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Sobre esse tema, que nos induz a refletir sobre o papel do seareiro da
fraternidade neste mundo de provas e expiações, fomos buscar no livro
Pontos e Contos, do espírito Irmão X, uma história intitulada A Besta do
Rei.
À frente da assembleia fraternal que examinava a posição difícil dos
médiuns com graves responsabilidades, o velhinho amigo estampou
singulares característicos fisionômicos e narrou: - Sem qualquer propósito
de plagiar o nosso prestimoso Esopo, já ouvi contar a história de uma
besta de carga, que pode ilustrar os nosso comentários de modo
significativo. Certo rei da Mesopotâmia necessitava transportar enorme
tesouro de uma cidade para outra, a benefício dos próprios súditos.
Vastíssima zona do Reino precisava renovar os sistemas de trabalho e
melhorar os processos evolutivos; entretanto, para esse fim, não dispunha
de recursos substanciais. (...) O soberano, assim, atado às injunções da
época, determinou fosse procurada uma besta elogiável para o serviço.
Depois de várias pesquisas, surgiu o animal nas condições desejadas. O
muar escolhido podia conservar as manhas inerentes à espécie, mas devia
ser calmo, zurrar apenas em horas de perigo e corcovear o menos
possível. A jornada seria laboriosa. Dias e noites de marcha forçada, com
intensivo aproveitamento das horas. (...) Os benefícios seriam
incalculáveis. Isso, porém, não exonerava a besta do cansaço natural.
As caixas repletas de metal precioso que sustentava eram para ela peso
incômodo e incessante. (...) De quando em quando, tangida pelas
necessidades naturais, dirigia-se às margens para lamber alguma gota de
água ou tosar algum broto de capim verde; (...) Vítima da curiosidade e
do atrevimento, a besta era compelida a tolerar golpes incessantes. (...) De
quilômetro em quilômetro, o serviço tornava-se mais asfixiante. A besta
não conseguia aliviar-se. Devia transportar o tesouro e não podia comer,
repousar ou banhar-se.
O narrador sorriu, fez longa pausa e concluiu:
- O serviço foi realizado. Finda a jornada de sacrifício, a besta foi
desarreada. A riqueza beneficiou a todos.
Houve alegria geral no espírito coletivo. Mais possibilidades de trabalho,
mais ânimo entre o povo. A besta, contudo, não era o mesmo animal do
início. Trazia o corpo coberto de chagas sanguinolentas. (...) Aos
servidores do rei, pouco importava o destino de tão extravagante animal.
A essa altura da narrativa, o velhinho fez uma pausa, e, endereçando a nós
outros o seu olhar percuciente e límpido, perguntou: - Vocês não acham o
médium de responsabilidade, em nossos dias, muito semelhante a besta
do rei? Sorrimos todos, entreolhando-nos surpresos, mas a curiosa
interrogação ficou no ar.
Reflexão:
Cada um de nós, que vivemos encarnados neste planeta de provas e
expiações, temos uma cruz para carregar; um fardo para transportar; o
jugo, isto é, o direcionador que nos é imposto, fruto de nossa natureza
evolutiva, que pode ser mais ou menos doloroso e trazer sofrimento mais
ou menos intenso, em função da capacidade que temos de aceitá-lo ou
rejeitá-lo em nossa vida. Jesus nos indica que, para vencermos a aflição e
a sobrecarga em nossas vidas, devemos aprender com Ele a suportar o
fardo que nos é próprio. Muitos são os seareiros que aceitam sobre si a
carga do trabalho necessário para transformar gradativamente os velhos
costumes em novas luzes, em mensagens de exemplos de virtude e
consolação.
Aceitam o convite de Jesus no “vinde a mim” e mergulham no trabalho
movidos pela esperança de evolução e esclarecimento. Dedicam-se a obra
evangélica; respondem ao convite de amor com perseverança, apesar dos
percalços do caminho. Outros, entretanto, apesar de receberem o mesmo
convite, permanecem como terra rasa, que, ao receber a semente da Boa
Nova, germinam com rapidez, mas por falta de perseverança e
determinação, ou pela incapacidade de compreenderem, abandonam a
jornada, fazendo morrer a planta que acabara de nascer, por manterem-se
ligados aos valores do mundo. Mas existem aqueles que permanecem à
margem do processo, como meros observadores; críticos; questionadores;
concordando e descordando pelos caminhos tomados pelos seareiros da
fraternidade
Nada fazem para melhorar o mundo em que vivem, mas opinam sobre
tudo, como se conseguissem construir com meras palavras. Na realidade,
destroem mais do que constroem. Costumo dizer que no mundo há quatro
tipos de pessoas: as que apenas falam; as que apenas fazem; as que falam
e fazem, e as que nem falam nem fazem. A situação ideal para o seareiro
da fraternidade é a daquele companheiro que é capaz de falar, de discutir,
de disseminar os valores do amor, mas também conseguem converter suas
ideias, suas intenções em ações, construindo um mundo melhor, pautado
na caridade. Assim, parece fácil a qualquer um de nós, medir em que
classe nos enquadramos, e, a partir daí, escolher o caminho que nos
conduzirá a efetiva evolução.
