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Novembro | 2013
Panorama Econômico da Argentina: Entre janeiro e outubro de
2013, o saldo comercial argentino apresentou queda de 27% em
relação ao mesmo período de 2012. Diante da contínua redução das
reservas internacionais, o governo estendeu o prazo da anistia a
dólares não declarados no exterior. [págs. 02-03]
Regime de Bens de Capital: consiste em um abono fiscal para os
fabricantes de bens de capital com o objetivo de melhorar a
competitividade e consolidar o desenvolvimento da indústria local.
Referido regime teve sua vigência alterada e vigora até 31 de
dezembro de 2013. [pág. 03]
Panorama do Comércio Bilateral: nos primeiros dez meses de
2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 8,7% em
relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 6,3% das
exportações argentinas ao Brasil e aumento de 10,9% das
importações argentinas originárias do Brasil. [pág. 03]
Restrições Comerciais: a FIESP constatou atrasos de
aproximadamente 220 dias na liberação de DJAIs, que correspondem
ao principal mecanismo de controle das importações argentinas. Há
discussões a respeito de acordos de autolimitação para a redução do
prazo de liberação das DJAIs. [pág. 04]

Defesa Comercial na Argentina: sumário das investigações em
curso e medidas em vigor na Argentina contra produtos brasileiros
[págs. 04-05]
Lei de Mídia: em outubro, a Suprema Corte argentina limitou os
grupos de comunicação do país por meio da Lei de Mídia. [pág. 06]
Panorama Político: nas eleições legislativas em outubro de 2013,
Sergio Massa consolidou-se como candidato oposicionista para as
eleições presidenciais de 2015. Ademais, a presidente Cristina
Kirchner fez diversas mudanças ministeriais. [págs. 06-07]

1
Panorama Econômico da Argentina
• Entre janeiro e outubro de 2013, o saldo comercial argentino foi de US$ 7,85 bi (queda de 27%
em relação ao mesmo período de 2012). No referido período, as exportações totais foram de
US$ 70,75 bi (elevação de 4% em relação a 2012), enquanto as importações totais atingiram o
montante de US$ 62,89 bi (aumento de 10% em relação a 2012).
• Um informe da Associação Argentina de Orçamento (ASAP) mostra que, entre janeiro e setembro
de 2013, o setor energético recebeu AR$ 60,09 bilhões em subsídios argentinos, um aumento de
71,5% em relação ao mesmo período de 2012.

Dados Macroeconômicos - Argentina
Taxa de câmbio (peso/US$) (out/13)

5,8

Risco país* (ago/13)

922,9

Reservas (out/13)

US$ 33,23 bilhões

Dívida Total (jul/13)

US$ 196,1 bilhões

Preços ao Consumidor (Indec - jul/13)

10,5%

Fonte: Banco Central e Ministério de Economia e Finanças da Argentina
* Medido pelo índice EMBI+

 Reservas Internacionais e Câmbio Paralelo
• As reservas internacionais argentinas continuam reduzindo em média US$ 1 bilhão ao mês ao
longo deste ano, conforme demonstra o gráfico a seguir.

Reservas Internacionais (em US$ bilhões)
60
52,2
50
43,3
40

46,4

41,6
42,5

39,5
40,4

30

37,0
38,6

36,7
37,0

33,2
34,7

20
10

0

Fonte: Banco Central de la República Argentina (BCRA)

Elaboração: DEREX

• Para reverter esse cenário, o governo argentino estendeu o prazo para a anistia de dólares não
declarados no exterior, concedendo benefícios fiscais. O novo prazo encerra-se em 1° de janeiro de
2014. A prorrogação do programa decorreu da reduzida arrecadação de dólares (inferior a 10% do
montante esperado) entre julho e setembro, primeiro prazo do programa.

