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Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro da Educação
Fernando Haddad

Secretário Executivo
José Henrique Paim Fernandes

Secretária de Educação Especial
Claudia Pereira Dutra
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL



         Educação Infantil

Saberes e práticas da inclusão




Altas habilidades / superdotação
              Brasília
               2006
FICHA TÉCNICA

Coordenação Geral
• Profª Francisca Roseneide Furtado do Monte – MEC/SEESP
• Profª Idê Borges dos Santos – MEC/SEESP

Elaboração
• Profª Drª Denise de Souza Fleith – Universidade de Brasília-UnB

Revisão Técnica
• Profª Francisca Roseneide Furtado do Monte – MEC/SEESP
• Profª Luzimar Camões Peixoto – MEC/SEESP

Revisão de Texto
• Profª Idê Borges Santos - MEC/SEESP
• Profª Ms. Aura Cid Lopes Flórido Ferreira de Britto – MEC/SEESP

Consultores e Instituições que emitiram parecer
• Profª Drª Eunice Maria L. Soriano Alencar
• Profª Drª Cristina Maria Carvalho Delou – Universidade Federal Fluminense-UFF
• Profª Natalícia Pacheco de Lacerda Gaioso – Consultora autônoma
• Profª Drª Zenita C. Guenther – Centro de Desenvolvimento para o Potencial e Talento-
  CEDET - Lavras/MG
• Profª Vera Lúcia Palmeira Pereira – Membro da Associação Brasileira de Superdotados -
  Seccional/DF
• Centro de Apoio Pedagógico Especializado da Secretaria de Educação do Estado de São
  Paulo-CAPE
• Fundação Catarinense de Educação Especial do Estado de Santa Catarina
• Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais / Diretoria da Educação Especial
• Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino – Centro de Triagem e Diagnóstico
  da Educação Especial do Estado do Amazonas-SEDUC
• Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
• Secretaria Executiva de Educação do Pará – Departamento de Educação Especial
4ª edição / 2006

Tiragem: 10.000 exemplares (08 volumes)


             Fleith, Denise de Souza
                Educação infantil : saberes e práticas da inclusão : altas habilidade/superdotação.
                [4. ed.] / elaboração Denise de Souza Fleith. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação
                Especial, 2006.
                26 p. : il.

               1. Educação infantil. 2. Superdotação. 3. Atendimento especializado. 4. Educação inclusiva.
             I. Brasil. Secretaria de Educação Especial. II. Título.



                                                                                         CDU 376.014.53
                                                                                            CDU 376.54
Carta de Apresentação
      A educação e os cuidados na infância são amplamente reconhecidos como fatores
fundamentais do desenvolvimento global da criança, o que coloca para os sistemas de ensino
o desafio de organizar projetos pedagógicos que promovam a inclusão de todas as crianças.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional impulsionou o desenvolvimento da educação
e o compromisso com uma educação de qualidade, introduzindo um capítulo específico que
orienta para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, que deve
ter início na educação infantil.

     O Ministério da Educação, dissemina nacionalmente a política de educação inclusiva
e tem implementado ações que colocam como prioridade a ampliação do acesso e do
atendimento educacional especializado, criando as condições necessárias para a inclusão
nas escolas de ensino regular, propiciando participação e aprendizagem de todos os alunos
e possibilitando avanço as demais etapas e níveis de ensino.

      Nesse contexto, o MEC apóia a realização de programas de formação continuada de
professores e disponibiliza aos sistemas de ensino a Coleção Saberes e Práticas da Inclusão –
Educação Infantil que traz temas específicos sobre o atendimento educacional de crianças
com necessidades educacionais especiais, do nascimento aos seis anos de idade. São oito
volumes organizados para o desenvolvimento da prática pedagógica com enfoque nas
Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento;
Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem – Deficiência Múltipla; Dificuldades de
Comunicação e Sinalização – Deficiência Física; Dificuldades de Comunicação e Sinalização
– Surdocegueira/ Múltipla Deficiência Sensorial; Dificuldades de Comunicação e Sinalização
– Surdez; Dificuldades de Comunicação e Sinalização - Deficiência Visual e Altas Habilidades/
Superdotação.

      Esperamos que este material contribua no desenvolvimento da formação docente a
partir dos conhecimentos e temas abordados e desta forma, sejam elaborados projetos
pedagógicos que contemplem conceitos, princípios e estratégias educacionais inclusivas
que respondam às necessidades educacionais especiais dos alunos e propiciem seu
desenvolvimento social, afetivo e cognitivo.



                                 Claudia Pereira Dutra
                         Secretária de Educação Especial - MEC
Sumário
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 07

PARTE I
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E POLÍTICAS ............................................................................ 11

PARTE II
COMO IDENTIFICAR A CRIANÇA COM ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO
EM IDADE PRÉ-ESCOLAR ........................................................................................................... 15

PARTE III
CURRÍCULO: EIXOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA ............................................................... 19
   3.1 Objetivos e conteúdo da educação infantil ................................................................... 19
   3.2 Metodologia e estratégias pedagógicas ....................................................................... 19
       3.2.1 Atendimento Suplementar ..................................................................................... 21
   3.3 Expectativas de aprendizagem ...................................................................................... 22
   3.4 Material pedagógico e recursos tecnológicos ............................................................. 22
   3.5 Atividades .......................................................................................................................... 22
   3.6 Avaliação ........................................................................................................................... 23
   3.7 Referências bibliográficas ............................................................................................... 24
   3.8 Sugestões de leitura ......................................................................................................... 25
Introdução
      Uma educação democrática deve levar em consideração a diversidade, ou seja, deve
contemplar as diferenças individuais e oferecer experiências de aprendizagem conforme as
habilidades, interesses e potencialidades dos alunos.
      Nessa perspectiva, justifica-se a apresentação de sugestões relativas aprofundar e
enriquecer os conteúdos curriculares para a educação de alunos com altas habilidades/
superdotados em idade pré-escolar, visando fornecer ao professor uma orientação de como
reconhecer esse aluno em sala de aula, bem como implementar estratégias que atendam às
necessidades dessas crianças.
      Para isso, são apresentados um referencial teórico, a fundamentação legal e,
principalmente, metodologia e estratégias pedagógicas visando ao desenvolvimento de alunos
com altas habilidades/superdotados. O objetivo desse documento é, também, desmistificar
várias idéias acerca do aluno superdotado, como também sensibilizar e instrumentar o
professor para o uso de estratégias educacionais inclusivas que propiciem a esse aluno
oportunidades de desenvolvimento e auto-realização de seu potencial criativo e superior.




ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                          7
PARTE I
Considerações teóricas e políticas
Uma educação democrática deve levar em consideração as diferenças individuais e,
portanto, oferecer oportunidades de aprendizagem conforme as habilidades, interesses, estilos
de aprendizagem e potencialidades dos alunos. Nesse sentido, alunos com altas habilidades/
superdotados merecem ter acesso a práticas educacionais que atendam às suas necessidades,
possibilitando um melhor desenvolvimento de suas habilidades. Segundo Renzulli (1986), o
propósito da educação dos indivíduos superdotados é “fornecer aos jovens oportunidades
máximas de auto-realização por meio do desenvolvimento e expressão de uma ou mais áreas
de desempenho onde o potencial superior esteja presente” (p. 5).
      Várias são as razões para justificar a necessidade de uma atenção diferenciada ao
superdotado. Uma delas é por ser o potencial superior um dos recursos naturais mais preciosos,
responsável pelas contribuições mais significativas ao desenvolvimento de uma civilização.
Com relação a esse aspecto, Sternberg & Davidson (1986) lembram, por exemplo, que, quando
se volta à História e se buscam os pilares das grandes civilizações, invariavelmente as
contribuições artísticas, filosóficas e científicas, frutos da inteligência, talento e criatividade
de alguns indivíduos ou grupos de indivíduos, são apontadas ou enaltecidas. Com relação à
educação infantil, sabe-se que o período que antecede a educação fundamental é da maior
importância para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Nesse período, as influências
do ambiente desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do potencial de
cada criança. Propiciar condições que permitam a ela expressar seus interesses e desenvolver
possíveis talentos deveria ser o ponto de partida de uma educação diferenciada.
      Observa-se, entretanto, que poucas são as oportunidades educacionais oferecidas ao
aluno com altas habilidades/superdotado para desenvolver de forma mais plena as suas
habilidades. Uma possível explicação para este cenário são os vários mitos sobre o
superdotado, freqüentes em nossa sociedade, que constituem entrave à provisão de condições
favoráveis à sua educação. Predomina, por exemplo, a idéia de que esse indivíduo tem recursos
suficientes para desenvolver suas habilidades por si só, não sendo necessária a intervenção
do ambiente. No entanto, é preciso salientar e divulgar entre educadores que o aluno com
altas habilidades/superdotado necessita de uma variedade de experiências de aprendizagem
enriquecedoras, que estimulem seu potencial. Outro mito é a de que essa criança apresenta
necessariamente um bom rendimento escolar. Porém, o que se tem observado é que indivíduos
superdotados podem apresentar um rendimento aquém de seu potencial, revelando uma
discrepância entre seu potencial e seu desempenho real (Alencar & Fleith, 2001; Alencar &
Virgolim, 1999). Muitas vezes, o aluno com altas habilidades/superdotado pode ficar
desmotivado com as atividades implementadas em sala de aula, com o currículo ou métodos
de ensino utilizados (especialmente a excessiva repetição do conteúdo, aulas monótonas e
pouco estimuladoras, e ritmo mais lento da classe).
      Acredita-se, ainda, que superdotação é um fenômeno raro e que são poucas as crianças
e jovens de nossas escolas que poderiam ser considerados superdotados. O que pode ser
salientado é que se realmente as condições forem inadequadas, dificilmente o indivíduo com
um potencial maior terá condições de desenvolvê-lo. Assim, da mesma forma que uma boa
semente necessita de condições adequadas de solo, luz e umidade para desenvolver-se,
também o aluno com altas habilidades/superdotado necessita de um ambiente adequado
estimulador e rico em experiências. Observa-se, também, uma tendência no sentido de se
acreditar que os superdotados estariam concentrados em apenas uma parcela da população,
que seria entre indivíduos do sexo masculino, de nível socioeconômico médio. De modo geral,


ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                                  11
tanto a mulher como o indivíduo proveniente de um meio pobre que apresentem uma
habilidade ou um talento especial tendem não apenas a passar despercebidos, mas também
a sofrer uma pressão no sentido de um desempenho mais baixo (Alencar & Fleith, 2001).
Superdotação tem sido, ainda, vista, erroneamente, como genialidade. Esses termos,
entretanto, não são sinônimos. O gênio seria aquele indivíduo reconhecido por ter dado uma
contribuição original e de grande valor para a sociedade (por exemplo, Einstein, Darwin,
Picasso).
      No âmbito das políticas educacionais, inicialmente, as diretrizes básicas da Secretaria
de Educação Especial do Ministério da Educação e do Desporto (Brasil, 1995) consideravam
superdotados (ou portadores de altas habilidades) aqueles alunos que apresentavam notável
desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou
combinados: capacidade intelectual, aptidão acadêmica ou específica (por exemplo, aptidão
matemática), pensamento criativo e produtivo, capacidade de liderança, talento para artes
visuais, artes dramáticas e música e capacidade psicomotora.
      Atualmente, segundo o artigo 5º, parágrafo III, da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 2001, que
instituiu as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (Brasil 2001d),
educandos com altas habilidades/superdotação são aqueles que apresentam grande facilidade
de aprendizagem, levando-os a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Como conseqüência, estes alunos apresentam condições de aprofundar e enriquecer conteúdos
escolares.
      Considerando as políticas educacionais inclusivas, o aluno deve ser cada vez mais
atendido em seus interesses, necessidades e potencialidades, cabendo à escola ousar, rever
suas concepções e paradigmas educacionais, lidando com as evidências que o
desenvolvimento humano oferece.
      Uma criança pré-escolar que apresente um desenvolvimento cognitivo, socioafetivo e/
ou psicomotor diferenciado e avançado para a idade não pode ser desconsiderada e/ou
desqualificada no âmbito escolar. Nesse sentido, é importante atender os alunos de altas
habilidades/superdotados, considerando seu desenvolvimento real, evitando contemplar níveis
de desenvolvimento padronizados, conforme os apresentados em escalas de desenvolvimento.
Cabe, portanto, à escola definir no projeto pedagógico seu compromisso com uma educação
de qualidade para todos seus alunos, inclusive o de altas habilidades/superdotados,
respeitando e valorizando essa diversidade, e definindo sua responsabilidade na criação de
novos espaços inclusivos.
      Além disso, é na educação infantil que se aponta para a possibilidade de realização de
novas interações sociais por meio dos reagrupamentos escolares, conforme preconizam os
artigos 23 e 24 da nova LDBEN e que buscam, em última instância, não que o aluno se amolde
ou se adapte à escola, mas que a escola se coloque à disposição do aluno, como um espaço
inclusivo.
      Na educação infantil se inicia a construção de um processo escolar que poderá ser
concluído em menor tempo quanto à série em que o aluno esteja cursando, etapa escolar em
que o aluno esteja inserido ou mesmo em relação a toda a sua escolarização. Dessa forma, é
fundamental oferecer desafios suplementares aos alunos de altas habilidades/superdotados.
Para isso é importante a definição de um projeto pedagógico que inclua a modalidade de ensino
educação especial no cotidiano escolar, oferecendo aos alunos de altas habilidades/
superdotados alternativas motivadoras e criativas de aprendizagem que possam garantir o seu
sucesso escolar.

12                                                       ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
PARTE II
Como identificar a criança
  com altas habilidades/
 superdotação em idade
       pré-escolar
É importante ressaltar que crianças superdotadas em idade pré-escolar constituem
um grupo heterogêneo em termos de interesses, níveis de habilidades, desenvolvimento
emocional, social e físico (Cline & Schwartz, 1999). Nesse sentido, podemos nos deparar com
uma criança avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura emocionalmente. O professor
deve estar atento a essa possível falta de sincronia entre desenvolvimento intelectual e afetivo
ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém ter
dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão totalmente
desenvolvidas. Além disso, a habilidade superior demonstrada por essa criança pode ser
resultado de uma estimulação intensa por parte das pessoas significativas de seu ambiente.
Ao atingir a idade escolar, o desenvolvimento dessa criança pode se normalizar e ela passar
a apresentar um desempenho semelhante aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre
uma criança precoce poderá ser caracterizada como superdotada. É essencial, portanto,
acompanhar o desempenho dessa criança, registrando habilidades e interesses demonstrados
ao longo dos primeiros anos de escolarização, oferecendo várias oportunidades estimuladoras
e enriquecedoras ao seu potencial.
      Dentre as características mais comumente encontradas em crianças superdotadas em
idade pré-escolar destacam-se (Cline & Schwartz, 1999; Lewis & Louis, 1991):
      • Alto grau de curiosidade
      • Boa memória
      • Atenção concentrada
      • Persistência
      • Independência e autonomia
      • Interesse por áreas e tópicos diversos
      • Aprendizagem rápida
      • Criatividade e imaginação
      • Iniciativa
      • Liderança
      • Vocabulário avançado para a sua idade cronológica
      • Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias)
      • Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas
      • Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos
      • Habilidade para lidar com idéias abstratas
      • Habilidade para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vista
      • Interesse por livros e outras fontes de conhecimento
      • Alto nível de energia
      • Preferência por situações/objetos novos
      • Senso de humor
      • Originalidade para resolver problemas




ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                               15
PARTE III
          Currículo:
Eixos da proposta pedagógica
3.1 Objetivos e conteúdo da educação infantil
Objetivos:
     • Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais
        independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações.
     • Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e
        seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e
        bem-estar.
     • Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua
        auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e
        interação social.
     • Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a
        articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade
        e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração.
     • Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada
        vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente,
        além de conscientizar-se da importância de atitudes que contribuam para sua
        conservação.
     • Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.
     • Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas
        às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser
        compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar
        no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua
        capacidade expressiva.
     • Conhecer algumas manifestações culturais, como, por exemplo, expressões artísticas
        populares, demonstrando atitudes de interesse, respeito e tendo oportunidades de
        participar em algumas delas.

Conteúdo:
     a) Formação pessoal e social: identidade, autonomia e cooperação.
     b) Conhecimento do mundo: movimento, música, artes visuais, natureza e sociedade,
        linguagem oral e escrita, e matemática.
     Os objetivos específicos de cada conteúdo pode ser encontrado nos volumes 2 e 3 do
Referencial curricular nacional para a educação infantil (Brasil, 2001b, 2001c).



