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Autor: Flávio da Rocha
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS
Gêneros: Aventura, Crossover, Festa, Luta, Musical (Songfic), Saga, Suspense, Violência
Avisos: Álcool, Drogas, Insinuação de sexo, Linguagem Imprópria, Violência
Aviso legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a
pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui
encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma
ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de
minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita
apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir ou violar as
imagens dos artistas.
Índice de Capítulos
1. Início da Estada... A banda
2. O primeiro Show
3. Convite ao Festival Lendas do Rock
4. Inicia o festival Lendas do Rock... Bandas irreverentes
5. Nós somos a banda Glass!
6. O grande Mistério... Quem é Lemon?
7. É hora do recomeço, vamos fazer dinheiro!
8. O álbum...
9. O Início da Turnê Pelo País, um ano conturbado...
10. Rumo Á Brasília. Sex Drugs And Rock n’ Roll
11. Seja um guitarrista de qualidade
12. O orgulho das seis cordas...
13. O cativeiro
14. O fim de uma ameaça... Seria o fim da banda Glass?
15. The Glass Fest – Lendas do Rock Nacional!
Dedicatória
“Fiz este livro para todos os amantes do Rock n’ Roll e da boa música!”
Boa leitura!
Capítulo 1 - O início da Estrada... A banda
Introdução (Personagem)
Relatarei agora toda a minha história com o Rock n’ Roll, do começo ao
fim. Podem até existir histórias parecidas de outros caras bem mais famosos, e
de bandas mil vezes mais consagradas. Eu realmente não me importo. Eu sinto
necessidade de contar, preciso dividir o que senti e tudo o que aconteceu
nesses anos agitados da minha vida. Para quem for ler, garanto apenas que
verão uma história de uma pessoa normal junto ao que já foi uma das coisas
mais importantes na minha vida, minha banda. Mas posso garantir, não é uma
história tão normal quanto se possa imaginar.
Quando vemos uma grande banda no palco, é fácil pensar que são
incríveis, geniais, além de podres de ricos com várias mulheres. Já chegaram a
dizer isso da banda em que estive, mas poucos sabem o que passamos para
estar ali, fazendo sucesso. E menos ainda sabem o que passamos fora dos
palcos. Por isso eu decidi dividir a história da minha carreira, que sem dúvida
foi surpreendente em cada momento.
Ano 2008
Curti rock desde os 12, a ponto de ficar horas viajando com meu mp3,
cantando as músicas de Guns n' Roses, System of a Down e Red Hot Chili
Peppers, as bandas inspiradoras da minha vida. Mas a história se iniciou no
começo de 2008, eu estava no ensino médio e tinha apenas 15 anos,
praticamente tinha acabado de sair das fraldas. Nessa época eu era magro,
com cabelos pretos bem aparados e olhos verdes. Sempre fazia sucesso com
as garotas, mesmo que eu nem ligasse tanto.
Eu me amarrava em ficar no youtube vendo shows de bandas antigas em
festivais de outros países, achava incrível, apesar de aqui no Brasil haver
poucos eventos desse tipo. Até então eu nunca tinha ido assistir a um show de
rock; nem mesmo de bandas undergrouds.
Numa das primeiras semanas de aula lá estava eu na escola, sentado
admirando a capa de um CD do Iron Maden, quando um cara todo descolado
resolveu puxar assunto. Ele tinha os cabelos pretos, escorridos e um tanto
quanto bagunçados cobrindo suas orelhas, os olhos castanhos expressavam
confiança, além do sorriso como de quem sabe de tudo.
-Hey Cara! Parece que você tem bom gosto.
Não tive muita reação, disse apenas um “é..” meio sem jeito.
-Meu nome é Matheus. Parece que você também é novo por aqui.
-Sim, eu sou. Me chamo Isaac, mas prefiro que me chamem de Izzy, é
mais fácil.
-Vi que você curte um heavy metal. Eu vou tocar com minha banda nesse
fim de semana, e estou chamando o pessoal daqui da escola pra ir assistir.
Eu fiquei empolgado, mas um pouco receoso, precisava estudar muito. De
qualquer forma, não podia perder aquela oportunidade, o cara era de uma
banda!
-Legal, onde vocês vão tocar?
-No Hell’s Club, sabe onde fica?
-É perto da minha casa, pode deixar. O que você toca?
Ele me disse que era guitarrista, mas que estava perdendo a vaga para
outra pessoa, um cara fútil, que só se importava com a aparência e com os
talentos próprios. O problema é que esse outro cara tinha mais experiência que
ele, fora os vários contatos que poderiam ajudar a banda.
-Então a banda está sendo ambiciosa sem pensar nas consequências.
-Pois é cara…e esse deve ser o meu último show. E o pior de tudo é que
eles acham que dependo deles, mas eles vão ver só, vou montar minha própria
banda!
-Que determinação hein! - e logo bateu o sinal anunciando o fim do
intervalo.
-Pode crer cara. Mas ai, vê se aparece mesmo. Você parece ser um cara
legar pra conversar. Agora to partindo pra aula, fui!
Senti que dali poderia surgir uma boa amizade. Math, como gostava de
ser chamado, tinha assuntos maneiros e como eu, se inspirava com AC/DC e
Iron Maiden, era muita afinidade. Nos dias seguintes à nossa primeira
conversa, ele ficou falando sobre os shows que havia feito com a sua banda,
além de me ensinar, mesmo sem perceber, coisas legais sobre o Heavy Metal,
seu estilo musical favorito. Eu estava ansioso para vê-lo no palco.
No dia do show me lembro de que precisava estudar, com matéria
acumulada, mas a minha curiosidade foi tanta para ouvir e ver a banda do meu
novo futuro amigo que acabei indo. O Hell's Club era um bar que pouco se vê
no Rio de Janeiro. Havia um espaço coberto com mesas e cadeiras vermelhas
e pretas, tinha um tamanho mediano com um pequeno palco montado logo no
fundo, um belo improviso. Tinha as paredes vermelhas com alguns detalhes
geométricos em preto. As pessoas que freqüentavam o lugar geralmente eram
headbangers que sempre estavam bebendo, jovens casais e outras pessoas,
na maioria fãs da boa musica.
Quando cheguei, o único que estava no palco era o baterista da banda
montando seu instrumento e passando som. Math estava numa escada ali por
perto dando os ajustes finais em sua guitarra. Sentei num canto meio
escondido, enquanto não começava o show. A única coisa que me incomodou
naquele lugar foi o forte cheiro de cigarro e algumas outras coisas a mais. Não
demorou muito e o vocalista da banda subiu no palco animadíssimo. Um cara
com estilo e atitude. O modo que ele se vestia me lembrava um pouco Ozzy
Osbourne, coberto de preto da cabeça aos pés.
-Boa noite galera! Nossa banda é a Toque de Caos. Viemos trazer um
pouco do nosso som pra fazer o Hell's Club valer o nome, espero que gostem!
A primeira música que tocaram era da banda, um metal agitado, muito
interessante e que fez as pessoas se animarem. Depois fizeram um cover de
Wratchild Iron Mainden, seguido de nove músicas próprias de puro Heavy
Metal, sem exceções. As músicas eram até boas mas nada grandioso. Math
demonstrava muita presença de palco como guitarrista, além de ser muito bom
nos Riffs que executava. A galera pulava mas era mais pelo som da guitarra do
que pelas músicas em si. Após todo o show de pura porradeira no som e muita
gente alcoolizada, Math veio falar comigo, com as coisas prontas pra ir embora.
-E ai o que achou Izzy?
-Muito bom o show… Você é bom nisso cara.
-É cara, e esse foi meu último show com eles. Mas como eu te disse, não
vou desistir da minha carreira com a música, vou formar uma banda e a minha
antiga banda que se foda.
-Isso aí cara, com seu talento você vai longe.
Nós fomos caminhando para casa, morávamos perto dali, conversamos
sobre tudo, em relação a rock, obviamente.
No caminho apareceu um mendigo drogado pedindo dinheiro
insistentemente, chegando até a nos perseguir. Então o Math olhou pra ele e
disse que ele continuasse a encher o saco ele diria pra todos os traficantes não
venderem mais nada pra ele. O mendigo, que já estava vendo planetas,
começou a chorar e pedir perdão e saiu chorando. Eu ri daquele pobre coitado
e elogiei Math. Ele sabia como se impor. Quando chegamos na rua em que
separava nossos destinos, ele parou e me olhou pensativo e perguntou:
- A propósito Izzy, você toca algum instrumento?
-Infelizmente não. – Me senti um merda naquele momento, com uma
oportunidade sendo desperdiçada.
-Vou dar um jeito de você fazer parte da banda. Nem que seja o nosso
carregador de equipamentos. – nisso ele voltou a andar, rindo da minha cara.
-Se você quiser, eu te ajudo na procura dos integrantes, tenho alguns
contatos.
- Com certeza, vai ser de grande ajuda. Ta chegando minha rua mano.
Falou Izzy! Até segunda na escola.
-Valeu Math, até!
Era bom saber que ele contava comigo no projeto da banda dele. Sabia
que ele levava aquilo muito a sério, portanto eu me esforçaria pra dar certo.
Com o passar do tempo criamos uma boa amizade. Eu estava sempre
ajudando-o a buscar integrantes para a banda. Dando idéias para o estilo da
banda e indicando coisas novas para ele ouvir. Certo dia, nas férias de
carnaval, Math me ligou para que eu fosse na sua casa, pois havia aparecido
uma chance de conseguirmos um integrante, que por sinal era muito bom.
A casa de Math era tranquila, ele não tinha irmãos e seus pais não se
importavam com o barulho ou falação que vinha do quarto. A casa era
espaçosa e o quarto dele também, cheio de pôsteres nas paredes, cadernos
com cifras e o computador ligado. Era um lugar meio escuro apesar da janela
grande, mas era do gosto dele.
-Se liga aqui nesse site Izzy… Os caras postam vídeos deles tocando, e
teve um baixista aqui que eu achei muito bom. Só que ele é lá de São Paulo,
sorte a nossa que ele vem passar um tempo com um parente daqui do rio. Eu
conversei com ele e parece que se interessou pela história de formar uma
banda.
-Aquele Japonesinho ali?
-É, esse mesmo...
-E ai Math? Ele vai vir tocar na banda?
-Não sei ao certo, Depois de amanhã ele vai desembarcar no Rio, aí
estamos marcando pra gente conversar sobre a proposta dele entrar na banda.
-Que grande filho da... Você é...
-Obrigado. Mas agora o papo é com você. Uns parceiros da escola ote
ouviram cantando sozinho e falaram que não é tão ruim. A banda não tem
vocalista, eu até que sei cantar mas eu quero me dedicar só à guitarra... então
eu resolvi fazer um tesdicar à guitarra,te com você antes de resolver as coisas
com o japa. Topa?
E é claro que eu aceitei apesar de eu não estava preparado para cantar,
cantava às vezes de sacanagem e alguns diziam que eu era bom, mas
sinceramente, nunca me imaginei como vocalista.
Math ligou o Amplificador e pegou um microfone que tinha em sua gaveta,
todo empoeirado mas parecia funcionar.
-Eu vou tocar uma música e você vai ter que me acompanhar com seu
vocal. Vamos começar com músicas nacionais.
-Começar? - eu ri de nervosismo e alegria - Beleza então.
Comecei cantando duas músicas do Charlie Brown Jr para testar o meu
grave. Logo após cantei músicas da Cássia Eller para testar o meu agudo, algo
que realmente vi que não funcionaria. Apesar do meu bom grave, eu não ficaria
bem em uma banda de Heavy Metal.
– Qual vai ser o estilo da banda? — fiquei preocupado.
– Ainda não sei. To pensando em variar um pouco. Não to afim de ficar
lembrando do Heavy Metal da outra banda. To pensando em Hard Rock, punk,
alternativo, sei lá… Vai depender do vocalista.
-Entendi. Mas… E ai? Como fui?
-Você tem um grave muito bom, mas seu agudo não. Mas a sua voz
aguda pode melhorar com um pouco mais de treino. Mais não tem outra
escolha, eu quero q você seja o vocalista da nossa banda.
-Tudo bem, se eu tenho escolha- sorri, surpreso com a expectativa dele
sobre mim.
-Bom, como a sua voz ta mais pra um alternativo. Mas vou arriscar um
Hard Rock com você. Qualquer coisa eu posso te ajudar nos back vocals. Eu
sempre quis me aventurar tocando esse estilo.
-Esse é realmente o estilo que mais ouço.
-Ah é verdade, você vive ouvindo Guns N’ Roses, sua banda favorita, né?
É bom, assim você vai ter uma inspiração pra compor músicas, na presença de
palco e tal.
Conversamos mais um pouco, animados pensando no futuro da banda.
Fui pra casa feliz e rindo a toa pelo caminho. Nos meus pensamentos eu ficava
me imaginando fazendo shows, com vários fãs, fazendo viagens. E me passou
pela cabeça também encontrar o meu ídolo do Hard Rock nacional, Jack Brown
Stone, que surgiu com a banda Conversão em 2001 e naquela época estava
em carreira solo fazendo um puta sucesso.
Naquela noite, antes de deitar coloquei um DVD do Guns N’ Roses em
Tóquio que eu tinha em casa. E fiquei observando a presença de palco de Axl
Rose. Percebi a frequência que ele mudava de roupa durante o show, os
discursos que ele fazia antes de algumas músicas, o modo como ele
apresentava a banda. Depois eu fui dormir, no dia seguinte eu conheceria o
baixista de minha nova banda. Sonhei que eu estava fazendo um show, ao
lado de Axl e Jack Brown, havia milhares de pessoas gritando, cantando e
pulando, mas no fim Math e o japonês começaram a duelar, um usando a
guitarra e o outro o baixo, como se fossem espadas, eu apenas olhava e as
pessoas continuam a gritar e pular como se houvesse alguma música. Então
eu acordei confuso. Sonho louco! Saí logo para conhecer o japa baixista. A
reunião seria numa lanchonete perto do Hell's Club.
-Hey caras! – Falou o jovem japonês que estava sentado e seu
instrumento encostado em uma parede. Ele parecia um pouco nervoso. Tinha
cabelo curto e escorrido, usava um óculos quadrado e era meio desengonçado.
Aliás, era calmo no modo de se falar. Usava um blusão branco e uma camisa
escrito: "Dart Vadder".
-E ai! Você é o George Suzuki? – Perguntei.
-Sim sou eu mesmo. Quero ser o baixista da banda.
Suzuki, como preferia ser chamado era de uma banda de Rock Alternativo
em São Paulo. Segundo ele, a banda durou dois anos e acabou por problemas
pessoas de alguns dos integrantes. Ele veio de uma família de músicos, sendo
que um de seus tios participava de uma banda famosa. Ele tinha um ótimo
currículo.
– Estou afim de recomeçar minha carreira em uma banda melhor. Espero
poder contar com vocês.
– Realmente vou contar com o seu profissionalismo. Eu também era de
uma banda e tenho uma noção sobre presença de palco. O único que nunca foi
de uma banda foi o Izzy mas ele tem talento e força de vontade.
-Pode crer. Vai ser bem legal aprender com vocês coisas novas sobre a
banda. Espero conseguir muitas experiências boas e bastante conhecimento
nisto. – Concluí.
-Seja bem vindo a banda, Suzuki. – Falou Math.
Depois de comermos um lanche, cada um foi pra sua casa para esperar
até a próxima reunião da banda, que pelo visto estava com tudo pra começar
bem.
Antes do recesso acabar, nos encontramos na garagem de Math. Quando
nos sentamos, olhou pra gente, deu um sorriso e se levantou parecendo
empolgado.
-Beleza. Coloquei um anuncio na internet procurando um baterista pra
banda. Então se surgir um, já vai ter o telefone, e ai é só aparecer para
iniciarmos os ensaios. E mais uma coisa, marquei um show pra semana que
vem em um bar daqui da zona oeste do Rio. Vamos tocar independente de
estar com um baterista ou não, então acho melhor a gente começar a treinar
umas músicas.
Suzuki apenas franziu as sobrancelhas. Eu fiquei na minha também, e
naquele momento passei a ver que Matheus era totalmente afobado. A banda
nem sequer estava completa e ele já estava marcando show, pior ainda, sem
nos consultar antes. Era pouquíssimo tempo para se planejar algo.
Dois dias depois, estávamos no quarto de Math discutindo coisas sobre a
banda, e acabamos feito alguns ensaios por lá mesmo. Já que ele havia
marcado a droga de um show pra semana seguinte. A mãe de Math apareceu
na porta do quarto interrompendo nossa conversa.
-Tem um homem chamando você lá na porta. – Avisou ao Math.
-Já estou indo.
Ele olhou pra mim e para o Suzuki cauteloso.
-Acho que é o cara que ta organizando o show.
Assim que saiu do quarto e Suzuki logo comentou:
-Nada haver esse cara ter marcado esse show, não estamos preparados.
Nossa banda nem tem um nome!
-Isso tudo é ansiedade. E um pouco de mágoa que ele guarda da antiga
banda dele.
-Entendo. Na minha antiga banda tinha dessas coisas, mas eles eram
muito imaturos. O ego tomou conta de todos, eles só estavam preocupados em
aparecer e banda mesmo foi deixada de lado. Até que ninguém mais chamou a
gente pra tocar. Então resolvi sair e procurar uma nova banda que saiba dar
valor a carreira. Espero não me decepcionar com vocês.
-Eu também to vendo isso aqui como um grupo com o objetivo de crescer
e ser conhecido. Vamos mostrar algo novo no cenário do rock nacional.
Math logo entrou no quarto com um cara de chapéu de cowboy, cabeludo,
com a barba a fazer e loiro, aparentemente mais velho que nós três. se vestia
bem largadão, tomava uma cerveja da marca Duff e fumava um cigarro e uma
forma bem descontraída.
-Izzy, Suzuki. Apresento a vocês o nosso novo baterista: Hudson
Marques.
-E aí jovens. Vamos botar pra fuder?
A primeira impressão que tive de Hudson, é que ele era um porco vulgar
que gostava de umas cachaças, o cheiro de álcool era irritante. Suzuki, como
era certinho ficou incomodado com Hudson, mas Math agora estava satisfeito
por a banda estar completa, a partir dali podíamos ensaiar pra valer.
Na semana seguinte, Suzuki alugou um espaço pra nossa banda bem
perto dali, pudemos ensaiar muito melhor lá. Já o show que Math havia
marcado, foi cancelado, e então tivemos tempo para começar a ensaiar
diversas músicas para fazer shows como covers.
Capítulo 2 - O primeiro Show...
Ainda em 2008
Em um das reuniões com a banda completa, o único que estava de pé era
Math. Ele se comportava como o líder da banda e ainda não tratava todos
como um grupo.
-Bom estar aqui com a banda pronta. Mas ainda só sabemos fazer alguns
covers que não estão bons e precisamos mudar isso!
-Como vamos fazer isso? Todo bendito dia eu venho pra cá e a maior
parte do tempo é você falando! – Hudson mostrava sua insatisfação – Eu quero
tocar Rock, não ouvir um pirralho dizendo o que tenho que fazer o tempo todo!
Realmente eu achava o Math chato quando a banda se reunia, mas
preferia ficar quieto e deixar pro Hudson criticar. Ele era bem melhor com isso.
-Qual vai ser o nome da banda? – acrescentei. –Até hoje ninguém decidiu
isso!
-Concordo com o Izzy. Ainda não temos um nome. – falou Suzuki
esperando a resposta de Math.
-Já que reclamam tanto de eu querer mandar, vou deixar vocês
escolherem isso! – ele estava irritado, mas percebeu que estava sendo chato.
Aquele momento em que eu pensei em diversos nomes, mas nenhum era
bom o suficiente para uma banda de Hard Rock. Mas logo lembrei que existem
bandas com nomes tão sem sentido. Eu me lembrei de Kiss que era um nome
tão simples e com um significado grande, AC/DC que quase ninguém sabe o
significado. Então eu resolvi chutar o nome sem preocupação.
-GLASS!
-Que porra é essa cara!? – gritou Hudson.
-Qual o problema? Dane-se que é sem sentido foi pura originalidade
minha. – Falei sorrindo.
-Vidro? Óculos? Copo? – Math queria ser exato.
-Tanto faz... Pode ser qualquer um desses, mas é um nome fácil de
gravar e não vai ter problemas com pronúncia.
-Faz sentido o que você disse garoto. – Aceitou Hudson. –To com você!
E assim se passava mais um dia do nosso ensaio, apenas tocando
covers, afinal, éramos uma banda iniciante. Havíamos aprendido umas 20
músicas em um mês, mas apenas 13 foram para o nosso Setlist, que em breve
seria tocado pela primeira vez. Então, até o final do mês os ensaios ocorriam
todos os dias, já que eu e Math abandonamos a escola. Foi uma decisão difícil
para nossas famílias, mas com muita conversa e ainda muita discordância, nós
conseguimos impor nossas vontades e ambições e eles acabaram aceitando.
Devem ter percebido que não haveria nada que mudasse nossa opinião, e
assim, deram o braço a torcer.
No mês seguinte, finalmente estávamos preparados para um show.
Suzuki conseguiu fechar com o Rockstreet Bar, próximo ao centro da cidade do
Rio. Seria uma viagem um pouco chata de se fazer. Ao menos conseguimos
um amigo com carro pra ajudar a levar os instrumentos e então nada podia dar
errado até a chegada do nosso primeiro show.
Math como sempre, era o mais empolgado da banda. Ficava isolado de
todos, parado, pensando e às vezes aparecia toda hora repetindo coisas pra
gente, tentando ensinar como faríamos tudo a todo momento. Era chato, mas
confesso que eu bem que precisava. Nunca havia subido em um palco pra
cantar antes, eu ficava com o medo de o nervosismo influenciar em como sairia
minha voz. Suzuki e Hudson eram os mais tranquilos, sorte nossa, pois eles
eram as peças fundamentais da banda. Vale lembrar que Hudson era o
baterista, e qualquer erro dele fodia a banda. Suzuki a mesma coisa, mas eu
sabia que ele era um baixista de qualidade e ainda por cima, ele dificilmente
ele errava nos ensaios. Eu tinha a noção que o Suzuki era bom demais para
nossa banda, eu até estranhava a humildade dele por não preferir tocar em
uma banda maior.
No dia do nosso primeiro show, saímos do nosso estúdio por volta das
oito da noite para chegar ao Rockstreet Bar em tempo de ajustar os últimos
detalhes. Lá era um local pequeno, não tinha um algo que podia se chamar de
“palco”. Mas tínhamos um bom espaço pra se apresentar. Os outros da banda
ficaram lá passando som, enquanto eu observava o local que ainda estava
vazio por volta das onze horas. Nossa apresentação começaria meia-noite.
Colocaram uma folha com setlist perto de mim e uma perto de cada
integrante da banda.
Na hora que começou o show, com todos já posicionados, parei em frente
ao microfone, olhei para aquela galera, havia umas 50 pessoas, de qualquer
forma, a hora era agora.
-Boa noite... –Dei uma pausa esperei a reação que foi totalmente nula. –
Esse é o primeiro show da banda Glass. A gente quer é que vocês se divirtam
pra valer! Let´s go!
Aquele dia eu nunca esqueço, esse show eu faço questão de contar de
forma detalhada. Foi algo lindo na minha vida.
1º- Wicker man – Iniciei com este cover do Iron Maiden e logo deu
resultado, a galera já começou batendo cabeça, alguns pulando um pouco e
apesar de o nervosismo atrapalhar um pouco a minha voz, eu me saí bem. Eu
precisava me concentrar mais na música. Pelo menos concluímos ela com
êxito e com ótima sincronia.
2º-Vamos Fugir – Seguimos com essa música do Skank que não
empolgou muito, mas deu tudo certo, muitos cantaram junto. Uma música
agradável.
3º-Proibida pra mim – Sinceramente acho que erramos na escolha dessa
música, apesar de ser Charlie Brown Jr. Não era uma música que aquele tipo
de público esperava. Poucos curtiram. Além disso, Math errou uma parte
durante a apresentação, mas acho que ninguém percebeu.
- Essa aqui vai pra quem sabe o que é Hard Rock de qualidade! - Eu
havia planejado essas falas durante os ensaios, mas não saiu tão bem quanto
quando eu estava só com a banda.
4º- It’s So Easy – Eu queria tanto cantar Guns n’ Roses mesmo não
estando tão preparado, mas dei um jeito. Tocamos It’s so Easy que não exigia
muito do meu agudo. Mas foi uma música que tirou muita gente do chão. Um
perfeito solo de Math. E fomos aplaudidos após o desempenho nesta música.
-Obrigado... Então vamos continuar...
5º- A sua maneira – Seguimos com um Rock nacional de Capital inicial,
caras que são uma referência em nosso país. Nessa música vi que
empolgamos mais as garotas que estavam presentes. Mas também tinha uns
moleques bem animados por lá. Até ali as coisas estavam indo bem com a
apresentação.
-Mais uma do Rock de Brasília.
