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Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente
Refluxo Gastroesofágico:
Diagnóstico e Tratamento
Elaboração Final: 21 de outubro de 2003
Participantes: Chinzon D, Rossini ARA, Kiburd B,
Navarro-Rodrigues T, Barbuti RC, Hashimoto CL,
Eisig JN, Moraes-Filho JPP.
Autoria: Federação Brasileira de Gastroenterologia
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
2 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS:
Revisão de literatura e I Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico
DRGE1
(D).
GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:
A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência.
C: Relatos de casos (estudos não controlados).
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos,
estudos fisiológicos ou modelos animais.
OBJETIVOS:
Definir parâmetros para o diagnóstico clínico e tratamento da doença do
refluxo gastroesofágico.
CONFLITO DE INTERESSE:
Nenhum conflito de interesse declarado.
3Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
INTRODUÇÃO
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das
afecções mais freqüentes na prática médica, sendo a afecção orgâ-
nica mais comum do tubo digestivo.
O Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico
(CBDRGE) definiu a DRGE como uma afecção crônica decor-
rente do fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o
esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro va-
riável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extraesofagianos,
associados ou não a lesões teciduais1
(D).
DIAGNÓSTICO
A DRGE apresenta uma grande variedade de manifestações
clínicas, secundárias ao refluxo do material gástrico refluído para
o esôfago ou, nas formas atípicas, pela ação do material refluído
para os órgãos adjacentes, ou ainda através da exacerbação dos
reflexos mediados pelo vago como, por exemplo, o reflexo
esofagobrônquico.
O diagnóstico da DRGE é realizado através de cuidadosa
anamnese, que pode ser seguida de exames subsidiários (endoscopia,
exame radiológico contrastado do esôfago, cintilografia,
manometria, pHmetria de 24 horas, teste terapêutico).
ANAMNESE
As principais manifestações clínicas típicas da DRGE são:
pirose (referida pelo paciente como azia) e regurgitação ácida.
Define-se pirose como a sensação de queimação retroesternal que
se irradia do manúbrio do esterno à base do pescoço, podendo
atingir a garganta2
(D).
Algumas vezes a pirose tem localização baixa, irradiando-se
para a região epigástrica.
A duração e freqüência dos sintomas são informações im-
portantes que precisam ser sempre avaliadas e quantificadas.
Pacientes que apresentam sintomas com freqüência mínima de
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
4 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
duas vezes por semana, há cerca de quatro a
oito semanas, devem ser considerados possí-
veis portadores de DRGE3
(D).
A intensidade e a freqüência dos sintomas
da DRGE são fracos preditores da presença ou
da gravidade da esofagite4
(B).
Convém mencionar, no entanto, que existe
marcada correlação entre o tempo de dura-
ção dos sintomas e aumento do risco para o
desenvolvimento do esôfago de Barrett e
adenocarcinoma do esôfago5
(D).
Os pacientes que apresentam manifestações
de alarme são passíveis de uma conduta
diagnóstica inicial mais agressiva. São consi-
deradas manifestações de alarme: disfagia,
odinofagia, anemia, hemorragia digestiva e
emagrecimento, história familiar de câncer,
náuseas e vômitos, além de sintomas de grande
intensidade e/ou de ocorrência noturna6
(C).
É preciso lembrar que a ausência de sinto-
mas típicos não exclui o diagnóstico da DRGE,
uma vez que outras manifestações relacionadas
com o refluxo gastroesofágico têm sido descri-
tas e consideradas como manifestações atípicas
(Quadro 1).
EXAMES COMPLEMENTARES
Exame endoscópico e biópsia esofágica
O exame endoscópico, embora apresente
uma sensibilidade de cerca de 60%, pela facili-
dade de sua execução e disponibilidade na mai-
oria dos centros médicos em nosso meio é o
método de escolha para o diagnóstico das lesões
causadas pelo refluxo gastroesofágico10,11
(D).
Permite avaliar a gravidade da esofagite e rea-
lizar biópsias quando necessário; como por
exemplo nos casos de complicações do reflu-
xo gastroesofágico (úlceras, estenose péptica e
esôfago de Barrett).
A existência de várias classificações, avali-
ando graus ou intensidade da esofagite, denota
a dificuldade de uniformização dos diagnósti-
cos. Há também as divergências de interpreta-
ção quanto ao real significado de achados como
eritema, friabilidade e edema da mucosa
Quadro 1
Manifestações atípicas da DRGE
Manifestação Tipo
Esofágica Dor torácica sem evidência de enfermidade
coronariana (dor torácica não cardíaca);
Globus Histericus (faringeus)7
(D).
Pulmonar Asma, tosse crônica, hemoptise, bronquite,
bronquiectasia e pneumonias de repetição8
(D).
Otorrinolaringológica Rouquidão; pigarro (clareamento da garganta);
laringite posterior crônica; sinusite crônica;
otalgia9
(D).
Oral Desgaste do esmalte dentário; halitose e aftas5
(D).
5Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
esofágica como critérios objetivos para o diag-
nóstico de esofagite endoscópica haja vista a bai-
xa correlação entre estes achados endoscópicos
e o exame histológico1
(D). Além disto, essas
condições apresentam baixa correlação clínica e
elevado grau de subjetividade, e por esse motivo
o encontro dessas características esofágicas deve
ser descrito pelo endoscopista, e não considera-
do como um sinal definitivo de esofagite1
(D).
Em nosso meio, as classificações mais em-
pregadas são a de Savary-Miller12
(D) (Quadro
2) e de Los Angeles13
(B) (Quadro 3), uma
vez que há a necessidade de se uniformizar o
diagnóstico endoscópico das lesões esofagianas.
Deve-se ressaltar que a ausência de alterações
endoscópicas não exclui o diagnóstico de DRGE,
já que 25% a 40% dos pacientes com sintomas
típicos apresentam endoscopia normal13
(D).
O achado incidental e isolado de hérnia de
hiato no exame endoscópico (ou radiológico) não
deve, necessariamente, constituir diagnóstico de
DRGE8
(D).
A biópsia esofágica não deve ser realizada
aleatoriamente e deve seguir as seguintes
proposições1
(D):
• Não está indicada em pacientes que se
apresentam para realização do exame
Quadro 2
Classificação endoscópica de Savary-Miller modificada
Grau Achado
0 Normal;
1 Uma ou mais erosões lineares ou ovaladas em uma única prega longitudinal;
2 Várias erosões situadas em mais de uma prega longitudinal, confluentes ou não,
mas que não ocupam toda a circunferência do esôfago;
3 Erosões confluentes que se estendem por toda a circunferência do esôfago;
4 Lesões crônicas: úlceras e estenose, isoladas ou associadas às lesões nos
graus 1 e 3;
5 Epitélio colunar em continuidade com a linha Z: circunferencial ou não, de
extensão variável, associado ou não a lesões de 1 a 4.
Quadro 3
Classificação endoscópica de Los Angeles
Grau Achado
A Uma ou mais erosões menores do que 5 mm;
B Uma ou mais erosões maiores do que 5 mm em sua maior extensão, não contínuas
entre os ápices de duas pregas esofágicas;
C Erosões contínuas (ou convergentes) entre os ápices de pelo menos duas pregas,
envolvendo menos do que 75% do órgão;
D Erosões ocupando pelo menos 75% da circunferência do órgão.
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
6 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
endoscópico na fase aguda da esofagite
erosiva, sem úlcera, estenose ou suspeita de
metaplasia colunar;
• Deve ser realizada em todos os pacientes com
úlcera e /ou estenose;
• Está indicada em caso de reepitelização com
mucosa avermelhada, circunferencial ou
não, com extensão de pelo menos 2 cm,
acima do limite das pregas gástricas. Nesse
caso, o diagnóstico endoscópico deve ser
anunciado como “sugestivo de esôfago de
Barrett”;
• Está indicada nos casos de reepitelização
com mucosa avermelhada, menor que 2 cm
de extensão. O diagnóstico endoscópico deve
ser enunciado como “sugestivo de epite-
lização colunar do esôfago distal”.
Exame radiológico contrastado do
esôfago
O exame radiológico, embora seja muito
difundido e apresente custo relativamente bai-
xo, não está indicado na rotina de investigação
da DRGE, pois apresenta baixa sensibilidade,
particularmente nos casos de esofagite leve14
(D).
