O documento discute a disposição final de resíduos em aterros sanitários, incluindo: 1) Tipos de aterros como aterros industriais e de resíduos sólidos urbanos; 2) Critérios para seleção de áreas como aspectos técnicos, sócio-econômicos e políticos; 3) Projetos requeridos como projetos geométrico, de drenagem, impermeabilização, tratamento de lixiviado e gases.
3. Tipos de Aterros
Aterros industriais
Aterros de resíduos sólidos urbanos
- Aterro controlado
- Aterro sanitário
Aterros de resíduos de construção
4. Seleção de área
A primeira etapa de um projeto de aterro sanitário é
a escolha de uma área onde ele será implantado
e operado. Assim, podemos dizer que o bom
desempenho de um aterro sanitário, sob os
aspectos ambientais, técnicos, econômicos,
sociais e de saúde pública, está diretamente
ligado a uma adequada escolha de área de
implantação.
5. Locação de Aterros Sanitários
Critérios de locação de aterros
Técnicos
Sócio-econômicos
Políticos
Metodologia de pontuação de área
Ponderação dos aspectos (ideal)
Técnico: peso 2
Sócio-econômicos: peso 1.5
Políticos: peso 0.5
8. Aspectos Técnicos
Área total disponível para uso (ha)
Uso e ocupação do Solo
Topografia/ relevo da Área
Regime de ventos na Região/local
Descrição do subsolo
Profundidade do lençol Freático
Disponibilidade de material de cobertura
Distância de cursos d’água relevantes
Distância ao centro de coleta (km)
9. Aspectos Técnicos
Distância de núcleos residenciais urbanos
Distância de núcleos urbanos de baixa renda
Distância de aeroportos
Meio alternativo de transporte de RSU
Sistema de tratamento de percolado
Vida útil do aterro
Condições de acesso
Densidade de ocupação das vias de acesso
10. Aspectos econômicos
Custo de aquisição do terreno
Custo de investimento em construção e infraestrutura
Custo com operação e manutenção do sistema de
captação/ inertização de biogás
Custo com a manutenção do sistema de drenagem
Custo com tratamento do líquido percolado
Custo com transporte dos resíduos sólidos urbanos
Custo com segurança da área
Custo de deposição dos resíduos
Possibilidade de obtenção de recursos para
implantação
11. Aspectos Sociais
Geração de empregos
Coleta seletiva de recicláveis
Facilidade de acesso ao local de disposição
Instrução e treinamento
Plano de ações emergenciais
Distância de núcleos urbanos de baixa renda
Inexistência de problemas com a comunidade local
12. Características importantes
Com relação ao meio físico:
Aspectos geológicos e hidrogeológicos, tais como
profundidade do lençol freático e espessura da
camada de solo não saturada sob a base do
aterro, além da proximidade a zonas de recarga e
mananciais subterrâneos;
Aspectos geotécnicos, envolvendo as propriedades
dos solos da área (condutividade hidráulica ou
permeabilidade, compressibilidade e resistência) e
existência de jazidas de materiais terrosos;
13. Características importantes
Aspectos topográficos e de relevo, que podem
dificultar o acesso e a operação, além de limitar a
vida útil do empreendimento;
Aspectos hidrológicos, tais como posição em
relação ao sistema de drenagem superficial
natural, proximidade de nascentes e corpos de
água, e extensão da bacia de contribuição a
montante da área de implantação.
14. Características importantes
Com relação ao meio biótico:
Deverão ser avaliadas a existência e a tipologia
da fauna e flora presentes na região.
Com relação ao meio antrópico:
Distância do centro gerador e de aglomerações
urbanas; Proximidade de núcleos habitacionais de
baixa renda; Existência de infraestrutura (água,
energia, sistema viário); Visibilidade da área.
15. Características importantes
Com relação aos aspectos legais, deverão ser
avaliados:
Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código de
Posturas, Código de Obras, Plano Diretor e situação
fundiária da área, incluindo a análise dos custos de
eventuais desapropriações.
16. Metodologias utilizadas: Trincheira
Geralmente é utilizado em áreas planas, onde são
escavadas trincheiras ou valas no solo, com
dimensões variadas e adequadas ao volume de
resíduo gerado, de forma a permitir a operação dos
equipamentos utilizados na aterragem. As dimensões
da trincheira definem os métodos construtivos, a forma
de operação e os equipamentos a serem utilizados. Os
resíduos podem ser compactados de forma manual ou
mecânica, dependendo das dimensões da trincheira.
