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O Lagarto Diego
          Edivania doNascimento Pereira, Maria José LimaTeles, Mauriceia de Melo
          Silva Santana & Ednilza Maranhão dos Santos,




Ilustração : Crianças do Carrasco, e do Negreiros, Serrita/PE
N246c   Nascimento, George Carlos
        As caatingas – conhecer para preservar (Poesias) /
George Carlos Nascimento; organizadora Ednilza      Maranhão
        dos Santos. – Recife: EDUFRPE, 2012.
        33 p. : il.

             1. Poesia brasileira I. Santos, Ednilza Maranhão dos,
         organizadora II. Título


                                                 CDD B869.1




Texto: Edivania do Nascimento Pereira, Maria Jose Lima
Teles, Mauriceia de Melo Silva Santana e Ednilza
Maranhão dos Santos
Desenhos das crianças do Carrasco e Negreiros,
Serrita/PE : Alessandra, Maria Gilvanete e Rita de Cássia
Era uma vez, no sertão de Serrita, lá nas
Caatingas da Floresta Nacional dos Negreiros um
“cabra da peste valente pra daná”, era o lagarto
Diego.
Diego era um calango grande, bonito, com uma
pele brilhante, escamas pretas e lustrosas, com
manchas brancas bem distribuídas pelo corpo e
vivia com o seu chapéu de cangaceiro e seu corpo
rente ao chão. Sim... ele vivia com a língua pra
fora, é fazia isso pois sentia o cheiro pela língua.
Uma coisa que ele gostava era de andar pelas
Caatingas, eita!!! como ele gostava disso,
principalmente quando os primeiros raios de sol
aparecia entre as nuvens no céu e começava a
esquentar o chão.
O teju Diego, tinha um sonho, ele queria era
construir uma linda toca para morar, ele ainda
não tinha conseguido fazer isso porque as
pessoas que caçavam destruíam as tocas. Certo
dia, com muita teimosia ele construiu sua toca,
“êita toca bonita”, perto de uma umburana, de um
lagedo e de várias batatas de teju. Ela era bem
profunda e sua entrada bem trabalhada, com
areia bem marrom colhida do riacho negreiro.
Mas, quando terminou de construir sua casa veio
um homem a sua procura e destruiu a sua toca.
Ele ficou muito triste, muito triste, mas no outro
dia construiu novamente sua toca em outro lugar,
mas novamente veio um outro homem e tampou
sua toca, ele ficou danado de raiva e resolveu
falar com o homem:
“Ei seu Zé você queria que eu destruísse a sua casa? Será
que você não percebe que todo mundo precisa de um
lugarzinho para morar?”
O homem espantado de ver um calango falando disse:




    “Ave meu padrinho Padre Cícero o que é isso? Um bicho que fala?”
     E Diego falou: “Você pensa que só porque não sou igual a você não
      sinto, não como, fico triste e ... e não tenho direito de lugar pra
      morar? Pois fique sabendo que antes de você chegar aqui nessas
     Caatingas eu já morava aqui e contribui muito para que a caatinga
ficasse bonita assim ao contrário de você que só pensar em destruí-la
   e acabar com a tranquilidade dos bichos daqui. Pense que todos nós
                          temos direito a vida, a moradia...a ser feliz!!!”
O Homem pensou e percebeu que o calango tinha razão,
pediu desculpas e ajudou o Teju Diego a construir sua
casa e ficaram amigos. O homem percebeu que há
espaço para todos o que precisamos é respeitar os
limites e a vida de cada um.
O nome do calango Diego é uma homenagem ao um
dos gestores da Flona Negreiros, o Engenheiro
Florestal Diego Meireles Monteiro. O Teju é o
maior lagarto das Caatingas, ele também ocorre em
outros biomas e é bem distribuído em todo o
Nordeste. Pesquisas revelaram que é um bom
dispersor de semente, então ajuda a caatinga a se
recompor. Alimenta-se de tudo e é um forrageador
bem ativo o seu nome científico é Tupinambis
marianae.
Essa Obra é parte de um trabalho de troca
de saberes entre as crianças do Carrasco e
Negreiros, povoado vizinho a Floresta
Nacional (FLONA) de Negreiros e alunas do
curso de Licenciatura e Bacharelado em
Ciências Biológicas da Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Esse produto faz parte
de um projeto “Anfíbios e répteis do bioma
Caatinga – Indicadores de Conservação para o
sertão de Pernambuco, coordenado pela
Professora Ednilza Maranhão dos Santos e
contou com apoio da FACEPE e CNPQ.
Agradecemos ao Sr. Chicó ,Dona Margarida,
sua família e todas as crianças do Carrasco
e do Negreiros.