3.2 Metodologia e estratégias pedagógicas
     Estratégias de atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotado envolvem,
muitas vezes, diferençar ou modificar o currículo regular de modo a adequar o processo de


ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                               19
aprendizagem às necessidades e características desse aprendiz. Diferentes estratégias podem
ser empregadas nas classes comuns para diferenciação e modificação do currículo regular,
contribuindo, inclusive, para estimular potencialidades de toda a turma. A seguir, são
apresentados alguns exemplos de estratégias metodológicas e pedagógicas. Elas se aplicam
tanto à educação infantil quanto ao ensino fundamental.
      • A aprendizagem deve ser centrada no aluno. Leve em consideração os interesses e
        habilidades dos alunos.
      • Implemente atividades de enriquecimento em sala de aula, como, por exemplo,
        dramatizações, produção de histórias etc.
      • Investigue os interesses, os estilos de aprendizagem1 e de expressão dos seus alunos
        ou observe-os de forma a identificar seus interesses, pontos fortes e talentos.
      • Analise e modifique o currículo existente de forma a identificar e eliminar
        redundâncias e incrementar unidades que sejam desafiadoras para os alunos.
      • Retire ou reduza do currículo a ser desenvolvido conteúdo que os alunos já dominam
        ou que pode ser adquirido em um ritmo compatível com suas habilidades. O uso
        dessa estratégia educacional elimina conteúdo curricular repetitivo, cria um ambiente
        de aprendizagem desafiador, reduz sentimentos de apatia e desinteresse dos alunos
        superdotados com relação às atividades desenvolvidas em sala de aula, e possibilita
        a esses alunos utilizar o tempo economizado para se dedicar às atividades de seu
        interesse. É importante que seja feita uma avaliação criteriosa do nível de
        conhecimento do aluno acerca do conteúdo antes de se implementar essa estratégia.
      • Desenvolva atividades com diferentes produtos finais, de modo que as necessidades
        individuais possam ser atendidas.
      • Permita que os alunos comuniquem conhecimento ou experiências prévias.
      • Use várias estratégias de ensino (atividades em grupo, dramatização, brincadeiras
        etc) de forma a assegurar o envolvimento do aluno em sala de aula.
      • Convide pessoas da comunidade ou especialistas para falar para os alunos de forma
        a despertar o interesse dos mesmos sobre o conteúdo estudado e promover o
        desenvolvimento de habilidades.
      • Envolva os alunos em atividades de solução de problemas que os levem a transferir
        os objetivos de aprendizagem a situações em que a criatividade e outras habilidades
        superiores de pensamento (por exemplo, análise, avaliação, síntese) sejam
        empregadas.
      • Estimule os alunos a encontrar respostas para suas próprias questões por meio de
        projetos individuais (ex.: registro de atividades e descobertas em álbuns, cartazes,
        filmagens, gravações, desenhos, colagens) e atividades de exploração.
      • Envolva os pais no processo de aprendizagem de seus filhos (tutoria, acompanhamento
        no dever de casa).
      • Dê ao aluno oportunidade de escolha, levando em consideração seus interesses e




1
 Estilos de aprendizagem dizem respeito à forma como o aluno prefere aprender: ouvindo o professor, brincando
com jogos, realizando atividades em grupo, desenvolvendo projetos individualmente etc.



20                                                                ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
habilidades.
     •   Dê oportunidades ao aluno de obter conhecimento pessoal acerca de suas
         habilidades, interesses e estilos de aprendizagem, oferecendo experiências de
         aprendizagem variadas.
     •   Relacione os objetivos do conteúdo às experiências dos alunos.
     •   Ofereça aos alunos informações que sejam importantes, interessantes,
         contextualizadas, significativas e conectadas entre si, levando em consideração os
         interesses e habilidades das crianças.
     •   Oriente o aluno a buscar informações adicionais sobre tópicos de seu interesse,
         sugerindo fontes de informações diversificadas (livros, indivíduos, revistas, internet
         etc).
     •   Estimule o aluno a avaliar seu desempenho em uma atividade ou tarefa.
     •   Valorize produtos e idéias criativas.
     •   Situe os alunos nos grupos com os quais melhor possa trabalhar. Dê oportunidade
         aos alunos de desenvolverem atividades com outros de mesmo nível de habilidade.
     •   Ofereça ao aluno oportunidade de visitar e observar locais variados (ex.: parques,
         jardim zoológico, jardim botânico, teatros, comércio, galerias de arte, museus, lojinha
         de animais domésticos, feira, praça etc).
     •   Evite rotular o aluno de superdotado. Trate as diferenças individuais como um fato
         natural. Lembre-se de que nem sempre o aluno superdotado terá um desempenho
         excelente em todas as áreas ou atividades.



3.2.1 Atendimento suplementar
      Conforme as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (Brasil
2001d), devem ser oferecidos serviços de apoio pedagógico especializado aos alunos com
necessidades educacionais especiais. No caso do superdotado, sugere-se o atendimento
suplementar para aprofundar e/ou enriquecer o currículo escolar. Este atendimento é realizado
em salas de recursos, localizadas em escolas da rede regular de ensino, em horário contrário
ao da sala de aula comum. A sala de recursos atende alunos oriundos da própria escola e de
escolas próximas que não possuem tal serviço. O atendimento suplementar a alunos
superdotados da educação infantil inicia-se por volta dos quatro anos de idade e tem como
objetivo oferecer oportunidades para que eles explorem áreas de interesse, aprofundem
conhecimentos já adquiridos e desenvolvam habilidades relacionadas à criatividade, resolução
de problemas e raciocínio lógico. Além disso, esse atendimento contribui para o
desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como cooperação e autoconceito, e
propicia ao aluno oportunidades para eles vivenciarem o processo de aprendizagem com
motivação. É importante ressaltar que não é simples realizar, com precisão, um diagnóstico
de superdotação para crianças da educação infantil, considerando-se que elas estão em fase
inicial de desenvolvimento e que podem, ainda, ser muito estimuladas pela família. Nesse
sentido, o atendimento em salas de recursos possibilita ao professor observar e acompanhar
o desempenho do aluno e verificar se o mesmo pode ser caracterizado como uma criança
com altas habilidades/superdotada.



ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                               21
3.3 Expectativas de aprendizagem
      Crianças com altas habilidades/superdotadas em idade pré-escolar devem vivenciar
diversas situações de aprendizagem de forma a desenvolver suas habilidades e talentos. Isso
significa implementar atividades que envolvam o pensamento criativo (produção de muitas
idéias originais e variadas) e crítico, e que levem a criança a fazer conexões entre idéias,
resolver problemas e levantar questionamentos. É importante, ainda, proporcionar à criança
oportunidades para explorar mais amplamente um tema de seu interesse. Sob uma perspectiva
efetiva, espera-se que a criança com altas habilidades/superdotada desenvolva suas
habilidades interpessoais e de comunicação, autonomia, iniciativa, um autoconceito positivo,
e uma compreensão do outro e seu ponto de vista.



3.4 Material pedagógico e recursos tecnológicos
      Embora estejamos cônscios dos recursos limitados em muitas escolas, em termos ideais
um ambiente estimulador deve incluir material de consulta diversificado impresso ou eletrônico
(por exemplo, livros, revistas, jornais, enciclopédias, dicionário, programas de computador),
materiais para manipulação e exploração (brinquedos, bolas, blocos e jogos pedagógicos,
objetos com sons e formatos diferentes, lupas e lentes de aumento), equipamentos (vídeo,
globo terrestre, aparelho de som e, se possível, computador). Além disso, seria altamente
desejável que o aluno tivesse oportunidade de conhecer e freqüentar bibliotecas, de participar
de atividades (na escola ou em outros locais da comunidade), conforme seu interesse e área
de habilidade. Na área artística, materiais de consumo como tintas, lápis, pincéis, canetas,
massinha, argila, telas, bem como instrumentos musicais (flauta, por exemplo) devem, também,
ser disponibilizados aos alunos. É relevante ressaltar a necessidade não apenas de recursos
materiais, como também de recursos humanos diversos (por exemplo, bibliotecário,
professores bem qualificados de música, educação física, educação artística etc).



