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TEORIA DA ENUNCIAÇÃO
Ms. Silvio Luis da Silva


Tendo em vista a afirmação de Saussure (2004, p.
13) indicando que “a linguagem escapa as mais das
vezes à observação”, Benveniste (2006d, p. 225)
indica que:


Ela não se deixa dividir mas decompor; suas unidades
são elementos de base em número limitado, cada um
diferente do outro, e suas unidades se agrupam para
formar novas unidades, e estas por sua vez poderão
formar outras ainda, de um nível cada vez superior.

Essa “decomposição” possibilita ao linguista ver:
 1. no discurso o início da linguagem, que se atualiza
continuamente em frases;
 2. na linguagem a formação e configuração da
língua, que se dá necessariamente em uso.

ENUNCIADO E FRASE


A frase é estática e contém em si uma significação; é
uma construção do linguista para dar conta dos
enunciados.




“um inventário dos empregos de uma palavra poderia não
acabar; um inventário dos empregos de uma frase não poderia
nem mesmo começar” (BENVENISTE, 2005d, p. 139).

O enunciado é volátil e é sempre uma realização única,
um conjunto de entidades abstratas, as frases, em que
cada uma é suscetível de ser manifestada por uma
infinidade de enunciados.


A realização de um enunciado é um acontecimento único: é
uma coisa que não existia antes e não existirá após a sua
realização. (DUCROT, 1987).


Para Benveniste (2006a), em caráter simultâneo, a língua é
o único sistema semiótico tanto na estrutura formal como no
funcionamento. De fato, a língua preenche os requisitos das
três relações entre sistemas semióticos propostos pelo autor,
quais sejam:
1.° ela se manifesta pela enunciação, que contém referência a uma
situação dada; falar é sempre falar de;
 2.° ela consiste formalmente de unidades distintas, sendo que
cada uma é um signo;
 3.° ela é produzida e recebida nos mesmos valores de referência
por todos os membros de uma comunidade;
 4.° ela é a única atualização da comunicação intersubjetiva
(BENVENISTE, 2006a, p. 63).
Por conta dessas características da língua como sistema
semiótico, ela é investida de Dupla Significância. Ou seja, “a
língua combina dois modos distintos de significância, que
denominamos modo SEMIÓTICO por um lado, e modo
SEMÂNTICO, por outro” (BENVENISTE, 2006a, p. 64, grifo do
autor).









A significação semiótica da língua “consistirá em identificar
as unidades, em descrever suas marcas distintivas e em
descobrir os critérios cada vez mais sutis da distintividade
[entre os signos]” (BENVENISTE, 2006a, p. 65, grifo do
autor). Já a significação semântica envolve o discurso,
sendo que:
A mensagem não se reduz a uma sucessão de unidades
que devem ser identificadas separadamente; não é uma
adição de signos que produz o sentido, é, ao contrário, o
sentido (o “intencionado”), concebido globalmente, que se
realiza e se divide em “signos” particulares, que são
PALAVRAS (BENVENISTE, 2006a, p. 65, grifo do autor).
Todas essas considerações acerca da língua trazem à
tona a seguinte proposição: “o semiótico (o signo) deve
ser RECONHECIDO; o semântico (o discurso) deve ser
COMPREENDIDO” (BENVENISTE, 2006a, p. 66, grifo do
autor). O semiótico constitui
propriedade da língua, ao passo que o semântico implica
a atividade do locutor. Em outras palavras:









O signo semiótico existe em si, funda a realidade da língua, mas
ele não encontra aplicações particulares; a frase, expressão do
semântico, não é senão particular. Com o signo tem-se a realidade
intrínseca da língua; com a frase liga-se às coisas fora da língua; e
enquanto o signo tem por parte integrante o significado, que lhe é
inerente, o sentido da frase implica referência à situação de
discurso e à atitude do locutor (BENVENISTE, 2006d, p. 230, grifo
do autor).

A ENUNCIAÇÃO
A) designa a atividade psicofisiológica implicada pela
produção do enunciado (acrescentando-lhe o jogo de
influências sociais que a condiciona)
B) é produto da atividade do sujeito falante, ou seja, um
segmento de discurso; e
C) o acontecimento constituído pelo aparecimento de um
enunciado.




