2. Introdução
A prática da odontologia abrange uma
grande variedade de procedimentos.
Contato com secreções da cavidade oral e
aerossóis.
Possibilidade de transmissão de
infecções.
3. Introdução
As medidas de controle de infecção visam
erradicar ou minimizar o risco de
transmissão de infecções na prática
odontológica.
(Jorge, 2002)
4. Introdução
As principais razões para se desenvolver o
controle de microrganismos são prevenir:
1. A transmissão de doença e infecção;
2. A contaminação ou crescimento de
microrganismos nocivos;
3. A deterioração e dano de materiais por
microrganismos.
(Jorge, 2002)
5. Lavagem e anti-sepsia das mãos
A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação
mais importante para a prevenção e controle
das infecções.
(Larson, 1995)
As mãos devem ser lavadas com sabão neutro
sempre antes de calçar as luvas e após retirá-
las
Antes e após qualquer procedimento com pacientes e
após contato com qualquer material, equipamento ou
superfície potencialmente contaminados.
(Hoefel, 1996 )
7. Luvas
Devem ser utilizadas:
1. Em todos os procedimentos com todos
pacientes.
2. Contato com materiais, instrumentos e
equipamentos contaminados.
3. Durante o processo de limpeza de materiais
e ambiente.
(Nash, 1992)
8. Máscaras
Representam uma barreira física de proteção de
transmissão de infecções.
Devem ser utilizadas pelos profissionais durante
procedimentos realizados em pacientes.
Devem ter filtro duplo, descartáveis e avalizadas pela
Anvisa.
(Nash, 1992)
9. Óculos de proteção
Representam uma barreira de proteção de
transmissão de infecções para os
profissionais
Risco de espirramento de secreções
Contato com aerossóis.
(Nash, 1992)
10. Toucas e gorros
Evitar queda de cabelos na área do
procedimento.
Serve de barreira mecânica para a
possibilidade de contaminação dos cabelos
através do espirramento de secreções e
aerossóis.
(Nash, 1992)
11. Vestimentas
Devem ser limpas, de material de fácil
lavagem e secagem e confortáveis.
Devem ser trocadas sempre que sujidade
aparente.
Devem ser usadas exclusivamente no
trabalho.
(Nash, 1992)
12. Uso de adornos
Deve ser evitado o uso de adornos
Como brincos, colares, correntes, pulseiras, relógios,
anéis e alianças
Representam materiais de difícil descontaminação.
Estudo comprovam que as mãos de
profissionais que usavam anéis apresentavam-
se mais colonizadas antes e após lavagem das
mãos quando comparadas com grupo que não
usava anéis.
(Kolstad, 1994)
15. Materiais não críticos
Entram em contato apenas com pele
íntegra ou não entrem em contato direto
com o paciente.
Ex: Arco facial, Compasso de Willis,
equipamentos em geral, etc...
(Rutala, 1999)
16. Materiais semi críticos
Entram em contato com pele não íntegra e
mucosas íntegras.
Ex: Espelhos intra-bucais, afastadores labiais,
moldeiras, etc...
(Rutala, 1999)
17. Materiais críticos
Artigos pérfuro-cortantes ou que entrem
em contato com tecidos cruentos e
sangrantes.
Ex: Material cirúrgico, brocas, fios de sutura,
etc...
(Rutala, 1999)
18. Assepsia
Métodos empregados para impedir a
contaminação de determinado material ou
superfície.
Realizada com substâncias detergentes.
Detergentes, sabonetes, etc...
Limpeza feita pelo próprio paciente.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
19. Anti-sepsia
Eliminação de microrganismos da pele,
mucosa ou tecidos vivos.
Feita pelo profissional.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
20. Anti-sepsia
Realizada com o auxílio de substâncias
anti-sépticas, microbicidas ou
microbiostáticas.
Clorexidina 0,12% à 0,2% para mucosas.
Clorexidina 2% ou Iodo-povidine (PVP-I) para
pele.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
21. Descontaminação
Eliminação parcial ou total de
microrganismos de materiais ou
superfícies inanimadas.
Previamente e após qualquer procedimento.
Álcool 70º.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
22. Limpeza
Remoção mecânica e/ou química de
sujidades em geral, (oleosidade, umidade,
matéria orgânica, poeira, entre outros) de
determinado local.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
23. Limpeza de materiais
Realizada antes da desinfecção ou
esterilização.
Qualquer matéria orgânica na superfície dos
materiais prejudicaria a desinfecção ou
esterilização.
Pode ser realizada através de métodos mecânicos
(escovação), físicos (ultra som) ou químicos
(soluções enzimáticas).
(Rutala, 1999; Miller, 1992)
24. Desinfecção
Eliminação de microrganismos, exceto
esporulados, de materiais ou artigos
inanimados, através de processo físico ou
químico, com auxílio de desinfetantes.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
25. Desinfecção de materiais
Recomendada para os materiais
termossensíveis.
Se resumem na desinfecção química, através
de desinfetantes líquidos.
