Os consumidores brasileiros estão explorando modelos de compra alternativos como compartilhamento, aluguel e troca para aproveitar os pequenos prazeres da vida sem gastar muito dinheiro. Marcas estão oferecendo esquemas flexíveis de pagamento como "pague o quanto quiser" para atrair consumidores que buscam economizar em meio à crise econômica. A economia colaborativa deve se expandir durante as Olimpíadas de 2016, com oportunidades de aluguel de roupas, joias e outros itens.
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Tendências de consumo 2016
1. TENDÊNCIASDECONSUMO2016
BRASIL16
HERÓIS DA
PECHINCHA
OCUPE
BRASIL
SEDE
POR MAIS
FAMÍLIAS
ALTERNATIVAS
Os consumidores brasileiros
estão explorando modelos
de compra alternativos como
compartilhamento, aluguel
e troca, permitindo que eles
ainda aproveitem os pequenos
prazeres da vida.
Enquanto os consumidores
denunciam a escassez de água,
a corrupção, o abuso
das contas públicas e os
aumentos de preços, as marcas
estão se ajustando à busca por
práticas justas.
À medida que o Brasil
luta contra a recessão e
problemas de clima, os
consumidores começam a
descobrir que adotar práticas
ecológicas pode ajudá-los a
economizar dinheiro.
A forma como os brasileiros
vivem juntos e criam laços
evoluiu significativamente,
resultando no surgimento
de novas formas
de convivência.
4. SEDE POR
MAIS
HERÓIS DA
PECHINCHA
OCUPE
BRASIL
FAMÍLIAS
ALTERNATIVAS
22
O que está
acontecendo em 2016?
28
Porque os
consumidores vão
comprar essa ideia
31
O que virá a seguir?
09
O que está
acontecendo em 2016?
12
Porque os
consumidores vão
comprar essa ideia
14
O que virá a seguir?
36
O que está
acontecendo em 2016?
42
Porque os
consumidores vão
comprar essa ideia
43
O que virá a seguir?
50
O que está
acontecendo em 2016?
54
Porque os
consumidores vão
comprar essa ideia
56
O que virá a seguir?
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6. Os consumidores
brasileiros estão
explorando modelos
de compra alternativos
como compartilhamento,
aluguel e troca, o que
permite que eles ainda
aproveitem os pequenos
prazeres da vida.
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
7. O QUE ESTÁ ACONTECENDO EM 2016?
O aumento da inflação certamente
afetou o comportamento de
compra dos consumidores, mas as
alternativas às formas tradicionais
de pagamento como o aluguel, o
compartilhamento e a permuta,
oferecem métodos mais flexíveis
para que as pessoas possam
manter o estilo de vida a que
estavam acostumadas. Em 2016,
essas alternativas aos modelos
de compra permitem que os
consumidores continuem usufruindo
de novos produtos e serviços sem
a necessidade de gastar muito
dinheiro. Essa nova abordagem
mudou o significado de propriedade
e oferece o acesso a produtos
e experiências dentro de um
orçamento mais favorável.
Por todo o país, as empresas estão
operando com modelos de compra
flexíveis, como a varejista de moda
online Dress & Go, que permite que
as mulheres aluguem vestidos de
grifes de luxo. Enquanto isso, o bar
cooperativo Barcearia em São Paulo
segue o estilo “traga o seu”, que
não possui serviço de garçom e
incentiva os seus clientes a trazerem
sua própria comida ou mesmo a
pedirem comida de restaurantes e
food trucks próximos.
A DRESS & GO ALUGA VESTIDOS DE MARCAS DE LUXO
Formas alternativas
de pagamento
mudaram a definição
de posse, dando
aos consumidores
acesso a produtos
e serviços sem
precisar gastar
muito dinheiro.
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
8. Nós também percebemos no país
a expansão de esquemas como
o “pague o que quiser”, adotado
por empresas como o Curto Café
no Rio de Janeiro e o Preto Café
em São Paulo. E no restaurante
Ecozinha em Curitiba, os clientes
pagam o quanto querem pela
refeição baseados no custo para
ser produzida. Eles também têm
a opção de ajudar a lavar a louça
para cobrir os custos.
Do mesmo modo, nós vemos
empresas promoverem sistemas
baseados na confiança e em
preços abertos, onde os custos
são revelados aos clientes. Nesses
casos, os clientes são estimulados
a se envolverem com a empresa,
oferecendo o que puderem como
forma de pagamento, seja tempo
ou dinheiro. Essa abordagem
flexível de pagamento permite
que os brasileiros continuem a
aproveitar experiências como
jantares refinados, oferecidas
de tal forma, que se adaptem ao
orçamento dos consumidores.
Seguindo os passos
do movimento “traga
o seu”, o esquema
“pague o que quiser”
expande-se pelo país.
CURTO CAFÉ
PRETO CAFÉ
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
9. PORQUE OS CONSUMIDORES
VÃO COMPRAR ESSA IDEIA
Pesquisa Mintel destaca os
diversos benefícios físicos,
mentais e emocionais do ato de
comprar. Na verdade, 24% dos
consumidores brasileiros afirmam
que ficam felizes ao comprar
novos produtos, enquanto outros
35% acreditam que comer fora
é bom para fugir um pouco da
rotina. Modelos alternativos de
compra certamente exploram e
enfatizam esses benefícios, já que
eles estimulam os consumidores a
continuarem gastando. A pesquisa
da Mintel constata que 14%
dos consumidores são mais
inclinados a comprarem um
produto que eles experimentaram
gratuitamente do que um que
tenham visto anunciado.
Apelando para ideias mais
econômicas, os modelos de
propriedade alternativa como o
compartilhamento, ajudam os
consumidores a controlarem
seu consumo, com o potencial
para melhor gerenciar o quanto
desperdiçam. Isso deve atrair
os 17% dos Millennials que se
arrependem quando compram
alguma coisa de que realmente
não precisam.
As marcas têm a oportunidade
de informar que essas novas
maneiras de consumo podem
produzir a mesma emoção
que uma transação tradicional,
assim como o prazer de um
brinde especial, sem os altos
custos. Pesquisa da Mintel
indica que os alimentos estão
ficando mais caros, já que 42%
dos consumidores afirmam que
mudaram seus hábitos de compra
nos últimos 12 meses devido a
alta nos preços dos alimentos.
Além disso, os consumidores
estão jantando fora e aproveitando
bem menos. Um em cada cinco
consumidores (20%) diz que
gastou mais comendo fora
em 2015 se comparado ao
ano anterior. Novas formas de
pagamento podem ganhar os
consumidores de volta, incluindo
os cinco em um (19%) de
consumidores brasileiros que
disseram ter saído menos para
comer fora em 2015.