6º - Será – Seguimos com a inesquecível legião urbana, que apesar de
todo seu prestígio não ficou muito legal com a minha voz. E senti que o pessoal
não gostou. Foi uma performance fraca.
7ª- Patience – Mais uma do Guns n’ Roses para a minha
felicidade. E para a infelicidade da nossa apresentação. A Galera demonstrou
insatisfação por ser uma música lenta, então comecei a notar algumas coisas
em relação à escolha do setlist. E vi que aquela parte ali estava muito fraca.
Math me olhou com uma cara meio bolada, Suzuki sussurrou dizendo pra eu
relaxar, então prosseguimos até o fim da música.
-Senti que vocês querem algo mais animado... Preparamos coisas boas
pra vocês... Bora Math...
8º- Californication – Essa foi uma música que tipo, caralho, tive
que estudar um pouco mais de inglês e praticar bastante pra aprender, eu
quase perdia o fôlego em algumas partes, mas a galera me ajudou, todos
cantando junto, Math e Suzuki super sincronizados e muito bem treinados...
Terminamos a música muito bem satisfeitos por ter agradado ao público.
-Para o bem de vocês mais uma do Red Hot Chili Peppers.
9º - Scar Tissue – Com um ritmo um pouco mais lento que o original, o
pessoal cantou comigo. Hudson começou a animar com a bateria.
Conseguimos levar o show para o alto nível de novo e no fim da música
Hudson ficou solando na bateria enquanto fomos beber água.
-Que tal uma dose de Heavy Metal? Wratchild!
10º Wratchild – Sempre tem aquele grupo headbanger, claro. Não podia
faltar, o grupinho fez uma rodinha punk lá no meio fazendo o sinal do metal pra
gente. Eu sorri e fiz de volta e prossegui cantando até o final e até eu pirei no
solo, apesar de não ter ficado lá grande coisa. Senti falta de mais um guitarrista
na banda, faria diferença.
11ª – Jeremy – Uma música com uma apresentação bem modesta. Galera
cantando junto e banda sincronizada. Mas foi bem legal ter uma música do
Pearl Jam incluída ali.
-Estão cansados?
-Não!! - a empolgação tomou conta de todos.
Eu estava cansado, mas meu sangue ainda estava fervendo e eu estava
gostando muito daquilo, queria cantar até cair duro no chão.
- Então vamos continuar. Agora é pra porrada estancar!!
12º - Ela Roubou meu caminhão – Um Hardcore pra varia e fazer aqueles
metaleiros soltarem o que tinha dentro deles. Mais uma roda punk linda se
formou ali, com os caras se estapeando. Minha garganta indo pro inferno, mas
eu estava feliz, meu primeiro show, cantando Matanza, sendo aplaudido, banda
sendo bem recebida. E mais uma vez fui recebido com gritos e sinais de metal.
-Obrigado ao Rockstreet Bar por essa oportunidade. Espero voltar mais
vezes, assim como meus amigos. Na guitarra Math, no baixo Suzuki, da bateria
Hudson, e eu no vocal, Izzy Black!
Math foi até o microfone e falou:
-Vamos tocar mais uma aqui pra terminar. Exclusivamente com o meu
back vocal, musical difícil pra caralho! Mas vamos arriscar aqui Izzy!
13º - B.Y.O.B – Pensamos muito em qual música finalizaria o nosso show.
Mas nada poderia enlouquecer alguém quanto uma música do system of a
down, banda preferida do Math. Um música que exigiu muita técnica de
Hudson que ficou como louco na bateria, e Suzuki esculachando no baixo.
Math solando e cantando ao mesmo tempo. Meus gritos estavam muito
engraçados. Praticamente todos estavam pulando, e apareceram uns loucos
bêbados estavam invadindo nosso espaço, um deles até roubou o microfone
do Math e começou a cantar comigo.
Assim que acabou a música desci e fui à galera com o microfone na mão.
-Valeu seus putos! Nunca vou esquecer esse dia!
Saímos dali com um pequeno cachê de 300 reais e uma satisfação
imensa de ter feito o primeiro show da nossa carreira. Dali em diante eu sabia
que ia ser direto.
Na semana seguinte, surgiu mais um show para nós fazermos. Eu
dessa vez estava mais empolgado que Math.
-Caralho... Dessa vez eu vou botar pra fuder!
-Mas que boca imunda cara! – Suzuki chamou minha atenção.
-Foi mal. Mas nós vamos fazer o show de abertura para um campeonato
de futebol!
-Ah Izzy, esqueci de te dizer. Vamos tocar só cinco músicas. Nem
considere um show. É uma apresentação simples, não é público de rock, então
vamos pegar leve. Vai ser bom pra nossa divulgação, e vamos receber 200
reais pra tocar lá. – Intrometeu Math.
-Tranquilo. Vai ser essa semana né?
-Sim, depois de amanhã. Pelo menos dessa vez não vai ser muito longe.
– Suzuki respondeu.
Mais dois dias de treino. Preferimos deixar o mesmo setlist e dele
nós selecionamos as cinco músicas que seriam tocadas.
O dia da apresentação chegou. Era um clube bem famoso no Rio
de Janeiro. Na entrada seguranças nos revistaram, entramos tranquilamente.
Menos Hudson, ele estava com uma garrafa de Whisky que não patrocinava o
clube.
-O senhor não poderá entrar com esta garrafa.
-E quem vai me impedir? Seu merda!
-Se você continuar insultando terei que retirar você daqui!
-Me tira então. Só que não vai ser você sozinho!
-Ô Hudson! Deixa disso! Vai prejudicar a gente caramba! – Gritou Suzuki.
Hudson jogou a garrafa no chão, quebrando e deixando cacos de vidro no
caminho.
-Quando eu terminar o show eu volto e acabar com você, seu lixo!
Eu nunca tinha visto o Hudson se comportando daquele jeito, mas
dava pra ver que ele estava totalmente embriagado.
Após uma chata cerimônia de abertura subimos ao palco, olhei aquele
pessoal que estava por lá. Havia umas 800 pessoas.
-Agradeço ao Clube... Por nos trazer aqui, é uma honra tocar pra vocês.
Então tocamos as seguintes músicas:
1º - Vamos Fugir
2º - Proibida pra mim
3º - A sua maneira
4º - Será
5º - Sweet Child O’mine – incluímos de última hora. A maioria conhecia e
daria uma boa impressão.
Foi um show pouco empolgante, foi mais pra divulgar a banda. E
assim que acabou Hudson saiu da bateria e voltou nos seguranças. Decidi
segui-lo.
-Eu falei que ia voltar seu babaca!
-É aquele cara te novo! – Gritou um dos os seguranças.
-Seus lixos... Não é patrocinada é o caralho! – Gritou Hudson acertando
um soco no segurança. E logo veio outro e ele derrubou. Hudson começou a
quebrar algun vidros que tinham por ali.
-Vocês acharam que eu não ia voltar!
-Porra Hudson para! – Gritei. – Estava preocupado de sobrar pra mim.
Math e Suzuki não estavam ali.
Logo chegaram mais seguranças nem um pouco felizes com a
nossa presença.
-Tira esses caras daqui agora!
Eles nos pegaram pelos braços e nos levaram para fora dali. E ainda por
cima, para o nosso azar, tinha uma viatura da polícia militar parada do outro
lado da rua. Então eu e ele fomos parar na delegacia para esclarecer o
acontecimento. Mesmo que eu não tivesse culpa.
Não quero contar muitos detalhes desse dia. Mas eu posso dizer fiquei
muito puto com Hudson. Eu queria até que ele saísse da banda. Mas mudei de
idéia, ele fazia um bom trabalho e apesar de ser um bêbado brigão, era boa
pessoa.
Ficamos uma semana sem ensaiar depois daquilo, e esse tempo
Suzuki usou para começar a compor músicas para a banda. Então surgiu mais
um show pra gente. Seria um show em outro bairro, perto do nosso, em um
espaço de show bem conhecido na região, e nele seria tocado o set completo.
-E a Izzy, Está preparado pra repetir a dose do último show? –
perguntou Math com um sorriso no canto da boca.
-Pode ficar tranquilo, dessa vez não vou ficar tão nervoso, não
será meu primeiro show. E vai ser muito melhor do que último.
Eu sabia que o público seria menos exigente, em sua grande
maioria eram estudantes do ensino médio, pessoas que iam atrás de curtição.
Então o que eu deveria fazer era esperar para ver acontecer.
No dia, não saíamos tão cedo. O Show começou às dez e meia, e
foi até as 00:30. Foi fácil de levar e sem tanta exigência quanto no primeiro.
Porém, em nível de empolgação foi fraco. Não rolou roda punk, galera pulava
só algumas vezes. Enfim, o público foi razoável, mas atuamos no nosso melhor
possível. Quando eu estava saindo do palco junto com os outros, havia uma
garota me olhando e ela parecia que trabalhava por ali.
-Olha Izzy, como as mulheres brotam quando se tem uma banda! – Zoou
Hudson.
-Ih cara, não é nada disso!
Fui ajudar o Math e Hudson a guardar os equipamentos dentro do carro.
Que praticamente estava sendo alugado pra gente desde o primeiro o show. E
logo a garota veio falar comigo.
-Izzy não é?
-Sou eu mesmo. E você quem é?
-Meu nome é Mariana. Mas pode me chamar de Mari.
Mariana era realmente uma mulher atraente, cabelo castanho escuro,
olhos cor de mel, era moreninha e tinha um sorriso contagiante.
-E o que você deseja aqui, Mari?
-Ah... Ah, é que eu curti o som de vocês e eu estou a procura de
uma banda pra tocar.
-Desculpe, mas nossa banda já está completa.
Math ouvindo a conversa já foi me cortando.
-Tu é louco cara?! Você mesmo disse que a gente precisa de mais
um guitarrista!
Fiquei sem entender, mas logo deu pra perceber que ele estava
dando em cima dela. Que babacão. – Sorri.
-Ah como você sabe que eu toco guitarra? Eu nem falei.
-Sei lá. Geralmente garotas procuram aprender a tocar guitarra.
Aparece lá amanhã no nosso estúdio pra fazer um teste. – Falou Math e
entregou a ela um papel com o endereço anotado.
-Valeu. Agradeço a vocês pela oportunidade. E Izzy, parabéns
pelo show.
Apesar de Math ter tido atitude de chegar nela, ela não parava de
olhar pra mim. Obviamente eu também olhei, era uma garota atraente e tocava
guitarra, impossível não ter aquela espécie de atração. Já tinha visto que o
próximo ensaio seria bem interessante.
No dia seguinte, cheguei ao estúdio e lá estava Mariana com seu
instrumento já tocando. Tenho raiva de mim até hoje por não ter visto aquilo.
-E aí Izzy! Você chegou tarde cara, perdeu a Mariana tocando. Ela é uma
ótima solista.
Eu esperava a entrada de uma guitarrista de base na banda, mas
Math fez questão de colocar Mariana junto com ele nos solos e fariam um
revezamento em algumas músicas. Seria algo interessante e eu queria muito
começar os ensaios junto com Mariana.
Logo Suzuki chegou e iniciamos nosso ensaio, não foi diferente
dos anteriores, mas as guitarras sincronizadas davam um ar de som mais
perfeito e mais forte, mais bonito. Também comecei a sentir que eu precisava
começar a cuidar da minha voz, precisava de um mentor. Eu ainda queria
conhecer meu Ídolo Jack Brown Stone. Talvez ele pudesse me ensinar muitas
formas de cantar.
Naquele ano, ainda fizemos mais seis shows pequenos.
Compramos uma van para carregar a banda e os equipamentos, este era
dirigido por Hudson – Por incrível que pareça. Suzuki estava compondo
músicas próprias da nossa banda, Math começou a me ensinar violão para dar
uma ajuda nas apresentações e nosso desempenho nos ensaios estava
ficando cada vez melhor. O ano de 2009 estava chegando e estávamos
prontos pra fazer mais shows e sermos conhecidos no Brasil inteiro.
Capítulo 3 - Convite ao Festival Lendas do Rock!
1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia
Pitty Detonautas Matanza Capital Inicial Charlie Brown Jr.
Pérola Mouse Blood Konba My Friday Criativa
Hell Hunters City of Syn Glass Skull Day Mais Valia
Tubarões do céu Macacos Azuis Dredloco Eros Anarky Soul
Zeus Tarântula Tiranus Menina Fria Cavalo de Tróia
Ano de 2009
O ano seguinte começou calmo, estávamos parados com shows, apenas
ensaiando músicas que Suzuki estava compondo com Math, fazendo testes
com a minha voz, e vendo os melhores acordes para as músicas.
Pra melhorar minha presença de palco, nos tempos livres, eu assistia
vídeos de festivais como: Lollapalooza, Rock am Ring, Rock in rio, etc. Isso me
fazia buscar inspirações, conhecer novas bandas, geralmente eu fazia isso
junto com Math e Suzuki que sempre me davam umas dicas de apresentação.
No mês de janeiro continuamos fazendo shows em alguns eventos pelo
Estado do Rio mesmo, conheci tantos lugares que eu nem tinha idéia de que
existia. Teve um na baixada fluminense (Não Lembro se havia sido em Caxias)
que foi muito louco, devia haver trezentas pessoas lá, o lugar era grande, havia
um palco grande e bem decorado, o lugar tinha diversas luzes piscando como
nome do evento (Metalgrafia), telões no nosso fundo, havia bares no fundo e
naquela noite iria tocar mais outras duas bandas. A partir dali começaríamos
uma nova seqüência de shows com o setlist renovado. Ele contava com dez
músicas, sendo que cinco delas eram autorais. (Não revelarei as músicas
autorais agora) Mas posso dizer que tocamos: “Symphony of destruction”, “It’s
so Easy”, “Scar tissue”, que eram do primeiro set, e renovamos com “Mulher de
fases” dos Raimundos e finalizamos com “Suite- Pee” do System of a Down.
Parecia que havia virado nossa marca finalizar com uma musica do system of a
down. Este foi um show também memorável, pois Mariana atuou em seu
melhor nível, era um evento lotado e com pessoas de diversos lugares além de
um palco bem espaçoso que deu pra explorar bem, público cantou todas as
músicas com a gente; bem animado.
Após este, fizemos outro evento na zona sul da cidade. Era uma típica
balada que também tocava rock, havia também três DJs tocando variados
estilos, mas nada se compara á uma banda ao vivo, e então fomos convidados
por e-mail para abrir o evento. Haviam nos visto tocar no evento anterior e se
interessaram.
Repetindo setlist, incluindo no set, no intervalo entre uma musica nossa
autoral e “Scar Tissue”, Math foi até o microfone e assumiu o vocal
improvisando um trecho:
“Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream would never do
I'd still miss you, baby
And I don't wanna miss a thing”
Todos aplaudiram este belo momento em que Math cantou “I don’t wanna
Miss a Thing” do Aerosmith. Esse momento fez com que esse show fosse
marcante.
Seguindo com os shows, fizemos outro no interior do Rio com o primeiro
seguindo set, foi um show pequeno, com um público bem “mais ou menos”.
E o último do mês, foi em um clube bem interessante na zona oeste do
Rio. Foi um lugar simples, porém interessante, era um local com um tema de
cassino, um pequeno palco, headbangers e roqueiros em geral estavam por lá
curtindo uma boa música antes de chegarmos para fazer nossa parte ao vivo.
Três shows não era nada para nossa carreira, uma banda iniciante, sem
muitas chances de mostrar o nosso verdadeiro valor. Mas logo no mês
seguinte fomos surpreendidos com uma correspondência.
Hudson vinha em nossa direção com um papel na mão, uma cara de
felicidade na qual era difícil vê-lo. Porque aquele idiota vivia de cara amarrada,
e com aquele maldito fedor de cachaça que não saía dele. Só sorria quando
vinha com umas piadas estúpidas que dava vontade de mandar ele se fuder.
-Seus putos! Olha isso aqui, chegou uma parada aqui no estúdio pra
gente. No remetente está: Produtora Luckman. – Mostrou Hudson.
-Que porra! Se interessaram pra gente gravar um CD, somos incríveis! –
Novamente Math sendo afobado.
-Cara, você nem leu isso! Abre primeiro pra não se decepcionar! – Alertei.
Mariana tomou o papel das mãos de Math com atitude, se afastou e abriu
a carta. Seus olhos se arregalaram ao ler a mensagem que ela trazia. Logo leu
em voz alta.
Mariana completamente feliz largou o papel e jogou em cima da mesa.
-Prezada banda Glass,
Sou o empresário e produtor Carlos Luckman, estive presente em
um evento que vocês tocaram no mês passado, o "metalgrafia", no
qual vocês se desempenharam muito bem e eu achei a harmonia da
banda de vocês muito interessante.
Então, por conta disso, gostaria de convidá-los para o festival
"Lendas do Rock" que ocorrerá em São Paulo, na Capital.
Espero encontrá-los em breve para explicar o festival e confirmar
a participação de vocês.
*No Rodapé, Carlos deixou o endereço e o telefone da produtora.
-Então garotos! É pegar ou largar, uma oportunidade dessas não se tem
todos os dias, ou vocês levantam esse traseiro daqui e vamos atrás de shows
pra fazer, ou eu estou fora!
Mariana mostrando atitude me fez novamente admirá-la. Ela ficava
sempre calada, apesar de participar na parte musical, não tomava decisões.
Mas naquele dia, mostrou que não estava de brincadeira.
-Bem, acho que nós teremos que ir até o Carlos, já que o interesse é
nosso. Veremos qual é desse festival. Deve ser um festival como esse que
estivemos tocando. – falou novamente Math desmerecendo. Ele era um cara
muito negativo, isso contrariava sua característica de homem determinado.
Preparamos algumas coisas como documentos, alguns pertences da
banda, exceto instrumentos, e fomos até a produtora para conhecer o Sr.
Carlos Luckman. Durante todo o caminho, Math estava sendo negativo, Suzuki
e Mariana se entreolhavam e não estavam gostando nada daquilo. Falava
frases e mais frases de desmotivação, até que Mari o pego pelo pescoço e o -
jogou contra a parede.
-Olha aqui seu moleque, já estou cheia de você falando coisas desse tipo.
Se você me colocou em uma banda de fracassados pode esquecer sua
carreira; Se for pra achar que tudo que vai fazer não vai dar certo, joga essa
porra dessa guitarra que você toca no lixo, e vai trabalhar com algo!
Olhou para todos nós soltando- o e seguiu o caminho para frente, com
raiva, olhou para todos nós. Vi que em seus olhos escorria uma lágrima, não
sabia se era de arrependimento, de raiva, ou fragilidade. Mas tinha certeza que
algo na banda mexia com suas lembranças ou emoções.
-E vocês... Não serão fracassados não é? Vão Seguir isto até o fim, certo?
Todos confirmaram positivamente com a cabeça, inclusive Math que
estava se sentindo mal, e no fundo concordando com Mariana.
-Então o que estão esperando? Vamos até o produtor e ver o que nos
espera.
Seguimos calados por muitos minutos, até chegar o prédio da produtora.
Era um lugar grande, cheio de salas. Mas a única que nos interessava era a do
produtor e diretor Luckman.
Chegando lá, um homem cabeludo, com um estilo de conquistador, bem
sério, com barbas á fazer, e com um ar meio que “Caça talentos”.
-Bem vindos banda Glass. Espero que saibam por que estão aqui.
Entreolhamos-nos e Suzuki respondeu.
-Na verdade não, você disse sobre o festival. Mas entendemos pouco.
Carlos coçou a cabeça, tirou os óculos que estava usando mandou a
gente sentar em um grande sofá que havia em sua sala. E começou a falar.
-Estive presente no evento Metalogia na em Caxias á procura de uma
banda autoral e que esteja começando. Gostei das músicas feitas por vocês e
também souberam desempenhar o os covers em uma ótima forma.
-E por que escolher nossa banda pra um grande festival? – Math sendo
negativo, não havia bastado o que ele havia escutado de Mariana.
-Bem, o Festival “Lendas do Rock” está acontecendo pela em uma versão
brasileira, já tiveram edições anteriores na Alemanha, Irlanda, Inglaterra, e ano
passado houve um mega evento deles na Austrália.
-Que foda! – Se expressou Hudson.
-Enfim, o festival conta com cinco dias e cinco shows. Sendo que o show
principal de cada dia é uma banda nacional famosa que ainda não foram
confirmadas. Já as outras quatro bandas de abertura, são nacionais e
amadoras com o objetivo de se destacarem e serem conhecidas
nacionalmente. O “Lendas do Rock” será transmitido pela TV, em canais por
assinatura de grande audiência... o “RockTV” e o “InterShow”. (***Nota do
Autor: Canais Fictícios)
-Caramba... Que sorte a nossa. Esperamos não decepcionar você com
nossa apresentação! – Respondeu Hudson ficando sério naquela conversa.
-Exatamente, vou cobrar muito de vocês, o festival procurou algumas
produtoras do país para indicar bandas. Encontrei vocês, e a banda “Mouse
Blood” já até fechei o contrato com eles. Agora é a vez de da banda “Glass”.
Carlos sorrindo entregou um contrato para Hudson assinar já que era o
mais velho da banda, ele ficaria responsável por esta parte de negócios com a
banda.
Ao assinar o contrato com o produtor, Carlos pegou um envelope em sua
mesa, e entregou para mim dizendo.
-Bem, estou muito feliz por isso. Digitei isso ontem explicando mais
detalhadamente, como terão que se preparar para o evento, e também sobre a
hospedagem que logo irei reservar para vocês. Até logo jovens.
Olhei o envelope e abri para ver sobre o que tinha dentro, e logo o que me
chamou atenção, foram as regras para o setlist:
Terminei de ler, e achei justo o modo que aquelas regras estavam
organizadas, poderíamos deixar o nosso set do jeito que a gente queria, e
ainda ia haver alguns modos diferentes de se apresentar. Em minha opinião, a
banda ia ter que amadurecer bastante para preparar este novo set pro festival.
E é claro que teríamos que fazer outros shows até lá, mas não poderíamos
revelar algumas coisas que iriam ser diferentes no dia do evento. Então
continuamos repetindo o antigo set nos seguintes shows.
Regras para o setlist
-Total de 10 músicas para a
apresentação. Podendo organizar na ordem
que quiser, porem deve conter:
-Incluir 6 músicas autorais.
-Incluir 3 covers.
-Incluir uma música acústica.
*** As bandas não podem estourar o
tempo de show: 1:20 no máximo.
Nesse tempo, iniciamos uma rotina intensiva de ensaios, mais de cinco
horas por dia praticando. E até mesmo nossas próprias músicas que
começamos a mudar algumas coisas no decorrer do tempo, o modo em que
elas eram tocadas, alguns trechos; podíamos fazer isto, pois elas ainda não
estavam gravadas em um cd, porque ainda não tínhamos; estavam ficando
muito interessantes.
Mariana, diferentemente de antes, preferiu ficar na parte da guitarra base
e foi muito fundamental na idealização das músicas, vi que era muito inteligente
e criativa. Começou a me ajudar muito nos ensaios. E no final de cada ensaio e
apresentação, ficávamos conversando sobre diversas coisas de nossas vidas,
descobri muita coisa sobre ela, inclusive o porquê do nervosismo com Math no
dia de falar com o produtor.
Ela perdeu diversas oportunidades de carreira na vida, seus estudos iam
mal, sua família estava em uma extrema crise financeira, inclusive com seus
país separados. Seus avós haviam falecido há pouco tempo e isso desmotivou
ela em diversas coisas, assim ela largou os estudos e começou á trabalhar em
uma padaria ganhando muito pouco. Quando nos conheceu, largou o emprego
e apostou todas as suas esperanças em nossa banda, que apesar de não
ganhar muito dinheiro conseguíamos nos divertir e nos sentir felizes. Assim
como eu e Math também havíamos parado de estudar. Foi uma merda pra
convencer minha família. Estávamos vivendo com a venda de camisas de
bandas em nosso “estúdio”. Suzuki estava comprando-as de são Paulo para
revender. Tava dando um ótimo lucro, já que havíamos conseguido um atacado
delas bem barato. Além disso o cachê de nossos shows haviam aumentado um
pouco e o número de apresentações também. Descobrimos vários “Points”
para tocar, até mesmo praças públicas estavam ótimas para se treinar a
apresentação; Nas praças recebíamos uma “merreca” dos comerciantes das
redondezas, porque os shows aumentavam seus lucros. - Bendito capitalismo.
Nesse período de tempo, fizemos mais de trinta shows, até a chegada do
grande dia da viagem para o festival, eu estava muito nervoso, nossa bagagem
pronta. Eu e o pessoal compramos algumas roupas diferentes para a
apresentação, queríamos inovar e mostrar muito profissionalismo, afinal
seríamos televisionados, talvez internacionalmente.
No avião, lugar que não ficamos tanto tempo. Fizemos uma reunião e
ganhamos o “LINE UP” do evento que estava extremamente foda. Caímos em
um dia de uma banda que eu não conhecia na época...
-Não conheço essa banda direito. – Falei.
-Que droga hem Izzy! Matanza é foda! – Zoou Hudson.