Os agentes químicos comumente utilizados são os
álcoois, compostos clorados, glutaraldeído e ácido
peracético.
(Molinari, 1987)
26. Desinfecção de materiais
Glutaraldeído 2% por, no mínimo, 30
minutos.
Ácido peracético por 10 minutos.
(Kunigk, 1998)
27. Esterilização
Destruição de todos os microrganismos,
inclusive esporulados, através de
processo químico ou físico.
(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)
28. Esterilização de materiais
Pode ser realizada através de métodos
químicos ou físicos.
Químicos: Soluções esterilizantes.
Físicos: calor seco (estufa), calor úmido sob
pressão (autoclave) e radiação ionizante.
Físico-Químicas: Óxido de Etileno (ETO).
(Anvisa, 2000; Howard, 1991)
30. Esterilização química
Risco de recontaminação do material.
Dificuldade de armazenamento e de
controle de qualidade.
Dificuldade do monitoramento do
processo.
(Howard, 1991)
31. Esterilização química
Mesmos agentes utilizados no processo
de desinfecção, porém com maior tempo
de exposição.
(Howard, 1991)
32. Esterilização em Glutaraldeído 2 %
Imersão por, no mínimo, 10 horas.
Mycobacterium chelonae apresentou,
comprovadamente resistência.
Deve ser descartado de 14 a 28 dias após a
ativação.
(Howard, 1991)
33. Esterilização em Glutaraldeído 2%
Deve ser armazenado e recolhido por
empresas especializadas em transporte e
descarte de resíduos químicos.
Tóxico.
Carcinogênico???
(Howard, 1991)
34. Esterilização em Ácido Peracético
Imersão por 30 minutos.
Nenhum Microrganismo apresentou resistência.
Deve ser descartado 24 horas após a diluição.
(Kunigk, 1998)
35. Esterilização em Ácido Peracético
Por ser biodegradável pode ser
descartado diretamente na rede de esgoto
sem qualquer tratamento adicional.
É considerado atóxico , não alergênico e
um irritante leve.
Carcinogênico???
(Kunigk, 1998)
37. Esterilização em estufa
60 minutos a 170° C.
120 minutos a 160° C.
Deve ser acondicionado em caixas
metálicas abertas.
(Molinari, 1987)
38. Esterilização em autoclave
Tem se apresentado como o método que reúne
mais vantagens.
Maior segurança.
Menor dano aos materiais.
Menor tempo despendido.
(Costa & Funari, 1997; Miller, 1992; Howard, 1991)
39. Esterilização em autoclave
Diversos ciclos de esterilização.
15 minutos a 134° C e 30 minutos a 121° C.
Os materiais devem ser embalados em papel
grau cirúrgico, papel crepado ou tecido de
algodão.
(Costa & Funari, 1997; Miller, 1992; Howard, 1991)
40. Esterilização por radiação
Alternativa segura na esterilização de
artigos termossensíveis.
Método disponível em escala industrial
devido aos elevados custos.
(Anvisa, 2000; APECIH, 1998)
41. Esterilização por radiação
Não danifica artigos termossensíveis ou
não.
Conhecida como radiação ionizante gama.
(Anvisa, 2000; APECIH, 1998)
43. Óxido de Etileno (ETO)
É um gás inodoro, sem cor, inflamável e
explosivo.
Necessária a adição de estabilizantes para
reduzir o risco de explosão e de fogo.
(Rutala et al., 1996; Alfa et al., 1996; MS, 1999)
44. Óxido de Etileno (ETO)
Método confiável e não danifica materiais.
Desvantagens: alto custo, toxicidade, e tempo
longo do ciclo.
(Rutala et al., 1996; Alfa et al., 1996; MS, 1999)
46. Indicadores físicos
O monitoramento físico em autoclaves consiste
em verificar se a autoclave atinge os parâmetros
físicos de acordo com o ciclo escolhido
Tempo
Temperatura
Pressão
Na estufa, monitora-se apenas tempo e
temperatura.
(Lewis, 1992)
47. Indicadores químicos
Representam maior segurança em relação ao
monitoramento físico.
Realizada utilizando indicadores químicos que, de
acordo com a ISO 11140, possuem 4 classes:
Classe 1;
Classe 4;
Classe 5;
Classe 6.
48. Indicadores Químicos Classe 1
Indicadores de passagem
Normalmente encontrados em fitas
zebradas.
Indicam se um determinado
pacote passou pelo processo
Não garantindo a esterilidade
Devem ser utilizados em todos
os pacotes externamente.
49. Indicadores Químicos Classe 4
São indicadores
multiparamétricos que devem ser
usado em cada pacote.
Mostram que houve penetração
de calor e vapor, mas não
garantem a esterilização.
São fitas que devem ser
colocadas dentro dos pacotes.
50. Indicadores Químicos Classe 5
Integrador químico de uso
interno
Indicado para utilização em
pacotes que serão esterilizados
a vapor.
Tem boa confiabilidade,
porém se a temperatura for
acima de 140°C o indicador
“aprova” o ciclo, independente
da presença de vapor.
