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                                                                                Q          uem temeu que o incipiente
                                                                                           comércio eletrônico latino-
                                                                                           americano fosse mais uma
                                                                                vítima da crise financeira que colapsou
                                                                                a economia em todo o mundo, pôde res-
                                                                                pirar tranquilo ao ver os resultados de
                                                                                2009. O uso da internet como canal de
                                                                                vendas de produtos e serviços a consu-
                                                                                midores (ou B2C, como é conhecido no
                                                                                jargão especializado) continuou crescen-
                                                                                do, mesmo frente a um cenário adverso.
                                                                                Segundo um estudo realizado pela Amé-
                                                                                ricaEconomía Intelligence, a pedido da
                                                                                empresa de meios de pagamento Visa,
                                                                                o B2C cresceu 39,2% em 2009, chegando
                                                                                a US$ 21,77 bilhões em toda a América
                                                                                Latina e o Caribe. E, se o comportamento
                                                                                registrado no primeiro trimestre se repe-
                                                                                tir durante o ano, em 2010, esse comércio
                                                                                poderá crescer 27%, chegando próximo
                                                                                de US$ 28 bilhões em vendas.
                                                                                     Tal resultado, em meio a uma tem-
                                                                                porada repleta de indicadores econômi-
                                                                                cos e financeiros em baixa, tampouco
                                                                                chega a ser uma surpresa. O comércio
                                                                                eletrônico promove uma mudança tão
                                                                                profunda na forma como as pessoas se
                                                                                relacionam com as empresas que lhes



                               A força do                                       proveem serviços e produtos, que a
                                                                                tendência geral foi prejudicada apenas
                                                                                pelo impacto do crescimento negativo
                                                                                de alguns países e pela desconfiança



                               e-commerce
                               Impulsionado pelo Brasil, pelo turismo e por
                                                                                dos investidores internacionais, e não
                                                                                pela disposição do consumidor.
                                                                                     A penetração de computadores e de
                                                                                banda larga na América Latina conti-
                                                                                nuou subindo a taxas anuais de 20% e
                                                                                15%, respectivamente. No final de 2009,
                               grandes redes de varejo, o comércio eletrônico   havia 150 milhões de usuários de com-
Ilustrações: Patricio Otniel




                               segue crescendo na América Latina                putador na região e 40 milhões de assi-
                                                                                nantes de internet banda larga. O mes-
                               AMÉRICAECONOMIA INTELLIGENCE                     mo aconteceu com a disponibilidade e o
                               COLABOROU: PEDRO MARCONDES, DE SÃO PAULO         uso de diferentes meios de pagamento.


                                                                                       Junho, 2010 AméricaEconomia 71
I-BIZ
         A oferta sofisticou-se, em um pro-
                                                CLICS & MONEY                                                                                                                      34.497,3
                                                Gasto total com e-commerce na América Latina (em US$ milhões)
     cesso liderado pelas empresas aéreas       Fontes: Visa Internacional e AméricaEconomía Intelligence
                                              30.000                                                                                                                27.597,9
     e pelas grandes operadoras de varejo,
     seguido por um grupo cada vez maior      25.000
                                                                                                                                                21.774,9
     de pequenas e médias empresas, que
                                              20.000
     aperfeiçoaram seus modelos de ne-                                                                                          15.645,0
                                              15.000
     gócio na rede. A demanda cresceu
                                                                                                                    10.572,5
     em número e na disposição do con-        10.000                                                    7.542,5
     sumidor em comprar, à medida que                                                4.885,0
                                               5.000                 3.042,1
     as gerações que foram educadas com                1.866,4
     a internet desde o colégio entraram          0
                                                        2003         2004                2004            2006        2007        2008             2009               2010*             2011*
     no mercado de trabalho e puderam                                                                                                                                           (*)Projeção
     canalizar seu poder de compra via web.     LATINOS AMADURECEM
     “Finalmente, alcançamos uma massa          B2C como % do PIB                                                  Brasil        Chile
                                                Fonte: AméricaEconomía Intelligence                                México        América Latina
     razoável de usuários na América Lati-    0,9%                                                                                                                             0,84%
     na, suficiente para que muitos mode-
     los de negócio na internet conquistem    0,8%

     rentabilidade mais rapidamente”, diz o
                                              0,7%
     argentino Alec Oxenford, fundador da                                                                                                                                        0,64%

     casa de leilões online DeRemate.com      0,6%
                                                                                                                                                  0,54%
     (comprada pela MercadoLivre.com) e                                                                                                                                        0,52%
                                              0,5%                                                                                                         0,52%
     que hoje está à frente da OLX.com, um                                                                                       0,42%
     serviço de classificados gratuitos com    0,4%
                                                                                                                  0,33%
     presença global.                                                                                                                   0,36%        0,35%
                                                                                                0,26%                 0,32%                                                         0,30%
         Entretanto, esse estudo aponta       0,3%
                                                                                                                                 0,27%
                                                                         0,19%                                    0,24%
     que tal crescimento ainda não se dá de                                                             0,20%
                                              0,2%     0,14%                                    0,18%                                                       0,18%
     maneira uniforme. Em alguns merca-                                  0,13%
                                                                                 0,11%
     dos, a crise foi uma justificativa para   0,1%     0,09% 0,11%                                                               0,13%
                                                                                                                  0,10%
     adiar investimentos em tecnologia e               0,05%             0,07%                  0,07%
                                              0,0%
     logística, necessários para um avanço             2003              2004                   2005              2006            2007                   2008                   2009
     nos modelos de comércio online, o que
     impediu um aumento maior no volu-        meio da internet. Colômbia e Peru, por                                      altas muito discretas no comércio de
     me de bens e serviços adquiridos por     exemplo, foram países que registraram                                       produtos pela web. Somente este ano o


                            GRÃOS PELO PLANETA
                           O velho clichê de que o comércio eletrônico abre as portas de um negócio para o mundo
                           cabe como luva na história da costa-riquenha Café Britt. Em 2009, 95% dos US$ 5,1 milhões
                           que a empresa vendeu pela web tiveram como destino consumidores dos EUA e do Canadá.
                           “Um turista que viaja à Costa Rica degusta uma xícara de café no avião, compra chocolates
                           e bolsas da Café Britt no aeroporto para presentear seus entes queridos e leva um cartão de
                                           desconto para sua compra online”, diz Pablo Vargas, presidente executivo da
                          CafeBritt.com
                                           Café Britt, indicando que o marketing e a logística são parte fundamental de
                           sua operação. A companhia fez acordos com empresas de entrega expressa, como FedEx
                           e DHL, e instalou um serviço de atendimento ao cliente em San José, no qual só trabalham
                           pessoas bilíngues com grau universitário. “Apesar de estarmos em um país pequeno, através
                           da internet podemos oferecer um excelente serviço e uma experiência de compra muito po-
                           sitiva, com assistência online por chat, atendimento telefônico e resposta a consultas em, no
                           máximo, duas horas”, diz Vargas. A empresa tem crescido a taxas de 15% ao ano, mas o exe-
                           cutivo admite que chegar a esse resultado não foi fácil. Ele conhece outros empresários que
                           tentaram comercializar seu produto pela web, mas não conseguiram resultados rápidos e
                           abandonaram a iniciativa. “É preciso encarar esse setor como primordial, focar-se e investir.”



  72 AméricaEconomia Junho, 2010
A VANTAGEM DE SER O ÚLTIMO
  No Brasil, a intensa guerra no campo do comércio eletrônico tem sido alimentada, nos últi-
  mos tempos, pela chegada de players globais. Em outubro de 2008, a rede norte-americana
  Walmart entrou em campo. Agora chegou a vez da francesa Carrefour, que inaugurou sua
  operação em março, com um objetivo ambicioso: ocupar a quinta posição entre os players
  do comércio eletrônico, no Brasil, até o final de 2011. “Ser o último pode trazer benefícios”,
  diz Rodrigo Lacerda, diretor de Marketing da rede. “Podemos criar um site a partir do diag-
  nóstico de tudo o que está acontecendo, entendendo as necessidades do consumidor, co-
  nhecendo as tendências atuais e oferecendo uma solução diferenciada.”
                                                                                   Carrefour.com.br
  Com um investimento de US$ 27 milhões, o portal levou sete meses para
  ser desenvolvido, aproveitando todos os conceitos da rede 2.0. Os usuários podem obter
  informações sobre produtos por meio de vídeos explicativos, resenhas escritas por outros
  internautas, blogs, chats e redes sociais. A loja virtual do Carrefour no Brasil oferece garantia
  estendida de produtos e atenção pós-venda. A plataforma brasileira, primeira a ser lançada
  pela multinacional francesa em um país emergente, servirá de modelo em seus projetos em
  outros países, como Argentina, Colômbia e China.