-Cara vai ter Detonautas! – Exclamou Mariana sorrindo.
-Esse dia do Detonautas vai ser ótimo, mas olha esse do Capital inicial.
As bandas desse dia se deram bem, terá muitos adeptos nele. – Acrescentou
Suzuki.
-Vocês estão pensando demais nas outras bandas e esquecendo que
temos que se lembrar da nossa GLASS. – Concluí.
Assim que chegamos ao hotel, que ficava do lado do espaço do festival
tivemos que mostrar o nosso contrato como se fosse uma credencial e assim
pudemos entrar.
O espaço do evento era um lugar grande, com camarotes á esquerda, um
grande palco e torres com câmeras televisivas já posicionadas. Isso já podia
ser visto da entrada do hotel. Assim que entramos na recepção, haviam alguns
fotógrafos que não paravam de nos perseguir, inclusive as outras bandas que
estavam chegando. E é claro, fiz pose pra foto para aproveitar.
Na porta, Carlos Luckman estava nos aguardando na recepção.
-Vou levá-los até o quarto, deixem que os mordomos levem seus
pertences...
E no caminho continuou falando.
-Bem, sei que vocês vão precisar de equipamentos melhores, precisam
melhorar o visual da apresentação; então vou dar-lhes uma ajuda financeira.
Provavelmente vocês não pensaram muito nisso.
-Verdade. Acho que uns backgrounds cairiam bem. – Mencionou Suzuki –
Tenho noções sobre isso, se quiser posso ajudar nessa parte de fazê-los para
passar no telão durante nosso show.
-Ótimo, vou chamar minha equipe de programadores amanhã para nos
ajudar.
Chegando no quarto, fiquei admirado com o lugar. E logo na porta já
estava escrito Glass. Dentro, super espaçoso. Um imenso sofá acolchoado
para reuniões, uma sacada com vista direta para o palco, dois banheiros e uma
linda banheira em um deles, diversas decorações de bandas, inclusive um
grande pôster lindo do Guns n’ Roses que eu fiz questão de roubar. (Como fui
filho da puta nesse dia) Mas além da vista pro palco, tínhamos uma grande TV
no quarto se quiséssemos acompanhar por ela. Claro que não, utilizamos para
assistir filmes enquanto nada havia começado, então só tínhamos que relaxar e
aproveitar aquele lugar luxuoso que o “Lendas do Rock” nos proporcionou.
Capítulo 4 - Inicia o festival lendas do Rock... Bandas irreverentes!
Ainda em 2009 - Inicio do Festival
Após vários dias se preparando, e dois dias descansando no hotel,
finalmente havia chegado o primeiro dia do festival. A área do festival estava
cheia de repórteres das emissoras, inclusive das emissoras da TV aberta,
Globo, Record, SBT, todos presentes fazendo reportagens. E As emissoras
que iam transmitir, tinham uma torre com os seus apresentadores dentro, e no
fundo o palco. Estava começando á chegar gente por lá ás 10:00 horas, o local
era cheio de lanchonetes de fast food, lojas de roupas, bebidas, locais
interessantes para tirar fotos, entre outras coisas que eu ainda não sabia o que
era.
Ás 15h00min, a TV começou á transmitir a abertura do festival, algo que
era exclusivo na televisão, pois passava mostrando as outras edições nos
outros países. Descobri que na Irlanda houve um show memorável do Green
Day no ultimo dia de festival. Uma vinheta bem emocionante anunciava,
enquanto o palco dava os primeiros sinais de “vida”.
Era um evento para bandas do cenário underground no rock nacional, e
que as bandas principais ajudavam muito a chamar público para o festival.
Uma bela jogada de marketing, já que eles não precisavam pagar as iniciantes,
apenas as famosas. Esse tipo de evento sempre dava certo, tanto os
empresários quanto as bandas saiam no lucro, literalmente. São Paulo foi uma
ótima escolha de lugar para o “Lendas do Rock”, pois é um lugar que concentra
um publico fiel de rock e metal. Não que o Rio de Janeiro fosse ruim, pois deve
se lembrar de que o Iron Maiden e o Red hot chili Peppers atingiram o seu
maior publico em um festival carioca.
Estávamos muito bem acomodados para assistir os shows daquela tarde
e daquela noite. Esperávamos novidades e aprender a cada show antes do
nosso, conhecer bandas novas, e sentir aquela energia de um publico de 50 mil
pessoas.
Fiquei também impressionado com o numero de patrocinadores que
havia naquele lugar, e não era coisa merda não, eram empresas
multinacionais, e emissoras de TV e rádio estrangeiras. Puts, eu estava
realmente nervoso, eu não sabia como ia me comportar na frente de tanta
gente, só me restava observar o show dos outros novatos e ver no que dava.
Peguei uma bela de uma Budweiser que era patrocinadora do evento, e
fui para a sacada acompanhar os shows que iam começar em breve.
1º Dia de shows
Aquele primeiro dia foi começou bem fraco com a banda Zeus, tocando
covers bem desconhecidos e suas musicas autorais nada prometedoras.
Seguiu com a banda Tubarões do céu, que foi até legal, que tocou Led
Zeppelin, Cazuza e suas musicas próprias eram boas. A banda Hellhunters foi
a mais empolgante pelo seu Trash Metal de natureza, porém na hora de tocar o
cover foi mal, nada que atrapalhasse seu desempenho, fez um cover legal do
Slayer com alguns erros, mas valeu a pena.
Seguiu com a banda Pérola, que já começou fazendo dois covers
seguidos do Nightwish e fez um show completamente autoral de músicas
góticas, inclusive seu acústico que foi de emocionar, banda prometedora. O
melhor de tudo que três musicas foram em português, algo raro no cenário
gótico.
Por fim, encerrando aquela noite do festival a irreverente cantora Pitty foi
com tudo para o palco, muito linda, foi uma pena eu não ter conhecido
conhecê-la aquele dia. Começou com a musica “equalize” e a gritaria tomou
conta do festival, seguiu com outras canções que eu não conhecia muito bem
na época. Pelo menos não faltaram os sucessos: “Admirável Chip novo”, “na
sua estante”, e um ótimo encerramento com “máscara”. Estava lotado de fãs
dela por lá, já era de se esperar isso no show principal de uma cantora famosa.
Só naquele dia deu pra sentir a vibe do evento, que após os shows do palco
ainda rolava Dj’s tocando rock em um outro espaço, e algumas exposições
sobre musica em geral. Até desci para dar uma olhada com a galera, não
demorei muito, logo voltei pra dormir. O dia seguinte parecia ser interessante.
E assim chegava o segundo dia do festival, acordei com uma barulhada
infernal que Math fazia treinando um solo nos equipamentos do hotel.
-Caralho Izzy, vai ficar foda!
-Ah cara, vai dormir! –Me incomodei.
-Sério isso cara? Tenho que treinar, não quero passa vergonha nesse
público imenso. E vou mostrar pra minha antiga banda o que eles perderam!
Liguei a TV e fiquei surpreso com quem estava como convidado no
estúdio da transmissão do festival. Jack Brown Stone, meu grande ídolo. Parei
pra assistir falando, disse que naquele dia tinha muitas expectativas na banda
Mouse Blood, e que ele já conhecia de antes. Disse também estar na
expectativa dos shows da Dredloco e Skull Day nos dias seguintes, porém
eram bandas conceituadas no sul do Brasil. E já as bandas principais, todos
podiam esperar atuações em nível máximo.
Fiquei em êxtase quando vi que ele estava presente, precisava encontrar
com ele naquele festival o breve possível, era meu sonho conhecer Jack, e eu
ia fazê-lo.
Mari estava bem pensativa na sacada, olhando para o palco, e não tinha
falando com ninguém. Resolvi conversar com ela um pouco. Pouco foi modo de
dizer, pois ficamos conversando por um bom tempo, e foi o suficiente para
perceber o quanto ela era interessante, compreensiva, gostava de coisas
divertidas, e era muito inteligente.
2º dia de shows
Paramos de conversar quando a banda tarântula subiu ao palco naquele
fim de tarde. Foi a primeira banda iniciante que vi um tecladista que por sinal
também era o pianista. A sonoridade da banda estava ótima, músicas boas de
ouvir, letras inteligentes, e uma ótima vocaista. Mas o destaque mesmo foi o
cover de “Bring me to life” de evanescence
Em seguida, Macacos azuis foi uma banda muito horrível, nem gosto de
lembrar, erraram muito, tocaram musica ruim, o som estava baixo, tiveram que
parar o show algumas vezes, passaram vergonha. E eu me perguntava o
tempo todo, quem teve coragem de levá-los para aquele festival?
City of Syn entrou com tudo no palco, puro heavy metal autoral. Dos três
covers, abriu com “Master of Puppets” do Metallica, No meio tocou “Nova Era”
do Angra, e finalizou com “Train of consequences” do Megadeth. Um show
incrível compensando a merda que foi os Macacos azuis.
A banda seguinte era a que Jack Brown havia dito que era uma das
promessas. Chegaram colocando belas alegorias no palco, coisas bem legais
pra dar um visual no show.
-Conheço essa banda, vou ir lá pra baixo pra ver de perto. – Falou
Hudson.
Nós das bandas, podíamos ir assistir o festival de onde quiséssemos,
então aproveitei pra descer com Hudson, e chamei Mari para me acompanhar.
Mouse Blood entrou tocando “Thunderstruck” do AC/DC, puta que pariu!
Aquilo foi sensacional, nem sempre uma banda ousa tocar uma música do
AC/Dc, e quem e errar uma musica deles em um grande publico sempre foi um
pecado. A banda tocou belas musicas autorais, surgiam vários mosh pits
gigantes em nas suas músicas autorais, era uma banda bem conhecida na
internet. No meio do Show tocou mais dois covers. Fairy Tale do Shaman, que
foi emocionante naquele show, uma apresentação de gala pra ninguém botar
defeito até mesmo na metade do show e logo continuou com “Unforgiven II” do
Metallica que fiquei sem palavras. Finalizou com um hit autoral também que
lembro até hoje um trecho:
“Don’t pray for this people,
God have watch with eye’s eagle
I will remember, I will remember…
That thing can’t be learn”
*** Essa musica possuía um ritmo contagiante, e umas batidas que eram
difíceis de esquecer.
Senti pena de mim mesmo quando vi que ia ser difícil superar uma banda
daquelas. Não estava sendo pessimista, pois isso só me motivava mais, á dar
o melhor de mim na noite seguinte.
Hudson não parecia nervoso. Apesar de não ser uma competição, eu
queria que a Glass fosse a melhor banda do festival, todas queriam.
Fomos até uma das lojas de bebidas que haviam por ali, peguei algumas
cervejas pro pessoal, que logo o show do Detonautas iria começar.
Logo Suzuki e Math também desceram e nos encontrou perto da loja de
bebidas, e não estávamos muito longe do palco. Nesse momento os caras da
banda entraram no palco e a multidão em que estávamos começou a gritar.
-Fala Galera do Festival Lendas do Rock! – Gritou Tico Santa Cruz ao
entrar no palco.
Começou com a música “Retorno de Saturno”, um belo som para animar a
noite. Logo veio mais um de leve “Sonhos verdes” e o grande sucesso: “O dia
que não terminou”
Meus olhos grandes de medo revelam a solução ♪♫
Meu coração tem segredos que movem a solidão! ♪♫
Seguiu com outras lentas: “O amanhã”, “Olhos certos”...
Durante a música “olhos certos”, Mariana me abraçou e se aconchegou
em meus braços. Senti algo diferente naquele momento, estava me sentindo
bem com ela me abraçando. De repente ela parou, olhou em meus olhos e
falou.
-Você tem sido meu conforto ultimamente, você tem me dado o que eu
preciso. Alguém para confiar e me fazer feliz.
Continuava encarando aquele olhar sincero, e um sorriso resplandecente
que não pude resistir. O primeiro beijo entre eu e Mariana aconteceu ao som
de Detonautas em um festival que estava mudando nossas vidas. Uma garota
que desde o momento que vi pela primeira vez em nosso show não pude
deixar de admirá-la.
-Esta noite não precisamos dizer mais nada, quero apenas estar junto
com você e aproveitar o máximo que puder contigo, porque eu fui feito para
você... E você querida, foi feita para mim!
Assim que acabou a musica ela me abraçou novamente e não falou mais
nada.
O show seguiu com tico fazendo um discurso político e crítico, como é de
costume dele. (Não lembro como foi. Mas nem faz mais diferença hoje em dia)
Em seguida tocou “metamorfose ambulante” do Raul seixas. E o Sucesso
“Quando o sol se for”. Música que formou logo um Mosh Pit (ou roda punk
como é conhecida popularmente. ”Risos”), e todos cantando junto.
O show continuou com “Inferno são os outros”, “Só por hoje”, “Tênis
Roque”, “Você me faz também” trouxe outro momento romântico ao publico, o
guitarrista deu uma zoada tocando a introdução de “Chop Suey” do System of a
Down e parou fazendo uma ligação com a música “Outro Lugar” para finalizar
aquele ótimo show que eu avalio como Perfeito.
Esperei um pouco e vi que os caras do Detonautas estavam indo pro hotel
das bandas, que era onde nós estávamos. Vi que o Backstage tinha saída pra
lá. (Ótimo, eu ia aproveitar para começar a conhecer os artistas quando
saíssem por ali)
Corri até lá e encontrei o Tico indo até o portão do hotel. Que é por onde
todas as bandas passavam para entrar no hotel e no festival.
-Hey Tico. Tira uma foto comigo ai! – Gritei como um fã desesperado.
-Fala ai cara, Tiro sim. Como você chegou até aqui?
-Sou da banda Glass, que irá tocar amanhã. Curti pra demais o seu show.
Mandou muito bem!
-Obrigado. Irei assistir ao seu também, estou acompanhando o festival.
-Obrigado, será uma honra ter você assistindo meu show. Nem se
compara ao seu.
Math estava com uma câmera em seu bolso e tirou uma foto minha com
ele, Mariana e ele também quiseram uma foto e eu tive que tirar também.
-Valeu caras, tenho que ir. Vou fazer outro show essa madrugada e tenho
que ir. Boa sorte em seus shows amanhã!
Enfim, voltamos ao nosso quartos, muito felizes. Antes de dormir, eu e
Mariana ainda ficamos um pouco juntos conversando sobre algumas coisas e
ficando mais. (Risos do Autor***)
E finalmente, na manhã seguinte eu estava extremamente cansado. Não
havia dormido direito e com uma bela de uma ressaca. E aquele era o dia do
nosso show.
Carlos chegou ao nosso quarto e todos estavam acordados, menos eu,
que estava ainda dormindo em pé.
-Que cara é essa Izzy, isso não é hora de estar dormindo!
Math me olhou com uma cara também de preocupado, e com o olhar de
concordar com Carlos.
-E vocês? Já devia estar com os instrumentos preparados, roupas, a porra
toda!
-Pode deixar Carlos, vamos preparar as coisas. Estava aqui conversando
com eles sobre algumas coisas no set, se estão bem afinados e tal. Porque se
houver algum problema, temos músicas na reserva.
Carlos olhou de novo para mim, eu estava realmente com uma olheira
horrível. E eu tava bem lerdão.
-Izzy, você usou drogas? Você tomou alguma coisa logo hoje no dia de
um show importante? – Falou alto com um tom nervoso e preocupado.
-Não, apenas dormi mal e estou com uma ressaca ferrada.
Carlos zangou-se, olhou para a cara de todos e principalmente para mim.
-Que falta de responsabilidade! Se vira! Toma um café, bebe água Tônica,
vai ensaiar. Essa apresentação de hoje é tão importante pra mim quanto pra
vocês!
E logo saiu do quarto nos deixando resolver as coisas por nós mesmos.
-O que você arrumou Izzy? – Perguntou Math.
-Isso mesmo que eu acabei de falar pro Carlos, fui sincero!
Math se calou, estava lendo a partitura das músicas.
Enquanto isso eu tomava um café para ver se diminuía aquele maldito
sono que estava tomando conta de mim. E logo eu precisava exercitar um
pouco da minha voz e a presença de palco.
Suzuki veio até mim e avisou.
-Izzy, as animações para o telão estão muito maneiras, um belo visual
para essa noite.
-Que ótimo. – Senti-me satisfeito. – Mas cara, estou muito nervoso e
preocupado com o show hoje. Não estou na minha melhor forma física pra
hoje. Que droga, estou pessimista igual ao Math!
-Apenas relaxe e se prepare. Sabe que o set que temos pra hoje é de
fazer qualquer um calar a boca. Vamos impressionar qualquer um essa noite.
Uma equipe do Staff do festival chegou ao quarto alegando que deveria
levar os instrumentos, amplificadores e as coisas que utilizaríamos no show
para o backstage. Math autorizou e ficamos por lá discutindo algumas coisas
sobre o show. E fomos para a sacada assistir os shows que logo iriam
começar.
3º dia de shows
A primeira banda, Tiranus, tinha um estilo bem revoltado e anarquista. Já
começando o show com um discurso anticapitalista. E tocou musicas próprias
cheias de protestos contra a mídia. Algo que desagradou pra caralho os canais
que estavam transmitindo, que logo “caíram de pau” em cima deles. Os
patrocinadores então, nem se fala. Mas tirando isso, os caras arrebentaram no
som deles, interagiram muito com o publico e tirou todo mundo do chão ao
tocar “Killing in the name” do Rage Against the machine (Hino do Hardcore), e
“Fuck the system” do System of a Down. Essa banda abriu bem o dia, um ótimo
show. Memorável, para aquele publico e para o cenário undergroud; Já que a
mídia não se agradou com eles.
Teve um imenso intervalo de tempo ao acabar o show da banda tiranus, o
palco deles estava muito detalhista. Cobriram o palco para a arrumação do
show deles. Enquanto isso, saímos da sacada e fomos para o camarim do
Backstage, já que nosso show seria após a banda “Dredloco”. Um show que
assistiríamos bem de perto. Pois havia um caminho que levava a gente para
um espaço em frente ao palco, e tínhamos direito de ficar nele. (Que beleza)
Depois do tempo de espera, ia começar o show da Dredloco, que
realmente não poupou grana no visual e nos equipamentos. Roupas de grife e
com grande estilo, palco bem iluminado (Já havia anoitecido e isso fez com que
as luzes se destacassem bem). Consegui trocar uma idéia com o Baixista e
com o baterista deles na concentração, caras bem gente boa.
Começou o show, era uma banda de rock que usava dois Dj’s fazendo
mixagem no fundo. Lembrava um pouco o estilo do linkin park, só que sem um
rapper. E esta era uma banda de rock alternativo e New Metal.
Era de esperar uma atuação extrema de uma banda daquele naipe.
Mixagens com solos bem elaborados na guitarra, um vocalista com voz
tocante, lembrava um pouco a de Bruce Dickinson um pouco mais jovem. O
público não parava em momento algum. Tocou o cover de “Crowling” de Linkin
park. Já era esperado deles, combinava demais, tocaram Californication com
algumas remixagens bem interessantes e o outro cover foi uma musica do
Korn, na qual eu não conhecia. Finalizou o show deles com uma musica autoral
muito incrível, era uma combinação de guitarra com dubstep e fogos artifícios
em cima do palco. Quando a banda finalizou, o publico estava em êxtase total,
não parava de gritar pedindo mais. Uma pena que não permitiam continuação
do show, pois estouraria o tempo e o setlist.
Logo a preocupação tomava conta de mim e de todo resto da banda, o
publico estava em seu Maximo de exaltação, nós não podíamos quebrar
aquela seqüência, aquele clima que a dredloco deixou, e fazer um show merda.
Estragar o dia de todos. Era um público exigente, aguardavam o show do
Matanza, aguardavam pancadaria e porradeiro. E era isso que devíamos
mostrar, devíamos mostrar o melhor de nós para eles...
O Staff levava nossos equipamentos ás pressas para o palco, começava á
arrumar. O telão já estava preparado. Já tínhamos deixado todos os
instrumentos da forma que deveria. Reunimos-nos na concentração, e só o que
tive pra dizer foi:
-Agora Fudeu!!!! Vamos com tudo banda Glass!!!
Capítulo 5 - Nós somos a banda GLASS!
**Nota: Em relação às musicas autorais da banda, apenas compus
trechos. As músicas completas são irrelevantes para história.
Assim que os outros pegaram os instrumentos para entrar no palco, fui
abordado por um repórter do Rocktv.
-Estamos aqui ao vivo com o vocalista da banda Glass que está pronta
para entrar no palco! E ai, o que vocês prepararam para esta noite?
-Bem, procuramos algo para agradar o publico desta noite nos covers, e o
nosso som é algo que varia bastante, e eu prefiro deixar na surpresa.
-Sensacional! E o que espera do show do Matanza?
-Ah, é uma banda bem louca conheço algumas musicas e é um prazer
abrir o show para uma banda desse tipo e para um publico que me parece bem
agitado.
-Muito obrigado pela entrevista! Essa é a banda Glass que vai tocar ao
vivo para vocês. Rock Tv, a boa música para você!
Aquilo me deixou ainda mais motivado, estávamos preparados já na
escada do backstage.
O telão no fundo do palco se acendeu com a animação de uma cidade
cheia de prédios e de repente, o vidro de todas as janelas se quebrou fazendo
um estrondoso barulho. Nos estilhaços do vidro apareceu escrito: GLASS.
Com Hudson entrando em cena sentando na bateria, Math e Hudson e
Mariana saíram de lugares diferentes do fundo do palco dando a introdução da
música “Paranoid” em seus instrumentos.
Entrei cantando cheio da adrenalina aquele cover do Black Sabath que
levou o publico ao delírio. Eu estava vestindo um blazer preto com uma calça
também preta, minha roupa possuía uns detalhes vermelhos que lembrava um
pouco um vampiro. E para aquela introdução usava um óculos no estilo Ozzy
Osborne.
Finished with my woman
'Cause she couldn't help me with my mind
People think I'm insane
Because I am frowning all the time
All day long I think of things
But nothing seems to satisfy
Think I'll lose my mind
If I don't find something to pacify
Can you help me?
Occupy my brain?
Oh, yeah
I need someone to show me
The things in life that I can't find
I can't see the things that make true happiness
I must be blind
Make a joke, and I will sigh
And you will laugh, and I will cry
Happiness I cannot feel
And love to me is so unreal
And so as you hear these words
Telling you now of my state
I tell you to enjoy life
I wish I could
But it's too late
Ao finalizar, fomos ovacionados por aquele imenso publico, era o nosso
maior até então. Inclusive os telespectadores que estavam nos assistindo pela
transmissão dos canais.
-Boa noite lendas do Rock!!!!
(Gritos)
-É um grande sonho estar em um lugar como esse. E hoje pela primeira
vez vamos expor nossas musicas autorais. Então, Welcome galera!! Welcome
to my graveyard!
"Welcome to my Graveyard"
Disguise faith
hide fear
take the wine that is above the crypt
savor and enjoy the taste of death.
Break the crosses and lift the cup,
Welcome to my graveyard!
(Solo)
Let's celebrate
this fact
It is the place of equalities,
of eternity,
souls wander towards
immortality.
Open up your life,
come the conquest
Break the crosses and lift the cup.
Welcome to my graveyard!
Souls settle down with mystery,
Sit there and hear the sweet story...
Durante toda essa musica observei a atenção do publico á letra que não
era das melhores, porém o que conseguimos desenvolver bem nela foi o
instrumental. E eu tinha uma mania de falar sempre uma frase antes de uma
musica, exceto nos covers.
-Eu só quero que essa noite vocês aproveitem isso aqui, e lembrem
sempre do que foi melhor. The Best of Night!
Look around this fucking crowd
All with their bikes toward infinity
Taking your girls coming from cabarets
Born in hell going to enjoy...
The best of the night, the beating will roll
The best of the night, to drink away
The best of the night, until the end of gasoline
And if you do not hold, we have morphine.
We could have studied,
we could have worked
I had every opportunity in the world
But just wanted my life to explode!
the best of the night!
the best of the night!
We want!
We want!
The best of the night, the beating will roll
The best of the night, to drink away
The best of the night, until the end of gasoline
And if you do not hold, we have morphine.
Essa musica foi muito interessante, que mesmo sem o pessoal saber
cantar, eles tentaram. Mesmo sendo só o refrão. E foi bem divertida a interação
entre nós da banda.
-Essa musica aqui, é para os amores não correspondidos.
I wrote to you
but I still have not answers
even after all times
we were together, girl
en continue sending
Message to nothing ...
Message to nothing ...
Message to nothing ...
so long that I could have devoted
my own things
Moments that I could have enjoyed myself
I used to send message to nothingness.
Aquele tipo de música não funcionou tanto naquele publico, porém
também foi cantada junto conosco por ser fácil. Não demorei muito, Math
sentou na ponta do palco e introduziu a música By the Way, dos red hot chili
peppers. Foi delírio total daquele povo. Lembro daquela massa cantando junto
com a gente, eu admito que fiquei emocionado, porém não podia
desconcentrar.
Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there... waiting for
Dani the girl
Is singing songs to me
Beneath the marquee... overload
Steak Knife...Card Shark
Con Job...Boot Cut
Skin that flick
She's such a little DJ
Get there quick
By street but not the freeway
Turn that trick
To make a little leeway
Beat that nic
But not the way that we play
Dog Town...Blood Bath
Rib Cage...Soft Tail
Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there...waiting for
Black Jack...Dope Dick
Pawn Shop...Quick Pick
Kiss that Dyke
I know you want to hold one
Not on strike
But I'm about to bowl one
Bite that mic
I know you never stole one
Girls that like
A story so I told one
Song Bird Main Line
Cash Back Hard top
Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there... waiting for
Dani the girl
is singing songs to me
Beneath the marquee... of her soul
By the way I tried to say
I'd be there... waiting for
Ooh ah, guess you never meant it
Ooh, ahh
Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there... waiting for
Dani the girl
Is singing songs to me
Beneath the marquee... of her soul
By the way I tried to say
I know you
From before
Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there...waiting for
Mariana tomou a frente da banda junto á mim. As luzes se apagaram, a
animação de fundo mudou. Dessa vez eram folhas caindo de uma árvore seca
e ao fundo uma lua crescente com um céu estrelado, algo simples.
Com seu violão, ela deu introdução à canção que seria a próxima. E a
única em acústico no show.
Weapons to my friend
Watched his cold stare
Realizing his defeat,
Even though it was
a betrayal
It is time my friend
it's time to fight for their dignity
I leave here the weapons to my friend
Luck is in your hands
take care man,
we are friends
The vague enemy around,
Stole Your Woman
said to be reliable
but destroyed his life
go ahead ...
It is time my friend
it's time to fight for their dignity
I leave here the weapons to my friend
Luck is in your hands
take care man,
we are friends
-Nessa daqui eu quero ver rodas se formando! Sei que vocês estão loucos
pra isso! Girem isso ai!
The angel of darkness
(Pegadas de trash metal)
Tears were shed,
the forgotten land
In the land where men
are worthy
Their women and children
were arrested and humiliated
Gagged and enslaved,
are hostages of an angel.
Moonlit night in mourning
quench the thirst of the angel of darkness
KILLED, slaughtered, DESTROYED!
Angel of Darkness!!
Stole, dominated, enslaved!
Angel of Darkness!!
A música que foi mais bem recebida até então e a musica que Math
compôs com todo animo no mês anterior e tinha dado certo no show em que
testamos.
-Acho que está na hora uma musica em português pra vocês! Ela se
chama: Construção do medo!
Preparei meu povo para o que estava vindo,
A rua calma com os cães ali latindo.
Os soldados em posições,
Impedindo rebeliões
O ditador estava pronto pra assumir
Aquela nação fascista que estava prestes á nascer!
...o caos surgiu, o novo sistema foi plantado, essa é a construção do
medo...
As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou!
...Construção do medo!
A maior arma está preparada para o combate...
Suas decisões, as religiões...
Estão á postos pro ataque,
As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou!
As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou!
Chegou, chegou!!!!!
A maior arma está preparada para o combate...
Suas decisões, as religiões...
Estão á postos pro ataque...
...Construção do medo!
-YEAHH!!!!! Valeu galera!!!
Math iniciou um solo no estilo Buckethead, um solo próprio que havia
ensaiado em casa e estava muito foda. Aproveitei para apresentar a banda.
-Galera, com vocês a banda!!!! Math na guitarra!!!
Logo entrou uma junção com a continuação do solo com a guitarra de
Mariana.
-Na base Mariana!
E seguindo o ritmo com seus instrumentos...
-Na bateria, Hudson!!
E o calado Suzuki foi na ponta do palco e desceu do palco ficando perto
da grade apertando a mão do publico.
-E este é o cérebro da banda, SUZUKI!!!!!!
Math no outro microfone completou...
-E nos vocais, IZZY GLASS!!
-Somos a banda Glass!
...As luzes apagaram, e Suzuki voltou pro palco introduzindo uma nova
musica...
Como um jovem estive esperando,
Esperando por uma coisa que
Realmente me motivasse
Tudo não passava de coisas repetidas,
Fatos que estavam em meus sonhos...
Estou aqui, não vou desistir...
Desistir...
Yeah, Yeah Meus sonhos!
Estar no topo, ao seu lado baby.
Feche a porta e sonhe comigo,
Todas as mentiras que o mundo contou,
Está apenas á um passo de desaparecer
E se tornar as ilusões que sempre imaginei...
Sei que eu quero crescer,
Yeah, yeah meus sonhos!
Estar ao seu lado, ver o pôr do sol...
Yeah, yeah meus sonhos!
Feche a porta e sonhe comigo,
Todas as mentiras que o mundo contou,
Está apenas á um passo de desaparecer
E se tornar as ilusões que sempre imaginei...
As estrelas estão olhando por nós,
Então simplesmente feche os olhos...
(Solo)
Yeah, yeah meus sonhos!
Todas as mentiras que o mundo contou,
Está apenas á um passo de desaparecer
E se tornar as ilusões que sempre imaginei...
As estrelas estão olhando por nós,
Então simplesmente feche os olhos...
Aplausos e gritos tomaram conta do festival, aquela musicas quando
compus estava inspirado. Abracei Math, e comentei bem baixo com ele.
-Deu certo...
-Pode crer meu mano.
-Então... Obrigado por todo carinho, a saideira especialmente pra vocês.
Não pude esquecer-me de um cover desses caras que merecem todo o
respeito do mundo. System of a Down pra vocês!
Aquele momento foi foda demais, não posso me esquecer dos gritos
ensurdecedores daquele publico fantástico que havia sido o maior até então.
Contei com o Backvocal de Mariana...
So I felt like the biggest asshole
(Felt like the biggest asshole)
When I killed your rock 'n roll
(Mow down the sexy people)
Every time I look in your eyes
Everyday I'm watching you die
All the thoughts I see in you
About how I
So I felt like the biggest asshole
(Felt like the biggest asshole)
When I killed your rock 'n roll
(Mow down the sexy people)
Every time I look in your eyes
Everyday I'm watching you die
All the thoughts I see in you
About how I
Eat all the grass
Eat all the grass that you want
Accidents happen in the dark
Eat all the grass that you want
Accidents happen in the dark
Eat all the grass that you want
Accidents happen in the dark
Eat all the grass that you want
Accidents happen
Every time I look in your eyes
Everyday I'm watching you die
All the thoughts I see in you
About how I
So I felt like the biggest asshole
When I killed rock 'n roll
And I felt like the biggest asshole
When I kill rock 'n roll
-Valeu Lendas do rock! Isso foi muito foda, espero vê-los outras vezes!
Essa foi a banda Glass!
Ao sairmos do palco com os ânimos exaltados, depois de uma
apresentação memorável. O mesmo repórter de antes veio falar comigo e com
Hudson.
-E ai Izzy, como foi encarar esse publico sensacional do “Lendas do
Rock”?
-Po cara, eu estou muito satisfeito pelo show ter saído no nível que
esperei, esperamos que todos tenham gostado, até mesmo os telespectadores.
Se quiserem entrem em contato pelo nosso site. (Falei o site)
-E estão ansiosos para o show do matanza?
(Fiquei meio sem jeito pois não conhecia o matanza direito)
-Aqui é pé na porta e soco na cara, porra! – Gritou Hudson salvando-me
daquele constrangimento.
-E isso ai! A próxima banda será: Konba!
Seguimos de volta para o nosso apartamento, enquanto os técnicos
retiravam nossos instrumentos.
Chegando ao quarto, liguei a TV e vi Jack Brownstone falando nos
comentários sobre o show.
Jack Brownstone:
-Achei essa banda aí muito fraquinha. O Brasil não precisa de bandas
cantando em inglês. E o rock no Brasil não precisa de toda essa agitação que
esses caras demonstraram aí não. O vocalista Izzy, muito fraco! Essa banda ai
não vai longe não. Pra mim, a grande banda do dia além do Matanza, é a
Dredloco.
Naquele momento meu mundo desmoronou ao ver meu ídolo de infância
me criticando na TV. Meus olhos se encheram de lagrimas e de ódio ao mesmo
tempo. Eu não estava acreditando no que eu estava vendo e ouvindo.
-Filho da puta! Maldito Jack Brownstone! – Gritou Math. –Esse cara vai
queimar nossa banda. Desgraçado!
-Claro cara, isso é um negócio. Ele esta defendendo a banda que ele
patrocina e tem os mesmos patrocinadores que ele! – Alertou Hudson.
-Espero que alguém esteja do nosso lado naquele estúdio. – acrescentou
Suzuki.
Assim que Jack acabou suas criticas, o outro entrevistado foi a guitarrista
da grande banda Buffalo, Thaiza R.
Era mulher de muito estilo, tinha alargadores e cheia de tatuagens, Tinha
cabelo preto e demonstrava um pouco de marra para falar sobre as coisas.
-Esse cara está falando só besteira, os caras levantaram o publico e
demonstraram um trabalho de qualidade. Ele só ta querendo destacar a
queridinha dele, a dredloco. O Vocalista da Glass apesar de jovem soube
demonstrar presença de palco e eles tiveram um ótimo desempenho. Não
estou defendendo eles por causa de gravadora não, pois minha banda é
completamente independente, eles pelo jeito também estão independentes e
em busca de reconhecimento, e não conheço ninguém da produção deles. Só
acho que devemos ser honestos e mostrar o que é realmente de qualidade!
Essa declaração dela me animou, mas eu estava impressionado com o
meu ídolo que me desmoralizou em rede nacional.
Em seguida, o apresentador do programa comentou.
-Eu sinceramente penso que a Glass atuou em bom nível, aquela musica
Angel of Darkness foi espetacular. Até o final do festival veremos os destaques,
voltaremos ao nosso repórter do backstage que está com a banda Konba.
Estávamos apreensivos no quarto, esperávamos apenas a atuação de
outras bandas e a repercussão de nosso show na mídia e no público daquele
dia. Já que entrevistavam algumas pessoas depois.
Suzuki e Mariana se mostravam satisfeito pelo falto da imensa divulgação.
Tinham a certeza de que muitos lugares iam nos contratar para shows após
aquela noite.
A banda Konba entrava no palco para fazer mais um dos shows
memoráveis daquela noite, foi com tudo mostrar o seu Hardcore. O legal é que
tocou covers de Ratos do Porão, Deadfish e Pantera. O vocalista era do tipo
bem elétrico, corria de um lado para o outro, suas musicas eram críticas duras
á guerras civis. A banda tinha um trio muito louco de guitarristas e um baterista
bem esforçado, e sim, batia de frente na boa com a Glass. Curtimos demais o
show.
No finalzinho do show deles, mesmo sendo bem recebido, o público
loucamente gritava.
-Matanza! Matanza! Matanza! Matanza!
Os instrumentos deles nem estavam no palco ainda, mas a expectativa
era imensa. Apesar do matanza não ser uma banda muito divulgada na grande
mídia; é uma banda muito conceituada e seu vocalista Jimmy London era
apresentador de um programa na Mtv. Além do mais, eles contavam com hits
marcantes que ficavam na cabeça.
Hudson trocou a roupa que havia usado no show, pegou seu celular e
falou.
-Izzy, vamos lá curtir os caras. Eles são muito foda!
Olhei para Mary que estava deitada exausta, pensei em chamar mas
aquele era um show que eu não ia querer ela no meu pé. Individualista eu.
O publico daquele dia parecia mais empolgado e mais cheio que o do
detonautas era o povo mais Headbanger mesmo, só camisa preta com
estampas do Matanza, iron maiden, Metallica, Pantera, Black Sabath e coisas
do tipo. Contava também com coturnos e barbas grandes.
O palco estava quase pronto para o show começar, quando desceu Math
e Suzuki.
-Vamos ir mais pro meio. Quero encarar um Mosh! – Gritou Math.
-Será que podemos? – perguntei.
-Que se foda, já tocamos! – Hudson se mostrou indiferente.
Ficamos na direção do palco, onde tinha um grupo mais empolgado. Eu
estava com um pouco de medo, não sabia como era uma rodinha e ficar ali no
meio em um show grande.
A banda subiu um palco com uma introdução muito louca que tirou todos
do chão. E o coro se repetiu:
-Matanza! Matanza! Matanza! Matanza!
E a banda tocou as seguintes músicas:
1 -Mesa de Saloon:
Musica que soou com uma grande abertura parou o show e mostrou que a
banda a banda ia vir com todo gás para fechar aquela noite. E acabou com
saudações de Jimmy e a sua voz grave.
-Boa noite bebuns! Esse é o Matanza, no Lendas do Rock!
2 - Meio Psicopata
Mais uma música onde ninguém parou de pular e cantar junto.
3 - A Arte do Insulto
A galera não parava. As rodas punks estavam rolando soltas desde o
primeiro Hit tocado pela banda. E a frase que era repetida por todos era:
“-Bebe demais, fala demais, mas na real não diz merda nenhuma”
4 - O chamado do bar
Foi uma musica que as rodas diminuíram um pouco, mas era bem
cantada...
“-Vem pro bar, vem pro bar, vem pro bar!”
5 - Ultimo Bar
Uma musica marcante como “a arte do insulto” que empolgou da mesma
forma.
6 - Jack Buffalo Head
Uma musica rápida e que na minha opinião, achei muito louco o enredo
dela.
-Essa daqui é uma musica para beber e brigar! Filhos da puta, pé na porta
e soco na cara!
E iniciou a seguinte musica.
7 - Pé na porta e soco na Cara
Foi a musica que fez abrir 5 rodas no publico, eu fiquei impressionado e
não resisti em entrar em uma roda. Não era da forma que pensava que seria.
Pensava que os caras davam porrada mesmo um no outro, na verdade apenas
trombavam um com os outros e quando um caia no chão, paravam para ajudar.
Sim, tinha um ou outro que tomava uma porrada sem querer, ou tinha outros
caras também que vinham bater na maldade.
8 - Santa Madre Cassino
Um som que achei muito interessante, no telão aparecia varias mulheres
diabo e o engraçado era a letra que falava de um convento que virava um
cassino. Hudson já havia me falado sobre ela antes do show. Estava atuando
em um nível perfeito. Não sei como eu não conhecia aquela banda antes.
9 - Maldito Hippie Sujo
Nesse momento, eles tocaram essa musica que eu não parava de rir a
nenhum momento.
“Maldito hippie sujo, quero que vá embora saia já daqui”
10 – Matarei
Ficava cada vez mais impressionado com a sonoridade e com o estilo
daqueles caras.
11 - Interceptor V-6
Parte do show em que olhei pro lado e Math estava pegando uma mulher.
(Risos)
Fora isso a música tinha um refrão que ficava na cabeça!
“-V-6! Interceptor v-6!”
12 - Bom é quando faz mal
Eu estava mais uma vez admirado com um som foda em que todos
cantaram junto e formava novamente diversas rodas punk. E Jimmy Falou:
-O negocio é fazer mal mesmo... Então vamos falar de bebida!
13 - Quando bebe desse jeito
[...]
14 - Taberneira, traga o gim
[...]
15 - Ressaca sem fim
[...]
16 - Estamos todos Bêbados
Eita, estava realmente muita gente bêbada. Que musica bizarra...
17 - Clube dos Canalhas
E naquele momento me apaixonei por uma musica, que sonoridade, que
criatividade. Formou- se uma roda única e gigante.
“-Temos um sócio no clube dos canalhas, não admitimos que apontem
nossas falhas. Queremos todo dia tudo isso o que a vida tem de bom...”
18 – Tempo Ruim
Soou como uma despedida...
“-Ergam seus copos por quem vai partir“
19 - Ela roubou meu caminhão
A música mais famosa deles, que eu achei bem louca.
Resumindo: Achei um show bem longo, e muito interessante. Esse
realmente encantou todo o publico, musicas bem legais e que provavelmente
continuaria ouvindo. O Vocalista bem carismático e mostrando seu jeito ogro de
ser ao cantar, mas era algo que fazia parte do perfil da banda. Eu tinha certeza
também que veria ele mais vezes na estrada.
Estava ali um exemplo que eu que eu queria para a minha banda,
a banda brasileira tocando apenas musicas em português e era algo que eu já
ia começar a planejar mais para frente.
Não conseguimos falar com ninguém do Matanza, pois eles tinham
outro compromisso e saíram do festival ás pressas. No nosso caso, eu já não
sabia se ficaríamos para assistir as outras bandas nos outros dias, ou iríamos
seguir viagem de volta pro Rio e resolver nossas coisas. Então só me restava
deitar e aguardar o dia seguinte.
Capítulo 6 - O grande mistério... Quem é Lemon?
Final do ano de 2009
No dia seguinte, fomos acordados por Carlos ás pressas batendo na
porta. Sinceramente fiquei assustado e com medo de alguma notícia ruim
sobre o nosso show.
-Acordem garotos! A hospedagem de vocês acabou. Já é hora de vocês
começarem a arrumar as coisas de vocês para voltar para o Rio.
-Poxa. Pensei que ia ficar pra ver o Charlie Brown! – Questionou Mariana.
-Não. Vocês vão voltar, precisam agilizar a vida de vocês, trabalhar, fazer
outras coisas. A minha gravadora não está interessada em vocês.
Naquele momento fiquei muito sem graça com o que Carlos havia
acabado de dizer, eu esperava um acordo com ele e o lançamento do nosso
primeiro disco.
-Mas fiquem despreocupados, tem uma van nossa lá em baixo que vai
levar vocês e seus pertences para casa, sem nenhum custo.
Suzuki veio até mim e disse para eu relaxar pois isto era normal de
acontecer. Carlos parecia tão interessado em nós. Mas logo revelou ter
fechado um contrato com a banda Tarântula. Fiquei até sem o que dizer, não
podia nem reclamar, pois graças á ele a nossa banda teve aquela oportunidade
de se apresentar em um publico daquele nível. E vitória maior foi ter a
oportunidade e mostrar o nosso trabalho.
Apesar também da minha decepção com Jack Brown Stone,
aprendi que quando você entra no mundo da musica, seus ídolos podem
acabar se tornando seus rivais e você tem a meta de superá-lo. Em minha
opinião, dali pra frente iria investir no lado independente da banda. Gravar
nossas musicas e vender os discos por nós mesmos de forma amadora.
-Vamos Izzy, as coisas já estão lá em baixo. – chamou Math com sua
mala nas mãos.
-Já estou indo.
Eu estava odiando aquilo, esperava a banda sair em revistas e ser
anunciada incansavelmente pela mídia. Mas foda-se, eu ia embora, mas aquilo
não iria ficar assim.
Chegando lá embaixo, nossos instrumentos e equipamentos de some luz
já estavam na van da gravadora de Carlos e do lado de fora estava o motorista
fumando cigarro e uns carregadores do festival fechando a porta. Carlos
chegava e falava algo no ouvido do motorista. Uma coisa que me deixou
intrigado, já era estranho o fato deles nos levar de volta. Será que eles iam
tentar nos matar?
-O que você tem amor? Parece estar tão abatido. – perguntou Mari,
acariciando minhas mãos que estavam meio trêmulas.
-Nada. Só estou chateado por não ter firmado um contrato. E também
queria ter ficado pra ver o Capital Inicial hoje.
-Quando a gente chegar no Rio a gente vê. Tentamos ver pela internet ou
reprise pela televisão.
Fiquei mais relaxado e fui pra van, era confortável. Tinha Ar-condicionado
e rádio tocando musica boa. Porém a parte do motorista era fechada, não dava
pra ver o que ele estava fazendo.
-Que coisa medonha! – comentei.
-Você é muito preocupado. Relaxa e dorme. Mais tarde vamos estar no
Rio... Cidade Maravilhosa, nossa casa! – Falou Hudson.
Eu continuava inquieto, a van saiu do portão do festival. E em meia hora
de viagem todos estavam dormindo. Inclusive Mariana apoiada no meu ombro.
Tocava Sympathy for the devil. Uma musica que é relaxante e foda. Eu ficava
ali pensando no que fazer pra ganhar dinheiro e divulgar a banda, eu precisava
montar uma equipe boa pra isso. Fazer algo bem legal pra chamar atenção de
pessoas.
Em duas horas de viagem eu estava sonolento, tinha cochilado um pouco
quando acordei já estávamos na estrada que dava acesso ao Rio de Janeiro.
Logo o motorista reduziu a velocidade e estava parando em um acostamento.
E levantei pra olhar.
-Puta que pariu... Duas viaturas da policia federal!
O pior não era isto, pois eu não devia nada. Eles estavam já apontando
arma pra gente. E isso parecia que estava em meus presságios. E quando
gritei todo mundo acordou. O motorista estava com um rádio na mão e falou.
-A casa caiu...
Alguma coisa estava muito errada ali, tinha armação naquela parada e o
motorista sabia e eu desconfiava. Ele desceu da van com as mãos na cabeça
enquanto continuávamos ali.
-Vocês também! Desce todo mundo! Seus vagabundos!
Continuamos sem entender, peguei o celular e desci tranquilamente sem
entender nada.
-Estão esperando o que? Mãos na cabeça e fiquem de costas encostado
no carro. Soldados Amaral e Silva podem revistar o carro enquanto eles estão
aqui sob controle.
Os policiais começaram a vasculhar a van jogando nossas coisas
no chão, além disso, utilizavam um cão farejador para procurar alguma coisa.
-Coé policial. Vai quebrar nossos equipamentos! – Gritou Hudson.
-Foda-se! Que equipamentos? Esses daqui? – Perguntou puxando dois
tabletes com maconha do carro.
-Que merda é essa? Isso não é meu! – Gritei.
-Mais isso deve ser! – Puxou mais algumas caixas carregadas de cocaína.
-Mas... – Questionei. Enquanto os outros da banda ficavam quietos.
-Essa porra não é minha. Armaram pra gente! Filha da puta! – Gritou
Hudson empurrando um comandante.
-Podem algemar! – Gritou o comandante que havia sido empurrado.
O motorista da van permanecia quieto e também foi algemado e colocado
na viatura junto comigo e com Math. Enquanto os outros foram na outra.
-Você sabia de tudo não é desgraçado? Armou pra gente! – Perguntou
Math desesperado com as algemas.
O motorista permanecia calado e de cabeça baixa.
-Fala seu maldito. Isso era seu? Pra quem você trabalha? Quando chegar
na delegacia eu vou ligar pro Carlos, e falar que o motorista dele fodeu a gente!
– Irritei.
Ele olhou pra gente, sorriu e abaixou a cabeça de novo.
-Eu vou matar esse cara se ele continuar rindo. Festival filho da puta,
botar esse tipo de gente pra trabalhar.
-Calem a boca aí atrás! – ordenou o policial.
Eu estava com muita raiva, eu não queria ser preso. O meu sonho estava
indo por água abaixo. E o pior, chegando na delegacia, uma equipe de
reportagem estava lá nos aguardando.
-Aqui estamos com a banda Glass, que foram todos presos por tráfico de
drogas. A van deles foi parada na estrada que dá acesso ao Rio de Janeiro
Lotada de Maconha e cocaína. A banda ficou conhecida pelo belo show que
fez ontem a noite no Festival Lendas do Rock. Não fomos autorizados a gravar
entrevista, mas amanhã de manhã voltaremos com mais informações. Segundo
os policiais, a droga vinha da Bolívia e a banda estava sendo encarregada de
trazer a carga para o Rio.
Ao chegar à delegacia, todos nós prestamos depoimentos durante toda a
madrugada. Inclusive o motorista. O delegado parecia não acreditar em
nenhum de nós e me olhava com cara de nojo a todo o momento. Após toda
aquela ladainha, o comandante nos levou até um local onde ficaríamos detidos
e separados um do outro.
Era uma sala fechada, sem vidros, onde fiquei refletindo e me
perguntando.
-Por que a gente? Quem fez isso? O festival? O motorista era uma mula
do tráfico e acabou sobrando pra gente. Que praga!
Horas depois chegou um policial e me chamou na sala.
-Senhor Isaac Oliveira. Venha até a sala do delegado.
Fiquei meio sem entender, de repente o policial me chamar assim pelo
nome, e o mais impressionante é que ele chamou apenas eu para ir até a sala
do delegado.
Chegando lá havia um homem com uma câmera e algumas fotos na mesa
do delegado que me olhou e vendo minha cara de preocupado falou.
-Senta ai rapaz. Toma uma água, você é menor de idade, e tem sorte de
isso ainda não ter se resolvido e ter sido mandado pra prisão de menores. –
Agora olhe essas fotos. Reconhece?
Nas fotos estava Carlos com alguns motoristas do festival. As fotos eram
em um galpão, e perto dele estavam as cargas que provavelmente estavam
sendo distribuídas para as vans de algumas outras bandas.
-Bem Isaac. Recebemos informações da polícia do Pará e do Rio Grande
do Sul sobre outras vans do festival em que as bandas foram flagradas com
drogas. Provavelmente com o mesmo responsável que armou para vocês. E
provável que tenha sido este homem. O motorista não quer revelar, mas você
conhece este cara.