Outra característica atraente
do consumo colaborativo é
a atmosfera social que ele
cria através de produtos e
serviços. Empresas que operam
com esquemas de consumo
colaborativo devem promover a
ideia de que também oferecem
uma atmosfera social. A solidão
é uma situação comum entre os
consumidores brasileiros, com
37% admitindo que ser solteiro às
vezes significa ser solitário. Além
disso, 15% dos consumidores
dizem participar de atividades para
conhecerem novas pessoas. Já
que vivemos num mundo cada vez
mais anônimo, as marcas fariam
bem em promover não apenas a
eficiência de custos dos negócios
que oferecem, mas também em
destacar as oportunidades para
criar interações sociais.
Cada vez mais os consumidores
evitam as marcas como
intermediárias e voltam-se
para os seus pares e para
comunidades online como fonte
de conhecimento, avaliação
e experiências. Como os
consumidores estão procurando
oportunidades para compartilhar,
seja conhecimento, espaço ou
produtos, eles serão atraídos por
marcas que possam demonstrar
que não estão apenas gananciosas
por lucro. Por meio de iniciativas,
as marcas podem demonstrar que
estão procurando se conectar aos
clientes e criar um espaço onde
elas possam interagir, apoiar e
estabelecer parcerias para superar
os desafios de suas indústrias e da
sociedade como um todo.
A pesquisa da Mintel indica que os
brasileiros estão se tornando mais
dependentes da conectividade e
mobilidade. Na verdade, mais de
um terço dos consumidores (37%)
não podem imaginar suas vidas
sem a internet. Esse ambiente
cada vez mais conectado torna
mais fácil o desenvolvimento
das ações peer-to-peer. Como
resultado, os consumidores
buscam marcas que tenham
projetos de consumo colaborativo
na indústria de tecnologia,
para ajudá-los a racionalizar os
custos de suas necessidades
tecnológicas. A empresa online
de TI Tech-Boy oferece tarifas
flexíveis que permitem que os
consumidores escolham o quanto
querem pagar ou se, sequer irão
pagar. Uma vez que o serviço
tenha sido realizado, os clientes da
Tech-Boy recebem um e-mail com
o preço sugerido pelo serviço e
então decidem o valor a ser pago.
Já que vivemos num mundo cada vez
mais anônimo, as marcas fariam bem em
promover não apenas a eficiência de custos
dos negócios que oferecem, mas também
em destacar as oportunidades para criar
interações sociais.
19%
dos consumidores
afirmam ter saído
menos para comer
fora em 2015.
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
10. O QUE VIRÁ A SEGUIR?
O modelo de compra alternativo
ainda crescente e o consumo
colaborativo em geral possibilitam
que os consumidores alcancem
um melhor controle financeiro,
enquanto ainda permitem o
acesso aos produtos, serviços
e experiências a que estão
acostumados. Vimos como a
Copa do Mundo, da FIFA de 2014,
ajudou a tornar plataformas de
hospedagem como o Airbnb mais
populares no Brasil e, mesmo que
o entusiasmo local com os Jogos
Olímpicos de 2016 esteja um
pouco morno, vimos o surgimento
de projetos de compartilhamento
semelhantes, os quais aproveitam
o fato de o mundo estar se
preparando para viajar para
o Brasil. Com a economia
colaborativa se tornando mais
ativa em mercados consumidores
globais, durante as Olimpíadas os
visitantes estrangeiros irão esperar
uma variedade de inovações de
compartilhamento.
As marcas terão que encontrar
soluções que atraiam não
somente os estrangeiros
visitantes, mas os brasileiros
também, para que continuem
atraentes após os jogos. Projetos
de compartilhamento irão ajudar
as marcas a fomentarem laços
mais comunitários e significativos
entre os consumidores,
sentimentos que surgiram
espontaneamente durante a
Copa do Mundo de 2014.
APLICATIVO SKWAG PROMOVE A TROCA DE SAPATOS DE LUXO
É provável que em 2016 nós
vejamos as marcas expandirem
a economia peer-to-peer para os
planos de assinatura e ofertas
ilimitadas, como as do Instituto
Chão, uma organização sem fins
lucrativos em São Paulo. Por uma
taxa mensal de mais ou menos
R$ 60, os clientes têm acesso às
plantas, artesanatos e alimentos
orgânicos que desejarem, com um
esquema de “pague o que quiser”
para aqueles que estão com
dificuldades financeiras.
Nós também vimos os serviços
de aluguel se tornarem popular
na indústria da moda. No futuro,
veremos marcas de acessórios
se renderem à oportunidade e
oferecerem esquemas de aluguel
e trocas de tudo, desde joias e
bolsas até óculos e sapatos. Dessa
forma, podem se tornar atraentes
para os 40% dos brasileiros que
disseram ter comprado menos
roupas e acessórios entre 2014
e 2015.
Com a economia colaborativa se tornando
mais ativa em mercados consumidores
globais, durante as Olimpíadas os visitantes
estrangeiros irão esperar uma variedade de
inovações de compartilhamento.
A PLATAFORMA ONLINE EVES24
OFERECE JOIAS PARA COMPRA E ALUGUEL
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
11. Para competir com esquemas
temporários de aluguel como o
Airbnb, nós veremos a indústria
da hospedagem oferecendo a
opção de aluguel de roupas para
seus visitantes durante a estadia,
na forma de “mini bares de moda”
como no Hotel Banks, na Bélgica.
Criando um modo totalmente
novo de fazer as malas, os Jogos
Olímpicos de 2016 seriam a
oportunidade para promover esse
tipo de serviço aos viajantes.
Internacionalmente, observamos
empresas oferecerem serviços
por arrendamento, permitindo que
os consumidores paguem pelos
itens progressivamente, como as
empresas britânicas RentalDeals
e R&MRentals, que fornecem de
tudo, desde aparelhos domésticos
a serviços profissionais. Os dados
da Mintel revelam que 33% dos
brasileiros mudaram seus hábitos
de compra nos últimos 12 meses
devido ao aumento nos preços
das contas de casa, indicando a
necessidade de corte de custos
sem ter que abrir de mão de
certos luxos. Com quase metade
dos consumidores (47%) dizendo
que compraram menos aparelhos
tecnológicos em 2015, poderemos
também ver planos de assinaturas
para smartphones, console de
vídeo games e tecnologia vestível,
algo parecido com a americana
ByeBuy – um serviço de aluguel
que oferece acesso ilimitado a
aparelhos tecnológicos através de
uma taxa de assinatura flexível,
que pode ser até 95% menor do
que o preço de compra.