Grupo Éxito, principal rede varejista da   jistas incrementaram fortemente suas                                            no país, tem um plano semelhante (veja
Colômbia, começará a investir no de-       apostas tecnológicas e logísticas para                                          quadro A Vantagem de Ser o Último).
senvolvimento de seu negócio na web        aumentar a força de seu comércio ele-                                               Entretanto, o maior destaque no
(veja quadro O Papel dos Donos).           trônico. O Walmart, por exemplo, que                                            segmento varejista é o Pão de Açúcar,
    Em outros países, a contração do       entrou no e-commerce brasileiro em                                              gigante que, com a compra de seus
turismo – gerada pela crise e pela gripe   outubro de 2008, afirma que pretende                                             rivais Ponto Frio e Casas Bahia, não
suína – impediu que se registrassem        dobrar suas vendas virtuais em 2010. O                                          apenas assumiu a liderança das ven-
taxas de expansão maiores. Esse é o        foco de sua estratégia se concentra na                                          das físicas de varejo, como alcançou
caso principalmente do México, onde        variedade: a empresa quer aumentar                                              a segunda posição no comércio ele-
o turismo representa cerca de 70% das      sua oferta online dos atuais 10 mil arti-                                       trônico brasileiro. A empresa, que, no
operações de B2C.                          gos, distribuídos em 11 categorias, para                                        fechamento desta edição, passava por
                                           100 mil, divididos em 21 seções, até o                                          um processo de revisão de sua fusão
VAREJISTAS AO ATAQUE                       final do ano. O Walmart também tem                                               com a Casas Bahia, passou a concentrar
Não é possível compreender a dimen-        lojas virtuais em outros países, como                                           as unidades de venda de bens duráveis
são do crescimento do B2C na América       no Chile, representado pela marca Líder,                                        na internet em uma nova empresa,
Latina sem falar do Brasil. O país não     e no México, com a Superama. Contudo,                                           chamada de Nova PontoCom. Com um
é somente o maior da América Latina;       ambos operam somente na venda de                                                faturamento estimado em US$ 1 bilhão
também é o que apresenta os indica-        alimentos. O Carrefour Brasil, que aca-                                         para 2010, fica atrás apenas da B2W-
dores mais altos em termos de uso de       ba de lançar seu portal de e-commerce                                           Companhia Global do Varejo, formada
comércio eletrônico na região, uma
vantagem que se acentuou durante
                                            CONFIANÇA EM ALTA
2009, com a entrada de 4,4 milhões de       Qual a sua percepção sobre a segurança nas operações feitas pela web?
novos usuários de internet no país, que     Resultado referente só a respostas “alta/muito alta”, como percentual do total
ajudaram a levar as cifras de B2C para      Fonte: Pesquisa com leitores de AméricaEconomia, maio de cada ano                                                                         2008
                                                                                                                                                                                      2010
além dos US$ 13 bilhões, mais de 60%        80%
                                            70%
de todo o e-commerce focado no consu-
                                            60%
midor fi nal da região. “Nosso cenário       50%
conservador de crescimento para o B2C       40%
é de 30% por ano até 2016”, diz Gerson      30%
                                            20%
Rolim, diretor executivo da Câmara-e.
                                            10%
net, associação que reúne as operado-
                                            0%
ras de comércio eletrônico.
                                                  ARGENTINA


                                                              BOLÍVIA


                                                                        BRASIL




                                                                                            COSTA RICA


                                                                                                         CHILE




                                                                                                                            MÉXICO
                                                                                 COLÔMBIA




                                                                                                                 EQUADOR




                                                                                                                                     PANAMÁ




                                                                                                                                                                                       A. LATINA
                                                                                                                                              PARAGUAI


                                                                                                                                                         PERU


                                                                                                                                                                URUGUAI


                                                                                                                                                                          VENEZUELA




    Rolim não é o único otimista em re-
lação ao Brasil. As grandes redes vare-


                                                                                                                                     Junho, 2010 AméricaEconomia 73
I-BIZ
     por Submarino.com e Lojas America-         das desses itens cresceram 137% em        dos operadores varejistas é recente e do-
     nas. A B2W, entretanto, tem visto sua      relação a 2008 e só ficaram atrás, entre   minado por pequenos casos isolados. So-
     distância em relação às concorrentes       os produtos tangíveis, das categorias     mente o Chile, segundo país com maior
     se reduzir. Em 2009, pelo segundo ano      mais tradicionais, como livros, assi-     maturidade em comércio eletrônico da
     consecutivo, cresceu menos que a mé-       naturas de jornais e revistas, além de    região, mostra desenvolvimentos im-
     dia dessa indústria, reduzindo sua par-    acessórios de cuidado pessoal (saúde,     portantes, em um setor dominado pela
     ticipação de 60% para 47%. Em busca de     beleza e medicamentos).                   Falabella.com (veja quadro Da Logística
     reverter tal tendência, o grupo anun-          O dinamismo do B2C brasileiro, en-    às Redes Sociais), mas no qual também
     ciou que investirá US$ 100 milhões em      tretanto, ainda não se repete em outros   se destacam outras varejistas, como
     tecnologia neste ano.                      mercados da América Latina. No México,    Cencosud, Ripley, Sodimac e LaPolar.
         A necessidade de reação é justi-       a rede PalaciodeHierro.com é líder, mas
     ficada; afinal, o mercado brasileiro       o segmento varejista ainda não aposta     PEQUENAS EM DESTAQUE
     tem se sofisticado. Por exemplo, em        suas melhores fichas no canal de vendas    Ser um jogador relevante em uma área
     2009, os eletrodomésticos figuraram        online. Na Argentina, há modelos bem-     de e-commerce requer muito investi-
     pela primeira vez entre os artigos mais    sucedidos, mas ainda falta demanda.       mento em tecnologia e em sistemas
     comprados pela web no Brasil. As ven-      Na Colômbia e no Peru, o investimento     logísticos. É impossível conseguir ven-
                                                                                          das de US$ 100 milhões sem que haja
                                                                                          compromissos substanciais e recursos
        DA LOGÍSTICA ÀS REDES SOCIAIS                                                     sustentáveis. Contudo, as pequenas em-
        Se alguém pesquisar a história da rede chilena de lojas de departamento           presas também têm conquistado bons
        Falabella, não encontrará nenhuma referência a seu site. Fontes da empre-         resultados na web. À medida que os mo-
        sa dizem que tais informações estão classificadas como confidenciais, por           tores da busca começam a ser a principal
        causa do sucesso do negócio. Ricardo Alonso, gerente geral da Falabella.          ferramenta de pesquisa dos usuários
        com, afirma que o nível de vendas registrado no portal supera o de qual-           da internet na hora de tomar decisões
        quer loja física do país. Fontes próximas da empresa dizem que as vendas          de compra, os pequenos começam a ter
        online representam 57% do faturamento da área de varejo da Falabella,             chances similares às das grandes redes
                                   participação que justifica os dados de tráfico on-       de chegar com sua oferta ao consumi-
                                   line indicados por sites como Alexa.com ou Goo-        dor. Isso é facilitado por sites como o Mer-
                                   gleTrends.com. Alonso não confirma tal dado, mas        cadoLivre.com, um portal que passou de
                                   comenta os fatores-chave do sucesso da Falabella.      leilões a transações com consumidores,
                                   com. “A experiência da compra é o fundamental”,        cujas vendas, atualmente, são 90% a pre-
                                   diz. Segundo o executivo, não basta ter um bom         ço fixo, e 80% de produtos novos, o que
                                   catálogo de ofertas sem ter boa logística. “Isso       mostra um amplo domínio de pequenos
                                   não implica apenas ter caminhões para entrega,         negócios em sua plataforma.
                                                        mas sistemas inteligentes para         Uma das vantagens do e-commerce
                                    Falabella.com       traçar rotas e integração de      é que ele gera incentivos para que em-
                                                        sistemas que permita monito-      presas que operam na informalida-
                                   rar as entregas”, diz. Um exemplo-chave no qual        de ingressem no mundo formal com
                                   muitos falham é a logística reversa, que permite       propostas de valor diferenciadas. É o
                                   que um comprador devolva o produto, se não             caso do Mercado La Salada, um grande
                                   estiver satisfeito com a compra. “É um processo        centro têxtil de Buenos Aires, que criou
                                   complexo, mas não fazê-lo bem pode significar           o MercadoLaSalada.com, ou das feiras
                                   o fim do e-commerce.” Por isso, Falabella tratou        tecnológicas peruanas Las Malvinas
                                   de desenvolver seu próprio modelo, seguindo o          (Malvinasperu.com) e Computiendas
                                   exemplo de varejistas bem-sucedidos dos EUA e          (Computiendasperu.com).
                                   da Europa, os quais Alonso visita regularmente.             “As empresas pequenas e médias
                                   Outro fator fundamental é observar o usuário.          têm tudo a ganhar com o comércio ele-
        “Medimos tudo o que ele faz no site. Tudo”, afirma. A estratégia de ob-            trônico, por seus benefícios visíveis, co-
        servação permanente estende-se inclusive às redes sociais, realizando             mo o acesso a novos mercados, e pela
        promoções em canais como Facebook ou Twitter. Além do Chile, Falabella.           afinidade da natureza dinâmica do meio
        com opera na Argentina e se prepara para estrear na Colômbia e no Peru,           com seus modelos de negócio”, diz José
        países nos quais atualmente só possui sites informativos.                         María Ayuso, vice-presidente Executivo
                                                                                          Global de Produto da Visa. “São muitos


