SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 28
Downloaden Sie, um offline zu lesen
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
	
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste
projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
Autoria: Associação Brasileira de Hematologia
Hemoterapia
Sociedade Brasileira de Patologia
Sociedade Brasileira de Pediatria
Elaboração Final:	 20 de julho de 2012
Participantes:	 de Souza CA, Pagnano KBB, Bendit I,
				 Conchon M, Freitas CMBM, Coelho AM,
				 Funke VAM, Bernardo WM
Leucemia Mieloide Crônica
2 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Descrição do método de coleta de evidência:
A Diretriz foi elaborada a partir da elaboração de 19 questões clínicas relevantes e
relacionadas ao diagnóstico e tratamento da Leucemia Mieloide Crônica.As questões
foram estruturadas por meio do P.I.C.O. (Paciente, Intervenção ou Indicador, Compa-
ração e Outcome), permitindo gerar estratégias de busca (Anexo 1) da evidência nas
principais bases primárias de informação científica (Medline/Pubmed, Embase, Lilacs/
Scielo, Cochrane Library, Premedline via OVID). Também foi realizada busca manual
da evidência e de teses (BDTD e IBICT). A evidência recuperada foi selecionada a
partir da avaliação critica utilizando instrumentos (escores) discriminatórios de acordo
com a categoria da questão: diagnóstico (QADAS), terapêutica (JADAD para Ensaios
Clínicos Randomizados e New Castle Otawa scale para estudos não randomizados).
Após definir os estudos potenciais para sustento das recomendações, estes foram
selecionados pela força da evidência e grau de recomendação segundo a classificação
de Oxford (disponível em www.cebm.net).
Grau de recomendação e força de evidência:
A:	 Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência
B:	 Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência
C:	 Relatos de casos (estudos não controlados).
D:	 Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisioló-
gicos ou modelos animais.
Objetivos:
Definir parâmetros para o diagnóstico clínico, avaliar a gravidade e normatizar etapas
e opções de tratamento, manutenção, monitoramento para pacientes portadores de
Leucemia Mieloide Crônica (LMC). As Diretrizes têm como público alvo o especialista
hematologista para contribuir com a tomada de decisão no diagnóstico e tratamento
da LMC.
CONFLITO DE INTERESSE:
Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz
estão detalhados na página 18.
3Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Introdução
O Projeto Diretrizes é uma iniciativa conjunta da Associação
Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, e tem por
objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.
As informações contidas neste manuscrito foram elaboradas e são
recomendadas pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemo-
terapia e Terapia Celular. Porém, deve ser submetida à avaliação e
à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente
à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
1. Quais são os critérios diagnósticos para LMC?
O diagnóstico de LMC é baseado na contagem sanguínea
(leucocitose e frequentemente também trombocitose) e no dife-
rencial (granulócitos imaturos, de metamielócitos a mieloblastos, e
basofilia). O diagnóstico depende da demonstração do cromossomo
Filadélfia (22q-) resultante da translocação t(9;22) (q34;q11), e /
ou o rearranjo do BCR-ABL no sangue periférico ou nas células da
medula óssea. Em alguns casos o cromossomo Filadélfia não pode
ser detectado e a confirmação é feita por métodos moleculares. A
maior parte dos diagnósticos é feita na fase crônica, e o curso clínico
típico tem três fases: fase crônica, fase acelerada e fase blástica. Para
definição de fase acelerada é necessária a presença de 1% a 19%
blastos no sangue ou na medula óssea, número de basófilos > 20%,
trombocitose ou trombocitopenia não relacionada à terapia, e evo-
lução clonal na avaliação citogenética. A fase blástica caracteriza-se
por > 20% de blastos ou infiltração blástica extramedular1-3
(D).
Recomendação
O diagnóstico de LMC depende da presença do cromossomo
Filadélfia e/ou da presença do rearranjo BCR-ABL.
2.	 Há diferença no prognóstico de pacientes com LMC
com rearranjo P210 E13a2(B2a2) e E14a2(B3a2)
ou P190 (E1a2)?
O transcrito p190(e1a2) BCR-ABL em pacientes com LMC
pode se apresentar em prevalência de 1%, estando associado à
4 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
reduzida resposta terapêutica aos inibidores
tirosinoquinase, com resposta hematológica
completa em 30% dos casos, resposta citoge-
nética completa em 20% (em 3 a 18 meses),
e resposta molecular maior em 10% dos casos.
Há progressão para outras fases (blástica ou
acelerada) em 60% dos pacientes em fase
crônica4
(C).
A resposta de pacientes com LMC recém-
diagnosticada ao tratamento com Imatinibe é
diferente na presença do transcrito b3a2 (e14a2)
em comparação ao b2a2 (e13a2). Em 12 meses
de tratamento os pacientes com transcrito b3a2
(e14a2) tem aumento na resposta completa
citogenética de 29%, sendo que esta também
é mais rápida, e com maior sobrevida livre de
doença5
(B).
Em pacientes com LMC em tratamento
com Imatinibe por seis meses, o número de
transcritos b2a2 (e13a2) é mais baixo quando
comparado ao número de transcritos b3a2
(e14a2), sugerindo maior sensibilidade do trans-
crito b2a2 (e13a2) ao Imatinibe, e consequente
melhor prognóstico6
(B).
