SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 25
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Anota¸c˜oes sobre L´ogica matem´atica
Rodrigo Carlos Silva de Lima ‡
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sum´ario
1 L´ogica matem´atica 4
1.1 Nega¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Conjun¸c˜ao, (e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 Disjun¸c˜ao ou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Condicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.1 Condicional →, se · · · ent˜ao · · · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · · . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.5 Tautologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.6 Proposi¸c˜oes logicamente falsas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.7 Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8 Rela¸c˜ao de equivalˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8.1 Comutatividade da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8.2 Associatividade da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.8.3 p ∧ p ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.8.4 p ∧ v ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.5 p ∧ f ⇔ f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.6 Comutatividade da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.7 Associatividade da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.8 p ∨ p ⇔ p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.9 p ∨ v ⇔ v. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.10 p ∨ f ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). . . . . . . . . . . . 14
1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). . . . . . . . . . . . 14
1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2
SUM ´ARIO 3
1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.9 Senten¸cas abertas e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9.1 Quantificador universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9.2 Quantificador existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.10 Nega¸c˜ao de proposi¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.1 Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.2 Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.3 Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.11 Contrapositiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.11.1 Condi¸c˜oes necess´arias e suficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.11.2 An´alise l´ogica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.11.3 S´ımbolos para conectivos e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . 21
1.12 N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.13 Quest˜oes l´ogicas e brincadeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Cap´ıtulo 1
L´ogica matem´atica
Defini¸c˜ao 1 (Proposi¸c˜ao). N˜ao daremos defini¸c˜ao rigorosa de proposi¸c˜ao, tentaremos
dar apenas uma no¸c˜ao intuitiva . As proposi¸c˜oes s˜ao senten¸cas, declarativas, que podem
ser classificadas como verdadeiras (v) ou falsas (f). Iremos considerar como proposi¸c˜ao o
conte´udo verdadeiro ou falso expresso por uma frase, ent˜ao por exemplo uma proposi¸c˜ao
n˜ao depende da l´ıngua em que foi escrita, dependendo apenas do que se entende dela.
X Proposi¸c˜oes s˜ao declarativas, n˜ao s˜ao exclamativas, nem interrogativas.
X Possuem apenas um valor l´ogico v ou f.
Diremos que os valores l´ogicos v e f s˜ao opostos . Os valores v ou f tamb´em podem ser
simbolizados por 0 ou 1 respectivamente.
Defini¸c˜ao 2 (Argumento). Um argumento ´e uma sequˆencia finita de proposi¸c˜oes, de
uma determinada linguagem, da forma
(pk)n+1
1 := (p1, . . . , pn+1)
onde as n primeiras proposi¸c˜oes (pk)n
1 se chamam premissas do argumento e a ´ultima
proposi¸c˜ao pn+1 = c ´e a conclus˜ao do argumento. Podemos ler tal argumento como:
p1, . . . , pn, ent˜ao c,
4
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 5
ou usar outras conjun¸c˜oes conclusivas como “portanto”, “por conseguinte”, “logo”no lugar
de “ent˜ao”. Outros modos de se escrever um argumento s˜ao
p1, . . . , pn, pn+1,
p1, . . . , pn
pn+1
,
p1, . . . , pn/pn+1,
p1
...
pn
pn+1
Defini¸c˜ao 3 (Argumentos v´alidos e inv´alidos). Um argumento (pk)n+1
1 ´e dito correto
ou v´alido se a conclus˜ao c = pn+1 for verdadeira sempre que as premissas (pk)n
1 forem
verdadeiras. Se as premissas s˜ao verdadeiras e a conclus˜ao for falsa o argumento ´e dito
inv´alido ou incorreto.
1.1 Nega¸c˜ao
Defini¸c˜ao 4 (Nega¸c˜ao de uma proposi¸c˜ao). Dada uma proposi¸c˜ao p, definimos a
nega¸c˜ao da proposi¸c˜ao p como uma proposi¸c˜ao ∼ p, de tal maneira como na tabela
abaixo
p ∼ p
v f
f v
Os valores l´ogicos de p e ∼ p s˜ao sempre opostos, por defini¸c˜ao .
1.2 Conjun¸c˜ao, (e)
Defini¸c˜ao 5 (Tabela verdade da conjun¸c˜ao). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos
uma nova proposi¸c˜ao chamada conjun¸c˜ao das proposi¸c˜oes p e q, denotada por p ∧ q, que
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 6
ser´a verdadeira quando p e q s˜ao simultaneamente verdadeiras, conforme a tabela verdade
a seguir:
p q p ∧ q
v v v
v f f
f v f
f f f
p ∧ q lˆe-se p e q.
1.3 Disjun¸c˜ao ou
Defini¸c˜ao 6 (Tabela verdade da disjun¸c˜ao). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos
uma nova proposi¸c˜ao chamada disjun¸c˜ao das proposi¸c˜oes p e q, denotada por p ∨ q, que
ser´a verdadeira quando pelo menos uma for verdadeira, conforme a tabela verdade a seguir
p q p ∨ q
v v v
v f v
f v v
f f f
1.4 Condicionais
1.4.1 Condicional →, se · · · ent˜ao · · ·
Defini¸c˜ao 7 (Tabela verdade do condicional →). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q
formamos uma nova proposi¸c˜ao p → q , que tem como algumas op¸c˜oes de leitura : Se p
ent˜ao q, p ´e condi¸c˜ao necess´aria para q, q ´e condi¸c˜ao suficiente para p. Os valores l´ogicos
da nova proposi¸c˜ao s˜ao conforme a tabela verdade a seguir
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 7
p q p → q
v v v
v f f
f v v
f f v
1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · ·
Defini¸c˜ao 8 (Tabela verdade do condicional ↔). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q
formamos uma nova proposi¸c˜ao p ↔ q , que tem como algumas op¸c˜oes de leitura :p se
e somente se q, p ´e condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para q. Os valores l´ogicos da nova
proposi¸c˜ao s˜ao conforme a tabela verdade a seguir
p q p ↔ q
v v v
v f f
f v f
f f v
p ↔ q ´e verdadeira quando p e q possuem mesmo valor l´ogico .
1.5 Tautologias
Defini¸c˜ao 9 (Tautologia). Uma proposi¸c˜ao p, ´e uma tautologia se ela possui o valor
l´ogico v (verdadeiro), independente do valor l´ogico das proposi¸c˜oes que formam p .
Exemplo 1. p ou ∼ p ´e uma tautologia, pois a proposi¸c˜ao p ou a proposi¸c˜ao ∼ p ´e
uma proposi¸c˜ao verdadeira.
Propriedade 1. A proposi¸c˜ao
(p∧ ∼ p) → (q ∨ p)
´e uma tautologia.
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 8
Demonstra¸c˜ao. Precisamos testar apenas um n´umero finito de casos, das com-
bina¸c˜oes poss´ıveis das proposi¸c˜oes p e q, por isso montamos uma tabela .
p q ∼ p p ∧ ∼ p q ∨ p (p∧ ∼p ) → (q ∨ p)
v v f f v v
v f f f v v
f v f f v v
f f v f f v
Corol´ario 1. Como vimos na tabela anterior p∧ ∼p ´e sempre falsa, logo sua nega¸c˜ao
´e uma tautologia, ∼ (p∧ ∼p) sempre assume valor verdadeiro.
Propriedade 2. ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q) ´e uma tautologia .
Demonstra¸c˜ao. Novamente constru´ımos a tabela verdade da proposi¸c˜ao, testando
todas possibilidades de valores l´ogicos para p e q .
p q p ∧ q ∼ (p ∧ q) ∼ p ∼ q (∼ p) ∨ (∼ q) ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q)
v v v f f f f v
v f f v f v v v
f v f v v f v v
f f f v v v v v
1.6 Proposi¸c˜oes logicamente falsas
Defini¸c˜ao 10 (Proposi¸c˜ao logicamente falsa). Uma proposi¸c˜ao p, ´e uma Proposi¸c˜ao
logicamente falsa se ela possui o valor l´ogico f (falso), independente do valor l´ogico das
proposi¸c˜oes que formam p .
Tais proposi¸c˜oes tamb´em podem ser chamadas de inconsistentes ou contradi¸c˜oes.
Exemplo 2. p∧ ∼ p ´e uma Proposi¸c˜ao logicamente falsa, pois a proposi¸c˜ao p ou a
proposi¸c˜ao ∼ p ´e uma proposi¸c˜ao falsa.
Propriedade 3. (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) ´e uma proposi¸c˜ao logicamente falsa.
Demonstra¸c˜ao. Faremos a tabela verdade analisando todas possibilidades para
p e q .
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 9
p q ∼ p ∼ q p∨ ∼ q (∼ p) ∧ q (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f f v f
f f v v v f f
Corol´ario 2. Como (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) ´e uma proposi¸c˜ao logicamente falsa, ent˜ao
sua nega¸c˜ao ´e uma tautologia.