Com alguns brasileiros ansiosos
por fontes de renda extra, outras
plataformas que irão surgir
Com alguns
brasileiros ansiosos
por fontes de
renda extra, outras
plataformas que
irão surgir em
2016 serão as
que incentivem
os consumidores
a gerarem lucro
através de espaço e
objetos sem uso.
SANTA CECILIA SMART HOME
serão as que incentivem os
consumidores a gerarem lucro
através de espaço e objetos sem
uso como depósitos, vagas em
garagem, janelas e vestuário.
Anteriormente, nós vimos
conceitos de hospedagem
da indústria do turismo como
condomínios se tornarem
altamente popular nos países
latino americanos. Em 2016,
nós veremos esse conceito
evoluir e entrar nas residências
como o conceito do primeiro
empreendimento “Home &
Share” do Brasil, o Santa
Cecilia Smart Home, em São
Paulo. O edifício está previsto
para 2017, e tem o objetivo de
encorajar o compartilhamento
entre os moradores, já que
irá oferecer carros e bicicletas
em co-propriedade, bem como
espaço para trabalho em conjunto
e apartamentos totalmente
mobiliados para convidados.
Os consumidores estão cada
vez mais inclinados aos modelos
de compra alternativos, que os
ofereça uma grande variedade
de opções de escolha, sem exigir
um pagamento muito alto. Em
2016, as marcas que facilitarem
essa forma de consumo irão se
tornar marcas de alto valor para
os consumidores.
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HeróisdaPechincha
HeróisdaPechincha
13. Enquanto o país luta
contra a recessão –
após uma década de
auge das commodities
– juntamente com
problemas de clima,
os consumidores
brasileiros começam a
descobrir que adotar
práticas ecológicas
pode ajudá-los a
economizar dinheiro.
2120
SedeporMais
SedeporMais
14. O QUE ESTÁ ACONTECENDO EM 2016?
O Brasil passa pela sua pior
seca dos últimos 50 anos.
Essa situação está levando
os brasileiros a valorizarem
medidas de sustentabilidade. A
recessão acelerou a simpatia dos
consumidores pela ecologia, à
medida que eles descobrem que
sustentabilidade muitas vezes se
traduz em lucro. Os consumidores
começam a perceber que produtos
energeticamente eficientes podem
não apenas economizar água e
energia, mas também diminuir o
valor das contas.
Os consumidores começaram a
reciclar lixo em troca de descontos
em suas contas de energia e
desde o outono de 2015, eles
podem trocar garrafas e latas
por descontos nas máquinas
de refrigerante operadas pela
Triciclo. A mudança a favor de
iniciativas mais ecologicamente
corretas também é alimentada
pelo governo. Desde abril de
2015, uma nova lei em São Paulo
exige que os supermercados
apenas ofereçam sacolas feitas
A OMO ESTIMULA OS BRASILEIROS A GASTAREM MENOS ÁGUA
Os consumidores começam a perceber
que produtos energeticamente
eficientes podem não apenas
economizar água e energia, mas
também diminuir o valor das contas.
de plástico vegetal. Em resposta,
os maiores varejistas de São
Paulo – Carrefour e Grupo Pão
de Açúcar – começaram a cobrar
mais ou menos R$ 0,08 por sacola
no início do verão de 2015. Em
contrapartida, os consumidores
começaram a levar sua própria
sacola para evitar o pagamento da
taxa extra.
Como a falta d’água impacta
tanto os indivíduos como as
corporações, nós vimos as
empresas assumirem um papel
de consultores, educando os
consumidores em medidas
de gestão de resíduos. Por
exemplo, a marca de sabão em
pó Omo estimula os brasileiros a
enxaguarem as roupas apenas
uma vez, reduzindo, portanto, o
desperdício de água. Além disso,
o aplicativo brasileiro Agrosmart
ajuda os agricultores a economizar
água por saberem exatamente
qual a quantidade que necessitam
para irrigar suas plantações, e um
aparelho inteligente chamado My
Shower, da Exatron, permite que
os usuários monitorarem os níveis
de água durante o banho.
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SedeporMais
SedeporMais
15. A recessão acelerou a simpatia dos consumidores
pela ecologia, à medida que eles descobrem que
sustentabilidade muitas vezes se traduz em lucro.
Inovações ecológicas também
surgiram na indústria do transporte,
como por meio da startup brasileira
PortoLeve, que oferece aos
moradores de Recife um serviço
de compartilhamento de carros
elétricos, por uma mensalidade de
a partir de R$ 30,00 e tarifas entre
R$ 10 a R$ 40 por hora. Embora
a carona verde estivesse ainda na
infância recentemente durante a
Copa do Mundo de 2014, ela está
amadurecendo rapidamente e irá
se tornar um fator influenciador na
economia de transporte no Rio
de Janeiro em 2016. Por exemplo,
a fabricante de automóveis chinesa
BYD anunciou que irá fornecer
uma frota de 300 carros elétricos
para o compartilhamento
dos consumidores.
Desde dezembro de 2014, as
cidades brasileiras têm que
obedecer à Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) que
proíbe qualquer resíduo, que
possa ser reciclado ou reutilizado,
de ir para o aterro de lixo. Como a
gestão dos resíduos se torna cada
vez mais um assunto relevante
e polêmico, nós estamos vendo
iniciativas criativas para atacá-la de
frente, incluindo o projeto Resíduo
Gourmet que desafia os chefs
brasileiros a usarem alimentos que
são normalmente descartados nas
cozinhas, como cascas de frutas,
sementes e talos de verduras.
APLICATIVO AGROSMART AJUDA NA
IRRIGAÇÃO DE PLANTAÇÕES
APLICATIVO ALLGREENUP MONITORA AS ATIVIDADES DAS PESSOAS
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SedeporMais
SedeporMais
16. Nós vimos as empresas
assumirem um papel de
consultores, educando os
consumidores em medidas
de gestão de resíduos. MYSHOWER, DA EXATRON
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SedeporMais
SedeporMais
17. 25%
dos brasileiros dizem
ser responsabilidade
deles, como
cidadãos, utilizar
mais produtos que
possam ajudar a
proteger o meio
ambiente.
PORQUE OS CONSUMIDORES
IRÃO COMPRAR ESSA IDEIA
Pesquisas da Global Water
Partnership (GWP) sugerem que
quase um terço dos recursos
renováveis de água se encontra
na América Latina, e o Brasil
está entre os países com a maior
quantidade de água. Ironicamente,
o Brasil, agora, é mais associado
a estiagem do que à abundância
de água, já que o país passa pela
pior seca das últimas décadas e a
infraestrutura necessária para levar
água aos consumidores precisa
de uma atualização urgente.