Vejamos: se apenas falamos, opinamos, criticamos, carecemos de obras
para substanciar as nossas intenções. Palavras, o vento leva. Existe até
aquele ditado popular que diz: “De bens intencionados, o inferno está
cheio”; se apenas fazemos e não nos preocupamos em disseminar, em
dividir o nosso exemplo, em dividir o nosso trabalho, ajudando o
companheiro do caminho a ampliar a sua percepção, carecemos de mais
participações nas questões do desenvolvimento das ideias na divulgação
dos valores morais; se não fazemos e nem falamos, carecemos acordar
para a nossa destinação e traçar nosso caminho pela busca de objetivos
claros. Precisamos vencer a inércia que nos mantém como meros
expectadores.
Em todos os tempos, podemos encontrar pessoas abnegadas na destinação
de seus princípios e determinadas na construção de um mundo melhor.
Todas elas, sem exceção, sofreram o combate das trevas através da crítica
ferina, da calúnia, da perseguição. Algumas, apesar de sublimes seareiros
da fraternidade, foram castigadas e martirizadas pelos seguidores da
ignorância que temem a luz. Jesus foi o maior deles. Mas apesar da dor a
que foi submetido, deixou palavras e atos, a verdade que ilumina os
caminhos e que redime os sofredores que ainda se mantêm prisioneiros da
ignorância. O que importa na realidade é aquilo que cada um de nós é
capaz de edificar com seus exemplos e suas palavras e suas ações.
Aquele que recebe um mandato mediúnico, muitas vezes, pode ser
comparado à Besta do rei. Dedicam sua existência ao cumprimento da
missão, e conseguem concluí-la. Mas no caminho não têm direito a vida
comum, como um de sua espécie. Mas, o que importa para eles,
entretanto, é o dever cumprido, é a melhoria do mundo em que vivem.

Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

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A Besta do Rei e o papel do médium

  • 1.
  • 2. Sobre esse tema, que nos induz a refletir sobre o papel do seareiro da fraternidade neste mundo de provas e expiações, fomos buscar no livro Pontos e Contos, do espírito Irmão X, uma história intitulada A Besta do Rei. À frente da assembleia fraternal que examinava a posição difícil dos médiuns com graves responsabilidades, o velhinho amigo estampou singulares característicos fisionômicos e narrou: - Sem qualquer propósito de plagiar o nosso prestimoso Esopo, já ouvi contar a história de uma besta de carga, que pode ilustrar os nosso comentários de modo significativo. Certo rei da Mesopotâmia necessitava transportar enorme tesouro de uma cidade para outra, a benefício dos próprios súditos.
  • 3. Vastíssima zona do Reino precisava renovar os sistemas de trabalho e melhorar os processos evolutivos; entretanto, para esse fim, não dispunha de recursos substanciais. (...) O soberano, assim, atado às injunções da época, determinou fosse procurada uma besta elogiável para o serviço. Depois de várias pesquisas, surgiu o animal nas condições desejadas. O muar escolhido podia conservar as manhas inerentes à espécie, mas devia ser calmo, zurrar apenas em horas de perigo e corcovear o menos possível. A jornada seria laboriosa. Dias e noites de marcha forçada, com intensivo aproveitamento das horas. (...) Os benefícios seriam incalculáveis. Isso, porém, não exonerava a besta do cansaço natural.
  • 4. As caixas repletas de metal precioso que sustentava eram para ela peso incômodo e incessante. (...) De quando em quando, tangida pelas necessidades naturais, dirigia-se às margens para lamber alguma gota de água ou tosar algum broto de capim verde; (...) Vítima da curiosidade e do atrevimento, a besta era compelida a tolerar golpes incessantes. (...) De quilômetro em quilômetro, o serviço tornava-se mais asfixiante. A besta não conseguia aliviar-se. Devia transportar o tesouro e não podia comer, repousar ou banhar-se. O narrador sorriu, fez longa pausa e concluiu: - O serviço foi realizado. Finda a jornada de sacrifício, a besta foi desarreada. A riqueza beneficiou a todos.
