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CI1112
      Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no
      Desempenho das       Empresas Brasileiras
A INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL EMPRESARIAL:
O Modelo da Base Tripla para Ação Sustentável (B3A) como Catalisador
de Mudanças nos Modelos de Negócios.
Rafael Tello, Lucas Amaral Lauriano - Núcleo Petrobras de Sustentabilidade


               INTRODUÇÃO                                   Uma vez que há falta de clareza sobre conceitos de
                                                            sustentabilidade, responsabilidade social corporativa,
                                                            cidadania corporativa, entre outros, percebe-se que as

O      mundo contemporâneo passa por um grande
conjunto de mudanças. Algumas delas resultado de
                                                            empresas encontram dificuldades em definir objetivos,
                                                            ações, bem como avaliar sua eficácia e eficiência
décadas de evolução, como a explosão da comunicação         (SMITH; SHARICZ, 2011). Daí o surgimento da demanda
via computadores e aparelhos móveis, e outras com           por ferramentas que ajudem as empresas a conhecer e
origem recente e - aparentemente - espontânea, como         avaliar as questões ligadas à sustentabilidade de suas
os movimentos populares no mundo árabe. Observa-se          atividades sob diferentes perspectivas, para introduzir
que o conjunto dessas mudanças vem tornando o mundo         inovações capazes de melhorar seu desempenho
mais complexo.                                              nesse campo e estabelecer um modelo de negócios
                                                            verdadeiramente sustentável.
Esse fato já foi percebido no mundo corporativo. Uma
pesquisa anual com CEOs de todo o mundo revelou que         Por que é importante reavaliar o modelo de negócios das
79% dos entrevistados consideram a complexidade do          empresas? A inovação nos modelos de negócios vem
ambiente no qual as empresas estão inseridas como           sendo cada vez mais procurada por três motivos: [1] o ciclo
principal desafio para seus negócios, pois se observam      de vida dos produtos está cada vez mais curto, o que faz
no mundo maior volatilidade e incerteza (IBM, 2010). Essa   com que as empresas estejam sempre visando ao próximo
constatação vem acompanhada de um fato preocupante:         grande passo; [2] a competição industrial tem vindo de
mais da metade tem dúvidas sobre sua capacidade de          direções outrora impensáveis, como no caso do iPad, que
administrar empresas nesse novo cenário.                    ameaça até mesmo câmeras fotográficas digitais; [3] além
                                                            disso, ainda há o surgimento de modelos de negócios que
Os dados da pesquisa apontam para a urgente                 oferecem novas experiências aos consumidores, ao invés
demanda por ferramentas que auxiliem executivos e           de simplesmente produtos. (MCGRATH, 2011, p.96)
empreendedores a compreenderem as características
e tendências do mundo e a traduzi-las em pontos de          Dessa forma, a equipe do Centro de Desenvolvimento
atenção e planos de ação corporativos, que levem ao         da Sustentabilidade na Construção (CDSC), coordenado
sucesso das empresas nos futuro.                            pelo Núcleo Petrobras de Sustentabilidade (NPS) da
                                                            Fundação Dom Cabral, buscou apoiar o processo de
A sustentabilidade é um dos temas que vem provocando        desenvolvimento de ferramentas para executivos e
mudanças no meio corporativo. O problema complexo           empreendedores ao propor o modelo da Base Tripla
da sustentabilidade requer não apenas conhecimento,         para Ação Sustentável (B3A). O modelo, inicialmente
mas também a capacidade de avaliação dos diferentes         concebido com foco no setor da construção – para
aspectos da sustentabilidade, em diferentes perspectivas,   apoiar as pesquisas do CDSC – se mostrou capaz de
buscando entender a relação entre suas variáveis, regras    dar suporte também à atuação de empresas de outros
de funcionamento e respostas geradas por intervenções       setores, segundo análise do NPS, por tratar de questões
no sistema (FUNKLE, 1991).                                  muito amplas e sistêmicas.
O B3A avalia os elementos da sustentabilidade de um                     O MODELO B3A
novo ponto de vista, incorporando aspectos importantes
do mundo contemporâneo e novas formas de relação
homem-natureza. Espera-se que o modelo, mais
                                                           O B3A tem como base o arranjo clássico dos três pilares
concreto e de fácil compreensão para empresários e
                                                           da sustentabilidade – Ambiente, Economia e Sociedade
executivos, sirva de ferramenta para ajudar as empresas
                                                           – utilizados no conceito do Triple Bottom Line. Esse
a avaliarem sua relação com o mundo atual e a definirem
                                                           conceito aponta os resultados que as empresas devem
prioridades e ações na busca de uma atuação mais
                                                           buscar, mas não indica de forma clara o cenário em que
sustentável.
                                                           elas atuam, nem os possíveis agentes promotores da
Neste artigo serão delineados os principais conceitos      transformação da organização – em vez de maximizar
do B3A e será feita uma reflexão sobre como ele            os lucros, focar na maximização do retorno para seus
pode ser usado por empresas para dar suporte a uma         stakeholders.
reflexão sobre seus modelos de negócio, estimulando
                                                           Para suprir essa lacuna, foram inseridas no B3A
inovações capazes de suportar o sucesso empresarial
                                                           informações relevantes sobre o mundo contemporâneo,
no atual ambiente complexo de atuação. Na próxima
                                                           as interações entre os diferentes pilares, as formas de
seção, os elementos básicos do modelo B3A são
                                                           promover a melhoria dessas interações e os resultados
apresentados. Na seção 3, os principais componentes
                                                           esperados de cada mudança. Com isso, revelam-se
de um modelo de negócios serão descritos, e, por fim,
                                                           novas perspectivas sobre as possibilidades de uma
indicações de como o B3A pode incentivar a reflexões
                                                           atuação mais sustentável das empresas. No B3A
e inovações nos modelos de negócios e algumas
                                                           modelo, os pilares tradicionais são traduzidos por Meio
considerações finais serão feitas nas seções 4 e 5,
                                                           ambiente, Sociedade Urbana e Cadeias Produtivas,
respectivamente.
                                                           como pode ser observado na Figura 1.