-Esta na cara! Agora tudo faz sentido, ele era o nosso empresário. Porém
rescindiu o nosso contrato e pagou a van para nos levar de volta para o Rio. E
disse que estava interessado em outra banda.
-Poderia me passar a identificação dele?
-Carlos Luckman!
-Deixa eu procurar as informações dele aqui... Carlos Luckman
O delegado procurava nos registros enquanto eu encarava o homem que
havia levado as fotos, ele me olhava de uma maneira positiva e estava
preocupado. Ele surgiu mesmo para me ajudar.
-Ah. Que vagabundo! Vocês foram bem enganados, é falsário! O nome
dele não é este! Terei que procurar na base de dados com os rostos. Soldado
Castro, mande procurar nos registros esse cara. Podem aguardar aqui?
O delegado saiu da sala junto com o soldado e deixou-me com o
cara ali esperando. Então aproveitei para interrogá-lo.
-Quem é você? – perguntei.
Era um indivíduo loiro, parecia um alemão. Usava óculos escuros e
brincos da orelha. Além de possuir a tatuagem de um escorpião no Pescoço.
Parecia bem confiável e Disposto á ajudar.
-Meu nome é Hugo Andrade. Sou fotógrafo do festival, mas estava mais
focado na fotografia das bandas. Inclusive tenho fotos exclusivas do show de
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Lendas do Rock

  • 1. Autor: Flávio da Rocha NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS Gêneros: Aventura, Crossover, Festa, Luta, Musical (Songfic), Saga, Suspense, Violência Avisos: Álcool, Drogas, Insinuação de sexo, Linguagem Imprópria, Violência Aviso legal Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir ou violar as imagens dos artistas.
  • 2. Índice de Capítulos 1. Início da Estada... A banda 2. O primeiro Show 3. Convite ao Festival Lendas do Rock 4. Inicia o festival Lendas do Rock... Bandas irreverentes 5. Nós somos a banda Glass! 6. O grande Mistério... Quem é Lemon? 7. É hora do recomeço, vamos fazer dinheiro! 8. O álbum... 9. O Início da Turnê Pelo País, um ano conturbado... 10. Rumo Á Brasília. Sex Drugs And Rock n’ Roll 11. Seja um guitarrista de qualidade 12. O orgulho das seis cordas... 13. O cativeiro 14. O fim de uma ameaça... Seria o fim da banda Glass? 15. The Glass Fest – Lendas do Rock Nacional! Dedicatória “Fiz este livro para todos os amantes do Rock n’ Roll e da boa música!” Boa leitura!
  • 3. Capítulo 1 - O início da Estrada... A banda Introdução (Personagem) Relatarei agora toda a minha história com o Rock n’ Roll, do começo ao fim. Podem até existir histórias parecidas de outros caras bem mais famosos, e de bandas mil vezes mais consagradas. Eu realmente não me importo. Eu sinto necessidade de contar, preciso dividir o que senti e tudo o que aconteceu nesses anos agitados da minha vida. Para quem for ler, garanto apenas que verão uma história de uma pessoa normal junto ao que já foi uma das coisas mais importantes na minha vida, minha banda. Mas posso garantir, não é uma história tão normal quanto se possa imaginar. Quando vemos uma grande banda no palco, é fácil pensar que são incríveis, geniais, além de podres de ricos com várias mulheres. Já chegaram a dizer isso da banda em que estive, mas poucos sabem o que passamos para estar ali, fazendo sucesso. E menos ainda sabem o que passamos fora dos palcos. Por isso eu decidi dividir a história da minha carreira, que sem dúvida foi surpreendente em cada momento. Ano 2008 Curti rock desde os 12, a ponto de ficar horas viajando com meu mp3, cantando as músicas de Guns n' Roses, System of a Down e Red Hot Chili Peppers, as bandas inspiradoras da minha vida. Mas a história se iniciou no começo de 2008, eu estava no ensino médio e tinha apenas 15 anos, praticamente tinha acabado de sair das fraldas. Nessa época eu era magro,
  • 4. com cabelos pretos bem aparados e olhos verdes. Sempre fazia sucesso com as garotas, mesmo que eu nem ligasse tanto. Eu me amarrava em ficar no youtube vendo shows de bandas antigas em festivais de outros países, achava incrível, apesar de aqui no Brasil haver poucos eventos desse tipo. Até então eu nunca tinha ido assistir a um show de rock; nem mesmo de bandas undergrouds. Numa das primeiras semanas de aula lá estava eu na escola, sentado admirando a capa de um CD do Iron Maden, quando um cara todo descolado resolveu puxar assunto. Ele tinha os cabelos pretos, escorridos e um tanto quanto bagunçados cobrindo suas orelhas, os olhos castanhos expressavam confiança, além do sorriso como de quem sabe de tudo. -Hey Cara! Parece que você tem bom gosto. Não tive muita reação, disse apenas um “é..” meio sem jeito. -Meu nome é Matheus. Parece que você também é novo por aqui. -Sim, eu sou. Me chamo Isaac, mas prefiro que me chamem de Izzy, é mais fácil. -Vi que você curte um heavy metal. Eu vou tocar com minha banda nesse fim de semana, e estou chamando o pessoal daqui da escola pra ir assistir. Eu fiquei empolgado, mas um pouco receoso, precisava estudar muito. De qualquer forma, não podia perder aquela oportunidade, o cara era de uma banda! -Legal, onde vocês vão tocar? -No Hell’s Club, sabe onde fica? -É perto da minha casa, pode deixar. O que você toca? Ele me disse que era guitarrista, mas que estava perdendo a vaga para outra pessoa, um cara fútil, que só se importava com a aparência e com os talentos próprios. O problema é que esse outro cara tinha mais experiência que ele, fora os vários contatos que poderiam ajudar a banda.
  • 5. -Então a banda está sendo ambiciosa sem pensar nas consequências. -Pois é cara…e esse deve ser o meu último show. E o pior de tudo é que eles acham que dependo deles, mas eles vão ver só, vou montar minha própria banda! -Que determinação hein! - e logo bateu o sinal anunciando o fim do intervalo. -Pode crer cara. Mas ai, vê se aparece mesmo. Você parece ser um cara legar pra conversar. Agora to partindo pra aula, fui! Senti que dali poderia surgir uma boa amizade. Math, como gostava de ser chamado, tinha assuntos maneiros e como eu, se inspirava com AC/DC e Iron Maiden, era muita afinidade. Nos dias seguintes à nossa primeira conversa, ele ficou falando sobre os shows que havia feito com a sua banda, além de me ensinar, mesmo sem perceber, coisas legais sobre o Heavy Metal, seu estilo musical favorito. Eu estava ansioso para vê-lo no palco. No dia do show me lembro de que precisava estudar, com matéria acumulada, mas a minha curiosidade foi tanta para ouvir e ver a banda do meu novo futuro amigo que acabei indo. O Hell's Club era um bar que pouco se vê no Rio de Janeiro. Havia um espaço coberto com mesas e cadeiras vermelhas e pretas, tinha um tamanho mediano com um pequeno palco montado logo no fundo, um belo improviso. Tinha as paredes vermelhas com alguns detalhes geométricos em preto. As pessoas que freqüentavam o lugar geralmente eram headbangers que sempre estavam bebendo, jovens casais e outras pessoas, na maioria fãs da boa musica. Quando cheguei, o único que estava no palco era o baterista da banda montando seu instrumento e passando som. Math estava numa escada ali por perto dando os ajustes finais em sua guitarra. Sentei num canto meio escondido, enquanto não começava o show. A única coisa que me incomodou naquele lugar foi o forte cheiro de cigarro e algumas outras coisas a mais. Não demorou muito e o vocalista da banda subiu no palco animadíssimo. Um cara com estilo e atitude. O modo que ele se vestia me lembrava um pouco Ozzy Osbourne, coberto de preto da cabeça aos pés.
  • 6. -Boa noite galera! Nossa banda é a Toque de Caos. Viemos trazer um pouco do nosso som pra fazer o Hell's Club valer o nome, espero que gostem! A primeira música que tocaram era da banda, um metal agitado, muito interessante e que fez as pessoas se animarem. Depois fizeram um cover de Wratchild Iron Mainden, seguido de nove músicas próprias de puro Heavy Metal, sem exceções. As músicas eram até boas mas nada grandioso. Math demonstrava muita presença de palco como guitarrista, além de ser muito bom nos Riffs que executava. A galera pulava mas era mais pelo som da guitarra do que pelas músicas em si. Após todo o show de pura porradeira no som e muita gente alcoolizada, Math veio falar comigo, com as coisas prontas pra ir embora. -E ai o que achou Izzy? -Muito bom o show… Você é bom nisso cara. -É cara, e esse foi meu último show com eles. Mas como eu te disse, não vou desistir da minha carreira com a música, vou formar uma banda e a minha antiga banda que se foda. -Isso aí cara, com seu talento você vai longe. Nós fomos caminhando para casa, morávamos perto dali, conversamos sobre tudo, em relação a rock, obviamente. No caminho apareceu um mendigo drogado pedindo dinheiro insistentemente, chegando até a nos perseguir. Então o Math olhou pra ele e disse que ele continuasse a encher o saco ele diria pra todos os traficantes não venderem mais nada pra ele. O mendigo, que já estava vendo planetas, começou a chorar e pedir perdão e saiu chorando. Eu ri daquele pobre coitado e elogiei Math. Ele sabia como se impor. Quando chegamos na rua em que separava nossos destinos, ele parou e me olhou pensativo e perguntou: - A propósito Izzy, você toca algum instrumento? -Infelizmente não. – Me senti um merda naquele momento, com uma oportunidade sendo desperdiçada.
  • 7. -Vou dar um jeito de você fazer parte da banda. Nem que seja o nosso carregador de equipamentos. – nisso ele voltou a andar, rindo da minha cara. -Se você quiser, eu te ajudo na procura dos integrantes, tenho alguns contatos. - Com certeza, vai ser de grande ajuda. Ta chegando minha rua mano. Falou Izzy! Até segunda na escola. -Valeu Math, até! Era bom saber que ele contava comigo no projeto da banda dele. Sabia que ele levava aquilo muito a sério, portanto eu me esforçaria pra dar certo. Com o passar do tempo criamos uma boa amizade. Eu estava sempre ajudando-o a buscar integrantes para a banda. Dando idéias para o estilo da banda e indicando coisas novas para ele ouvir. Certo dia, nas férias de carnaval, Math me ligou para que eu fosse na sua casa, pois havia aparecido uma chance de conseguirmos um integrante, que por sinal era muito bom. A casa de Math era tranquila, ele não tinha irmãos e seus pais não se importavam com o barulho ou falação que vinha do quarto. A casa era espaçosa e o quarto dele também, cheio de pôsteres nas paredes, cadernos com cifras e o computador ligado. Era um lugar meio escuro apesar da janela grande, mas era do gosto dele. -Se liga aqui nesse site Izzy… Os caras postam vídeos deles tocando, e teve um baixista aqui que eu achei muito bom. Só que ele é lá de São Paulo, sorte a nossa que ele vem passar um tempo com um parente daqui do rio. Eu conversei com ele e parece que se interessou pela história de formar uma banda. -Aquele Japonesinho ali? -É, esse mesmo... -E ai Math? Ele vai vir tocar na banda?
  • 8. -Não sei ao certo, Depois de amanhã ele vai desembarcar no Rio, aí estamos marcando pra gente conversar sobre a proposta dele entrar na banda. -Que grande filho da... Você é... -Obrigado. Mas agora o papo é com você. Uns parceiros da escola ote ouviram cantando sozinho e falaram que não é tão ruim. A banda não tem vocalista, eu até que sei cantar mas eu quero me dedicar só à guitarra... então eu resolvi fazer um tesdicar à guitarra,te com você antes de resolver as coisas com o japa. Topa? E é claro que eu aceitei apesar de eu não estava preparado para cantar, cantava às vezes de sacanagem e alguns diziam que eu era bom, mas sinceramente, nunca me imaginei como vocalista. Math ligou o Amplificador e pegou um microfone que tinha em sua gaveta, todo empoeirado mas parecia funcionar. -Eu vou tocar uma música e você vai ter que me acompanhar com seu vocal. Vamos começar com músicas nacionais. -Começar? - eu ri de nervosismo e alegria - Beleza então. Comecei cantando duas músicas do Charlie Brown Jr para testar o meu grave. Logo após cantei músicas da Cássia Eller para testar o meu agudo, algo que realmente vi que não funcionaria. Apesar do meu bom grave, eu não ficaria bem em uma banda de Heavy Metal. – Qual vai ser o estilo da banda? — fiquei preocupado. – Ainda não sei. To pensando em variar um pouco. Não to afim de ficar lembrando do Heavy Metal da outra banda. To pensando em Hard Rock, punk, alternativo, sei lá… Vai depender do vocalista. -Entendi. Mas… E ai? Como fui? -Você tem um grave muito bom, mas seu agudo não. Mas a sua voz aguda pode melhorar com um pouco mais de treino. Mais não tem outra escolha, eu quero q você seja o vocalista da nossa banda.
  • 9. -Tudo bem, se eu tenho escolha- sorri, surpreso com a expectativa dele sobre mim. -Bom, como a sua voz ta mais pra um alternativo. Mas vou arriscar um Hard Rock com você. Qualquer coisa eu posso te ajudar nos back vocals. Eu sempre quis me aventurar tocando esse estilo. -Esse é realmente o estilo que mais ouço. -Ah é verdade, você vive ouvindo Guns N’ Roses, sua banda favorita, né? É bom, assim você vai ter uma inspiração pra compor músicas, na presença de palco e tal. Conversamos mais um pouco, animados pensando no futuro da banda. Fui pra casa feliz e rindo a toa pelo caminho. Nos meus pensamentos eu ficava me imaginando fazendo shows, com vários fãs, fazendo viagens. E me passou pela cabeça também encontrar o meu ídolo do Hard Rock nacional, Jack Brown Stone, que surgiu com a banda Conversão em 2001 e naquela época estava em carreira solo fazendo um puta sucesso. Naquela noite, antes de deitar coloquei um DVD do Guns N’ Roses em Tóquio que eu tinha em casa. E fiquei observando a presença de palco de Axl Rose. Percebi a frequência que ele mudava de roupa durante o show, os discursos que ele fazia antes de algumas músicas, o modo como ele apresentava a banda. Depois eu fui dormir, no dia seguinte eu conheceria o baixista de minha nova banda. Sonhei que eu estava fazendo um show, ao lado de Axl e Jack Brown, havia milhares de pessoas gritando, cantando e pulando, mas no fim Math e o japonês começaram a duelar, um usando a guitarra e o outro o baixo, como se fossem espadas, eu apenas olhava e as pessoas continuam a gritar e pular como se houvesse alguma música. Então eu acordei confuso. Sonho louco! Saí logo para conhecer o japa baixista. A reunião seria numa lanchonete perto do Hell's Club. -Hey caras! – Falou o jovem japonês que estava sentado e seu instrumento encostado em uma parede. Ele parecia um pouco nervoso. Tinha cabelo curto e escorrido, usava um óculos quadrado e era meio desengonçado.
  • 10. Aliás, era calmo no modo de se falar. Usava um blusão branco e uma camisa escrito: "Dart Vadder". -E ai! Você é o George Suzuki? – Perguntei. -Sim sou eu mesmo. Quero ser o baixista da banda. Suzuki, como preferia ser chamado era de uma banda de Rock Alternativo em São Paulo. Segundo ele, a banda durou dois anos e acabou por problemas pessoas de alguns dos integrantes. Ele veio de uma família de músicos, sendo que um de seus tios participava de uma banda famosa. Ele tinha um ótimo currículo. – Estou afim de recomeçar minha carreira em uma banda melhor. Espero poder contar com vocês. – Realmente vou contar com o seu profissionalismo. Eu também era de uma banda e tenho uma noção sobre presença de palco. O único que nunca foi de uma banda foi o Izzy mas ele tem talento e força de vontade. -Pode crer. Vai ser bem legal aprender com vocês coisas novas sobre a banda. Espero conseguir muitas experiências boas e bastante conhecimento nisto. – Concluí. -Seja bem vindo a banda, Suzuki. – Falou Math. Depois de comermos um lanche, cada um foi pra sua casa para esperar até a próxima reunião da banda, que pelo visto estava com tudo pra começar bem. Antes do recesso acabar, nos encontramos na garagem de Math. Quando nos sentamos, olhou pra gente, deu um sorriso e se levantou parecendo empolgado. -Beleza. Coloquei um anuncio na internet procurando um baterista pra banda. Então se surgir um, já vai ter o telefone, e ai é só aparecer para iniciarmos os ensaios. E mais uma coisa, marquei um show pra semana que vem em um bar daqui da zona oeste do Rio. Vamos tocar independente de
  • 11. estar com um baterista ou não, então acho melhor a gente começar a treinar umas músicas. Suzuki apenas franziu as sobrancelhas. Eu fiquei na minha também, e naquele momento passei a ver que Matheus era totalmente afobado. A banda nem sequer estava completa e ele já estava marcando show, pior ainda, sem nos consultar antes. Era pouquíssimo tempo para se planejar algo. Dois dias depois, estávamos no quarto de Math discutindo coisas sobre a banda, e acabamos feito alguns ensaios por lá mesmo. Já que ele havia marcado a droga de um show pra semana seguinte. A mãe de Math apareceu na porta do quarto interrompendo nossa conversa. -Tem um homem chamando você lá na porta. – Avisou ao Math. -Já estou indo. Ele olhou pra mim e para o Suzuki cauteloso. -Acho que é o cara que ta organizando o show. Assim que saiu do quarto e Suzuki logo comentou: -Nada haver esse cara ter marcado esse show, não estamos preparados. Nossa banda nem tem um nome! -Isso tudo é ansiedade. E um pouco de mágoa que ele guarda da antiga banda dele. -Entendo. Na minha antiga banda tinha dessas coisas, mas eles eram muito imaturos. O ego tomou conta de todos, eles só estavam preocupados em aparecer e banda mesmo foi deixada de lado. Até que ninguém mais chamou a gente pra tocar. Então resolvi sair e procurar uma nova banda que saiba dar valor a carreira. Espero não me decepcionar com vocês. -Eu também to vendo isso aqui como um grupo com o objetivo de crescer e ser conhecido. Vamos mostrar algo novo no cenário do rock nacional. Math logo entrou no quarto com um cara de chapéu de cowboy, cabeludo, com a barba a fazer e loiro, aparentemente mais velho que nós três. se vestia
  • 12. bem largadão, tomava uma cerveja da marca Duff e fumava um cigarro e uma forma bem descontraída. -Izzy, Suzuki. Apresento a vocês o nosso novo baterista: Hudson Marques. -E aí jovens. Vamos botar pra fuder? A primeira impressão que tive de Hudson, é que ele era um porco vulgar que gostava de umas cachaças, o cheiro de álcool era irritante. Suzuki, como era certinho ficou incomodado com Hudson, mas Math agora estava satisfeito por a banda estar completa, a partir dali podíamos ensaiar pra valer. Na semana seguinte, Suzuki alugou um espaço pra nossa banda bem perto dali, pudemos ensaiar muito melhor lá. Já o show que Math havia marcado, foi cancelado, e então tivemos tempo para começar a ensaiar diversas músicas para fazer shows como covers.
  • 13. Capítulo 2 - O primeiro Show... Ainda em 2008 Em um das reuniões com a banda completa, o único que estava de pé era Math. Ele se comportava como o líder da banda e ainda não tratava todos como um grupo. -Bom estar aqui com a banda pronta. Mas ainda só sabemos fazer alguns covers que não estão bons e precisamos mudar isso! -Como vamos fazer isso? Todo bendito dia eu venho pra cá e a maior parte do tempo é você falando! – Hudson mostrava sua insatisfação – Eu quero tocar Rock, não ouvir um pirralho dizendo o que tenho que fazer o tempo todo! Realmente eu achava o Math chato quando a banda se reunia, mas preferia ficar quieto e deixar pro Hudson criticar. Ele era bem melhor com isso. -Qual vai ser o nome da banda? – acrescentei. –Até hoje ninguém decidiu isso! -Concordo com o Izzy. Ainda não temos um nome. – falou Suzuki esperando a resposta de Math.
  • 14. -Já que reclamam tanto de eu querer mandar, vou deixar vocês escolherem isso! – ele estava irritado, mas percebeu que estava sendo chato. Aquele momento em que eu pensei em diversos nomes, mas nenhum era bom o suficiente para uma banda de Hard Rock. Mas logo lembrei que existem bandas com nomes tão sem sentido. Eu me lembrei de Kiss que era um nome tão simples e com um significado grande, AC/DC que quase ninguém sabe o significado. Então eu resolvi chutar o nome sem preocupação. -GLASS! -Que porra é essa cara!? – gritou Hudson. -Qual o problema? Dane-se que é sem sentido foi pura originalidade minha. – Falei sorrindo. -Vidro? Óculos? Copo? – Math queria ser exato. -Tanto faz... Pode ser qualquer um desses, mas é um nome fácil de gravar e não vai ter problemas com pronúncia. -Faz sentido o que você disse garoto. – Aceitou Hudson. –To com você! E assim se passava mais um dia do nosso ensaio, apenas tocando covers, afinal, éramos uma banda iniciante. Havíamos aprendido umas 20 músicas em um mês, mas apenas 13 foram para o nosso Setlist, que em breve seria tocado pela primeira vez. Então, até o final do mês os ensaios ocorriam todos os dias, já que eu e Math abandonamos a escola. Foi uma decisão difícil para nossas famílias, mas com muita conversa e ainda muita discordância, nós conseguimos impor nossas vontades e ambições e eles acabaram aceitando. Devem ter percebido que não haveria nada que mudasse nossa opinião, e assim, deram o braço a torcer. No mês seguinte, finalmente estávamos preparados para um show. Suzuki conseguiu fechar com o Rockstreet Bar, próximo ao centro da cidade do Rio. Seria uma viagem um pouco chata de se fazer. Ao menos conseguimos um amigo com carro pra ajudar a levar os instrumentos e então nada podia dar errado até a chegada do nosso primeiro show.
  • 15. Math como sempre, era o mais empolgado da banda. Ficava isolado de todos, parado, pensando e às vezes aparecia toda hora repetindo coisas pra gente, tentando ensinar como faríamos tudo a todo momento. Era chato, mas confesso que eu bem que precisava. Nunca havia subido em um palco pra cantar antes, eu ficava com o medo de o nervosismo influenciar em como sairia minha voz. Suzuki e Hudson eram os mais tranquilos, sorte nossa, pois eles eram as peças fundamentais da banda. Vale lembrar que Hudson era o baterista, e qualquer erro dele fodia a banda. Suzuki a mesma coisa, mas eu sabia que ele era um baixista de qualidade e ainda por cima, ele dificilmente ele errava nos ensaios. Eu tinha a noção que o Suzuki era bom demais para nossa banda, eu até estranhava a humildade dele por não preferir tocar em uma banda maior. No dia do nosso primeiro show, saímos do nosso estúdio por volta das oito da noite para chegar ao Rockstreet Bar em tempo de ajustar os últimos detalhes. Lá era um local pequeno, não tinha um algo que podia se chamar de “palco”. Mas tínhamos um bom espaço pra se apresentar. Os outros da banda ficaram lá passando som, enquanto eu observava o local que ainda estava vazio por volta das onze horas. Nossa apresentação começaria meia-noite. Colocaram uma folha com setlist perto de mim e uma perto de cada integrante da banda. Na hora que começou o show, com todos já posicionados, parei em frente ao microfone, olhei para aquela galera, havia umas 50 pessoas, de qualquer forma, a hora era agora. -Boa noite... –Dei uma pausa esperei a reação que foi totalmente nula. – Esse é o primeiro show da banda Glass. A gente quer é que vocês se divirtam pra valer! Let´s go! Aquele dia eu nunca esqueço, esse show eu faço questão de contar de forma detalhada. Foi algo lindo na minha vida. 1º- Wicker man – Iniciei com este cover do Iron Maiden e logo deu resultado, a galera já começou batendo cabeça, alguns pulando um pouco e apesar de o nervosismo atrapalhar um pouco a minha voz, eu me saí bem. Eu
  • 16. precisava me concentrar mais na música. Pelo menos concluímos ela com êxito e com ótima sincronia. 2º-Vamos Fugir – Seguimos com essa música do Skank que não empolgou muito, mas deu tudo certo, muitos cantaram junto. Uma música agradável. 3º-Proibida pra mim – Sinceramente acho que erramos na escolha dessa música, apesar de ser Charlie Brown Jr. Não era uma música que aquele tipo de público esperava. Poucos curtiram. Além disso, Math errou uma parte durante a apresentação, mas acho que ninguém percebeu. - Essa aqui vai pra quem sabe o que é Hard Rock de qualidade! - Eu havia planejado essas falas durante os ensaios, mas não saiu tão bem quanto quando eu estava só com a banda. 4º- It’s So Easy – Eu queria tanto cantar Guns n’ Roses mesmo não estando tão preparado, mas dei um jeito. Tocamos It’s so Easy que não exigia muito do meu agudo. Mas foi uma música que tirou muita gente do chão. Um perfeito solo de Math. E fomos aplaudidos após o desempenho nesta música. -Obrigado... Então vamos continuar... 5º- A sua maneira – Seguimos com um Rock nacional de Capital inicial, caras que são uma referência em nosso país. Nessa música vi que empolgamos mais as garotas que estavam presentes. Mas também tinha uns moleques bem animados por lá. Até ali as coisas estavam indo bem com a apresentação. -Mais uma do Rock de Brasília. 6º - Será – Seguimos com a inesquecível legião urbana, que apesar de todo seu prestígio não ficou muito legal com a minha voz. E senti que o pessoal não gostou. Foi uma performance fraca. 7ª- Patience – Mais uma do Guns n’ Roses para a minha felicidade. E para a infelicidade da nossa apresentação. A Galera demonstrou insatisfação por ser uma música lenta, então comecei a notar algumas coisas
  • 17. em relação à escolha do setlist. E vi que aquela parte ali estava muito fraca. Math me olhou com uma cara meio bolada, Suzuki sussurrou dizendo pra eu relaxar, então prosseguimos até o fim da música. -Senti que vocês querem algo mais animado... Preparamos coisas boas pra vocês... Bora Math... 8º- Californication – Essa foi uma música que tipo, caralho, tive que estudar um pouco mais de inglês e praticar bastante pra aprender, eu quase perdia o fôlego em algumas partes, mas a galera me ajudou, todos cantando junto, Math e Suzuki super sincronizados e muito bem treinados... Terminamos a música muito bem satisfeitos por ter agradado ao público. -Para o bem de vocês mais uma do Red Hot Chili Peppers. 9º - Scar Tissue – Com um ritmo um pouco mais lento que o original, o pessoal cantou comigo. Hudson começou a animar com a bateria. Conseguimos levar o show para o alto nível de novo e no fim da música Hudson ficou solando na bateria enquanto fomos beber água. -Que tal uma dose de Heavy Metal? Wratchild! 10º Wratchild – Sempre tem aquele grupo headbanger, claro. Não podia faltar, o grupinho fez uma rodinha punk lá no meio fazendo o sinal do metal pra gente. Eu sorri e fiz de volta e prossegui cantando até o final e até eu pirei no solo, apesar de não ter ficado lá grande coisa. Senti falta de mais um guitarrista na banda, faria diferença. 11ª – Jeremy – Uma música com uma apresentação bem modesta. Galera cantando junto e banda sincronizada. Mas foi bem legal ter uma música do Pearl Jam incluída ali. -Estão cansados? -Não!! - a empolgação tomou conta de todos. Eu estava cansado, mas meu sangue ainda estava fervendo e eu estava gostando muito daquilo, queria cantar até cair duro no chão.