1.7 Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao
Defini¸c˜ao 11 (Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao). Dadas proposi¸c˜oes p e q, dizemos que p
implica q, quando a proposi¸c˜ao p → q ´e verdadeira , simbolizamos tal ocorrˆencia com
p ⇒ q.
Defini¸c˜ao 12 (Teorema). Um teorema ´e uma implica¸c˜ao da forma h ⇒ t, onde h ´e
chamada de hip´otese, t de tese .
Em geral consideramos h como sendo verdadeira.
Defini¸c˜ao 13 (Demonstra¸c˜ao de um teorema). Como ideia intuitiva a demonstra¸c˜ao
de um teorema, significa mostrar que n˜ao ocorre o caso da hip´otese ser verdadeira e a tese
falsa , isto ´e, temos h ⇒ t.
1.8 Rela¸c˜ao de equivalˆencia
Defini¸c˜ao 14 (Rela¸c˜ao de equivalˆencia). Dadas proposi¸c˜oes p e q, dizemos que p ´e
equivalente a q, quando a proposi¸c˜ao p ↔ q ´e verdadeira e simbolizamos tal ocorrˆencia
com p ⇔ q.
1.8.1 Comutatividade da conjun¸c˜ao
Propriedade 4 (Comutatividade da Conjun¸c˜ao). Vale que p ∧ q ⇔ q ∧ p.
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 10
Demonstra¸c˜ao. Comparamos as tabelas verdade
p q p ∧ q q ∧ p
v v v v
v f f f
f v f f
f f f f
portanto s˜ao equivalentes.
1.8.2 Associatividade da conjun¸c˜ao .
Propriedade 5 (Associatividade da conjun¸c˜ao .). Vale que
(p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r),
para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r.
Demonstra¸c˜ao.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos poss´ıveis .
p q r (p ∧ q) (p ∧ q) ∧ r q ∧ r p ∧ (q ∧ r)
v v f v f f f
v v v v v v v
v f f f f f f
v f v f f f f
f v f f f f f
f v v f f v f
f f f f f f f
f f v f f f f
(p ∧ q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) possuem tabelas verdade iguais logo s˜ao equivalentes.
1.8.3 p ∧ p ⇔ p.
Propriedade 6. Vale que p ∧ p ⇔ p.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 11
p p ∧ p
v v
f f
Por isso p ∧ p assume sempre o valor l´ogico de p .
1.8.4 p ∧ v ⇔ p.
Propriedade 7. Vale que p ∧ v ⇔ p. Onde v ´e uma proposi¸c˜ao verdadeira.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
p p ∧ v
v v
f f
Por isso p ∧ v assume sempre o valor l´ogico de p .
1.8.5 p ∧ f ⇔ f.
Propriedade 8. Vale que p ∧ f ⇔ f. Onde f ´e uma proposi¸c˜ao falsa.
Demonstra¸c˜ao.
Analisamos a tabela verdade
p p ∧ f
v f
f f
Por isso p ∧ f assume sempre o valor falso, independente do valor l´ogico de p.
1.8.6 Comutatividade da disjun¸c˜ao
Propriedade 9 (Comutatividade da disjun¸c˜ao). Vale que p∨q ⇔ q∨p. Para quaisquer
proposi¸c˜oes p e q .
Demonstra¸c˜ao.
Analisamos as possibilidades usando a tabela verdade.
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 12
p q p ∨ q q ∨ p
v v v v
v f v v
f v v v
f f f f
Analisando as possibilidades de valores verdade para p e q , observamos que as tabelas
para p ∨ q e q ∨ p s˜ao idˆenticas .
Se pelo menos p ou q s˜ao verdadeiras ent˜ao p ∨ q e q ∨ p s˜ao verdadeiras. Caso ambas
p e q sejam falsas ent˜ao p ∨ q e q ∨ p s˜ao falsas.
1.8.7 Associatividade da disjun¸c˜ao .
Propriedade 10 (Associatividade da disjun¸c˜ao .). Vale que
(p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r),
para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r.
Demonstra¸c˜ao.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos poss´ıveis .
p q r (p ∨ q) (p ∨ q) ∧ r q ∨ r p ∨ (q ∨ r)
v v f v v v v
v v v v v v v
v f f v v f v
v f v v v v v
f v f v v v v
f v v v v v v
f f f f f f f
f f v f v v v
(p ∨ q) ∨ r e p ∨ (q ∨ r) possuem tabelas verdade iguais logo s˜ao equivalentes.
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 13
1.8.8 p ∨ p ⇔ p
Propriedade 11. Vale que
p ∨ p ⇔ p,
para qualquer proposi¸c˜ao p.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
p p ∨ p
v v
f f
Como as tabelas verdades s˜ao iguais ent˜ao as proposi¸c˜oes possuem mesmo valor l´ogico .
1.8.9 p ∨ v ⇔ v.
Propriedade 12. Vale que
p ∨ v ⇔ v,
para qualquer proposi¸c˜ao p e v o valor verdade.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
p p ∨ v
v v
f v
Ent˜ao p ∨ v sempre assume o valor v e por isso vale a equivalˆencia p ∨ v ⇔ v .
1.8.10 p ∨ f ⇔ p.
Propriedade 13. Vale que
p ∨ f ⇔ p,
para qualquer proposi¸c˜ao p e f o valor falso.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 14
p p ∨ f
v v
f f
Ent˜ao p ∨ f sempre assume o valor verdade de p e por isso vale a equivalˆencia p ∨ f ⇔ p .
1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).
Propriedade 14. Para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r vale que
p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade com todos poss´ıveis valores verda-
des de p, q e r
p q r q ∨ r p ∧ q p ∧ r p ∧ (q ∨ r) (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
v v f v v f v v
v v v v v v v v
v f f f f f f f
v f v v f v v v
f v f v f f f f
f v v v f f f f
f f f f f f f f
f f v v f f f f
de onde podemos perceber que p ∧ (q ∨ r) e (p ∧ q) ∨ (p ∧ r), possuem sempre o mesmo
valor l´ogico por isso temos a equivalˆencia .
1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).
Propriedade 15. Para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r vale que
p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade com todos poss´ıveis valores verda-
des de p, q e r
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 15
p q r q ∧ r p ∨ q p ∨ r p ∨ (q ∧ r) (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
v v f f v v v v
v v v v v v v v
v f f f v v v v
v f v f v v v v
f v f f v f f f
f v v v v v v v
f f f f f f f f
f f v f f v f f
de onde podemos perceber que p ∨ (q ∧ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r), possuem sempre o mesmo
valor l´ogico por isso temos a equivalˆencia .
1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
Propriedade 16. Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q vale que
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
p q p ∨ q p ∧ (p ∨ q)
v v v v
v f v v
f v v f
f f f f
da´ı segue que p ∧ (p ∨ q) equivale `a p.
1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
Propriedade 17. Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q vale que
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 16
p q p ∨ q p ∨ (p ∧ q)
v v v v
v f f v
f v f f
f f f f
da´ı segue que p ∨ (p ∧ q) equivale `a p.
1.9 Senten¸cas abertas e quantificadores
Defini¸c˜ao 15 (Senten¸cas abertas- fun¸c˜oes proposicionais). Senten¸cas abertas s˜ao
senten¸cas que contˆem vari´aveis, proposi¸c˜oes que podem assumir valores l´ogicos distintos
n˜ao determinados a priori. Tais senten¸cas n˜ao s˜ao proposi¸c˜oes pois seu valor l´ogico n˜ao
´e definido a princ´ıpio, dependendo das vari´aveis. Podemos denotar uma senten¸ca aberta
como P(X) onde X ´e um conjunto de vari´aveis . Senten¸cas abertas tamb´em podem ser
chamadas de fun¸c˜oes proposicionais.
1.9.1 Quantificador universal
Defini¸c˜ao 16 (Quantificador universal ∀). O quantificador universal ∀ ´e um s´ımbolo
que associado a uma senten¸ca aberta P(X) a transforma em uma proposi¸c˜ao, da forma
que (∀X) (P(X)) ´e verdadeira se para qualquer conjunto X de vari´aveis aplicaveis a
senten¸ca P, P(x) ´e verdadeira e falsa caso contr´ario .
O s´ımbolo ∀ pode ser lido como “para todo”, “qualquer que seja”, “para cada”.
1.9.2 Quantificador existencial
Defini¸c˜ao 17 (Quantificador existencial ∃). O quantificador existencial ∃ ´e um
s´ımbolo que associado a uma senten¸ca aberta P(X) a transforma em uma proposi¸c˜ao,
da forma que (∃X) (P(X)) ´e verdadeira se existe algum conjunto X de vari´aveis apli-
caveis a senten¸ca P tal que P(x) ´e verdadeira e falsa caso n˜ao exista esse conjunto de
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 17
vari´aveis aplic´aveis , isto ´e, a nega¸c˜ao de (∀X) (P(X)) ´e (∃X) (∼ P(X)) e a nega¸c˜ao de
(∃X) (P(X)) ´e (∀X) (∼ P(X)).
O s´ımbolo ∃ pode ser lido como “existe”, “existe pelo menos um”, “existe um”.
1.10 Nega¸c˜ao de proposi¸c˜oes
1.10.1 Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao
Propriedade 18 (Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao). Para qualquer proposi¸c˜ao p vale que
∼ (∼ p) ⇔ p.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
p ∼ p ∼ (∼ p)
v f v
f v f
da´ı segue que ∼ (∼ p) equivale `a p.
1.10.2 Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao
Propriedade 19 (Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao). Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q temos
que
∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p) ∨ (∼ q).
A nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao ´e a disjun¸c˜ao das nega¸c˜oes.
Demonstra¸c˜ao. Comparamos a tabela verdade das proposi¸c˜oes
p q ∼ p ∼ q p ∧ q ∼ (p ∧ q) (∼ p) ∨ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v f v v
f v v f f v v
f f v v f v v
observando que s˜ao equivalentes.
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 18