Aterros em trincheira mostram-se adequados a
pequenas comunidades, pois podem ser operados de
forma manual.
17. Metodologias utilizadas :Área ou de
Superfície
Emprega-se este método em locais cuja topografia é
apropriada ao recebimento do resíduo sobre a
superfície do terreno, sem alteração de sua
configuração original. Este método consiste na
formação de camadas de resíduos compactados,
que são sobrepostas acima do nível original do
terreno. Os resíduos são descarregados,
espalhados, compactados e cobertos ao final do
dia, seguindo a mesma metodologia empregada
nos demais métodos.
18. Metodologias utilizadas : Rampa,
Encosta ou Depressão
Geralmente são empregados em áreas relativamente
secas e planas, de meia encosta, onde se modifica
a topografia através de terraplanagem,
construindo-se uma rampa cujos resíduos são
dispostos, formando células. O método consiste no
aterro feito com o aproveitamento de um talude,
natural ou construído, onde os resíduos são
compactados de encontro a esse talude.
19. Considerações sobre projeto 1º
Para ser ter uma estimativa do tamanho da área, e
mesmo para auxiliar as etapas seguintes, é
necessário estimar a geração de resíduos e o
volume do aterro. A estimativa atual de geração de
resíduos sólidos municipais pode ser feita pela
seguinte equação:
Go = Po.Gpo.Co
G0 = geração atual de resíduos (kg/d)
P0 = população atual do total do município (hab)
Gp0 = geração per capita atual (kg/hab.d) – obtida por amostragem ou literatura
C0 = cobertura atual da coleta ou nível de atendimento dos serviços de coleta (%)
20. Considerações sobre projeto
Por sua vez, a geração futura de resíduos sólidos é dada
por:
Gt = {Po. (1 + yp)t}.{Gpo. (1 + yper)t}.{Ct}
Gt = geração futura de resíduos, após t anos (kg/d);
G0 = geração atual de resíduos (kg/d);
P0 = população atual do total do município (hab);
Gp0 = geração per capita atual (kg/hab.d) – obtida por amostragem ou literatura;
C0 = cobertura atual da coleta ou nível de atendimento dos serviços de coleta (%);
Ct = nível de cobertura da coleta no tempo t considerado (%);
yp = taxa de crescimento populacional (% a.a.);
yper = taxa de incremento anual da geração per capita (% a.a.);
t = tempo considerado (anos).
21.
22. Projeto geométrico
2º
O projeto geométrico consiste na definição da
geometria do aterro sanitário. Ele deve ser
concebido de modo a maximizar o volume a ser
disposto na área disponível e atender aos
requisitos mínimos exigidos para a estabilidade
de sua fundação e dos seus taludes, garantindo,
dessa forma, a segurança do empreendimento. O
projeto geométrico é apresentado em planta e
perfis, com indicação das alturas, larguras das
bermas de equilíbrio e inclinações dos taludes.
23. Projeto de sistema de drenagem de
3º
águas pluviais
O sistema de drenagem de águas pluviais tem como
função minimizar a entrada de águas de chuva
para o interior do aterro, reduzindo, dessa forma,
a geração de líquidos lixiviados e o escoamento
superficial, que pode provocar erosão nos taludes
do aterro e comprometer o funcionamento das
camadas de cobertura final.
24. Projeto de sistema de impermeabilização
de base e cobertura intermediária e final 4º
A construção de sistemas de impermeabilização em
aterros objetiva impedir a infiltração de águas da
chuva através da massa de resíduos, após a
conclusão da operação de aterramento
(impermeabilização superior) e garantir um
confinamento dos resíduos e lixiviados gerados,
impedindo a infiltração de poluentes no subsolo e
aqüíferos subjacentes (impermeabilização inferior
ou da base).
25. Impermeabilização
Um solo argiloso, para ser
considerado
adequado
para a impermeabilização
de aterros, deve atender
características
estabelecidas na norma.
Geossintético:
produto
industrializado.
E
Geomembrana.