  74 AméricaEconomia Junho, 2010
O PAPEL DOS DONOS
  A visão dos donos e o apoio que dão ao comércio eletrônico são fundamentais
  na hora de elaborar uma estratégia de sucesso. Não acredita? Então pergunte aos
  executivos do Grupo Éxito, maior rede de varejo da Colômbia, comprada em 2007
  pela francesa Casino. “Começamos nossa plataforma online em 1998,
                                                                        Exito.com
  mas era uma unidade pequena, sem ambição”, conta Eduardo René
  Miranda, chefe de Comércio Eletrônico do grupo. “Desde que a Casino chegou,
  porém, passamos a respirar internet.” Para essa mudança, foi importante a expe-
  riência da rede francesa com seus portais em outros países, injetando ambição
  no grupo, que prepara vários investimentos para renovar seu portal. “As vendas
  online do Éxito foram de US$ 15 milhões em 2009, apenas 0,8% do total; no caso
  do Extra.com, no Brasil, o site representa 5% das vendas do grupo”, compara Mi-
  randa, calculando o potencial a explorar.


sa. “Isso se dará, especialmente, nos      CEO da Skybox, empresa de logística,                     fatores que têm inibido as empresas
países em que há mais bancarização e       com sede em Miami, dedicada ao envio                     mexicanas a incrementar sua aposta
penetração tecnológica”.                   de produtos comprados nos EUA para                       no comércio eletrônico.
                                           seus consumidores latino-americanos.                         A América Central e o Caribe tam-
CRUZAR FRONTEIRAS                          “Em 2009, fi zemos 150 mil envios de                      bém são grandes compradores de sites
Um iPad, um celular Android ou o últi-     produtos dos EUA para a América La-                      estrangeiros, por sua proximidade ge-
mo PC da Sony são sonhos de consumo        tina, um aumento de 18% em relação a                     ográfica com os EUA e pela pouca pro-
que talvez ainda não estejam dispo-        2008, apesar da crise”, explica.                         fundidade de seus próprios mercados.
níveis no comércio de determinada              O México é, por sua integração lo-                   Os países do Caribe que falam inglês
região. Mas isso não impede que se         gística com os Estados Unidos, o país                    contam, ainda, com a vantagem do
compre diretamente dos EUA, por meio       que mais compra dos EUA através da                       idioma, o que torna a compra um pro-
                                           web. Muitos mexicanos compram dire-                      cesso ainda mais natural.
 O Brasil representa                       tamente na Amazon e no BestBuy.com,                          No entanto, se havia um país on-
                                           sem passar por um serviço intermedi-                     de os cidadãos se caracterizavam por
   mais de 60% de                          ário. Líderes da indústria estimam que                   fazer compras internacionais, esse
  todo o comércio                          esse comércio seja equivalente a quase                   era a Venezuela. Até 2007, o governo
                                           um terço de todo o e-commerce realiza-                   venezuelano autorizava uma cota de
     eletrônico                            do pelo México. De fato, a concorrência                  compras pela internet de até US$ 1,5
     da região                             direta dos Estados Unidos é um dos                       mil. Entretanto, por causa da realidade

dos sites mais populares desse país, co-
mo o Amazon ou o eBay. A modalidade         E-CONSUMO TOTAL
                                            Países/blocos selecionados
de consumo online caracterizada pela
                                            B2C em US$ milhões
compra de produtos que estão dispo-         Fonte: Visa e América Economía Intelligence
níveis em sites de comércio eletrônico
                                                                          2005             2006          2007        2008         2009
de outros países já ganhou relevância.
                                           BRASIL                       2.269,9           3.540,5      4.898,7      8.572,6     13.230,4
Na verdade, é um dos componentes do        MÉXICO                           567,1          867,6        1.377,0     2.010,0      2.624,9
e-commerce que mais cresce. Apesar         VENEZUELA                       253,4           489,6          821,5       787,8        906,1
dos custos de logística e de aduanas,      ARGENTINA                       240,9            378,1         561,5       732,8        875,0
cada vez mais os consumidores latino-      CHILE                           242,8           471,8          687,5       919,5      1.027,9
americanos estão usando a internet         CARIBE                          387,0           565,0        660,0        754,9         868,1
para comprar produtos que não en-          COLÔMBIA                        150,3            175,0        201,3        301,9       435,0
contram em seus países. “Quando o          PORTO RICO                      344,0           384,3        445,0        489,8        587,8
iPhone foi lançado, em 2007, recebemos     OUTROS                           131,3          164,8        203,0        260,9        306,5
uma enorme quantidade de pedidos de        AMÉRICA CENTRAL                 189,2           359,9        499,0        563,9        637,2
compra do novo aparelho provenientes       PERU                             109,1           145,5        218,2       250,9        276,0
da América Latina”, diz Paul Gartland,     AL + CARIBE                  4.885,0           7.542,5     10.572,5     15.645,0     21.774,9



                                                                                                           Junho, 2010 AméricaEconomia 75
I-BIZ

                                        A COMPRA DO MÊS
                                        A gripe A (H1N1) fez bem ao negócio da LeShop.com.ar. O portal, criado em 2000, viu sua
                                        demanda crescer em julho do ano passado, quando a pandemia forçou a quarentena nas
                                        principais cidades da Argentina. Foi então que o LeShop se transformou em um dos sites
                                        prediletos de compra online, com uma taxa de crescimento de 50% em 2009. Gonzalo To-
                                        más Benítez, diretor executivo do portal, afirma que esse resultado se deve a dois fatores:
                                                        logística própria e atenção personalizada. “Entendemos que, para ganhar
                                       Leshop.com.ar
                                                        mercado e fidelizar clientes, esses fatores são chave, porque ajudam a
                                        construir confiança”, diz. Esse supermercado na internet afirma ter 35% de participação
                                        de mercado, em um segmento que faturou US$ 65 milhões em 2009. A navegação no site
                                        da LeShop – que replica a operação da empresa suíça homônima – simula o passeio por
                                        um supermercado, incluindo as gôndolas. Seu objetivo é facilitar a mudança de hábito
                                        do consumidor na hora de fazer suas compras. Também oferece um assessor pessoal,
                                        que se apresenta com nome e sobrenome e responde a qualquer dúvida ou mudança no
                                        pedido. “Nosso cliente é exigente e valoriza a qualidade, pontualidade e exatidão em cada
                                        pedido”, afirma Benítez.


     dual do mercado de câmbio venezue-                significativo. Apesar de algumas ta-        continua sendo protagonizado pela
     lano, essa cota, que permitia a compra            rifas sobre produtos eletrônicos che-       indústria do turismo, especialmente
     de dólares na taxa oficial mais baixa,             garem a 100%, os brasileiros de maior       pelas companhias aéreas. E não se trata
     acabava funcionando como um subsí-                poder aquisitivo têm aproveitado a          de tentativas revolucionárias de algu-
     dio, incentivando o uso massivo. Isso             valorização do real para comprar pela       mas companhias de baixo custo, como
     motivou o governo a reduzir o limite de           internet muitos dos produtos eletrôni-      a Gol, no Brasil, a Volaris, no México, ou
     compras para US$ 400, elevar o câmbio             cos que ainda não estão nas lojas de seu    a Aires, na Colômbia. O maior esforço,
     oficial, e fi xar requisitos mais restriti-         país. De acordo com a Camara-e.net, os      nos últimos dois anos, ocorreu entre
     vos ao acesso a esses dólares, reduzindo          brasileiros gastaram US$ 620 milhões        os players estabelecidos, ou seja, com-
     o número de compras online.                       dólares, em 2009, em compras interna-       panhias aéreas de bandeira que têm
         Já no Brasil, o volume de compras             cionais pela web, um aumento de 30%         investido fortemente para fomentar a
     no exterior registra um crescimento               em relação a 2008.                          venda direta de passagens pela inter-
                                                           Esse movimento de compras trans-        net. A chilena Lan, por meio de seu site
                                                       fronteiriças é de mão dupla. Por isso,      Lan.com, tem sido uma das mais agres-
        POTÊNCIA BRASIL                                também vale destacar que muitos imi-        sivas nessa luta, com promoções para
        Participação por país no                       grantes que vivem nos Estados Unidos        atrair os viajantes a comprar em seu
        gasto total do B2C na AL
        Fontes: Visa Internacional e                   substituíram as remessas de dólares         site e eliminar qualquer agência inter-
        AméricaEconomía Intelligence                   em dinheiro que enviariam às suas           mediária, que ganharia uma comissão
                            OUTROS       ARGENTINA     famílias em seus países de origem por       pela venda. Mas é a brasileira Gol que
                                            4%
                              1,4%                        compras em sites de e-commerce           continua sendo a companhia da região
                       CARIBE
                         4%                                    desses lugares. Isso tem levado     com maior volume de vendas pela in-
                                                                 empresas como a mexicana          ternet, com mais de 90% de sua receita
          AMÉRICA CENTRAL
                2,9%                                               TiendasElektra.com, do Gru-     gerada dessa forma – embora muitas
                                                                    po Salinas, assim como         delas não possam ser consideradas di-
           VENEZUELA
              4,2%                                                   clubes de desconto, como      retas, já que são feitas pelas agências
     PORTO RICO
        2,7%                                                          o PriceSmart, na Améri-      de viagens no site da empresa.
          PERU                                                         ca Central e no Caribe, a        A novidade, porém, é que já exis-
           1,3%                                          BRASIL        desenvolver serviços es-    tem pequenas e médias empresas do
                                                         60,8%
                                                                       peciais para os clientes    setor que começam a utilizar o comér-
           MÉXICO
            12,1%                                                     internacionais.              cio eletrônico para fechar transações.
                                                                                                   Pode ser uma empresa de transporte
             COLÔMBIA                                              COMO AVIÃO                      turístico no costa maia mexicana, co-
                2%
                    CHILE                                       Grande parte do impulso do         mo a CancunTransfers.com, ou um
                     4,7%                                     comércio eletrônico na região        resort no Caribe, ou uma pousada em