1.10.3 Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao
Propriedade 20 (Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao). Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q temos
que
∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q).
A nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao ´e a conjun¸c˜ao das nega¸c˜oes.
Demonstra¸c˜ao. Comparamos a tabela verdade das proposi¸c˜oes
p q ∼ p ∼ q p ∨ q ∼ (p ∨ q) (∼ p) ∧ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f v f f
f f v v f v v
observando que s˜ao equivalentes.
1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.
Propriedade 21 (Nega¸c˜ao de uma condicional simples). ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.
Nega¸c˜ao de p implica q ´e equivalente a p e n˜ao q.
Demonstra¸c˜ao. Analisamos os casos na tabela verdade.
p q ∼ q p → q ∼ (p → q) p ∧ (∼ q)
v v f v f f
v f v f v v
f v f v f f
f f v v f f
por meio da tabela verdade acima podemos perceber que o valor verdade de ∼ (p → q)
e p∧ ∼ q s˜ao idˆenticos .
Propriedade 22 (Nega¸c˜ao de proposi¸c˜ao quantificada). Lembrando que temos as
seguintes nega¸c˜oes, da defini¸c˜ao dos quantificadores:
∼ (∀xp(x)) ⇔ ∃ ∼ p(x),
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 19
n˜ao ( para todo x p(x)) ´e equivalente a existe n˜ao p(x),
∼ (∃xp(x)) ⇔ ∀ ∼ p(x),
n˜ao ( existe x p(x)) ´e equivalente a para todo x n˜ao p(x).
1.11 Contrapositiva
Propriedade 23 (Contrapositiva).
p ⇒ q ⇔∼ q ⇒∼ p.
A proposi¸c˜ao ∼ q ⇒∼ p ´e chamada contrapositiva da proposi¸c˜ao p ⇒ q.
Demonstra¸c˜ao. Comparamos as tabelas verdades das duas proposi¸c˜oes .
p q p → q ∼ q ∼ p ∼ q →∼ p
v v v f f v
v f f v f f
f v v f v v
f f v v v v
como as tabelas verdade coincidem, ent˜ao as proposi¸c˜oes s˜ao equivalentes.
A contrapositiva ´e ´util em matem´atica, algumas proposi¸c˜oes s˜ao consideradas mais
f´aceis de serem demonstradas quando colocadas da forma contrapositiva.
1.11.1 Condi¸c˜oes necess´arias e suficientes
Defini¸c˜ao 18. Dizemos que A ´e condi¸c˜ao necess´aria para B quando B ⇒ A . B ⇒ A
equivale pela contrapositiva a proposi¸c˜ao ∼ A ⇒∼ B.
Exemplo 3. Morar na Europa ´e uma condi¸c˜ao necess´aria para morar em Portugal.
Se n˜ao mora na Europa n˜ao mora em Portugal.
Defini¸c˜ao 19. Dizemos que A ´e condi¸c˜ao suficiente para B quando A ⇒ B .
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 20
Exemplo 4. Morar em Portugal ´e uma condi¸c˜ao suficiente para morar na Europa.
Uma pessoa mora que mora em Portugal mora na Europa.
Observa¸c˜ao 1. A ´e uma condi¸c˜ao ´e necess´aria e suficiente para B quando temos
A ⇔ B. Defini¸c˜oes s˜ao condi¸c˜oes necess´arias e suficientes. Uma condi¸c˜ao necess´aria
e suficiente tamb´em ´e chamada sine qua non. Consideramos defini¸c˜oes, intuitivamente,
apenas o nome dado a certas entes que poderiam existir ou ser imaginados.
Defini¸c˜ao 20 (Definiendum). O que desejamos definir chamamos de definiendum .
Defini¸c˜ao 21 (Definiens). O que usamos para definir se chama definiens.
Exemplo 5. Considere a seguinte defini¸c˜ao de n´umero par. Um n´umero ´e chamado
de par se ´e da forma 2n com n ∈ Z. Neste caso “par”´e o definiendum, o que definimos e
“N´umero da forma 2n com n ∈ Z”´e o definiens.
Defini¸c˜ao 22 (Proposi¸c˜ao como consequˆencia l´ogica). Seja C um conjunto de pro-
posi¸c˜oes e p uma proposi¸c˜ao. Dizemos que p ´e consequˆencia l´ogica (ou semˆantica) de
C quando p ´e verdadeira sempre que todas as proposi¸c˜oes de C possuam valor l´ogico
verdadeiro, denotamos tal fato por
C p.
A express˜ao C p pode ser lida como :
1. de C conclui-se logicamente p (ou semanticamente),
2. C implica l´ogicamente p.
Se C for um conjunto finito, digamos C = {p1, . . . , pn} podemos escrever tamb´em
p1, . . . , pn p,
Se C for o conjunto vazio podemos denotar p .
Corol´ario 3. Um argumento (pk)n+1
1 ´e valido ⇔ p1, . . . , pn pn+1
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 21
1.11.2 An´alise l´ogica
Vamos entender como explicitar a forma l´ogica de uma proposi¸c˜ao p sendo o ato de
deixar claro o modo como essa proposi¸c˜ao ´e formada a partir de proposi¸c˜oes ou condi¸c˜oes
mais simples utilizando operadores l´ogicos.
Defini¸c˜ao 23 (An´alise L´ogica). Entendemos como an´alise l´ogica a identifica¸c˜ao e
classifica¸c˜ao das componentes l´ogicas e n˜ao l´ogicas de proposi¸c˜oes e demais express˜oes de
uma l´ıngua ou linguagem.
1.11.3 S´ımbolos para conectivos e quantificadores
Resumimos aqui alguns s´ımbolos para conectivos e quantificadores.
S´ımbolo, Leitura Opera¸c˜ao l´ogica Alternativos
∧, e Conjun¸c˜ao &- ·
∨, ou Disjun¸c˜ao +
∼, n˜ao Nega¸c˜ao ¬,p
→, se . . ., ent˜ao Implica¸c˜ao, condicionalidade ⇒, ⊃
↔, se e s´o se Equivalˆencia ⇔, ≡
∀, para todo Quantifica¸c˜ao universal Π, ()
∃, existe Quantifica¸c˜ao existencial Σ, E
1.12 N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional
Defini¸c˜ao 24 (N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional). Temos pelo menos 2
n´ıveis de an´alise l´ogica, que citamos a seguir.
X O n´ıvel proposicional em que interessa apenas o modo como uma proposi¸c˜ao ´e com-
posta de proposi¸c˜oes mais simples por meio de conectivos, sem importar o conte´udo
das proposi¸c˜oes.
X O n´ıvel quantificacional em que o intuito ´e analisar
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 22
1.13 Quest˜oes l´ogicas e brincadeiras
Exemplo 6. A gata do Pedrinho sempre espirra antes de uma chuva. Ela espirrou
hoje e Pedrinho pensou:”Isto significa que vai chover”. Ele est´a necessariamente certo?
N˜ao necessariamente pois choveu implica a gata espirrou n˜ao ´e o mesmo que a gata
espirrou implica que chover´a .
Exemplo 7. Um professor desenhou diversos c´ırculos em uma folha de papel. Ele
mostrou a folha para um estudante e depois perguntou : ”Quantos c´ırculos h´a nesta
p´agina?”A resposta foi sete , e estava correto . O professor mostrou a folha para outro
aluno e perguntou, novamente quantos c´ırculos havia naquela p´agina que foi mostrada, a
resposta foi cinco, e estava correta. Quantos c´ırculos havia na folha?
O professor mostrou p´aginas diferentes da mesma folha ( por exemplo, frente e verso
), em uma havia 5 e em outra 7 . Logo o total na folha ´e de 5 + 7 = 12.
Exemplo 8. O filho do pai de uma pessoa est´a falando com o pai do filho desta
pessoa e esta pessoa n˜ao est´a participando da conversa, isto ´e poss´ıvel?.
Sim, como na imagem abaixo, e uma solu¸c˜ao sendo a pessoa do sexo feminino.
Figura 1.1: legenda
Exemplo 9 (OBM-2012-Primeira fase -n´ıvel 3-Quest˜ao 1). Quantas vogais tˆem a
resposta correta desse problema?
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 23
1. Seis
2. Cinco
3. Quatro
4. Trˆes
5. Duas
A resposta correta tem que possuir o mesmo n´umero de vogais que a quantidade que
indica, ent˜ao ´e a op¸c˜ao 5), Duas, que possui duas vogais.
Exemplo 10. Um recipiente A possui exatamente x litros de leite e nada mais ,
outro recipiente B possui exatamente x litros de ch´a m´agico e nada mais. ´E retirado
do recipiente A, z litros e colocados em B, a mistura se torna ent˜ao homogˆenea , se
retira dessa mistura z litros que s˜ao colocados no recipiente A, qual a rela¸c˜ao entre a
porcentagem de ch´a m´agico no recipiente A com a de leite no recipiente B ? .
S˜ao iguais, pois considere (x, 0)A, a primeira coordenada d´a a quantidade de leite no
recipiente A e a segunda a quantidade de ch´a m´agico . (0, x)B a primeira coordenada d´a
a quantidade de leite no recipiente B a segunda a quantidade de ch´a m´agico .
Na segunda etapa temos (x − z, 0)A e (z, x)B, na terceira etapa o liquido em B fica
homogeneo, ent˜ao tiramos z, mais metade deve ser de ch´a e a outra metade de leite,
ent˜ao ficamos com (x −
z
2
,
z
2
)A, (
z
2
, x −
z
2
)B da´ı a porcentagem de ch´a em A ´e igual a
porcentagem de leite em B , como se pode verificar .
Exemplo 11. Trˆes l´ogicos entram em um bar. Um Gar¸com pergunta se todos
trˆes desejam cerveja. Um dos l´ogicos responde, ”n˜ao sei”, um segundo l´ogico responde o
mesmo, j´a o terceiro responde, sim, todos queremos cerveja e com isso todos s˜ao servidos
e bebem . Explique como o terceiro l´ogico deduziu que todos realmente queriam cerveja.
Se o primeiro l´ogico a falar n˜ao quisesse cerveja, ele poderia dizer que n˜ao seria verdade
que todos trˆes queriam e poderia responder ”n˜ao”, como ele deseja beber ent˜ao responde
que n˜ao sabe, pois n˜ao tem informa¸c˜ao sobre o que desejam os outros, o mesmo acontece
CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 24
para o segundo l´ogico, pois n˜ao sabe se o terceiro gostaria de beber, por´em o terceiro l´ogico
analisando a resposta dos outros percebe que eles querem beber, pois caso contr´ario teriam
respondido n˜ao, como ele tamb´em deseja beber, responde que sim.