26. Impermeabilização
Tendo basicamente esses dois materiais, argila e
geomembranas sintéticas, em algumas situações, é
recomendado o emprego dos materiais conjuntamente.
Assim, os sistemas de impermeabilização de base
podem ser simples, compostos ou duplos.
27. Projeto de Lixiviado
5º
O lixiviado é um produto derivado da hidrólise dos
compostos orgânicos e da umidade do sistema, com
características que variam em função do tipo de
resíduos sólidos, da idade do aterro, das condições
meteorológicas, geológicas e hidrológicas do local de
disposição. Em geral, o lixiviado possui elevada carga
orgânica, fontes de nitrogênio – como a amônia –,
metais pesados e grupos microbianos. Assim, os
lixiviados podem contaminar as águas subterrâneas e
superficiais, transmitir doenças ao homem, como a
hepatite A, entre outras.
29. Lixiviado – tratamento
Tratamento físico-químico:
Floculação e sedimentação;
Filtração;
Coagulação e precipitação;
Carvão ativado, entre outros.
Processos Alternativos:
Aplicação no solo;
Tratamento combinado com águas residuárias (esgoto
doméstico);
Recirculação.
30. Projeto de sistemas de drenagem e
tratamento de gases
6º
Um outro subproduto gerado da decomposição dos
resíduos sólidos nos aterros sanitários são os gases.
Esses gases gerados são, basicamente, o metano
(CH4) e o dióxido de carbono (CO2). Como os
dois contribuem para o agravamento do efeito
estufa, eles precisam ser drenados e tratados
adequadamente. Estima-se uma geração de 370 a
400 m3 de biogás, por tonelada de matéria seca
digerida dos resíduos sólidos.
31. Sistemas de drenagem e tratamento
de gases
Assim, para o sistema de drenagem
de gases de aterros, são
utilizados tanto drenos verticais
quanto horizontais para a
retirada do gás dos aterros.
Os drenos verticais possuem
diâmetros que variam de 50 cm a
100 cm, sendo preenchidos com
rocha brita 3, 4 ou 5. Aterros
maiores e de maior altura podem
possuir drenos verticais de até
150 cm de diâmetro.
32. Sistemas de drenagem e tratamento
de gases
Depois de drenado, o biogás é
encaminhado
para
o
tratamento. A forma mais
usual e barata de se tratar o
biogás é queimá-lo, pois
dessa maneira diminui-se o
efeito poluidor causado por
ele na atmosfera (o metano é
cerca de 21 vezes mais nocivo
para o efeito estufa do que o
dióxido de carbono).
34. Operação
A etapa de operação engloba a execução direta do
aterro sanitário, incluindo o controle e a pesagem
dos resíduos, a compactação dos mesmos, a
execução dos sistemas de drenagem de águas
pluviais, lixiviados e gases.
Horário de funcionamento do aterro
Identificação e pesagem de resíduos
Isolamentos
37. Monitoramento
Uma vez em operação, os aterros sanitários devem ser
continuamente monitorados. A etapa do monitoramento
inicia-se na implantação, quando os materiais que compõem
os sistemas devem estar em perfeitas condições de
funcionamento e adequados tecnicamente, e termina muitos
anos depois de encerradas as atividades de um aterro.
Os objetivos de um programa de monitoramento são:
acompanhamento do comportamento geomecânico e do
desempenho ambiental do aterro – de forma a permitir a
identificação, em tempo hábil, de alterações no padrão
de comportamento previsto, quando da definição dos
critérios e elaboração dos projetos – e a proposição de
medidas preventivas e corretivas, orientando os
trabalhos de conservação e manutenção.
38. Encerramento
Os aterros sanitários devem possuir uma vida útil em torno de
20 a 25 anos. Após esse tempo, eles precisam ser
encerrados, e um novo processo de busca de novas áreas,
licenciamento ambiental, projeto, implantação, operação e
monitoramento ocorrem.
De acordo com as recomendações da NBR 13896 (ABNT,
1997), por ocasião do enceramento das atividades de
operação do aterro sanitário, devem ser tomadas medidas
de forma a:
minimizar a necessidade de manutenção futura;
minimizar ou evitar liberação de líquidos lixiviados e/ou
gases para as águas subterrâneas, para os corpos de água
superficiais ou para a atmosfera.