Pode-se transpor o semantismo de uma língua para o de uma
outra, “salva veritate”; é a possibilidade da tradução; mas não se
pode transpor o semioticismo de uma língua para o de uma outra;
é a impossibilidade da tradução. Atinge-se aqui a diferença entre o
semiótico e o semântico (BENVENISTE, 2006d, p. 233, grifo do
autor).

Por fim, com a “inclusão do falante em seu discurso, a
consideração pragmática [...] coloca a pessoa na sociedade
enquanto participante” (BENVENISTE, 2006c, p. 101), tornase possível indicar o sentido como elo fundamental entre a
língua (sistema semiótico cuja unidade é o signo) e a frase
(sistema semântico cuja unidade é a palavra):


O sentido da frase é de fato a ideia que ela exprime; este
sentido se realiza formalmente na língua pela escolha, pelo
agenciamento de palavras, por sua organização
sintática, pela ação que elas exercem umas sobre as outras.
[...] Uma frase participa sempre do “aqui e agora”; algumas
unidades de discurso são aí unidas para traduzir uma certa
ideia interessante, um certo presente de um certo locutor
(BENVENISTE, 2006d, p. 230, grifo do autor).


Opondo eu a não eu, e, ainda, pessoa a não
pessoa, além de não dissociar o falante do discurso que
profere, deve-se considerar na enunciação “o próprio
ato, as situações em que ele se realiza, os instrumentos
de sua realização” Benveniste (2006c, p. 101). A noção
de ato é fundamental para distinguir o enunciado
(texto, ou produto) da enunciação (mobilização da
língua por parte do locutor, ou processo). A
diferenciação entre o sujeito do enunciado e o sujeito da
enunciação pode ser apontada como outro fator que
comporta sutilezas representativas da linguagem como
um processo no qual o fim é apenas um começo.






o aparato conceitual do aparelho formal da enunciação baseiase na proposição de que a língua “assegura o duplo
funcionamento subjetivo e referencial do discurso”
(BENVENISTE, 2006c, p. 101). Duas oposições fundamentais,
a distinção entre o eu e o não eu:
Distinção eu/tu: operada por meio dos índices de pessoa eu
(que denota o indivíduo locutor da enunciação) e tu (indivíduo
alocutário da enunciação), sendo a presença do outro inerente
a toda instância de enunciação e exclusivamente interhumana.
Assim, segundo Benveniste (2006b, p. 84), temos duas
condições fundamentais à enunciação: a) “toda enunciação é,
explícita ou implicitamente, uma alocução, ela postula um
enunciatário”; e b) “a referência é parte integrante da
enunciação”.
2. Distinção pessoa/não pessoa: operada pela conjunção
entre os índices de pessoa eu/tu em oposição ao índice de não
pessoa ele, “efetua a operação da referência e fundamenta a
possibilidade do discurso sobre alguma coisa, sobre o mundo,
sobre o que não é a alocução” (BENVENISTE, 2006c, p. 101).








as situações e os instrumentos do ato de enunciação
suscitam uma série de considerações de ordem linguística e
formal:
1. Designação do objeto e instância do termo: da mesma
natureza dos índices de pessoa (eu e tu), os índices de
ostensão, como este e aqui, designam o objeto (ele, não
pessoa) ao mesmo tempo que delimitam sua condição no
discurso.
2. Indivíduos linguísticos: operados por meio dos pronomes
pessoais e demonstrativos, remetem a indivíduos, sejam eles
pessoas, momentos, lugares etc.
3. Formas temporais: relativas aos verbos, cuja forma axial,
i.e., o presente, coincide com o momento da enunciação.