FIGURA 1 – O Modelo B3A
Fonte: Elaborado pelos autores


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                       2
O Meio Ambiente trata do ecossistema planetário, pilar               Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês),
ambiental do modelo clássico. A forma como ele deve ser              que recomenda a redução dos impactos negativos no
tratado pela sociedade ainda levanta discussões entre                ambiente e a geração simultânea de mais valor (WBCSD,
especialistas. Em um extremo, está a “sustentabilidade               2000). Essa abordagem não ajuda a avaliar como a
fraca”, isto é, a ideia de que a natureza é de propriedade           atuação das empresas está relacionada com a melhoria
do ser humano e deve ser utilizada para atender a suas               das condições ambientais no Planeta, com exceção das
necessidades – a sustentabilidade consistiria em não                 iniciativas para redução das emissões de CO2.
reduzir a utilidade que a natureza proporciona ao homem.
                                                                     Para suprir essa lacuna, o modelo B3A analisa o pilar
Assim, a transposição de rios ou lagos não iria contra
                                                                     ambiental com base nos estudos de definição das
a sustentabilidade, já que a oferta de água continua
                                                                     “Fronteiras Planetárias” (Planetary Boundaries, tradução
inalterada. No outro extremo, a “sustentabilidade forte”
                                                                     própria) do Stockholm Resilience Centre (ROCKSTRÖM
afirma que a natureza é um sistema formado por inter-
                                                                     et al., 2009), abordagem que busca definir um espaço
relações complexas, que não devem ser alteradas.
                                                                     seguro de operação para a humanidade, respeitando a
Portanto, o objetivo da sociedade seria não interferir
                                                                     resiliência da Terra. As fronteiras representam pontos
no sistema natural, e qualquer ação nesse sentido
                                                                     em nove áreas que, se ultrapassados, podem causar
impediria o alcance de um estado de sustentabilidade
                                                                     transformações drásticas no Planeta, levando-o a um
(MICHELSEN, 2008).
                                                                     novo estado de equilíbrio que, para muitas espécies
Para as empresas, a principal referência para atuação                – inclusive a nossa –, pode significar a extinção
entre os dois extremos é a ecoeficiência, conceito                   (ROCKSTRÖM et al., 2009). Na Figura 2 podemos
desenvolvido pelo Conselho Empresarial Mundial para o                observar os nove limites.




FIGURA 2 – Os Nove Limites Planetários1
Fonte: ROCKSTRÖM, J. et. al., 2009.

1
 Os nove limites traduzidos são: mudança climática; acidificação oceânica; taxa de perda de biodiversidade ciclo do nitrogênio (parte
do limite com o ciclo do fósforo); ciclo do fósforo (parte do limite com o ciclo do nitrogênio); esgotamento do ozônio estratosférico;
uso global de água potável; mudança no uso de terrenos; carga de aerosol atmosférico e poluição química.


           Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                                          3
A equipe do CDSC considera esse modelo mais inter-            indivíduos conscientes, como principais agentes de
essante, porque dá às empresas condições de avaliar           transformações profundas e perenes na sociedade (FIG.
em quais fronteiras suas atividades impactam, dando           3). O Biograma posiciona o indivíduo como elemento
suporte para que construam uma agenda efetiva na              central das organizações, mercados, sociedade e
busca de melhores resultados ambientais. Com isso,            Planeta. As relações entre as esferas estão muito
há justificativas claras para a construção de estraté-        claras, o que permite observar a contenção de um
gias, programas de pesquisa e desenvolvimento e (re)          organismo menor – no caso o indivíduo –, dentro de
definição de portfólios de produtos, por exemplo.             uma organização maior – a empresa – que, por sua vez,
A Sociedade Urbana é a tradução do pilar clássico da          faz parte do mercado, e assim por diante. Como o grau
Sociedade. Nosso modelo incorpora uma realidade               de consciência dos indivíduos define sua percepção
– mais da metade da população global é urbana                 dessas relações, é fundamental promovê-las, para
(UNFPA, 2007; UN-HABITAT, 2007) – tendência                   que os indivíduos se tornem agentes promotores da
que deve se fortalecer, com previsões de 75% de               sustentabilidade.
participação em 2050.
Mais do que a quantidade de pessoas que vivem nas
cidades, o que caracteriza nossa sociedade como
urbana é a aplicação de sua lógica mesmo nas áreas
rurais do Planeta. A agropecuária moderna tem uma
lógica industrial e está intimamente ligada às instituições
urbanas, que oferecem crédito, equipamentos e
demandam seus produtos.
As Cadeias Produtivas compõem o pilar econômico
do modelo clássico, representando o conjunto de
atividades realizadas por diferentes empresas para
a produção, distribuição e venda de bens e serviços
(MIELKE, 2002). Por um lado, são as principais
responsáveis pela geração de riqueza no mundo, pois
atendem as demandas humanas por bens e serviços               FIGURA 3 – O Modelo do Biograma
(SOARES, 2006) e empregam mais de 70% da                      Fonte: SOARES, 2006.
população mundial (ILO, 1999). Por outro lado, geram
impactos sociais e ambientais negativos, causando
problemas não apenas no presente, mas também                  O indivíduo consciente, em todas as suas dimensões,
comprometendo as próximas gerações.                           é o elemento central do nosso modelo. De acordo com
                                                              o papel assumido, esse ator é capaz de modificar os
A contribuição do B3A não se limita à análise de cada         organismos dos quais participa, promovendo neles a
pilar sob uma nova perspectiva. Seguindo o pensamento         sustentabilidade.
biossistêmico, observamos que cada pilar é um
organismo, embora não isolado. Todos copertencem              Porém, o pensamento biossistêmico alerta para o fato
ao e dividem o mesmo espaço, constituindo-se e                de que os indivíduos não são atores “unifacetados”.
modificando-se mutuamente, e provocando resultados            Pelo contrário, eles atuam diferentemente em diversos
diversos (SOARES, 2006). Por isso, também avaliamos           grupos sociais, exercendo papéis com diferentes
as interações entre os pilares e de que forma elas podem      atitudes e resultados esperados por outros indivíduos.
contribuir para a sustentabilidade.                           A promoção da sustentabilidade nos processos de
                                                              interação é de inteira responsabilidade dos indivíduos
A análise dos organismos que compõem o modelo                 que nela atuam.
B3A mostrou que existe um agente comum a todas as
interações, responsável pelo sucesso ou fracasso, na          Um papel assumido pelo indivíduo é de consumidor
visão da sustentabilidade, dos processos existentes na        consciente, que atua de maneira a promover a
interação entre as esferas – o indivíduo.                     competitividade responsável, por dar preferência às
                                                              empresas que ofertam produtos e serviços que sigam
Utilizamos o modelo do Biograma, base do pensamento           determinados parâmetros de sustentabilidade e ao
biossistêmico, para fundamentar o posicionamento dos          mesmo tempo atendam a suas necessidades.