39. Encerramento
Assim, mesmo encerradas as atividades de
recuperação do aterro, os sistemas de drenagem
superficial de águas pluviais e de tratamento dos
gases e líquidos percolados devem ser mantidos
por um período de cerca de 30 anos. Este período
padrão é adotado por ser considerado suficiente
para o maciço dos resíduos alcançar as condições
de relativa estabilidade.
40. Reinserção
Quando terminam os processos biológicos naturais
produzidos pelo lixo, o aterro se estabiliza e o espaço
que ocupa pode utilizar-se para outros fins
comunitários. Toda alternativa de reinserção de uma
área impactada pelo lançamento de resíduos sólidos
deve satisfazer o objetivo de proteger a saúde humana
e o meio ambiente.
Usos Recreativos: Entre as aplicações mais populares que
se dão aos terrenos de aterros, depois que se
completou sua vida útil estão os parques recreativos e
os campos de esportes.
41. ATERROS SANITÁRIOS
VANTAGENS
Custo de investimento muito menor que o requerido
por outras formas de tratamento de resíduos
Baixo custo de operação
Método de disposição final completo
Simplicidade operacional
Flexibilidade operacional
42. ATERROS SANITÁRIOS
DESVANTAGENS
Não trata os resíduos, consistindo em uma forma de
armazenamento no solo
Requer áreas significativas
A sua operação depende de condições climáticas
Apresenta risco de contaminação do solo e da
água subterrânea
46. GEOMEMBRANA EM ATERROS
INDUSTRIAIS
As características necessárias a uma geomembrana
para aplicação em aterros industriais são:
• Compatibilidade com os resíduos a serem
aterrados;
• Resistência a esforços mecânicos;
• Resistência a intempéries; e
• Resistência a microorganismos do solo.
47. PROJETOS DE ATERROS
PARA RESÍDUOS CLASSE I
Alguns critérios para projetos são:
• Vida útil de 10 anos;
• Implantação de um sistema de drenagem de águas
pluviais capaz de suportar uma chuva de pico com 25
anos de período de ocorrência;
• Implantação de um duplo sistema de impermeabilização
inferior com drenos-testemunha;
• Implantação de sistema de cobertura final; e
• Implantação de um sistema de coleta e tratamento de
líquidos percolados.
48. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
O controle de recebimento dos resíduos visa permitir
controlar as características dos resíduos industriais que
vêm sendo destinados no aterro, em complementação à
verificação da documentação de autorização emitida
pela CETESB-Cadri.
Análises completas para emissão de CADRIs;
• Testes expeditos; e
• Análises completas para verificação da manutenção das
características do resíduo em comparação à permissão
original, freqüência de realização dos ensaios e
indicação de laboratório para a realização dos
mesmos.
49. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
No local de controle de recebimento de cargas, deve
estar disponível uma ficha com a caracterização do
resíduo (“finger print” - cor, odor, aspecto físico,
reatividade, etc.) aprovado pelo CADRI de modo a
poder ser feita uma comparação visual entre o
resíduo que está sendo recebido e o resíduo
aprovado.
50. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
Em todas as cargas devem ser realizados os testes
expeditos (pH, líquidos livres, reatividade em
água, meio ácido e meio alcalino, “flash point”,
etc.).
Análises completas, periódicas, para verificação da
manutenção das características do resíduo.
- as desconformidades deverão ser comunicadas à
Agência Ambiental, que tomará as medidas
cabíveis.
52. LICENCIAMENTOS
Os trâmites para licenciamento do aterro devem obedecer
os seguintes passos:
• Estudo de três áreas possíveis para implantação do futuro
aterro, conforme critérios apresentado;
• Seleção e indicação de uma das três áreas estudadas;
• Com a área aprovada, quando necessário, deverá ser
efetuado o acompanhamento da elaboração da Instrução
Técnica (IT), como diretriz do EIA/RIMA;
• Elaboração do EIA e acompanhamento pelo órgão estadual;
• Elaboração do RIMA;
• Audiência Pública;
53. LICENCIAMENTOS
• Obtenção da Licença Prévia (Aterro);
• Elaboração do projeto executivo de engenharia;
• Análise e aprovação pelo órgão estadual
competente;
• Obtenção da Licença de Instalação (LI);
• Implantação do aterro;
• Obtenção da Licença de Operação (LO).