3.5 Atividades
       Um projeto pedagógico inclusivo para alunos de altas habilidades na pré-escola não pode
deixar de considerar as atividades que favoreçam o saber-aprender, o saber-fazer e o saber-
ser, favorecendo aprendizagens para toda a vida. Seeley (1998) sugere o desenvolvimento de
atividades que envolvam o uso da linguagem, a representação de experiências e idéias, o
raciocínio lógico e criativo, a compreensão de tempo e espaço e uma aprendizagem ativa por
parte do aluno com altas habilidades/superdotado. Exemplos de atividades são:
       • Descrição de objetos, eventos e relações
       • Conversa com colegas acerca de experiências importantes
       • Expressão de sentimentos em palavras
       • Ouvir e criar ou completar histórias
       • Ouvir, criar ou recriar canções


22                                                       ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
•
       Imitações ou criações de sons
       •
       Sonorizar poemas (por meio de sons do corpo, objetos ou instrumentos musicais)
       •
       Dramatizações
       •
       Reconhecimento de objetos pelo som, cheiro e formato
       •
       Identificação de diferenças e semelhanças entre objetos
       •
       Descrição de objetos de várias maneiras
       •
       Comparação de tamanho, peso, texturas, comprimento etc
       •
       Observação de objetos sob diferentes perspectivas
       •
       Representação de seu corpo
       •
       Descrição de relações espaciais presentes em desenhos e figuras.
       Alencar & Fleith (2001) sugerem outras atividades a serem implementadas com alunos
superdotados:
     • Atividades que levem o aluno a produzir muitas idéias
     • Atividades que levem o aluno a brincar com idéias, situações e objetos (ex.:
       brincadeiras de faz-de-conta: casinha, supermercado etc)
     • Atividades que envolvam análise crítica de um acontecimento
     • Atividades que estimulem o aluno a levantar questões
     • Atividades que levem o aluno gerar múltiplas hipóteses
     • Atividades que desenvolvam no aluno a habilidade de explorar conseqüências para
       acontecimentos que poderão ocorrer no futuro
     • Atividades que envolvam a discussão de problemas do mundo real
     • Atividades que estimulem o aluno a definir e solucionar problemas
     • Atividades de pesquisa sobre tópicos do interesse do aluno
     • Atividades que estimulem a imaginação dos alunos
     • Atividades que possibilitem ao aluno explorar e conhecer diferentes áreas do
       conhecimento.




3.6 Avaliação
     A avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais em
idade pré-escolar deve ser orientada por dois propósitos principais: a identificação das
necessidades educacionais especiais e a tomada de decisão quanto ao atendimento que esses
alunos devem receber, conforme previsto na nova legislação. Dada a diversidade de estilos
de aprendizagem, estilos de expressão e habilidades dos alunos superdotados, múltiplas
formas de avaliação da aprendizagem devem ser consideradas, visando não somente
assegurar respostas educativas de qualidade, mas, também, a tomada de decisões quanto ao
atendimento de que a criança pré-escolar necessita no âmbito da escola, nas modalidades


2
  Apoio escolar: auxílio que o professor e o aluno podem receber no processo de ensino e aprendizagem, tanto nas classes
comuns quanto em salas de recursos, prestados por especialistas em educação de alunos com altas habilidades.
3
  Complemento escolar: acréscimo feito ao currículo de uma etapa do processo educacional que antecipa conteúdo do
currículo de base nacional comum da etapa seguinte.
4
  Suplemento escolar: ampliação, aprofundamento ou enriquecimento ao currículo de base nacional comum.



ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                                                      23
de apoio,2 complemento3 ou suplemento escolar,4 garantindo a educação e o desenvolvimento
das potencialidades desses educandos. Além disso, em situações de desenvolvimento
dessincronizado na pré-escola (por exemplo, desenvolvimento intelectual mais avançado do
que o emocional), um cuidadoso e exaustivo trabalho de avaliação escolar deve ser realizado
a fim de fundamentar decisões tomadas como a de aceleração de estudos de alunos
autodidatas ou que apresentem ritmos de aprendizagem acelerados em uma ou várias áreas
de aprendizagem escolar.
       Além das alternativas tradicionais de avaliação, outras poderão ser utilizadas como,
por exemplo, auto-avaliação, relatório de atividades e avaliação de produtos elaborados pelos
alunos. A estratégia ideal de avaliação é aquela em que o progresso do aluno é ressaltado.
Isso possibilita ao aluno desenvolver um senso de realização acadêmica e, conseqüentemente,
levá-lo a se sentir intrinsecamente motivado em relação ao seu processo de aprendizagem
(Feldhusen, 1994). É importante, ainda, que o professor incentive múltiplas formas de produto
final. Ou seja, o aluno pode demonstrar sua proficiência por meio de um produto escrito
(história, poesia, carta etc), oral (dramatização, música, contar histórias etc), visual (desenho,
colagem, mural etc) e/ou concreto (móbile, máscara, brinquedos, jogos etc), de forma a
contemplar os diferentes estilos de expressão5 dos alunos. Toda informação sobre o aluno
(por exemplo, trabalhos de classe e extraclasse, outras produções do aluno, áreas/atividades
de interesse) deve ser documentada e guardada em um portfólio, ou seja, em uma pasta para
cada aluno, com sua produção, de forma que as habilidades, interesses, estilos de
aprendizagem e expressão do aluno superdotado sejam ressaltados e o professor possa,
portanto, conhecê-lo melhor e estruturar a aula visando atender a suas necessidades
educacionais (Purcell & Renzulli, 1998).
       Pensar a construção da educação inclusiva de alunos de altas habilidades/superdotados
na pré-escola envolve superar desafios que vão desde a organização dos sistemas de ensino,
passando pela escola e pela família, garantindo condições escolares de qualidade que
favoreçam a formação de cidadãos brasileiros que poderão, definitivamente, contribuir para
a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.




3.7 Referências bibliográficas
ALENCAR, E.M.L.S. & FLEITH, D.S. (2001). Superdotação: determinantes, educação e
    ajustamento. São Paulo: EPU.

_____ & VIRGOLIM, A.M.R. (1999). Dificuldades emocionais e sociais do superdotado. In:
     F.P Sobrinho & A.C.B. Cunha (Orgs.) Dos problemas disciplinares aos distúrbios de
        .N.
     conduta (pp. 89-114). Rio de Janeiro: Dunya.

BRASIL. (1995). Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de
    altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: MEC/Secretaria de Educação
    Especial.

5
 Estilos de expressão dizem respeito à forma como o aluno prefere se expressar: por escrito, oralmente, por meio de
dramatização etc.



24                                                                    ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
_____. (2001a). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 1). Brasília: MEC/
     Secretaria de Educação Fundamental.

_____. (2001b). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 2). Brasília: MEC/
     Secretaria de Educação Fundamental.

_____. (2001c). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 3). Brasília: MEC/
     Secretaria de Educação Fundamental.

_____. (2001d). Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília:
     MEC/CNE/CEB.

CLINE, S. & SCHWARTZ, D. (1999). Diverse populations of gifted children. Upper Saddle
    River, NJ: Merrill.

FELDHUSEN, J.F. (1994). Learning and cognition of talented youth. In: J. Van Tassel-Baska
    (Org.) Comprehensive curriculum for gifted learners (pp. 17-28). Needham Heights, MA:
    Allyn and Bacon.

LEWIS, M. & LOUIS, B. (1991). Young gifted children. In: N. Colangelo & G.A. Davis (Eds.),
    Handbook of gifted education (pp. 365-381). Boston: Allyn and Bacon.

PURCELL, J.H. & RENZULLI, J.S. (1998). Total talent portfolio. Mansfield Center, CT: Creative
    Learning Press.

RENZULLI, J.S. (1986). The three-ring conception of giftedness: a developmental model for
    creative productivity. In: R. J. Sternberg & J. E. Davis (Eds.) Conceptions of giftedness
    (pp. 53-92). New York: Cambridge University Press.

_____ & REIS, S.M. (1997). The schoolwide enrichment model (2nd ed.). Mansfield Center, CT:
     Creative Learning Press.

SEELEY, K. (1998). Giftedness in early childhood. Em J. Van Tassel-Baska (Org.) Excelence in
    educating gifted and talented learners (pp. 67-81). Denver, CO: Love.

STERNBERG, R.J. & DAVIDSON, J. (Orgs.) (1986). Conceptions of giftedness. New York:
    Cambridge University Press.