Weitere ähnliche Inhalte

Andere mochten auch

Andere mochten auch (9)

1081
10811081
1081
 
Ref Letter Tina Montzka
Ref Letter Tina MontzkaRef Letter Tina Montzka
Ref Letter Tina Montzka
 
El Universo
El UniversoEl Universo
El Universo
 
Anbefaling Advokat
Anbefaling AdvokatAnbefaling Advokat
Anbefaling Advokat
 
Arbeitszeugnis Deep Impact (1)
Arbeitszeugnis Deep Impact (1)Arbeitszeugnis Deep Impact (1)
Arbeitszeugnis Deep Impact (1)
 
සතියේ සුපුවත july 26 aug 01
සතියේ සුපුවත  july 26 aug 01සතියේ සුපුවත  july 26 aug 01
සතියේ සුපුවත july 26 aug 01
 
Kayla Noble - Ref 1
Kayla Noble - Ref 1Kayla Noble - Ref 1
Kayla Noble - Ref 1
 
MBTI Certification
MBTI CertificationMBTI Certification
MBTI Certification
 
Proceso de aprendizaje
Proceso de aprendizajeProceso de aprendizaje
Proceso de aprendizaje
 

Ähnlich wie Logic1 (20)

Argmat2009
Argmat2009Argmat2009
Argmat2009
 
Lógica para ciencia da computaçao joao nunes souza
Lógica para ciencia da computaçao   joao nunes souzaLógica para ciencia da computaçao   joao nunes souza
Lógica para ciencia da computaçao joao nunes souza
 
Series
SeriesSeries
Series
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 
Lógica Proposicional
Lógica ProposicionalLógica Proposicional
Lógica Proposicional
 
Lógica e teoria de conjuntos ppt
Lógica e teoria de conjuntos  pptLógica e teoria de conjuntos  ppt
Lógica e teoria de conjuntos ppt
 