  76 AméricaEconomia Junho, 2010
Machu Picchu, no Peru. “Hoje, 70%           são muitos os fatores que devem evo-                                    canismos ineficientes de distribuição
das reservas de hotéis passam por           luir para que a região alcance os níveis                                de bens, o que obriga muitas empresas
uma atividade online”, afi rma Alvaro        de comércio eletrônico dos países de-                                   a criar a sua própria logística. Algo im-
Diago, diretor para América Latina do       senvolvidos. Por exemplo, em vários                                     pensável, por exemplo, nos EUA, onde
grupo InterContinental Hotels Group,        países ainda há pendências quanto aos                                   empresas como a DHL, UPS e Fedex são
que inclui marcas como a HolidayInn.        mecanismos de transação comercial                                       os melhores sócios das lojas.
“Embora a fidelidade de marcas seja          online, o que gera trâmites e complica-                                     Além disso, ainda faltam fortes in-
relevante nessa indústria, a internet       dores adicionais para essas operações.                                  vestimentos em tecnologia para que
tem permitido que empresas de me-                Os sistemas de logística e postal                                  as empresas ofereçam serviços que
nor porte se tornem conhecidas e ga-        também são citados como grandes obs-                                    realmente gerem experiências dife-
nhem posições.”                             táculos para a consolidação de projetos.                                renciadas para o usuário em relação às
    A indústria de viagens, ainda que       Com exceção do Brasil, que conta com                                    compras tradicionais. Esse fator, soma-
em sua grande maioria não sofra com         um sistema de correio postal de alto ní-                                do à desconfiança que ainda persiste
os problemas de logística que atingem       vel, os demais países da região têm me-                                 em grande parte da população, cria
os varejistas on-line – já que não há um
bem físico para entregar –, tem o desafio     COMPRADORES COMPULSIVOS
da confiança do consumidor, pois se tra-      Quem fez compras no último mês (só respostas positivas)
                                              Fonte: TGI / KMR
ta de compras caras. Um ticket médio na
                                            8,0%                                                                                                                                      2007
indústria do turismo é de US$ 900 para                                   7,21%                                                                                                        2008
                                            7,0%                    6,58%                                                                                                             2009
a passagem de avião e US$ 400 para a                             6,14%
reserva de hotel, de acordo com dados       6,0%

da Despegar.com, o que requer uma alta      5,0%                                                                                                                                     4,28%
                                                                                                                                                                                 4,01%
dose de credibilidade para ser realizado.   4,0%                                     3,75%                                                                                   3,72%
                                                        3,40%
                                                   2,80% 3,10%                   2,94%   3,07%                                                      1,75%
                                            3,0%                                                         2,76%
                                                                                                                                               2,63%
OS GARGALOS                                                                                         1,62%
                                                                                                 1,96%
                                                                                                                                     1,89%              2,40%
                                            2,0%                                                                                1,78%     1,81%                   1,77%
Apesar dos bons resultados revelados                                                                                                                                      1,34%
                                                                                                                        0,94%                               1,00%
neste estudo, a América Latina conti-       1,0%                                                                0,71%
                                                                                                             0,28%
nua a ser uma região predominante-          0,0%
mente offline e não bancarizada. Ainda               ARGENTINA       BRASIL           CHILE       COLÔMBIA        EQUADOR           MÉXICO          PERU         VENEZUELA            AL




  EUFORIA VIRTUAL
  O show do Aerosmith na Colômbia estava programado para o dia 20 de maio,
  mas, no escritório de Eduardo Olea, o frenesi envolvendo esse espetáculo co-
  meçou muito antes: especificamente, à zero hora do dia 13 de março, momen-
  to em que começava a venda de ingressos através do portal Tuboleta.com, da
  empresa Coltickets, da qual Olea é gerente de Pesquisa e Desenvolvimento.
  “Nessa hora, 85 mil pessoas disputavam um dos 10 mil ingressos. Chegamos a
  ter um pico de 110 mil pessoas”, conta. O excesso de busca fez o sistema cair, o
  que incentivou a empresa a investir em capacidade para processar um grande
  volume de transações. Afinal, um negócio online que envolve grandes nomes
  da música precisa de robustez para administrar a euforia dos fãs. “A internet é
  o canal predileto para a compra de entradas para eventos como
                                                                     TuBoleta.com
  finais de campeonatos de futebol ou grandes shows internacio-
  nais”, diz. A empresa – com presença também no Peru e no Equador – realiza
  vendas por meio de diferentes canais: dois presenciais (em 70 pontos de ven-
  da, mais bilheterias de vários teatros e estádios), além da venda por telefone e
  internet. Do total de entradas que a Tuboleta vendeu em 2009, 27% foram por
  via telefônica e 22%, pela web. Uma característica verificada é que as compras
  feitas pela web se concentram nos ingressos de valor mais alto. Enquanto, so-
  mando todos os canais de venda, o valor médio de uma entrada é de US$ 15, a
  média de preço de um ticket vendido pela internet é de US$ 30.



                                                                                                                                    Junho, 2010 AméricaEconomia 77
I-BIZ

         COMO QUEIMA DE ESTOQUE
         Neste ano, o Despegar.com lançou uma promoção para a qual convenceu
         hotéis da Argentina a reduzir em até 50% o valor das diárias e antecipar
         as vendas de temporada através do portal. Tal estratégia não foi isolada.
         Desde a sua criação, nos anos 1990, essa agência de viagens busca au-
         mentar a participação de estadia e pacotes turísticos em suas vendas.
         “A ideia é que, dentro de poucos anos, eles representem 50% do total”,
         diz o argentino Cristian Vilate, co-fundador e vice-presidente da Hoteles
         Despegar.com para a América Latina. A preocupação
                                                                     Despegar.com
         da empresa se justifica. Hoje, a venda de passagens de
         avião, que representa 80% das transações feitas pelo site, já não oferece
         a mesma rentabilidade de anos atrás, sobretudo porque as próprias com-
         panhias aéreas passaram a buscar a internet para fortalecer suas vendas
         diretas, reduzindo as comissões pagas às agências. “Esse é um negócio
         que só vale a pena em escala”, diz Vilate. A empresa fechou 2009 com um
         volume de transações próximo dos US$ 500 milhões e espera chegar aos
         US$ 900 milhões em 2010. O mercado brasileiro, no qual a empresa atua
         por meio da marca Decolar.com.br, é o maior da operação, respondendo
         por mais de 40% dos negócios da companhia. No país, são superados apenas pelo site SubmarinoViagens.com, fi-
         lial do gigante B2W. O México é seu segundo mercado, com 20% das vendas, seguido pela Argentina, com 15%.