  • 18. - Então vamos continuar. Agora é pra porrada estancar!! 12º - Ela Roubou meu caminhão – Um Hardcore pra varia e fazer aqueles metaleiros soltarem o que tinha dentro deles. Mais uma roda punk linda se formou ali, com os caras se estapeando. Minha garganta indo pro inferno, mas eu estava feliz, meu primeiro show, cantando Matanza, sendo aplaudido, banda sendo bem recebida. E mais uma vez fui recebido com gritos e sinais de metal. -Obrigado ao Rockstreet Bar por essa oportunidade. Espero voltar mais vezes, assim como meus amigos. Na guitarra Math, no baixo Suzuki, da bateria Hudson, e eu no vocal, Izzy Black! Math foi até o microfone e falou: -Vamos tocar mais uma aqui pra terminar. Exclusivamente com o meu back vocal, musical difícil pra caralho! Mas vamos arriscar aqui Izzy! 13º - B.Y.O.B – Pensamos muito em qual música finalizaria o nosso show. Mas nada poderia enlouquecer alguém quanto uma música do system of a down, banda preferida do Math. Um música que exigiu muita técnica de Hudson que ficou como louco na bateria, e Suzuki esculachando no baixo. Math solando e cantando ao mesmo tempo. Meus gritos estavam muito engraçados. Praticamente todos estavam pulando, e apareceram uns loucos bêbados estavam invadindo nosso espaço, um deles até roubou o microfone do Math e começou a cantar comigo. Assim que acabou a música desci e fui à galera com o microfone na mão. -Valeu seus putos! Nunca vou esquecer esse dia! Saímos dali com um pequeno cachê de 300 reais e uma satisfação imensa de ter feito o primeiro show da nossa carreira. Dali em diante eu sabia que ia ser direto. Na semana seguinte, surgiu mais um show para nós fazermos. Eu dessa vez estava mais empolgado que Math. -Caralho... Dessa vez eu vou botar pra fuder!
  • 19. -Mas que boca imunda cara! – Suzuki chamou minha atenção. -Foi mal. Mas nós vamos fazer o show de abertura para um campeonato de futebol! -Ah Izzy, esqueci de te dizer. Vamos tocar só cinco músicas. Nem considere um show. É uma apresentação simples, não é público de rock, então vamos pegar leve. Vai ser bom pra nossa divulgação, e vamos receber 200 reais pra tocar lá. – Intrometeu Math. -Tranquilo. Vai ser essa semana né? -Sim, depois de amanhã. Pelo menos dessa vez não vai ser muito longe. – Suzuki respondeu. Mais dois dias de treino. Preferimos deixar o mesmo setlist e dele nós selecionamos as cinco músicas que seriam tocadas. O dia da apresentação chegou. Era um clube bem famoso no Rio de Janeiro. Na entrada seguranças nos revistaram, entramos tranquilamente. Menos Hudson, ele estava com uma garrafa de Whisky que não patrocinava o clube. -O senhor não poderá entrar com esta garrafa. -E quem vai me impedir? Seu merda! -Se você continuar insultando terei que retirar você daqui! -Me tira então. Só que não vai ser você sozinho! -Ô Hudson! Deixa disso! Vai prejudicar a gente caramba! – Gritou Suzuki. Hudson jogou a garrafa no chão, quebrando e deixando cacos de vidro no caminho. -Quando eu terminar o show eu volto e acabar com você, seu lixo! Eu nunca tinha visto o Hudson se comportando daquele jeito, mas dava pra ver que ele estava totalmente embriagado.
  • 20. Após uma chata cerimônia de abertura subimos ao palco, olhei aquele pessoal que estava por lá. Havia umas 800 pessoas. -Agradeço ao Clube... Por nos trazer aqui, é uma honra tocar pra vocês. Então tocamos as seguintes músicas: 1º - Vamos Fugir 2º - Proibida pra mim 3º - A sua maneira 4º - Será 5º - Sweet Child O’mine – incluímos de última hora. A maioria conhecia e daria uma boa impressão. Foi um show pouco empolgante, foi mais pra divulgar a banda. E assim que acabou Hudson saiu da bateria e voltou nos seguranças. Decidi segui-lo. -Eu falei que ia voltar seu babaca! -É aquele cara te novo! – Gritou um dos os seguranças. -Seus lixos... Não é patrocinada é o caralho! – Gritou Hudson acertando um soco no segurança. E logo veio outro e ele derrubou. Hudson começou a quebrar algun vidros que tinham por ali. -Vocês acharam que eu não ia voltar! -Porra Hudson para! – Gritei. – Estava preocupado de sobrar pra mim. Math e Suzuki não estavam ali. Logo chegaram mais seguranças nem um pouco felizes com a nossa presença. -Tira esses caras daqui agora! Eles nos pegaram pelos braços e nos levaram para fora dali. E ainda por cima, para o nosso azar, tinha uma viatura da polícia militar parada do outro
  • 21. lado da rua. Então eu e ele fomos parar na delegacia para esclarecer o acontecimento. Mesmo que eu não tivesse culpa. Não quero contar muitos detalhes desse dia. Mas eu posso dizer fiquei muito puto com Hudson. Eu queria até que ele saísse da banda. Mas mudei de idéia, ele fazia um bom trabalho e apesar de ser um bêbado brigão, era boa pessoa. Ficamos uma semana sem ensaiar depois daquilo, e esse tempo Suzuki usou para começar a compor músicas para a banda. Então surgiu mais um show pra gente. Seria um show em outro bairro, perto do nosso, em um espaço de show bem conhecido na região, e nele seria tocado o set completo. -E a Izzy, Está preparado pra repetir a dose do último show? – perguntou Math com um sorriso no canto da boca. -Pode ficar tranquilo, dessa vez não vou ficar tão nervoso, não será meu primeiro show. E vai ser muito melhor do que último. Eu sabia que o público seria menos exigente, em sua grande maioria eram estudantes do ensino médio, pessoas que iam atrás de curtição. Então o que eu deveria fazer era esperar para ver acontecer. No dia, não saíamos tão cedo. O Show começou às dez e meia, e foi até as 00:30. Foi fácil de levar e sem tanta exigência quanto no primeiro. Porém, em nível de empolgação foi fraco. Não rolou roda punk, galera pulava só algumas vezes. Enfim, o público foi razoável, mas atuamos no nosso melhor possível. Quando eu estava saindo do palco junto com os outros, havia uma garota me olhando e ela parecia que trabalhava por ali. -Olha Izzy, como as mulheres brotam quando se tem uma banda! – Zoou Hudson. -Ih cara, não é nada disso! Fui ajudar o Math e Hudson a guardar os equipamentos dentro do carro. Que praticamente estava sendo alugado pra gente desde o primeiro o show. E logo a garota veio falar comigo.
  • 22. -Izzy não é? -Sou eu mesmo. E você quem é? -Meu nome é Mariana. Mas pode me chamar de Mari. Mariana era realmente uma mulher atraente, cabelo castanho escuro, olhos cor de mel, era moreninha e tinha um sorriso contagiante. -E o que você deseja aqui, Mari? -Ah... Ah, é que eu curti o som de vocês e eu estou a procura de uma banda pra tocar. -Desculpe, mas nossa banda já está completa. Math ouvindo a conversa já foi me cortando. -Tu é louco cara?! Você mesmo disse que a gente precisa de mais um guitarrista! Fiquei sem entender, mas logo deu pra perceber que ele estava dando em cima dela. Que babacão. – Sorri. -Ah como você sabe que eu toco guitarra? Eu nem falei. -Sei lá. Geralmente garotas procuram aprender a tocar guitarra. Aparece lá amanhã no nosso estúdio pra fazer um teste. – Falou Math e entregou a ela um papel com o endereço anotado. -Valeu. Agradeço a vocês pela oportunidade. E Izzy, parabéns pelo show. Apesar de Math ter tido atitude de chegar nela, ela não parava de olhar pra mim. Obviamente eu também olhei, era uma garota atraente e tocava guitarra, impossível não ter aquela espécie de atração. Já tinha visto que o próximo ensaio seria bem interessante. No dia seguinte, cheguei ao estúdio e lá estava Mariana com seu instrumento já tocando. Tenho raiva de mim até hoje por não ter visto aquilo.
  • 23. -E aí Izzy! Você chegou tarde cara, perdeu a Mariana tocando. Ela é uma ótima solista. Eu esperava a entrada de uma guitarrista de base na banda, mas Math fez questão de colocar Mariana junto com ele nos solos e fariam um revezamento em algumas músicas. Seria algo interessante e eu queria muito começar os ensaios junto com Mariana. Logo Suzuki chegou e iniciamos nosso ensaio, não foi diferente dos anteriores, mas as guitarras sincronizadas davam um ar de som mais perfeito e mais forte, mais bonito. Também comecei a sentir que eu precisava começar a cuidar da minha voz, precisava de um mentor. Eu ainda queria conhecer meu Ídolo Jack Brown Stone. Talvez ele pudesse me ensinar muitas formas de cantar. Naquele ano, ainda fizemos mais seis shows pequenos. Compramos uma van para carregar a banda e os equipamentos, este era dirigido por Hudson – Por incrível que pareça. Suzuki estava compondo músicas próprias da nossa banda, Math começou a me ensinar violão para dar uma ajuda nas apresentações e nosso desempenho nos ensaios estava ficando cada vez melhor. O ano de 2009 estava chegando e estávamos prontos pra fazer mais shows e sermos conhecidos no Brasil inteiro.
  • 24. Capítulo 3 - Convite ao Festival Lendas do Rock! 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Pitty Detonautas Matanza Capital Inicial Charlie Brown Jr. Pérola Mouse Blood Konba My Friday Criativa Hell Hunters City of Syn Glass Skull Day Mais Valia Tubarões do céu Macacos Azuis Dredloco Eros Anarky Soul Zeus Tarântula Tiranus Menina Fria Cavalo de Tróia Ano de 2009 O ano seguinte começou calmo, estávamos parados com shows, apenas ensaiando músicas que Suzuki estava compondo com Math, fazendo testes com a minha voz, e vendo os melhores acordes para as músicas. Pra melhorar minha presença de palco, nos tempos livres, eu assistia vídeos de festivais como: Lollapalooza, Rock am Ring, Rock in rio, etc. Isso me fazia buscar inspirações, conhecer novas bandas, geralmente eu fazia isso junto com Math e Suzuki que sempre me davam umas dicas de apresentação. No mês de janeiro continuamos fazendo shows em alguns eventos pelo Estado do Rio mesmo, conheci tantos lugares que eu nem tinha idéia de que existia. Teve um na baixada fluminense (Não Lembro se havia sido em Caxias) que foi muito louco, devia haver trezentas pessoas lá, o lugar era grande, havia um palco grande e bem decorado, o lugar tinha diversas luzes piscando como nome do evento (Metalgrafia), telões no nosso fundo, havia bares no fundo e naquela noite iria tocar mais outras duas bandas. A partir dali começaríamos uma nova seqüência de shows com o setlist renovado. Ele contava com dez músicas, sendo que cinco delas eram autorais. (Não revelarei as músicas autorais agora) Mas posso dizer que tocamos: “Symphony of destruction”, “It’s so Easy”, “Scar tissue”, que eram do primeiro set, e renovamos com “Mulher de fases” dos Raimundos e finalizamos com “Suite- Pee” do System of a Down. Parecia que havia virado nossa marca finalizar com uma musica do system of a down. Este foi um show também memorável, pois Mariana atuou em seu
  • 25. melhor nível, era um evento lotado e com pessoas de diversos lugares além de um palco bem espaçoso que deu pra explorar bem, público cantou todas as músicas com a gente; bem animado. Após este, fizemos outro evento na zona sul da cidade. Era uma típica balada que também tocava rock, havia também três DJs tocando variados estilos, mas nada se compara á uma banda ao vivo, e então fomos convidados por e-mail para abrir o evento. Haviam nos visto tocar no evento anterior e se interessaram. Repetindo setlist, incluindo no set, no intervalo entre uma musica nossa autoral e “Scar Tissue”, Math foi até o microfone e assumiu o vocal improvisando um trecho: “Don't wanna close my eyes I don't wanna fall asleep 'Cause I'd miss you, baby And I don't wanna miss a thing 'Cause even when I dream of you The sweetest dream would never do I'd still miss you, baby And I don't wanna miss a thing” Todos aplaudiram este belo momento em que Math cantou “I don’t wanna Miss a Thing” do Aerosmith. Esse momento fez com que esse show fosse marcante. Seguindo com os shows, fizemos outro no interior do Rio com o primeiro seguindo set, foi um show pequeno, com um público bem “mais ou menos”. E o último do mês, foi em um clube bem interessante na zona oeste do Rio. Foi um lugar simples, porém interessante, era um local com um tema de cassino, um pequeno palco, headbangers e roqueiros em geral estavam por lá curtindo uma boa música antes de chegarmos para fazer nossa parte ao vivo.
  • 26. Três shows não era nada para nossa carreira, uma banda iniciante, sem muitas chances de mostrar o nosso verdadeiro valor. Mas logo no mês seguinte fomos surpreendidos com uma correspondência. Hudson vinha em nossa direção com um papel na mão, uma cara de felicidade na qual era difícil vê-lo. Porque aquele idiota vivia de cara amarrada, e com aquele maldito fedor de cachaça que não saía dele. Só sorria quando vinha com umas piadas estúpidas que dava vontade de mandar ele se fuder. -Seus putos! Olha isso aqui, chegou uma parada aqui no estúdio pra gente. No remetente está: Produtora Luckman. – Mostrou Hudson. -Que porra! Se interessaram pra gente gravar um CD, somos incríveis! – Novamente Math sendo afobado. -Cara, você nem leu isso! Abre primeiro pra não se decepcionar! – Alertei. Mariana tomou o papel das mãos de Math com atitude, se afastou e abriu a carta. Seus olhos se arregalaram ao ler a mensagem que ela trazia. Logo leu em voz alta. Mariana completamente feliz largou o papel e jogou em cima da mesa. -Prezada banda Glass, Sou o empresário e produtor Carlos Luckman, estive presente em um evento que vocês tocaram no mês passado, o "metalgrafia", no qual vocês se desempenharam muito bem e eu achei a harmonia da banda de vocês muito interessante. Então, por conta disso, gostaria de convidá-los para o festival "Lendas do Rock" que ocorrerá em São Paulo, na Capital. Espero encontrá-los em breve para explicar o festival e confirmar a participação de vocês. *No Rodapé, Carlos deixou o endereço e o telefone da produtora.
  • 27. -Então garotos! É pegar ou largar, uma oportunidade dessas não se tem todos os dias, ou vocês levantam esse traseiro daqui e vamos atrás de shows pra fazer, ou eu estou fora! Mariana mostrando atitude me fez novamente admirá-la. Ela ficava sempre calada, apesar de participar na parte musical, não tomava decisões. Mas naquele dia, mostrou que não estava de brincadeira. -Bem, acho que nós teremos que ir até o Carlos, já que o interesse é nosso. Veremos qual é desse festival. Deve ser um festival como esse que estivemos tocando. – falou novamente Math desmerecendo. Ele era um cara muito negativo, isso contrariava sua característica de homem determinado. Preparamos algumas coisas como documentos, alguns pertences da banda, exceto instrumentos, e fomos até a produtora para conhecer o Sr. Carlos Luckman. Durante todo o caminho, Math estava sendo negativo, Suzuki e Mariana se entreolhavam e não estavam gostando nada daquilo. Falava frases e mais frases de desmotivação, até que Mari o pego pelo pescoço e o - jogou contra a parede. -Olha aqui seu moleque, já estou cheia de você falando coisas desse tipo. Se você me colocou em uma banda de fracassados pode esquecer sua carreira; Se for pra achar que tudo que vai fazer não vai dar certo, joga essa porra dessa guitarra que você toca no lixo, e vai trabalhar com algo! Olhou para todos nós soltando- o e seguiu o caminho para frente, com raiva, olhou para todos nós. Vi que em seus olhos escorria uma lágrima, não sabia se era de arrependimento, de raiva, ou fragilidade. Mas tinha certeza que algo na banda mexia com suas lembranças ou emoções. -E vocês... Não serão fracassados não é? Vão Seguir isto até o fim, certo? Todos confirmaram positivamente com a cabeça, inclusive Math que estava se sentindo mal, e no fundo concordando com Mariana. -Então o que estão esperando? Vamos até o produtor e ver o que nos espera.
  • 28. Seguimos calados por muitos minutos, até chegar o prédio da produtora. Era um lugar grande, cheio de salas. Mas a única que nos interessava era a do produtor e diretor Luckman. Chegando lá, um homem cabeludo, com um estilo de conquistador, bem sério, com barbas á fazer, e com um ar meio que “Caça talentos”. -Bem vindos banda Glass. Espero que saibam por que estão aqui. Entreolhamos-nos e Suzuki respondeu. -Na verdade não, você disse sobre o festival. Mas entendemos pouco. Carlos coçou a cabeça, tirou os óculos que estava usando mandou a gente sentar em um grande sofá que havia em sua sala. E começou a falar. -Estive presente no evento Metalogia na em Caxias á procura de uma banda autoral e que esteja começando. Gostei das músicas feitas por vocês e também souberam desempenhar o os covers em uma ótima forma. -E por que escolher nossa banda pra um grande festival? – Math sendo negativo, não havia bastado o que ele havia escutado de Mariana. -Bem, o Festival “Lendas do Rock” está acontecendo pela em uma versão brasileira, já tiveram edições anteriores na Alemanha, Irlanda, Inglaterra, e ano passado houve um mega evento deles na Austrália. -Que foda! – Se expressou Hudson. -Enfim, o festival conta com cinco dias e cinco shows. Sendo que o show principal de cada dia é uma banda nacional famosa que ainda não foram confirmadas. Já as outras quatro bandas de abertura, são nacionais e amadoras com o objetivo de se destacarem e serem conhecidas nacionalmente. O “Lendas do Rock” será transmitido pela TV, em canais por assinatura de grande audiência... o “RockTV” e o “InterShow”. (***Nota do Autor: Canais Fictícios) -Caramba... Que sorte a nossa. Esperamos não decepcionar você com nossa apresentação! – Respondeu Hudson ficando sério naquela conversa.
  • 29. -Exatamente, vou cobrar muito de vocês, o festival procurou algumas produtoras do país para indicar bandas. Encontrei vocês, e a banda “Mouse Blood” já até fechei o contrato com eles. Agora é a vez de da banda “Glass”. Carlos sorrindo entregou um contrato para Hudson assinar já que era o mais velho da banda, ele ficaria responsável por esta parte de negócios com a banda. Ao assinar o contrato com o produtor, Carlos pegou um envelope em sua mesa, e entregou para mim dizendo. -Bem, estou muito feliz por isso. Digitei isso ontem explicando mais detalhadamente, como terão que se preparar para o evento, e também sobre a hospedagem que logo irei reservar para vocês. Até logo jovens. Olhei o envelope e abri para ver sobre o que tinha dentro, e logo o que me chamou atenção, foram as regras para o setlist: Terminei de ler, e achei justo o modo que aquelas regras estavam organizadas, poderíamos deixar o nosso set do jeito que a gente queria, e ainda ia haver alguns modos diferentes de se apresentar. Em minha opinião, a banda ia ter que amadurecer bastante para preparar este novo set pro festival. E é claro que teríamos que fazer outros shows até lá, mas não poderíamos revelar algumas coisas que iriam ser diferentes no dia do evento. Então continuamos repetindo o antigo set nos seguintes shows. Regras para o setlist -Total de 10 músicas para a apresentação. Podendo organizar na ordem que quiser, porem deve conter: -Incluir 6 músicas autorais. -Incluir 3 covers. -Incluir uma música acústica. *** As bandas não podem estourar o tempo de show: 1:20 no máximo.
  • 30. Nesse tempo, iniciamos uma rotina intensiva de ensaios, mais de cinco horas por dia praticando. E até mesmo nossas próprias músicas que começamos a mudar algumas coisas no decorrer do tempo, o modo em que elas eram tocadas, alguns trechos; podíamos fazer isto, pois elas ainda não estavam gravadas em um cd, porque ainda não tínhamos; estavam ficando muito interessantes. Mariana, diferentemente de antes, preferiu ficar na parte da guitarra base e foi muito fundamental na idealização das músicas, vi que era muito inteligente e criativa. Começou a me ajudar muito nos ensaios. E no final de cada ensaio e apresentação, ficávamos conversando sobre diversas coisas de nossas vidas, descobri muita coisa sobre ela, inclusive o porquê do nervosismo com Math no dia de falar com o produtor. Ela perdeu diversas oportunidades de carreira na vida, seus estudos iam mal, sua família estava em uma extrema crise financeira, inclusive com seus país separados. Seus avós haviam falecido há pouco tempo e isso desmotivou ela em diversas coisas, assim ela largou os estudos e começou á trabalhar em uma padaria ganhando muito pouco. Quando nos conheceu, largou o emprego e apostou todas as suas esperanças em nossa banda, que apesar de não ganhar muito dinheiro conseguíamos nos divertir e nos sentir felizes. Assim como eu e Math também havíamos parado de estudar. Foi uma merda pra convencer minha família. Estávamos vivendo com a venda de camisas de bandas em nosso “estúdio”. Suzuki estava comprando-as de são Paulo para revender. Tava dando um ótimo lucro, já que havíamos conseguido um atacado delas bem barato. Além disso o cachê de nossos shows haviam aumentado um pouco e o número de apresentações também. Descobrimos vários “Points” para tocar, até mesmo praças públicas estavam ótimas para se treinar a apresentação; Nas praças recebíamos uma “merreca” dos comerciantes das redondezas, porque os shows aumentavam seus lucros. - Bendito capitalismo. Nesse período de tempo, fizemos mais de trinta shows, até a chegada do grande dia da viagem para o festival, eu estava muito nervoso, nossa bagagem pronta. Eu e o pessoal compramos algumas roupas diferentes para a
  • 31. apresentação, queríamos inovar e mostrar muito profissionalismo, afinal seríamos televisionados, talvez internacionalmente. No avião, lugar que não ficamos tanto tempo. Fizemos uma reunião e ganhamos o “LINE UP” do evento que estava extremamente foda. Caímos em um dia de uma banda que eu não conhecia na época... -Não conheço essa banda direito. – Falei. -Que droga hem Izzy! Matanza é foda! – Zoou Hudson. -Cara vai ter Detonautas! – Exclamou Mariana sorrindo. -Esse dia do Detonautas vai ser ótimo, mas olha esse do Capital inicial. As bandas desse dia se deram bem, terá muitos adeptos nele. – Acrescentou Suzuki. -Vocês estão pensando demais nas outras bandas e esquecendo que temos que se lembrar da nossa GLASS. – Concluí. Assim que chegamos ao hotel, que ficava do lado do espaço do festival tivemos que mostrar o nosso contrato como se fosse uma credencial e assim pudemos entrar. O espaço do evento era um lugar grande, com camarotes á esquerda, um grande palco e torres com câmeras televisivas já posicionadas. Isso já podia ser visto da entrada do hotel. Assim que entramos na recepção, haviam alguns fotógrafos que não paravam de nos perseguir, inclusive as outras bandas que estavam chegando. E é claro, fiz pose pra foto para aproveitar. Na porta, Carlos Luckman estava nos aguardando na recepção. -Vou levá-los até o quarto, deixem que os mordomos levem seus pertences... E no caminho continuou falando. -Bem, sei que vocês vão precisar de equipamentos melhores, precisam melhorar o visual da apresentação; então vou dar-lhes uma ajuda financeira. Provavelmente vocês não pensaram muito nisso.