          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                         4
Para atender essas novas demandas, as organizações            Um modelo de negócios pode ser definido como uma
sentirão a necessidade de contar com profissionais            síntese da lógica de como uma organização cria,
conscientes, capazes de responder às demandas dos             entrega e captura valor (OSTERWALDER; PIGNEUR,
consumidores conscientes, mas também de organizar as          2010). Seu objetivo é organizar as áreas centrais dos
atividades de suas organizações, para que elas estejam        negócios - clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade
alinhadas com as fronteiras planetárias. Espera-se que        financeira -, buscando dar a ela diferenciais competitivos
isso melhore o desempenho das organizações e leve             que permitam crescimento acelerado e sustentado no
ao surgimento de cadeias produtivas sustentáveis. No          mercado.
longo prazo, todo esse conjunto de mudanças tende a
                                                              Osterwalder e Pigneur (2010) desenvolveram uma
gerar mercados sustentáveis.
                                                              metodologia para geração de modelos de negócio. Ela
O ambiente ainda é influenciado por indivíduos                trabalha os aspectos fundamentais para geração de valor
atuando como cidadãos conscientes, cuja reflexão              e suporte a esse processo.
sobre impactos de seu estilo de vida no planeta e
                                                              Basicamente, o modelo de negócios é formado por nove
engajamento político para apoiar o surgimento de
                                                              blocos, observados na FIG. 4, seguir:
legislação e políticas voltadas para a sustentabilidade
dão sustentação ao surgimento de nações
conscientes, verdadeiramente comprometidas com a
sustentabilidade em seus três pilares.
O B3A serve como um paradigma no qual a inovação
nos modelos de negócios faz parte da essência do
arcabouço teórico proposto. A análise da postura do
indivíduo em suas três esferas permite o surgimento
de processos que questionem os pressupostos do
modelo de negócios vigente. O contato direto com os
consumidores conscientes é a chave na busca por
informações que refletem sua realidade, e, em última
instância, servirão como insumo para a construção de um
modelo de negócios que corresponda às necessidades
do mercado consumidor.
Entretanto, quando se fala em modelo de negócios, é
preciso ter uma ideia clara do que vem a ser o instrumento;
assim, na próxima seção, os principais elementos de um
modelo de negócios serão apresentados.




      LINHAS GERAIS DOS
     MODELOS DE NEGÓCIOS

Hoje a definição do modelo de negócios é um aspecto
fundamental para que as empresas tenham sucesso
no mercado. Empresas como Google e Cemex se
destacaram no mercado por desenvolverem modelos
que diferiam profundamente do padrão de mercado,
dando a elas diferencial competitivo e sucesso em suas
atividades. Entender o que são modelos de negócio e
como inovar neles é hoje um desafio para as empresas,
mas também fundamental para seu sucesso futuro (IBM,
2010).



          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                              5
FIGURA 4 – Componentes de um Modelo de Negócios
Fonte: Elaborado pelos autores.


Inovações em um ou mais blocos do modelo podem            capazes de gerar tanto receita quanto lucro”. Por essa
levar a empresa a se diferenciar de suas concorrentes     razão, incluir a sustentabilidade na reflexão sobre
por meio de melhor compreensão das necessidades dos       o modelo de negócios da empresa pode ajudá-la a
clientes, desenvolvimento de novos conceitos ou formas    desenvolver inovações que aumentem o valor gerado
de atendê-los (MANDELBAUM; REED, 2006). Uma vez           e reduzam os riscos provocados pela complexidade do
que os clientes tenham percepção de maior valor dos       mundo sobre os negócios da empresa.
produtos e/ou serviços da empresa, ela passa a obter
                                                          Na próxima seção serão apresentadas algumas relações
vantagens competitivas, culminando em maior sucesso
                                                          do B3A com a metodologia de geração de modelos de
no mercado (PORTER, 2011).
                                                          negócio, como forma de apresentar algumas alternativas
É nesse ponto que os conceitos e premissas da             da inclusão de temas de sustentabilidade no modelo
sustentabilidade podem apoiar as empresas. Segundo        de negócios a serem desenvolvidos por executivos e
Nidumolu et al. (2009, p.28), a sustentabilidade “é um    empreendedores.
rico filão de inovações organizacionais e tecnológicas


         Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                      6
A INOVAÇÃO NOS MODELOS                                    de decisões duras em momentos de crise, nos quais
                                                           a incerteza é alta, os recursos são mais escassos e a
DE NEGÓCIOS VISTA ATRAVÉS                                  necessidade por resultados rápidos é maior, reduz a
                                                           probabilidade de sucesso das mudanças desejadas.
          DO B3A                                           Nesse sentido, o modelo B3A pode ser útil para que,
                                                           ao primeiro sinal de desgaste do modelo de negócios,
                                                           empresários e executivos possam buscar novas
Como destacado na seção anterior, os modelos de negócio    possibilidades de inovação avaliando seu ambiente de
são apontados como grandes fontes de vantagens             atuação e seus stakeholders à luz do modelo.
competitivas para as empresas. No entanto, segundo
McGrath (2011) existe no mercado grande dificuldade        Em suma, o modelo B3A aponta como principais
das organizações em refletir sobre a necessidade de        questões a serem observadas pelas empresas no
mudanças em seus modelos de negócios no momento            cenário atual:
adequado. De acordo com a autora, existem três sinais       •• A sociedade está se tornando cada vez mais concentrada
de que o modelo está desgastado:                               nas cidades e a lógica urbana determina o funcionamento
 •• O primeiro sinal surge quando as melhorias nas             da maior parte da população mundial.
    próximas gerações de produtos são cada vez              •• O ecossistema global vem apresentando limites, que,
    menores, e a equipe responsável não consegue               se ultrapassados, podem comprometer as condições
    encontrar maneiras de inovar.                              que permitiram o desenvolvimento da sociedade nos
 •• Em um segundo momento os consumidores já                   últimos 10 mil anos.
    começam a substituir produtos e serviços da empresa     •• As cadeias produtivas apresentam impactos
    por ofertas de concorrentes.                               sociais e econômicos, que não interferem em sua
 •• Finalmente, os sinais do desgaste começam a aparecer       competitividade no mercado.
    nos resultados financeiros e outros indicadores de      •• Atualmente observa-se que organizações, cadeias
    desempenho. (MCGRATH, 2011, p.96)                          produtivas, mercados e nações encontram-se em
Ela destaca que empresários e executivos apenas                estado insustentável.
tomam a iniciativa de questionar o modelo de negócios       •• O modelo também defende ainda que a promoção
no momento da crise, pois passam por um processo de            de consciência nos indivíduos permitirá que eles
negação inicial que os impede de tomar decisões firmes         atuem de três formas distintas, estimulando a
no tempo ideal (MCGRATH, 2011, p.96-97). A tomada              sustentabilidade em suas áreas de atuação:




                                                                           FIGURA 5– Esferas de Atuação do
                                                                           Indivíduo Consciente
                                                                           Fonte: Elaborado pelos autores