3.8 Sugestões de leitura
ALENCAR, E.M.L.S. (1991). Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: Vozes.




ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO                                                                25
_____. (1994). Perspectivas e desafios da educação do superdotado. In: E.M.L.S. Alencar
     (Org.) Tendências e desafios da educação especial (pp. 104-124). Brasília: SEESP.

_____. (2001). Criatividade e educação de superdotados. Petrópolis: Vozes.

_____ & FLEITH, D.S. (2001). Superdotação: Determinantes, educação e ajustamento. São
     Paulo: EPU.

FREEMAN, J. & GUENTHER, Z.C. (2000). Educando os mais capazes. São Paulo: EPU.

GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas. A teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas.

GUENTHER, Z.C. (2000). Desenvolver capacidades e talentos. Um conceito de inclusão.
   Petrópolis: Vozes.

VIRGOLIM, A.M.R., FLEITH, D.S. & NEVES-PEREIRA, M.S. (2001). Toc toc... plim plim.
    Lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade (3a. ed.).
    Campinas: Papirus.

WINNER, E. (1998). Crianças superdotadas. Mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas
    Sul.




26                                                       ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
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Superdotacao

  • 1.
  • 2. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário Executivo José Henrique Paim Fernandes Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra
  • 3. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Educação Infantil Saberes e práticas da inclusão Altas habilidades / superdotação Brasília 2006
  • 4. FICHA TÉCNICA Coordenação Geral • Profª Francisca Roseneide Furtado do Monte – MEC/SEESP • Profª Idê Borges dos Santos – MEC/SEESP Elaboração • Profª Drª Denise de Souza Fleith – Universidade de Brasília-UnB Revisão Técnica • Profª Francisca Roseneide Furtado do Monte – MEC/SEESP • Profª Luzimar Camões Peixoto – MEC/SEESP Revisão de Texto • Profª Idê Borges Santos - MEC/SEESP • Profª Ms. Aura Cid Lopes Flórido Ferreira de Britto – MEC/SEESP Consultores e Instituições que emitiram parecer • Profª Drª Eunice Maria L. Soriano Alencar • Profª Drª Cristina Maria Carvalho Delou – Universidade Federal Fluminense-UFF • Profª Natalícia Pacheco de Lacerda Gaioso – Consultora autônoma • Profª Drª Zenita C. Guenther – Centro de Desenvolvimento para o Potencial e Talento- CEDET - Lavras/MG • Profª Vera Lúcia Palmeira Pereira – Membro da Associação Brasileira de Superdotados - Seccional/DF • Centro de Apoio Pedagógico Especializado da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo-CAPE • Fundação Catarinense de Educação Especial do Estado de Santa Catarina • Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais / Diretoria da Educação Especial • Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino – Centro de Triagem e Diagnóstico da Educação Especial do Estado do Amazonas-SEDUC • Secretaria de Educação do Estado de São Paulo • Secretaria Executiva de Educação do Pará – Departamento de Educação Especial 4ª edição / 2006 Tiragem: 10.000 exemplares (08 volumes) Fleith, Denise de Souza Educação infantil : saberes e práticas da inclusão : altas habilidade/superdotação. [4. ed.] / elaboração Denise de Souza Fleith. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 26 p. : il. 1. Educação infantil. 2. Superdotação. 3. Atendimento especializado. 4. Educação inclusiva. I. Brasil. Secretaria de Educação Especial. II. Título. CDU 376.014.53 CDU 376.54
  • 5. Carta de Apresentação A educação e os cuidados na infância são amplamente reconhecidos como fatores fundamentais do desenvolvimento global da criança, o que coloca para os sistemas de ensino o desafio de organizar projetos pedagógicos que promovam a inclusão de todas as crianças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional impulsionou o desenvolvimento da educação e o compromisso com uma educação de qualidade, introduzindo um capítulo específico que orienta para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, que deve ter início na educação infantil. O Ministério da Educação, dissemina nacionalmente a política de educação inclusiva e tem implementado ações que colocam como prioridade a ampliação do acesso e do atendimento educacional especializado, criando as condições necessárias para a inclusão nas escolas de ensino regular, propiciando participação e aprendizagem de todos os alunos e possibilitando avanço as demais etapas e níveis de ensino. Nesse contexto, o MEC apóia a realização de programas de formação continuada de professores e disponibiliza aos sistemas de ensino a Coleção Saberes e Práticas da Inclusão – Educação Infantil que traz temas específicos sobre o atendimento educacional de crianças com necessidades educacionais especiais, do nascimento aos seis anos de idade. São oito volumes organizados para o desenvolvimento da prática pedagógica com enfoque nas Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento; Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem – Deficiência Múltipla; Dificuldades de Comunicação e Sinalização – Deficiência Física; Dificuldades de Comunicação e Sinalização – Surdocegueira/ Múltipla Deficiência Sensorial; Dificuldades de Comunicação e Sinalização – Surdez; Dificuldades de Comunicação e Sinalização - Deficiência Visual e Altas Habilidades/ Superdotação. Esperamos que este material contribua no desenvolvimento da formação docente a partir dos conhecimentos e temas abordados e desta forma, sejam elaborados projetos pedagógicos que contemplem conceitos, princípios e estratégias educacionais inclusivas que respondam às necessidades educacionais especiais dos alunos e propiciem seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo. Claudia Pereira Dutra Secretária de Educação Especial - MEC
  • 6.
  • 7. Sumário INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 07 PARTE I CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E POLÍTICAS ............................................................................ 11 PARTE II COMO IDENTIFICAR A CRIANÇA COM ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO EM IDADE PRÉ-ESCOLAR ........................................................................................................... 15 PARTE III CURRÍCULO: EIXOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA ............................................................... 19 3.1 Objetivos e conteúdo da educação infantil ................................................................... 19 3.2 Metodologia e estratégias pedagógicas ....................................................................... 19 3.2.1 Atendimento Suplementar ..................................................................................... 21 3.3 Expectativas de aprendizagem ...................................................................................... 22 3.4 Material pedagógico e recursos tecnológicos ............................................................. 22 3.5 Atividades .......................................................................................................................... 22 3.6 Avaliação ........................................................................................................................... 23 3.7 Referências bibliográficas ............................................................................................... 24 3.8 Sugestões de leitura ......................................................................................................... 25
  • 8.
  • 9. Introdução Uma educação democrática deve levar em consideração a diversidade, ou seja, deve contemplar as diferenças individuais e oferecer experiências de aprendizagem conforme as habilidades, interesses e potencialidades dos alunos. Nessa perspectiva, justifica-se a apresentação de sugestões relativas aprofundar e enriquecer os conteúdos curriculares para a educação de alunos com altas habilidades/ superdotados em idade pré-escolar, visando fornecer ao professor uma orientação de como reconhecer esse aluno em sala de aula, bem como implementar estratégias que atendam às necessidades dessas crianças. Para isso, são apresentados um referencial teórico, a fundamentação legal e, principalmente, metodologia e estratégias pedagógicas visando ao desenvolvimento de alunos com altas habilidades/superdotados. O objetivo desse documento é, também, desmistificar várias idéias acerca do aluno superdotado, como também sensibilizar e instrumentar o professor para o uso de estratégias educacionais inclusivas que propiciem a esse aluno oportunidades de desenvolvimento e auto-realização de seu potencial criativo e superior. ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 7
  • 10.
  • 12.