  • 5. Houve alegria geral no espírito coletivo. Mais possibilidades de trabalho, mais ânimo entre o povo. A besta, contudo, não era o mesmo animal do início. Trazia o corpo coberto de chagas sanguinolentas. (...) Aos servidores do rei, pouco importava o destino de tão extravagante animal. A essa altura da narrativa, o velhinho fez uma pausa, e, endereçando a nós outros o seu olhar percuciente e límpido, perguntou: - Vocês não acham o médium de responsabilidade, em nossos dias, muito semelhante a besta do rei? Sorrimos todos, entreolhando-nos surpresos, mas a curiosa interrogação ficou no ar. Reflexão:
  • 6. Cada um de nós, que vivemos encarnados neste planeta de provas e expiações, temos uma cruz para carregar; um fardo para transportar; o jugo, isto é, o direcionador que nos é imposto, fruto de nossa natureza evolutiva, que pode ser mais ou menos doloroso e trazer sofrimento mais ou menos intenso, em função da capacidade que temos de aceitá-lo ou rejeitá-lo em nossa vida. Jesus nos indica que, para vencermos a aflição e a sobrecarga em nossas vidas, devemos aprender com Ele a suportar o fardo que nos é próprio. Muitos são os seareiros que aceitam sobre si a carga do trabalho necessário para transformar gradativamente os velhos costumes em novas luzes, em mensagens de exemplos de virtude e consolação.
  • 7. Aceitam o convite de Jesus no “vinde a mim” e mergulham no trabalho movidos pela esperança de evolução e esclarecimento. Dedicam-se a obra evangélica; respondem ao convite de amor com perseverança, apesar dos percalços do caminho. Outros, entretanto, apesar de receberem o mesmo convite, permanecem como terra rasa, que, ao receber a semente da Boa Nova, germinam com rapidez, mas por falta de perseverança e determinação, ou pela incapacidade de compreenderem, abandonam a jornada, fazendo morrer a planta que acabara de nascer, por manterem-se ligados aos valores do mundo. Mas existem aqueles que permanecem à margem do processo, como meros observadores; críticos; questionadores; concordando e descordando pelos caminhos tomados pelos seareiros da fraternidade
  • 8. Nada fazem para melhorar o mundo em que vivem, mas opinam sobre tudo, como se conseguissem construir com meras palavras. Na realidade, destroem mais do que constroem. Costumo dizer que no mundo há quatro tipos de pessoas: as que apenas falam; as que apenas fazem; as que falam e fazem, e as que nem falam nem fazem. A situação ideal para o seareiro da fraternidade é a daquele companheiro que é capaz de falar, de discutir, de disseminar os valores do amor, mas também conseguem converter suas ideias, suas intenções em ações, construindo um mundo melhor, pautado na caridade. Assim, parece fácil a qualquer um de nós, medir em que classe nos enquadramos, e, a partir daí, escolher o caminho que nos conduzirá a efetiva evolução.
  • 9. Vejamos: se apenas falamos, opinamos, criticamos, carecemos de obras para substanciar as nossas intenções. Palavras, o vento leva. Existe até aquele ditado popular que diz: “De bens intencionados, o inferno está cheio”; se apenas fazemos e não nos preocupamos em disseminar, em dividir o nosso exemplo, em dividir o nosso trabalho, ajudando o companheiro do caminho a ampliar a sua percepção, carecemos de mais participações nas questões do desenvolvimento das ideias na divulgação dos valores morais; se não fazemos e nem falamos, carecemos acordar para a nossa destinação e traçar nosso caminho pela busca de objetivos claros. Precisamos vencer a inércia que nos mantém como meros expectadores.
  • 10. Em todos os tempos, podemos encontrar pessoas abnegadas na destinação de seus princípios e determinadas na construção de um mundo melhor. Todas elas, sem exceção, sofreram o combate das trevas através da crítica ferina, da calúnia, da perseguição. Algumas, apesar de sublimes seareiros da fraternidade, foram castigadas e martirizadas pelos seguidores da ignorância que temem a luz. Jesus foi o maior deles. Mas apesar da dor a que foi submetido, deixou palavras e atos, a verdade que ilumina os caminhos e que redime os sofredores que ainda se mantêm prisioneiros da ignorância. O que importa na realidade é aquilo que cada um de nós é capaz de edificar com seus exemplos e suas palavras e suas ações.
  • 11. Aquele que recebe um mandato mediúnico, muitas vezes, pode ser comparado à Besta do rei. Dedicam sua existência ao cumprimento da missão, e conseguem concluí-la. Mas no caminho não têm direito a vida comum, como um de sua espécie. Mas, o que importa para eles, entretanto, é o dever cumprido, é a melhoria do mundo em que vivem. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br