A escassez de água está levando
os brasileiros a procurarem por
marcas que apoiem um estilo
de vida mais sustentável e
acessível. Por sinal, a pesquisa
da Mintel indica que um quarto
dos consumidores (25%) diz
ser sua responsabilidade como
cidadão utilizar mais produtos
que possam ajudar a proteger
o meio ambiente (ex.: produtos
biodegradáveis e recicláveis).
Além disso, outro um quarto
de consumidores diz preferir
refrigerantes em garrafas de
vidro reutilizáveis porque são
mais baratas do que as garrafas
de plástico.
Com quase dois em cada cinco
(39%) brasileiros inclinados a
comprarem das marcas que não
agridem o ambiente, as empresas
têm uma oportunidade significante
de se posicionarem como
condutoras de mudanças positivas,
num esforço de estimular o apoio
dos consumidores. Diversas
universidades brasileiras estão se
aproveitando do debate sobre as
águas poluídas do Rio de Janeiro
e ganhando visibilidade ao se
comprometerem a limpar as
águas da cidade para as
Olimpíadas de 2016.
Além do mais, com até 21%
dos consumidores achando ser
importante ter internet móvel,
veremos as inovações ecológicas
39%
dos brasileiros são inclinados a
comprarem de marcas que não
agridem o meio ambiente.
ficarem ainda mais inteligentes,
com aplicativos como o chileno
allGreenup, que monitora as
atividades diárias das pessoas
e as recompensa por ações
sustentáveis. Nós também vimos
a norte-americana Ohmconnect,
que permite que os consumidores
recebam recompensas em
dinheiro por reduzir seu uso de
energia e o aplicativo holandês
NFDWSTD (“NoFoodWaste” ou
“Sem desperdício de comida”)
que envia alertas indicando onde
e quando os usuários podem
encontrar preços reduzidos nos
supermercados locais.
À medida que os brasileiros ficam
mais preocupados com questões
de sustentabilidade, o crescente
nível de consumo e desperdício
de produtos apresenta cenários
desafiadores que podem se tornar
oportunidades para as marcas.
Por exemplo, os alimentos se
aproximando de sua data de
validade poderiam certamente atrair
àqueles que buscam economizar
dinheiro através de uma maneira
ecológica e responsável. Não
vamos esquecer que em alguns
países, como a França, agora
é ilegal que os supermercados
joguem comida fora.
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SedeporMais
SedeporMais
18. O QUE VIRÁ A SEGUIR?
Como o orçamento dos
consumidores fica cada vez mais
apertado, eles precisarão de
lembretes e provas concretas
de como a sustentabilidade
não apenas pode fazê-los
economizar dinheiro, mas se
tornar efetivamente lucrativa.
Como resultado, é provável que
nós vejamos mais incentivos do
governo, com países como a
França liderando o caminho. Os
consumidores franceses que vão
ao trabalho de bicicleta têm direito
a compensação financeira numa
tentativa de reduzir a poluição,
enquanto novos proprietários de
carros elétricos se qualificaram por
receber um bônus de € 10.000 a
partir de abril de 2015.
Semelhante compra incentivada
poderia ser aplicada a itens
defeituosos – produtos que tenham
um pequeno defeito ou falha de
funcionamento. A pesquisa da
Mintel revela que na primeira
metade de 2015, apenas 4% dos
consumidores compraram um
produto levemente danificado ou
que estiveram em exposição na
vitrine. Em 2016 as empresas
irão explorar a oportunidade de
oferecer aos consumidores
sem dinheiro produtos com
defeito, mas que ainda funcionem,
por preços mais baixos. Além
disso, as empresas irão tirar
proveito de iniciativas de
reuniões sociais, para aumentar a
conscientização sobre questões
de sustentabilidade, como o happy
hour da loja de departamentos
holandesa HEMA , onde os clientes
podem comprar comida com 25%
de desconto uma hora antes do
fechamento, enquanto socializam
com amigos e vizinhos.
Quando se trata de lidar com
um possível racionamento de
água, iremos encontrar mais
marcas de comida e bebida –
incluindo varejistas – aumentando
a conscientização sobre a
quantidade de água necessária
ou desperdiçada. O café londrino
pop up Wonderwater destaca
o quanto de água é necessário
para fazer cada prato e bebida do
cardápio, enquanto a empresa de
pães argentina Fargo incentiva
os consumidores a usarem o pão
para limpar totalmente o prato,
diminuindo a quantidade de água
para lavar a louça.
O Brasil está acostumado com
incentivos à reciclagem pelo
governo e organizações públicas,
mas a partir de 2016 as empresas
irão usar moedas de reciclagem,
incluindo garrafas de vidro e latas
de alumínio. A grife uruguaia
Mutma permite que seus clientes
paguem até 40% da coleção de
verão com garrafas PET (garrafas
recicláveis feitas de tereftalato
de polietileno). As marcas que
utilizarem o processo de troca,
oferecendo aos seus clientes um
valor real por seus itens reciclados,
irão se destacar na multidão.
Em 2016 nós veremos tanto
indivíduos como empresas
continuarem a explorar novas
maneiras de economizar
através da sustentabilidade e
de práticas ecológicas. Desde
que os benefícios pessoais das
alternativas ecológicas continuem
claros para os consumidores, eles
serão amplamente adotados.
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SedeporMais
SedeporMais
20. Os consumidores
denunciam tudo, desde
a escassez de água a
corrupção, passando
pelo abuso das contas
públicas e pelo aumento
de preços. As marcas
estão se ajustando à
busca por práticas justas.
RESERVA
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OcupeBrasil
OcupeBrasil
21. O QUE ESTÁ ACONTECENDO EM 2016?
Enquanto os brasileiros vão às
ruas para protestar contra a falta
d’água, corrupção, gastos públicos
e aumento de preços, as marcas
aproveitam para se alinharem com
a busca dos consumidores por
práticas justas. As marcas estão
levando muito a sério a resposta
dos clientes e alterando suas
mensagem para melhor refletir e
apoiar os direitos do consumidor.
As marcas, atualmente, não
apenas apoiam causas cívicas,
mas em alguns casos elas iniciam
uma transformação pública.
Enquanto algumas empresas
alinham sua comunicação com
aqueles grupos de consumidores
que clamam por uma sociedade
mais justa, outras se aproveitam
do sentimento comunitário que
surge quando as pessoas se
unem. Em comparação com os
protestos de 2013 que começaram
com o aumento das passagens de
ônibus e tiveram um espírito mais
anticonformista, resultando em
atos de violência, as manifestações
atuais apresentam uma atmosfera
familiar, transparecendo um
espírito de união entre as pessoas.
Um exemplo dessa manifestação
moderna é o aplicativo iPanelaço,
que agiliza os hábitos dos
manifestantes e permite que os
usuários reproduzam o som de
panelas batendo.