Lambda Calculo
Lambda CalculoLambda Calculo
Lambda Calculo
 
Racicínio Lógico
 Racicínio Lógico Racicínio Lógico
Racicínio Lógico
 
Enunciado ficha logica
Enunciado ficha logicaEnunciado ficha logica
Enunciado ficha logica
 
Condições
CondiçõesCondições
Condições
 
Introd logica mat ii
Introd logica mat iiIntrod logica mat ii
Introd logica mat ii
 
Apostila lógica matemática
Apostila lógica matemáticaApostila lógica matemática
Apostila lógica matemática
 
exercicios resolvidos df Matemática discreta
exercicios resolvidos df Matemática discretaexercicios resolvidos df Matemática discreta
exercicios resolvidos df Matemática discreta
 
Analise matematica-2003
Analise matematica-2003Analise matematica-2003
Analise matematica-2003
 
Introd logica mat
Introd logica matIntrod logica mat
Introd logica mat
 
Rlm
RlmRlm
Rlm
 
Raciocínio lógico argumentativo
Raciocínio lógico argumentativoRaciocínio lógico argumentativo
Raciocínio lógico argumentativo
 
m60
m60m60
m60
 
Modulo iv
Modulo ivModulo iv
Modulo iv
 

Mehr von Gutemberg Sales

Mehr von Gutemberg Sales (6)

Dinamica
DinamicaDinamica
Dinamica
 
Topologiaespacometri (1)
Topologiaespacometri (1)Topologiaespacometri (1)
Topologiaespacometri (1)
 
Cidr calculo de subrede
Cidr   calculo de subredeCidr   calculo de subrede
Cidr calculo de subrede
 
Seqe
SeqeSeqe
Seqe
 
Basiconumcomplex (1)
Basiconumcomplex (1)Basiconumcomplex (1)
Basiconumcomplex (1)
 