2
Déficit no turismo
• O déficit no turismo equivale a cerca de 80% do que o país já perdeu em reservas internacionais
em 2013. Algumas medidas de restrições cambiais focadas no turismo estão sendo analisadas.
Dentre as possibilidades, destacam-se a criação de uma taxa de câmbio específica para o turismo, a
proibição da divulgação da cotação do câmbio paralelo e a criação de um limite para gastos com
cartão de crédito no exterior.
 Regime de Bens de Capital
• Criado pelo Decreto nº 379/2001, este regime almeja melhorar a competitividade e consolidar o
desenvolvimento da indústria local produtora de bens de capital por meio de um abono fiscal.
• São beneficiários os fabricantes de bens de capitais que possuem indústria em território nacional.
• O regime terá vigência até 31 de dezembro de 2013, conforme o Decreto nº 1591/2013.

Panorama do Comércio Bilateral
• Nos dez primeiros meses de 2013, o fluxo comercial bilateral entre Brasil e Argentina
apresentou aumento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 6,3% das
exportações argentinas ao Brasil (que atingiram o valor de US$ 14,10 bilhões) e aumento de
10,9% das importações argentinas originárias do Brasil (atingindo o valor de US$ 16,73 bilhões). O
saldo comercial brasileiro, entre janeiro e outubro de 2013, foi de aproximadamente 2,6 bilhões, valor
43,8% superior ao observado no mesmo período de 2012.

Saldo comercial brasileiro com a
Argentina (US$ bilhões)
2,62
3

1,82
2

1
0
Jan a Out 2013
Fonte: Aliceweb

Jan a Out 2012
Elaboração: DEREX

• Em relação à balança comercial brasileira de manufaturados entre janeiro e outubro, observase que a Argentina passou a ocupar o 3º lugar como destino das exportações brasileiras com
US$ 16,7 bi, atrás de China (1º) e Estados Unidos (2º). Em relação às importações brasileiras, a
Argentina continua sendo a terceira origem, com US$ 14,1 bi.

3


Restrições Comerciais

• A meta do governo argentino para a ampliação do superávit contribuiu para que as restrições
comerciais persistissem durante dez primeiros meses de 2013.
Desvio de comércio
IMPORTAÇÕES ARGENTINAS
2012 e 2013
ZONAS ECONÔMICAS E
PAÍSES SELECIONADOS
Todas as origens
Brasil
Mercosul (inclusive
Venezuela)
Resto ALADI (exclusive
Venezuela)
China*
NAFTA
União Europeia

Jan-Out /12
57.216
14.981

Jan-Out /13
62.899
16.529

VARIAÇÃO
PERCENTUAL
%
10
10

15.854

17.494

10

1.679

2.401

43

8.093
9.428
10.410

9.582
8.934
11.465

18
-5
10

MILHÕES DE US$

* Inclui Hong Kong e Macau

Fonte: INDEC

• As importações totais da Argentina aumentaram 10,7% nos nove primeiros meses de 2013 em
relação ao mesmo período em 2012. Nesse período, as importações originárias do Brasil
apresentaram aumento de 11,1%, enquanto que as provenientes da China cresceram 21,9%.
• As exportações brasileiras para a Argentina perderam participação em 12 setores. Em todos
esses, isso ocorreu paralelamente ao aumento das importações originárias da China. Os setores
que sofreram maior queda foram: metais e seus manufaturados (39%), autopeças (38,4%), calçados
(35,3%), têxtil (22,9%) e químico (22,7%).
• No mesmo período, o Brasil teve aumento de participação nas importações argentinas em 9
setores, incluindo automotivo, maquinaria agrícola, papel e editoriais e materiais de transporte.
Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI)
• Desde 2012, a DJAI corresponde ao principal instrumento argentino de controle das importações,
sendo obrigatória para todos os produtos que tenham como destino final o mercado interno.
• Segundo a Receita Federal da Argentina (AFIP), o prazo para análise das Declarações está entre 3
e 10 dias corridos, mas a consulta realizada pela FIESP constatou atrasos superiores a 220 dias.
• Devido às dificuldades encontradas pelo setor privado na importação, há uma proposta, ainda em
discussão, para negociar acordos que predeterminariam as importações, obtendo assim a
liberação das DJAIs de forma mais rápida.


