O documento descreve a vida de Santo Antônio, desde seu nascimento em Portugal até sua morte em Pádua, Itália. Ele deixou sua família para estudar teologia e se juntou à ordem franciscana, dedicando-se à oração e pregação. Sua eloquência em um sermão revelou seu domínio da fé e atraiu muitos seguidores, apesar de sua humildade. Santo Antônio passou os últimos anos de sua vida curando e consolando as pessoas até falecer aos 40 anos de idade.
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
A Vida de Santo Antônio
1. A História de Santo Antônio
Fernando nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de
1191. Seus pais eram de nobre linhagem: Fernando Martins
Afonso de Bulhões e Maria Taveira. Moravam bem de frente
à catedral. Nessa escola episcopal, Fernando recebeu a
instrução cristã e elementar. Adolescente ainda entrou
para o seminário dos Cônegos Regulares de Santo
Agostinho, de onde ele mesmo pediu transferência para
Coimbra (a quase 200 quilômetros de distância) a fim de
continuar seus estudos. com mais sossego, sem a
atrapalhação das contínuas visitas de parentes e amigos
que queriam persuadi-lo a desistir da "sua" vocação.
Fernando era um jovem que sabia o que queria: dedicar-se
de corpo e alma a Deus e aos estudos da Bíblia Sagrada. Na
cidade universitária - Coimbra porém, ele encontrou uma
outra dificuldade no seu desejo de seguir em radicalidade
a Palavra de Deus. Na época, o mosteiro de Santa Cruz, onde morava e estudava, era palco de
intrigas, fuxicos e brigas por bens materiais entre prelados e reis, monges e leigos. Fernando
se empenhou fortemente por estar alheio a toda essa dura, mas triste realidade. Mais do que
nunca, dedicouse a seus estudos escriturísticos e ao seu crescimento espiritual. Um dia
encontrou-se com 5 frades franciscanos. Amor à primeira vista: viu neles todo o Evangelho
vivido na simplicidade, na alegria, na humildade e na generosidade.
Estavam de saída para Marrocos, para pregar a "PAZ" e o
"BEM", como dizia o fundador deles, Francisco de Assis,
ainda vivo, na Itália. Tempos depois, diante das relíquias
dos 5 primeiros mártires franciscanos, Fernando não teve
mais dúvidas: trocou todo aquele aparato clerical cheio de
hipocrisia que ele conhecia pela simplicidade do Evangelho
vivido na fraternidade e no anúncio do Reino de Deus a
povos pagãos. Trocou até o nome. De Fernando passou a
ser chamado Antônio, frei Antônio e, jovem ainda, teve um
só desejo: morrer mártir como aqueles 5 frades e
"merecer, assim, junto com eles, a coroa da glória."
Não havia soado ainda, a hora de Deus! O homem propõe.
Deus dispõe. Uma febre sem tamanho, na África, deixou-o
prostrado meses na cama. Aos poucos também aprende -
com que fadiga! - a seguir o projeto de Deus. Decide voltar
a Portugal, sua terra natal. Qual novo Pentecostes, porém,
os ventos sopram seu navio na direção da Itália e ali ele
começa colocar-se definitivamente nos passos de Deus. Na grande reunião dos frades (3.000)
em Assis, encontra-se com Francisco, com milhares de irmãos que seguiam o mesmo ideal e,
mais tarde, com Clara de Assis... Mudança radical na sua vida, no seu desejo. Antônio não
toma mais ' a iniciativa talvez pela decisão dura e pedagógica de Marrocos -, mas se entrega
incondicionalmente, embora também com certo medo, nas mãos de Deus. Terminada a
grande assembléia, em maio de 1221, escolhe o silêncio: nada mais diz sobre sua preparação,
seus estudos, sua competência. Ninguém o conhece. Ninguém se interessa por ele. "As almas
humildes - escreverá mais tarde com conhecimento de causa -, desconhecidas e felizes por
serem esquecidas, são aquelas que imitam mais perfeitamente a vida escondida de Jesus
de Nazaré" (Sermões). E, assim, a pedido de frei Graciano, ministro provincial da Romanha,
no centro da Itália, lá vai frei Antônio fazer parte de um conventinho eremitério situado no
2. cimo do Monte Paulo. Como sacerdote, reza missa aos confrades, mas faz outros serviços
necessários à comunidade, como lavar pratos, cuidar da horta, da limpeza, etc.