     barreiras. Nada, entretanto, que não                         METODOLOGIA                                conta outras variáveis relacionadas às
     possa ser superado, e cada novo avan-                        As estimativas da AméricaEconomía          vendas pela web.
     ço permitirá o aumento do volume de                          Intelligence para a elaboração deste es-        Para fi ns deste estudo, defi nimos
     bens e serviços que nossas economias                         tudo, relativas aos anos de 2008 e 2009,   como comércio eletrônico a consumido-
     movimentam pela web.                                         foram feitas a partir das informações      res (B2C) as transações comerciais que
                                                                                                             são fechadas pela internet e derivam
            Os brasileiros de alto poder aquisito                                                            em pelo menos uma ordem de compra
           têm aproveitado a valorização do real                                                             cujo destinatário seja uma pessoa fí-
                                                                                                             sica. Isso inclui transações realizadas
          para comprar pela internet produtos que                                                            entre consumidores e empresas de va-
           ainda não chegaram nas lojas do país                                                              rejo, de turismo e companhias aére-
                                                                                                             as; entre outros consumidores (C2C); e
                                                                  fornecidas por fontes oficiais de cada      transações com o governo (pagamento
        DINHEIRO ELETRÔNICO                                       país (câmaras ou associações de comér-     de impostos online). Os valores em dó-
        Meio de pagamento preferido                               cio eletrônico), homologadas e com-        lares foram obtidos utilizando a taxa
        Fonte: TGI 2009
                                                                  plementadas por análises industriais,      de câmbio válida para o último dia de
          CARTÃO DE                                         75%
                                                                  relatórios fi nanceiros de grandes em-      cada ano respectivo.
            CRÉDITO
                                                                  presas e análise de especialistas, além         Agradecemos a colaboração das
                                                                  de informações fornecidas por duas         seguintes fontes de informação: Amip-
          CARTÃO DE              13%                              pesquisas: a “TGI 2009”, da consultoria    ci, Camara-e.net, Cace, Cavecom, CCS,
             DÉBITO
                                                                  KMR, realizada em uma amostra repre-       FMI, Ilce, ITU, World Internet Statistics,
                                                                  sentativa de 24.433 entrevistados, em      Unctad, Cepal, Organização Mundial
             CONTRA         7%                                    oito países da região, durante 2009; e     do Turismo, Câmara Colombiana de
            ENTREGA
                                                                  outra feita em maio, pela AméricaEco-      E-Commercio, Capece, Direção Geral
                                                                  nomía Intelligence, com 2,3 mil leitores   do Comércio Eletrônico do Panamá,
     TRANSFERÊNCIA        3%                                      da revista AméricaEconomia. Para os        Camtic, Tendencias Digitales, entre
                                                                  países que não têm órgãos que forne-       outros especialistas e líderes na área
                                                                  çam dados estatísticos sobre o setor,      de comércio eletrônico na região, que
             CHEQUE    1%
                                                                  a AméricaEconomía Intelligence rea-        nos ajudaram a obter as informações
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  78 AméricaEconomia Junho, 2010

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Relatório Visa e-Commerce Latam 2010 - 1/2