As principais informações que o exame ra-
diológico pode oferecer referem-se a avaliação
da anatomia esofágica, como nas lesões
estenosantes do esôfago e alterações motoras
pelo achado de ondas terciárias e espasmos do
órgão. A indicação do método radiológico
no diagnóstico da DRGE está restrita ao escla-
recimento do significado da disfagia e da
odinofagia15
(D).
Exame cintilográfico
O exame cintilográfico apresenta indicações
restritas, estando reservado para casos onde exis-
ta suspeita de aspiração pulmonar de conteúdo
gástrico, pacientes que não toleram a pHmetria
(pediátricos por exemplo) ou nos casos em que
exista necessidade de se determinar o tempo de
esvaziamento gástrico14
(D).
Manometria esofágica
Principais indicações1,5
(D):
• Investigação de peristalse ineficiente
do esôfago em pacientes com indicação de
tratamento cirúrgico;
• Determinar a localização precisa do esfíncter
esofágico inferior;
• Investigar apropriadamente alterações
motoras do esôfago;
• Avaliar o peristaltismo e alterações do tônus
do esfíncter esofágico inferior.
Os objetivos do exame de manometria,
seguindo a seqüência acima, são:
• Permitir ao cirurgião considerar a possi-
bilidade da realização de fundoplicatura
parcial;
• Estabelecer o ponto preciso de instalação do
eletrodo de pHmetria, critério considerado
essencial para avaliação do método;
• Diagnóstico de doenças associadas, como
doença do colágeno, espasmo esofágico
difuso, “esôfago em quebra-nozes”;
• Analisar a falta de resposta adequada ao
tratamento clínico ou cirúrgico.
pHmetria prolongada
Embora considerada como “padrão ouro”
para o diagnóstico da DRGE, a pHmetria é
sujeita a críticas, pois tem demonstrado existir
variações significativas na sensibilidade do
método16,17
(B). Ainda assim se trata do melhor
procedimento para caracterizar o refluxo
gastroesofágico. Por meio da avaliação
7Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
pHmétrica, é possível quantificar a intensida-
de da exposição da mucosa esofágica ao ácido.
Permite também que efetivamente se estabele-
ça a correlação entre os sintomas relatados pelo
paciente e os episódios de refluxo.
O refluxo é considerado patológico quan-
do o pH intra-esofágico se mantém abaixo
de quatro por mais de 4% do tempo total da
duração do exame18
(B).
Indica-se a realização do exame de
pHmetria de 24 horas:
• Pacientes com sintomas típicos de DRGE
que não apresentam resposta satisfatória ao
tratamento com inibidor da bomba protô-
nica e nos quais o exame endoscópico não
revelou dano à mucosa esofágica. Nesses
casos, o exame deve ser realizado na vigên-
cia da medicação17,18
(D);
• Pacientes com manifestações atípicas
extra-esofágicas sem presença de esofagite.
Nesses casos, recomenda-se a realiza-
ção do exame pHmétrico com dois ou mais
canais sensores de pH para caracteri-
zação simultânea do refluxo gastroeso-
fágico e do refluxo supra-esofágico (larin-
gofaríngeo)19
(D);
• Pré-operatório nos casos bem caracteriza-
dos, em que o exame endoscópico não
revelou esofagite1
(D).
Importante lembrar que a pHmetria
prolongada não se presta ao estabelecimen-
to diagnóstico da esofagite de refluxo;
serve apenas para caracterizar o refluxo
propriamente dito. Também não está
indicada para o diagnóstico do refluxo
duodenogástrico (freqüentemente denomi-
nado, de modo inadequado, de “refluxo
alcalino”)18
(D).
TESTE TERAPÊUTICO
Pacientes com menos de 40 anos de idade e
que apresentam manifestações típicas (pirose
e regurgitação), com freqüência inferior a duas
vezes por semana, sem manifestações de alar-
me, e tempo de história por período não supe-
rior a quatro semanas, podem receber, como con-
duta diagnóstica inicial, terapêutica com
inibidores da bomba protônica em dose plena
(“teste terapêutico”). Devem ser promovidas
também as denominadas medidas comporta-
mentais (ver mais adiante). A resposta
satisfatória permite inferir o diagnóstico de
DRGE20
(A).
Embora válido, o CBDRGE recomenda a
realização prévia do exame endoscópico para o
estabelecimento de início do diagnóstico dife-
rencial com outras afecções (úlcera péptica,
gastrite e neoplasia)1
(D).
MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS E SITUAÇÕES
ESPECIAIS
DOR TORÁCICA NÃO CARDÍACA
(DTNC)
Entre 10% e 50% dos pacientes com dor
torácica, com tal intensidade que justifique
a investigação cardiológica não evidenciam
doença cardíaca ou espasmo coronariano. Uma
das causas mais freqüentes nesses casos é a
esofágica. Dessa forma, após a exclusão da cau-
sa cardíaca pelo cardiologista, deve-se iniciar a
investigação gastroenterológica. Ainda assim,
vale citar que por vezes é difícil a compro-
va-ção da origem esofágica nesse grupo de
pacientes7
(D).
O diagnóstico endoscópico de esofagite tem
mostrado resultados variáveis, evidenciando
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
8 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
inflamação visível da mucosa esofágica em ape-
nas cerca de 1/3 dos casos. A sensibilidade do
exame endoscópico é relativamente baixa quan-
do comparada à da pHmetria de 24 horas, e,
por essa razão, muitas vezes é necessário o
emprego de outros recursos para a caracteriza-
ção da enfermidade.
Os testes provocativos têm o propósito de
reproduzir a dor referida pelos pacientes e, desse
modo, estabelecer a relação causal entre o es-
tímulo (provocado) e a resposta (observada)
(Quadro 4).
As alterações motoras esofágicas têm
sido descritas em pacientes com DTNC. A
manometria do esôfago, nesses casos, mostra-
se o exame mais sensível para a detecção de
anormalidades, cuja presença varia de 28% a
75%1
(D).
A pHmetria prolongada é um exame com
aplicação clínica porque além de permitir o
diagnóstico do refluxo patológico, oferece a pos-
sibilidade de estabelecer a positividade do
“índice sintomático”. O exame é capaz de
apontar refluxo gastroesofágico em cerca de
62% dos pacientes com DTNC17
(B).
Importante salientar que cerca de 50% dos
pacientes com DTNC têm sido associados a
distúrbios psiquiátricos, como síndrome do
pânico, depressão e ansiedade7
(D).
MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS E
OUTRAS
O refluxo gastroesofágico está presente em
30% a 89% dos pacientes portadores de asma
brônquica. Por essa razão, convém considerar,
em pacientes com asma, a possibilidade da
ocorrência da DRGE21
(C). Pacientes com tosse
crônica, por sua vez, têm no refluxo
gastroesofágico a causa de seu sintoma em 20%
a 30% das vezes.
São basicamente dois os mecanismos pe-
los quais o refluxo gastroesofágico e a conse-
qüente presença de ácido clorídrico no esôfago
podem desencadear manifestações respira-
tórias: reflexo vagal (“reflexo esôfago-
brônquico”) e microaspiração, esta sobretudo
em casos de pneumonia de repetição.
Manifestações menos freqüentes da DRGE
devem ser lembradas, tais como: dor torácica
retroesternal sem evidência de enfermidade
coronariana; globus faringeus; asma; tosse crô-
nica; hemoptise; bronquite; bronquiectasia;
pneumonias de repetição; rouquidão; pigarro;
laringite; sinusite crônica; otalgia; halitose e
aftas.
Quadro 4
Testes provocativos
Teste Provocático Sensibilidade
Teste do Edrofonio 0% a 50%
Prova de perfusão ácida
(Berstein e Baker) 18% a 40%
Insuflação de balão 5% a 50%
9Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
TRATAMENTO CLÍNICO
O tratamento clínico tem como objetivo o
alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a
prevenção de recidivas e complicações.
Com propósitos práticos, pode-se dividir a
abordagem terapêutica em medidas compor-
tamentais e farmacológicas, que deverão ser
implementadas concomitantemente em todas
as fases da enfermidade. É fundamental que o
paciente saiba ser portador de uma enfermida-
de crônica e que haja parceria com o médico
para que as medidas possam ser adotadas, so-
bretudo as comportamentais. A educação dos
pacientes para as modificações que deve impor
ao seu estilo de vida é de suma importância;
elas devem ser discutidas com o médico caso a
caso.
As medidas comportamentais do tratamen-
to da DRGE encontram-se no Quadro 522
(D).
Na figura 1, há um esquema de conduta
diante da DRGE11
(D). É importante salientar
que cada caso deve ser analisado individualmente
e, na proposição final do tratamento, levar-se-á
em conta, além da experiência do médico, o tipo
de paciente estudado, suas condições
socioeconômicas, possibilidades maiores ou
menores de aderência ao tratamento, etc.
Quando, porém, a endoscopia não revelar
alterações da mucosa, dependendo da intensi-
dade dos sintomas, teste terapêutico ou ou-
tros exames, particularmente a pHmetria de
24 horas, podem ser empregados2
(D)20
(A).
Os principais fármacos empregados para
o tratamento da DRGE estão expostos no
Quadro 6. Recomenda-se o conhecimento de
maiores detalhes sobre a prescrição, como
interação medicamentosa, eventos adversos, etc.
A identificação endoscópica da esofagite
indica a utilização de IBP, embora não haja
consenso quanto à dose a ser empregada, sendo
proposto o emprego da dose plena, nos casos de
menor gravidade e a duplicação da dose, para as
esofagites de maior gravidade (graus 4 e 5 da
classificação Savary-Miller ou C e D da classi-
ficação de Los Angeles)23
(D).
Quadro 5
Medidas comportamentais no tratamento da DRGE
• Elevação da cabeceira da cama (15 cm)
• Moderar a ingestão dos seguintes alimentos, na dependência da correlação com sintomas:
gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos à base
de tomate, chocolate
• Cuidados especiais com medicamentos potencialmente “de risco”, como colinérgicos, teofilina,
bloqueadores de canal de cálcio, alendronato
• Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições
• Evitar refeições copiosas
• Suspensão do fumo
• Redução do peso corporal em obesos
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
10 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Figura 1
História e exame físico
Sintomas típicos ocasionais
(teste terapêutico)
Medidas comportamentais+IBP
dose plena
Excepcional: Bloqueador H2
4-8 semanas
Melhora ou
remissão
Persistência de
sintomas
Idade>40 anos
Sintomas>2x/semana,>4 a 8 semanas
Manifestações de alarme
Manifestações atípicas
Endoscopia
Reduzir ou
suspender
medicação
Normal Esofagite leve
1 (S.Miller)
A (L.Angeles)
Esofagite
Moderada
2-3 (S.Miller)
B (L.Angeles)
Esofagite Grave
4-5 (S.Miller)
C-D (L.Angeles)
Medidas
comportamentais+(excepcional):
BH2 ou Procinético, dose plena
6 a 12 semanas
Medidas comportamentais +
IBP, dose plena
6 a 12 semanas
Medidas comportamentais +
IBP, dose dupla
6 a 12 semanas
Melhora ou
remissão
Insucesso Melhora ou
remissão
Inalterado Melhora ou
remissão
Manutenção com
dose mínima
eficaz
Suspender
medicação
Medidas comportamentais + IBP,
dose dupla, 6 + 12 semanas
Melhora ou
remissão
Inalterado
Rever diagnóstico/
cirurgia
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○
○
○
○
○
○
○
○
Consenso
○ ○ ○ ○
Alternativa
Investigação
11Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Deve-se ter em mente que, nos casos de
esofagite grau 1 da classificação de Savary-Miller
ou A da classificação de Los Angeles, quando
não houver possibilidade da utilização de IBP
por razões financeiras ou de outra natureza, pode
ser considerado o emprego de bloqueador de
receptor H2 da histamina (BH2), empregan-
do-se, preferencialmente, o dobro da dose,
administrada duas a quatro vezes ao dia1
(D). O
insucesso terapêutico remete o paciente a ser
tratado com IBP, inicialmente em dose plena.
Nos casos mais graves, que requerem aumento
da dose de IBP, ela deve ser duplicada, com
administração de duas tomadas ao dia antes do
café e do jantar24
(D).
Convém mencionar que a adição de um
procinético em associação com IBP não aumen-
ta os índices de cicatrização ou remissão de
sintomas, assim, seu emprego rotineiro não deve
ser considerado. Por outro lado, a indicação de
associação com BH2 em dose plena noturna,
aos pacientes em tratamento com IBP apresen-
tem sintomas noturnos ou sejam refratários ao
tratamento padrão da DRGE tem sido
recomendada25
(B). Estudos mais recentes,
entretanto, não recomendam tal associação
devido ao efeito de tolerância observado com
uso prolongado de BH26
(B).
O tempo ideal da terapêutica da DRGE é
de 6 a 12 semanas. Em princípio, apenas os
pacientes cujo diagnóstico inicial é de esofagite
graus 3 a 5 da classificação Savary-Miller e C e
D da classificação de Los Angeles, que repre-
sentam intensidades moderadas ou graves,
devem ser considerados para a realização de
exame endoscópico de controle10
(D).
Quadro 6
Medicamentos empregados na DRGE
Classe Substância Dose Plena Diária
Antiácidos ou alcalinos Hidróxido de alumínio Variável, a depender da
Hidróxido de magnésio concentração dos
componentes
Bloqueadores dos Cimetidina 800mg
receptores H2 da histamina Ranitidina 300mg
Famotidina 40mg
Nizatidina 300mg
Inibidores da bomba protônica Omeprazol 20mg
Lansoprazol 30mg
Pantoprazol 40mg
Rabeprazol 20mg
Esomeprazol 40mg
Procinéticos Cisaprida 15-30mg
Domperidona 30mg
Metoclopramida 30mg
Projeto Diretrizes
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12 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Os pacientes que não apresentam resposta
totalmente satisfatória ao tratamento com IBP
por 12 semanas devem ter a dose de IBP do-
brada por mais 12 semanas, antes de se deter-
minar um insucesso terapêutico1
(D)27
(B).
A história natural da DRGE ainda não é bem
compreendida: embora os sintomas sejam crôni-
cos e recorrentes, na maioria dos pacientes a
esofagite não progride com o passar do tempo. Na
realidade, apenas uma pequena proporção, menos
de 15%, dos pacientes com refluxo sintomático e
sem esofagite à endoscopia ou com esofagite de
intensidade leve vai progredir para estágios mais
avançados. Por outro lado, na maioria dos casos
mais intensos, os sintomas da DRGE tendem a
recidivar rapidamente quando o período de trata-
mento é concluído e o medicamento é interrom-
pido ou quando a dose é reduzida.
No tratamento de manutenção, deve-se con-
siderar cada caso separadamente, sendo alter-
nativas válidas o uso de IBP em dose decres-
cente até a mínima dose eficaz para manter o
paciente assintomático ou o procedimento
cirúrgico10,28
(D). Deve-se considerar a possibi-
lidade, por exemplo, de redução da dose de me-
dicação anti-secretora gástrica para a mínima
eficaz (meia dose tem sido sugerida nos casos
de esofagites não erosivas) e, inclusive, a ten-
tativa de supressão do uso de fármacos com ma-
nutenção das medidas comportamentais29
(D).
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO
A fundoplicatura endoscópica é um método
recente e permanece experimental até que mais
resultados a longo tempo estejam dispo-
níveis22
(D).
TRATAMENTO CIRÚRGICO
As indicações do tratamento cirúrgico
da DRGE não-complicada apresentam-se no
Quadro 730
(C).
A cirurgia anti-refluxo pode ser convencio-
nal ou laparoscópica, ambas operações
de fundoplicatura32
(B). Ambas as técnicas são
equivalentes no que diz respeito ao desapareci-
mento dos sintomas, com base em observações
por períodos de até três anos33
(D)34
(C).
Convém mencionar que os resultados das
fundoplicaturas dependem da experiência do
cirurgião em operações anti-refluxo35
(C).
CONDUTA NAS COMPLICAÇÕES
São complicações da DRGE: esôfago de
Barrett, estenose, úlcera e sangramento
esofágico.
Quadro 7
DRGE não complicada: indicações de tratamento cirúrgico
• Pacientes que não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico, inclusive aqueles com
manifestações atípicas cujo refluxo foi devidamente comprovado31
(D)
• Pacientes dos quais é exigido tratamento de manutenção com IBP, especialmente aqueles com
menos de 40 anos de idade32
(B)
• Casos em que não é possível a continuidade do tratamento de manutenção32
(B), por exemplo, a
impossibilidade de arcar financeiramente com os custos do tratamento clínico a longo prazo
13Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
ESÔFAGO DE BARRETT
O esôfago de Barrett é definido como a subs-
tituição do epitélio estratificado e escamoso do
esôfago pelo epitélio colunar com células
intestinalizadas ou mistas, em qualquer
extensão do órgão. O diagnóstico de esôfago
de Barrett independe de extensão da área
metaplásica. Quando, no entanto, esse segmen-
to é inferior a 3 cm, dá-se a denominação de
“Barrett curto” 36
(D).
O esôfago de Barrett é uma condição
secundária à maior exposição da mucosa do
esôfago ao conteúdo gástrico, seja este de
natureza ácida, alcalina ou mista.
O epitélio colunar com células
intestinalizadas é observado em 10% a 15% dos
indivíduos com sintomas crônicos de refluxo,
quando submetidos à endoscopia digestiva alta.
Estudos realizados em necropsia sugerem,
entretanto, que a porcentagem de pacientes aco-
metidos pode ser cerca de 20 vezes maior, uma
vez que as alterações observadas no epité-
lio esofágico condicionam a redução da sensi-
bilidade ao refluxo nóxio e, também, porque
inúmeros pacientes com sintomas de reflu-
xo gastroesofágico não realizam exame
endoscópico37
(A).
O esôfago de Barrett afeta basicamente in-
divíduos do sexo masculino, de raça branca e
com idade superior a 40 anos 36
(D).
Um aspecto importante a ser considerado
em pacientes com esôfago de Barrett é o risco
potencial de desenvolvimento de adenocar-
cinoma de esôfago. O risco varia de 0,2% a
2,1% ao ano em pacientes sem displasia, o que
representa uma incidência de 30 a 125 vezes
maior do que na população em geral 38
(B).
Convém mencionar, contudo, que o risco de
malignização no Barrett curto é inferior àque-
le observado quando as áreas de metaplasia
intestinal mostram-se mais extensas 39
(C). Ain-
da assim, tendo em vista o potencial de dege-
neração para adenocarcinoma, recomenda-se
que qualquer área de mucosa de aspecto irre-
gular deve ser biopsiada, independentemente
de sua extensão ou localização.
Até o momento, não há nenhum trata-
mento eficaz para o esôfago de Barrett, quan-
do o objetivo é a regressão do epitélio
metaplásico. Tanto a terapêutica clínica como
a cirúrgica são eficazes somente para contro-
lar o refluxo, diminuindo, conseqüentemen-
te, o processo inflamatório40
(D). Pacientes
com esôfago de Barrett sem displasia devem
ser acompanhados com exame endoscópico
e biópsias seriadas a cada 24 meses41
(D). Pa-
cientes com displasia de baixo grau precisam
de acompanhamento a cada seis meses; os
pacientes com displasia de alto grau devem
ter o diagnóstico confirmado por outro pato-
logista, sendo indicada inter venção
cirúrgica42
(D). Se o paciente não tiver sido
operado, o acompanhamento sugerido é a cada
três meses.
Para o controle clínico do esôfago de
Barrett, o tratamento adequado é obtido com
IBP. Nos casos de Barrett curto, recomenda-
se a utilização de IBP em dose plena; nos
demais casos de Barrett, IBP em dose dupla
em duas tomadas diárias22
(D).
O tratamento via endoscópica pelos mé-
todos de ablação é tido como promissor, mas
ainda inconclusivo, podendo ser empregado
somente em protocolos de investigação43
(D).
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
14 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
ESTENOSE
A estenose do esôfago distal é, fundamen-
talmente, uma complicação de resolução cirúr-
gica. Recomenda-se que o paciente seja subme-
tido a uma avaliação prévia do refluxo.
A conduta cirúrgica apropriada depende da
extensão e da localização da estenose, bem como
da avaliação prévia da função motora do corpo
do órgão, realizada por meio da manometria.
Nas estenoses baixas, com função motora nor-
mal, está indicada a fundoplicatura total. Quan-
do existir disfunção motora significativa, a
fundoplicatura parcial mostra-se adequada. Nos
casos em que se observa estenose longa e
filiforme, o tratamento cirúrgico mais apropria-
do é a ressecção com abordagem torácica44
(D).
Os pacientes com estenose também podem
ser tratados com IBP e dilatação44
(D).
ÚLCERA E SANGRAMENTO ESOFÁGICO
O sangramento esofágico na DRGE costu-
ma ser lento e insidioso e, muitas vezes, é o
responsável por quadros de anemia crônica.
O tratamento clínico constitui a melhor
opção terapêutica. Recomenda-se o emprego
de IBP em dose dupla por um período de
pelo menos oito semanas. Após a cicatrização,
deve ser instituído um tratamento de manu-
tenção22
(D).
Na eventualidade de opção por tratamento
cirúrgico, ele deve seguir as recomendações para
tal conduta.
15Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
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Diagnóstico e tratamento da DRGE

  • 1. 1 Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Elaboração Final: 21 de outubro de 2003 Participantes: Chinzon D, Rossini ARA, Kiburd B, Navarro-Rodrigues T, Barbuti RC, Hashimoto CL, Eisig JN, Moraes-Filho JPP. Autoria: Federação Brasileira de Gastroenterologia
  • 2. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 2 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS: Revisão de literatura e I Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico DRGE1 (D). GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. OBJETIVOS: Definir parâmetros para o diagnóstico clínico e tratamento da doença do refluxo gastroesofágico. CONFLITO DE INTERESSE: Nenhum conflito de interesse declarado.
  • 3. 3Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina INTRODUÇÃO A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das afecções mais freqüentes na prática médica, sendo a afecção orgâ- nica mais comum do tubo digestivo. O Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico (CBDRGE) definiu a DRGE como uma afecção crônica decor- rente do fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro va- riável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extraesofagianos, associados ou não a lesões teciduais1 (D). DIAGNÓSTICO A DRGE apresenta uma grande variedade de manifestações clínicas, secundárias ao refluxo do material gástrico refluído para o esôfago ou, nas formas atípicas, pela ação do material refluído para os órgãos adjacentes, ou ainda através da exacerbação dos reflexos mediados pelo vago como, por exemplo, o reflexo esofagobrônquico. O diagnóstico da DRGE é realizado através de cuidadosa anamnese, que pode ser seguida de exames subsidiários (endoscopia, exame radiológico contrastado do esôfago, cintilografia, manometria, pHmetria de 24 horas, teste terapêutico). ANAMNESE As principais manifestações clínicas típicas da DRGE são: pirose (referida pelo paciente como azia) e regurgitação ácida. Define-se pirose como a sensação de queimação retroesternal que se irradia do manúbrio do esterno à base do pescoço, podendo atingir a garganta2 (D). Algumas vezes a pirose tem localização baixa, irradiando-se para a região epigástrica. A duração e freqüência dos sintomas são informações im- portantes que precisam ser sempre avaliadas e quantificadas. Pacientes que apresentam sintomas com freqüência mínima de
  • 4. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 4 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento duas vezes por semana, há cerca de quatro a oito semanas, devem ser considerados possí- veis portadores de DRGE3 (D). A intensidade e a freqüência dos sintomas da DRGE são fracos preditores da presença ou da gravidade da esofagite4 (B). Convém mencionar, no entanto, que existe marcada correlação entre o tempo de dura- ção dos sintomas e aumento do risco para o desenvolvimento do esôfago de Barrett e adenocarcinoma do esôfago5 (D). Os pacientes que apresentam manifestações de alarme são passíveis de uma conduta diagnóstica inicial mais agressiva. São consi- deradas manifestações de alarme: disfagia, odinofagia, anemia, hemorragia digestiva e emagrecimento, história familiar de câncer, náuseas e vômitos, além de sintomas de grande intensidade e/ou de ocorrência noturna6 (C). É preciso lembrar que a ausência de sinto- mas típicos não exclui o diagnóstico da DRGE, uma vez que outras manifestações relacionadas com o refluxo gastroesofágico têm sido descri- tas e consideradas como manifestações atípicas (Quadro 1). EXAMES COMPLEMENTARES Exame endoscópico e biópsia esofágica O exame endoscópico, embora apresente uma sensibilidade de cerca de 60%, pela facili- dade de sua execução e disponibilidade na mai- oria dos centros médicos em nosso meio é o método de escolha para o diagnóstico das lesões causadas pelo refluxo gastroesofágico10,11 (D). Permite avaliar a gravidade da esofagite e rea- lizar biópsias quando necessário; como por exemplo nos casos de complicações do reflu- xo gastroesofágico (úlceras, estenose péptica e esôfago de Barrett). A existência de várias classificações, avali- ando graus ou intensidade da esofagite, denota a dificuldade de uniformização dos diagnósti- cos. Há também as divergências de interpreta- ção quanto ao real significado de achados como eritema, friabilidade e edema da mucosa Quadro 1 Manifestações atípicas da DRGE Manifestação Tipo Esofágica Dor torácica sem evidência de enfermidade coronariana (dor torácica não cardíaca); Globus Histericus (faringeus)7 (D). Pulmonar Asma, tosse crônica, hemoptise, bronquite, bronquiectasia e pneumonias de repetição8 (D). Otorrinolaringológica Rouquidão; pigarro (clareamento da garganta); laringite posterior crônica; sinusite crônica; otalgia9 (D). Oral Desgaste do esmalte dentário; halitose e aftas5 (D).
  • 5. 5Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina esofágica como critérios objetivos para o diag- nóstico de esofagite endoscópica haja vista a bai- xa correlação entre estes achados endoscópicos e o exame histológico1 (D). Além disto, essas condições apresentam baixa correlação clínica e elevado grau de subjetividade, e por esse motivo o encontro dessas características esofágicas deve ser descrito pelo endoscopista, e não considera- do como um sinal definitivo de esofagite1 (D). Em nosso meio, as classificações mais em- pregadas são a de Savary-Miller12 (D) (Quadro 2) e de Los Angeles13 (B) (Quadro 3), uma vez que há a necessidade de se uniformizar o diagnóstico endoscópico das lesões esofagianas. Deve-se ressaltar que a ausência de alterações endoscópicas não exclui o diagnóstico de DRGE, já que 25% a 40% dos pacientes com sintomas típicos apresentam endoscopia normal13 (D). O achado incidental e isolado de hérnia de hiato no exame endoscópico (ou radiológico) não deve, necessariamente, constituir diagnóstico de DRGE8 (D). A biópsia esofágica não deve ser realizada aleatoriamente e deve seguir as seguintes proposições1 (D): • Não está indicada em pacientes que se apresentam para realização do exame Quadro 2 Classificação endoscópica de Savary-Miller modificada Grau Achado 0 Normal; 1 Uma ou mais erosões lineares ou ovaladas em uma única prega longitudinal; 2 Várias erosões situadas em mais de uma prega longitudinal, confluentes ou não, mas que não ocupam toda a circunferência do esôfago; 3 Erosões confluentes que se estendem por toda a circunferência do esôfago; 4 Lesões crônicas: úlceras e estenose, isoladas ou associadas às lesões nos graus 1 e 3; 5 Epitélio colunar em continuidade com a linha Z: circunferencial ou não, de extensão variável, associado ou não a lesões de 1 a 4. Quadro 3 Classificação endoscópica de Los Angeles Grau Achado A Uma ou mais erosões menores do que 5 mm; B Uma ou mais erosões maiores do que 5 mm em sua maior extensão, não contínuas entre os ápices de duas pregas esofágicas; C Erosões contínuas (ou convergentes) entre os ápices de pelo menos duas pregas, envolvendo menos do que 75% do órgão; D Erosões ocupando pelo menos 75% da circunferência do órgão.
  • 6. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 6 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento endoscópico na fase aguda da esofagite erosiva, sem úlcera, estenose ou suspeita de metaplasia colunar; • Deve ser realizada em todos os pacientes com úlcera e /ou estenose; • Está indicada em caso de reepitelização com mucosa avermelhada, circunferencial ou não, com extensão de pelo menos 2 cm, acima do limite das pregas gástricas. Nesse caso, o diagnóstico endoscópico deve ser anunciado como “sugestivo de esôfago de Barrett”; • Está indicada nos casos de reepitelização com mucosa avermelhada, menor que 2 cm de extensão. O diagnóstico endoscópico deve ser enunciado como “sugestivo de epite- lização colunar do esôfago distal”. Exame radiológico contrastado do esôfago O exame radiológico, embora seja muito difundido e apresente custo relativamente bai- xo, não está indicado na rotina de investigação da DRGE, pois apresenta baixa sensibilidade, particularmente nos casos de esofagite leve14 (D). As principais informações que o exame ra- diológico pode oferecer referem-se a avaliação da anatomia esofágica, como nas lesões estenosantes do esôfago e alterações motoras pelo achado de ondas terciárias e espasmos do órgão. A indicação do método radiológico no diagnóstico da DRGE está restrita ao escla- recimento do significado da disfagia e da odinofagia15 (D). Exame cintilográfico O exame cintilográfico apresenta indicações restritas, estando reservado para casos onde exis- ta suspeita de aspiração pulmonar de conteúdo gástrico, pacientes que não toleram a pHmetria (pediátricos por exemplo) ou nos casos em que exista necessidade de se determinar o tempo de esvaziamento gástrico14 (D). Manometria esofágica Principais indicações1,5 (D): • Investigação de peristalse ineficiente do esôfago em pacientes com indicação de tratamento cirúrgico; • Determinar a localização precisa do esfíncter esofágico inferior; • Investigar apropriadamente alterações motoras do esôfago; • Avaliar o peristaltismo e alterações do tônus do esfíncter esofágico inferior. Os objetivos do exame de manometria, seguindo a seqüência acima, são: • Permitir ao cirurgião considerar a possi- bilidade da realização de fundoplicatura parcial; • Estabelecer o ponto preciso de instalação do eletrodo de pHmetria, critério considerado essencial para avaliação do método; • Diagnóstico de doenças associadas, como doença do colágeno, espasmo esofágico difuso, “esôfago em quebra-nozes”; • Analisar a falta de resposta adequada ao tratamento clínico ou cirúrgico. pHmetria prolongada Embora considerada como “padrão ouro” para o diagnóstico da DRGE, a pHmetria é sujeita a críticas, pois tem demonstrado existir variações significativas na sensibilidade do método16,17 (B). Ainda assim se trata do melhor procedimento para caracterizar o refluxo gastroesofágico. Por meio da avaliação
  • 7. 7Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina pHmétrica, é possível quantificar a intensida- de da exposição da mucosa esofágica ao ácido. Permite também que efetivamente se estabele- ça a correlação entre os sintomas relatados pelo paciente e os episódios de refluxo. O refluxo é considerado patológico quan- do o pH intra-esofágico se mantém abaixo de quatro por mais de 4% do tempo total da duração do exame18 (B). Indica-se a realização do exame de pHmetria de 24 horas: • Pacientes com sintomas típicos de DRGE que não apresentam resposta satisfatória ao tratamento com inibidor da bomba protô- nica e nos quais o exame endoscópico não revelou dano à mucosa esofágica. Nesses casos, o exame deve ser realizado na vigên- cia da medicação17,18 (D); • Pacientes com manifestações atípicas extra-esofágicas sem presença de esofagite. Nesses casos, recomenda-se a realiza- ção do exame pHmétrico com dois ou mais canais sensores de pH para caracteri- zação simultânea do refluxo gastroeso- fágico e do refluxo supra-esofágico (larin- gofaríngeo)19 (D); • Pré-operatório nos casos bem caracteriza- dos, em que o exame endoscópico não revelou esofagite1 (D). Importante lembrar que a pHmetria prolongada não se presta ao estabelecimen- to diagnóstico da esofagite de refluxo; serve apenas para caracterizar o refluxo propriamente dito. Também não está indicada para o diagnóstico do refluxo duodenogástrico (freqüentemente denomi- nado, de modo inadequado, de “refluxo alcalino”)18 (D). TESTE TERAPÊUTICO Pacientes com menos de 40 anos de idade e que apresentam manifestações típicas (pirose e regurgitação), com freqüência inferior a duas vezes por semana, sem manifestações de alar- me, e tempo de história por período não supe- rior a quatro semanas, podem receber, como con- duta diagnóstica inicial, terapêutica com inibidores da bomba protônica em dose plena (“teste terapêutico”). Devem ser promovidas também as denominadas medidas comporta- mentais (ver mais adiante). A resposta satisfatória permite inferir o diagnóstico de DRGE20 (A). Embora válido, o CBDRGE recomenda a realização prévia do exame endoscópico para o estabelecimento de início do diagnóstico dife- rencial com outras afecções (úlcera péptica, gastrite e neoplasia)1 (D). MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS E SITUAÇÕES ESPECIAIS DOR TORÁCICA NÃO CARDÍACA (DTNC) Entre 10% e 50% dos pacientes com dor torácica, com tal intensidade que justifique a investigação cardiológica não evidenciam doença cardíaca ou espasmo coronariano. Uma das causas mais freqüentes nesses casos é a esofágica. Dessa forma, após a exclusão da cau- sa cardíaca pelo cardiologista, deve-se iniciar a investigação gastroenterológica. Ainda assim, vale citar que por vezes é difícil a compro- va-ção da origem esofágica nesse grupo de pacientes7 (D). O diagnóstico endoscópico de esofagite tem mostrado resultados variáveis, evidenciando
  • 8. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 8 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento inflamação visível da mucosa esofágica em ape- nas cerca de 1/3 dos casos. A sensibilidade do exame endoscópico é relativamente baixa quan- do comparada à da pHmetria de 24 horas, e, por essa razão, muitas vezes é necessário o emprego de outros recursos para a caracteriza- ção da enfermidade. Os testes provocativos têm o propósito de reproduzir a dor referida pelos pacientes e, desse modo, estabelecer a relação causal entre o es- tímulo (provocado) e a resposta (observada) (Quadro 4). As alterações motoras esofágicas têm sido descritas em pacientes com DTNC. A manometria do esôfago, nesses casos, mostra- se o exame mais sensível para a detecção de anormalidades, cuja presença varia de 28% a 75%1 (D). A pHmetria prolongada é um exame com aplicação clínica porque além de permitir o diagnóstico do refluxo patológico, oferece a pos- sibilidade de estabelecer a positividade do “índice sintomático”. O exame é capaz de apontar refluxo gastroesofágico em cerca de 62% dos pacientes com DTNC17 (B). Importante salientar que cerca de 50% dos pacientes com DTNC têm sido associados a distúrbios psiquiátricos, como síndrome do pânico, depressão e ansiedade7 (D). MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS E OUTRAS O refluxo gastroesofágico está presente em 30% a 89% dos pacientes portadores de asma brônquica. Por essa razão, convém considerar, em pacientes com asma, a possibilidade da ocorrência da DRGE21 (C). Pacientes com tosse crônica, por sua vez, têm no refluxo gastroesofágico a causa de seu sintoma em 20% a 30% das vezes. São basicamente dois os mecanismos pe- los quais o refluxo gastroesofágico e a conse- qüente presença de ácido clorídrico no esôfago podem desencadear manifestações respira- tórias: reflexo vagal (“reflexo esôfago- brônquico”) e microaspiração, esta sobretudo em casos de pneumonia de repetição. Manifestações menos freqüentes da DRGE devem ser lembradas, tais como: dor torácica retroesternal sem evidência de enfermidade coronariana; globus faringeus; asma; tosse crô- nica; hemoptise; bronquite; bronquiectasia; pneumonias de repetição; rouquidão; pigarro; laringite; sinusite crônica; otalgia; halitose e aftas. Quadro 4 Testes provocativos Teste Provocático Sensibilidade Teste do Edrofonio 0% a 50% Prova de perfusão ácida (Berstein e Baker) 18% a 40% Insuflação de balão 5% a 50%
  • 9. 9Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina TRATAMENTO CLÍNICO O tratamento clínico tem como objetivo o alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a prevenção de recidivas e complicações. Com propósitos práticos, pode-se dividir a abordagem terapêutica em medidas compor- tamentais e farmacológicas, que deverão ser implementadas concomitantemente em todas as fases da enfermidade. É fundamental que o paciente saiba ser portador de uma enfermida- de crônica e que haja parceria com o médico para que as medidas possam ser adotadas, so- bretudo as comportamentais. A educação dos pacientes para as modificações que deve impor ao seu estilo de vida é de suma importância; elas devem ser discutidas com o médico caso a caso. As medidas comportamentais do tratamen- to da DRGE encontram-se no Quadro 522 (D). Na figura 1, há um esquema de conduta diante da DRGE11 (D). É importante salientar que cada caso deve ser analisado individualmente e, na proposição final do tratamento, levar-se-á em conta, além da experiência do médico, o tipo de paciente estudado, suas condições socioeconômicas, possibilidades maiores ou menores de aderência ao tratamento, etc. Quando, porém, a endoscopia não revelar alterações da mucosa, dependendo da intensi- dade dos sintomas, teste terapêutico ou ou- tros exames, particularmente a pHmetria de 24 horas, podem ser empregados2 (D)20 (A). Os principais fármacos empregados para o tratamento da DRGE estão expostos no Quadro 6. Recomenda-se o conhecimento de maiores detalhes sobre a prescrição, como interação medicamentosa, eventos adversos, etc. A identificação endoscópica da esofagite indica a utilização de IBP, embora não haja consenso quanto à dose a ser empregada, sendo proposto o emprego da dose plena, nos casos de menor gravidade e a duplicação da dose, para as esofagites de maior gravidade (graus 4 e 5 da classificação Savary-Miller ou C e D da classi- ficação de Los Angeles)23 (D). Quadro 5 Medidas comportamentais no tratamento da DRGE • Elevação da cabeceira da cama (15 cm) • Moderar a ingestão dos seguintes alimentos, na dependência da correlação com sintomas: gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos à base de tomate, chocolate • Cuidados especiais com medicamentos potencialmente “de risco”, como colinérgicos, teofilina, bloqueadores de canal de cálcio, alendronato • Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições • Evitar refeições copiosas • Suspensão do fumo • Redução do peso corporal em obesos
  • 10. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 10 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Figura 1 História e exame físico Sintomas típicos ocasionais (teste terapêutico) Medidas comportamentais+IBP dose plena Excepcional: Bloqueador H2 4-8 semanas Melhora ou remissão Persistência de sintomas Idade>40 anos Sintomas>2x/semana,>4 a 8 semanas Manifestações de alarme Manifestações atípicas Endoscopia Reduzir ou suspender medicação Normal Esofagite leve 1 (S.Miller) A (L.Angeles) Esofagite Moderada 2-3 (S.Miller) B (L.Angeles) Esofagite Grave 4-5 (S.Miller) C-D (L.Angeles) Medidas comportamentais+(excepcional): BH2 ou Procinético, dose plena 6 a 12 semanas Medidas comportamentais + IBP, dose plena 6 a 12 semanas Medidas comportamentais + IBP, dose dupla 6 a 12 semanas Melhora ou remissão Insucesso Melhora ou remissão Inalterado Melhora ou remissão Manutenção com dose mínima eficaz Suspender medicação Medidas comportamentais + IBP, dose dupla, 6 + 12 semanas Melhora ou remissão Inalterado Rever diagnóstico/ cirurgia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Consenso ○ ○ ○ ○ Alternativa Investigação
  • 11. 11Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Deve-se ter em mente que, nos casos de esofagite grau 1 da classificação de Savary-Miller ou A da classificação de Los Angeles, quando não houver possibilidade da utilização de IBP por razões financeiras ou de outra natureza, pode ser considerado o emprego de bloqueador de receptor H2 da histamina (BH2), empregan- do-se, preferencialmente, o dobro da dose, administrada duas a quatro vezes ao dia1 (D). O insucesso terapêutico remete o paciente a ser tratado com IBP, inicialmente em dose plena. Nos casos mais graves, que requerem aumento da dose de IBP, ela deve ser duplicada, com administração de duas tomadas ao dia antes do café e do jantar24 (D). Convém mencionar que a adição de um procinético em associação com IBP não aumen- ta os índices de cicatrização ou remissão de sintomas, assim, seu emprego rotineiro não deve ser considerado. Por outro lado, a indicação de associação com BH2 em dose plena noturna, aos pacientes em tratamento com IBP apresen- tem sintomas noturnos ou sejam refratários ao tratamento padrão da DRGE tem sido recomendada25 (B). Estudos mais recentes, entretanto, não recomendam tal associação devido ao efeito de tolerância observado com uso prolongado de BH26 (B). O tempo ideal da terapêutica da DRGE é de 6 a 12 semanas. Em princípio, apenas os pacientes cujo diagnóstico inicial é de esofagite graus 3 a 5 da classificação Savary-Miller e C e D da classificação de Los Angeles, que repre- sentam intensidades moderadas ou graves, devem ser considerados para a realização de exame endoscópico de controle10 (D). Quadro 6 Medicamentos empregados na DRGE Classe Substância Dose Plena Diária Antiácidos ou alcalinos Hidróxido de alumínio Variável, a depender da Hidróxido de magnésio concentração dos componentes Bloqueadores dos Cimetidina 800mg receptores H2 da histamina Ranitidina 300mg Famotidina 40mg Nizatidina 300mg Inibidores da bomba protônica Omeprazol 20mg Lansoprazol 30mg Pantoprazol 40mg Rabeprazol 20mg Esomeprazol 40mg Procinéticos Cisaprida 15-30mg Domperidona 30mg Metoclopramida 30mg
  • 12. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 12 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Os pacientes que não apresentam resposta totalmente satisfatória ao tratamento com IBP por 12 semanas devem ter a dose de IBP do- brada por mais 12 semanas, antes de se deter- minar um insucesso terapêutico1 (D)27 (B). A história natural da DRGE ainda não é bem compreendida: embora os sintomas sejam crôni- cos e recorrentes, na maioria dos pacientes a esofagite não progride com o passar do tempo. Na realidade, apenas uma pequena proporção, menos de 15%, dos pacientes com refluxo sintomático e sem esofagite à endoscopia ou com esofagite de intensidade leve vai progredir para estágios mais avançados. Por outro lado, na maioria dos casos mais intensos, os sintomas da DRGE tendem a recidivar rapidamente quando o período de trata- mento é concluído e o medicamento é interrom- pido ou quando a dose é reduzida. No tratamento de manutenção, deve-se con- siderar cada caso separadamente, sendo alter- nativas válidas o uso de IBP em dose decres- cente até a mínima dose eficaz para manter o paciente assintomático ou o procedimento cirúrgico10,28 (D). Deve-se considerar a possibi- lidade, por exemplo, de redução da dose de me- dicação anti-secretora gástrica para a mínima eficaz (meia dose tem sido sugerida nos casos de esofagites não erosivas) e, inclusive, a ten- tativa de supressão do uso de fármacos com ma- nutenção das medidas comportamentais29 (D). TRATAMENTO ENDOSCÓPICO A fundoplicatura endoscópica é um método recente e permanece experimental até que mais resultados a longo tempo estejam dispo- níveis22 (D). TRATAMENTO CIRÚRGICO As indicações do tratamento cirúrgico da DRGE não-complicada apresentam-se no Quadro 730 (C). A cirurgia anti-refluxo pode ser convencio- nal ou laparoscópica, ambas operações de fundoplicatura32 (B). Ambas as técnicas são equivalentes no que diz respeito ao desapareci- mento dos sintomas, com base em observações por períodos de até três anos33 (D)34 (C). Convém mencionar que os resultados das fundoplicaturas dependem da experiência do cirurgião em operações anti-refluxo35 (C). CONDUTA NAS COMPLICAÇÕES São complicações da DRGE: esôfago de Barrett, estenose, úlcera e sangramento esofágico. Quadro 7 DRGE não complicada: indicações de tratamento cirúrgico • Pacientes que não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico, inclusive aqueles com manifestações atípicas cujo refluxo foi devidamente comprovado31 (D) • Pacientes dos quais é exigido tratamento de manutenção com IBP, especialmente aqueles com menos de 40 anos de idade32 (B) • Casos em que não é possível a continuidade do tratamento de manutenção32 (B), por exemplo, a impossibilidade de arcar financeiramente com os custos do tratamento clínico a longo prazo
  • 13. 13Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina ESÔFAGO DE BARRETT O esôfago de Barrett é definido como a subs- tituição do epitélio estratificado e escamoso do esôfago pelo epitélio colunar com células intestinalizadas ou mistas, em qualquer extensão do órgão. O diagnóstico de esôfago de Barrett independe de extensão da área metaplásica. Quando, no entanto, esse segmen- to é inferior a 3 cm, dá-se a denominação de “Barrett curto” 36 (D). O esôfago de Barrett é uma condição secundária à maior exposição da mucosa do esôfago ao conteúdo gástrico, seja este de natureza ácida, alcalina ou mista. O epitélio colunar com células intestinalizadas é observado em 10% a 15% dos indivíduos com sintomas crônicos de refluxo, quando submetidos à endoscopia digestiva alta. Estudos realizados em necropsia sugerem, entretanto, que a porcentagem de pacientes aco- metidos pode ser cerca de 20 vezes maior, uma vez que as alterações observadas no epité- lio esofágico condicionam a redução da sensi- bilidade ao refluxo nóxio e, também, porque inúmeros pacientes com sintomas de reflu- xo gastroesofágico não realizam exame endoscópico37 (A). O esôfago de Barrett afeta basicamente in- divíduos do sexo masculino, de raça branca e com idade superior a 40 anos 36 (D). Um aspecto importante a ser considerado em pacientes com esôfago de Barrett é o risco potencial de desenvolvimento de adenocar- cinoma de esôfago. O risco varia de 0,2% a 2,1% ao ano em pacientes sem displasia, o que representa uma incidência de 30 a 125 vezes maior do que na população em geral 38 (B). Convém mencionar, contudo, que o risco de malignização no Barrett curto é inferior àque- le observado quando as áreas de metaplasia intestinal mostram-se mais extensas 39 (C). Ain- da assim, tendo em vista o potencial de dege- neração para adenocarcinoma, recomenda-se que qualquer área de mucosa de aspecto irre- gular deve ser biopsiada, independentemente de sua extensão ou localização. Até o momento, não há nenhum trata- mento eficaz para o esôfago de Barrett, quan- do o objetivo é a regressão do epitélio metaplásico. Tanto a terapêutica clínica como a cirúrgica são eficazes somente para contro- lar o refluxo, diminuindo, conseqüentemen- te, o processo inflamatório40 (D). Pacientes com esôfago de Barrett sem displasia devem ser acompanhados com exame endoscópico e biópsias seriadas a cada 24 meses41 (D). Pa- cientes com displasia de baixo grau precisam de acompanhamento a cada seis meses; os pacientes com displasia de alto grau devem ter o diagnóstico confirmado por outro pato- logista, sendo indicada inter venção cirúrgica42 (D). Se o paciente não tiver sido operado, o acompanhamento sugerido é a cada três meses. Para o controle clínico do esôfago de Barrett, o tratamento adequado é obtido com IBP. Nos casos de Barrett curto, recomenda- se a utilização de IBP em dose plena; nos demais casos de Barrett, IBP em dose dupla em duas tomadas diárias22 (D). O tratamento via endoscópica pelos mé- todos de ablação é tido como promissor, mas ainda inconclusivo, podendo ser empregado somente em protocolos de investigação43 (D).
  • 14. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 14 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento ESTENOSE A estenose do esôfago distal é, fundamen- talmente, uma complicação de resolução cirúr- gica. Recomenda-se que o paciente seja subme- tido a uma avaliação prévia do refluxo. A conduta cirúrgica apropriada depende da extensão e da localização da estenose, bem como da avaliação prévia da função motora do corpo do órgão, realizada por meio da manometria. Nas estenoses baixas, com função motora nor- mal, está indicada a fundoplicatura total. Quan- do existir disfunção motora significativa, a fundoplicatura parcial mostra-se adequada. Nos casos em que se observa estenose longa e filiforme, o tratamento cirúrgico mais apropria- do é a ressecção com abordagem torácica44 (D). Os pacientes com estenose também podem ser tratados com IBP e dilatação44 (D). ÚLCERA E SANGRAMENTO ESOFÁGICO O sangramento esofágico na DRGE costu- ma ser lento e insidioso e, muitas vezes, é o responsável por quadros de anemia crônica. O tratamento clínico constitui a melhor opção terapêutica. Recomenda-se o emprego de IBP em dose dupla por um período de pelo menos oito semanas. Após a cicatrização, deve ser instituído um tratamento de manu- tenção22 (D). Na eventualidade de opção por tratamento cirúrgico, ele deve seguir as recomendações para tal conduta.
  • 15. 15Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina REFERÊNCIAS 1. Moraes-Filho J, Cecconello I, Gama- Rodrigues J, Castro L, Henry MA, Meneghelli UG, et al. Brazilian Consensus on gastroesophageal reflux disease: proposals for assessment, classification, and management. Am J Gastroenterol 2002; 97:241-8. 2. Moss SF, Arnold R, Tytgat GN, Spechler SJ, Delle-Fave G, Rosin D, et al. Consensus Statement for Management of Gastroesophageal Reflux Disease: result of workshop meeting at Yale University School of Medicine, Department of Surgery, November 16 and 17, 1997. J. Clin Gastroenterol 1998; 27:6-12. 3. Rodriguez TN, Moraes-Filho JPP. Como diagnosticar e tratar: doença do refluxo gastroesofágico. Rev Bras Med 1999; 56:67-75. 4. An evidence based appraisal of reflux disease management. The Genval Workshop Report. Gut 1999;44(suppl 2):S1-16. 5. DeVault KR, Castell DO. Updated guidelines for the diagnosis and treatment of gastroesophageal reflux disease. The Practice Parameters Committee of the American College of Gastroenterology. Am J Gastroenterol 1999; 94:1434-42. 6. Cohen MM, Zoeter A, Loar C. Survival following surgical treatment of gastric cancer: a challenge for the community endoscopist. Surg Endosc 1994; 8:862-6. 7. Richter JE. Chest pain and gastroeso- phageal reflux disease. J Clin Gastroenterol 2000; 30(3 suppl):S39-41. 8. Sontag SJ. Gastroesophageal reflux disease and asthma. J Clin Gastroenterol 2000; 30(3 Suppl):S9-30. 9. Gaynor EB. Laryngeal complications of GERD. J Clin Gastroenterol 2000; 30(3 Suppl): S31-4. 10. Dent J. Management of reflux disease. Gut 2002; 50:67-71. 11. Katz PO. Treatment of gastroesophageal reflux disease: use of algorithms to aid in management. Am J Gastroenterol 1999; 94(11 Suppl):S3-10. 12. Savary M, Miller G. The esophagus. Handbook and atlas of endoscopy. Solothurn, Switzerland: Grassman; 1978. p.135-42. 13. Lundell LR, Dent J, Bennett JR, Blum AL, Armstrong D, Galmiche JP, et al. Endoscopic assessment of oesopha- gitis: clinical and functional correlates and further validation of the Los Angeles classification. Gut 1999; 45:172-80. 14. Jacobson AF. Applications of radionuclide imaging in gastroenterology. In: Yamada T, Alpers DH, Laine L, editors. Textbook of gastroenterology. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott, Williams&Wilkins; 1999. p.3080-98.
  • 16. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 16 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento 15. Fennerty MB, Castell D, Fendrick AM, Halpern M, Johnson D, Kahrilas PJ, et al. The diagnosis and treatment of gastro- esophageal reflux disease in a managed care environment. Suggested disease management guidelines. Arch Intern Med 1996; 156:477-84. 16. Navarro-Rodriguez T, Moraes-Filho JP, Arakaki E, Chinzon D, Zatekba S, Iriya K, et al. The screening sensitivity of endoscopy, acid perfusion test and 24-hour pH-monitoring to evaluate esophagitis in patients with heartburn and histological esophagitis. Arq Gastroenterol 1997; 34:148-56. 17. DeMeester TR, Wang CI, Wernly JA, Pellegrini CA, Little AG, Klementschitsch P, et al. Technique, indications, and clinical use of 24 hours esophageal pH monitoring. J Thorac Cardiovasc Surg 1980; 79:656-70. 18. Kahrilas PJ, Quigley EM. Clinical esophageal pH recording: a technical review for practice guideline development. Gastroenterology 1996;110:1982-96. 19. Vaezi MF. Gastroesophageal reflux disease and the larynx. J Clin Gastroenterol 2003; 36:198-203. 20. Schenk BE, Kuipers EJ, Klinkenberg-Knol EC, Festen HP, Jansen EH, Tuynman HA, et al. Omeprazole as a diagnostic tool in gastroesophageal reflux disease. Am J Gastroenterol 1997; 92:1997-2000. 21. Fiss E, Mott CB, Chinzon D, Rodrigues TN, Moraes Filho JP, Curr A, et al. Asthma induced by instillation of clorid acid in the oesophagus. Chest 1994; 106:147S. 22. Castell DO. Medical, surgical, and endoscopic treatment of gastroesophageal reflux disease and Barrett’s esophagus. J Clin Gastroenterol 2001; 33:262-6. 23. Orlando RC. Why is the high-grade inhibition of gastric acid secretion afforded by proton pump inhibitors often required for healing of reflux esophagitis? An ephithelial perspective. Am J Gastroenterol 1996; 91:1692-6. 24. Hila A, Castell DO. Gastroesophageal reflux disease. Curr Treat Options Gastroenterol 2003; 6:41-8. 25. Peghini PL, Katz PO, Castell DO. Ranitidine controls nocturnal gastric acid breakthrough on omeprazole: a controlled study in normal subjects. Gastroenterology 1998; 115:1335–9. 26. Fackler WK, Ours TM, Vaezi MF, Richter JE. Long-term effect of H2RA therapy on nocturnal gastric acid breakthrough. Gastroenterology 2002; 122:625-32. 27. Hetzel DJ, Dent J, Reed WD, Narielvala FM, Mackinnom M, McCarthy JH, et al. Healing and relapse of severe peptic esophagitis after treatment with ome- prazole. Gastroenterology 1988; 95:903- 12. 28. Lundell L, Miettinen P, Myrvold HE, Pedersen AS, Thor K, Lamm M, et al. Long-term management of gastro-oeso- phageal reflux disease with omeprazole or
  • 17. 17Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina open antireflux surgery: results of a prospective, randomized clinical trial. The Nordic GORD Study Group. Eur J Gastroenterol Hepatol 2000; 12:879-87. 29. Lundell L. Clinician’s guide to the management of symptomatic gastro- esophageal reflux disease. London: Science Press; 1998. 30. Kauer WK, Peters JH, DeMeester TR, Heimbucher J, Ireland AP, Bremner CG. A tailored approach to antireflux surgery. J Thorac Cardiovasc Surg 1995; 110:141-7. 31. Bardhan KD. Reflux rising – a burning issue! A personal overview of treatment. Res Clin Forums 1998; 20:27-32. 32. Richards KF, Fisher KS, Flores JH, Christensen BJ. Laparoscopic Nissen fundoplication: cost, morbidity and outcome compared with open surgery. Surg Laparosc Endosc 1996; 6:140-3. 33. Mincis M, Mincis R. Doença do refluxo gastroesofágico e suas complicações. In: Mincis M, editor. Gastroenterologia & hepatologia: diagnóstico e tratamento. 3a ed. São Paulo: Lemos Editorial; 2002. p. 221-9. 34. DeMeester TR, Bonavina L, Albertucci M. Nissen fundoplication for gastroesophageal reflux disease. Evaluation of primary repair in 100 consecutive patients. Ann Surg 1986; 204:9-20. 35. Watson D, Jamieson GG, Baigrie RJ, Mathew G, Devitt PG, Game PA, et al. Laparoscopic surgery for gastro-esophageal reflux: beyond the learning curve. Br J Surg 1996; 83:1284-7. 36. Cameron AJ. Epidemiology of columnar lined esophagus and adenocarcinoma. Gastroenterol Clin North Am 1997; 26:487-94. 37. Cameron AJ, Zinsmeister AR. Ballard DJ, Carney JA. Prevalence of columnar-lined (Barrett’s) esophagus. Comparison of population – based clinical and autopsy findings.Gastroenterology1990;99:918-22. 38. Rudolph RE, Vaughan TL, Storer BE, Haggitt RC, Rabinovitch PS, Levine DS, et al. Effect of segment lengh on risk for neoplastic progression in patients with Barrett esophagus. Ann Intern Med 2000;132:612-20. 39. Mas CR, Kramer M, Seifert G, Rippin G, Vieth M, Stolte M. Short Barrett: prevalence and risk factors. Scand J Gastroenterol 1999; 34:1065-70. 40. DeMeester SR, DeMeester TR. Columnar mucosa and intestinal metaplasia of the esophagus: fifty years of controversy. Ann Surg 1999; 231:303-21. 41. Falk GW. Endoscopic surveillance of Barrett’s esophagus, risk stratification and cancer risk. Gastrointest Endosc 1999; 49:S29-34. 42. DeMeester TR. Surgery for high grade dysplasia in Barrett’s esophagus. In: GI in the next century. Clinical advances in eso- phageal and gastrointestinal disorders.
  • 18. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 18 Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento Syllabus of the AGA Postgraduate Course, Orlando, Florida. Bethesda, MD: Ame- rican Gastroenterological Association; 1999. p.169-73. 43. Haag S, Holtmann G. Reflux disease and Barrett’s esophagus. Endoscopy 2003; 35:112-7. 44. Richter JE. Recurrent peptic strictures: Management options. In: GI in the next century. Clinical advances in esophageal and gastrointestinal disorders. Syllabus of the AGA Postgraduate Course, Orlando, Florida. Bethesda, MD: American Gastroenterological Association; 1999. p. 11-8.