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As Tecnologias da Informação e Comunicação ou TIC correspondem a todas as
tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos dos seres.
Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si,
que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a
automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e
aprendizagem. As TIC são utilizadas em diversas maneiras e em vários ramos de atividades,
podendo se destacar nas indústrias (processo de automação), no comércio (gerenciamento e
publicidade), no setor de investimentos (informações simultâneas e comunicação imediata) e
na educação (processo de ensino aprendizagem e Educação a Distância). Pode-se dizer que
a principal responsável pelo crescimento e potencialização da utilização das TIC em diversos
campos foi a popularização da Internet.
Olhando para a história conhecida da humanidade chegamos à conclusão que a
tecnologia informática tal como a conhecemos só começou a aparecer nos últimos 60 anos do
nosso século.
Importa no entanto ter em conta que a atual era da informática foi precedida de alguns
inventos que forjaram o caminho para o aparecimento dos computadores. Vejamos então uma
lista dos factos relevantes da história da informática:
O Ábaco
Na antiguidade havia o ábaco. O ábaco é muito limitado; não em complexidade de
cálculos possíveis mas em velocidade: o ábaco tem uma velocidade comparável à da máquina
de calcular de manivela, vários milhares de vezes mais lenta do que um pequeno computador
atual. No entanto, o ábaco foi um instrumento quase miraculoso.
A Régua de Cálculo (1622)
Inventada pelo padre inglês Oughtred, tirando partido das escalas logarítmicas.
Máquina de Somar de Pascal (1642)
Máquina à base de rodas dentadas que adicionava somas automaticamente.
Tear Mecânico de Jacquard (1742)
Centro de Emprego e Formação
Profissional de Coimbra
Modalidade de Formação: Educação e Formação de Adultos
Nível: 4
Cultura, Língua e Comunicação
Cultura, comunicação e média (5)
FICHA Nº3 – Evolução das tecnologias de informação e comunicação
NOME:
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Em 1801, em França, durante a Revolução Industrial, Joseph Marie Jacquard, mecânico
francês, inventou um tear mecânico controlado por grandes cartões perfurados. Esta máquina
era capaz de produzir tecidos com desenhos bonitos e intricados.
Este engenho era controlado por cartões perfurados ligados em cadeia tal como os
robots da nossa era são controlados por computadores.
Máquina de calcular (1823)
No ano de 1822, foi publicado um artigo científico que prometia revolucionar tudo que
existia até ao exato momento no ramo do cálculo eletrónico. O autor Charles Babbage, afirmou
que a sua máquina era capaz de calcular funções de diversas naturezas (trigométricas e
logaritmos), de forma muito simples. Esse projeto possuía o nome de Máquina de Diferenças.
Idealizada e construída por Babbage, era controlada por cartões do tipo Jacquard,
realizando operações aritméticas limitadas.
Certamente utilizando o princípio descoberto por Jacquard para comando automático
de teares, Hermann Hollerith - funcionário do United States Census Bureau - inventou, em
1880, uma máquina para realizar as operações de recenseamento da população. A máquina
fazia a leitura de cartões de papel perfurados em código BCD (Binary Coded Decimal) e
efetuava contagens da informação referente à perfuração respetiva. O sistema foi patenteado
em 8 de junho de 1887. O censo de 1880 demorou sete anos, com a máquina de Hollerith, o
mesmo trabalho foi executado em apenas um ano.
Máquina de Calcular Z-1 (1936)
Projetada por Zuse, um matemático alemão, esta máquina era controlada por fita
Perfurada, usando tecnologia eletromecânica, capaz de efetuar 5 computações por segundo.
A Z-1 foi recusada pelo governo alemão, porque não valia a pena estar a desenvolver esse
novo projeto quando a Alemanha estava em vésperas de vencer a guerra.
Recusa dos laboratórios BELL (1937)
Foi recusado, pelos Laboratórios BELL, um projeto de Calculadora, porque não
aceitavam que alguém pudesse estar interessado em gastar todo aquele dinheiro envolvido só
para fazer cálculos.