Dedica-se a longos tempos de oração -
contemplação, jejum e penitência. “Em águas
turvas, escreverá mais tarde, não se vê
espelhado o próprio rosto. Se quiseres que o
rosto de Cristo se espelhe em ti, sai do
barulho das coisas e guarda tranqüila tua
alma "(Sermões).
Finalmente chega a hora de Antônio, que é a
hora de Deus. Na cidade de Forli, durante uma
ordenação sacerdotal, na catedral lotada de
padres, irmãs, freis e fiéis, é convocado pelo
superior a fazer a pregação. Daqueles lábios há
tanto tempo calados surgem, de repente, como
Basilica de Sto.Antonio em Padua
de uma fonte viva de água cristalina, as
palavras mais comoventes, os exemplos mais convincentes, os estímulos mais penetrantes.
Todos, do bispo ao provincial frei Graciano, dos frades às irmãs, dos padres aos fiéis, todos
ficam admirados pela eloqüência, pela sabedoria e pela profundidade daquele frade até
então desconhecido. Dali para frente, todos chamam a frei Antônio e ele passa a percorrer as
estradas, sobretudo as do norte da Itália e as do sul da França e, nos últimos anos, (1229-
1231), os caminhos de Pádua, anunciando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Percorrendo as estradas da Europa, frei Antônio percebe a fraqueza do povo na prática da fé,
vítima às vezes das inúmeras heresias e erros da época. Francisco o admira e envia-lhe um
bilhete pedindo que a mesma sabedoria que lhe deu uma profunda experiência de Deus, ele a
transmita a seus confrades.
"A frei Antônio, meu bispo: Saudações! Muito me agrada que tu ensines a sagrada teologia
aos frades, contanto que não se extinga o espírito da santa oração e devoção ao qual tudo
deve estar submisso, conforme está escrito na Regra frei Francisco".
Coisa admirável, maravilhosa. Antonio
unia em si a sabedoria e a humildade, a
cultura e a simplicidade, a oração e a
caridade. Confrades e povo o "adoravam"
nesse sentido. Tão alto em sua cultura e
tão simples no trato com a gente, Doutor
da Igreja e amigo dos simples e dos
pobres! E o povo ouve suas palavras.
Segue seus conselhos. Sente-se
reconfortado em suas lutas. Crianças são
por ele abraçadas e abençoadas.
Mulheres e esposas são defendidas em
seus direitos. Lares são reunidos pela
força do amor que ele tão bem sabe
altar tumulo de Sto.Antonio,em Pádua
suscitar.
E o povo continua a contar: "a mula se ajoelhou diante da Eucaristia. O coração avarento foi
encontrado no cofre do seu tesouro. Ele curou o pé decepado de um jovem. Ele pregou aos
peixes. Ele defendeu os agricultores diante do terrível Ezzelino da Romano...'
3. E, assim, passou frei Antônio seus últimos anos, curando e consolando os outros e tendo, para
si, cansaço, doenças e penitência. Após uma intensa atividade de pregações e confissões de
Quaresma em Pádua, retira-se na tranqüilidade da localidade de Camposampiero.
Mas, em junho de 1231, sente as forças
faltarem-lhe completamente. Pede para voltar
a Pádua. Percorre os 20km em carro de boi,
moribundo. Em Arcella, às portas da cidade de
Pádua, num quartinho humilde do convento
das Irmãs Clarissas Franciscanas, exala o
último suspiro, cantando com voz tênue:
"Gloriosa Senhora - sobre as estrelas
exaltada - alimentaste em teu seio Aquele
que te criou". Olhando um ponto fixo,
consegue ainda exclamar: "Estou vendo o meu
Senhor". E morre. Não chegara aos 40 anos.
Onze meses depois, em 30 de maio de 1232, na catedral de Espoleto, Itália, foi proclamado
Santo pelo papa Gregório IX.
Santo Antônio de Pádua, Santo Antônio de Lisboa, Santo Antônio do mundo inteiro!