  • 32. -Verdade. Acho que uns backgrounds cairiam bem. – Mencionou Suzuki – Tenho noções sobre isso, se quiser posso ajudar nessa parte de fazê-los para passar no telão durante nosso show. -Ótimo, vou chamar minha equipe de programadores amanhã para nos ajudar. Chegando no quarto, fiquei admirado com o lugar. E logo na porta já estava escrito Glass. Dentro, super espaçoso. Um imenso sofá acolchoado para reuniões, uma sacada com vista direta para o palco, dois banheiros e uma linda banheira em um deles, diversas decorações de bandas, inclusive um grande pôster lindo do Guns n’ Roses que eu fiz questão de roubar. (Como fui filho da puta nesse dia) Mas além da vista pro palco, tínhamos uma grande TV no quarto se quiséssemos acompanhar por ela. Claro que não, utilizamos para assistir filmes enquanto nada havia começado, então só tínhamos que relaxar e aproveitar aquele lugar luxuoso que o “Lendas do Rock” nos proporcionou.
  • 33. Capítulo 4 - Inicia o festival lendas do Rock... Bandas irreverentes! Ainda em 2009 - Inicio do Festival Após vários dias se preparando, e dois dias descansando no hotel, finalmente havia chegado o primeiro dia do festival. A área do festival estava cheia de repórteres das emissoras, inclusive das emissoras da TV aberta, Globo, Record, SBT, todos presentes fazendo reportagens. E As emissoras que iam transmitir, tinham uma torre com os seus apresentadores dentro, e no fundo o palco. Estava começando á chegar gente por lá ás 10:00 horas, o local era cheio de lanchonetes de fast food, lojas de roupas, bebidas, locais interessantes para tirar fotos, entre outras coisas que eu ainda não sabia o que era. Ás 15h00min, a TV começou á transmitir a abertura do festival, algo que era exclusivo na televisão, pois passava mostrando as outras edições nos outros países. Descobri que na Irlanda houve um show memorável do Green Day no ultimo dia de festival. Uma vinheta bem emocionante anunciava, enquanto o palco dava os primeiros sinais de “vida”.
  • 34. Era um evento para bandas do cenário underground no rock nacional, e que as bandas principais ajudavam muito a chamar público para o festival. Uma bela jogada de marketing, já que eles não precisavam pagar as iniciantes, apenas as famosas. Esse tipo de evento sempre dava certo, tanto os empresários quanto as bandas saiam no lucro, literalmente. São Paulo foi uma ótima escolha de lugar para o “Lendas do Rock”, pois é um lugar que concentra um publico fiel de rock e metal. Não que o Rio de Janeiro fosse ruim, pois deve se lembrar de que o Iron Maiden e o Red hot chili Peppers atingiram o seu maior publico em um festival carioca. Estávamos muito bem acomodados para assistir os shows daquela tarde e daquela noite. Esperávamos novidades e aprender a cada show antes do nosso, conhecer bandas novas, e sentir aquela energia de um publico de 50 mil pessoas. Fiquei também impressionado com o numero de patrocinadores que havia naquele lugar, e não era coisa merda não, eram empresas multinacionais, e emissoras de TV e rádio estrangeiras. Puts, eu estava realmente nervoso, eu não sabia como ia me comportar na frente de tanta gente, só me restava observar o show dos outros novatos e ver no que dava. Peguei uma bela de uma Budweiser que era patrocinadora do evento, e fui para a sacada acompanhar os shows que iam começar em breve. 1º Dia de shows Aquele primeiro dia foi começou bem fraco com a banda Zeus, tocando covers bem desconhecidos e suas musicas autorais nada prometedoras. Seguiu com a banda Tubarões do céu, que foi até legal, que tocou Led Zeppelin, Cazuza e suas musicas próprias eram boas. A banda Hellhunters foi a mais empolgante pelo seu Trash Metal de natureza, porém na hora de tocar o cover foi mal, nada que atrapalhasse seu desempenho, fez um cover legal do Slayer com alguns erros, mas valeu a pena. Seguiu com a banda Pérola, que já começou fazendo dois covers seguidos do Nightwish e fez um show completamente autoral de músicas góticas, inclusive seu acústico que foi de emocionar, banda prometedora. O
  • 35. melhor de tudo que três musicas foram em português, algo raro no cenário gótico. Por fim, encerrando aquela noite do festival a irreverente cantora Pitty foi com tudo para o palco, muito linda, foi uma pena eu não ter conhecido conhecê-la aquele dia. Começou com a musica “equalize” e a gritaria tomou conta do festival, seguiu com outras canções que eu não conhecia muito bem na época. Pelo menos não faltaram os sucessos: “Admirável Chip novo”, “na sua estante”, e um ótimo encerramento com “máscara”. Estava lotado de fãs dela por lá, já era de se esperar isso no show principal de uma cantora famosa. Só naquele dia deu pra sentir a vibe do evento, que após os shows do palco ainda rolava Dj’s tocando rock em um outro espaço, e algumas exposições sobre musica em geral. Até desci para dar uma olhada com a galera, não demorei muito, logo voltei pra dormir. O dia seguinte parecia ser interessante. E assim chegava o segundo dia do festival, acordei com uma barulhada infernal que Math fazia treinando um solo nos equipamentos do hotel. -Caralho Izzy, vai ficar foda! -Ah cara, vai dormir! –Me incomodei. -Sério isso cara? Tenho que treinar, não quero passa vergonha nesse público imenso. E vou mostrar pra minha antiga banda o que eles perderam! Liguei a TV e fiquei surpreso com quem estava como convidado no estúdio da transmissão do festival. Jack Brown Stone, meu grande ídolo. Parei pra assistir falando, disse que naquele dia tinha muitas expectativas na banda Mouse Blood, e que ele já conhecia de antes. Disse também estar na expectativa dos shows da Dredloco e Skull Day nos dias seguintes, porém eram bandas conceituadas no sul do Brasil. E já as bandas principais, todos podiam esperar atuações em nível máximo. Fiquei em êxtase quando vi que ele estava presente, precisava encontrar com ele naquele festival o breve possível, era meu sonho conhecer Jack, e eu ia fazê-lo.
  • 36. Mari estava bem pensativa na sacada, olhando para o palco, e não tinha falando com ninguém. Resolvi conversar com ela um pouco. Pouco foi modo de dizer, pois ficamos conversando por um bom tempo, e foi o suficiente para perceber o quanto ela era interessante, compreensiva, gostava de coisas divertidas, e era muito inteligente. 2º dia de shows Paramos de conversar quando a banda tarântula subiu ao palco naquele fim de tarde. Foi a primeira banda iniciante que vi um tecladista que por sinal também era o pianista. A sonoridade da banda estava ótima, músicas boas de ouvir, letras inteligentes, e uma ótima vocaista. Mas o destaque mesmo foi o cover de “Bring me to life” de evanescence Em seguida, Macacos azuis foi uma banda muito horrível, nem gosto de lembrar, erraram muito, tocaram musica ruim, o som estava baixo, tiveram que parar o show algumas vezes, passaram vergonha. E eu me perguntava o tempo todo, quem teve coragem de levá-los para aquele festival? City of Syn entrou com tudo no palco, puro heavy metal autoral. Dos três covers, abriu com “Master of Puppets” do Metallica, No meio tocou “Nova Era” do Angra, e finalizou com “Train of consequences” do Megadeth. Um show incrível compensando a merda que foi os Macacos azuis. A banda seguinte era a que Jack Brown havia dito que era uma das promessas. Chegaram colocando belas alegorias no palco, coisas bem legais pra dar um visual no show. -Conheço essa banda, vou ir lá pra baixo pra ver de perto. – Falou Hudson. Nós das bandas, podíamos ir assistir o festival de onde quiséssemos, então aproveitei pra descer com Hudson, e chamei Mari para me acompanhar. Mouse Blood entrou tocando “Thunderstruck” do AC/DC, puta que pariu! Aquilo foi sensacional, nem sempre uma banda ousa tocar uma música do AC/Dc, e quem e errar uma musica deles em um grande publico sempre foi um pecado. A banda tocou belas musicas autorais, surgiam vários mosh pits
  • 37. gigantes em nas suas músicas autorais, era uma banda bem conhecida na internet. No meio do Show tocou mais dois covers. Fairy Tale do Shaman, que foi emocionante naquele show, uma apresentação de gala pra ninguém botar defeito até mesmo na metade do show e logo continuou com “Unforgiven II” do Metallica que fiquei sem palavras. Finalizou com um hit autoral também que lembro até hoje um trecho: “Don’t pray for this people, God have watch with eye’s eagle I will remember, I will remember… That thing can’t be learn” *** Essa musica possuía um ritmo contagiante, e umas batidas que eram difíceis de esquecer. Senti pena de mim mesmo quando vi que ia ser difícil superar uma banda daquelas. Não estava sendo pessimista, pois isso só me motivava mais, á dar o melhor de mim na noite seguinte. Hudson não parecia nervoso. Apesar de não ser uma competição, eu queria que a Glass fosse a melhor banda do festival, todas queriam. Fomos até uma das lojas de bebidas que haviam por ali, peguei algumas cervejas pro pessoal, que logo o show do Detonautas iria começar. Logo Suzuki e Math também desceram e nos encontrou perto da loja de bebidas, e não estávamos muito longe do palco. Nesse momento os caras da banda entraram no palco e a multidão em que estávamos começou a gritar. -Fala Galera do Festival Lendas do Rock! – Gritou Tico Santa Cruz ao entrar no palco. Começou com a música “Retorno de Saturno”, um belo som para animar a noite. Logo veio mais um de leve “Sonhos verdes” e o grande sucesso: “O dia que não terminou” Meus olhos grandes de medo revelam a solução ♪♫ Meu coração tem segredos que movem a solidão! ♪♫
  • 38. Seguiu com outras lentas: “O amanhã”, “Olhos certos”... Durante a música “olhos certos”, Mariana me abraçou e se aconchegou em meus braços. Senti algo diferente naquele momento, estava me sentindo bem com ela me abraçando. De repente ela parou, olhou em meus olhos e falou. -Você tem sido meu conforto ultimamente, você tem me dado o que eu preciso. Alguém para confiar e me fazer feliz. Continuava encarando aquele olhar sincero, e um sorriso resplandecente que não pude resistir. O primeiro beijo entre eu e Mariana aconteceu ao som de Detonautas em um festival que estava mudando nossas vidas. Uma garota que desde o momento que vi pela primeira vez em nosso show não pude deixar de admirá-la. -Esta noite não precisamos dizer mais nada, quero apenas estar junto com você e aproveitar o máximo que puder contigo, porque eu fui feito para você... E você querida, foi feita para mim! Assim que acabou a musica ela me abraçou novamente e não falou mais nada. O show seguiu com tico fazendo um discurso político e crítico, como é de costume dele. (Não lembro como foi. Mas nem faz mais diferença hoje em dia) Em seguida tocou “metamorfose ambulante” do Raul seixas. E o Sucesso “Quando o sol se for”. Música que formou logo um Mosh Pit (ou roda punk como é conhecida popularmente. ”Risos”), e todos cantando junto. O show continuou com “Inferno são os outros”, “Só por hoje”, “Tênis Roque”, “Você me faz também” trouxe outro momento romântico ao publico, o guitarrista deu uma zoada tocando a introdução de “Chop Suey” do System of a Down e parou fazendo uma ligação com a música “Outro Lugar” para finalizar aquele ótimo show que eu avalio como Perfeito. Esperei um pouco e vi que os caras do Detonautas estavam indo pro hotel das bandas, que era onde nós estávamos. Vi que o Backstage tinha saída pra
  • 39. lá. (Ótimo, eu ia aproveitar para começar a conhecer os artistas quando saíssem por ali) Corri até lá e encontrei o Tico indo até o portão do hotel. Que é por onde todas as bandas passavam para entrar no hotel e no festival. -Hey Tico. Tira uma foto comigo ai! – Gritei como um fã desesperado. -Fala ai cara, Tiro sim. Como você chegou até aqui? -Sou da banda Glass, que irá tocar amanhã. Curti pra demais o seu show. Mandou muito bem! -Obrigado. Irei assistir ao seu também, estou acompanhando o festival. -Obrigado, será uma honra ter você assistindo meu show. Nem se compara ao seu. Math estava com uma câmera em seu bolso e tirou uma foto minha com ele, Mariana e ele também quiseram uma foto e eu tive que tirar também. -Valeu caras, tenho que ir. Vou fazer outro show essa madrugada e tenho que ir. Boa sorte em seus shows amanhã! Enfim, voltamos ao nosso quartos, muito felizes. Antes de dormir, eu e Mariana ainda ficamos um pouco juntos conversando sobre algumas coisas e ficando mais. (Risos do Autor***) E finalmente, na manhã seguinte eu estava extremamente cansado. Não havia dormido direito e com uma bela de uma ressaca. E aquele era o dia do nosso show. Carlos chegou ao nosso quarto e todos estavam acordados, menos eu, que estava ainda dormindo em pé. -Que cara é essa Izzy, isso não é hora de estar dormindo! Math me olhou com uma cara também de preocupado, e com o olhar de concordar com Carlos.
  • 40. -E vocês? Já devia estar com os instrumentos preparados, roupas, a porra toda! -Pode deixar Carlos, vamos preparar as coisas. Estava aqui conversando com eles sobre algumas coisas no set, se estão bem afinados e tal. Porque se houver algum problema, temos músicas na reserva. Carlos olhou de novo para mim, eu estava realmente com uma olheira horrível. E eu tava bem lerdão. -Izzy, você usou drogas? Você tomou alguma coisa logo hoje no dia de um show importante? – Falou alto com um tom nervoso e preocupado. -Não, apenas dormi mal e estou com uma ressaca ferrada. Carlos zangou-se, olhou para a cara de todos e principalmente para mim. -Que falta de responsabilidade! Se vira! Toma um café, bebe água Tônica, vai ensaiar. Essa apresentação de hoje é tão importante pra mim quanto pra vocês! E logo saiu do quarto nos deixando resolver as coisas por nós mesmos. -O que você arrumou Izzy? – Perguntou Math. -Isso mesmo que eu acabei de falar pro Carlos, fui sincero! Math se calou, estava lendo a partitura das músicas. Enquanto isso eu tomava um café para ver se diminuía aquele maldito sono que estava tomando conta de mim. E logo eu precisava exercitar um pouco da minha voz e a presença de palco. Suzuki veio até mim e avisou. -Izzy, as animações para o telão estão muito maneiras, um belo visual para essa noite. -Que ótimo. – Senti-me satisfeito. – Mas cara, estou muito nervoso e preocupado com o show hoje. Não estou na minha melhor forma física pra hoje. Que droga, estou pessimista igual ao Math!
  • 41. -Apenas relaxe e se prepare. Sabe que o set que temos pra hoje é de fazer qualquer um calar a boca. Vamos impressionar qualquer um essa noite. Uma equipe do Staff do festival chegou ao quarto alegando que deveria levar os instrumentos, amplificadores e as coisas que utilizaríamos no show para o backstage. Math autorizou e ficamos por lá discutindo algumas coisas sobre o show. E fomos para a sacada assistir os shows que logo iriam começar. 3º dia de shows A primeira banda, Tiranus, tinha um estilo bem revoltado e anarquista. Já começando o show com um discurso anticapitalista. E tocou musicas próprias cheias de protestos contra a mídia. Algo que desagradou pra caralho os canais que estavam transmitindo, que logo “caíram de pau” em cima deles. Os patrocinadores então, nem se fala. Mas tirando isso, os caras arrebentaram no som deles, interagiram muito com o publico e tirou todo mundo do chão ao tocar “Killing in the name” do Rage Against the machine (Hino do Hardcore), e “Fuck the system” do System of a Down. Essa banda abriu bem o dia, um ótimo show. Memorável, para aquele publico e para o cenário undergroud; Já que a mídia não se agradou com eles. Teve um imenso intervalo de tempo ao acabar o show da banda tiranus, o palco deles estava muito detalhista. Cobriram o palco para a arrumação do show deles. Enquanto isso, saímos da sacada e fomos para o camarim do Backstage, já que nosso show seria após a banda “Dredloco”. Um show que assistiríamos bem de perto. Pois havia um caminho que levava a gente para um espaço em frente ao palco, e tínhamos direito de ficar nele. (Que beleza) Depois do tempo de espera, ia começar o show da Dredloco, que realmente não poupou grana no visual e nos equipamentos. Roupas de grife e com grande estilo, palco bem iluminado (Já havia anoitecido e isso fez com que as luzes se destacassem bem). Consegui trocar uma idéia com o Baixista e com o baterista deles na concentração, caras bem gente boa.
  • 42. Começou o show, era uma banda de rock que usava dois Dj’s fazendo mixagem no fundo. Lembrava um pouco o estilo do linkin park, só que sem um rapper. E esta era uma banda de rock alternativo e New Metal. Era de esperar uma atuação extrema de uma banda daquele naipe. Mixagens com solos bem elaborados na guitarra, um vocalista com voz tocante, lembrava um pouco a de Bruce Dickinson um pouco mais jovem. O público não parava em momento algum. Tocou o cover de “Crowling” de Linkin park. Já era esperado deles, combinava demais, tocaram Californication com algumas remixagens bem interessantes e o outro cover foi uma musica do Korn, na qual eu não conhecia. Finalizou o show deles com uma musica autoral muito incrível, era uma combinação de guitarra com dubstep e fogos artifícios em cima do palco. Quando a banda finalizou, o publico estava em êxtase total, não parava de gritar pedindo mais. Uma pena que não permitiam continuação do show, pois estouraria o tempo e o setlist. Logo a preocupação tomava conta de mim e de todo resto da banda, o publico estava em seu Maximo de exaltação, nós não podíamos quebrar aquela seqüência, aquele clima que a dredloco deixou, e fazer um show merda. Estragar o dia de todos. Era um público exigente, aguardavam o show do Matanza, aguardavam pancadaria e porradeiro. E era isso que devíamos mostrar, devíamos mostrar o melhor de nós para eles... O Staff levava nossos equipamentos ás pressas para o palco, começava á arrumar. O telão já estava preparado. Já tínhamos deixado todos os instrumentos da forma que deveria. Reunimos-nos na concentração, e só o que tive pra dizer foi: -Agora Fudeu!!!! Vamos com tudo banda Glass!!!
  • 43. Capítulo 5 - Nós somos a banda GLASS! **Nota: Em relação às musicas autorais da banda, apenas compus trechos. As músicas completas são irrelevantes para história. Assim que os outros pegaram os instrumentos para entrar no palco, fui abordado por um repórter do Rocktv. -Estamos aqui ao vivo com o vocalista da banda Glass que está pronta para entrar no palco! E ai, o que vocês prepararam para esta noite? -Bem, procuramos algo para agradar o publico desta noite nos covers, e o nosso som é algo que varia bastante, e eu prefiro deixar na surpresa. -Sensacional! E o que espera do show do Matanza? -Ah, é uma banda bem louca conheço algumas musicas e é um prazer abrir o show para uma banda desse tipo e para um publico que me parece bem agitado. -Muito obrigado pela entrevista! Essa é a banda Glass que vai tocar ao vivo para vocês. Rock Tv, a boa música para você! Aquilo me deixou ainda mais motivado, estávamos preparados já na escada do backstage.
  • 44. O telão no fundo do palco se acendeu com a animação de uma cidade cheia de prédios e de repente, o vidro de todas as janelas se quebrou fazendo um estrondoso barulho. Nos estilhaços do vidro apareceu escrito: GLASS. Com Hudson entrando em cena sentando na bateria, Math e Hudson e Mariana saíram de lugares diferentes do fundo do palco dando a introdução da música “Paranoid” em seus instrumentos. Entrei cantando cheio da adrenalina aquele cover do Black Sabath que levou o publico ao delírio. Eu estava vestindo um blazer preto com uma calça também preta, minha roupa possuía uns detalhes vermelhos que lembrava um pouco um vampiro. E para aquela introdução usava um óculos no estilo Ozzy Osborne. Finished with my woman 'Cause she couldn't help me with my mind People think I'm insane Because I am frowning all the time All day long I think of things But nothing seems to satisfy Think I'll lose my mind If I don't find something to pacify Can you help me? Occupy my brain? Oh, yeah I need someone to show me The things in life that I can't find I can't see the things that make true happiness I must be blind Make a joke, and I will sigh And you will laugh, and I will cry Happiness I cannot feel And love to me is so unreal And so as you hear these words Telling you now of my state
  • 45. I tell you to enjoy life I wish I could But it's too late Ao finalizar, fomos ovacionados por aquele imenso publico, era o nosso maior até então. Inclusive os telespectadores que estavam nos assistindo pela transmissão dos canais. -Boa noite lendas do Rock!!!! (Gritos) -É um grande sonho estar em um lugar como esse. E hoje pela primeira vez vamos expor nossas musicas autorais. Então, Welcome galera!! Welcome to my graveyard! "Welcome to my Graveyard" Disguise faith hide fear take the wine that is above the crypt savor and enjoy the taste of death. Break the crosses and lift the cup, Welcome to my graveyard! (Solo) Let's celebrate this fact It is the place of equalities, of eternity, souls wander towards immortality. Open up your life, come the conquest Break the crosses and lift the cup. Welcome to my graveyard! Souls settle down with mystery,
  • 46. Sit there and hear the sweet story... Durante toda essa musica observei a atenção do publico á letra que não era das melhores, porém o que conseguimos desenvolver bem nela foi o instrumental. E eu tinha uma mania de falar sempre uma frase antes de uma musica, exceto nos covers. -Eu só quero que essa noite vocês aproveitem isso aqui, e lembrem sempre do que foi melhor. The Best of Night! Look around this fucking crowd All with their bikes toward infinity Taking your girls coming from cabarets Born in hell going to enjoy... The best of the night, the beating will roll The best of the night, to drink away The best of the night, until the end of gasoline And if you do not hold, we have morphine. We could have studied, we could have worked I had every opportunity in the world But just wanted my life to explode! the best of the night! the best of the night! We want! We want! The best of the night, the beating will roll
  • 47. The best of the night, to drink away The best of the night, until the end of gasoline And if you do not hold, we have morphine. Essa musica foi muito interessante, que mesmo sem o pessoal saber cantar, eles tentaram. Mesmo sendo só o refrão. E foi bem divertida a interação entre nós da banda. -Essa musica aqui, é para os amores não correspondidos. I wrote to you but I still have not answers even after all times we were together, girl en continue sending Message to nothing ... Message to nothing ... Message to nothing ... so long that I could have devoted my own things Moments that I could have enjoyed myself I used to send message to nothingness. Aquele tipo de música não funcionou tanto naquele publico, porém também foi cantada junto conosco por ser fácil. Não demorei muito, Math sentou na ponta do palco e introduziu a música By the Way, dos red hot chili peppers. Foi delírio total daquele povo. Lembro daquela massa cantando junto com a gente, eu admito que fiquei emocionado, porém não podia desconcentrar. Standing in line To see the show tonight And there's a light on
  • 48. Heavy glow By the way I tried to say I'd be there... waiting for Dani the girl Is singing songs to me Beneath the marquee... overload Steak Knife...Card Shark Con Job...Boot Cut Skin that flick She's such a little DJ Get there quick By street but not the freeway Turn that trick To make a little leeway Beat that nic But not the way that we play Dog Town...Blood Bath Rib Cage...Soft Tail Standing in line To see the show tonight And there's a light on Heavy glow By the way I tried to say I'd be there...waiting for Black Jack...Dope Dick Pawn Shop...Quick Pick Kiss that Dyke I know you want to hold one Not on strike But I'm about to bowl one Bite that mic I know you never stole one Girls that like A story so I told one
  • 49. Song Bird Main Line Cash Back Hard top Standing in line To see the show tonight And there's a light on Heavy glow By the way I tried to say I'd be there... waiting for Dani the girl is singing songs to me Beneath the marquee... of her soul By the way I tried to say I'd be there... waiting for Ooh ah, guess you never meant it Ooh, ahh Standing in line To see the show tonight And there's a light on Heavy glow By the way I tried to say I'd be there... waiting for Dani the girl Is singing songs to me Beneath the marquee... of her soul By the way I tried to say I know you From before Standing in line To see the show tonight And there's a light on Heavy glow By the way I tried to say I'd be there...waiting for
  • 50. Mariana tomou a frente da banda junto á mim. As luzes se apagaram, a animação de fundo mudou. Dessa vez eram folhas caindo de uma árvore seca e ao fundo uma lua crescente com um céu estrelado, algo simples. Com seu violão, ela deu introdução à canção que seria a próxima. E a única em acústico no show. Weapons to my friend Watched his cold stare Realizing his defeat, Even though it was a betrayal It is time my friend it's time to fight for their dignity I leave here the weapons to my friend Luck is in your hands take care man, we are friends The vague enemy around, Stole Your Woman said to be reliable but destroyed his life go ahead ... It is time my friend it's time to fight for their dignity I leave here the weapons to my friend Luck is in your hands take care man, we are friends
  • 51. -Nessa daqui eu quero ver rodas se formando! Sei que vocês estão loucos pra isso! Girem isso ai! The angel of darkness (Pegadas de trash metal) Tears were shed, the forgotten land In the land where men are worthy Their women and children were arrested and humiliated Gagged and enslaved, are hostages of an angel. Moonlit night in mourning quench the thirst of the angel of darkness KILLED, slaughtered, DESTROYED! Angel of Darkness!! Stole, dominated, enslaved! Angel of Darkness!! A música que foi mais bem recebida até então e a musica que Math compôs com todo animo no mês anterior e tinha dado certo no show em que testamos. -Acho que está na hora uma musica em português pra vocês! Ela se chama: Construção do medo! Preparei meu povo para o que estava vindo, A rua calma com os cães ali latindo. Os soldados em posições, Impedindo rebeliões O ditador estava pronto pra assumir Aquela nação fascista que estava prestes á nascer!