APLICATIVO IPANELAÇO
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OcupeBrasil
OcupeBrasil
22. Em 2013 a fabricante italiana de
carros Fiat decidiu suspender sua
popular campanha de publicidade
Vem pra Rua! que encorajava
os brasileiros a abraçarem
sentimentos patrióticos durante
a Copa das Confederações;
logo depois, ela foi usada para
expressar o descontentamento dos
manifestantes contra a corrupção
e falta de serviços públicos. Nós
também vimos os consumidores
tirarem proveito de campanhas
para fazerem declarações políticas.
É caso do lançamento da linha
de camisas de futebol da Nike
na Copa do Mundo de 2014. Os
clientes podiam personalizar suas
camisas e acabaram atacando os
candidatos presidenciais.
Em 2016, as marcas irão encorajar
ações positivas entre seus
clientes. A marca de sucos Tang,
por exemplo, incentiva crianças
brasileiras a se unirem para
conquistar mais e tornar o
mundo um lugar melhor. E
a operadora de telefonia Oi,
por sua vez, apoia a iniciativa
governamental Cinema Sem Teto,
que organiza sessões de cinema
para comunidades carentes.
Em 2016, nós também veremos
grandes empresas se juntarem
a pequenas organizações para
dar voz a comunidades carentes.
A marca de roupa masculina
Reserva, se uniu à plataforma
social Tá No Mapa para criar
uma linha de camisetas que
apresentam mapas do Rio de
Janeiro, incluindo alguns dos
bairros mais pobres da
cidade. O objetivo
da linha de roupas
é chamar a atenção
para as favelas do Rio.
Algumas marcas estão
dando um passo adiante
e assumindo novos papéis,
como é o caso da Gastromotiva,
a primeira ‘organização
sócio-gastrônomica’ do país.
Gastromotiva usa a comida
para empoderar comunidades
problemáticas, como as favelas
e prisões do Brasil, ensinando
dotes culinários e instruindo os
participantes a treinarem outras
pessoas. O objetivo do programa é
incentivar o respeito próprio junto
com relevantes habilidades de
vida, além de criar oportunidades
de emprego.
Além disso, uma série de
iniciativas que ajudam os
consumidores a serem propulsores
de mudanças positivas são
observadas. A Red Bull está
apoiando um concurso para
encontrar projetos tecnológicos
inovadores que possam melhorar
a cidade de São Paulo, enquanto a
Fiat pede ideias aos seus clientes
para embelezar as ruas brasileiras.
Os conceitos mais votados são
financiados e implementados pela
empresa de automóveis.
CAMPANHA DA TANG INCENTIVA A UNIÃO DAS CRIANÇAS PARA FAZER DO MUNDO, UM MELHOR LUGAR
A RESERVA CRIOU UMA LINHA DE CAMISETAS
PARA AJUDAR COMUNIDADES CARENTES
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OcupeBrasil
OcupeBrasil
23. A RED BULL APOIA UMA COMPETIÇÃO PARA MELHORAR SÃO PAULO
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24. PORQUE OS CONSUMIDORES
VÃO COMPRAR ESSA IDEIA
Os brasileiros se unem para
expressar sua desconfiança
contra os órgãos de governo,
a mídia e as empresas. Uma
pesquisa da Confederação
Nacional do Transporte (CNT),
divulgada em julho de 2015,
revelou que 53% dos brasileiros
acreditam que a corrupção é
um dos principais problemas
que afetam o país. As empresas
estão se aproveitando disso ao se
colocarem no lugar dos brasileiros
comuns num esforço para melhor
se conectarem com os clientes.
Na verdade, 23% dos Millenials
brasileiros são inclinados a
comprar de marcas que patrocinam
programas interessantes em sua
cidade ou bairro.
Credibilidade continua sendo muito
importante para os consumidores
brasileiros. A pesquisa da Mintel
mostra que mais de um quarto
(28%) dos Millenials confiam
mais em marcas recomendadas
por amigos. Além disso, algo
em torno de 50% dos
consumidores brasileiros, em geral,
se preocupam em compartilhar
informações pessoais online e
11% afirmam que suas compras
são mais influenciadas pela
avaliação dos produtos do que
pelas propagandas.
Esses dados mostram que existe
oportunidade para as marcas se
posicionarem como parceiras
em vez de autoridades. Os
consumidores estão buscando um
diálogo aberto com as marcas,
permitindo que as empresas
apresentem valores democráticos
que atraiam mais os clientes.
A internet certamente expandiu
a velocidade e o alcance das
demandas dos consumidores, o
que criou uma arena favorável a
uma ruptura criativa. Na verdade,
15% dos consumidores dizem
que o acesso instantâneo faz com
que seja fácil passar muito tempo
na internet, enquanto 18% são
desestimulados a usarem sites
que contenham muitos anúncios.
As grandes corporações terão
que responder e se adaptar a
busca por ações corretas por parte
dos consumidores, antes que
empresas menores entrem em
cena. Elas precisarão considerar
com muito cuidado como querem
ser refletidas na internet.
53%
dos brasileiros
acreditam que a
corrupção é um dos
principais problemas
que afetam o país.
O QUE VIRÁ A SEGUIR?
A transparência deve ser o
principal foco das empresas que
visam conquistar a confiança dos
brasileiros. Se os consumidores
irão se tornar parceiros
verdadeiros, as marcas devem
estar abertas e permitir que as
pessoas vejam por dentro da
empresa com quem estão se
envolvendo. Marcas progressistas
irão se alinhar com as buscas
dos consumidores por práticas
justas, levando a responsabilidade
social corporativa a outro nível,
empoderando os consumidores
e permitido que eles sejam os
condutores da mudança positiva
dentro da comunidade e mais
ativos no processo de criação e
decisão de suas empresas.
Cada vez mais companhias
irão ajudar os seus clientes a
levantarem sua voz e transmitirem
sua mensagem. Nós veremos as
marcas assumirem papéis não
tradicionais, como a campanha
da Nike que encoraja jovens
atletas aspirantes na Coréia
a ignorar as instruções e
expectativas de seus pais.
Além disso, as marcas vão
explorar o fato de que o “respeito
às regras” está em declínio. Nós já
começamos a ver evidência disso,
como na propaganda argentina
“The Steves”, que busca alinhar
a revista Rolling Stone com a
juventude do país e estimular o
pensamento criativo. As marcas
que pretendem se alinhar
com as crenças e ideais
de seus clientes terão que explorar
formas mais significativas de
promover esses valores. A fim
de parecerem genuínas aos
olhos dos clientes, é imperativo
que os profissionais de marketing
escolham cuidadosamente que
causa ou princípios irão apoiar
e em contrapartida, aumentar
a consciência sobre sua
própria marca.