  • 1. I-BIZ Q uem temeu que o incipiente comércio eletrônico latino- americano fosse mais uma vítima da crise financeira que colapsou a economia em todo o mundo, pôde res- pirar tranquilo ao ver os resultados de 2009. O uso da internet como canal de vendas de produtos e serviços a consu- midores (ou B2C, como é conhecido no jargão especializado) continuou crescen- do, mesmo frente a um cenário adverso. Segundo um estudo realizado pela Amé- ricaEconomía Intelligence, a pedido da empresa de meios de pagamento Visa, o B2C cresceu 39,2% em 2009, chegando a US$ 21,77 bilhões em toda a América Latina e o Caribe. E, se o comportamento registrado no primeiro trimestre se repe- tir durante o ano, em 2010, esse comércio poderá crescer 27%, chegando próximo de US$ 28 bilhões em vendas. Tal resultado, em meio a uma tem- porada repleta de indicadores econômi- cos e financeiros em baixa, tampouco chega a ser uma surpresa. O comércio eletrônico promove uma mudança tão profunda na forma como as pessoas se relacionam com as empresas que lhes A força do proveem serviços e produtos, que a tendência geral foi prejudicada apenas pelo impacto do crescimento negativo de alguns países e pela desconfiança e-commerce Impulsionado pelo Brasil, pelo turismo e por dos investidores internacionais, e não pela disposição do consumidor. A penetração de computadores e de banda larga na América Latina conti- nuou subindo a taxas anuais de 20% e 15%, respectivamente. No final de 2009, grandes redes de varejo, o comércio eletrônico havia 150 milhões de usuários de com- Ilustrações: Patricio Otniel segue crescendo na América Latina putador na região e 40 milhões de assi- nantes de internet banda larga. O mes- AMÉRICAECONOMIA INTELLIGENCE mo aconteceu com a disponibilidade e o COLABOROU: PEDRO MARCONDES, DE SÃO PAULO uso de diferentes meios de pagamento. Junho, 2010 AméricaEconomia 71
  • 2. I-BIZ A oferta sofisticou-se, em um pro- CLICS & MONEY 34.497,3 Gasto total com e-commerce na América Latina (em US$ milhões) cesso liderado pelas empresas aéreas Fontes: Visa Internacional e AméricaEconomía Intelligence 30.000 27.597,9 e pelas grandes operadoras de varejo, seguido por um grupo cada vez maior 25.000 21.774,9 de pequenas e médias empresas, que 20.000 aperfeiçoaram seus modelos de ne- 15.645,0 15.000 gócio na rede. A demanda cresceu 10.572,5 em número e na disposição do con- 10.000 7.542,5 sumidor em comprar, à medida que 4.885,0 5.000 3.042,1 as gerações que foram educadas com 1.866,4 a internet desde o colégio entraram 0 2003 2004 2004 2006 2007 2008 2009 2010* 2011* no mercado de trabalho e puderam (*)Projeção canalizar seu poder de compra via web. LATINOS AMADURECEM “Finalmente, alcançamos uma massa B2C como % do PIB Brasil Chile Fonte: AméricaEconomía Intelligence México América Latina razoável de usuários na América Lati- 0,9% 0,84% na, suficiente para que muitos mode- los de negócio na internet conquistem 0,8% rentabilidade mais rapidamente”, diz o 0,7% argentino Alec Oxenford, fundador da 0,64% casa de leilões online DeRemate.com 0,6% 0,54% (comprada pela MercadoLivre.com) e 0,52% 0,5% 0,52% que hoje está à frente da OLX.com, um 0,42% serviço de classificados gratuitos com 0,4% 0,33% presença global. 0,36% 0,35% 0,26% 0,32% 0,30% Entretanto, esse estudo aponta 0,3% 0,27% 0,19% 0,24% que tal crescimento ainda não se dá de 0,20% 0,2% 0,14% 0,18% 0,18% maneira uniforme. Em alguns merca- 0,13% 0,11% dos, a crise foi uma justificativa para 0,1% 0,09% 0,11% 0,13% 0,10% adiar investimentos em tecnologia e 0,05% 0,07% 0,07% 0,0% logística, necessários para um avanço 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 nos modelos de comércio online, o que impediu um aumento maior no volu- meio da internet. Colômbia e Peru, por altas muito discretas no comércio de me de bens e serviços adquiridos por exemplo, foram países que registraram produtos pela web. Somente este ano o GRÃOS PELO PLANETA O velho clichê de que o comércio eletrônico abre as portas de um negócio para o mundo cabe como luva na história da costa-riquenha Café Britt. Em 2009, 95% dos US$ 5,1 milhões que a empresa vendeu pela web tiveram como destino consumidores dos EUA e do Canadá. “Um turista que viaja à Costa Rica degusta uma xícara de café no avião, compra chocolates e bolsas da Café Britt no aeroporto para presentear seus entes queridos e leva um cartão de desconto para sua compra online”, diz Pablo Vargas, presidente executivo da CafeBritt.com Café Britt, indicando que o marketing e a logística são parte fundamental de sua operação. A companhia fez acordos com empresas de entrega expressa, como FedEx e DHL, e instalou um serviço de atendimento ao cliente em San José, no qual só trabalham pessoas bilíngues com grau universitário. “Apesar de estarmos em um país pequeno, através da internet podemos oferecer um excelente serviço e uma experiência de compra muito po- sitiva, com assistência online por chat, atendimento telefônico e resposta a consultas em, no máximo, duas horas”, diz Vargas. A empresa tem crescido a taxas de 15% ao ano, mas o exe- cutivo admite que chegar a esse resultado não foi fácil. Ele conhece outros empresários que tentaram comercializar seu produto pela web, mas não conseguiram resultados rápidos e abandonaram a iniciativa. “É preciso encarar esse setor como primordial, focar-se e investir.” 72 AméricaEconomia Junho, 2010
  • 3. A VANTAGEM DE SER O ÚLTIMO No Brasil, a intensa guerra no campo do comércio eletrônico tem sido alimentada, nos últi- mos tempos, pela chegada de players globais. Em outubro de 2008, a rede norte-americana Walmart entrou em campo. Agora chegou a vez da francesa Carrefour, que inaugurou sua operação em março, com um objetivo ambicioso: ocupar a quinta posição entre os players do comércio eletrônico, no Brasil, até o final de 2011. “Ser o último pode trazer benefícios”, diz Rodrigo Lacerda, diretor de Marketing da rede. “Podemos criar um site a partir do diag- nóstico de tudo o que está acontecendo, entendendo as necessidades do consumidor, co- nhecendo as tendências atuais e oferecendo uma solução diferenciada.” Carrefour.com.br Com um investimento de US$ 27 milhões, o portal levou sete meses para ser desenvolvido, aproveitando todos os conceitos da rede 2.0. Os usuários podem obter informações sobre produtos por meio de vídeos explicativos, resenhas escritas por outros internautas, blogs, chats e redes sociais. A loja virtual do Carrefour no Brasil oferece garantia estendida de produtos e atenção pós-venda. A plataforma brasileira, primeira a ser lançada pela multinacional francesa em um país emergente, servirá de modelo em seus projetos em outros países, como Argentina, Colômbia e China. Grupo Éxito, principal rede varejista da jistas incrementaram fortemente suas no país, tem um plano semelhante (veja Colômbia, começará a investir no de- apostas tecnológicas e logísticas para quadro A Vantagem de Ser o Último). senvolvimento de seu negócio na web aumentar a força de seu comércio ele- Entretanto, o maior destaque no (veja quadro O Papel dos Donos). trônico. O Walmart, por exemplo, que segmento varejista é o Pão de Açúcar, Em outros países, a contração do entrou no e-commerce brasileiro em gigante que, com a compra de seus turismo – gerada pela crise e pela gripe outubro de 2008, afirma que pretende rivais Ponto Frio e Casas Bahia, não suína – impediu que se registrassem dobrar suas vendas virtuais em 2010. O apenas assumiu a liderança das ven- taxas de expansão maiores. Esse é o foco de sua estratégia se concentra na das físicas de varejo, como alcançou caso principalmente do México, onde variedade: a empresa quer aumentar a segunda posição no comércio ele- o turismo representa cerca de 70% das sua oferta online dos atuais 10 mil arti- trônico brasileiro. A empresa, que, no operações de B2C. gos, distribuídos em 11 categorias, para fechamento desta edição, passava por 100 mil, divididos em 21 seções, até o um processo de revisão de sua fusão VAREJISTAS AO ATAQUE final do ano. O Walmart também tem com a Casas Bahia, passou a concentrar Não é possível compreender a dimen- lojas virtuais em outros países, como as unidades de venda de bens duráveis são do crescimento do B2C na América no Chile, representado pela marca Líder, na internet em uma nova empresa, Latina sem falar do Brasil. O país não e no México, com a Superama. Contudo, chamada de Nova PontoCom. Com um é somente o maior da América Latina; ambos operam somente na venda de faturamento estimado em US$ 1 bilhão também é o que apresenta os indica- alimentos. O Carrefour Brasil, que aca- para 2010, fica atrás apenas da B2W- dores mais altos em termos de uso de ba de lançar seu portal de e-commerce Companhia Global do Varejo, formada comércio eletrônico na região, uma vantagem que se acentuou durante CONFIANÇA EM ALTA 2009, com a entrada de 4,4 milhões de Qual a sua percepção sobre a segurança nas operações feitas pela web? novos usuários de internet no país, que Resultado referente só a respostas “alta/muito alta”, como percentual do total ajudaram a levar as cifras de B2C para Fonte: Pesquisa com leitores de AméricaEconomia, maio de cada ano 2008 2010 além dos US$ 13 bilhões, mais de 60% 80% 70% de todo o e-commerce focado no consu- 60% midor fi nal da região. “Nosso cenário 50% conservador de crescimento para o B2C 40% é de 30% por ano até 2016”, diz Gerson 30% 20% Rolim, diretor executivo da Câmara-e. 10% net, associação que reúne as operado- 0% ras de comércio eletrônico. ARGENTINA BOLÍVIA BRASIL COSTA RICA CHILE MÉXICO COLÔMBIA EQUADOR PANAMÁ A. LATINA PARAGUAI PERU URUGUAI VENEZUELA Rolim não é o único otimista em re- lação ao Brasil. As grandes redes vare- Junho, 2010 AméricaEconomia 73