Limites2
Limites2Limites2
Limites2
 

Logic1

  • 1. Anota¸c˜oes sobre L´ogica matem´atica Rodrigo Carlos Silva de Lima ‡ rodrigo.uff.math@gmail.com ‡
  • 2. 1
  • 3. Sum´ario 1 L´ogica matem´atica 4 1.1 Nega¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.2 Conjun¸c˜ao, (e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.3 Disjun¸c˜ao ou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.4 Condicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.4.1 Condicional →, se · · · ent˜ao · · · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · · . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.5 Tautologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.6 Proposi¸c˜oes logicamente falsas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.7 Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.8 Rela¸c˜ao de equivalˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.8.1 Comutatividade da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.8.2 Associatividade da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.8.3 p ∧ p ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.8.4 p ∧ v ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.8.5 p ∧ f ⇔ f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.8.6 Comutatividade da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.8.7 Associatividade da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.8.8 p ∨ p ⇔ p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.8.9 p ∨ v ⇔ v. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.8.10 p ∨ f ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). . . . . . . . . . . . 14 1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). . . . . . . . . . . . 14 1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2
  • 4. SUM ´ARIO 3 1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.9 Senten¸cas abertas e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.9.1 Quantificador universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.9.2 Quantificador existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.10 Nega¸c˜ao de proposi¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.10.1 Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.10.2 Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.10.3 Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.11 Contrapositiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.11.1 Condi¸c˜oes necess´arias e suficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.11.2 An´alise l´ogica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.11.3 S´ımbolos para conectivos e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . 21 1.12 N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.13 Quest˜oes l´ogicas e brincadeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
  • 5. Cap´ıtulo 1 L´ogica matem´atica Defini¸c˜ao 1 (Proposi¸c˜ao). N˜ao daremos defini¸c˜ao rigorosa de proposi¸c˜ao, tentaremos dar apenas uma no¸c˜ao intuitiva . As proposi¸c˜oes s˜ao senten¸cas, declarativas, que podem ser classificadas como verdadeiras (v) ou falsas (f). Iremos considerar como proposi¸c˜ao o conte´udo verdadeiro ou falso expresso por uma frase, ent˜ao por exemplo uma proposi¸c˜ao n˜ao depende da l´ıngua em que foi escrita, dependendo apenas do que se entende dela. X Proposi¸c˜oes s˜ao declarativas, n˜ao s˜ao exclamativas, nem interrogativas. X Possuem apenas um valor l´ogico v ou f. Diremos que os valores l´ogicos v e f s˜ao opostos . Os valores v ou f tamb´em podem ser simbolizados por 0 ou 1 respectivamente. Defini¸c˜ao 2 (Argumento). Um argumento ´e uma sequˆencia finita de proposi¸c˜oes, de uma determinada linguagem, da forma (pk)n+1 1 := (p1, . . . , pn+1) onde as n primeiras proposi¸c˜oes (pk)n 1 se chamam premissas do argumento e a ´ultima proposi¸c˜ao pn+1 = c ´e a conclus˜ao do argumento. Podemos ler tal argumento como: p1, . . . , pn, ent˜ao c, 4
  • 6. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 5 ou usar outras conjun¸c˜oes conclusivas como “portanto”, “por conseguinte”, “logo”no lugar de “ent˜ao”. Outros modos de se escrever um argumento s˜ao p1, . . . , pn, pn+1, p1, . . . , pn pn+1 , p1, . . . , pn/pn+1, p1 ... pn pn+1 Defini¸c˜ao 3 (Argumentos v´alidos e inv´alidos). Um argumento (pk)n+1 1 ´e dito correto ou v´alido se a conclus˜ao c = pn+1 for verdadeira sempre que as premissas (pk)n 1 forem verdadeiras. Se as premissas s˜ao verdadeiras e a conclus˜ao for falsa o argumento ´e dito inv´alido ou incorreto. 1.1 Nega¸c˜ao Defini¸c˜ao 4 (Nega¸c˜ao de uma proposi¸c˜ao). Dada uma proposi¸c˜ao p, definimos a nega¸c˜ao da proposi¸c˜ao p como uma proposi¸c˜ao ∼ p, de tal maneira como na tabela abaixo p ∼ p v f f v Os valores l´ogicos de p e ∼ p s˜ao sempre opostos, por defini¸c˜ao . 1.2 Conjun¸c˜ao, (e) Defini¸c˜ao 5 (Tabela verdade da conjun¸c˜ao). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos uma nova proposi¸c˜ao chamada conjun¸c˜ao das proposi¸c˜oes p e q, denotada por p ∧ q, que
  • 7. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 6 ser´a verdadeira quando p e q s˜ao simultaneamente verdadeiras, conforme a tabela verdade a seguir: p q p ∧ q v v v v f f f v f f f f p ∧ q lˆe-se p e q. 1.3 Disjun¸c˜ao ou Defini¸c˜ao 6 (Tabela verdade da disjun¸c˜ao). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos uma nova proposi¸c˜ao chamada disjun¸c˜ao das proposi¸c˜oes p e q, denotada por p ∨ q, que ser´a verdadeira quando pelo menos uma for verdadeira, conforme a tabela verdade a seguir p q p ∨ q v v v v f v f v v f f f 1.4 Condicionais 1.4.1 Condicional →, se · · · ent˜ao · · · Defini¸c˜ao 7 (Tabela verdade do condicional →). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos uma nova proposi¸c˜ao p → q , que tem como algumas op¸c˜oes de leitura : Se p ent˜ao q, p ´e condi¸c˜ao necess´aria para q, q ´e condi¸c˜ao suficiente para p. Os valores l´ogicos da nova proposi¸c˜ao s˜ao conforme a tabela verdade a seguir
  • 8. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 7 p q p → q v v v v f f f v v f f v 1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · · Defini¸c˜ao 8 (Tabela verdade do condicional ↔). Dadas duas proposi¸c˜oes p e q formamos uma nova proposi¸c˜ao p ↔ q , que tem como algumas op¸c˜oes de leitura :p se e somente se q, p ´e condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para q. Os valores l´ogicos da nova proposi¸c˜ao s˜ao conforme a tabela verdade a seguir p q p ↔ q v v v v f f f v f f f v p ↔ q ´e verdadeira quando p e q possuem mesmo valor l´ogico . 1.5 Tautologias Defini¸c˜ao 9 (Tautologia). Uma proposi¸c˜ao p, ´e uma tautologia se ela possui o valor l´ogico v (verdadeiro), independente do valor l´ogico das proposi¸c˜oes que formam p . Exemplo 1. p ou ∼ p ´e uma tautologia, pois a proposi¸c˜ao p ou a proposi¸c˜ao ∼ p ´e uma proposi¸c˜ao verdadeira. Propriedade 1. A proposi¸c˜ao (p∧ ∼ p) → (q ∨ p) ´e uma tautologia.
  • 9. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 8 Demonstra¸c˜ao. Precisamos testar apenas um n´umero finito de casos, das com- bina¸c˜oes poss´ıveis das proposi¸c˜oes p e q, por isso montamos uma tabela . p q ∼ p p ∧ ∼ p q ∨ p (p∧ ∼p ) → (q ∨ p) v v f f v v v f f f v v f v f f v v f f v f f v Corol´ario 1. Como vimos na tabela anterior p∧ ∼p ´e sempre falsa, logo sua nega¸c˜ao ´e uma tautologia, ∼ (p∧ ∼p) sempre assume valor verdadeiro. Propriedade 2. ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q) ´e uma tautologia . Demonstra¸c˜ao. Novamente constru´ımos a tabela verdade da proposi¸c˜ao, testando todas possibilidades de valores l´ogicos para p e q . p q p ∧ q ∼ (p ∧ q) ∼ p ∼ q (∼ p) ∨ (∼ q) ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q) v v v f f f f v v f f v f v v v f v f v v f v v f f f v v v v v 1.6 Proposi¸c˜oes logicamente falsas Defini¸c˜ao 10 (Proposi¸c˜ao logicamente falsa). Uma proposi¸c˜ao p, ´e uma Proposi¸c˜ao logicamente falsa se ela possui o valor l´ogico f (falso), independente do valor l´ogico das proposi¸c˜oes que formam p . Tais proposi¸c˜oes tamb´em podem ser chamadas de inconsistentes ou contradi¸c˜oes. Exemplo 2. p∧ ∼ p ´e uma Proposi¸c˜ao logicamente falsa, pois a proposi¸c˜ao p ou a proposi¸c˜ao ∼ p ´e uma proposi¸c˜ao falsa. Propriedade 3. (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) ´e uma proposi¸c˜ao logicamente falsa. Demonstra¸c˜ao. Faremos a tabela verdade analisando todas possibilidades para p e q .
