Este documento apresenta os principais conceitos sobre escoamentos em superfície livre em canais abertos. Discute-se a influência da gravidade neste tipo de escoamento e define-se o número de Froude. Explica-se a distribuição de pressões e velocidades nestes escoamentos e como estas dependem da forma da seção transversal do canal.
1. ISPT - DEPARTAMENTO DE ENGª CIVIL
HIDRÁULICA GERAL II
Aula nº 1
IOLAND DE PINA TAVARES
MESTRE EM ENGª CIVIL
“…nas coisas da água usa primeiro a Experiência e só depois a Razão…”
Leonardo da Vinci
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2. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
Os escoamentos que se verificam na Natureza, nos rios,
ribeiras, mares ou em canais caracterizam-se por terem uma
superfície em contacto com o ar e portanto encontram-se
submetidos à influência da pressão atmosférica.
Como se convencionou que a pressão atmosférica Pa era o
ponto de partida da escala de pressões, podemos dizer que a
superfície livre de um líquido se encontra à pressão O, o que
assume particular importância em termos dos fenómenos
hidráulicos.
Pela mesma razão são considerados escoamentos em
superfície livre os escoamentos que se verificam em condutas de
esgoto ou de águas pluviais (onde não há pressão > Pa)
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3. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
Neste tipo de escoamentos, da mesma forma que nos
escoamentos em pressão, o Nº de Reynolds continua a ter
importância visto que a viscosidade se mantém como uma
característica essencial do escoamento.
Todavia é o Nº de Froude que assume maior importância visto
que traduz a influência da gravidade no desenvolvimento dos
fenómenos. De facto os escoamentos em superfície livre
processam-se por efeito da gravidade, sendo tanto mais
turbulentos e rápidos quanto maior é o efeito da gravidade
(materializada na diferença de cotas entre montante e jusante,
ou seja, na instalação de um determinado gradiente geométrico).
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7. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
A pressão à profundidade y é dada por p= γ. y/cos θ onde
γ é o peso específico do líquido e θ o ângulo de inclinação
do fundo do canal com a horizontal (daqui para a frente
chamar-lhe-emos simplesmente inclinação do canal)
ATENÇÃO - (A figura do Manual está errada)
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8. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
Como se pode ver pela figura e pela expressão anteriores, quando y=0 será
p=0 e portanto a linha piezométrica relativa, ou seja o lugar geométrico dos
pontos que se encontram à pressão atmosférica é a superfície livre do líquido.
Como em geral a inclinação do fundo dos canais (naturais ou artificiais) é
pouco diferente de zero, ou seja, eles são pouco inclinados, logo cos θ ~1 e
portanto p ≈ γ .y isto, considera-se que a distribuição vertical das pressões é
uma distribuição linear do tipo hidrostático.
Consideremos agora o caso de o fundo do canal ser côncavo (fig.1) ou
convexo(fig.2)
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10. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
A distribuição de velocidades na secção varia muito com a forma
desta.
De um modo geral nos canais artificiais de forma regular a
velocidade varia de acordo com uma lei parabólica como se vê na
figura do diapositivo 7.
Em profundidade os valores são decrescentes, anulando-se no
fundo e junto das paredes laterais, por via da camada limite. As
figuras 3 e 4 mostram as linhas de igual velocidade (isotáquias)
em duas secções correntes.
NOTA - No filão é onde se verifica a velocidade máxima 10
11. Hidráulica Geral II
Escoamentos em Superfície Livre
Representando por U a velocidade média, por V máx a velocidade máxima, por Vf
a velocidade próxima do fundo e Vy a velocidade à profundidade y, sendo h a
altura do escoamento pode-se usar as expressões constantes da Tabela
seguinte:
A velocidade máxima pode ser determinada numa secção transversal por intermédio
de um molinete.
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Hinweis der Redaktion
amândio teixeira pinto
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Escoamentos em Superfície Livre amândio teixeira pinto