4. Funções sintáticas: considerando a enunciação, as funções
sintáticas disponibilizam ao locutor uma série de recursos para
influenciar o comportamento do alocutário por meio da língua.
Temos, assim:








a) a interrogação: “enunciação construída para suscitar uma „resposta‟, por um
processo linguístico que é, ao mesmo tempo um processo de comportamento
com dupla entrada [...]” (BENVENISTE, 2006b, p. 86, grifo do autor);
b) a intimação: “ordens, apelos concebidos em categorias como o imperativo, o
vocativo, que implicam uma relação viva e imediata do enunciador ao outro numa
referência necessária ao tempo da enunciação” (BENVENISTE, 2006b, p. 86); e
c) a asserção: “em seu rodeio sintático, como em sua entonação, a asserção visa
a comunicar uma certeza, ela é a manifestação mais comum da presença do
locutor na enunciação, ela tem mesmo instrumentos específicos que a exprimem
ou que a implicam, as palavras sim e não afirmando positivamente ou
negativamente uma proposição [...]” (BENVENISTE, 2006b, p. 86-87, grifo do
autor).

5. Modalidades formais: relativas aos verbos (modos verbais que
exprimem atitudes do locutor, como expectativa, desejo, apreensão
etc.) e à denominada fraseologia, na acepção de vocábulos ou
expressões que indicam incerteza, possibilidade, indecisão e/ou
recusa de asserção, tais como talvez, sem dúvida, provavelmente
etc. (cf. BENVENISTE, 2006b, p. 87).
PARA BENVENISTE, A DUALIDADE OPOSITIVA
ENGLOBA, ENTRE OUTROS ASPECTOS:

• língua/linguagem;
 • forma/sentido;
 • signo/frase;
 • significância semiótica/significância semântica; e
 • enunciado/enunciação.

PARA ESCLARECER:
O SIGNO LINGUÍSTICO é composto por:
 SIGNIFICANTE elemento perceptível do signo e que
constitui, de certo modo, uma “imagem acústica” Situase no plano da forma/continente (isto é da sua parte
material, da linguagem); e
 SIGNIFICADO, que não é uma coisa, mas a
representação mental dessa coisa. É o conceito. Situase no plano do conteúdo (portanto da mensagem, da
interpretação).
 O Significante e o Significado formam o Signo, uma
entidade psíquica com duas faces, a combinação do
conceito (Significado) e a imagem acústica (Significante)
e essa relação, Saussure denominou de
SIGNIFICAÇÃO, isto é, o ato que une o significante ao
significado e que constitui um elemento essencial do
signo.

CONCEPÇÃO DE SIGNIFICAÇÃO EM




DUCROT

Para construir uma teoria do sentido, do que é
comunicado, é preciso um conceito de enunciação que
não encerre em si, desde o início, a noção do sujeito
falante.
O sentido do enunciado NÃO é a significação da frase
temperada por alguns ingredientes em prestados à
situação de discurso; o que exclui do processo de
produção de sentido a significação, que é, nessa
perspectiva, afeita apenas a frase, não ao enunciado.
A SIGNIFICAÇÃO






É um conjunto de instruções dadas ao ouvinte para
interpretar os enunciados da frase, instruções que
indicam que manobras realizar para efetivamente
depreender o sentido do dito.
Conhecer a significação da frase subjacente ao
enunciado “O tempo está bom” é saber o que é
necessário fazer para interpretá-lo, ou seja, saber que
se trata de um local específico, Natal, que tempo bom
em Natal significa sol.
A natureza significativa da significação (da instrução
dada ao falante) se dá com a introdução de variáveis
argumentativas.


Barthes (1991, p. 52) diz que “a significação pode ser
concebida como um processo; é o ato que une o
significante e o significado, ato cujo produto é o signo”. A
significação, como elo entre o significante e o significado,
não constitui uma teoria nova, ou seja, quando Barthes
discute o assunto embasa-se em autores que o
discutiram anteriormente, a exemplo de Hjelmslev e
Lacan, retomado por Laplanche e Laclair.
VARIÁVEIS ARGUMENTATIVAS









O tempo ainda está bom.
O tempo pode estar bom.
O tempo ainda não está bom.
O tempo está um pouco bom.
O tempo está quase bom.
Em todas as frases, as variáveis argumentativas
introduzidas na frase são de caráter do enunciado e não
podem ser descritas pela significação, mas pelo
significado que impingem ao dito.
Para Ducrot, a argumentação, com efeito, muito diferente
do esforço de persuasão, é um ato público, aberto, que
não pode realizar-se sem se denunciar como tal.
EFEITO DE VIVACIDADE
 O efeito de vivacidade é aquele dado, por exemplo,
quando um autor de uma exclamação “expressa o o que
ele sente” e é, portanto, a linguagem da vida, do
sentimento e não a do pensamento.
 Ex: Pedro é muito inteligente.
Como Pedro é inteligente!