Calculadora Harvard Mark-1 (1939)
Em 1939, era construída em Harvard a Calculadora Automática de Sequência
Controlada Harvard Mark-1. Era uma máquina com 16x2.5 metros, controlada por fita
perfurada capaz de fazer uma adição em 0.3 segundos e uma multiplicação em 4 segundos.
Calculadora de trajetórias balísticas dos projeteis (1943)
Ainda em tempo de guerra, e face às prementes necessidades de calculadoras para a
artilharia, Maughly e Eckert propõem ao governo norte-americano uma calculadora para as
trajetórias balísticas dos projeteis, capaz de reduzir o seu cálculo para um tempo inferior à
duração da própria trajetória (em vez do dobro, velocidade conseguida pelas calculadoras em
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serviços) e começam a construir o ENIAC (Electronic Numerical Integrador And Calculator),
inspirado no ABC. Resultou uma máquina pesando 30 toneladas, com 1800 válvulas, capaz
de executar 5000 adições por segundo e de fazer uma multiplicação em 3 milissegundos,
programada através de conectores e de interruptores.
Princípios de Von Neuman (1946)
Em 1946, o matemático americano de origem Húngara, Von Neuman publica uma
comunicação intitulada "Discussão preliminar sobre o projeto lógico de um instrumento
eletrónico de computação", recomendando: Tanto os dados como as instruções para o seu
tratamento devem ser memorizadas da mesma forma pelo computador; identificação
inequívoca da sequência dessa memória; possibilidade de quebra condicional da sequência
das instruções; possibilidade de sobrepor instruções de entrada de dados e de saída de
resultados (input/output) a outras instruções de processamento; possibilidade de aritmética
binária e decimal com conversão automática; substituição do suporte de papel por suporte
magnético para as memórias externas.
Deve-se realçar que, apesar da dificuldade de realização de algumas destas
características, todos os computadores passaram a ser projetados tendo em atenção estes
princípios, e todos os computadores hoje existentes são computadores Von Neuman.
ENIAC (1946)
O primeiro computador constituído por válvulas - o ENIAC - pesava toneladas e
consumia mais eletricidade do que uma pequena cidade. Foi durante 9 anos utilizado para
computação de trajetórias balísticas, previsões meteorológicas e cálculos ligados à energia
atómica. Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer (ENIAC - em português:
computador integrador numérico eletrónico) foi o primeiro computador digital eletrónico de
grande escala. Muitos falam que o primeiro foi o Mark I, mas este era apenas eletromecânico.
Foi criado em fevereiro de 1946 pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly,
da Electronic Control Company. Pode-se dizer que foi aqui que começou verdadeiramente a
era da informática.
As dimensões desta máquina são muito grandes, com aproximadamente 25 metros de
comprimento por 5,50 metros de altura. O seu peso total era de 30 toneladas.
O ENIAC foi desativado a 02 de outubro de 1955.
Mais tarde, houve a substituição das válvulas eletrónicas por transístores, o que
diminuiu em muito o tamanho do hardware. A tecnologia de circuitos impressos também foi
criada assim evitando que os fios e cabos elétricos ficassem espalhados por todo o lugar.
Comercialização do UNIVAC (1951)
Os computadores UNIVAC (Universal Automatic Computer de Eckert) foram os
primeiros com suporte magnético de ficheiros. Pela primeira vez pode-se falar de modelo, visto
que foram construídos 48. Foi o início da liderança do mercado pela UNIVAC.
Os Primeiros Computadores (décadas de 50 e 60)
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Os primeiros computadores foram máquinas concebidas para resolver cálculos
científicos tornando solucionáveis problemas cuja resolução até aí exigiria anos de vida de
grupos de dezenas de pessoas. De computadores, tinham pouco: a memória interna era
reduzidíssima, eram "programados" através do posicionamento de interruptores e de cabos
com cavilhas, não tinham qualquer forma (aliás, para cálculos científicos, nem qualquer
necessidade) de armazenar dados em ficheiros externos.