ANÚNCIO “THE STEVES” NA VERSÃO ARGENTINA DA REVISTA ROLLING STONES
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25. Ao empoderar comunidades
carentes, dando visibilidade
àqueles que são invisíveis, as
empresas ganharão notoriedade
e aumentarão a fidelidade dessas
comunidades, assim como dos
clientes em geral. Nós vimos
várias empresas da América Latina
explorarem esse fato, tais como
o banco colombiano Caja Social
que oferece às famílias lençóis de
cama (os quais vêm com o logo
do banco) e pedem a elas que os
dependurem em seus terraços
como uma forma de propaganda,
em troca de pagamentos vias suas
contas poupanças. A empresa de
telefonia Claro também permite
que as costa-riquenhas usem
suas antenas de televisão como
painéis publicitários para divulgar
seus negócios domésticos,
empoderando as mulheres rurais.
Em 2016 nós observaremos
mais marcas darem voz às
demandas dos consumidores ao
se posicionarem como alternativa
ao sistema, apresentando uma
imagem de portas abertas e
promovendo discussões honestas
entre indivíduos semelhantes.
Marcas progressistas irão se alinhar com
as buscas dos consumidores por práticas
justas, levando a responsabilidade social
corporativa a outro nível, empoderando os
consumidores e permitido que eles sejam os
condutores de mudanças positivas dentro
de suas comunidades.
BANCO CAJA SOCIAL
ENTENDA O QUE
INFLUENCIA OS SEUS
CONSUMIDORES
Nosssos analistas procuram pelas conexões chaves e pelos padrões entre as
tendências, assim como desenvolvimentos em comportamentos e valores
DESCUBRA MAIS
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27. A forma como os
brasileiros vivem juntos
e criam laços evoluiu
significativamente,
resultando no
surgimento de novas
formas de convivência.
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FamíliasAlternativas
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28. O QUE ESTA ACONTECENDO EM 2016?
Os novos formatos dos lares
desafiam ideias estereotipadas
– com relação a gênero, idade e
etnia – sobre o que forma uma
família e os papéis individuais se
redefinem. Animais de estimação
agora são considerados parte da
família, já que eles ultrapassam
o número de crianças nos
lares brasileiros. De acordo
com um estudo lançado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) em 2015,
existem 52.2 milhões de cachorros
de estimação no Brasil, enquanto
o número de crianças entre 0-14
anos chega a 44.9 milhões. Além
disso, como os consumidores
estão vivendo mais, os idosos
trazem novas exigências
às famílias. Cada vez mais
mulheres entram no mercado de
trabalho, levando os homens a
se envolverem mais nas tarefas
do lar e na educação dos filhos,
criando uma nova compreensão
de gêneros no Brasil. Isso está
acontecendo de várias maneiras,
como nas indústrias automotivas
e de higiene pessoal. A marca
Bepantol Baby, por exemplo,
incentiva os pais a se envolverem
mais com a educação de seus
filhos na campanha Papai
Manda Bem. Como parte dessa
campanha, a Bepantol está
oferecendo 1000 trocadores de
fraldas a serem instalados em
banheiros públicos masculinos
pelo Brasil.
Do lado oposto dessa tendência,
um grupo de mulheres em São
Paulo criou o Mana Manutenção,
uma empresa de serviços de
consertos para o lar, apostando
em oferecer às clientes serviços
profissionais confiáveis, sob
demanda, efetuados e gerenciados
por mulheres. A companhia
aérea Gol comemorou o Dia das
Mães em 2015 com uma série de
comerciais, apresentando um casal
homossexual fazendo o papel de
mãe e uma mãe solteira fazendo o
papel de pai.
Nós também vimos as mudanças
na estrutura familiar representadas
em campanhas de publicidade,
como no comercial da marca de
beleza O Boticário, que apresenta
meias-irmãs passando seu
primeiro Natal juntas e a promoção
de um dia de inclusão de todos
os amantes através de um
anúncio que se centraliza em dois
casais do mesmo sexo. Apesar
da indignação de alguns grupos
conservadores no Brasil, em
2015 a marca Natura reconfirmou
o seu patrocínio à novela
Babilônia, que apresentou
casais homossexuais. Visar à
comunidade LGBT não se tornou
relevante apenas para empresas
de beleza e higiene pessoal, mas
marcas de outras indústrias estão
demonstrando apoio a essas
demografias. O Banco do Brasil
– que há muitos anos oferece
produtos de seguros para casais
do mesmo sexo – comemorou
“toda forma de amor” através
de sua conta no twitter no Dia
Internacional Contra Homofobia,
celebrado em 17 de maio.
Em abril de 2015, houve o
lançamento do GPSGay no
Brasil, o primeiro site de mídia
social para a comunidade LGBT
em toda a América Latina, com
mais de 200,000 usuários até
o outono de 2015 e combina
funcionalidades de outras
plataformas de mídia social como
o Facebook, Foursquare, Amazon,
Bookind, YouTube e Ebay.
MANA MANUTENÇÃO
BANCO DO BRASIL COMEMORA O 17 DE MAIO, DIA INTERNACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA
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FamíliasAlternativas
FamíliasAlternativas
29. Em 2016, a necessidade de
retratar “pessoas reais” nas
campanhas de propaganda e
marketing estará em primeiro
plano. Algumas marcas já
começaram a explorar isso,
incluindo os laboratórios Pfizer
com sua campanha “Velho
Quem?”, que desafia as ideias
estereotipadas sobre os idosos
e promove interação entre as
gerações. Além disso, a marca
brasileira de material artístico
Koralle se uniu com a Uniafro, um
programa do governo que almeja
combater atitudes preconceituosas
e discriminatórias, para lançar um
jogo de lápis representando 12
tipos diferentes de cor de pele.
Na mesma linha, um projeto de
fotografia de retratos da brasileira
Angélica Dass tenta capturar toda
a gama de tons da pele humana,
usando a tabela de cores Pantone
como guia. Em 2016 as marcas
irão cada vez mais se voltar para
retratos autênticos de pessoas e
de seu círculo social, rejeitando as
comunicações que pareçam irreais
ou muito clichê.