Medidas de defesa comercial na Argentina contra o Brasil

• Atualmente, há 5 investigações de dumping em curso, 3 compromissos de preços e 6 direitos
antidumping definitivos em vigor contra produtos brasileiros na Argentina. Essas medidas são
apresentadas a seguir:

4
Investigações argentinas de Defesa Comercial contra produtos brasileiros
Produto

NCM

País

Data da Abertura

Tipo de Medida

Madeiras compensadas

4412.32.00

Brasil
China
Uruguai

02/01/2013

Dumping

Brasil
China

02/01/2013

Dumping

Cerâmica

6802.10.00
6802.91.00
6907.10.00
6907.90.00
6908.10.00
6908.90.00
7016.10.00
7016.90.00

Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina

Medidas argentinas de Defesa Comercial em vigor contra produtos brasileiros
Produto

NCM

País

Tipo de Medida

Prazo de vigência

Aparelhos p/ processar
alimentos c/ motor elétrico

8509.40.50

Brasil
China

Direito
Antidumping
Definitivo

08/07/2015

Acessórios moldados p/
tubos de ferro fundido

7307.19.10
7307.19.90

Brasil
China

Direito
Antidumping
Definitivo

20/11/2015

Outros compressores para
gases

8414.80.32
8414.30.99

Brasil

Direito
Antidumping
Definitivo

17/03/2016

Compromisso de
preços

30/09/2014

Talheres

8211.10.00
8211.91.00
8215.20.00
8215.99.10

Fios de fibra acrílica

5509.31.00
5509.32.00

Brasil
China

Brasil
Indonésia

Direito
Antidumping
Definitivo
Compromisso de
preços
Direito
Antidumping
Definitivo
Compromisso
de preços

26/10/2014

25/09/2014

26/09/2014

18/01/2014

3215.11.00
3215.19.00
3204.17.00
3212.90.90

Brasil

Correia transportadora de borracha

4010.12.00

Brasil
China

Dumping
Direito provisório

14/12/2013

Recipientes para acumuladores
elétricos

8507.90.20

Brasil

Dumping
Direito provisório

14/12/2013

Transformadores trifásicos

8504.23.00

Brasil

Dumping

Revisão*

Tintas de Impressão

Direito
Antidumping
Definitivo

18/01/2016

Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina
* O direito antidumping continua em vigor enquanto perdurar a revisão.

5


Lei de Mídia

• Em outubro, a Suprema Corte da Argentina limitou os grupos de comunicação do país, tornando
constitucional a Lei de Mídia, a qual limita a atuação das empresas de comunicação e implementa
uma fiscalização do funcionamento dos canais de TV e estações de rádio. A medida impactou
principalmente o Clarín.
• A Lei de Mídia foi aprovada há quatro anos, mas foi preterida na Justiça após o Grupo Clarín entrar com
recursos nos tribunais federais. As regras obrigarão 21 grupos a vender parte de seus ativos para
restringir seus meios de transmissão e adequar-se a lei. O Grupo Clarín, a maior holding multimídia da
Argentina, será o mais atingido.

Panorama Político
• Nas eleições legislativas, ocorridas em outubro, o kirchnerismo obteve 33,2% dos votos nacionais.
Houve vitória da Frente Renovadora (partido de oposição) na província de Buenos Aires, onde Sergio
Massa obteve 42% dos votos e Martin Insaurralde (partido da situação), 29%.
• Massa consolida-se como candidato oposicionista às eleições presidenciais de 2015.