Mesmo assim, os computadores já se tinham revelado indispensáveis. Por exemplo o
ENIAC, pesando toneladas e consumindo mais eletricidade do que uma pequena cidade,
permitia finalmente um velho sonho dos meteorologistas: calcular em 24 horas a previsão do
tempo no território americano para as próximas 24 horas... Por isso as grandes empresas
começaram a interessar-se; e apesar de a IBM estar desinteressada em diversificar os seus
cartões perfurados visto que, pelos seus cálculos, 4 computadores chegariam para cobrir as
necessidades dos EUA inteiros, começou-se a investir em investigação largas somas que
vieram a dar os seus lucros.
Os antecedentes mecânicos dos computadores trabalhavam, em cada nível de potência
de 10, em cada casa decimal, com rodas de 10 dentes, podendo elas encontrar-se numa de
10 posições diferentes. Mas imaginemos agora um computador eletrónico, em que seja
necessário identificar inequivocamente em qual, de 10 níveis diferentes de condutividade (ou
tensão elétrica, ou de corrente) se encontra a trabalhar um determinado dispositivo eletrónico,
por exemplo um transístor: ao mais pequeno envelhecimento dos componentes teríamos erros
de cálculo. É claro que poderíamos ser tentados a definir cada algarismo com auxilio de 10
dispositivos, como que 10 lâmpadas; mas essa seria uma solução exigindo, para um número
tão pequeno como o nosso, 40 lâmpadas: e, o que é pior iríamos complicar o processo de
cálculo. A solução mais económica e mais simples é limitarmo-nos a detetar se o dito transístor
está a conduzir ou está interrompido: dois únicos estados possíveis, portanto dois únicos
algarismos, 0 e 1, ou seja, um sistema de numeração de base 2, o sistema binário. A um dígito
binário chamamos Bit, nome derivado do inglês, binary digit.
Para aplicações comerciais, era aconselhável reestruturar os computadores para que
trabalhassem numa folha mais próxima do sistema decimal: convertendo cada algarismo no
seu código binário. A esse conjunto de 8 bits chama-se Byte. Um byte pode assim ser
entendido como um caráter ou espaço dum caráter.
Factos relevantes (décadas de 50 e 60)
INTEL 4004
Em 1971 a Intel apresenta o primeiro microprocessador num único circuito integrado o
Intel 4004, processador de 4 bits com capacidade de endereçar 1 K de dados e 4 k de
programas, com 2.300 transístores numa pastilha de silício de 10mm^2.
Intel 8086 / 8088
O ALTAIR 8880, lançado em 1975, revolucionou tudo o que era conhecido como
computador até àquela época. Com um tamanho que cabia facilmente numa mesa e um
formato retangular, também era muito mais rápido que os computadores anteriores. O projeto
usava o processador 8880 da Intel, facto que propiciou todo esse desempenho.
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Em 1981 a Intel desenvolve o 8086 de 16 bits e o 8088 de 8 bits para a IBM para o
lançamento do seu primeiro microcomputador pessoal (comercial). Estes dois processadores
tiveram 2.500 designs em apenas um ano.
Após um longo trabalho junto com os engenheiros da IBM, a Intel conseguiu convencer
a IBM a utilizar o Intel 8088 como sendo o processador do seu primeiro microcomputador.
A Intel conseguiu colocar nos seus pedidos a quantia de 10.000 processadores 8088
em apenas 1 ano, e a cifra de 10.000.000 de processadores nos próximos anos (somente do
8088).
Intel 80286
Em 1982 é lançado o Intel 80286, com 134.000 transístores e com o triplo da
performance da família de processadores de 16 bits até ao momento. O Lançamento deste
novo processador foi muito bem aceite pelo mercado pelo fato de todo o software desenvolvido
anteriormente rodar sem nenhuma modificação. Este processador revolucionou o PC da IBM,
batizado neste momento de IBM PC-AT.
Intel 80386
Em 1985 a Intel Corporation consegue colocar 275.000 transístores numa pastilha de
silício e lança o primeiro processador de 32 bits, capaz de executar mais de 5 milhões de
instruções por segundo (MIPS).
