomeadamente no que
se refere ao Projecto de Fundações e Estruturas,
considerando que os actuais edifícios constituem
elementos de contraventamento da mesma escarpa.
A consolidação da escarpa em geral, em toda a
área do terreno constitui, por isso, um tema central
no desenvolvimento do projecto e preparação da
obra, tanto no que se refere ao edificado como
aos espaços exteriores e respectivos muros de
contenção.
Será integralmente executado com paredes exterio-
res de betão à vista, com forra interior de tijolo e
isolamento térmico intercalar. As caixilharias serão
de alumínio ou madeira pintados.
O betão, sendo o material mais adequado
para a forma proposta, é o que mais se adequa ao
propósito já enunciado de conferir aos volumes um
carácter compacto, já que se situam no actual espaço
exterior ocupado pelas poucas plataformas abertas
na escarpa. Por outro lado, tal configuração, conso-
lidada num desenho que privilegia a continuidade
compositiva entre os dois corpos de betão (superior
e inferior) e o volume dos elevadores, está também
ligado a um sinal de contemporaneidade importante
na compreensão dos tempos de construção do
conjunto projectado.
Edifício do antigo CasinoBlocos de quartosCaracterização do terreno
Será mantido com a sua configuração actual, rebo-
cado e pintado, admitindo-se que a obra possa vir a
revelar superfícies de parede em que a qualidade da
alvenaria de granito aconselhe seja deixada à vista.
As caixilharias serão de madeira pintada.
CONCEPÇÃO CONSTRUTIVA
1514
20. José Gigante nasce no Porto em 1952 e licencia-se em
Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do
Porto (ESBAP) em 1981. Entre 1978 e 1994 colaborou
no gabinete de Jorge Gigante e Francisco Melo, sendo
responsável por vários projectos e obras. Entre 1988
e 1991 realiza alguns projectos em co-autoria com
João Álvaro Rocha. Desde 1997 é sócio-gerente da
empresa “José Gigante - Arquitecto Lda”.
Iniciou a sua actividade docente em 1981, tendo
leccionado na Escola Superior de Belas Artes do
Porto - ESBAP (1981-84), Faculdade de Arquitectura
da Universidade do Porto – FAUP (1984-1998),
Departamento de Arquitectura da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
- DARQ-FCTUC (1992-2010) e Escola Superior de
Artes e Design – ESAD (2012-2013).
Actualmente é Professor Convidado na Faculdade
de Arquitectura da Universidade do Porto – FAUP
(desde 2010) e no novo curso de arquitectura da
Universidade Lusófona do Porto – ULP (desde 2012).
Foi também Professor Visitante na École
d’Architecture de Clermont-Ferrand – ENSACF
(1989), École d’Architecture de Nancy - ENSAN
(1991), e Facultad de Arquitectura de Universidad
de Palermo - UP / Buenos Aires (1999) e Norwegian
University of Science and Technology / Trodheim
–NTNU (2013).
»» Prémio Gulbenkian de Arquitectura / Design, 1986;
»» Prémio Nacional de Arquitectura AAP/SEC, 1987;
»» Prémio Secretaria de Estado da Energia, 1988;
»» Prémio Architécti / Centro Cultural de Belém,
1994;
»» Prémio Instituto Nacional de Habitação, 1997;
»» Prémio Municipal de Arquitectura Januário
Godinho, 1998;
»» 2º Prémio RECRIA, 2000;
»» 1.º Prémio Europeu de Arquitectura AIA-Europe
(American Institute of Architects - Europe
International Design Award) / Madrid, 2001
»» 1.º Lugar no Concurso para o Laboratório
Nacional de Investigação Veterinária / Vila
do Conde, 1990;
»» 1.º Lugar no Concurso para o Instituto de
Comunicações de Portugal / Porto, 1992;
»» 1.º Lugar no Concurso para o Conjunto de
Habitações Sociais das Eirinhas / Porto, 1995;
»» 2.º Lugar no Concurso para a Escola de
Arqueologia do Freixo / Marco de Canavezes,
2001;
»» 3.º Lugar no Concurso para a Reabilitação do
Mosteiro de S. Salvador de Grijó, 2001;
»» 2.º Lugar no Concurso para a Plaza de la UAM /
Madrid, 2007;
»» 2.º Lugar no Concurso para o Novo Edifício
Central da Câmara Municipal de Loures, 2007
PrémiosBiografia Concursos
09
JOSÉ GIGANTE
NOTA BIOGRÁFICA
»» Finalista do Prémio Internazionale di
Architettura Andrea Palladio / Vicenza, 1991;
»» Menção Honrosa no Prémio Nacional de
Arquitectura AAP/SEC, 1993;
»» Menção Honrosa no Prémio Nacional de
Arquitectura AAP/AECOPS, 1993;
»» Menção Honrosa no Prémio Architécti, 1993;
»» Finalista do Premio Iberfad/Alejandro de la Sota
/ Barcelona, 1996;
»» Finalista do Prémio Secil de Arquitectura, 1996
e 1998;
»» Nomeado para o Prémio Europeu de
Arquitectura Mies Van der Rohe / Barcelona,
1997;
»» Finalista da I Bienal Ibero-americana de
Arquitectura e Engenharia Civil / Madrid, 1998;
»» Finalista do Prémio Europeu de Arquitectura
Mies Van der Rohe / Barcelona, 1999;
»» Finalista do Prémio “A Pedra na Arquitectura”,
1999;
»» Finalista do Prémio FAD de Arquitectura /
Barcelona, 2000;
»» Menção Honrosa no Prémio “A Pedra na
Arquitectura”, 2005;
»» Finalista do I Prémio ENOR de Arquitectura /
Vigo, 2005;
»» Menção Especial no Prémio de Arquitectura em
Tijolo de Face à Vista, 2005;
»» Finalista do IV Prémio ENOR de Arquitectura /
Vigo, 2009.
Projectos e obras expostos e publicados em:
Alemanha, Argentina, Brasil, Dinamarca, Espanha,
Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Itália,
Inglaterra, Portugal e Suíça.
Distinções Exposições, conferências e publicações
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