51. Indicadores Químicos Classe 6
Emuladores para temperatura
específica, 121º C ou 134º C.
Prático, fácil de usar, de
armazenar com leitura
imediata.
Tem grande confiabilidade e
demonstram se o ciclo
apresentou todas as condições
(temperatura em presença de
vapor por tempo suficiente)
para que a esterilização tenha
ocorrido.
52. Indicadores Biológicos
Fornecem maior segurança em relação à
qualidade de esterilização.
Consistem na colocação de microrganismos
vivos dentro da autoclave e seu posterior cultivo,
para controle de sua eliminação.
Não existem métodos comerciais para
monitoramento biológico em estufas.
(Lewis, 1992)
53. Indicadores Biológicos
É o monitoramento mais confiável, pois é
feita com microorganismos tecnicamente
preparados – indicadores biológicos –
para demonstrar a esterilização.
São testes que vêm em tubos plásticos
com tampa permeável ao vapor, com uma
fita impregnada com uma população
conhecida de esporos, separada do meio
nutriente (líquido roxo), por uma ampola
de vidro.
54. Indicadores Biológicos
A leitura deve ser realizada após 24 e 48 horas de
incubação.
Os esporos utilizados são de Geobacillus
stearotermophilus
Altamente resistentes ao calor úmido e não são
patogênicos
São utilizados como desafio, pois uma vez tendo sido
eliminados, todos os outros esporos e formas vegetativas
também serão.
57. Antes do procedimento
Cirúrgico
Desinfetar as superfícies com álcool 70° ou spray
desinfetante.
Limpar, lavar, desinfetar e desinfeccionar as peças de
mão com clorhexidina 2 a 5%
Pelo menos 1 hora antes da cirurgia
Proteger toda a área de trabalho e equipamentos com
filme PVC.
As luvas não deverão tocar artigos não estéreis e/ou
desprotegidos.
(Belasco et al., 2001)
59. Após o procedimento
Calçar luvas grossas para limpeza, remover as
barreiras, e descartar o material descartável que
foi utilizado.
Imergir o instrumental contaminado em
recipientes contendo solução de glutaraldeído a
2%, ou ácido peracético, por um mínimo de 10
minutos.
(Belasco et al., 2001)
60. Após o procedimento
Artigos pérfuro-cortantes,
como agulhas utilizadas
para anestesia, lâminas de
bisturi e agulhas para
sutura, deverão ser
dispensados em caixas de
papelão tipos Descarpack.
(Belasco et al., 2001)
61. JAMAIS DESCARTAR AGULHAS
E LÂMINAS CONTAMINADAS
NAS LIXEIRAS
CONVENCIONAIS, POIS OS
SERVIDORES DA LIMPEZA
PODERÃO SE FERIR E ASSIM
SEREM CONTAMINADOS!
62. Após o procedimento
Após desinfecção em solução de
glutaraldeído a 2% ou ácido peracético, lavar
e secar o instrumental, utilizando luvas
grossas para limpeza doméstica.
Após secagem os artigos deverão ser embalados
para proceder a esterilização.
(Belasco et al., 2001)
65. Acidentes Ocupacionais
Segundo o Ministério da Saúde (1999), os
acidentes de trabalho com sangue e outros
fluidos potencialmente contaminados devem ser
tratados como casos de emergência médica.
(MS,1999)
66. Acidentes Ocupacionais
A profilaxia da infecção pelo HIV e pelo vírus da
hepatite B, para sua maior eficácia necessitam
ser iniciados logo após a ocorrência do
acidente.
(MS,1999)
Terra, G.
67. Acidentes Ocupacionais
O risco médio de se adquirir o HIV é de,
aproximadamente, 0,3% após exposição
percutânea, e de 0,09% após exposição
mucocutânea.
O uso profilático do AZT , demonstrou a redução
de 81% do risco de soroconversão após
exposição ocupacional.
(MS,1999)
68. Acidentes Ocupacionais
O risco de infecção pelo vírus da hepatite
B após exposição percutânea em
pacientes contaminados é de 30%.
Para o vírus da hepatite C, o risco médio é
de 10%.
(MS,1999)
69. Conduta frente a acidentes
Comunicar o Professor responsável pela
Clínica.
Lavagem da região acidentada em água
corrente, evitando friccionar para não aumentar
a “ferida”.
(Manual de Biossegurança da FOB, 2000)
70. Conduta frente a acidentes
Aplicação de Povidine ou Clorexidina na região
acidentada.
Encaminhamento ao serviço de controle de
infecções quando se julgar necessário (Hospital
Emílio Ribas).
(Manual de Biossegurança da FOB, 2000)
71. Prevenção de acidentes
Não reencapar as agulhas para anestesia.
Manusear com o máximo cuidado objetos
pérfuro-cortantes.
Evitar deixar gazes, campos, etc, em cima dos
instrumentais no campo cirúrgico.
(Manual de Biossegurança da FOB, 2000)
72. Vacinas
Recomenda-se a todo corpo docente e
discente as imunizações contra tétano,
difteria e hepatite.