TEMA E PROPÓSITO
 O tema é aquilo sobre o que a resposta deve incidir para
satisfazer a exigência de resposta da pergunta. No caso
exemplificado, as qualidades de Pedro.
 O propósito é o que se diz concernente ao tema. No caso,
o fato de Pedro ser inteligente.

REFERÊNCIAS



BARBISAN, Leci. 2006. O conceito de enunciação em Benveniste e Ducrot. In: GIACOMELLI,
Karina; PIRES, Vera Lúcia (Org.). Letras, Santa Maria, v. 33, p. 23-35, jul./dez.
BENVENISTE, Émile. 2005a. Saussure após meio século. In: ______. Problemas de linguística geral.
Trad. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 34-49.



______. 2005b. Natureza do signo linguístico. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria



da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 53-59.
______. 2005c. Comunicação animal e linguagem humana. In: ______. Problemas de linguística geral.
Trad. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 60-67.
______. 2005d. Os níveis de análise linguística. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria















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




da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 127-140.
______. 2005e. Da subjetividade na linguagem. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria
da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 284-293.

______. 2006a. Semiologia da língua. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Marco Antônio
Escobar. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 43-67.
______. 2006b. O aparelho formal da enunciação. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad.
Marco Antônio Escobar. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 81-90.
______. 2006c. Estrutura da língua e estrutura da sociedade. In: ______. Problemas de linguística geral.
Trad. Rosa Attié Figueira. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 93-104.
______. 2006d. A forma e o sentido na linguagem. In: ______. Problemas de linguística.
DUCROT, Oswald. O dizer e o dito. Trad. Eduardo Guimarães. Campinas, SP: Pontes, 1987.
OBSERVE:
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TEORIA DA ENUNCIAÇÃO BENVENISTE

