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CRISE ECONÔMICA, INDÚSTRIA E
                 PERSPECTIVAS

                                           Armen Mamigonian


                               1

        A economia mundial, e não somente a capitalista, vive
uma conjuntura prolongada de depressão. Como assinalou
Kondratieff são gestados em conjunturas deste tipo as invenções
que permitem a retomada da lucratividade, em queda desde
antes de 1970, conforme Mandel. Isto quer dizer que estamos
próximos da eclosão da 3ª Revolução Industrial e por isto
mesmo vivemos o neo-liberalismo nos EUA, Inglaterra,
Alemanha, etc. de um lado e a perestroika, a reversão do
maoismo, etc. de outro.

                                2
         Discutir as questões que envolvem tecnologia
novíssima, como automação, robotização, etc., postas pela crise
mundial capitalista, exige o estabelecimento de dúvidas cruciais
que interessam ao movimento dos trabalhadores brasileiros.
         Uma das mais importantes é que existem duas crises
que nos envolvem: a crise mundial e a crise brasileira, conforme
I. Rangel. A crise mundial exige várias mutações, e sem dúvida
uma nova RI (e tecnológica), enquanto a tecnologia de ponta
não é importante, e na verdade pouco significativa, para a
retomada do desenvolvimento econômico brasileiro.


                             3
        Como o Brasil saiu da crise de 1929-30? Não foi
certamente pela introdução da tecnologia novíssima (linha de
montagem, etc.) e dos ramos mais dinâmicos da economia
mundial (automóveis, trens elétricos, aviões, etc.). Foi
simplesmente completando a substituição de bens de consumo
elementares (têxteis, etc.) e iniciando a substituição de bens
ligados à construção civil (cimento, etc.). A continuidade do
processo de substituição de importações, que nem a CEPAL,
nem a teoria da dependência, nem as esquerdas entenderam
suficientemente, é que permitiu a constituição de um edifício
industrial completo, que passou a exportar manufaturados e a
concorrer no mercado mundial capitalista, criando atritos
crescentes com os EUA e o centro do sistema.
         Na crise mundial de 1929-30 houve um enorme
processo de contração do mercado internacional, que forçou
uma política autárquica em vários países do mundo. O nazismo,
por exemplo, chegou ao poder para enfrentar os problemas de
recessão e desemprego e se tornou popular. A revolução de 1930
também teve este papel no Brasil, levando a economia a crescer
para dentro, como disseram posteriormente os cepalinos.
Aqueles países, como a Argentina, que continuaram atrelados à
Divisão Internacional do Trabalho em conjuntura depressiva
acabaram perdendo velocidade.


                               4

          Em que consiste a crise econômica brasileira atual? O
capitalismo brasileiro concluiu vitoriosamente o processo de
substituição de importações, criando naturalmente vários
problemas. Como este processo está virtualmente esgotado é
preciso encontrar novo modelo de crescimento, que deverá
decorrer de uma política econômica que enfrente os graves
problemas criados: 1) desemprego maciço e questão agrária
agravadas, 2) infra-estrutura econômico-social estrangulada
(transporte, energia, saneamento), enorme capacidade ociosa na
indústria mecânica pesada, etc. e 4) dívida pública externa e
interna intoleráveis (juros altíssimos, etc.). A acumulação
capitalista cíclica e desigual apresenta hoje no Brasil, como nas
crises juglarianas passadas, setores econômicos avançados
(indústria mecânica pesada) e atrasadas (infra-estruturas).
Acoplá-las, por um fluxo de recursos excessivos numa e
escassos noutras é questão prioritária para saída da crise
interesse aos trabalhadores.


                              5

         A depressão capitalista mundial atual, diferentemente
daquela de 1920-48, caracteriza-se não por uma contração, mas
por grande expansão do comércio internacional. Assim, os EUA
aumentaram em quase 300% a importação de produtos
manufaturados entre 1973 e 1983 (US$ 42,5 para 163,0 bilhões),
sendo que os maiores aumentos foram provenientes do 3º
Mundo (Coréia do Sul, Brasil, Formosa, etc.) e do Japão. A
conjuntura do comércio internacional caracteriza-se também
pelo aparecimento de superávites importantes (Japão,
Alemanha, Brasil, Coréia do Sul, etc.), de mostrando vitalidade
real ou potencial de algumas economias nacionais, e déficits
enormes (EUA, Inglaterra, etc.), que caracterizam fraquezas
significativas.


                              6

         A economia americana poderia se recuperar como na
conjuntura de 1930 pelo fechamento do seu mercado, mas isto
significaria o fim do dólar como moeda do comércio
internacional e o fim mais rápido da sua hegemonia como
potência mundial. A política neo-liberal que os EUA impuseram
ao Chile (1973), à Argentina (1973), ao México (1988), estão
tentando impor ao brasil de 1990. A maciça e falsa propaganda
de atraso do parque industrial brasileiro e as medidas de
depressivas adotadas pelo plano Collor visam enfraquecer o
movimento operário e abrir o mercado brasileiro às importações
de mercadorias e a conversão da dívida externa em ativos
industriais do Estado brasileiro. Nos interessa este caminho?
Temos propostas alternativa?