  • 4. I-BIZ por Submarino.com e Lojas America- das desses itens cresceram 137% em dos operadores varejistas é recente e do- nas. A B2W, entretanto, tem visto sua relação a 2008 e só ficaram atrás, entre minado por pequenos casos isolados. So- distância em relação às concorrentes os produtos tangíveis, das categorias mente o Chile, segundo país com maior se reduzir. Em 2009, pelo segundo ano mais tradicionais, como livros, assi- maturidade em comércio eletrônico da consecutivo, cresceu menos que a mé- naturas de jornais e revistas, além de região, mostra desenvolvimentos im- dia dessa indústria, reduzindo sua par- acessórios de cuidado pessoal (saúde, portantes, em um setor dominado pela ticipação de 60% para 47%. Em busca de beleza e medicamentos). Falabella.com (veja quadro Da Logística reverter tal tendência, o grupo anun- O dinamismo do B2C brasileiro, en- às Redes Sociais), mas no qual também ciou que investirá US$ 100 milhões em tretanto, ainda não se repete em outros se destacam outras varejistas, como tecnologia neste ano. mercados da América Latina. No México, Cencosud, Ripley, Sodimac e LaPolar. A necessidade de reação é justi- a rede PalaciodeHierro.com é líder, mas ficada; afinal, o mercado brasileiro o segmento varejista ainda não aposta PEQUENAS EM DESTAQUE tem se sofisticado. Por exemplo, em suas melhores fichas no canal de vendas Ser um jogador relevante em uma área 2009, os eletrodomésticos figuraram online. Na Argentina, há modelos bem- de e-commerce requer muito investi- pela primeira vez entre os artigos mais sucedidos, mas ainda falta demanda. mento em tecnologia e em sistemas comprados pela web no Brasil. As ven- Na Colômbia e no Peru, o investimento logísticos. É impossível conseguir ven- das de US$ 100 milhões sem que haja compromissos substanciais e recursos DA LOGÍSTICA ÀS REDES SOCIAIS sustentáveis. Contudo, as pequenas em- Se alguém pesquisar a história da rede chilena de lojas de departamento presas também têm conquistado bons Falabella, não encontrará nenhuma referência a seu site. Fontes da empre- resultados na web. À medida que os mo- sa dizem que tais informações estão classificadas como confidenciais, por tores da busca começam a ser a principal causa do sucesso do negócio. Ricardo Alonso, gerente geral da Falabella. ferramenta de pesquisa dos usuários com, afirma que o nível de vendas registrado no portal supera o de qual- da internet na hora de tomar decisões quer loja física do país. Fontes próximas da empresa dizem que as vendas de compra, os pequenos começam a ter online representam 57% do faturamento da área de varejo da Falabella, chances similares às das grandes redes participação que justifica os dados de tráfico on- de chegar com sua oferta ao consumi- line indicados por sites como Alexa.com ou Goo- dor. Isso é facilitado por sites como o Mer- gleTrends.com. Alonso não confirma tal dado, mas cadoLivre.com, um portal que passou de comenta os fatores-chave do sucesso da Falabella. leilões a transações com consumidores, com. “A experiência da compra é o fundamental”, cujas vendas, atualmente, são 90% a pre- diz. Segundo o executivo, não basta ter um bom ço fixo, e 80% de produtos novos, o que catálogo de ofertas sem ter boa logística. “Isso mostra um amplo domínio de pequenos não implica apenas ter caminhões para entrega, negócios em sua plataforma. mas sistemas inteligentes para Uma das vantagens do e-commerce Falabella.com traçar rotas e integração de é que ele gera incentivos para que em- sistemas que permita monito- presas que operam na informalida- rar as entregas”, diz. Um exemplo-chave no qual de ingressem no mundo formal com muitos falham é a logística reversa, que permite propostas de valor diferenciadas. É o que um comprador devolva o produto, se não caso do Mercado La Salada, um grande estiver satisfeito com a compra. “É um processo centro têxtil de Buenos Aires, que criou complexo, mas não fazê-lo bem pode significar o MercadoLaSalada.com, ou das feiras o fim do e-commerce.” Por isso, Falabella tratou tecnológicas peruanas Las Malvinas de desenvolver seu próprio modelo, seguindo o (Malvinasperu.com) e Computiendas exemplo de varejistas bem-sucedidos dos EUA e (Computiendasperu.com). da Europa, os quais Alonso visita regularmente. “As empresas pequenas e médias Outro fator fundamental é observar o usuário. têm tudo a ganhar com o comércio ele- “Medimos tudo o que ele faz no site. Tudo”, afirma. A estratégia de ob- trônico, por seus benefícios visíveis, co- servação permanente estende-se inclusive às redes sociais, realizando mo o acesso a novos mercados, e pela promoções em canais como Facebook ou Twitter. Além do Chile, Falabella. afinidade da natureza dinâmica do meio com opera na Argentina e se prepara para estrear na Colômbia e no Peru, com seus modelos de negócio”, diz José países nos quais atualmente só possui sites informativos. María Ayuso, vice-presidente Executivo Global de Produto da Visa. “São muitos 74 AméricaEconomia Junho, 2010
  • 5. O PAPEL DOS DONOS A visão dos donos e o apoio que dão ao comércio eletrônico são fundamentais na hora de elaborar uma estratégia de sucesso. Não acredita? Então pergunte aos executivos do Grupo Éxito, maior rede de varejo da Colômbia, comprada em 2007 pela francesa Casino. “Começamos nossa plataforma online em 1998, Exito.com mas era uma unidade pequena, sem ambição”, conta Eduardo René Miranda, chefe de Comércio Eletrônico do grupo. “Desde que a Casino chegou, porém, passamos a respirar internet.” Para essa mudança, foi importante a expe- riência da rede francesa com seus portais em outros países, injetando ambição no grupo, que prepara vários investimentos para renovar seu portal. “As vendas online do Éxito foram de US$ 15 milhões em 2009, apenas 0,8% do total; no caso do Extra.com, no Brasil, o site representa 5% das vendas do grupo”, compara Mi- randa, calculando o potencial a explorar. sa. “Isso se dará, especialmente, nos CEO da Skybox, empresa de logística, fatores que têm inibido as empresas países em que há mais bancarização e com sede em Miami, dedicada ao envio mexicanas a incrementar sua aposta penetração tecnológica”. de produtos comprados nos EUA para no comércio eletrônico. seus consumidores latino-americanos. A América Central e o Caribe tam- CRUZAR FRONTEIRAS “Em 2009, fi zemos 150 mil envios de bém são grandes compradores de sites Um iPad, um celular Android ou o últi- produtos dos EUA para a América La- estrangeiros, por sua proximidade ge- mo PC da Sony são sonhos de consumo tina, um aumento de 18% em relação a ográfica com os EUA e pela pouca pro- que talvez ainda não estejam dispo- 2008, apesar da crise”, explica. fundidade de seus próprios mercados. níveis no comércio de determinada O México é, por sua integração lo- Os países do Caribe que falam inglês região. Mas isso não impede que se gística com os Estados Unidos, o país contam, ainda, com a vantagem do compre diretamente dos EUA, por meio que mais compra dos EUA através da idioma, o que torna a compra um pro- web. Muitos mexicanos compram dire- cesso ainda mais natural. O Brasil representa tamente na Amazon e no BestBuy.com, No entanto, se havia um país on- sem passar por um serviço intermedi- de os cidadãos se caracterizavam por mais de 60% de ário. Líderes da indústria estimam que fazer compras internacionais, esse todo o comércio esse comércio seja equivalente a quase era a Venezuela. Até 2007, o governo um terço de todo o e-commerce realiza- venezuelano autorizava uma cota de eletrônico do pelo México. De fato, a concorrência compras pela internet de até US$ 1,5 da região direta dos Estados Unidos é um dos mil. Entretanto, por causa da realidade dos sites mais populares desse país, co- mo o Amazon ou o eBay. A modalidade E-CONSUMO TOTAL Países/blocos selecionados de consumo online caracterizada pela B2C em US$ milhões compra de produtos que estão dispo- Fonte: Visa e América Economía Intelligence níveis em sites de comércio eletrônico 2005 2006 2007 2008 2009 de outros países já ganhou relevância. BRASIL 2.269,9 3.540,5 4.898,7 8.572,6 13.230,4 Na verdade, é um dos componentes do MÉXICO 567,1 867,6 1.377,0 2.010,0 2.624,9 e-commerce que mais cresce. Apesar VENEZUELA 253,4 489,6 821,5 787,8 906,1 dos custos de logística e de aduanas, ARGENTINA 240,9 378,1 561,5 732,8 875,0 cada vez mais os consumidores latino- CHILE 242,8 471,8 687,5 919,5 1.027,9 americanos estão usando a internet CARIBE 387,0 565,0 660,0 754,9 868,1 para comprar produtos que não en- COLÔMBIA 150,3 175,0 201,3 301,9 435,0 contram em seus países. “Quando o PORTO RICO 344,0 384,3 445,0 489,8 587,8 iPhone foi lançado, em 2007, recebemos OUTROS 131,3 164,8 203,0 260,9 306,5 uma enorme quantidade de pedidos de AMÉRICA CENTRAL 189,2 359,9 499,0 563,9 637,2 compra do novo aparelho provenientes PERU 109,1 145,5 218,2 250,9 276,0 da América Latina”, diz Paul Gartland, AL + CARIBE 4.885,0 7.542,5 10.572,5 15.645,0 21.774,9 Junho, 2010 AméricaEconomia 75
  • 6. I-BIZ A COMPRA DO MÊS A gripe A (H1N1) fez bem ao negócio da LeShop.com.ar. O portal, criado em 2000, viu sua demanda crescer em julho do ano passado, quando a pandemia forçou a quarentena nas principais cidades da Argentina. Foi então que o LeShop se transformou em um dos sites prediletos de compra online, com uma taxa de crescimento de 50% em 2009. Gonzalo To- más Benítez, diretor executivo do portal, afirma que esse resultado se deve a dois fatores: logística própria e atenção personalizada. “Entendemos que, para ganhar Leshop.com.ar mercado e fidelizar clientes, esses fatores são chave, porque ajudam a construir confiança”, diz. Esse supermercado na internet afirma ter 35% de participação de mercado, em um segmento que faturou US$ 65 milhões em 2009. A navegação no site da LeShop – que replica a operação da empresa suíça homônima – simula o passeio por um supermercado, incluindo as gôndolas. Seu objetivo é facilitar a mudança de hábito do consumidor na hora de fazer suas compras. Também oferece um assessor pessoal, que se apresenta com nome e sobrenome e responde a qualquer dúvida ou mudança no pedido. “Nosso cliente é exigente e valoriza a qualidade, pontualidade e exatidão em cada pedido”, afirma Benítez. dual do mercado de câmbio venezue- significativo. Apesar de algumas ta- continua sendo protagonizado pela lano, essa cota, que permitia a compra rifas sobre produtos eletrônicos che- indústria do turismo, especialmente de dólares na taxa oficial mais baixa, garem a 100%, os brasileiros de maior pelas companhias aéreas. E não se trata acabava funcionando como um subsí- poder aquisitivo têm aproveitado a de tentativas revolucionárias de algu- dio, incentivando o uso massivo. Isso valorização do real para comprar pela mas companhias de baixo custo, como motivou o governo a reduzir o limite de internet muitos dos produtos eletrôni- a Gol, no