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Lagarto diego

  • 1. O Lagarto Diego Edivania doNascimento Pereira, Maria José LimaTeles, Mauriceia de Melo Silva Santana & Ednilza Maranhão dos Santos, Ilustração : Crianças do Carrasco, e do Negreiros, Serrita/PE
  • 2. N246c Nascimento, George Carlos As caatingas – conhecer para preservar (Poesias) / George Carlos Nascimento; organizadora Ednilza Maranhão dos Santos. – Recife: EDUFRPE, 2012. 33 p. : il. 1. Poesia brasileira I. Santos, Ednilza Maranhão dos, organizadora II. Título CDD B869.1 Texto: Edivania do Nascimento Pereira, Maria Jose Lima Teles, Mauriceia de Melo Silva Santana e Ednilza Maranhão dos Santos Desenhos das crianças do Carrasco e Negreiros, Serrita/PE : Alessandra, Maria Gilvanete e Rita de Cássia
  • 3. Era uma vez, no sertão de Serrita, lá nas Caatingas da Floresta Nacional dos Negreiros um “cabra da peste valente pra daná”, era o lagarto Diego. Diego era um calango grande, bonito, com uma pele brilhante, escamas pretas e lustrosas, com manchas brancas bem distribuídas pelo corpo e vivia com o seu chapéu de cangaceiro e seu corpo rente ao chão. Sim... ele vivia com a língua pra fora, é fazia isso pois sentia o cheiro pela língua. Uma coisa que ele gostava era de andar pelas Caatingas, eita!!! como ele gostava disso, principalmente quando os primeiros raios de sol aparecia entre as nuvens no céu e começava a esquentar o chão.
  • 4. O teju Diego, tinha um sonho, ele queria era construir uma linda toca para morar, ele ainda não tinha conseguido fazer isso porque as pessoas que caçavam destruíam as tocas. Certo dia, com muita teimosia ele construiu sua toca, “êita toca bonita”, perto de uma umburana, de um lagedo e de várias batatas de teju. Ela era bem profunda e sua entrada bem trabalhada, com areia bem marrom colhida do riacho negreiro. Mas, quando terminou de construir sua casa veio um homem a sua procura e destruiu a sua toca. Ele ficou muito triste, muito triste, mas no outro dia construiu novamente sua toca em outro lugar, mas novamente veio um outro homem e tampou sua toca, ele ficou danado de raiva e resolveu falar com o homem:
  • 5. “Ei seu Zé você queria que eu destruísse a sua casa? Será que você não percebe que todo mundo precisa de um lugarzinho para morar?” O homem espantado de ver um calango falando disse: “Ave meu padrinho Padre Cícero o que é isso? Um bicho que fala?” E Diego falou: “Você pensa que só porque não sou igual a você não sinto, não como, fico triste e ... e não tenho direito de lugar pra morar? Pois fique sabendo que antes de você chegar aqui nessas Caatingas eu já morava aqui e contribui muito para que a caatinga ficasse bonita assim ao contrário de você que só pensar em destruí-la e acabar com a tranquilidade dos bichos daqui. Pense que todos nós temos direito a vida, a moradia...a ser feliz!!!”
  • 6. O Homem pensou e percebeu que o calango tinha razão, pediu desculpas e ajudou o Teju Diego a construir sua casa e ficaram amigos. O homem percebeu que há espaço para todos o que precisamos é respeitar os limites e a vida de cada um.
  • 7. O nome do calango Diego é uma homenagem ao um dos gestores da Flona Negreiros, o Engenheiro Florestal Diego Meireles Monteiro. O Teju é o maior lagarto das Caatingas, ele também ocorre em outros biomas e é bem distribuído em todo o Nordeste. Pesquisas revelaram que é um bom dispersor de semente, então ajuda a caatinga a se recompor. Alimenta-se de tudo e é um forrageador bem ativo o seu nome científico é Tupinambis marianae.
  • 8. Essa Obra é parte de um trabalho de troca de saberes entre as crianças do Carrasco e Negreiros, povoado vizinho a Floresta Nacional (FLONA) de Negreiros e alunas do curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Esse produto faz parte de um projeto “Anfíbios e répteis do bioma Caatinga – Indicadores de Conservação para o sertão de Pernambuco, coordenado pela Professora Ednilza Maranhão dos Santos e contou com apoio da FACEPE e CNPQ. Agradecemos ao Sr. Chicó ,Dona Margarida, sua família e todas as crianças do Carrasco e do Negreiros.