A Licença de Operação deverá ser renovada
anualmente.
54. Normas Aterro
NBR 8418/83 - Apresentação de projetos de aterros de
resíduos industriais perigosos - procedimento
NBR 10157/87 - Aterros de resíduos perigosos - critérios
para projeto, construção e operação - procedimento
NBR 8419/92 - Apresentação de projetos de aterros
sanitários de resíduos sólidos urbanos - procedimento
NBR 13896/97 - Aterros de resíduos não perigosos - Critérios
para Projeto, Implantação e Operação - procedimento
NBR 12553/03 - Geossintéticos - terminologia
NBR 15495-1/07 - Poços de monitoramento de águas
subterrâneas em aquíferos granulares – Parte 1: Projeto e
construção
55. Resolução
Resolução CONAMA Nº 001/1986 - "Dispõe sobre critérios
básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto
Ambiental - RIMA". - Data da legislação: 23/01/1986 Publicação DOU, de 17/02/1986, págs. 2548-2549 Alterada pelas Resoluções nº 11, de 1986, e nº 237, de
1997. (licenciamento)
Resolução CONAMA N. 396 de 03 de abril de 2008 que
dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas subterrâneas e dá outras
providências
Resolução SMA N. 42 de 29 de dezembro de 1994 - aprova
procedimentos de análise de EIA/RIMA no âmbito da
Secretaria do Meio Ambiente.
56. Resolução
Resolução SMA N. 51 de 25 de julho de 1997 dispõe sobre a exigência ou dispensa de Relatório
Ambiental Preliminar - RAP para os aterros
sanitários e usinas de reciclagem e compostagem
de resíduos sólidos domésticos operados por
municípios.
Resolução SMA N. 54 de 30 de novembro de 2004 dispõe sobre procedimentos para o licenciamento
ambiental no âmbito da Secretaria do Meio
Ambiente.
57. Leis
A Lei nº 11.107, em vigência desde 6 de abril de
2005, regula a cooperação interfederativa para a
gestão de serviços públicos por meio dos
consórcios públicos e convênios de cooperação.
59. MDL e Crédito de Carbono
Projeto de mecanismo de desenvolvimento limpo, ou
simplesmente MDL, é um dispositivo do Protocolo de
Quioto que permite aos países desenvolvidos
compensarem suas emissões de gases causadores do
efeito estufa por meio de um projeto de energia limpa
instalado em países em desenvolvimento.
O intuito do MDL, descrito no artigo 12 do Protocolo de
Quioto, é proposta de um pesquisador brasileiro
chamado Gylvan Meira, do Instituto de Estudos
Aplicados da Universidade de São Paulo (IEA - USP),
que liderou o grupo de estudiosos responsável pelo
embasamento da idéia.
60. MDL e Crédito de Carbono
O mecanismo admite a participação voluntária de países em
desenvolvimento, que não fazem parte do Anexo I, grupo de países
ricos que têm a obrigação de reduzir pelo menos 5% das emissões
de 1990 entre 2008 e 2012, quando expira o prazo do Protocolo.
Essencialmente, para ser aprovado, o projeto precisa efetuar
mudanças reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação da
mudança do clima. O exigente processo de aprovação inclui dois
critérios fundamentais: adicionalidade e sustentabilidade. O
primeiro requer que o proponente comprove que seu projeto é
realmente importante para desacelerar o aquecimento global,
demonstrando como era a situação sem o MDL e como passa a ser
com ele. Para ser elegível, é preciso ainda que haja contribuição
efetiva para o desenvolvimento sustentável local, promovendo
benefícios sócio-econômicos.
61. MDL e Crédito de Carbono
Feito isso, é possível calcular a quantidade de gases poluidores que deixou de
ser lançada ou que foi retirada da atmosfera, e então gerar as reduções
certificadas de emissões (RCEs). Os chamados créditos de carbono é um
crédito é equivalente a uma tonelada evitada - podem ser comercializados
com os países desenvolvidos, como forma de complementar as metas não
atingidas, já que cada um é obrigado a reduzir as emissões também
dentro de seu território.