Alterações ministeriais

• A Presidente Cristina Kirchnner anunciou mudanças no comando de alguns órgãos, dentre eles o
Ministério da Economia, o Banco Central, a Chefia de Gabinete, o Ministério da Agricultura e o
Ministério de Comércio Interior.
• Hernán Lorenzino, que ocupava o cargo de ministro da Economia, será substituído pelo atual
vice-ministro Axel Kicillof. Kicillof é um tradicional defensor da amplificação da intervenção do
estado na economia. Membro da La Cámpora, movimento joven kirchernista, Kicillof foi o mentor da
nacionalização da petroleira YPF em 2012. Henán Lorenzino, por sua vez, terá status de embaixador
e continuará atuando na negociação da dívida externa argentina.
• Mercedes Marcó del Pont, antes presidente do Banco Central, será substituída pelo presidente
do Banco La Nación, Juan Carlos Fabrega.
• O ex-ministro-chefe do Gabinete de Ministros, Juan Manuel Abal Medina, foi substituído pelo
governador da província do Chaco, Jorge Capitanich, possível candidato às eleições presidenciais
de 2015.
• Carlos Casamiquela, atual diretor do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, substituirá
Norberto Yauhar no Ministério da Agricultura.
• Augusto Costa assume o cargo de Secretário de Comércio Interior da Argentina, anteriormente
ocupado por Guillermo Moreno, que deve deixar o cargo em 2 de dezembro. Dentre as principais
funções de Moreno, destacaram-se i) o controle das importações, em especial das Declarações
Juradas Antecipadas de Importação (DJAIs); ii) dados oficiais do INDEC, instituto estatístico
argentino; iii) o controle sobre o congelamento de preços.

6
• Augusto Costa já foi Subsecretário de Coordenação Econômica e Melhoria da Competitividade e
ultimamente era Secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações
Exteriores.

Sumário das mudanças no Governo argentino

EQUIPE TÉCNICA
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP
Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior – DEREX
Diretor Titular: Roberto Giannetti da Fonseca
Gerente: Magaly M. Menezes Manquete
Área de Defesa Comercial
Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro
Coordenadora: Jacqueline Spolador Lopes
Consultor: Domingos Mosca
Equipe: Beatriz Stevens, Bruno Youssef e Carolina Cover
Estagiária: Patricia Azevedo
Endereço: Av. Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo/SP – 01311-923
Telefone: (11) 3549-4761 Fax: (11) 3549-4730

As edições anteriores do Panorama Brasil-Argentina podem ser acessadas aqui.

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Panorama econômico e comercial da Argentina em 2013