  • 10. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 9 p q ∼ p ∼ q p∨ ∼ q (∼ p) ∧ q (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) v v f f v f f v f f v v f f f v v f f v f f f v v v f f Corol´ario 2. Como (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) ´e uma proposi¸c˜ao logicamente falsa, ent˜ao sua nega¸c˜ao ´e uma tautologia. 1.7 Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao Defini¸c˜ao 11 (Rela¸c˜ao de implica¸c˜ao). Dadas proposi¸c˜oes p e q, dizemos que p implica q, quando a proposi¸c˜ao p → q ´e verdadeira , simbolizamos tal ocorrˆencia com p ⇒ q. Defini¸c˜ao 12 (Teorema). Um teorema ´e uma implica¸c˜ao da forma h ⇒ t, onde h ´e chamada de hip´otese, t de tese . Em geral consideramos h como sendo verdadeira. Defini¸c˜ao 13 (Demonstra¸c˜ao de um teorema). Como ideia intuitiva a demonstra¸c˜ao de um teorema, significa mostrar que n˜ao ocorre o caso da hip´otese ser verdadeira e a tese falsa , isto ´e, temos h ⇒ t. 1.8 Rela¸c˜ao de equivalˆencia Defini¸c˜ao 14 (Rela¸c˜ao de equivalˆencia). Dadas proposi¸c˜oes p e q, dizemos que p ´e equivalente a q, quando a proposi¸c˜ao p ↔ q ´e verdadeira e simbolizamos tal ocorrˆencia com p ⇔ q. 1.8.1 Comutatividade da conjun¸c˜ao Propriedade 4 (Comutatividade da Conjun¸c˜ao). Vale que p ∧ q ⇔ q ∧ p.
  • 11. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 10 Demonstra¸c˜ao. Comparamos as tabelas verdade p q p ∧ q q ∧ p v v v v v f f f f v f f f f f f portanto s˜ao equivalentes. 1.8.2 Associatividade da conjun¸c˜ao . Propriedade 5 (Associatividade da conjun¸c˜ao .). Vale que (p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r), para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r. Demonstra¸c˜ao. Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos poss´ıveis . p q r (p ∧ q) (p ∧ q) ∧ r q ∧ r p ∧ (q ∧ r) v v f v f f f v v v v v v v v f f f f f f v f v f f f f f v f f f f f f v v f f v f f f f f f f f f f v f f f f (p ∧ q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) possuem tabelas verdade iguais logo s˜ao equivalentes. 1.8.3 p ∧ p ⇔ p. Propriedade 6. Vale que p ∧ p ⇔ p. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
  • 12. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 11 p p ∧ p v v f f Por isso p ∧ p assume sempre o valor l´ogico de p . 1.8.4 p ∧ v ⇔ p. Propriedade 7. Vale que p ∧ v ⇔ p. Onde v ´e uma proposi¸c˜ao verdadeira. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p p ∧ v v v f f Por isso p ∧ v assume sempre o valor l´ogico de p . 1.8.5 p ∧ f ⇔ f. Propriedade 8. Vale que p ∧ f ⇔ f. Onde f ´e uma proposi¸c˜ao falsa. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p p ∧ f v f f f Por isso p ∧ f assume sempre o valor falso, independente do valor l´ogico de p. 1.8.6 Comutatividade da disjun¸c˜ao Propriedade 9 (Comutatividade da disjun¸c˜ao). Vale que p∨q ⇔ q∨p. Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q . Demonstra¸c˜ao. Analisamos as possibilidades usando a tabela verdade.
  • 13. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 12 p q p ∨ q q ∨ p v v v v v f v v f v v v f f f f Analisando as possibilidades de valores verdade para p e q , observamos que as tabelas para p ∨ q e q ∨ p s˜ao idˆenticas . Se pelo menos p ou q s˜ao verdadeiras ent˜ao p ∨ q e q ∨ p s˜ao verdadeiras. Caso ambas p e q sejam falsas ent˜ao p ∨ q e q ∨ p s˜ao falsas. 1.8.7 Associatividade da disjun¸c˜ao . Propriedade 10 (Associatividade da disjun¸c˜ao .). Vale que (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r), para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r. Demonstra¸c˜ao. Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos poss´ıveis . p q r (p ∨ q) (p ∨ q) ∧ r q ∨ r p ∨ (q ∨ r) v v f v v v v v v v v v v v v f f v v f v v f v v v v v f v f v v v v f v v v v v v f f f f f f f f f v f v v v (p ∨ q) ∨ r e p ∨ (q ∨ r) possuem tabelas verdade iguais logo s˜ao equivalentes.
  • 14. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 13 1.8.8 p ∨ p ⇔ p Propriedade 11. Vale que p ∨ p ⇔ p, para qualquer proposi¸c˜ao p. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p p ∨ p v v f f Como as tabelas verdades s˜ao iguais ent˜ao as proposi¸c˜oes possuem mesmo valor l´ogico . 1.8.9 p ∨ v ⇔ v. Propriedade 12. Vale que p ∨ v ⇔ v, para qualquer proposi¸c˜ao p e v o valor verdade. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p p ∨ v v v f v Ent˜ao p ∨ v sempre assume o valor v e por isso vale a equivalˆencia p ∨ v ⇔ v . 1.8.10 p ∨ f ⇔ p. Propriedade 13. Vale que p ∨ f ⇔ p, para qualquer proposi¸c˜ao p e f o valor falso. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
  • 15. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 14 p p ∨ f v v f f Ent˜ao p ∨ f sempre assume o valor verdade de p e por isso vale a equivalˆencia p ∨ f ⇔ p . 1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). Propriedade 14. Para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r vale que p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade com todos poss´ıveis valores verda- des de p, q e r p q r q ∨ r p ∧ q p ∧ r p ∧ (q ∨ r) (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) v v f v v f v v v v v v v v v v v f f f f f f f v f v v f v v v f v f v f f f f f v v v f f f f f f f f f f f f f f v v f f f f de onde podemos perceber que p ∧ (q ∨ r) e (p ∧ q) ∨ (p ∧ r), possuem sempre o mesmo valor l´ogico por isso temos a equivalˆencia . 1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). Propriedade 15. Para quaisquer proposi¸c˜oes p, q e r vale que p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade com todos poss´ıveis valores verda- des de p, q e r
  • 16. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 15 p q r q ∧ r p ∨ q p ∨ r p ∨ (q ∧ r) (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) v v f f v v v v v v v v v v v v v f f f v v v v v f v f v v v v f v f f v f f f f v v v v v v v f f f f f f f f f f v f f v f f de onde podemos perceber que p ∨ (q ∧ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r), possuem sempre o mesmo valor l´ogico por isso temos a equivalˆencia . 1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. Propriedade 16. Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q vale que p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p q p ∨ q p ∧ (p ∨ q) v v v v v f v v f v v f f f f f da´ı segue que p ∧ (p ∨ q) equivale `a p. 1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. Propriedade 17. Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q vale que p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade
  • 17. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 16 p q p ∨ q p ∨ (p ∧ q) v v v v v f f v f v f f f f f f da´ı segue que p ∨ (p ∧ q) equivale `a p. 1.9 Senten¸cas abertas e quantificadores Defini¸c˜ao 15 (Senten¸cas abertas- fun¸c˜oes proposicionais). Senten¸cas abertas s˜ao senten¸cas que contˆem vari´aveis, proposi¸c˜oes que podem assumir valores l´ogicos distintos n˜ao determinados a priori. Tais senten¸cas n˜ao s˜ao proposi¸c˜oes pois seu valor l´ogico n˜ao ´e definido a princ´ıpio, dependendo das vari´aveis. Podemos denotar uma senten¸ca aberta como P(X) onde X ´e um conjunto de vari´aveis . Senten¸cas abertas tamb´em podem ser chamadas de fun¸c˜oes proposicionais. 1.9.1 Quantificador universal Defini¸c˜ao 16 (Quantificador universal ∀). O quantificador universal ∀ ´e um s´ımbolo que associado a uma senten¸ca aberta P(X) a transforma em uma proposi¸c˜ao, da forma que (∀X) (P(X)) ´e verdadeira se para qualquer conjunto X de vari´aveis aplicaveis a senten¸ca P, P(x) ´e verdadeira e falsa caso contr´ario . O s´ımbolo ∀ pode ser lido como “para todo”, “qualquer que seja”, “para cada”. 1.9.2 Quantificador existencial Defini¸c˜ao 17 (Quantificador existencial ∃). O quantificador existencial ∃ ´e um s´ımbolo que associado a uma senten¸ca aberta P(X) a transforma em uma proposi¸c˜ao, da forma que (∃X) (P(X)) ´e verdadeira se existe algum conjunto X de vari´aveis apli- caveis a senten¸ca P tal que P(x) ´e verdadeira e falsa caso n˜ao exista esse conjunto de
  • 18. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 17 vari´aveis aplic´aveis , isto ´e, a nega¸c˜ao de (∀X) (P(X)) ´e (∃X) (∼ P(X)) e a nega¸c˜ao de (∃X) (P(X)) ´e (∀X) (∼ P(X)). O s´ımbolo ∃ pode ser lido como “existe”, “existe pelo menos um”, “existe um”. 1.10 Nega¸c˜ao de proposi¸c˜oes 1.10.1 Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao Propriedade 18 (Nega¸c˜ao da nega¸c˜ao). Para qualquer proposi¸c˜ao p vale que ∼ (∼ p) ⇔ p. Demonstra¸c˜ao. Analisamos a tabela verdade p ∼ p ∼ (∼ p) v f v f v f da´ı segue que ∼ (∼ p) equivale `a p. 1.10.2 Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao Propriedade 19 (Nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao). Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q temos que ∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p) ∨ (∼ q). A nega¸c˜ao da conjun¸c˜ao ´e a disjun¸c˜ao das nega¸c˜oes. Demonstra¸c˜ao. Comparamos a tabela verdade das proposi¸c˜oes p q ∼ p ∼ q p ∧ q ∼ (p ∧ q) (∼ p) ∨ (∼ q) v v f f v f f v f f v f v v f v v f f v v f f v v f v v observando que s˜ao equivalentes.