O Compaq DESKPRO 386 foi o primeiro PC a utilizar este novo processador.
Intel 80486
Em 1989, com os avanços modernos a Intel desenvolve a tecnologia de colocar
1.200.000 transístores numa pastilha de silício e acrescentou um coprocessador aritmético ao
seu processador e assim em 1989 é lançado o 80486. Este novo chip é 50 vezes mais veloz
que o Intel 4004, igualando a sua performance aos processadores utilizados nos mainframes.
Intel Pentium
Em 1993 a Intel introduz no mercado de processadores o que poderíamos convencionar
como sendo a maior revolução na área de processadores. Com capacidade de executar 90
milhões de instruções por segundo (MIPS) e com 3.100.000 transístores, o processador,
agora, batizado de Pentium era 1.500 vezes mais rápido que seu antecessor o Intel 4004.
Intel Pentium Pro
Surge em 1995 o Pentium Pro, dando origem a família de processadores P6. Estes
processadores possuíam um segundo cache para as memória de alta velocidade e que faziam
a performance geral obter ótimos índices de velocidade. Com 5.5 milhões de processadores
na sua pastilha e capaz de executar mais de 300 milhões de instruções por segundo (MIPS),
o processador Pentium Pro continuou a ser a melhor escolha entre os processadores, devido
a sua alta performance.
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Intel Pentium MMX
Em 1997 a Intel introduz no mercado mais uma revolução tecnológica, a família de
processadores MMX, esta tecnologia foi desenvolvida para proporcionar uma alta performance
aos sistemas de multimédia, melhorando sensivelmente a apresentação de vídeo e imagens
3D dos jogos bem como a qualidade sonora dos mesmos.
Intel Pentium II
Também em 1997, após ter lançado a família de processadores MMX, a Intel lança o
processador Intel Pentium II, com 7.5 milhões de transístores agora montados sobre uma
placa e recoberto por uma caixa plástica em forma de cartucho (similar ao cartucho usado
pelos videogames). Dotado de excecional capacidade de processamento, para as mais
diversas áreas de aplicação, destacando-se o seu uso em sistemas dotados de imagens 3D
ou por navegadores da Internet (browsers), com suporte a placas gráficas padrão AGP e a
drives de DVD.
Intel Pentium II Celeron / Xeon
Lançado oficialmente em 1998, o Intel Pentium II Celeron ou somente Intel Celeron
apresenta um processador de alto desempenho e otimizado para equipar os PC de
configuração mais modesta. A Intel estava na realidade, a retirar do seu processador Pentium
II as áreas de cache para promover uma redução no preço do seu processador.
É lançado neste mesmo ano o processador Pentium II Xeon, processador este
desenvolvido e projetado para os servidores de rede. O Pentium Xeon possui 2 níveis de
caches, com 512 Kbytes ou 1 MBytes integrado ao cartucho e oferecendo a velocidade de 400
Mhz.
Intel Pentium III
Em 1999, o processador Intel Pentium III oferece alta performance à 450 e 500 MHz,
desenvolvido para proporcionar alto rendimento nas aplicações em multimédia, com
movimentação de imagens em tela cheia, apresentações gráficas de alta qualidade e com
maior realismo e aprimoramento no processamento de imagens e programas que dão acesso
a Internet.
O Pentium III integra os benefícios da arquitetura de processadores P6 com execução
dinâmica e sistema bus de múltiplas transações com extensões Intel MMX de alta tecnologia,
o Pentium III oferece agora extensões Streaming SIMD e foram incluídos 70 novas instruções
avançadas que incluem plataformas 3D, reprodução de áudio e vídeo e reconhecimento de
voz.
1. Após a leitura do extrato acima transcrito, elabore um texto de opinião sobre a evolução
desta nova tecnologia e seus reflexos na vida profissional de cada cidadão.
Adaptado de wikipedia.pt ;http://www.prof2000.pt/users/inacio/Hist%C3%B3ria%20dos%20Computadores.htm Inácio Lemos
Bom trabalho! Cristina Henriques