Dentro deste contexto, projetos de remediação de lixões ou de aterros
sanitários novos, podem se adequar ao MDL, fazendo-se necessário avaliar
o volume de gás Dióxido de Carbono (CO2) que deixará de ser lançado
na atmosfera seja pela queima do metano ou sua captação para
aproveitamento energético. A análise da estimativa de custo para
implantação do projeto de MDL deve também ser apresentada. A
comprovação da redução de geração de equivalente de CO2, gera as
RCEs, que por sua vez geram recursos para o empreendimento e para a
municipalidade.
62. MDL e Crédito de Carbono
No Brasil o primeiro projeto MDL de biogás que foi
aprovado sob as regras de MDL foi no Aterro de Nova
Iguaçu, no Rio de Janeiro, com previsão para geração
de 14 milhões de toneladas em 21 anos. O Aterro
Bandeirantes, em São Paulo, assinou em 6 de abril de
2006, o contrato de venda de certificados de um
milhão de toneladas de carbono com o banco alemão
KFW, o que deve render 24 milhões de euros. O biogás
produzido no local é usado para gerar energia elétrica
numa térmica de 22 MW (CREDITOS DE CARBONO,
2008).
64. Jardim Gramacho: a vida num dos
maiores aterros sanitários do mundo
http://g1.globo.com/acao/noticia/2011/05/jardi
m-gramacho-vida-num-dos-maiores-aterrossanitarios-do-mundo.html
Setenta e cinco por cento do lixo da cidade do Rio
de Janeiro e todo o lixo de quatro municípios da
Baixada Fluminense vão parar no aterro.
Nove mil toneladas de lixo são jogadas todos os
dias no aterro sanitário de Gramacho, em Duque
de Caxias. Esse é o maior aterro da América
Latina.
65. Jardim Gramacho: a vida num dos
maiores aterros sanitários do mundo
O aterro sanitário de Jardim Gramacho começou a
funcionar em 1976. Ele foi construído em cima de um
manguezal.
Mil e trezentos homens e mulheres disputam lixo com os
animais, sem nenhuma segurança. O movimento de 800
caminhões por dia provoca trânsito em alguns horários
e disputa pelo material.
O aterro funciona 24 horas. Os catadores se dividem
em dois turnos de trabalho. No lugar, o que interessa é
o que dá pra reciclar.
Gramacho fechou em 2012.
66. Gramacho: A vida no maior aterro
sanitário da América Latina
http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2008/11/05/
04023170D0C12326.jhtm?gramacho-a-vida-nomaior-aterro-sanitario-da-america-latina04023170D0C12326=
05/11/2008 11h33 - Por UOL Notícias Gramacho: A
vida no maior aterro sanitário da América Latina
68. Sugestão de vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=udpDCiLrg4k
EXTRAORDINÁRIO
-
LIXO
SINOPSE
Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009),
Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik
Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim
Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um
grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial
de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela
a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a
reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso
a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte
e
da
alquimia
do
espírito
humano.
http://www.lixoextraordinario.net/index.php
69. Sugestão de leituras
CETESB (São Paulo) Manual de operação de aterro
sanitário em valas / CETESB ; Aruntho Savastano Neto
... [et al.]. – São Paulo : CETESB, 2010.
Série de Publicações Temáticas do CREA-PR - Guia
para Elaboração de Projetos de Aterros Sanitários
para Resíduos Sólidos Urbanos – Volume I, II e III
Mesquita Júnior, José Maria de Gestão integrada de
resíduos sólidos / José Maria de Mesquita Júnior.
Coordenação de Karin Segala. – Rio de Janeiro: IBAM,
2007. 40 p. 21 cm. (Mecanismo de desenvolvimento
limpo aplicado a resíduos sólidos)
70. Material Consultado
Resíduos Sólidos: projeto, operação e monitoramento de
aterros sanitários: guia do profissional em treinamento: nível
2 / Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org). –
Salvador: ReCESA, 2008. 113p.
Projeto de Aterros Sanitários - Prof. Eduardo Dell’Avanzi
2008 Escola Politécnica Da USP Departamento De
Engenharia Hidráulica E Sanitária Saneamento Ambiental Resíduos Sólidos Urbanos - Prof. Dr. Roque Passos Piveli;
Prof. Dr. Sidney Seckler Ferreira Filho
Fundação Estadual do Meio Ambiente - Orientações
técnicas para a operação de aterros sanitários/Fundação
Estadual do Meio Ambiente. Belo Horizonte: FEAM, 2005