Brasil, a Volaris, no México, ou compras para US$ 400, elevar o câmbio cos que ainda não estão nas lojas de seu a Aires, na Colômbia. O maior esforço, oficial, e fi xar requisitos mais restriti- país. De acordo com a Camara-e.net, os nos últimos dois anos, ocorreu entre vos ao acesso a esses dólares, reduzindo brasileiros gastaram US$ 620 milhões os players estabelecidos, ou seja, com- o número de compras online. dólares, em 2009, em compras interna- panhias aéreas de bandeira que têm Já no Brasil, o volume de compras cionais pela web, um aumento de 30% investido fortemente para fomentar a no exterior registra um crescimento em relação a 2008. venda direta de passagens pela inter- Esse movimento de compras trans- net. A chilena Lan, por meio de seu site fronteiriças é de mão dupla. Por isso, Lan.com, tem sido uma das mais agres- POTÊNCIA BRASIL também vale destacar que muitos imi- sivas nessa luta, com promoções para Participação por país no grantes que vivem nos Estados Unidos atrair os viajantes a comprar em seu gasto total do B2C na AL Fontes: Visa Internacional e substituíram as remessas de dólares site e eliminar qualquer agência inter- AméricaEconomía Intelligence em dinheiro que enviariam às suas mediária, que ganharia uma comissão OUTROS ARGENTINA famílias em seus países de origem por pela venda. Mas é a brasileira Gol que 4% 1,4% compras em sites de e-commerce continua sendo a companhia da região CARIBE 4% desses lugares. Isso tem levado com maior volume de vendas pela in- empresas como a mexicana ternet, com mais de 90% de sua receita AMÉRICA CENTRAL 2,9% TiendasElektra.com, do Gru- gerada dessa forma – embora muitas po Salinas, assim como delas não possam ser consideradas di- VENEZUELA 4,2% clubes de desconto, como retas, já que são feitas pelas agências PORTO RICO 2,7% o PriceSmart, na Améri- de viagens no site da empresa. PERU ca Central e no Caribe, a A novidade, porém, é que já exis- 1,3% BRASIL desenvolver serviços es- tem pequenas e médias empresas do 60,8% peciais para os clientes setor que começam a utilizar o comér- MÉXICO 12,1% internacionais. cio eletrônico para fechar transações. Pode ser uma empresa de transporte COLÔMBIA COMO AVIÃO turístico no costa maia mexicana, co- 2% CHILE Grande parte do impulso do mo a CancunTransfers.com, ou um 4,7% comércio eletrônico na região resort no Caribe, ou uma pousada em 76 AméricaEconomia Junho, 2010
  • 7. Machu Picchu, no Peru. “Hoje, 70% são muitos os fatores que devem evo- canismos ineficientes de distribuição das reservas de hotéis passam por luir para que a região alcance os níveis de bens, o que obriga muitas empresas uma atividade online”, afi rma Alvaro de comércio eletrônico dos países de- a criar a sua própria logística. Algo im- Diago, diretor para América Latina do senvolvidos. Por exemplo, em vários pensável, por exemplo, nos EUA, onde grupo InterContinental Hotels Group, países ainda há pendências quanto aos empresas como a DHL, UPS e Fedex são que inclui marcas como a HolidayInn. mecanismos de transação comercial os melhores sócios das lojas. “Embora a fidelidade de marcas seja online, o que gera trâmites e complica- Além disso, ainda faltam fortes in- relevante nessa indústria, a internet dores adicionais para essas operações. vestimentos em tecnologia para que tem permitido que empresas de me- Os sistemas de logística e postal as empresas ofereçam serviços que nor porte se tornem conhecidas e ga- também são citados como grandes obs- realmente gerem experiências dife- nhem posições.” táculos para a consolidação de projetos. renciadas para o usuário em relação às A indústria de viagens, ainda que Com exceção do Brasil, que conta com compras tradicionais. Esse fator, soma- em sua grande maioria não sofra com um sistema de correio postal de alto ní- do à desconfiança que ainda persiste os problemas de logística que atingem vel, os demais países da região têm me- em grande parte da população, cria os varejistas on-line – já que não há um bem físico para entregar –, tem o desafio COMPRADORES COMPULSIVOS da confiança do consumidor, pois se tra- Quem fez compras no último mês (só respostas positivas) Fonte: TGI / KMR ta de compras caras. Um ticket médio na 8,0% 2007 indústria do turismo é de US$ 900 para 7,21% 2008 7,0% 6,58% 2009 a passagem de avião e US$ 400 para a 6,14% reserva de hotel, de acordo com dados 6,0% da Despegar.com, o que requer uma alta 5,0% 4,28% 4,01% dose de credibilidade para ser realizado. 4,0% 3,75% 3,72% 3,40% 2,80% 3,10% 2,94% 3,07% 1,75% 3,0% 2,76% 2,63% OS GARGALOS 1,62% 1,96% 1,89% 2,40% 2,0% 1,78% 1,81% 1,77% Apesar dos bons resultados revelados 1,34% 0,94% 1,00% neste estudo, a América Latina conti- 1,0% 0,71% 0,28% nua a ser uma região predominante- 0,0% mente offline e não bancarizada. Ainda ARGENTINA BRASIL CHILE COLÔMBIA EQUADOR MÉXICO PERU VENEZUELA AL EUFORIA VIRTUAL O show do Aerosmith na Colômbia estava programado para o dia 20 de maio, mas, no escritório de Eduardo Olea, o frenesi envolvendo esse espetáculo co- meçou muito antes: especificamente, à zero hora do dia 13 de março, momen- to em que começava a venda de ingressos através do portal Tuboleta.com, da empresa Coltickets, da qual Olea é gerente de Pesquisa e Desenvolvimento. “Nessa hora, 85 mil pessoas disputavam um dos 10 mil ingressos. Chegamos a ter um pico de 110 mil pessoas”, conta. O excesso de busca fez o sistema cair, o que incentivou a empresa a investir em capacidade para processar um grande volume de transações. Afinal, um negócio online que envolve grandes nomes da música precisa de robustez para administrar a euforia dos fãs. “A internet é o canal predileto para a compra de entradas para eventos como TuBoleta.com finais de campeonatos de futebol ou grandes shows internacio- nais”, diz. A empresa – com presença também no Peru e no Equador – realiza vendas por meio de diferentes canais: dois presenciais (em 70 pontos de ven- da, mais bilheterias de vários teatros e estádios), além da venda por telefone e internet. Do total de entradas que a Tuboleta vendeu em 2009, 27% foram por via telefônica e 22%, pela web. Uma característica verificada é que as compras feitas pela web se concentram nos ingressos de valor mais alto. Enquanto, so- mando todos os canais de venda, o valor médio de uma entrada é de US$ 15, a média de preço de um ticket vendido pela internet é de US$ 30. Junho, 2010 AméricaEconomia 77
  • 8. I-BIZ COMO QUEIMA DE ESTOQUE Neste ano, o Despegar.com lançou uma promoção para a qual convenceu hotéis da Argentina a reduzir em até 50% o valor das diárias e antecipar as vendas de temporada através do portal. Tal estratégia não foi isolada. Desde a sua criação, nos anos 1990, essa agência de viagens busca au- mentar a participação de estadia e pacotes turísticos em suas vendas. “A ideia é que, dentro de poucos anos, eles representem 50% do total”, diz o argentino Cristian Vilate, co-fundador e vice-presidente da Hoteles Despegar.com para a América Latina. A preocupação Despegar.com da empresa se justifica. Hoje, a venda de passagens de avião, que representa 80% das transações feitas pelo site, já não oferece a mesma rentabilidade de anos atrás, sobretudo porque as próprias com- panhias aéreas passaram a buscar a internet para fortalecer suas vendas diretas, reduzindo as comissões pagas às agências. “Esse é um negócio que só vale a pena em escala”, diz Vilate. A empresa fechou 2009 com um volume de transações próximo dos US$ 500 milhões e espera chegar aos US$ 900 milhões em 2010. O mercado brasileiro, no qual a empresa atua por meio da marca Decolar.com.br, é o maior da operação, respondendo por mais de 40% dos negócios da companhia. No país, são superados apenas pelo site SubmarinoViagens.com, fi- lial do gigante B2W. O México é seu segundo mercado, com 20% das vendas, seguido pela Argentina, com 15%. barreiras. Nada, entretanto, que não METODOLOGIA conta outras variáveis relacionadas às possa ser superado, e cada novo avan- As estimativas da AméricaEconomía vendas pela web. ço permitirá o aumento do volume de Intelligence para a elaboração deste es- Para fi ns deste estudo, defi nimos bens e serviços que nossas economias tudo, relativas aos anos de 2008 e 2009, como comércio eletrônico a consumido- movimentam pela web. foram feitas a partir das informações res (B2C) as transações comerciais que são fechadas pela internet e derivam Os brasileiros de alto poder aquisito em pelo menos uma ordem de compra têm aproveitado a valorização do real cujo destinatário seja uma pessoa fí- sica. Isso inclui transações realizadas para comprar pela internet produtos que entre consumidores e empresas de va- ainda não chegaram nas lojas do país rejo, de turismo e companhias aére- as; entre outros consumidores (C2C); e fornecidas por fontes oficiais de cada transações com o governo (pagamento DINHEIRO ELETRÔNICO país (câmaras ou associações de comér- de impostos online). Os valores em dó- Meio de pagamento preferido cio eletrônico), homologadas e com- lares foram obtidos utilizando a taxa Fonte: TGI 2009 plementadas por análises industriais, de câmbio válida para o último dia de CARTÃO DE 75% relatórios fi nanceiros de grandes em- cada ano respectivo. CRÉDITO presas e análise de especialistas, além Agradecemos a colaboração das de informações fornecidas por duas seguintes fontes de informação: Amip- CARTÃO DE 13% pesquisas: a “TGI 2009”, da consultoria ci, Camara-e.net, Cace, Cavecom, CCS, DÉBITO KMR, realizada em uma amostra repre- FMI, Ilce, ITU, World Internet Statistics, sentativa de 24.433 entrevistados, em Unctad, Cepal, Organização Mundial CONTRA 7% oito países da região, durante 2009; e do Turismo, Câmara Colombiana de ENTREGA outra feita em maio, pela AméricaEco- E-Commercio, Capece, Direção Geral nomía Intelligence, com 2,3 mil leitores do Comércio Eletrônico do Panamá, TRANSFERÊNCIA 3% da revista AméricaEconomia. Para os Camtic, Tendencias Digitales, entre países que não têm órgãos que forne- outros especialistas e líderes na área çam dados estatísticos sobre o setor, de comércio eletrônico na região, que CHEQUE 1% a AméricaEconomía Intelligence rea- nos ajudaram a obter as informações % 0 10 20 30 40 50 60 70 80 lizou estimativas próprias, tendo em necessárias para essa pesquisa. 78 AméricaEconomia Junho, 2010