  • 19. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 18 1.10.3 Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao Propriedade 20 (Nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao). Para quaisquer proposi¸c˜oes p e q temos que ∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q). A nega¸c˜ao da disjun¸c˜ao ´e a conjun¸c˜ao das nega¸c˜oes. Demonstra¸c˜ao. Comparamos a tabela verdade das proposi¸c˜oes p q ∼ p ∼ q p ∨ q ∼ (p ∨ q) (∼ p) ∧ (∼ q) v v f f v f f v f f v v f f f v v f v f f f f v v f v v observando que s˜ao equivalentes. 1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. Propriedade 21 (Nega¸c˜ao de uma condicional simples). ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. Nega¸c˜ao de p implica q ´e equivalente a p e n˜ao q. Demonstra¸c˜ao. Analisamos os casos na tabela verdade. p q ∼ q p → q ∼ (p → q) p ∧ (∼ q) v v f v f f v f v f v v f v f v f f f f v v f f por meio da tabela verdade acima podemos perceber que o valor verdade de ∼ (p → q) e p∧ ∼ q s˜ao idˆenticos . Propriedade 22 (Nega¸c˜ao de proposi¸c˜ao quantificada). Lembrando que temos as seguintes nega¸c˜oes, da defini¸c˜ao dos quantificadores: ∼ (∀xp(x)) ⇔ ∃ ∼ p(x),
  • 20. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 19 n˜ao ( para todo x p(x)) ´e equivalente a existe n˜ao p(x), ∼ (∃xp(x)) ⇔ ∀ ∼ p(x), n˜ao ( existe x p(x)) ´e equivalente a para todo x n˜ao p(x). 1.11 Contrapositiva Propriedade 23 (Contrapositiva). p ⇒ q ⇔∼ q ⇒∼ p. A proposi¸c˜ao ∼ q ⇒∼ p ´e chamada contrapositiva da proposi¸c˜ao p ⇒ q. Demonstra¸c˜ao. Comparamos as tabelas verdades das duas proposi¸c˜oes . p q p → q ∼ q ∼ p ∼ q →∼ p v v v f f v v f f v f f f v v f v v f f v v v v como as tabelas verdade coincidem, ent˜ao as proposi¸c˜oes s˜ao equivalentes. A contrapositiva ´e ´util em matem´atica, algumas proposi¸c˜oes s˜ao consideradas mais f´aceis de serem demonstradas quando colocadas da forma contrapositiva. 1.11.1 Condi¸c˜oes necess´arias e suficientes Defini¸c˜ao 18. Dizemos que A ´e condi¸c˜ao necess´aria para B quando B ⇒ A . B ⇒ A equivale pela contrapositiva a proposi¸c˜ao ∼ A ⇒∼ B. Exemplo 3. Morar na Europa ´e uma condi¸c˜ao necess´aria para morar em Portugal. Se n˜ao mora na Europa n˜ao mora em Portugal. Defini¸c˜ao 19. Dizemos que A ´e condi¸c˜ao suficiente para B quando A ⇒ B .
  • 21. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 20 Exemplo 4. Morar em Portugal ´e uma condi¸c˜ao suficiente para morar na Europa. Uma pessoa mora que mora em Portugal mora na Europa. Observa¸c˜ao 1. A ´e uma condi¸c˜ao ´e necess´aria e suficiente para B quando temos A ⇔ B. Defini¸c˜oes s˜ao condi¸c˜oes necess´arias e suficientes. Uma condi¸c˜ao necess´aria e suficiente tamb´em ´e chamada sine qua non. Consideramos defini¸c˜oes, intuitivamente, apenas o nome dado a certas entes que poderiam existir ou ser imaginados. Defini¸c˜ao 20 (Definiendum). O que desejamos definir chamamos de definiendum . Defini¸c˜ao 21 (Definiens). O que usamos para definir se chama definiens. Exemplo 5. Considere a seguinte defini¸c˜ao de n´umero par. Um n´umero ´e chamado de par se ´e da forma 2n com n ∈ Z. Neste caso “par”´e o definiendum, o que definimos e “N´umero da forma 2n com n ∈ Z”´e o definiens. Defini¸c˜ao 22 (Proposi¸c˜ao como consequˆencia l´ogica). Seja C um conjunto de pro- posi¸c˜oes e p uma proposi¸c˜ao. Dizemos que p ´e consequˆencia l´ogica (ou semˆantica) de C quando p ´e verdadeira sempre que todas as proposi¸c˜oes de C possuam valor l´ogico verdadeiro, denotamos tal fato por C p. A express˜ao C p pode ser lida como : 1. de C conclui-se logicamente p (ou semanticamente), 2. C implica l´ogicamente p. Se C for um conjunto finito, digamos C = {p1, . . . , pn} podemos escrever tamb´em p1, . . . , pn p, Se C for o conjunto vazio podemos denotar p . Corol´ario 3. Um argumento (pk)n+1 1 ´e valido ⇔ p1, . . . , pn pn+1
  • 22. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 21 1.11.2 An´alise l´ogica Vamos entender como explicitar a forma l´ogica de uma proposi¸c˜ao p sendo o ato de deixar claro o modo como essa proposi¸c˜ao ´e formada a partir de proposi¸c˜oes ou condi¸c˜oes mais simples utilizando operadores l´ogicos. Defini¸c˜ao 23 (An´alise L´ogica). Entendemos como an´alise l´ogica a identifica¸c˜ao e classifica¸c˜ao das componentes l´ogicas e n˜ao l´ogicas de proposi¸c˜oes e demais express˜oes de uma l´ıngua ou linguagem. 1.11.3 S´ımbolos para conectivos e quantificadores Resumimos aqui alguns s´ımbolos para conectivos e quantificadores. S´ımbolo, Leitura Opera¸c˜ao l´ogica Alternativos ∧, e Conjun¸c˜ao &- · ∨, ou Disjun¸c˜ao + ∼, n˜ao Nega¸c˜ao ¬,p →, se . . ., ent˜ao Implica¸c˜ao, condicionalidade ⇒, ⊃ ↔, se e s´o se Equivalˆencia ⇔, ≡ ∀, para todo Quantifica¸c˜ao universal Π, () ∃, existe Quantifica¸c˜ao existencial Σ, E 1.12 N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional Defini¸c˜ao 24 (N´ıvel proposicional e n´ıvel quantificacional). Temos pelo menos 2 n´ıveis de an´alise l´ogica, que citamos a seguir. X O n´ıvel proposicional em que interessa apenas o modo como uma proposi¸c˜ao ´e com- posta de proposi¸c˜oes mais simples por meio de conectivos, sem importar o conte´udo das proposi¸c˜oes. X O n´ıvel quantificacional em que o intuito ´e analisar
  • 23. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 22 1.13 Quest˜oes l´ogicas e brincadeiras Exemplo 6. A gata do Pedrinho sempre espirra antes de uma chuva. Ela espirrou hoje e Pedrinho pensou:”Isto significa que vai chover”. Ele est´a necessariamente certo? N˜ao necessariamente pois choveu implica a gata espirrou n˜ao ´e o mesmo que a gata espirrou implica que chover´a . Exemplo 7. Um professor desenhou diversos c´ırculos em uma folha de papel. Ele mostrou a folha para um estudante e depois perguntou : ”Quantos c´ırculos h´a nesta p´agina?”A resposta foi sete , e estava correto . O professor mostrou a folha para outro aluno e perguntou, novamente quantos c´ırculos havia naquela p´agina que foi mostrada, a resposta foi cinco, e estava correta. Quantos c´ırculos havia na folha? O professor mostrou p´aginas diferentes da mesma folha ( por exemplo, frente e verso ), em uma havia 5 e em outra 7 . Logo o total na folha ´e de 5 + 7 = 12. Exemplo 8. O filho do pai de uma pessoa est´a falando com o pai do filho desta pessoa e esta pessoa n˜ao est´a participando da conversa, isto ´e poss´ıvel?. Sim, como na imagem abaixo, e uma solu¸c˜ao sendo a pessoa do sexo feminino. Figura 1.1: legenda Exemplo 9 (OBM-2012-Primeira fase -n´ıvel 3-Quest˜ao 1). Quantas vogais tˆem a resposta correta desse problema?
  • 24. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 23 1. Seis 2. Cinco 3. Quatro 4. Trˆes 5. Duas A resposta correta tem que possuir o mesmo n´umero de vogais que a quantidade que indica, ent˜ao ´e a op¸c˜ao 5), Duas, que possui duas vogais. Exemplo 10. Um recipiente A possui exatamente x litros de leite e nada mais , outro recipiente B possui exatamente x litros de ch´a m´agico e nada mais. ´E retirado do recipiente A, z litros e colocados em B, a mistura se torna ent˜ao homogˆenea , se retira dessa mistura z litros que s˜ao colocados no recipiente A, qual a rela¸c˜ao entre a porcentagem de ch´a m´agico no recipiente A com a de leite no recipiente B ? . S˜ao iguais, pois considere (x, 0)A, a primeira coordenada d´a a quantidade de leite no recipiente A e a segunda a quantidade de ch´a m´agico . (0, x)B a primeira coordenada d´a a quantidade de leite no recipiente B a segunda a quantidade de ch´a m´agico . Na segunda etapa temos (x − z, 0)A e (z, x)B, na terceira etapa o liquido em B fica homogeneo, ent˜ao tiramos z, mais metade deve ser de ch´a e a outra metade de leite, ent˜ao ficamos com (x − z 2 , z 2 )A, ( z 2 , x − z 2 )B da´ı a porcentagem de ch´a em A ´e igual a porcentagem de leite em B , como se pode verificar . Exemplo 11. Trˆes l´ogicos entram em um bar. Um Gar¸com pergunta se todos trˆes desejam cerveja. Um dos l´ogicos responde, ”n˜ao sei”, um segundo l´ogico responde o mesmo, j´a o terceiro responde, sim, todos queremos cerveja e com isso todos s˜ao servidos e bebem . Explique como o terceiro l´ogico deduziu que todos realmente queriam cerveja. Se o primeiro l´ogico a falar n˜ao quisesse cerveja, ele poderia dizer que n˜ao seria verdade que todos trˆes queriam e poderia responder ”n˜ao”, como ele deseja beber ent˜ao responde que n˜ao sabe, pois n˜ao tem informa¸c˜ao sobre o que desejam os outros, o mesmo acontece
  • 25. CAP´ITULO 1. L ´OGICA MATEM ´ATICA 24 para o segundo l´ogico, pois n˜ao sabe se o terceiro gostaria de beber, por´em o terceiro l´ogico analisando a resposta dos outros percebe que eles querem beber, pois caso contr´ario teriam respondido n˜ao, como ele tamb´em deseja beber, responde que sim.