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                           7
A primeira relação está na definição da proposta de valor          Ao avaliar com quem construir parcerias-chave,
da empresa. Segundo especialistas em engenharia do                 a empresa deve buscar identificar os atores e
valor, o termo “valor” pode ser definido como a relação            organizações com conhecimento capazes de auxiliá-la
entre a importância2 ou utilidade de um item e seu custo           a desenvolver a consciência de seus stakeholders e
monetário. Alguns objetivos da sustentabilidade, como              promover uma atuação alinhada com as premissas da
economia de recursos naturais, redução da geração                  sustentabilidade.
de resíduos, aumento de vida útil de produtos podem
                                                                   Diamond (2007) apresenta um exemplo de uma
estimular o aumento do valor de produtos ou serviços
                                                                   subsidiária da Chevron que se associou à WWF para
das empresas por atenderem melhor as necessidades
                                                                   buscar o menor impacto possível de sua unidade de
de seus clientes ou por reduzirem os custos de aquisição
                                                                   extração de petróleo no sudeste asiático. Um forte
e/ou uso e manutenção. O modelo de cinco estágios
                                                                   relacionamento com organizações desse tipo dá à
para a promoção de sustentabilidade nas empresas
                                                                   empresa insumos para tornar seu modelo de negócios
desenvolvido por Nidumolu et al. (2009) mostra diferentes
                                                                   adequado às demandas de consumidores e cidadãos
formas de a empresa gerar valor usando os princípios da
                                                                   conscientes, tornando-se ainda um espaço de trabalho
sustentabilidade para desenvolver sua cadeia produtiva,
                                                                   atraente para profissionais conscientes.
novos produtos, serviços e plataformas. Os autores
já incluem a reflexão sobre o modelo de negócios
como um estágio no desenvolvimento de empresas
sustentáveis.
A segunda relação está na seleção dos segmentos de                      CONSIDERAÇÕES FINAIS
clientes a serem atendidos pela empresa. Observa-se
que consumidores conscientes podem se apresentar
como lead users (HERSTATT; VON HIPPEL, 1991), que                  A inovação é a chave para o sucesso das empresas na
possuem hoje demandas que só se tornarão padrão do                 atualidade, mas, se nesse processo a sustentabilidade
mercado no futuro. A literatura de inovação corporativa            não for buscada em todas as dimensões, há fortes riscos
mostra que as empresas que conseguem atender lead                  de o mercado não aceitá-las, impedindo que o esforço
users se posicionam à frente de seus concorrentes quando           traga benefícios para a empresa. A empresa não se
suas demandas se tornam padrão no mercado. A análise               mantém no mercado com um modelo de negócios que não
das demandas de consumidores e cidadãos conscientes                leva em consideração as mudanças que vêm ocorrendo
e sua seleção como segmentos a serem abordados pela                na sociedade, e, muitas vezes, quando essa percepção
empresa pode dar a ela uma série de exigências capazes             chega até os tomadores de decisões, já é tarde demais.
de estimular seu processo de inovação.
                                                                   O modelo B3A, ontologicamente generalizante, busca
Os canais e relacionamento entre empresa e clientes                criar um paradigma no qual a inovação sustentável das
também podem ser refletidos usando como base o                     empresas é facilitada através da mudança no modelo
B3A. Executivos e empreendedores devem buscar                      de negócios. Contudo, é essencial destacar que, apesar
distribuir valor para seus clientes respeitando fronteiras         de lançar as bases, cada empresa é sui generis, e
planetárias e se adequando às exigências feitas por                deve ser analisada dentro de seu próprio contexto.
grupos de cidadãos conscientes, mesmo que elas ainda               Muitas vezes o modelo de negócios não precisa ser
não façam parte da legislação.                                     inteiramente reformulado, mas apenas passar por
                                                                   algumas modificações. A análise específica de cada
Ao avaliar as atividades e os recursos-chave da empresa,
                                                                   caso é, assim, necessária.
os executivos e empreendedores devem observar
se eles estão relacionados com alguma fronteira                    Ressaltamos que apontamos o B3A como um modelo
planetária, especialmente aquelas já ultrapassadas                 capaz de auxiliar as empresas no processo de reflexão
(redução de biodiversidade, mudanças climáticas e                  sobre seu modelo de negócios. No entanto, ele é apenas
ciclo de nitrogênio). Ações para adequar as atividades             uma das muitas fontes capazes de apoiar o processo
da empresa às fronteiras permitirão a manutenção                   corporativo de reflexão. Seguramente o complemento
dos recursos vitais e das condições para a atuação da              da análise com dados, informações e outros modelos
empresa, reduzindo riscos de mudanças capazes de                   mais próximos da realidade da empresa tornarão mais
comprometer a sobrevivência da mesma.                              robusta a reflexão e poderão levar a melhores resultados
                                                                   para a empresa.
2
 Utilizamos o termo importância como sinônimo para worth,
para não utilizar novamente o termo valor, uma vez que em          Por fim, cabe lembrar que o que propomos é uma das
inglês as palavras Worth e Value têm significados distintos, mas   muitas abordagens teóricas que ser relacionam com a
são traduzidas simplesmente como Valor para o português.


           Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112                                                               8
sustentabilidade, e o nosso objetivo não é disputar com       sellowiana, no estado do Paraná. 2002. Disponível em:
outras vertentes, mas complementá-las, de maneira             <http://www.cocoverderj.com.br/tesecadeiaprodutiva.
que a tomada de decisão dentro das empresas em                htm> Acesso em: 14 dez. 2010.
prol da sustentabilidade se torne mais simples, prática
                                                              NIDUMOLU, R; PRAHALAD, C.K.; RANGASWAMI,
e efetiva.
                                                              M.R. Por que a sustentabilidade é hoje o maior motor da
                                                              inovação. Harvard Business Review. set 2009.



               REFERÊNCIAS                                    OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model
                                                              Generation: a handbook for visionaries, game changers,
                                                              and challengers. Toronto: Flash Reproductions Ltd.
DIAMOND, Jared. Colapso: como as sociedades                   2010.
escolhem o fracasso ou o sucesso. Rio de Janeiro, São         PORTER, M.E.; KRAMER, M.R. Como consertar o
Paulo: Editora Record, 2007. 5 ed.                            capitalismo. Harvard Business Review. Ed.Janeiro,
FUNKLE, Joachim. Solving complex problems: human              2011
identification and control of complex systems. in             ROCKSTRÖM, J. et. al. A safe operating space for
Sternberg R. J. & Frensch P. A. (Eds.). Complex problem       humanity. Nature. vol. 461, p. 472-5. 24 set. 2009.
solving: principles and mechanisms (pp. 185-222).
                                                              SMITH, P.A.C e SHARICZ, C. The shift needed for
Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates. 1991.
                                                              sustainability. The Learning Organization. vol. 18, n. 1,
Disponível em: <http://www.psychologie.uni-heidelberg.
                                                              2011.
de/ae/allg/mitarb/jf/Funke_1991_CPS.pdf> Acesso em:
30 jan. 2011                                                  SOARES, Raimundo. Ritual de Passagem: a educação
                                                              de lideranças para a sustentabilidade. FDC, 2006.
HERSTATT, C.; von HIPPEL, E. From Experience:
Developing New Product Concepts Via the Lead User             UNEPFI, PRI. Universal Ownership: why environmental
Method, a case study in a “low tech” field. Journal of        externalities matter to institutional investors. Out.
Product Innovation Management, 1992;9: 213-221.               2010. Disponível em: <http://www.unepfi.org/fileadmin/
                                                              documents/universal_ownership.pdf> Acesso em: 21
IBM. Capitalizando na complexidade: visão do Global
                                                              jan. 2011.
Chief Executive Officer Study. 2010. Disponível em: <ftp://
public.dhe.ibm.com/common/ssi/ecm/pt/gbe03316brpt/            UNFPA. Relatório de 2007, 2007. Disponível em: <http://
GBE03316BRPT.PDF> Acesso em: 20 fev. 2011.                    www.unfpa.org.br/relatorio2007/swp_mensagem.htm>
                                                              Acesso em: 21 jan. 2010.
ILO. Evaluation Report: construction action programme
(CAP), 2006. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/       UN-Habitat. Business for Sustainable Urbanisation
english/dialogue/sector/ap/constr.pdf> Acesso em: 22          - Challenges and Opportunities. 2007. Disponível
jan. 2011.                                                    em: <http://www.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.
                                                              aspx?publicationID=2344> Acesso em: 18 maio 2010.
ILO. Statistics on Public Sector Employment: metodology,
structures and trends. 1999. Disponível em: <http://www.
ilo.org/public/english/bureau/stat/download/wp_pse_e.
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MCGRATH, Rita Gunther. When your Business Model is
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2011.
MANDELBAUM, J.; REED, D.L. Value Engineering
Handbook. Alexandria: Institute for Defense Analyses.
2007.
MICHELSEN, G.; DANNER, M.; RIECKMAN, M.
Fundamentos para um Desenvolvimento Sustentável.
Lüneburg: CSM. 2008.
MIELKE, Eduardo José Costa. Análise da Cadeia
Produtiva e Comercialização do Xaxim, Dicksonia