SORVETE BEN & JERRY’S CRIA SABOR PARA APOIAR CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO
BANCO DO BRASIL APOIA CAUSAS LGBT
CAMPANHA “VELHO QUEM?”, DOS LABORATÓRIOS PFIZER
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FamíliasAlternativas
FamíliasAlternativas
30. PORQUE OS CONSUMIDORES IRÃO
COMPRAR ESSA IDEIA
Os consumidores se identificam
com marcas que aceitam e apoiam
diferentes questões demográficas
e culturais. Acrescentando, os
consumidores buscam por marcas
que demonstrem apreciar o que
é a vida real e que entendam
pessoas que existam. Pesquisa
da Mintel, por exemplo, revela
que 13% dos consumidores dizem
que os anúncios hoje deveriam
representar a diversidade no
Brasil, como diferentes estruturas
familiares e formações. Se isso
acontecer, os consumidores serão
naturalmente levados a gastarem
dinheiro e tempo apoiando essas
marcas. Campanhas apresentando
mensagens inclusivas podem
funcionar para fortalecer a relação
cliente-marca.
Animais de estimação ganharam
um novo status e não estão mais
confinados a um lugar particular
no quintal da casa. Eles agora
mudam a vida das pessoas com
seus próprios gostos e atitudes.
Isso repercute na indústria de
ração para animais já que, de
acordo com a Mintel, em 2016
esse mercado tem a expectativa
de crescimento de 6.5% no
Brasil. Nós estamos vendo um
número crescente de shopping
centers receber os donos e seus
amigos peludos, assim como
organizarem eventos especiais
para eles. O Shopping Quê!, por
exemplo, organizou uma festa
de carnaval para os animais de
estimação chamada CarnaPet, e
o Shopping Boulevard celebrou
a primeira festa junina para
pequenos animais de estimação.
O que uma vez foi considerado
“um mundo dos homens” tem
novas implicações na sociedade
de hoje. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), as mulheres
brasileiras são provedoras em
37.3% dos lares. Além do mais,
as mulheres estão optando por ter
menos filhos. O IBGE relata que
o número de filhos por mulheres
adultas em 2000 era 2.39,
diminuindo para apenas 1.77 em
2013. Desse modo, é essencial
que as marcas acompanhem
as dinâmicas da vida moderna,
já que os papéis familiares
tradicionais não podem mais ser
garantidos. Em 2015 nós vimos
uma reação dos consumidores
contra campanhas que foram
interpretadas como tendo um tom
sexista. Por exemplo, a campanha
de esmaltes “Homens que
amamos” da Risqué foi criticada
nas mídias sociais por encorajar
estereótipos de gênero.
Embora a resistência ao
casamento do mesmo sexo ainda
prevaleça no Brasil, a aceitação
está crescendo entre os grupos
demográficos mais jovens. Em
2014 um estudo da Pew Research
relatou que três quartos (74%) dos
brasileiros com menos de 30 anos
disse que a homossexualidade
deveria ser aceita, comparada a
60% daqueles com idade entre 30
e 49 anos e com 46% daqueles
com idade acima de 50 anos.
Além disso, seguindo uma forte
demanda online o dicionário
brasileiro Michaelis ajustou a
definição do termo casamento em
2015, reiterando que é uma união
legal entre duas pessoas, ao invés
de um homem e uma mulher como
na definição anterior.
Algumas cidades do Brasil,
como São Paulo e Rio de Janeiro,
tornam-se cada vez mais liberais,
após experimentarem os potenciais
benefícios do turismo LGBT. São
Paulo é conhecida por organizar
a maior parada do orgulho LGBT
do mundo, patrocinada pelo
governo e apoiada pelo Ministério
da Cultura, tendo atraído mais
de 1 milhão de pessoas em
edições passadas.
Em 2015, legislações
internacionais polêmicas
envolvendo os direitos LGBT
receberam muita atenção e
apoio dos brasileiros, incluindo a
legalização do casamento entre
pessoas do mesmo sexo pela
Suprema Corte Americana. Em
consequência da histórica decisão
da Suprema Corte que fez do
casamento entre pessoas do
mesmo sexo um direito nacional
em todo os EUA, em torno de 26
milhões de pessoas ao redor do
mundo colocaram a imagem de
um arco íris sobre suas fotos de
perfil no Facebook, em apoio ao
casamento gay. A presidente do
Brasil, Dilma Rousseff, foi uma
das apoiadoras. E, no fim de
2015, uma controversa legislação
brasileira, que define a família
como a união de um homem e
uma mulher, poderia receber
resposta negativa de muitos
consumidores brasileiros.
Outra questão chave desafiando
as noções de família tradicional
no Brasil é o envelhecimento
da população. Em São Paulo, o
número de consumidores com
idade superior a 60 anos irá dobrar
até 2030, de acordo com dados do
IBGE em 2014. Isso certamente
exige um novo nível de respeito
com a demografia dos idosos. Com
a população idosa aumentando
e saindo da força de trabalho,
muitos irão procurar maneiras de
se manterem ocupados. As marcas
devem continuar a desenvolver
programas e aparelhos que façam
os idosos se sentirem confortáveis
e os incentive a manterem-se
ativos, tanto fisicamente quanto
mentalmente. Nós já estamos
começando a ver alguns serviços
arrojados direcionados aos idosos,
como a primeira oficina de grafite
para maiores de 60 anos do país.
De acordo com a Mintel, algo
em torno de 55% dos brasileiros
com mais de 55 anos se exercitam.
Diversas empresas no Brasil
estão começando a ver o
potencial desse grupo demográfico
e lançam iniciativas para apoiar
um estilo de vida mais ativo.
Aliás, diversos shoppings centers
no Brasil organizam programas de
atividades físicas para os idosos,
com as aulas ministradas bem
cedo pela manhã e terminando
assim que as lojas abrem. Dessa
forma, elas incentivam os idosos
a socializarem e a fazerem
compras após os exercícios.
Brasileiros de todas as idades
irão cada vez mais procurar por
iniciativas parecidas direcionadas
a cidadãos mais velhos, que os
ajude a tirar um pouco da pressão
sobre as famílias.
CAMPANHA LGBT DA KELLOGG’S
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FamíliasAlternativas
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31. O QUE VIRÁ
A SEGUIR?
O não convencional se tornou
o novo tradicional. Com os
consumidores cada vez mais
conscientes das famílias não
tradicionais, os brasileiros irão
buscar marcas que apresentem
características das várias
dinâmicas do ‘novo normal’.
Profissionais de marketing que
busquem atender a esse crescente
grupo terão que olhar para tudo,
desde a imagem à linguagem para
garantir que estão se comunicando
da maneira mais autêntica
possível. Ainda que esses grupos
normalmente se sintam mal
representados, eles não querem
ser muito mimados. A americana
Honey Maid foi capaz de, não
apenas projetar uma imagem
bastante inclusiva, mas também
de apresentar uma mensagem
centralizada na diversidade de
famílias verdadeiras, quer sejam
dois pais, irmãos adotados ou ‘pais
de animais’. A marca deu total
significado ao seu slogan “Isto é
Saudável”, apresentando “famílias
americanas verdadeiras e as
conexões saudáveis que
elas dividem”.
