Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Escalando o ano novo
1. Escalando o ano novo
Até mesmo os melhores alpinistas precisam de
guias para escalar montanhas com as quais não
são familiares. Na verdade, somente um novato
impulsivo faria diferente, ou seja, alguém como
eu.
Há muitos anos, no último dia das férias que
passei na Suíça, eu e um amigo decidimos escalar
uma montanha próxima. Era fim de tarde quando
começamos e não havíamos avançado muito
quando passamos por um pastor que trazia suas
ovelhas de uma área mais elevada da montanha.
“A noite cai cedo e de repente nas montanhas”
— advertiu-nos. “Esperem até amanhã e
contratem um guia.” Amanhã seria tarde demais,
pois na tarde seguinte estaríamos em um trem, a
caminho de casa, e teríamos desperdiçado uma
oportunidade rara. Por isso, prosseguimos
impetuosamente em nossa caminhada.
2. Dito e feito: não demorou, tudo ao nosso redor era escuridão. O céu nublado não deixava passar ao
menos a luz da lua ou das estrelas. Mal podíamos enxergar onde estávamos pisando naquela trilha
pedregosa, muito menos o que vinha pela frente. Um passo em falso e rolaríamos perambeira a
baixo. Tivemos de passar a noite na montanha.
Como tínhamos apenas um saco de dormir, decidimos nos alternar para usá-lo. Começou a chover
forte. Não só estávamos com muito frio, mas também encharcados. Conseguimos nos refugiar sob a
saliência de uma rocha até que, depois de uma longa noite de dificuldades, veio a aurora, a chuva
parou e pudemos descer de volta.
No caminho, encontramos o mesmo pastor do dia anterior. Ao ver nossa condição lastimável,
meneou a cabeça e sua expressão demonstrou que estava achando graça da nossa situação, mas
também aliviado. Se tivesse esfriado muito mais naquela noite, teríamos morrido de hipotermia.