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Gestão Estratégica e Impacto no Desempenho Empresarial

  • 1. CI1112 Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no Desempenho das Empresas Brasileiras A INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL EMPRESARIAL: O Modelo da Base Tripla para Ação Sustentável (B3A) como Catalisador de Mudanças nos Modelos de Negócios. Rafael Tello, Lucas Amaral Lauriano - Núcleo Petrobras de Sustentabilidade INTRODUÇÃO Uma vez que há falta de clareza sobre conceitos de sustentabilidade, responsabilidade social corporativa, cidadania corporativa, entre outros, percebe-se que as O mundo contemporâneo passa por um grande conjunto de mudanças. Algumas delas resultado de empresas encontram dificuldades em definir objetivos, ações, bem como avaliar sua eficácia e eficiência décadas de evolução, como a explosão da comunicação (SMITH; SHARICZ, 2011). Daí o surgimento da demanda via computadores e aparelhos móveis, e outras com por ferramentas que ajudem as empresas a conhecer e origem recente e - aparentemente - espontânea, como avaliar as questões ligadas à sustentabilidade de suas os movimentos populares no mundo árabe. Observa-se atividades sob diferentes perspectivas, para introduzir que o conjunto dessas mudanças vem tornando o mundo inovações capazes de melhorar seu desempenho mais complexo. nesse campo e estabelecer um modelo de negócios verdadeiramente sustentável. Esse fato já foi percebido no mundo corporativo. Uma pesquisa anual com CEOs de todo o mundo revelou que Por que é importante reavaliar o modelo de negócios das 79% dos entrevistados consideram a complexidade do empresas? A inovação nos modelos de negócios vem ambiente no qual as empresas estão inseridas como sendo cada vez mais procurada por três motivos: [1] o ciclo principal desafio para seus negócios, pois se observam de vida dos produtos está cada vez mais curto, o que faz no mundo maior volatilidade e incerteza (IBM, 2010). Essa com que as empresas estejam sempre visando ao próximo constatação vem acompanhada de um fato preocupante: grande passo; [2] a competição industrial tem vindo de mais da metade tem dúvidas sobre sua capacidade de direções outrora impensáveis, como no caso do iPad, que administrar empresas nesse novo cenário. ameaça até mesmo câmeras fotográficas digitais; [3] além disso, ainda há o surgimento de modelos de negócios que Os dados da pesquisa apontam para a urgente oferecem novas experiências aos consumidores, ao invés demanda por ferramentas que auxiliem executivos e de simplesmente produtos. (MCGRATH, 2011, p.96) empreendedores a compreenderem as características e tendências do mundo e a traduzi-las em pontos de Dessa forma, a equipe do Centro de Desenvolvimento atenção e planos de ação corporativos, que levem ao da Sustentabilidade na Construção (CDSC), coordenado sucesso das empresas nos futuro. pelo Núcleo Petrobras de Sustentabilidade (NPS) da Fundação Dom Cabral, buscou apoiar o processo de A sustentabilidade é um dos temas que vem provocando desenvolvimento de ferramentas para executivos e mudanças no meio corporativo. O problema complexo empreendedores ao propor o modelo da Base Tripla da sustentabilidade requer não apenas conhecimento, para Ação Sustentável (B3A). O modelo, inicialmente mas também a capacidade de avaliação dos diferentes concebido com foco no setor da construção – para aspectos da sustentabilidade, em diferentes perspectivas, apoiar as pesquisas do CDSC – se mostrou capaz de buscando entender a relação entre suas variáveis, regras dar suporte também à atuação de empresas de outros de funcionamento e respostas geradas por intervenções setores, segundo análise do NPS, por tratar de questões no sistema (FUNKLE, 1991). muito amplas e sistêmicas.
  • 2. O B3A avalia os elementos da sustentabilidade de um O MODELO B3A novo ponto de vista, incorporando aspectos importantes do mundo contemporâneo e novas formas de relação homem-natureza. Espera-se que o modelo, mais O B3A tem como base o arranjo clássico dos três pilares concreto e de fácil compreensão para empresários e da sustentabilidade – Ambiente, Economia e Sociedade executivos, sirva de ferramenta para ajudar as empresas – utilizados no conceito do Triple Bottom Line. Esse a avaliarem sua relação com o mundo atual e a definirem conceito aponta os resultados que as empresas devem prioridades e ações na busca de uma atuação mais buscar, mas não indica de forma clara o cenário em que sustentável. elas atuam, nem os possíveis agentes promotores da Neste artigo serão delineados os principais conceitos transformação da organização – em vez de maximizar do B3A e será feita uma reflexão sobre como ele os lucros, focar na maximização do retorno para seus pode ser usado por empresas para dar suporte a uma stakeholders. reflexão sobre seus modelos de negócio, estimulando Para suprir essa lacuna, foram inseridas no B3A inovações capazes de suportar o sucesso empresarial informações relevantes sobre o mundo contemporâneo, no atual ambiente complexo de atuação. Na próxima as interações entre os diferentes pilares, as formas de seção, os elementos básicos do modelo B3A são promover a melhoria dessas interações e os resultados apresentados. Na seção 3, os principais componentes esperados de cada mudança. Com isso, revelam-se de um modelo de negócios serão descritos, e, por fim, novas perspectivas sobre as possibilidades de uma indicações de como o B3A pode incentivar a reflexões atuação mais sustentável das empresas. No B3A e inovações nos modelos de negócios e algumas modelo, os pilares tradicionais são traduzidos por Meio considerações finais serão feitas nas seções 4 e 5, ambiente, Sociedade Urbana e Cadeias Produtivas, respectivamente. como pode ser observado na Figura 1. FIGURA 1 – O Modelo B3A Fonte: Elaborado pelos autores Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 2