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Crise econômica, indústria e perspectivas

  • 1. CRISE ECONÔMICA, INDÚSTRIA E PERSPECTIVAS Armen Mamigonian 1 A economia mundial, e não somente a capitalista, vive uma conjuntura prolongada de depressão. Como assinalou Kondratieff são gestados em conjunturas deste tipo as invenções que permitem a retomada da lucratividade, em queda desde antes de 1970, conforme Mandel. Isto quer dizer que estamos próximos da eclosão da 3ª Revolução Industrial e por isto mesmo vivemos o neo-liberalismo nos EUA, Inglaterra, Alemanha, etc. de um lado e a perestroika, a reversão do maoismo, etc. de outro. 2 Discutir as questões que envolvem tecnologia novíssima, como automação, robotização, etc., postas pela crise mundial capitalista, exige o estabelecimento de dúvidas cruciais que interessam ao movimento dos trabalhadores brasileiros. Uma das mais importantes é que existem duas crises que nos envolvem: a crise mundial e a crise brasileira, conforme I. Rangel. A crise mundial exige várias mutações, e sem dúvida uma nova RI (e tecnológica), enquanto a tecnologia de ponta não é importante, e na verdade pouco significativa, para a retomada do desenvolvimento econômico brasileiro. 3 Como o Brasil saiu da crise de 1929-30? Não foi certamente pela introdução da tecnologia novíssima (linha de montagem, etc.) e dos ramos mais dinâmicos da economia
  • 2. mundial (automóveis, trens elétricos, aviões, etc.). Foi simplesmente completando a substituição de bens de consumo elementares (têxteis, etc.) e iniciando a substituição de bens ligados à construção civil (cimento, etc.). A continuidade do processo de substituição de importações, que nem a CEPAL, nem a teoria da dependência, nem as esquerdas entenderam suficientemente, é que permitiu a constituição de um edifício industrial completo, que passou a exportar manufaturados e a concorrer no mercado mundial capitalista, criando atritos crescentes com os EUA e o centro do sistema. Na crise mundial de 1929-30 houve um enorme processo de contração do mercado internacional, que forçou uma política autárquica em vários países do mundo. O nazismo, por exemplo, chegou ao poder para enfrentar os problemas de recessão e desemprego e se tornou popular. A revolução de 1930 também teve este papel no Brasil, levando a economia a crescer para dentro, como disseram posteriormente os cepalinos. Aqueles países, como a Argentina, que continuaram atrelados à Divisão Internacional do Trabalho em conjuntura depressiva acabaram perdendo velocidade. 4 Em que consiste a crise econômica brasileira atual? O capitalismo brasileiro concluiu vitoriosamente o processo de substituição de importações, criando naturalmente vários problemas. Como este processo está virtualmente esgotado é preciso encontrar novo modelo de crescimento, que deverá decorrer de uma política econômica que enfrente os graves problemas criados: 1) desemprego maciço e questão agrária agravadas, 2) infra-estrutura econômico-social estrangulada (transporte, energia, saneamento), enorme capacidade ociosa na indústria mecânica pesada, etc. e 4) dívida pública externa e interna intoleráveis (juros altíssimos, etc.). A acumulação capitalista cíclica e desigual apresenta hoje no Brasil, como nas
  • 3. crises juglarianas passadas, setores econômicos avançados (indústria mecânica pesada) e atrasadas (infra-estruturas). Acoplá-las, por um fluxo de recursos excessivos numa e escassos noutras é questão prioritária para saída da crise interesse aos trabalhadores. 5 A depressão capitalista mundial atual, diferentemente daquela de 1920-48, caracteriza-se não por uma contração, mas por grande expansão do comércio internacional. Assim, os EUA aumentaram em quase 300% a importação de produtos manufaturados entre 1973 e 1983 (US$ 42,5 para 163,0 bilhões), sendo que os maiores aumentos foram provenientes do 3º Mundo (Coréia do Sul, Brasil, Formosa, etc.) e do Japão. A conjuntura do comércio internacional caracteriza-se também pelo aparecimento de superávites importantes (Japão, Alemanha, Brasil, Coréia do Sul, etc.), de mostrando vitalidade real ou potencial de algumas economias nacionais, e déficits enormes (EUA, Inglaterra, etc.), que caracterizam fraquezas significativas. 6 A economia americana poderia se recuperar como na conjuntura de 1930 pelo fechamento do seu mercado, mas isto significaria o fim do dólar como moeda do comércio internacional e o fim mais rápido da sua hegemonia como potência mundial. A política neo-liberal que os EUA impuseram ao Chile (1973), à Argentina (1973), ao México (1988), estão tentando impor ao brasil de 1990. A maciça e falsa propaganda de atraso do parque industrial brasileiro e as medidas de depressivas adotadas pelo plano Collor visam enfraquecer o movimento operário e abrir o mercado brasileiro às importações
  • 4. de mercadorias e a conversão da dívida externa em ativos industriais do Estado brasileiro. Nos interessa este caminho? Temos propostas alternativa?