  • 1. Novembro | 2013 Panorama Econômico da Argentina: Entre janeiro e outubro de 2013, o saldo comercial argentino apresentou queda de 27% em relação ao mesmo período de 2012. Diante da contínua redução das reservas internacionais, o governo estendeu o prazo da anistia a dólares não declarados no exterior. [págs. 02-03] Regime de Bens de Capital: consiste em um abono fiscal para os fabricantes de bens de capital com o objetivo de melhorar a competitividade e consolidar o desenvolvimento da indústria local. Referido regime teve sua vigência alterada e vigora até 31 de dezembro de 2013. [pág. 03] Panorama do Comércio Bilateral: nos primeiros dez meses de 2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 6,3% das exportações argentinas ao Brasil e aumento de 10,9% das importações argentinas originárias do Brasil. [pág. 03] Restrições Comerciais: a FIESP constatou atrasos de aproximadamente 220 dias na liberação de DJAIs, que correspondem ao principal mecanismo de controle das importações argentinas. Há discussões a respeito de acordos de autolimitação para a redução do prazo de liberação das DJAIs. [pág. 04] Defesa Comercial na Argentina: sumário das investigações em curso e medidas em vigor na Argentina contra produtos brasileiros [págs. 04-05] Lei de Mídia: em outubro, a Suprema Corte argentina limitou os grupos de comunicação do país por meio da Lei de Mídia. [pág. 06] Panorama Político: nas eleições legislativas em outubro de 2013, Sergio Massa consolidou-se como candidato oposicionista para as eleições presidenciais de 2015. Ademais, a presidente Cristina Kirchner fez diversas mudanças ministeriais. [págs. 06-07] 1
  • 2. Panorama Econômico da Argentina • Entre janeiro e outubro de 2013, o saldo comercial argentino foi de US$ 7,85 bi (queda de 27% em relação ao mesmo período de 2012). No referido período, as exportações totais foram de US$ 70,75 bi (elevação de 4% em relação a 2012), enquanto as importações totais atingiram o montante de US$ 62,89 bi (aumento de 10% em relação a 2012). • Um informe da Associação Argentina de Orçamento (ASAP) mostra que, entre janeiro e setembro de 2013, o setor energético recebeu AR$ 60,09 bilhões em subsídios argentinos, um aumento de 71,5% em relação ao mesmo período de 2012. Dados Macroeconômicos - Argentina Taxa de câmbio (peso/US$) (out/13) 5,8 Risco país* (ago/13) 922,9 Reservas (out/13) US$ 33,23 bilhões Dívida Total (jul/13) US$ 196,1 bilhões Preços ao Consumidor (Indec - jul/13) 10,5% Fonte: Banco Central e Ministério de Economia e Finanças da Argentina * Medido pelo índice EMBI+  Reservas Internacionais e Câmbio Paralelo • As reservas internacionais argentinas continuam reduzindo em média US$ 1 bilhão ao mês ao longo deste ano, conforme demonstra o gráfico a seguir. Reservas Internacionais (em US$ bilhões) 60 52,2 50 43,3 40 46,4 41,6 42,5 39,5 40,4 30 37,0 38,6 36,7 37,0 33,2 34,7 20 10 0 Fonte: Banco Central de la República Argentina (BCRA) Elaboração: DEREX • Para reverter esse cenário, o governo argentino estendeu o prazo para a anistia de dólares não declarados no exterior, concedendo benefícios fiscais. O novo prazo encerra-se em 1° de janeiro de 2014. A prorrogação do programa decorreu da reduzida arrecadação de dólares (inferior a 10% do montante esperado) entre julho e setembro, primeiro prazo do programa. 2
  • 3. Déficit no turismo • O déficit no turismo equivale a cerca de 80% do que o país já perdeu em reservas internacionais em 2013. Algumas medidas de restrições cambiais focadas no turismo estão sendo analisadas. Dentre as possibilidades, destacam-se a criação de uma taxa de câmbio específica para o turismo, a proibição da divulgação da cotação do câmbio paralelo e a criação de um limite para gastos com cartão de crédito no exterior.  