  • 52. ...o caos surgiu, o novo sistema foi plantado, essa é a construção do medo... As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou! ...Construção do medo! A maior arma está preparada para o combate... Suas decisões, as religiões... Estão á postos pro ataque, As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou! As vozes foram caladas, a ditadura foi plantada, o ditador chegou! Chegou, chegou!!!!! A maior arma está preparada para o combate... Suas decisões, as religiões... Estão á postos pro ataque... ...Construção do medo! -YEAHH!!!!! Valeu galera!!! Math iniciou um solo no estilo Buckethead, um solo próprio que havia ensaiado em casa e estava muito foda. Aproveitei para apresentar a banda. -Galera, com vocês a banda!!!! Math na guitarra!!! Logo entrou uma junção com a continuação do solo com a guitarra de Mariana. -Na base Mariana! E seguindo o ritmo com seus instrumentos... -Na bateria, Hudson!! E o calado Suzuki foi na ponta do palco e desceu do palco ficando perto da grade apertando a mão do publico. -E este é o cérebro da banda, SUZUKI!!!!!! Math no outro microfone completou... -E nos vocais, IZZY GLASS!!
  • 53. -Somos a banda Glass! ...As luzes apagaram, e Suzuki voltou pro palco introduzindo uma nova musica... Como um jovem estive esperando, Esperando por uma coisa que Realmente me motivasse Tudo não passava de coisas repetidas, Fatos que estavam em meus sonhos... Estou aqui, não vou desistir... Desistir... Yeah, Yeah Meus sonhos! Estar no topo, ao seu lado baby. Feche a porta e sonhe comigo, Todas as mentiras que o mundo contou, Está apenas á um passo de desaparecer E se tornar as ilusões que sempre imaginei... Sei que eu quero crescer, Yeah, yeah meus sonhos! Estar ao seu lado, ver o pôr do sol... Yeah, yeah meus sonhos! Feche a porta e sonhe comigo, Todas as mentiras que o mundo contou, Está apenas á um passo de desaparecer E se tornar as ilusões que sempre imaginei... As estrelas estão olhando por nós, Então simplesmente feche os olhos... (Solo) Yeah, yeah meus sonhos! Todas as mentiras que o mundo contou, Está apenas á um passo de desaparecer E se tornar as ilusões que sempre imaginei...
  • 54. As estrelas estão olhando por nós, Então simplesmente feche os olhos... Aplausos e gritos tomaram conta do festival, aquela musicas quando compus estava inspirado. Abracei Math, e comentei bem baixo com ele. -Deu certo... -Pode crer meu mano. -Então... Obrigado por todo carinho, a saideira especialmente pra vocês. Não pude esquecer-me de um cover desses caras que merecem todo o respeito do mundo. System of a Down pra vocês! Aquele momento foi foda demais, não posso me esquecer dos gritos ensurdecedores daquele publico fantástico que havia sido o maior até então. Contei com o Backvocal de Mariana... So I felt like the biggest asshole (Felt like the biggest asshole) When I killed your rock 'n roll (Mow down the sexy people) Every time I look in your eyes Everyday I'm watching you die All the thoughts I see in you About how I So I felt like the biggest asshole (Felt like the biggest asshole) When I killed your rock 'n roll (Mow down the sexy people)
  • 55. Every time I look in your eyes Everyday I'm watching you die All the thoughts I see in you About how I Eat all the grass Eat all the grass that you want Accidents happen in the dark Eat all the grass that you want Accidents happen in the dark Eat all the grass that you want Accidents happen in the dark Eat all the grass that you want Accidents happen Every time I look in your eyes Everyday I'm watching you die All the thoughts I see in you About how I So I felt like the biggest asshole When I killed rock 'n roll And I felt like the biggest asshole When I kill rock 'n roll -Valeu Lendas do rock! Isso foi muito foda, espero vê-los outras vezes! Essa foi a banda Glass! Ao sairmos do palco com os ânimos exaltados, depois de uma apresentação memorável. O mesmo repórter de antes veio falar comigo e com Hudson.
  • 56. -E ai Izzy, como foi encarar esse publico sensacional do “Lendas do Rock”? -Po cara, eu estou muito satisfeito pelo show ter saído no nível que esperei, esperamos que todos tenham gostado, até mesmo os telespectadores. Se quiserem entrem em contato pelo nosso site. (Falei o site) -E estão ansiosos para o show do matanza? (Fiquei meio sem jeito pois não conhecia o matanza direito) -Aqui é pé na porta e soco na cara, porra! – Gritou Hudson salvando-me daquele constrangimento. -E isso ai! A próxima banda será: Konba! Seguimos de volta para o nosso apartamento, enquanto os técnicos retiravam nossos instrumentos. Chegando ao quarto, liguei a TV e vi Jack Brownstone falando nos comentários sobre o show. Jack Brownstone: -Achei essa banda aí muito fraquinha. O Brasil não precisa de bandas cantando em inglês. E o rock no Brasil não precisa de toda essa agitação que esses caras demonstraram aí não. O vocalista Izzy, muito fraco! Essa banda ai não vai longe não. Pra mim, a grande banda do dia além do Matanza, é a Dredloco. Naquele momento meu mundo desmoronou ao ver meu ídolo de infância me criticando na TV. Meus olhos se encheram de lagrimas e de ódio ao mesmo tempo. Eu não estava acreditando no que eu estava vendo e ouvindo. -Filho da puta! Maldito Jack Brownstone! – Gritou Math. –Esse cara vai queimar nossa banda. Desgraçado! -Claro cara, isso é um negócio. Ele esta defendendo a banda que ele patrocina e tem os mesmos patrocinadores que ele! – Alertou Hudson.
  • 57. -Espero que alguém esteja do nosso lado naquele estúdio. – acrescentou Suzuki. Assim que Jack acabou suas criticas, o outro entrevistado foi a guitarrista da grande banda Buffalo, Thaiza R. Era mulher de muito estilo, tinha alargadores e cheia de tatuagens, Tinha cabelo preto e demonstrava um pouco de marra para falar sobre as coisas. -Esse cara está falando só besteira, os caras levantaram o publico e demonstraram um trabalho de qualidade. Ele só ta querendo destacar a queridinha dele, a dredloco. O Vocalista da Glass apesar de jovem soube demonstrar presença de palco e eles tiveram um ótimo desempenho. Não estou defendendo eles por causa de gravadora não, pois minha banda é completamente independente, eles pelo jeito também estão independentes e em busca de reconhecimento, e não conheço ninguém da produção deles. Só acho que devemos ser honestos e mostrar o que é realmente de qualidade! Essa declaração dela me animou, mas eu estava impressionado com o meu ídolo que me desmoralizou em rede nacional. Em seguida, o apresentador do programa comentou. -Eu sinceramente penso que a Glass atuou em bom nível, aquela musica Angel of Darkness foi espetacular. Até o final do festival veremos os destaques, voltaremos ao nosso repórter do backstage que está com a banda Konba. Estávamos apreensivos no quarto, esperávamos apenas a atuação de outras bandas e a repercussão de nosso show na mídia e no público daquele dia. Já que entrevistavam algumas pessoas depois. Suzuki e Mariana se mostravam satisfeito pelo falto da imensa divulgação. Tinham a certeza de que muitos lugares iam nos contratar para shows após aquela noite. A banda Konba entrava no palco para fazer mais um dos shows memoráveis daquela noite, foi com tudo mostrar o seu Hardcore. O legal é que tocou covers de Ratos do Porão, Deadfish e Pantera. O vocalista era do tipo
  • 58. bem elétrico, corria de um lado para o outro, suas musicas eram críticas duras á guerras civis. A banda tinha um trio muito louco de guitarristas e um baterista bem esforçado, e sim, batia de frente na boa com a Glass. Curtimos demais o show. No finalzinho do show deles, mesmo sendo bem recebido, o público loucamente gritava. -Matanza! Matanza! Matanza! Matanza! Os instrumentos deles nem estavam no palco ainda, mas a expectativa era imensa. Apesar do matanza não ser uma banda muito divulgada na grande mídia; é uma banda muito conceituada e seu vocalista Jimmy London era apresentador de um programa na Mtv. Além do mais, eles contavam com hits marcantes que ficavam na cabeça. Hudson trocou a roupa que havia usado no show, pegou seu celular e falou. -Izzy, vamos lá curtir os caras. Eles são muito foda! Olhei para Mary que estava deitada exausta, pensei em chamar mas aquele era um show que eu não ia querer ela no meu pé. Individualista eu. O publico daquele dia parecia mais empolgado e mais cheio que o do detonautas era o povo mais Headbanger mesmo, só camisa preta com estampas do Matanza, iron maiden, Metallica, Pantera, Black Sabath e coisas do tipo. Contava também com coturnos e barbas grandes. O palco estava quase pronto para o show começar, quando desceu Math e Suzuki. -Vamos ir mais pro meio. Quero encarar um Mosh! – Gritou Math. -Será que podemos? – perguntei. -Que se foda, já tocamos! – Hudson se mostrou indiferente.
  • 59. Ficamos na direção do palco, onde tinha um grupo mais empolgado. Eu estava com um pouco de medo, não sabia como era uma rodinha e ficar ali no meio em um show grande. A banda subiu um palco com uma introdução muito louca que tirou todos do chão. E o coro se repetiu: -Matanza! Matanza! Matanza! Matanza! E a banda tocou as seguintes músicas: 1 -Mesa de Saloon: Musica que soou com uma grande abertura parou o show e mostrou que a banda a banda ia vir com todo gás para fechar aquela noite. E acabou com saudações de Jimmy e a sua voz grave. -Boa noite bebuns! Esse é o Matanza, no Lendas do Rock! 2 - Meio Psicopata Mais uma música onde ninguém parou de pular e cantar junto. 3 - A Arte do Insulto A galera não parava. As rodas punks estavam rolando soltas desde o primeiro Hit tocado pela banda. E a frase que era repetida por todos era: “-Bebe demais, fala demais, mas na real não diz merda nenhuma” 4 - O chamado do bar Foi uma musica que as rodas diminuíram um pouco, mas era bem cantada... “-Vem pro bar, vem pro bar, vem pro bar!” 5 - Ultimo Bar Uma musica marcante como “a arte do insulto” que empolgou da mesma forma. 6 - Jack Buffalo Head Uma musica rápida e que na minha opinião, achei muito louco o enredo dela.
  • 60. -Essa daqui é uma musica para beber e brigar! Filhos da puta, pé na porta e soco na cara! E iniciou a seguinte musica. 7 - Pé na porta e soco na Cara Foi a musica que fez abrir 5 rodas no publico, eu fiquei impressionado e não resisti em entrar em uma roda. Não era da forma que pensava que seria. Pensava que os caras davam porrada mesmo um no outro, na verdade apenas trombavam um com os outros e quando um caia no chão, paravam para ajudar. Sim, tinha um ou outro que tomava uma porrada sem querer, ou tinha outros caras também que vinham bater na maldade. 8 - Santa Madre Cassino Um som que achei muito interessante, no telão aparecia varias mulheres diabo e o engraçado era a letra que falava de um convento que virava um cassino. Hudson já havia me falado sobre ela antes do show. Estava atuando em um nível perfeito. Não sei como eu não conhecia aquela banda antes. 9 - Maldito Hippie Sujo Nesse momento, eles tocaram essa musica que eu não parava de rir a nenhum momento. “Maldito hippie sujo, quero que vá embora saia já daqui” 10 – Matarei Ficava cada vez mais impressionado com a sonoridade e com o estilo daqueles caras. 11 - Interceptor V-6 Parte do show em que olhei pro lado e Math estava pegando uma mulher. (Risos) Fora isso a música tinha um refrão que ficava na cabeça! “-V-6! Interceptor v-6!” 12 - Bom é quando faz mal
  • 61. Eu estava mais uma vez admirado com um som foda em que todos cantaram junto e formava novamente diversas rodas punk. E Jimmy Falou: -O negocio é fazer mal mesmo... Então vamos falar de bebida! 13 - Quando bebe desse jeito [...] 14 - Taberneira, traga o gim [...] 15 - Ressaca sem fim [...] 16 - Estamos todos Bêbados Eita, estava realmente muita gente bêbada. Que musica bizarra... 17 - Clube dos Canalhas E naquele momento me apaixonei por uma musica, que sonoridade, que criatividade. Formou- se uma roda única e gigante. “-Temos um sócio no clube dos canalhas, não admitimos que apontem nossas falhas. Queremos todo dia tudo isso o que a vida tem de bom...” 18 – Tempo Ruim Soou como uma despedida... “-Ergam seus copos por quem vai partir“ 19 - Ela roubou meu caminhão A música mais famosa deles, que eu achei bem louca. Resumindo: Achei um show bem longo, e muito interessante. Esse realmente encantou todo o publico, musicas bem legais e que provavelmente continuaria ouvindo. O Vocalista bem carismático e mostrando seu jeito ogro de ser ao cantar, mas era algo que fazia parte do perfil da banda. Eu tinha certeza também que veria ele mais vezes na estrada.
  • 62. Estava ali um exemplo que eu que eu queria para a minha banda, a banda brasileira tocando apenas musicas em português e era algo que eu já ia começar a planejar mais para frente. Não conseguimos falar com ninguém do Matanza, pois eles tinham outro compromisso e saíram do festival ás pressas. No nosso caso, eu já não sabia se ficaríamos para assistir as outras bandas nos outros dias, ou iríamos seguir viagem de volta pro Rio e resolver nossas coisas. Então só me restava deitar e aguardar o dia seguinte.
  • 63. Capítulo 6 - O grande mistério... Quem é Lemon? Final do ano de 2009 No dia seguinte, fomos acordados por Carlos ás pressas batendo na porta. Sinceramente fiquei assustado e com medo de alguma notícia ruim sobre o nosso show. -Acordem garotos! A hospedagem de vocês acabou. Já é hora de vocês começarem a arrumar as coisas de vocês para voltar para o Rio. -Poxa. Pensei que ia ficar pra ver o Charlie Brown! – Questionou Mariana. -Não. Vocês vão voltar, precisam agilizar a vida de vocês, trabalhar, fazer outras coisas. A minha gravadora não está interessada em vocês. Naquele momento fiquei muito sem graça com o que Carlos havia acabado de dizer, eu esperava um acordo com ele e o lançamento do nosso primeiro disco. -Mas fiquem despreocupados, tem uma van nossa lá em baixo que vai levar vocês e seus pertences para casa, sem nenhum custo. Suzuki veio até mim e disse para eu relaxar pois isto era normal de acontecer. Carlos parecia tão interessado em nós. Mas logo revelou ter
  • 64. fechado um contrato com a banda Tarântula. Fiquei até sem o que dizer, não podia nem reclamar, pois graças á ele a nossa banda teve aquela oportunidade de se apresentar em um publico daquele nível. E vitória maior foi ter a oportunidade e mostrar o nosso trabalho. Apesar também da minha decepção com Jack Brown Stone, aprendi que quando você entra no mundo da musica, seus ídolos podem acabar se tornando seus rivais e você tem a meta de superá-lo. Em minha opinião, dali pra frente iria investir no lado independente da banda. Gravar nossas musicas e vender os discos por nós mesmos de forma amadora. -Vamos Izzy, as coisas já estão lá em baixo. – chamou Math com sua mala nas mãos. -Já estou indo. Eu estava odiando aquilo, esperava a banda sair em revistas e ser anunciada incansavelmente pela mídia. Mas foda-se, eu ia embora, mas aquilo não iria ficar assim. Chegando lá embaixo, nossos instrumentos e equipamentos de some luz já estavam na van da gravadora de Carlos e do lado de fora estava o motorista fumando cigarro e uns carregadores do festival fechando a porta. Carlos chegava e falava algo no ouvido do motorista. Uma coisa que me deixou intrigado, já era estranho o fato deles nos levar de volta. Será que eles iam tentar nos matar? -O que você tem amor? Parece estar tão abatido. – perguntou Mari, acariciando minhas mãos que estavam meio trêmulas. -Nada. Só estou chateado por não ter firmado um contrato. E também queria ter ficado pra ver o Capital Inicial hoje. -Quando a gente chegar no Rio a gente vê. Tentamos ver pela internet ou reprise pela televisão.
  • 65. Fiquei mais relaxado e fui pra van, era confortável. Tinha Ar-condicionado e rádio tocando musica boa. Porém a parte do motorista era fechada, não dava pra ver o que ele estava fazendo. -Que coisa medonha! – comentei. -Você é muito preocupado. Relaxa e dorme. Mais tarde vamos estar no Rio... Cidade Maravilhosa, nossa casa! – Falou Hudson. Eu continuava inquieto, a van saiu do portão do festival. E em meia hora de viagem todos estavam dormindo. Inclusive Mariana apoiada no meu ombro. Tocava Sympathy for the devil. Uma musica que é relaxante e foda. Eu ficava ali pensando no que fazer pra ganhar dinheiro e divulgar a banda, eu precisava montar uma equipe boa pra isso. Fazer algo bem legal pra chamar atenção de pessoas. Em duas horas de viagem eu estava sonolento, tinha cochilado um pouco quando acordei já estávamos na estrada que dava acesso ao Rio de Janeiro. Logo o motorista reduziu a velocidade e estava parando em um acostamento. E levantei pra olhar. -Puta que pariu... Duas viaturas da policia federal! O pior não era isto, pois eu não devia nada. Eles estavam já apontando arma pra gente. E isso parecia que estava em meus presságios. E quando gritei todo mundo acordou. O motorista estava com um rádio na mão e falou. -A casa caiu... Alguma coisa estava muito errada ali, tinha armação naquela parada e o motorista sabia e eu desconfiava. Ele desceu da van com as mãos na cabeça enquanto continuávamos ali. -Vocês também! Desce todo mundo! Seus vagabundos! Continuamos sem entender, peguei o celular e desci tranquilamente sem entender nada.
  • 66. -Estão esperando o que? Mãos na cabeça e fiquem de costas encostado no carro. Soldados Amaral e Silva podem revistar o carro enquanto eles estão aqui sob controle. Os policiais começaram a vasculhar a van jogando nossas coisas no chão, além disso, utilizavam um cão farejador para procurar alguma coisa. -Coé policial. Vai quebrar nossos equipamentos! – Gritou Hudson. -Foda-se! Que equipamentos? Esses daqui? – Perguntou puxando dois tabletes com maconha do carro. -Que merda é essa? Isso não é meu! – Gritei. -Mais isso deve ser! – Puxou mais algumas caixas carregadas de cocaína. -Mas... – Questionei. Enquanto os outros da banda ficavam quietos. -Essa porra não é minha. Armaram pra gente! Filha da puta! – Gritou Hudson empurrando um comandante. -Podem algemar! – Gritou o comandante que havia sido empurrado. O motorista da van permanecia quieto e também foi algemado e colocado na viatura junto comigo e com Math. Enquanto os outros foram na outra. -Você sabia de tudo não é desgraçado? Armou pra gente! – Perguntou Math desesperado com as algemas. O motorista permanecia calado e de cabeça baixa. -Fala seu maldito. Isso era seu? Pra quem você trabalha? Quando chegar na delegacia eu vou ligar pro Carlos, e falar que o motorista dele fodeu a gente! – Irritei. Ele olhou pra gente, sorriu e abaixou a cabeça de novo. -Eu vou matar esse cara se ele continuar rindo. Festival filho da puta, botar esse tipo de gente pra trabalhar. -Calem a boca aí atrás! – ordenou o policial.
  • 67. Eu estava com muita raiva, eu não queria ser preso. O meu sonho estava indo por água abaixo. E o pior, chegando na delegacia, uma equipe de reportagem estava lá nos aguardando. -Aqui estamos com a banda Glass, que foram todos presos por tráfico de drogas. A van deles foi parada na estrada que dá acesso ao Rio de Janeiro Lotada de Maconha e cocaína. A banda ficou conhecida pelo belo show que fez ontem a noite no Festival Lendas do Rock. Não fomos autorizados a gravar entrevista, mas amanhã de manhã voltaremos com mais informações. Segundo os policiais, a droga vinha da Bolívia e a banda estava sendo encarregada de trazer a carga para o Rio. Ao chegar à delegacia, todos nós prestamos depoimentos durante toda a madrugada. Inclusive o motorista. O delegado parecia não acreditar em nenhum de nós e me olhava com cara de nojo a todo o momento. Após toda aquela ladainha, o comandante nos levou até um local onde ficaríamos detidos e separados um do outro. Era uma sala fechada, sem vidros, onde fiquei refletindo e me perguntando. -Por que a gente? Quem fez isso? O festival? O motorista era uma mula do tráfico e acabou sobrando pra gente. Que praga! Horas depois chegou um policial e me chamou na sala. -Senhor Isaac Oliveira. Venha até a sala do delegado. Fiquei meio sem entender, de repente o policial me chamar assim pelo nome, e o mais impressionante é que ele chamou apenas eu para ir até a sala do delegado. Chegando lá havia um homem com uma câmera e algumas fotos na mesa do delegado que me olhou e vendo minha cara de preocupado falou. -Senta ai rapaz. Toma uma água, você é menor de idade, e tem sorte de isso ainda não ter se resolvido e ter sido mandado pra prisão de menores. – Agora olhe essas fotos. Reconhece?
  • 68. Nas fotos estava Carlos com alguns motoristas do festival. As fotos eram em um galpão, e perto dele estavam as cargas que provavelmente estavam sendo distribuídas para as vans de algumas outras bandas. -Bem Isaac. Recebemos informações da polícia do Pará e do Rio Grande do Sul sobre outras vans do festival em que as bandas foram flagradas com drogas. Provavelmente com o mesmo responsável que armou para vocês. E provável que tenha sido este homem. O motorista não quer revelar, mas você conhece este cara. -Esta na cara! Agora tudo faz sentido, ele era o nosso empresário. Porém rescindiu o nosso contrato e pagou a van para nos levar de volta para o Rio. E disse que estava interessado em outra banda. -Poderia me passar a identificação dele? -Carlos Luckman! -Deixa eu procurar as informações dele aqui... Carlos Luckman O delegado procurava nos registros enquanto eu encarava o homem que havia levado as fotos, ele me olhava de uma maneira positiva e estava preocupado. Ele surgiu mesmo para me ajudar. -Ah. Que vagabundo! Vocês foram bem enganados, é falsário! O nome dele não é este! Terei que procurar na base de dados com os rostos. Soldado Castro, mande procurar nos registros esse cara. Podem aguardar aqui? O delegado saiu da sala junto com o soldado e deixou-me com o cara ali esperando. Então aproveitei para interrogá-lo. -Quem é você? – perguntei. Era um indivíduo loiro, parecia um alemão. Usava óculos escuros e brincos da orelha. Além de possuir a tatuagem de um escorpião no Pescoço. Parecia bem confiável e Disposto á ajudar. -Meu nome é Hugo Andrade. Sou fotógrafo do festival, mas estava mais focado na fotografia das bandas. Inclusive tenho fotos exclusivas do show de