  • 3. O Meio Ambiente trata do ecossistema planetário, pilar Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês), ambiental do modelo clássico. A forma como ele deve ser que recomenda a redução dos impactos negativos no tratado pela sociedade ainda levanta discussões entre ambiente e a geração simultânea de mais valor (WBCSD, especialistas. Em um extremo, está a “sustentabilidade 2000). Essa abordagem não ajuda a avaliar como a fraca”, isto é, a ideia de que a natureza é de propriedade atuação das empresas está relacionada com a melhoria do ser humano e deve ser utilizada para atender a suas das condições ambientais no Planeta, com exceção das necessidades – a sustentabilidade consistiria em não iniciativas para redução das emissões de CO2. reduzir a utilidade que a natureza proporciona ao homem. Para suprir essa lacuna, o modelo B3A analisa o pilar Assim, a transposição de rios ou lagos não iria contra ambiental com base nos estudos de definição das a sustentabilidade, já que a oferta de água continua “Fronteiras Planetárias” (Planetary Boundaries, tradução inalterada. No outro extremo, a “sustentabilidade forte” própria) do Stockholm Resilience Centre (ROCKSTRÖM afirma que a natureza é um sistema formado por inter- et al., 2009), abordagem que busca definir um espaço relações complexas, que não devem ser alteradas. seguro de operação para a humanidade, respeitando a Portanto, o objetivo da sociedade seria não interferir resiliência da Terra. As fronteiras representam pontos no sistema natural, e qualquer ação nesse sentido em nove áreas que, se ultrapassados, podem causar impediria o alcance de um estado de sustentabilidade transformações drásticas no Planeta, levando-o a um (MICHELSEN, 2008). novo estado de equilíbrio que, para muitas espécies Para as empresas, a principal referência para atuação – inclusive a nossa –, pode significar a extinção entre os dois extremos é a ecoeficiência, conceito (ROCKSTRÖM et al., 2009). Na Figura 2 podemos desenvolvido pelo Conselho Empresarial Mundial para o observar os nove limites. FIGURA 2 – Os Nove Limites Planetários1 Fonte: ROCKSTRÖM, J. et. al., 2009. 1 Os nove limites traduzidos são: mudança climática; acidificação oceânica; taxa de perda de biodiversidade ciclo do nitrogênio (parte do limite com o ciclo do fósforo); ciclo do fósforo (parte do limite com o ciclo do nitrogênio); esgotamento do ozônio estratosférico; uso global de água potável; mudança no uso de terrenos; carga de aerosol atmosférico e poluição química. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 3
  • 4. A equipe do CDSC considera esse modelo mais inter- indivíduos conscientes, como principais agentes de essante, porque dá às empresas condições de avaliar transformações profundas e perenes na sociedade (FIG. em quais fronteiras suas atividades impactam, dando 3). O Biograma posiciona o indivíduo como elemento suporte para que construam uma agenda efetiva na central das organizações, mercados, sociedade e busca de melhores resultados ambientais. Com isso, Planeta. As relações entre as esferas estão muito há justificativas claras para a construção de estraté- claras, o que permite observar a contenção de um gias, programas de pesquisa e desenvolvimento e (re) organismo menor – no caso o indivíduo –, dentro de definição de portfólios de produtos, por exemplo. uma organização maior – a empresa – que, por sua vez, A Sociedade Urbana é a tradução do pilar clássico da faz parte do mercado, e assim por diante. Como o grau Sociedade. Nosso modelo incorpora uma realidade de consciência dos indivíduos define sua percepção – mais da metade da população global é urbana dessas relações, é fundamental promovê-las, para (UNFPA, 2007; UN-HABITAT, 2007) – tendência que os indivíduos se tornem agentes promotores da que deve se fortalecer, com previsões de 75% de sustentabilidade. participação em 2050. Mais do que a quantidade de pessoas que vivem nas cidades, o que caracteriza nossa sociedade como urbana é a aplicação de sua lógica mesmo nas áreas rurais do Planeta. A agropecuária moderna tem uma lógica industrial e está intimamente ligada às instituições urbanas, que oferecem crédito, equipamentos e demandam seus produtos. As Cadeias Produtivas compõem o pilar econômico do modelo clássico, representando o conjunto de atividades realizadas por diferentes empresas para a produção, distribuição e venda de bens e serviços (MIELKE, 2002). Por um lado, são as principais responsáveis pela geração de riqueza no mundo, pois atendem as demandas humanas por bens e serviços FIGURA 3 – O Modelo do Biograma (SOARES, 2006) e empregam mais de 70% da Fonte: SOARES, 2006. população mundial (ILO, 1999). Por outro lado, geram impactos sociais e ambientais negativos, causando problemas não apenas no presente, mas também O indivíduo consciente, em todas as suas dimensões, comprometendo as próximas gerações. é o elemento central do nosso modelo. De acordo com o papel assumido, esse ator é capaz de modificar os A contribuição do B3A não se limita à análise de cada organismos dos quais participa, promovendo neles a pilar sob uma nova perspectiva. Seguindo o pensamento sustentabilidade. biossistêmico, observamos que cada pilar é um organismo, embora não isolado. Todos copertencem Porém, o pensamento biossistêmico alerta para o fato ao e dividem o mesmo espaço, constituindo-se e de que os indivíduos não são atores “unifacetados”. modificando-se mutuamente, e provocando resultados Pelo contrário, eles atuam diferentemente em diversos diversos (SOARES, 2006). Por isso, também avaliamos grupos sociais, exercendo papéis com diferentes as interações entre os pilares e de que forma elas podem atitudes e resultados esperados por outros indivíduos. contribuir para a sustentabilidade. A promoção da sustentabilidade nos processos de interação é de inteira responsabilidade dos indivíduos A análise dos organismos que compõem o modelo que nela atuam. B3A mostrou que existe um agente comum a todas as interações, responsável pelo sucesso ou fracasso, na Um papel assumido pelo indivíduo é de consumidor visão da sustentabilidade, dos processos existentes na consciente, que atua de maneira a promover a interação entre as esferas – o indivíduo. competitividade responsável, por dar preferência às empresas que ofertam produtos e serviços que sigam Utilizamos o modelo do Biograma, base do pensamento determinados parâmetros de sustentabilidade e ao biossistêmico, para fundamentar o posicionamento dos mesmo tempo atendam a suas necessidades. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 4
  • 5. Para atender essas novas demandas, as organizações Um modelo de negócios pode ser definido como uma sentirão a necessidade de contar com profissionais síntese da lógica de como uma organização cria, conscientes, capazes de responder às demandas dos entrega e captura valor (OSTERWALDER; PIGNEUR, consumidores conscientes, mas também de organizar as 2010). Seu objetivo é organizar as áreas centrais dos atividades de suas organizações, para que elas estejam negócios - clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade alinhadas com as fronteiras planetárias. Espera-se que financeira -, buscando dar a ela diferenciais competitivos isso melhore o desempenho das organizações e leve que permitam crescimento acelerado e sustentado no ao surgimento de cadeias produtivas sustentáveis. No mercado. longo prazo, todo esse conjunto de mudanças tende a Osterwalder e Pigneur (2010) desenvolveram uma gerar mercados sustentáveis. metodologia para geração de modelos de negócio. Ela O ambiente ainda é influenciado por indivíduos trabalha os aspectos fundamentais para geração de valor atuando como cidadãos conscientes, cuja reflexão e suporte a esse processo. sobre impactos de seu estilo de vida no planeta e Basicamente, o modelo de negócios é formado por nove engajamento político para apoiar o surgimento de blocos, observados na FIG. 4, seguir: legislação e políticas voltadas para a sustentabilidade dão sustentação ao surgimento de nações conscientes, verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade em seus três pilares. O B3A serve como um paradigma no qual a inovação nos modelos de negócios faz parte da essência do arcabouço teórico proposto. A análise da postura do indivíduo em suas três esferas permite o surgimento de processos que questionem os pressupostos do modelo de negócios vigente. O contato direto com os consumidores conscientes é a chave na busca por informações que refletem sua realidade, e, em última instância, servirão como insumo para a construção de um modelo de negócios que corresponda às necessidades do mercado consumidor. Entretanto, quando se fala em modelo de negócios, é preciso ter uma ideia clara do que vem a ser o instrumento; assim, na próxima seção, os principais elementos de um modelo de negócios serão apresentados. LINHAS GERAIS DOS MODELOS DE NEGÓCIOS Hoje a definição do modelo de negócios é um aspecto fundamental para que as empresas tenham sucesso no mercado. Empresas como Google e Cemex se destacaram no mercado por desenvolverem modelos que diferiam profundamente do padrão de mercado, dando a elas diferencial competitivo e sucesso em suas atividades. Entender o que são modelos de negócio e como inovar neles é hoje um desafio para as empresas, mas também fundamental para seu sucesso futuro (IBM, 2010). Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 5
  • 6. FIGURA 4 – Componentes de um Modelo de Negócios Fonte: Elaborado pelos autores. Inovações em um ou mais blocos do modelo podem capazes de gerar tanto receita quanto lucro”. Por essa levar a empresa a se diferenciar de suas concorrentes razão, incluir a sustentabilidade na reflexão sobre por meio de melhor compreensão das necessidades dos o modelo de negócios da empresa pode ajudá-la a clientes, desenvolvimento de novos conceitos ou formas desenvolver inovações que aumentem o valor gerado de atendê-los (MANDELBAUM; REED, 2006). Uma vez e reduzam os riscos provocados pela complexidade do que os clientes tenham percepção de maior valor dos mundo sobre os negócios da empresa. produtos e/ou serviços da empresa, ela passa a obter Na próxima seção serão apresentadas algumas relações vantagens competitivas, culminando em maior sucesso do B3A com a metodologia de geração de modelos de no mercado (PORTER, 2011). negócio, como forma de apresentar algumas alternativas É nesse ponto que os conceitos e premissas da da inclusão de temas de sustentabilidade no modelo sustentabilidade podem apoiar as empresas. Segundo de negócios a serem desenvolvidos por executivos e Nidumolu et al. (2009, p.28), a sustentabilidade “é um empreendedores. rico filão de inovações organizacionais e tecnológicas Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 6
  • 7. A INOVAÇÃO NOS MODELOS de decisões duras em momentos de crise, nos quais a incerteza é alta, os recursos são mais escassos e a DE NEGÓCIOS VISTA ATRAVÉS necessidade por resultados rápidos é maior, reduz a probabilidade de sucesso das mudanças desejadas. DO B3A Nesse sentido, o modelo B3A pode ser útil para que, ao primeiro sinal de desgaste do modelo de negócios, empresários e executivos possam buscar novas Como destacado na seção anterior, os modelos de negócio possibilidades de inovação avaliando seu ambiente de são apontados como grandes fontes de vantagens atuação e seus stakeholders à luz do modelo. competitivas para as empresas. No entanto, segundo McGrath (2011) existe no mercado grande dificuldade Em suma, o modelo B3A aponta como principais das organizações em refletir sobre a necessidade de questões a serem observadas pelas empresas no mudanças em seus modelos de negócios no momento cenário atual: adequado. De acordo com a autora, existem três sinais •• A sociedade está se tornando cada vez mais concentrada de que o modelo está desgastado: nas cidades e a lógica urbana determina o funcionamento •• O primeiro sinal surge quando as melhorias nas da maior parte da população mundial. próximas gerações de produtos são cada vez •• O ecossistema global vem apresentando limites, que, menores, e a equipe responsável não consegue se ultrapassados, podem comprometer as condições encontrar maneiras de inovar. que permitiram o desenvolvimento da sociedade nos •• Em um segundo momento os consumidores já últimos 10 mil anos. começam a substituir produtos e serviços da empresa •• As cadeias produtivas apresentam impactos por ofertas de concorrentes. sociais e econômicos, que não interferem em sua •• Finalmente, os sinais do desgaste começam a aparecer competitividade no mercado. nos resultados financeiros e outros indicadores de •• Atualmente observa-se que organizações, cadeias desempenho. (MCGRATH, 2011, p.96) produtivas, mercados e nações encontram-se em Ela destaca que empresários e executivos apenas estado insustentável. tomam a iniciativa de questionar o modelo de negócios •• O modelo também defende ainda que a promoção no momento da crise, pois passam por um processo de de consciência nos indivíduos permitirá que eles negação inicial que os impede de tomar decisões firmes atuem de três formas distintas, estimulando a no tempo ideal (MCGRATH, 2011, p.96-97). A tomada sustentabilidade em suas áreas de atuação: FIGURA 5– Esferas de Atuação do Indivíduo Consciente Fonte: Elaborado pelos autores Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 7
  • 8. A primeira relação está na definição da proposta de valor Ao avaliar com quem construir parcerias-chave, da empresa. Segundo especialistas em engenharia do a empresa deve buscar identificar os atores e valor, o termo “valor” pode ser definido como a relação organizações com conhecimento capazes de auxiliá-la entre a importância2 ou utilidade de um item e seu custo a desenvolver a consciência de seus stakeholders e monetário. Alguns objetivos da sustentabilidade, como promover uma atuação alinhada com as premissas da economia de recursos naturais, redução da geração sustentabilidade. de resíduos, aumento de vida útil de produtos podem Diamond (2007) apresenta um exemplo de uma estimular o aumento do valor de produtos ou serviços subsidiária da Chevron que se associou à WWF para das empresas por atenderem melhor as necessidades buscar o menor impacto possível de sua unidade de de seus clientes ou por reduzirem os custos de aquisição extração de petróleo no sudeste asiático. Um forte e/ou uso e manutenção. O modelo de cinco estágios relacionamento com organizações desse tipo dá à para a promoção de sustentabilidade nas empresas empresa insumos para tornar seu modelo de negócios desenvolvido por Nidumolu et al. (2009) mostra diferentes adequado às demandas de consumidores e cidadãos formas de a empresa gerar valor usando os princípios da conscientes, tornando-se ainda um espaço de trabalho sustentabilidade para desenvolver sua cadeia produtiva, atraente para profissionais conscientes. novos produtos, serviços e plataformas. Os autores já incluem a reflexão sobre o modelo de negócios como um estágio no desenvolvimento de empresas sustentáveis. A segunda relação está na seleção dos segmentos de CONSIDERAÇÕES FINAIS clientes a serem atendidos pela empresa. Observa-se que consumidores conscientes podem se apresentar como lead users (HERSTATT; VON HIPPEL, 1991), que A inovação é a chave para o sucesso das empresas na possuem hoje demandas que só se tornarão padrão do atualidade, mas, se nesse processo a sustentabilidade mercado no futuro. A literatura de inovação corporativa não for buscada em todas as dimensões, há fortes riscos mostra que as empresas que conseguem atender lead de o mercado não aceitá-las, impedindo que o esforço users se posicionam à frente de seus concorrentes quando traga benefícios para a empresa. A empresa não se suas demandas se tornam padrão no mercado. A análise mantém no mercado com um modelo de negócios que não das demandas de consumidores e cidadãos conscientes leva em consideração as mudanças que vêm ocorrendo e sua seleção como segmentos a serem abordados pela na sociedade, e, muitas vezes, quando essa percepção empresa pode dar a ela uma série de exigências capazes chega até os tomadores de decisões, já é tarde demais. de estimular seu processo de inovação. O modelo B3A, ontologicamente generalizante, busca Os canais e relacionamento entre empresa e clientes criar um paradigma no qual a inovação sustentável das também podem ser refletidos usando como base o empresas é facilitada através da mudança no modelo B3A. Executivos e empreendedores devem buscar de negócios. Contudo, é essencial destacar que, apesar distribuir valor para seus clientes respeitando fronteiras de lançar as bases, cada empresa é sui generis, e planetárias e se adequando às exigências feitas por deve ser analisada dentro de seu próprio contexto. grupos de cidadãos conscientes, mesmo que elas ainda Muitas vezes o modelo de negócios não precisa ser não façam parte da legislação. inteiramente reformulado, mas apenas passar por algumas modificações. A análise específica de cada Ao avaliar as atividades e os recursos-chave da empresa, caso é, assim, necessária. os executivos e empreendedores devem observar se eles estão relacionados com alguma fronteira Ressaltamos que apontamos o B3A como um modelo planetária, especialmente aquelas já ultrapassadas capaz de auxiliar as empresas no processo de reflexão (redução de biodiversidade, mudanças climáticas e sobre seu modelo de negócios. No entanto, ele é apenas ciclo de nitrogênio). Ações para adequar as atividades uma das muitas fontes capazes de apoiar o processo da empresa às fronteiras permitirão a manutenção corporativo de reflexão. Seguramente o complemento dos recursos vitais e das condições para a atuação da da análise com dados, informações e outros modelos empresa, reduzindo riscos de mudanças capazes de mais próximos da realidade da empresa tornarão mais comprometer a sobrevivência da mesma. robusta a reflexão e poderão levar a melhores resultados para a empresa. 2 Utilizamos o termo importância como sinônimo para worth, para não utilizar novamente o termo valor, uma vez que em Por fim, cabe lembrar que o que propomos é uma das inglês as palavras Worth e Value têm significados distintos, mas muitas abordagens teóricas que ser relacionam com a são traduzidas simplesmente como Valor para o português. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 8
  • 9. sustentabilidade, e o nosso objetivo não é disputar com sellowiana, no estado do Paraná. 2002. Disponível em: outras vertentes, mas complementá-las, de maneira <http://www.cocoverderj.com.br/tesecadeiaprodutiva. que a tomada de decisão dentro das empresas em htm> Acesso em: 14 dez. 2010. prol da sustentabilidade se torne mais simples, prática NIDUMOLU, R; PRAHALAD, C.K.; RANGASWAMI, e efetiva. M.R. Por que a sustentabilidade é hoje o maior motor da inovação. Harvard Business Review. set 2009. REFERÊNCIAS OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation: a handbook for visionaries, game changers, and challengers. Toronto: Flash Reproductions Ltd. DIAMOND, Jared. Colapso: como as sociedades 2010. escolhem o fracasso ou o sucesso. Rio de Janeiro, São PORTER, M.E.; KRAMER, M.R. Como consertar o Paulo: Editora Record, 2007. 5 ed. capitalismo. Harvard Business Review. Ed.Janeiro, FUNKLE, Joachim. Solving complex problems: human 2011 identification and control of complex systems. in ROCKSTRÖM, J. et. al. A safe operating space for Sternberg R. J. & Frensch P. A. (Eds.). Complex problem humanity. Nature. vol. 461, p. 472-5. 24 set. 2009. solving: principles and mechanisms (pp. 185-222). SMITH, P.A.C e SHARICZ, C. The shift needed for Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates. 1991. sustainability. The Learning Organization. vol. 18, n. 1, Disponível em: <http://www.psychologie.uni-heidelberg. 2011. de/ae/allg/mitarb/jf/Funke_1991_CPS.pdf> Acesso em: 30 jan. 2011 SOARES, Raimundo. Ritual de Passagem: a educação de lideranças para a sustentabilidade. FDC, 2006. HERSTATT, C.; von HIPPEL, E. From Experience: Developing New Product Concepts Via the Lead User UNEPFI, PRI. Universal Ownership: why environmental Method, a case study in a “low tech” field. Journal of externalities matter to institutional investors. Out. Product Innovation Management, 1992;9: 213-221. 2010. Disponível em: <http://www.unepfi.org/fileadmin/ documents/universal_ownership.pdf> Acesso em: 21 IBM. Capitalizando na complexidade: visão do Global jan. 2011. Chief Executive Officer Study. 2010. Disponível em: <ftp:// public.dhe.ibm.com/common/ssi/ecm/pt/gbe03316brpt/ UNFPA. Relatório de 2007, 2007. Disponível em: <http:// GBE03316BRPT.PDF> Acesso em: 20 fev. 2011. www.unfpa.org.br/relatorio2007/swp_mensagem.htm> Acesso em: 21 jan. 2010. ILO. Evaluation Report: construction action programme (CAP), 2006. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/ UN-Habitat. Business for Sustainable Urbanisation english/dialogue/sector/ap/constr.pdf> Acesso em: 22 - Challenges and Opportunities. 2007. Disponível jan. 2011. em: <http://www.unhabitat.org/pmss/listItemDetails. aspx?publicationID=2344> Acesso em: 18 maio 2010. ILO. Statistics on Public Sector Employment: metodology, structures and trends. 1999. Disponível em: <http://www. ilo.org/public/english/bureau/stat/download/wp_pse_e. pdf> Acesso em: 16 dez. 2010. MCGRATH, Rita Gunther. When your Business Model is in Trouble. Harvard Business Review, p.96-98, jan-fev. 2011. MANDELBAUM, J.; REED, D.L. Value Engineering Handbook. Alexandria: Institute for Defense Analyses. 2007. MICHELSEN, G.; DANNER, M.; RIECKMAN, M. Fundamentos para um Desenvolvimento Sustentável. Lüneburg: CSM. 2008. MIELKE, Eduardo José Costa. Análise da Cadeia Produtiva e Comercialização do Xaxim, Dicksonia Caderno de Ideias - Nova Lima - 2011 - CI 1112 9