Regime de Bens de Capital • Criado pelo Decreto nº 379/2001, este regime almeja melhorar a competitividade e consolidar o desenvolvimento da indústria local produtora de bens de capital por meio de um abono fiscal. • São beneficiários os fabricantes de bens de capitais que possuem indústria em território nacional. • O regime terá vigência até 31 de dezembro de 2013, conforme o Decreto nº 1591/2013. Panorama do Comércio Bilateral • Nos dez primeiros meses de 2013, o fluxo comercial bilateral entre Brasil e Argentina apresentou aumento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 6,3% das exportações argentinas ao Brasil (que atingiram o valor de US$ 14,10 bilhões) e aumento de 10,9% das importações argentinas originárias do Brasil (atingindo o valor de US$ 16,73 bilhões). O saldo comercial brasileiro, entre janeiro e outubro de 2013, foi de aproximadamente 2,6 bilhões, valor 43,8% superior ao observado no mesmo período de 2012. Saldo comercial brasileiro com a Argentina (US$ bilhões) 2,62 3 1,82 2 1 0 Jan a Out 2013 Fonte: Aliceweb Jan a Out 2012 Elaboração: DEREX • Em relação à balança comercial brasileira de manufaturados entre janeiro e outubro, observase que a Argentina passou a ocupar o 3º lugar como destino das exportações brasileiras com US$ 16,7 bi, atrás de China (1º) e Estados Unidos (2º). Em relação às importações brasileiras, a Argentina continua sendo a terceira origem, com US$ 14,1 bi. 3
  • 4.  Restrições Comerciais • A meta do governo argentino para a ampliação do superávit contribuiu para que as restrições comerciais persistissem durante dez primeiros meses de 2013. Desvio de comércio IMPORTAÇÕES ARGENTINAS 2012 e 2013 ZONAS ECONÔMICAS E PAÍSES SELECIONADOS Todas as origens Brasil Mercosul (inclusive Venezuela) Resto ALADI (exclusive Venezuela) China* NAFTA União Europeia Jan-Out /12 57.216 14.981 Jan-Out /13 62.899 16.529 VARIAÇÃO PERCENTUAL % 10 10 15.854 17.494 10 1.679 2.401 43 8.093 9.428 10.410 9.582 8.934 11.465 18 -5 10 MILHÕES DE US$ * Inclui Hong Kong e Macau Fonte: INDEC • As importações totais da Argentina aumentaram 10,7% nos nove primeiros meses de 2013 em relação ao mesmo período em 2012. Nesse período, as importações originárias do Brasil apresentaram aumento de 11,1%, enquanto que as provenientes da China cresceram 21,9%. • As exportações brasileiras para a Argentina perderam participação em 12 setores. Em todos esses, isso ocorreu paralelamente ao aumento das importações originárias da China. Os setores que sofreram maior queda foram: metais e seus manufaturados (39%), autopeças (38,4%), calçados (35,3%), têxtil (22,9%) e químico (22,7%). • No mesmo período, o Brasil teve aumento de participação nas importações argentinas em 9 setores, incluindo automotivo, maquinaria agrícola, papel e editoriais e materiais de transporte. Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI) • Desde 2012, a DJAI corresponde ao principal instrumento argentino de controle das importações, sendo obrigatória para todos os produtos que tenham como destino final o mercado interno. • Segundo a Receita Federal da Argentina (AFIP), o prazo para análise das Declarações está entre 3 e 10 dias corridos, mas a consulta realizada pela FIESP constatou atrasos superiores a 220 dias. • Devido às dificuldades encontradas pelo setor privado na importação, há uma proposta, ainda em discussão, para negociar acordos que predeterminariam as importações, obtendo assim a liberação das DJAIs de forma mais rápida.  Medidas de defesa comercial na Argentina contra o Brasil • Atualmente, há 5 investigações de dumping em curso, 3 compromissos de preços e 6 direitos antidumping definitivos em vigor contra produtos brasileiros na Argentina. Essas medidas são apresentadas a seguir: 4
  • 5. Investigações argentinas de Defesa Comercial contra produtos brasileiros Produto NCM País Data da Abertura Tipo de Medida Madeiras compensadas 4412.32.00 Brasil China Uruguai 02/01/2013 Dumping Brasil China 02/01/2013 Dumping Cerâmica 6802.10.00 6802.91.00 6907.10.00 6907.90.00 6908.10.00 6908.90.00 7016.10.00 7016.90.00 Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina Medidas argentinas de Defesa Comercial em vigor contra produtos brasileiros Produto NCM País Tipo de Medida Prazo de vigência Aparelhos p/ processar alimentos c/ motor elétrico 8509.40.50 Brasil China Direito Antidumping Definitivo 08/07/2015 Acessórios moldados p/ tubos de ferro fundido 7307.19.10 7307.19.90 Brasil China Direito Antidumping Definitivo 20/11/2015 Outros compressores para gases 8414.80.32 8414.30.99 Brasil Direito Antidumping Definitivo 17/03/2016 Compromisso de preços 30/09/2014 Talheres 8211.10.00 8211.91.00 8215.20.00 