  • 13. Uma educação democrática deve levar em consideração as diferenças individuais e, portanto, oferecer oportunidades de aprendizagem conforme as habilidades, interesses, estilos de aprendizagem e potencialidades dos alunos. Nesse sentido, alunos com altas habilidades/ superdotados merecem ter acesso a práticas educacionais que atendam às suas necessidades, possibilitando um melhor desenvolvimento de suas habilidades. Segundo Renzulli (1986), o propósito da educação dos indivíduos superdotados é “fornecer aos jovens oportunidades máximas de auto-realização por meio do desenvolvimento e expressão de uma ou mais áreas de desempenho onde o potencial superior esteja presente” (p. 5). Várias são as razões para justificar a necessidade de uma atenção diferenciada ao superdotado. Uma delas é por ser o potencial superior um dos recursos naturais mais preciosos, responsável pelas contribuições mais significativas ao desenvolvimento de uma civilização. Com relação a esse aspecto, Sternberg & Davidson (1986) lembram, por exemplo, que, quando se volta à História e se buscam os pilares das grandes civilizações, invariavelmente as contribuições artísticas, filosóficas e científicas, frutos da inteligência, talento e criatividade de alguns indivíduos ou grupos de indivíduos, são apontadas ou enaltecidas. Com relação à educação infantil, sabe-se que o período que antecede a educação fundamental é da maior importância para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Nesse período, as influências do ambiente desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do potencial de cada criança. Propiciar condições que permitam a ela expressar seus interesses e desenvolver possíveis talentos deveria ser o ponto de partida de uma educação diferenciada. Observa-se, entretanto, que poucas são as oportunidades educacionais oferecidas ao aluno com altas habilidades/superdotado para desenvolver de forma mais plena as suas habilidades. Uma possível explicação para este cenário são os vários mitos sobre o superdotado, freqüentes em nossa sociedade, que constituem entrave à provisão de condições favoráveis à sua educação. Predomina, por exemplo, a idéia de que esse indivíduo tem recursos suficientes para desenvolver suas habilidades por si só, não sendo necessária a intervenção do ambiente. No entanto, é preciso salientar e divulgar entre educadores que o aluno com altas habilidades/superdotado necessita de uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras, que estimulem seu potencial. Outro mito é a de que essa criança apresenta necessariamente um bom rendimento escolar. Porém, o que se tem observado é que indivíduos superdotados podem apresentar um rendimento aquém de seu potencial, revelando uma discrepância entre seu potencial e seu desempenho real (Alencar & Fleith, 2001; Alencar & Virgolim, 1999). Muitas vezes, o aluno com altas habilidades/superdotado pode ficar desmotivado com as atividades implementadas em sala de aula, com o currículo ou métodos de ensino utilizados (especialmente a excessiva repetição do conteúdo, aulas monótonas e pouco estimuladoras, e ritmo mais lento da classe). Acredita-se, ainda, que superdotação é um fenômeno raro e que são poucas as crianças e jovens de nossas escolas que poderiam ser considerados superdotados. O que pode ser salientado é que se realmente as condições forem inadequadas, dificilmente o indivíduo com um potencial maior terá condições de desenvolvê-lo. Assim, da mesma forma que uma boa semente necessita de condições adequadas de solo, luz e umidade para desenvolver-se, também o aluno com altas habilidades/superdotado necessita de um ambiente adequado estimulador e rico em experiências. Observa-se, também, uma tendência no sentido de se acreditar que os superdotados estariam concentrados em apenas uma parcela da população, que seria entre indivíduos do sexo masculino, de nível socioeconômico médio. De modo geral, ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 11
  • 14. tanto a mulher como o indivíduo proveniente de um meio pobre que apresentem uma habilidade ou um talento especial tendem não apenas a passar despercebidos, mas também a sofrer uma pressão no sentido de um desempenho mais baixo (Alencar & Fleith, 2001). Superdotação tem sido, ainda, vista, erroneamente, como genialidade. Esses termos, entretanto, não são sinônimos. O gênio seria aquele indivíduo reconhecido por ter dado uma contribuição original e de grande valor para a sociedade (por exemplo, Einstein, Darwin, Picasso). No âmbito das políticas educacionais, inicialmente, as diretrizes básicas da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e do Desporto (Brasil, 1995) consideravam superdotados (ou portadores de altas habilidades) aqueles alunos que apresentavam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual, aptidão acadêmica ou específica (por exemplo, aptidão matemática), pensamento criativo e produtivo, capacidade de liderança, talento para artes visuais, artes dramáticas e música e capacidade psicomotora. Atualmente, segundo o artigo 5º, parágrafo III, da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 2001, que instituiu as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (Brasil 2001d), educandos com altas habilidades/superdotação são aqueles que apresentam grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. Como conseqüência, estes alunos apresentam condições de aprofundar e enriquecer conteúdos escolares. Considerando as políticas educacionais inclusivas, o aluno deve ser cada vez mais atendido em seus interesses, necessidades e potencialidades, cabendo à escola ousar, rever suas concepções e paradigmas educacionais, lidando com as evidências que o desenvolvimento humano oferece. Uma criança pré-escolar que apresente um desenvolvimento cognitivo, socioafetivo e/ ou psicomotor diferenciado e avançado para a idade não pode ser desconsiderada e/ou desqualificada no âmbito escolar. Nesse sentido, é importante atender os alunos de altas habilidades/superdotados, considerando seu desenvolvimento real, evitando contemplar níveis de desenvolvimento padronizados, conforme os apresentados em escalas de desenvolvimento. Cabe, portanto, à escola definir no projeto pedagógico seu compromisso com uma educação de qualidade para todos seus alunos, inclusive o de altas habilidades/superdotados, respeitando e valorizando essa diversidade, e definindo sua responsabilidade na criação de novos espaços inclusivos. Além disso, é na educação infantil que se aponta para a possibilidade de realização de novas interações sociais por meio dos reagrupamentos escolares, conforme preconizam os artigos 23 e 24 da nova LDBEN e que buscam, em última instância, não que o aluno se amolde ou se adapte à escola, mas que a escola se coloque à disposição do aluno, como um espaço inclusivo. Na educação infantil se inicia a construção de um processo escolar que poderá ser concluído em menor tempo quanto à série em que o aluno esteja cursando, etapa escolar em que o aluno esteja inserido ou mesmo em relação a toda a sua escolarização. Dessa forma, é fundamental oferecer desafios suplementares aos alunos de altas habilidades/superdotados. Para isso é importante a definição de um projeto pedagógico que inclua a modalidade de ensino educação especial no cotidiano escolar, oferecendo aos alunos de altas habilidades/ superdotados alternativas motivadoras e criativas de aprendizagem que possam garantir o seu sucesso escolar. 12 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
  • 15. PARTE II Como identificar a criança com altas habilidades/ superdotação em idade pré-escolar
  • 16.
  • 17. É importante ressaltar que crianças superdotadas em idade pré-escolar constituem um grupo heterogêneo em termos de interesses, níveis de habilidades, desenvolvimento emocional, social e físico (Cline & Schwartz, 1999). Nesse sentido, podemos nos deparar com uma criança avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura emocionalmente. O professor deve estar atento a essa possível falta de sincronia entre desenvolvimento intelectual e afetivo ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão totalmente desenvolvidas. Além disso, a habilidade superior demonstrada por essa criança pode ser resultado de uma estimulação intensa por parte das pessoas significativas de seu ambiente. Ao atingir a idade escolar, o desenvolvimento dessa criança pode se normalizar e ela passar a apresentar um desempenho semelhante aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre uma criança precoce poderá ser caracterizada como superdotada. É essencial, portanto, acompanhar o desempenho dessa criança, registrando habilidades e interesses demonstrados ao longo dos primeiros anos de escolarização, oferecendo várias oportunidades estimuladoras e enriquecedoras ao seu potencial. Dentre as características mais comumente encontradas em crianças superdotadas em idade pré-escolar destacam-se (Cline & Schwartz, 1999; Lewis & Louis, 1991): • Alto grau de curiosidade • Boa memória • Atenção concentrada • Persistência • Independência e autonomia • Interesse por áreas e tópicos diversos • Aprendizagem rápida • Criatividade e imaginação • Iniciativa • Liderança • Vocabulário avançado para a sua idade cronológica • Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias) • Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas • Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos • Habilidade para lidar com idéias abstratas • Habilidade para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vista • Interesse por livros e outras fontes de conhecimento • Alto nível de energia • Preferência por situações/objetos novos • Senso de humor • Originalidade para resolver problemas ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 15
  • 18.
  • 19. PARTE III Currículo: Eixos da proposta pedagógica
  • 20.