  • 1. TEORIA DA ENUNCIAÇÃO Ms. Silvio Luis da Silva
  • 2.  Tendo em vista a afirmação de Saussure (2004, p. 13) indicando que “a linguagem escapa as mais das vezes à observação”, Benveniste (2006d, p. 225) indica que:  Ela não se deixa dividir mas decompor; suas unidades são elementos de base em número limitado, cada um diferente do outro, e suas unidades se agrupam para formar novas unidades, e estas por sua vez poderão formar outras ainda, de um nível cada vez superior. Essa “decomposição” possibilita ao linguista ver:  1. no discurso o início da linguagem, que se atualiza continuamente em frases;  2. na linguagem a formação e configuração da língua, que se dá necessariamente em uso. 
  • 3.
  • 4. ENUNCIADO E FRASE  A frase é estática e contém em si uma significação; é uma construção do linguista para dar conta dos enunciados.   “um inventário dos empregos de uma palavra poderia não acabar; um inventário dos empregos de uma frase não poderia nem mesmo começar” (BENVENISTE, 2005d, p. 139). O enunciado é volátil e é sempre uma realização única, um conjunto de entidades abstratas, as frases, em que cada uma é suscetível de ser manifestada por uma infinidade de enunciados.  A realização de um enunciado é um acontecimento único: é uma coisa que não existia antes e não existirá após a sua realização. (DUCROT, 1987).
  • 5.  Para Benveniste (2006a), em caráter simultâneo, a língua é o único sistema semiótico tanto na estrutura formal como no funcionamento. De fato, a língua preenche os requisitos das três relações entre sistemas semióticos propostos pelo autor, quais sejam: 1.° ela se manifesta pela enunciação, que contém referência a uma situação dada; falar é sempre falar de;  2.° ela consiste formalmente de unidades distintas, sendo que cada uma é um signo;  3.° ela é produzida e recebida nos mesmos valores de referência por todos os membros de uma comunidade;  4.° ela é a única atualização da comunicação intersubjetiva (BENVENISTE, 2006a, p. 63). Por conta dessas características da língua como sistema semiótico, ela é investida de Dupla Significância. Ou seja, “a língua combina dois modos distintos de significância, que denominamos modo SEMIÓTICO por um lado, e modo SEMÂNTICO, por outro” (BENVENISTE, 2006a, p. 64, grifo do autor). 
  • 6.     A significação semiótica da língua “consistirá em identificar as unidades, em descrever suas marcas distintivas e em descobrir os critérios cada vez mais sutis da distintividade [entre os signos]” (BENVENISTE, 2006a, p. 65, grifo do autor). Já a significação semântica envolve o discurso, sendo que: A mensagem não se reduz a uma sucessão de unidades que devem ser identificadas separadamente; não é uma adição de signos que produz o sentido, é, ao contrário, o sentido (o “intencionado”), concebido globalmente, que se realiza e se divide em “signos” particulares, que são PALAVRAS (BENVENISTE, 2006a, p. 65, grifo do autor). Todas essas considerações acerca da língua trazem à tona a seguinte proposição: “o semiótico (o signo) deve ser RECONHECIDO; o semântico (o discurso) deve ser COMPREENDIDO” (BENVENISTE, 2006a, p. 66, grifo do autor). O semiótico constitui propriedade da língua, ao passo que o semântico implica a atividade do locutor. Em outras palavras:
  • 7.      O signo semiótico existe em si, funda a realidade da língua, mas ele não encontra aplicações particulares; a frase, expressão do semântico, não é senão particular. Com o signo tem-se a realidade intrínseca da língua; com a frase liga-se às coisas fora da língua; e enquanto o signo tem por parte integrante o significado, que lhe é inerente, o sentido da frase implica referência à situação de discurso e à atitude do locutor (BENVENISTE, 2006d, p. 230, grifo do autor). A ENUNCIAÇÃO A) designa a atividade psicofisiológica implicada pela produção do enunciado (acrescentando-lhe o jogo de influências sociais que a condiciona) B) é produto da atividade do sujeito falante, ou seja, um segmento de discurso; e C) o acontecimento constituído pelo aparecimento de um enunciado.
  • 8.   Pode-se transpor o semantismo de uma língua para o de uma outra, “salva veritate”; é a possibilidade da tradução; mas não se pode transpor o semioticismo de uma língua para o de uma outra; é a impossibilidade da tradução. Atinge-se aqui a diferença entre o semiótico e o semântico (BENVENISTE, 2006d, p. 233, grifo do autor). Por fim, com a “inclusão do falante em seu discurso, a consideração pragmática [...] coloca a pessoa na sociedade enquanto participante” (BENVENISTE, 2006c, p. 101), tornase possível indicar o sentido como elo fundamental entre a língua (sistema semiótico cuja unidade é o signo) e a frase (sistema semântico cuja unidade é a palavra):  O sentido da frase é de fato a ideia que ela exprime; este sentido se realiza formalmente na língua pela escolha, pelo agenciamento de palavras, por sua organização sintática, pela ação que elas exercem umas sobre as outras. [...] Uma frase participa sempre do “aqui e agora”; algumas unidades de discurso são aí unidas para traduzir uma certa ideia interessante, um certo presente de um certo locutor (BENVENISTE, 2006d, p. 230, grifo do autor).