8215.99.10 Fios de fibra acrílica 5509.31.00 5509.32.00 Brasil China Brasil Indonésia Direito Antidumping Definitivo Compromisso de preços Direito Antidumping Definitivo Compromisso de preços 26/10/2014 25/09/2014 26/09/2014 18/01/2014 3215.11.00 3215.19.00 3204.17.00 3212.90.90 Brasil Correia transportadora de borracha 4010.12.00 Brasil China Dumping Direito provisório 14/12/2013 Recipientes para acumuladores elétricos 8507.90.20 Brasil Dumping Direito provisório 14/12/2013 Transformadores trifásicos 8504.23.00 Brasil Dumping Revisão* Tintas de Impressão Direito Antidumping Definitivo 18/01/2016 Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina * O direito antidumping continua em vigor enquanto perdurar a revisão. 5
  • 6.  Lei de Mídia • Em outubro, a Suprema Corte da Argentina limitou os grupos de comunicação do país, tornando constitucional a Lei de Mídia, a qual limita a atuação das empresas de comunicação e implementa uma fiscalização do funcionamento dos canais de TV e estações de rádio. A medida impactou principalmente o Clarín. • A Lei de Mídia foi aprovada há quatro anos, mas foi preterida na Justiça após o Grupo Clarín entrar com recursos nos tribunais federais. As regras obrigarão 21 grupos a vender parte de seus ativos para restringir seus meios de transmissão e adequar-se a lei. O Grupo Clarín, a maior holding multimídia da Argentina, será o mais atingido. Panorama Político • Nas eleições legislativas, ocorridas em outubro, o kirchnerismo obteve 33,2% dos votos nacionais. Houve vitória da Frente Renovadora (partido de oposição) na província de Buenos Aires, onde Sergio Massa obteve 42% dos votos e Martin Insaurralde (partido da situação), 29%. • Massa consolida-se como candidato oposicionista às eleições presidenciais de 2015.  Alterações ministeriais • A Presidente Cristina Kirchnner anunciou mudanças no comando de alguns órgãos, dentre eles o Ministério da Economia, o Banco Central, a Chefia de Gabinete, o Ministério da Agricultura e o Ministério de Comércio Interior. • Hernán Lorenzino, que ocupava o cargo de ministro da Economia, será substituído pelo atual vice-ministro Axel Kicillof. Kicillof é um tradicional defensor da amplificação da intervenção do estado na economia. Membro da La Cámpora, movimento joven kirchernista, Kicillof foi o mentor da nacionalização da petroleira YPF em 2012. Henán Lorenzino, por sua vez, terá status de embaixador e continuará atuando na negociação da dívida externa argentina. • Mercedes Marcó del Pont, antes presidente do Banco Central, será substituída pelo presidente do Banco La Nación, Juan Carlos Fabrega. • O ex-ministro-chefe do Gabinete de Ministros, Juan Manuel Abal Medina, foi substituído pelo governador da província do Chaco, Jorge Capitanich, possível candidato às eleições presidenciais de 2015. • Carlos Casamiquela, atual diretor do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, substituirá Norberto Yauhar no Ministério da Agricultura. • Augusto Costa assume o cargo de Secretário de Comércio Interior da Argentina, anteriormente ocupado por Guillermo Moreno, que deve deixar o cargo em 2 de dezembro. Dentre as principais funções de Moreno, destacaram-se i) o controle das importações, em especial das Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAIs); ii) dados oficiais do INDEC, instituto estatístico argentino; iii) o controle sobre o congelamento de preços. 6
  • 7. • Augusto Costa já foi Subsecretário de Coordenação Econômica e Melhoria da Competitividade e ultimamente era Secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores. Sumário das mudanças no Governo argentino EQUIPE TÉCNICA Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior – DEREX Diretor Titular: Roberto Giannetti da Fonseca Gerente: Magaly M. Menezes Manquete Área de Defesa Comercial Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro Coordenadora: Jacqueline Spolador Lopes Consultor: Domingos Mosca Equipe: Beatriz Stevens, Bruno Youssef e Carolina Cover Estagiária: Patricia Azevedo Endereço: Av. Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo/SP – 01311-923 Telefone: (11) 3549-4761 Fax: (11) 3549-4730 As edições anteriores do Panorama Brasil-Argentina podem ser acessadas aqui. 7