  • 21. 3.1 Objetivos e conteúdo da educação infantil Objetivos: • Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações. • Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar. • Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social. • Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração. • Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente, além de conscientizar-se da importância de atitudes que contribuam para sua conservação. • Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades. • Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva. • Conhecer algumas manifestações culturais, como, por exemplo, expressões artísticas populares, demonstrando atitudes de interesse, respeito e tendo oportunidades de participar em algumas delas. Conteúdo: a) Formação pessoal e social: identidade, autonomia e cooperação. b) Conhecimento do mundo: movimento, música, artes visuais, natureza e sociedade, linguagem oral e escrita, e matemática. Os objetivos específicos de cada conteúdo pode ser encontrado nos volumes 2 e 3 do Referencial curricular nacional para a educação infantil (Brasil, 2001b, 2001c). 3.2 Metodologia e estratégias pedagógicas Estratégias de atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotado envolvem, muitas vezes, diferençar ou modificar o currículo regular de modo a adequar o processo de ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 19
  • 22. aprendizagem às necessidades e características desse aprendiz. Diferentes estratégias podem ser empregadas nas classes comuns para diferenciação e modificação do currículo regular, contribuindo, inclusive, para estimular potencialidades de toda a turma. A seguir, são apresentados alguns exemplos de estratégias metodológicas e pedagógicas. Elas se aplicam tanto à educação infantil quanto ao ensino fundamental. • A aprendizagem deve ser centrada no aluno. Leve em consideração os interesses e habilidades dos alunos. • Implemente atividades de enriquecimento em sala de aula, como, por exemplo, dramatizações, produção de histórias etc. • Investigue os interesses, os estilos de aprendizagem1 e de expressão dos seus alunos ou observe-os de forma a identificar seus interesses, pontos fortes e talentos. • Analise e modifique o currículo existente de forma a identificar e eliminar redundâncias e incrementar unidades que sejam desafiadoras para os alunos. • Retire ou reduza do currículo a ser desenvolvido conteúdo que os alunos já dominam ou que pode ser adquirido em um ritmo compatível com suas habilidades. O uso dessa estratégia educacional elimina conteúdo curricular repetitivo, cria um ambiente de aprendizagem desafiador, reduz sentimentos de apatia e desinteresse dos alunos superdotados com relação às atividades desenvolvidas em sala de aula, e possibilita a esses alunos utilizar o tempo economizado para se dedicar às atividades de seu interesse. É importante que seja feita uma avaliação criteriosa do nível de conhecimento do aluno acerca do conteúdo antes de se implementar essa estratégia. • Desenvolva atividades com diferentes produtos finais, de modo que as necessidades individuais possam ser atendidas. • Permita que os alunos comuniquem conhecimento ou experiências prévias. • Use várias estratégias de ensino (atividades em grupo, dramatização, brincadeiras etc) de forma a assegurar o envolvimento do aluno em sala de aula. • Convide pessoas da comunidade ou especialistas para falar para os alunos de forma a despertar o interesse dos mesmos sobre o conteúdo estudado e promover o desenvolvimento de habilidades. • Envolva os alunos em atividades de solução de problemas que os levem a transferir os objetivos de aprendizagem a situações em que a criatividade e outras habilidades superiores de pensamento (por exemplo, análise, avaliação, síntese) sejam empregadas. • Estimule os alunos a encontrar respostas para suas próprias questões por meio de projetos individuais (ex.: registro de atividades e descobertas em álbuns, cartazes, filmagens, gravações, desenhos, colagens) e atividades de exploração. • Envolva os pais no processo de aprendizagem de seus filhos (tutoria, acompanhamento no dever de casa). • Dê ao aluno oportunidade de escolha, levando em consideração seus interesses e 1 Estilos de aprendizagem dizem respeito à forma como o aluno prefere aprender: ouvindo o professor, brincando com jogos, realizando atividades em grupo, desenvolvendo projetos individualmente etc. 20 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
  • 23. habilidades. • Dê oportunidades ao aluno de obter conhecimento pessoal acerca de suas habilidades, interesses e estilos de aprendizagem, oferecendo experiências de aprendizagem variadas. • Relacione os objetivos do conteúdo às experiências dos alunos. • Ofereça aos alunos informações que sejam importantes, interessantes, contextualizadas, significativas e conectadas entre si, levando em consideração os interesses e habilidades das crianças. • Oriente o aluno a buscar informações adicionais sobre tópicos de seu interesse, sugerindo fontes de informações diversificadas (livros, indivíduos, revistas, internet etc). • Estimule o aluno a avaliar seu desempenho em uma atividade ou tarefa. • Valorize produtos e idéias criativas. • Situe os alunos nos grupos com os quais melhor possa trabalhar. Dê oportunidade aos alunos de desenvolverem atividades com outros de mesmo nível de habilidade. • Ofereça ao aluno oportunidade de visitar e observar locais variados (ex.: parques, jardim zoológico, jardim botânico, teatros, comércio, galerias de arte, museus, lojinha de animais domésticos, feira, praça etc). • Evite rotular o aluno de superdotado. Trate as diferenças individuais como um fato natural. Lembre-se de que nem sempre o aluno superdotado terá um desempenho excelente em todas as áreas ou atividades. 3.2.1 Atendimento suplementar Conforme as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (Brasil 2001d), devem ser oferecidos serviços de apoio pedagógico especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais. No caso do superdotado, sugere-se o atendimento suplementar para aprofundar e/ou enriquecer o currículo escolar. Este atendimento é realizado em salas de recursos, localizadas em escolas da rede regular de ensino, em horário contrário ao da sala de aula comum. A sala de recursos atende alunos oriundos da própria escola e de escolas próximas que não possuem tal serviço. O atendimento suplementar a alunos superdotados da educação infantil inicia-se por volta dos quatro anos de idade e tem como objetivo oferecer oportunidades para que eles explorem áreas de interesse, aprofundem conhecimentos já adquiridos e desenvolvam habilidades relacionadas à criatividade, resolução de problemas e raciocínio lógico. Além disso, esse atendimento contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como cooperação e autoconceito, e propicia ao aluno oportunidades para eles vivenciarem o processo de aprendizagem com motivação. É importante ressaltar que não é simples realizar, com precisão, um diagnóstico de superdotação para crianças da educação infantil, considerando-se que elas estão em fase inicial de desenvolvimento e que podem, ainda, ser muito estimuladas pela família. Nesse sentido, o atendimento em salas de recursos possibilita ao professor observar e acompanhar o desempenho do aluno e verificar se o mesmo pode ser caracterizado como uma criança com altas habilidades/superdotada. ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 21
  • 24. 3.3 Expectativas de aprendizagem Crianças com altas habilidades/superdotadas em idade pré-escolar devem vivenciar diversas situações de aprendizagem de forma a desenvolver suas habilidades e talentos. Isso significa implementar atividades que envolvam o pensamento criativo (produção de muitas idéias originais e variadas) e crítico, e que levem a criança a fazer conexões entre idéias, resolver problemas e levantar questionamentos. É importante, ainda, proporcionar à criança oportunidades para explorar mais amplamente um tema de seu interesse. Sob uma perspectiva efetiva, espera-se que a criança com altas habilidades/superdotada desenvolva suas habilidades interpessoais e de comunicação, autonomia, iniciativa, um autoconceito positivo, e uma compreensão do outro e seu ponto de vista. 3.4 Material pedagógico e recursos tecnológicos Embora estejamos cônscios dos recursos limitados em muitas escolas, em termos ideais um ambiente estimulador deve incluir material de consulta diversificado impresso ou eletrônico (por exemplo, livros, revistas, jornais, enciclopédias, dicionário, programas de computador), materiais para manipulação e exploração (brinquedos, bolas, blocos e jogos pedagógicos, objetos com sons e formatos diferentes, lupas e lentes de aumento), equipamentos (vídeo, globo terrestre, aparelho de som e, se possível, computador). Além disso, seria altamente desejável que o aluno tivesse oportunidade de conhecer e freqüentar bibliotecas, de participar de atividades (na escola ou em outros locais da comunidade), conforme seu interesse e área de habilidade. Na área artística, materiais de consumo como tintas, lápis, pincéis, canetas, massinha, argila, telas, bem como instrumentos musicais (flauta, por exemplo) devem, também, ser disponibilizados aos alunos. É relevante ressaltar a necessidade não apenas de recursos materiais, como também de recursos humanos diversos (por exemplo, bibliotecário, professores bem qualificados de música, educação física, educação artística etc). 3.5 Atividades Um projeto pedagógico inclusivo para alunos de altas habilidades na pré-escola não pode deixar de considerar as atividades que favoreçam o saber-aprender, o saber-fazer e o saber- ser, favorecendo aprendizagens para toda a vida. Seeley (1998) sugere o desenvolvimento de atividades que envolvam o uso da linguagem, a representação de experiências e idéias, o raciocínio lógico e criativo, a compreensão de tempo e espaço e uma aprendizagem ativa por parte do aluno com altas habilidades/superdotado. Exemplos de atividades são: • Descrição de objetos, eventos e relações • Conversa com colegas acerca de experiências importantes • Expressão de sentimentos em palavras • Ouvir e criar ou completar histórias • Ouvir, criar ou recriar canções 22 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