  • 9.  Opondo eu a não eu, e, ainda, pessoa a não pessoa, além de não dissociar o falante do discurso que profere, deve-se considerar na enunciação “o próprio ato, as situações em que ele se realiza, os instrumentos de sua realização” Benveniste (2006c, p. 101). A noção de ato é fundamental para distinguir o enunciado (texto, ou produto) da enunciação (mobilização da língua por parte do locutor, ou processo). A diferenciação entre o sujeito do enunciado e o sujeito da enunciação pode ser apontada como outro fator que comporta sutilezas representativas da linguagem como um processo no qual o fim é apenas um começo.
  • 10.    o aparato conceitual do aparelho formal da enunciação baseiase na proposição de que a língua “assegura o duplo funcionamento subjetivo e referencial do discurso” (BENVENISTE, 2006c, p. 101). Duas oposições fundamentais, a distinção entre o eu e o não eu: Distinção eu/tu: operada por meio dos índices de pessoa eu (que denota o indivíduo locutor da enunciação) e tu (indivíduo alocutário da enunciação), sendo a presença do outro inerente a toda instância de enunciação e exclusivamente interhumana. Assim, segundo Benveniste (2006b, p. 84), temos duas condições fundamentais à enunciação: a) “toda enunciação é, explícita ou implicitamente, uma alocução, ela postula um enunciatário”; e b) “a referência é parte integrante da enunciação”. 2. Distinção pessoa/não pessoa: operada pela conjunção entre os índices de pessoa eu/tu em oposição ao índice de não pessoa ele, “efetua a operação da referência e fundamenta a possibilidade do discurso sobre alguma coisa, sobre o mundo, sobre o que não é a alocução” (BENVENISTE, 2006c, p. 101).
  • 11.     as situações e os instrumentos do ato de enunciação suscitam uma série de considerações de ordem linguística e formal: 1. Designação do objeto e instância do termo: da mesma natureza dos índices de pessoa (eu e tu), os índices de ostensão, como este e aqui, designam o objeto (ele, não pessoa) ao mesmo tempo que delimitam sua condição no discurso. 2. Indivíduos linguísticos: operados por meio dos pronomes pessoais e demonstrativos, remetem a indivíduos, sejam eles pessoas, momentos, lugares etc. 3. Formas temporais: relativas aos verbos, cuja forma axial, i.e., o presente, coincide com o momento da enunciação.
  • 12.  4. Funções sintáticas: considerando a enunciação, as funções sintáticas disponibilizam ao locutor uma série de recursos para influenciar o comportamento do alocutário por meio da língua. Temos, assim:     a) a interrogação: “enunciação construída para suscitar uma „resposta‟, por um processo linguístico que é, ao mesmo tempo um processo de comportamento com dupla entrada [...]” (BENVENISTE, 2006b, p. 86, grifo do autor); b) a intimação: “ordens, apelos concebidos em categorias como o imperativo, o vocativo, que implicam uma relação viva e imediata do enunciador ao outro numa referência necessária ao tempo da enunciação” (BENVENISTE, 2006b, p. 86); e c) a asserção: “em seu rodeio sintático, como em sua entonação, a asserção visa a comunicar uma certeza, ela é a manifestação mais comum da presença do locutor na enunciação, ela tem mesmo instrumentos específicos que a exprimem ou que a implicam, as palavras sim e não afirmando positivamente ou negativamente uma proposição [...]” (BENVENISTE, 2006b, p. 86-87, grifo do autor). 5. Modalidades formais: relativas aos verbos (modos verbais que exprimem atitudes do locutor, como expectativa, desejo, apreensão etc.) e à denominada fraseologia, na acepção de vocábulos ou expressões que indicam incerteza, possibilidade, indecisão e/ou recusa de asserção, tais como talvez, sem dúvida, provavelmente etc. (cf. BENVENISTE, 2006b, p. 87).
  • 13. PARA BENVENISTE, A DUALIDADE OPOSITIVA ENGLOBA, ENTRE OUTROS ASPECTOS: • língua/linguagem;  • forma/sentido;  • signo/frase;  • significância semiótica/significância semântica; e  • enunciado/enunciação. 
