O documento discute a história da Iugoslávia e dos Bálcãs no século XX, incluindo a liderança de Tito, a ruptura com a União Soviética e o início das guerras étnicas após sua morte, levando ao colapso do país.
2. Bálcãs ou Península Balcânica.
o Situa-se no leste europeu
o Engloba a Albânia, a Bósnia e Herzegovina, a Bulgária, a
Grécia, a República da Macedónia, o Montenegro, a Sérvia, o
autoproclamado independente Kosovo, a porção da Turquia
no continente europeu (a Trácia), bem como, algumas vezes, a
Croácia, a Romênia e a Eslovênia.
o Habitado por várias etnias diferentes, como os
eslavos, albaneses, turcos, tchecos, persas, gregos, romanos, biz
antinos. Os sérvios, búlgaros e magiares também
estabeleceram pequenos impérios na região.
5. Marechal Josip Broz Tito foi um
militar croata, revolucionário comunista e estadista iugoslavo, líder
dos guerrilheiros da resistência iugoslava, durante a Segunda Guerra
Mundial, sendo o maior responsável pela resistência armada às
forças do Eixo e aos nazi-fascistas croatas e sérvios.
Posteriormente, Tito se tornou presidente da Iugoslávia. Foi uma figura
importante e controversa da Guerra Fria. Tito fora criticado e
elogiado por ambos os lados do globo.
6. Símbolo de união entre os povos da Iugoslávia por ter mantido a paz
entre as diferentes etnias dos Balcãs, palco de históricos
conflitos separatistas, Tito também é considerado um ditador cruel
e autoritário, que sufocou os anseios de independência e liberdade
dos diferentes povos de seu país, apesar de seu carisma
característico, que lhe rendeu o apoio do povo iugoslavo, fazendo
dele uma das figuras mais populares de seu tempo. Pelo resto do
mundo, Tito é respeitado e admirado pela sua luta contra os
nazistas, e principalmente por ter sido um líder com a força, coragem
e capacidade de manter seu país livre de influências estrangeiras
durante a Guerra Fria,
7. O Titoísmo
Tito foi o arquiteto da nova Iugoslávia, a
república socialista que existiu entre
a Segunda Guerra Mundial e 1991.
Defensor de uma rota independente em
direção ao socialismo, ideologia que
ganhou o nome de Titoísmo.
O titoísmo, conhecido internamente
como socialismo autogestionário, foi a
tendência do comunismo aplicada por
Tito na Iugoslávia durante seu regime. O
titoísmo ficou conhecido por ser uma
forma muito mais "branda" de regime
socialista, combinando a economia
estatizada com diversas liberdades civis.
8. Quando ocorreu o rompimento entre a URSS e a
Iugoslávia, em 1948, o rótulo de "titoísta" foi aplicado a opositores
internos do regime soviético, que passaram a sofrer perseguição.
Por outro lado, dissidentes iugoslavos também foram tachados de
stalinistas pelo governo de Tito e igualmente reprimidos, o titoísmo
exerceu grande admiração e liderança
internacional, principalmente por conseguir conciliar justiça social
com certo grau de democracia. Tito procurou manter a Iugoslávia
como um país "socialista mas independente" e criou o princípio
da autogestão, segundo a qual toda a sociedade deveria ser
auto-suficiente pelo próprio trabalho, em todos os níveis: desde
uma fábrica até o país inteiro. A Teoria do Trabalho Associado
levou a políticas oficiais de fábricas pertencentes aos próprios
operários (não apenas gerenciadas por eles) e repartição de
lucros entre trabalhadores.
9. Ruptura Tito-Stalin
A Ruptura Tito-Stalin foi um conflito
entre os líderes da República
Socialista Federativa da Iugoslávia e
da União Soviética, o que resultou na
expulsão da Iugoslávia comunista da
Cominform em 1948. Em primeiro
lugar, foi dito que foi causada pela
deslealdade da Iugoslávia à URSS e
do socialismo em geral, mas a maioria
das evidências sugere que tinha mais
a ver com o orgulho nacional
de Josip Broz Tito e a recusa de se
sujeitar totalmente à vontade
do Josef Stalin.
10. Tito usaria o distanciamento da URSS para conseguir o auxílio
dos EUA através do Plano Marshall, bem como para envolver a
Iugoslávia no Movimento Não-Alinhados, em que a Iugoslávia era
uma força principal. O evento foi importante não só para a
Iugoslávia e Tito, mas também para o desenvolvimento
do socialismo global, uma vez que foi a primeira grande divisão
entre estados comunistas, lançando dúvidas sobre as alegações
da Comintern para que o socialismo seja uma força unificadora
que controlasse eventualmente o mundo inteiro.
11. Na época de sua
morte, iniciou-se uma
profunda onda de
especulações sobre a sua
sucessão, e se seria
possível aos seus
sucessores manter a
unidade do país. O cargo
de presidente da
Iugoslávia passou a ser
rotativo entre as seis
repúblicas.
12. Divisões e conflitos étnicos cresceram rapidamente, e por volta
de 1989, o sistema encontrava-se em desordem e a unidade do
país começou a se desintegrar, em grande parte devido à
profunda crise econômica gerada pelo desmoronamento do
socialismo no Leste Europeu e, mais importante, pelo surgimento
de partidosultranacionalistas em todas as
repúblicas, principalmente na Croácia e na Sérvia. Estava formado
o cenário que mais tarde traria o caos ao país, que se envolveria
numa brutal e insana guerra civil, com ódios étnicos seculares
refletidos em atrocidades cometidas por todos os lados do conflito.
13. Slobodan Milošević
foi presidente da Sérvia de 1989 a
1997 e da República Federal da
Iugoslávia de 1997 a 2000. Também
foi o principal líder do Partido
Socialista da Sérvia desde a sua
fundação, em 1990.
14. Milošević renunciou à presidência iugoslava
entre manifestações que se seguiram à concorrida eleição
presidencial de 24 de setembro de 2000. Foi preso pelas
autoridades federais iugoslavas em 31 de março do ano
seguinte, sob suspeita de corrupção, abuso de
poder e apropriação indébita. Foi também preso pelo Tribunal
Penal Internacional para a antiga Iugosláviaum, comitê
das Nações Unidas, sob a acusação de crimes contra a
humanidade, de violar as leis e costumes de guerra, violações
graves às Convenções de Genebra e genocídio, por seu papel
durante as guerras na Croácia, Bósnia e Kosovo. A investigação
inicial a respeito de Milošević não foi adiante, por falta de
evidências concretas, o que motivou o primeiro-ministro
sérvio, Zoran Đinđić, a enviá-lo para Haia, Países Baixos, sede do
Tribunal Penal Internacional, para ser julgado pelos crimes de
guerra. Milošević foi responsável por sua própria defesa; o
julgamento terminou, no entanto, sem qualquer veredito, já que
ele acabou morrendo durante o seu decorrer.