  • 25. Imitações ou criações de sons • Sonorizar poemas (por meio de sons do corpo, objetos ou instrumentos musicais) • Dramatizações • Reconhecimento de objetos pelo som, cheiro e formato • Identificação de diferenças e semelhanças entre objetos • Descrição de objetos de várias maneiras • Comparação de tamanho, peso, texturas, comprimento etc • Observação de objetos sob diferentes perspectivas • Representação de seu corpo • Descrição de relações espaciais presentes em desenhos e figuras. Alencar & Fleith (2001) sugerem outras atividades a serem implementadas com alunos superdotados: • Atividades que levem o aluno a produzir muitas idéias • Atividades que levem o aluno a brincar com idéias, situações e objetos (ex.: brincadeiras de faz-de-conta: casinha, supermercado etc) • Atividades que envolvam análise crítica de um acontecimento • Atividades que estimulem o aluno a levantar questões • Atividades que levem o aluno gerar múltiplas hipóteses • Atividades que desenvolvam no aluno a habilidade de explorar conseqüências para acontecimentos que poderão ocorrer no futuro • Atividades que envolvam a discussão de problemas do mundo real • Atividades que estimulem o aluno a definir e solucionar problemas • Atividades de pesquisa sobre tópicos do interesse do aluno • Atividades que estimulem a imaginação dos alunos • Atividades que possibilitem ao aluno explorar e conhecer diferentes áreas do conhecimento. 3.6 Avaliação A avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais em idade pré-escolar deve ser orientada por dois propósitos principais: a identificação das necessidades educacionais especiais e a tomada de decisão quanto ao atendimento que esses alunos devem receber, conforme previsto na nova legislação. Dada a diversidade de estilos de aprendizagem, estilos de expressão e habilidades dos alunos superdotados, múltiplas formas de avaliação da aprendizagem devem ser consideradas, visando não somente assegurar respostas educativas de qualidade, mas, também, a tomada de decisões quanto ao atendimento de que a criança pré-escolar necessita no âmbito da escola, nas modalidades 2 Apoio escolar: auxílio que o professor e o aluno podem receber no processo de ensino e aprendizagem, tanto nas classes comuns quanto em salas de recursos, prestados por especialistas em educação de alunos com altas habilidades. 3 Complemento escolar: acréscimo feito ao currículo de uma etapa do processo educacional que antecipa conteúdo do currículo de base nacional comum da etapa seguinte. 4 Suplemento escolar: ampliação, aprofundamento ou enriquecimento ao currículo de base nacional comum. ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 23
  • 26. de apoio,2 complemento3 ou suplemento escolar,4 garantindo a educação e o desenvolvimento das potencialidades desses educandos. Além disso, em situações de desenvolvimento dessincronizado na pré-escola (por exemplo, desenvolvimento intelectual mais avançado do que o emocional), um cuidadoso e exaustivo trabalho de avaliação escolar deve ser realizado a fim de fundamentar decisões tomadas como a de aceleração de estudos de alunos autodidatas ou que apresentem ritmos de aprendizagem acelerados em uma ou várias áreas de aprendizagem escolar. Além das alternativas tradicionais de avaliação, outras poderão ser utilizadas como, por exemplo, auto-avaliação, relatório de atividades e avaliação de produtos elaborados pelos alunos. A estratégia ideal de avaliação é aquela em que o progresso do aluno é ressaltado. Isso possibilita ao aluno desenvolver um senso de realização acadêmica e, conseqüentemente, levá-lo a se sentir intrinsecamente motivado em relação ao seu processo de aprendizagem (Feldhusen, 1994). É importante, ainda, que o professor incentive múltiplas formas de produto final. Ou seja, o aluno pode demonstrar sua proficiência por meio de um produto escrito (história, poesia, carta etc), oral (dramatização, música, contar histórias etc), visual (desenho, colagem, mural etc) e/ou concreto (móbile, máscara, brinquedos, jogos etc), de forma a contemplar os diferentes estilos de expressão5 dos alunos. Toda informação sobre o aluno (por exemplo, trabalhos de classe e extraclasse, outras produções do aluno, áreas/atividades de interesse) deve ser documentada e guardada em um portfólio, ou seja, em uma pasta para cada aluno, com sua produção, de forma que as habilidades, interesses, estilos de aprendizagem e expressão do aluno superdotado sejam ressaltados e o professor possa, portanto, conhecê-lo melhor e estruturar a aula visando atender a suas necessidades educacionais (Purcell & Renzulli, 1998). Pensar a construção da educação inclusiva de alunos de altas habilidades/superdotados na pré-escola envolve superar desafios que vão desde a organização dos sistemas de ensino, passando pela escola e pela família, garantindo condições escolares de qualidade que favoreçam a formação de cidadãos brasileiros que poderão, definitivamente, contribuir para a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática. 3.7 Referências bibliográficas ALENCAR, E.M.L.S. & FLEITH, D.S. (2001). Superdotação: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU. _____ & VIRGOLIM, A.M.R. (1999). Dificuldades emocionais e sociais do superdotado. In: F.P Sobrinho & A.C.B. Cunha (Orgs.) Dos problemas disciplinares aos distúrbios de .N. conduta (pp. 89-114). Rio de Janeiro: Dunya. BRASIL. (1995). Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial. 5 Estilos de expressão dizem respeito à forma como o aluno prefere se expressar: por escrito, oralmente, por meio de dramatização etc. 24 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
  • 27. _____. (2001a). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 1). Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental. _____. (2001b). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 2). Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental. _____. (2001c). Referencial curricular nacional para a educação infantil (vol. 3). Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental. _____. (2001d). Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MEC/CNE/CEB. CLINE, S. & SCHWARTZ, D. (1999). Diverse populations of gifted children. Upper Saddle River, NJ: Merrill. FELDHUSEN, J.F. (1994). Learning and cognition of talented youth. In: J. Van Tassel-Baska (Org.) Comprehensive curriculum for gifted learners (pp. 17-28). Needham Heights, MA: Allyn and Bacon. LEWIS, M. & LOUIS, B. (1991). Young gifted children. In: N. Colangelo & G.A. Davis (Eds.), Handbook of gifted education (pp. 365-381). Boston: Allyn and Bacon. PURCELL, J.H. & RENZULLI, J.S. (1998). Total talent portfolio. Mansfield Center, CT: Creative Learning Press. RENZULLI, J.S. (1986). The three-ring conception of giftedness: a developmental model for creative productivity. In: R. J. Sternberg & J. E. Davis (Eds.) Conceptions of giftedness (pp. 53-92). New York: Cambridge University Press. _____ & REIS, S.M. (1997). The schoolwide enrichment model (2nd ed.). Mansfield Center, CT: Creative Learning Press. SEELEY, K. (1998). Giftedness in early childhood. Em J. Van Tassel-Baska (Org.) Excelence in educating gifted and talented learners (pp. 67-81). Denver, CO: Love. STERNBERG, R.J. & DAVIDSON, J. (Orgs.) (1986). Conceptions of giftedness. New York: Cambridge University Press. 3.8 Sugestões de leitura ALENCAR, E.M.L.S. (1991). Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: Vozes. ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 25
  • 28. _____. (1994). Perspectivas e desafios da educação do superdotado. In: E.M.L.S. Alencar (Org.) Tendências e desafios da educação especial (pp. 104-124). Brasília: SEESP. _____. (2001). Criatividade e educação de superdotados. Petrópolis: Vozes. _____ & FLEITH, D.S. (2001). Superdotação: Determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU. FREEMAN, J. & GUENTHER, Z.C. (2000). Educando os mais capazes. São Paulo: EPU. GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas. A teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas. GUENTHER, Z.C. (2000). Desenvolver capacidades e talentos. Um conceito de inclusão. Petrópolis: Vozes. VIRGOLIM, A.M.R., FLEITH, D.S. & NEVES-PEREIRA, M.S. (2001). Toc toc... plim plim. Lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade (3a. ed.). Campinas: Papirus. WINNER, E. (1998). Crianças superdotadas. Mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. 26 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO