O documento discute o Humanismo Renascentista, abordando seus objetivos, etapas e elementos-chave como a problematização do termo "Humanismo", a análise do termo "Renascimento" e a ideia de que Humanismo e Renascimento constituem um mesmo fenômeno histórico.
2. OBJETIVOS
1. Problematizar o fenômeno do Renascimento;
2. Apresentar alguns desenvolvimentos
teóricos;
3. Discutir algumas questões historiográficas;
4. Elaborar algumas reflexões que possibilitem
abarcar a novidade e o alcance de tal
fenômeno.
3. TRAJETO
1. Considerações acerca da cronologia;
2. Análise do termo “Humanismo”;
3. Análise do termo “Renascimento”;
4. Discussão acerca dos tópicos anteriores;
5. Exercício de conceitualização.
7. PROBLEMATIZAÇÃO
Começando a tarefa filosófica... Olhando nosso assunto de forma crítica,
transformando-o em problema. Desenvolvendo uma salutar “atitude
filosófica”.
8. Alguns questionamentos
• Qual impressão nos deixa o quadro?
• Que elementos históricos ele nos fornece?
• O que nos sugere o termo Humanismo?
• O que nos sugere o termo Renascimento?
10. Mais questionamentos
• O que pensar da linha histórica apresentada?
• Possui alguma incongruência?
• Faz sentido pensar na história de forma linear
e compartimentada?
• Onde se encontraria o Renascimento nessa
linha?
11. INVESTIGAÇÃO
Buscando ferramentas conceituais que nos permitam incidir
reflexivamente sobre os problemas que levantamos. Nesse momento,
estamos como que “apoiados sobre os ombros de gigantes”, o que nos
permite enxergar mais longe...
13. • Cronologia: séculos XV e XVI
• Prelúdio (séc. XIV): Francisco Petrarca
(filologia) e Cola de Rienzo (política);
• Epílogo (séc. XVII): Tommaso Campanella
(anseio de reforma universal);
14. • Anteriormente:
- Século XV: Humanismo
- Século XVI: Renascimento
• Atualmente:
- Séculos XV-XVI: Humanismo-renascentista (ou
apenas Renascimento).
15. O Renascimento inaugura a época
moderna?
• Duas teses (acerca da passagem da Idade
Média à Idade Moderna)
- Ruptura: pressupõe a oposição e a
contrariedade entre as duas épocas;
- Continuidade: postula a homogeneidade
substancial entre tais;
- Terceira via.
16. Atualmente se localiza o início da época moderna
(na história do pensamento) no contexto da
revolução científica, ou seja, com Galileu.
18. - dificuldade de consenso, apesar da abundante
bibliografia crítica
- mudança não apenas no âmbito do
pensamento filosófico, mas em toda a vida do
homem: aspectos sociais, políticos, morais,
literários, artísticos, científicos e religiosos
19. Origem do termo “Humanismo”
• Friedrich Immanuel Niethammer (1766-1848)
– cunhou o termo no início do século XIX para
indicar a área cultural coberta pelos estudos
clássicos e pelo espírito que lhe é próprio, em
contraposição com a área cultural coberta
pelas disciplinas científicas.
20. Origem do termo “Humanismo”
• O termo “humanista”, porém, surge em
meados do século XV, calcado nos termos
“legista”, “jurista”, “canonista” e “artista” para
indicar os professores e cultores de gramática,
retórica, poesia, história e filosofia moral.
21. Origem do termo “Humanismo”
• tendência crescente (séculos XIV-XVI, com
ápice no século XV) de se atribuir grande valor
aos estudos relativos às litterae humanae,
considerando a Antiguidade Clássica (Roma e
Grécia) como paradigma e ponto de referência
para as atividades espirituais e a cultura em
geral.
22. Novidades do “Humanismo”
• Surgimento de uma “atenção filológica” –
novo método de examinar os problemas que
deve ser entendido como filosofar próprio e
efetivo;
• Consideração do sentido da história e da
dimensão histórica;
• Consciência histórica bem definida;
23. Duas interpretações do “humanismo”
• Paul Oskar Kristeller
– Limita fortemente – a ponto de eliminar – o
significado filosófico e teórico do humanismo.
• Eugenio Garin
– Reivindicou energicamente valência filosófica
precisa para o humanismo.
24. Resumindo
• As teses contrapostas de Kristeller e Garin
revelam-se muito fecundas precisamente por
sua antítese, porque uma destaca o que a
outra silencia, podendo, portanto, ser
interpretadas entre si.
25. • A marca que distingue o humanismo consiste
em novo sentido do homem e de seus
problemas. É novo sentido que encontra
expressões multiformes e, por vezes, até
opostas, mas sempre ricas e frequentemente
muito originais.
27. • O termo consolidou-se no século XIX;
• Principais pesquisadores:
– Jacob Burckhardt – A cultura do Renascimento na
Itália;
– Konrad Burdach – Da Idade Média à Reforma
28. Características do “Renascimento”
segundo Burckhardt
• individualismo prático e teórico;
• exaltação da vida mundana;
• acentuado sensualismo;
• mundanização da religião;
• tendência paganizante;
• libertação em relação às autoridades constituídas que
haviam dominado a vida espiritual no passado;
• forte sentido de história;
• naturalismo filosófico;
• extraordinário gosto artístico;
29. Contribuição de Burdach
• O Renascimento representou grande
fenômeno espiritual de “regeneração” e
“reforma”, no qual o retorno aos antigos
significou revivescência das origens, “retorno
aos princípios”, ou seja, retorno ao autêntico.
É também nesse espírito que deve ser
entendida a imitação dos antigos, que se
revelou o estímulo mais eficaz para que os
homens encontrassem, recriassem e
regenerassem a si próprios.
30. CONCEITUAÇÃO
Chegou a hora de fazer filosofia de fato... Hora de fabricar, inventar
conceitos que nos ajudem a lançar luzes sobre a realidade.
31. Á guisa de conclusão
• Humanismo significa, portanto, essa tendência
geral de tamanha novidade que foi capaz de
marcar o início de novo período na história da
cultura e do pensamento.
32. Á guisa de conclusão
• A marca que distingue o humanismo consiste
em novo sentido do homem e de seus
problemas. É novo sentido que encontra
expressões multiformes e, por vezes, até
opostas, mas sempre ricas e frequentemente
muito originais.
33. Á guisa de conclusão
• O Renascimento representou grande
fenômeno espiritual de “regeneração” e
“reforma”, no qual o retorno aos antigos
significou revivescência das origens, “retorno
aos princípios”, ou seja, retorno ao autêntico.
34. Á guisa de conclusão
• É também nesse espírito que deve ser
entendida a imitação dos antigos, que se
revelou o estímulo mais eficaz para que os
homens encontrassem, recriassem e
regenerassem a si próprios.
35. Á guisa de conclusão
• Humanismo e renascimento constituem uma
só coisa (Burdach).
37. Revisitando a Escola de Atenas
• 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia;
• 2: Epicuro ;
• 3: desconhecido (acredita-se ser o próprio Rafael);
• 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles;
• 5: Averroes;
• 6: Pitágoras;
• 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande;
• 8: Antístenes ou Xenofonte;
• 9: Raphael (Fornarina como uma personificação do Amor ou ainda Francesco Maria della Rovere);
• 10: Ésquines ou Xenofonte;
• 11: Parménides;
• 12: Sócrates
• 13: Heráclito (Miguelângelo).;
• 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci);
• 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco;
• 16: Diógenes de Sínope;
• 17: Plotino;
• 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante);
• 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo);
• 20: Ptolomeu R: Apeles (Rafael);
• 21: Protogenes (Il Sodoma ou Pietro Perugino).