  • 14. PARA ESCLARECER: O SIGNO LINGUÍSTICO é composto por:  SIGNIFICANTE elemento perceptível do signo e que constitui, de certo modo, uma “imagem acústica” Situase no plano da forma/continente (isto é da sua parte material, da linguagem); e  SIGNIFICADO, que não é uma coisa, mas a representação mental dessa coisa. É o conceito. Situase no plano do conteúdo (portanto da mensagem, da interpretação).  O Significante e o Significado formam o Signo, uma entidade psíquica com duas faces, a combinação do conceito (Significado) e a imagem acústica (Significante) e essa relação, Saussure denominou de SIGNIFICAÇÃO, isto é, o ato que une o significante ao significado e que constitui um elemento essencial do signo. 
  • 15. CONCEPÇÃO DE SIGNIFICAÇÃO EM   DUCROT Para construir uma teoria do sentido, do que é comunicado, é preciso um conceito de enunciação que não encerre em si, desde o início, a noção do sujeito falante. O sentido do enunciado NÃO é a significação da frase temperada por alguns ingredientes em prestados à situação de discurso; o que exclui do processo de produção de sentido a significação, que é, nessa perspectiva, afeita apenas a frase, não ao enunciado.
  • 16. A SIGNIFICAÇÃO    É um conjunto de instruções dadas ao ouvinte para interpretar os enunciados da frase, instruções que indicam que manobras realizar para efetivamente depreender o sentido do dito. Conhecer a significação da frase subjacente ao enunciado “O tempo está bom” é saber o que é necessário fazer para interpretá-lo, ou seja, saber que se trata de um local específico, Natal, que tempo bom em Natal significa sol. A natureza significativa da significação (da instrução dada ao falante) se dá com a introdução de variáveis argumentativas.
  • 17.  Barthes (1991, p. 52) diz que “a significação pode ser concebida como um processo; é o ato que une o significante e o significado, ato cujo produto é o signo”. A significação, como elo entre o significante e o significado, não constitui uma teoria nova, ou seja, quando Barthes discute o assunto embasa-se em autores que o discutiram anteriormente, a exemplo de Hjelmslev e Lacan, retomado por Laplanche e Laclair.
  • 18. VARIÁVEIS ARGUMENTATIVAS        O tempo ainda está bom. O tempo pode estar bom. O tempo ainda não está bom. O tempo está um pouco bom. O tempo está quase bom. Em todas as frases, as variáveis argumentativas introduzidas na frase são de caráter do enunciado e não podem ser descritas pela significação, mas pelo significado que impingem ao dito. Para Ducrot, a argumentação, com efeito, muito diferente do esforço de persuasão, é um ato público, aberto, que não pode realizar-se sem se denunciar como tal.
  • 19. EFEITO DE VIVACIDADE  O efeito de vivacidade é aquele dado, por exemplo, quando um autor de uma exclamação “expressa o o que ele sente” e é, portanto, a linguagem da vida, do sentimento e não a do pensamento.  Ex: Pedro é muito inteligente. Como Pedro é inteligente!  TEMA E PROPÓSITO  O tema é aquilo sobre o que a resposta deve incidir para satisfazer a exigência de resposta da pergunta. No caso exemplificado, as qualidades de Pedro.  O propósito é o que se diz concernente ao tema. No caso, o fato de Pedro ser inteligente. 
  • 20. REFERÊNCIAS  BARBISAN, Leci. 2006. O conceito de enunciação em Benveniste e Ducrot. In: GIACOMELLI, Karina; PIRES, Vera Lúcia (Org.). Letras, Santa Maria, v. 33, p. 23-35, jul./dez. BENVENISTE, Émile. 2005a. Saussure após meio século. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 34-49.  ______. 2005b. Natureza do signo linguístico. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria  da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 53-59. ______. 2005c. Comunicação animal e linguagem humana. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 60-67. ______. 2005d. Os níveis de análise linguística. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria                  da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 127-140. ______. 2005e. Da subjetividade na linguagem. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, v. 1, p. 284-293. ______. 2006a. Semiologia da língua. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Marco Antônio Escobar. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 43-67. ______. 2006b. O aparelho formal da enunciação. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Marco Antônio Escobar. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 81-90. ______. 2006c. Estrutura da língua e estrutura da sociedade. In: ______. Problemas de linguística geral. Trad. Rosa Attié Figueira. 2. ed. Campinas: Pontes, v. 2, p. 93-104. ______. 2006d. A forma e o sentido na linguagem. In: ______. Problemas de linguística. DUCROT, Oswald. O dizer e o dito. Trad. Eduardo Guimarães. Campinas, SP: Pontes, 1987.