Quando se trata de refletir
papéis modernos, nós vimos
movimentos arrojados como a
uruguaia Urufarma que virou o
Dia Internacional da Mulher (8
de março) de cabeça pra baixo,
parabenizando os homens pelas
coisas ‘não masculinas’ que eles
fazem para quebrar as regras
de gênero, como chorar, assistir
novela, beber daiquiris e ser o que
quiserem ser. Outro exemplo que
as marcas fazem bem em seguir
é o novo comercial do detergente
Magistral na Argentina,
apresentando um homem se
aproveitando dos benefícios
terapêuticos de lavar a
louça. Os consumidores
vão abraçar essas
campanhas audaciosas
que mostram novos
níveis de valores de
uma mentalidade mais
aberta. As marcas que
ressoarem mais com
os consumidores
se destacarão na
multidão.
A evolução do
papel dos gêneros
direciona mudanças
significativas dentro
dos lares. À medida que cada
vez mais os pais ficam em casa
para cuidar de seus filhos, eles se
tornam grandes influenciadores
na seleção de produtos para o lar
– do sabão em pó a alimentos. Ao
mesmo tempo, com as mulheres
se afastando de seus papéis de
líderes do lar, elas irão precisar
de um tipo diferente de apoio
das marcas, tratando de questões
como economia de tempo
e multitarefas.
É provável que vejamos uma
abordagem mais inclusiva
ao gênero neutro em lugares
públicos, como os banheiros da
Casa Branca, que podem ser
utilizados por todos, independente
de sua identidade de gênero.
Além disso, poderemos observar
mais varejistas de moda unissex
como a coleção da brasileira UMA
apresentada em 2015 durante
a São Paulo Fashion Week. Em
2016, as empresas expandirão o
conceito de uma coleção para toda
a marca e começarão a oferecer
experiências de compra em gênero
neutro, como já vimos na londrina
Selfrigdes e seu Agender Project.
Iniciativas que apoiem as
necessidades de uma população
cada vez mais diversificada irão
ganhar notoriedade em 2016,
incluindo moradias flexíveis e
locais de trabalho que acomodem
as necessidades dos donos
de animais de estimação. E
programas para apoiar a interação
do cruzamento de gerações irão
beneficiar todas as faixas etárias.
Exemplos incluem um asilo
assistido em Seattle que também
Como os consumidores
estão mais conscientes das
famílias não tradicionais,
os brasileiros irão buscar
marcas que apresentem
características das várias
dinâmicas do ‘novo normal’.
SELFRIDGES, EM LONDRES, LANÇOU O PROJETO AGENDER
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FamíliasAlternativas
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32. Devido às dificuldades financeiras
do Brasil e o potencial impacto
que a população idosa pode
ter na força de trabalho, muitos
podem não ser capazes de
darem-se ao luxo de parar de
trabalhar e poderemos ver
empresas oferecendo esquemas
de contratação para a faixa etária
acima dos 60 anos. Nós já vimos
esse comportamento na França,
com o serviço de alimentação
Lou Papé que possibilita que as
pessoas contratem cozinheiros
aposentados para cozinharem em
suas casas.
Com as mães adotando seu novo
papel como provedoras, os pais
cuidando das tarefas domésticas
e até os idosos ajudando com a
educação das crianças, as marcas
terão que oferecer mais
do que apenas a aceitação e
apoio social. Elas precisarão
promover a flexibilidade, oferecer
produtos, serviços e planos para
integrar lares tão diversificados
quanto variáveis.
CERVEJA BAMBERG APOIA A ADOÇÃO DE CACHORROS
abriga uma pré-escola, onde
crianças e idosos podem aprender
uns com os outros, ou estudantes
morando de graça em casas de
repouso para fazer companhia aos
moradores idosos.
Em vários países, a sociedade
se tornou mais centralizada nos
animais de estimação do que em
anos anteriores. À medida que a
posição dos animais no lar muda
e os amigos peludos ganham
atributos humanizados, é provável
que nos próximos meses nós
vejamos campanhas explorarem os
direitos dos animais, propriedade
responsável e a adoção ao invés
da compra. Também poderemos
observar mais serviços com
uma abordagem parental aos
proprietários de animais, como
aulas sobre relacionamento,
aconselhamento e terapia. Com
relação a produtos, haverá uma
onda de opções mais naturais
como comida orgânica, remédios
naturais e uma grande variedade
de escolhas de produtos para o
bem-estar dos animais.
A partir de 2016, as empresas
precisarão acompanhar uma
nova ideia de velhice que
questiona as noções de idade,
novo, ativo e inativo. Haverá
mais campanhas incorporando
interpretações modernas de o que
significa ficar velho, distanciando
as marcas de conceitos como
dependência e vulnerabilidade.
Por exemplo, nós vimos
recentemente que o governo do
Reino Unido anunciou planos
de permitir que avós que ainda
trabalhem possam tirar folga
e participar do pagamento de
licença parental para ajudar a
tomar conta de seus netos. Existe
uma oportunidade de quebrar o
estereótipo e lançar campanhas
provocantes que promovam
valores mais modernos com
relação ao envelhecimento da
população. Poderemos também
ver mais campanhas abordando
assuntos menos discutidos, como
o relacionamento pessoal dos
idosos, discutido numa série de
anúncios da Acua Mayor Argentina,
o primeiro canal digital de TV
para idosos da América Latina,
que apresenta histórias de casais
de idosos LGBT afirmando que
“diversidade sexual não tem idade”.
À medida que muda o status dos animais
de estimaçcão no lar, e os amigos peludos
ganham atributos humanizados, é provável
que nos próximos meses nós vejamos
campanhas explorarem os direitos dos
animais, propriedade responsável e a adoção
em vez da compra.
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33. A AGÊNCIA
LÍDER
MUNDIAL EM
INTELIGÊNCIA
DE MERCADONossas análises especializadas de dados, da mais alta
qualidade, e pesquisa de mercado irão ajudar você a desenvolver
seus negócios.
A Mintel é a agência líder mundial em inteligência de
mercado, com escritórios em Chicago, Nova York,
Londres, Sydney, Xangai, Tóquio, São Paulo, Mumbai,
Munique, Kuala Lumpur, Toronto, Belfast e Singapura.
Inteligência de mercado é a nossa diferença e o que
nos define como uma marca.
Então o que faz parte do mix de Inteligência
de Mercado?
Claro que há dados, e há pesquisa de mercado,
mas há também análise de mercado, inteligência
competitiva, inteligência de produto e, mais importante,
expertise para combinar esses elementos em uma
síntese especializada que gera visão e recomendação.