O tratamento de pacientes com LMC em
fase crônica com Imatinibe apresenta resultados
melhores no transcrito b2a2 (e13a2) BCR-
ABL, em comparação com o b3a2 (e14a2), com
aumento de 31% na resposta citogenética maior,
e número menor de transcritos BCR-ABL7
(B).
Recomendação
O transcrito p190(e1a2) pode estar as-
sociado à resposta terapêutica reduzida, e há
controvérsia se há diferença na resposta entre
os transcritos p210 e13a2(b2a2) e p210
e14a2(b3a2).
3.	Ao diagnóstico, cromossomo phila-
delphia variante e a deleção do 9Q
tem importância prognóstica?
Em pacientes com LMC e deleção do cro-
mossomo 9q, em tratamento com interferon
alfa, não há diferença na sobrevida entre aqueles
com e sem deleção. Entretanto, há redução na
sobrevida nos pacientes com deleção abrangen-
do a junção BCR-ABL, quando comparado
com aqueles sem deleção. A sobrevida ainda
é superior nos pacientes na fase crônica sub-
metidos a transplante de medula que não tem
deleção, aumento de 44% (NNT: 2)8
(B). Existe
evidência de que em pacientes com LMC em
tratamento com interferon alfa, a presença da
deleção do cromossomo 9q34 reduz a sobrevida
livre de doença, a sobrevida global e a resposta
citogenética9,10
(B).
A presença da deleção do cromossomo 9 em
pacientes com LMC em tratamento com inibi-
dores tirosinoquinase de primeira (Imatinibe) ou
de segunda geração (Nilotinibe ou Dasatinibe),
revela que não há diferença na sobrevida global,
na sobrevida livre de doença ou na resposta
citogenética, entre os pacientes com e sem
deleção, em dois anos de seguimento11,12
(B).
Há, no entanto, evidência de que há redução na
sobrevida de pacientes com deleção do derivativo
cromossomo 913
(B).
A deleção ABL no cromossomo 9 derivado
(15,1%) em pacientes de LMC reduz a sobrevida
livre de doença, a deleção BCR reduz a sobrevida
global, e a deleção ABL e BCR reduz a sobrevida
global e livre de doença14
(B). Há evidência de
que apenas a deleção ABL reduz o tempo de
sobrevida e o tempo da fase crônica15
(B).
5Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Translocações variantes do cromossomo Fi-
ladélfia em pacientes com LMC em tratamento
com Imatinibe, e seguimento de 5 anos, não
produzem diferenças na sobrevida global, na
sobrevida livre de doença, na sobrevida livre
de progressão, no índice de resposta hemato-
lógica completa, na resposta citogenética ou
na resposta molecular, quando comparado com
os pacientes sem translocações variantes do
cromossomo Filadélfia16,17
(B). Outros estudos
mostraram que mosaicismo no cromossomo
Filadélfia em pacientes com LMC aumenta a
mortalidade em 3,3 anos em 21% (NNH:5) e
as variações de translocação reduzem a resposta
citogenética18,19
(B).
Recomendação
Apesar da controvérsia se a deleção do
cromossomo 9q e BCR, e das variações no
cromossomo Filadélfia, conferem pior prog-
nóstico, há evidência de redução na sobrevida
global e livre de doença, e na resposta tera-
pêutica, frente ao tratamento dos pacientes
de LMC, com interferon alfa, ou inibido-
res tirosinoquinase de primeira e segunda
geração. A deleção ABL reduz a sobrevida
global e livre de doença desses pacientes. A
presença do cromossomo Filadélfia variante e
o mosaicismo, parecem também conferir pior
prognóstico à LMC.
4.	Anormalidade citogenética adicional
ao cromossomo filadélfia (PH) ao
diagnóstico tem importância prog-
nóstica?
Em pacientes com LMC, sob tratamento com
a segunda geração (Dasatinibe ou Nilotinibe) de
inibidores tirosinoquinase ou com Imatinibe, a
presença de anormalidades cromossômicas adi-
cionais confere menor sobrevida livre de doença
e menor sobrevida global em 5 anos20
(B).
A presença de aberrações cromossômicas
adicionais em pacientes com LMC em trata-
mento com Nilotinibe aumenta a mortalidade
pela progressão da doença em 28% (NNH:
4). Além disso, pacientes na fase crônica,
com aberrações cromossômicas adicionais tem
aumento de mortalidade em 2 anos, de 38%
(NNH: 3)21
(B).
As aberrações reduzem o tempo de sobrevida
desses pacientes22,23
(B). Em transplantes de
célula tronco no tratamento da LMC, a pre-
sença de aberrações cromossômicas adicionais
aumenta a mortalidade em 36% (NNH: 3) e
reduz a média de sobrevida global24
(B).
A sobrevida livre de doença e a sobrevida
global em 5 anos de pacientes com LMC é
diferente na presença de alterações citogenéti-
cas adicionais em comparação à ausência das
mesmas. A presença das alterações citogenéticas
maiores (major route) (duplo cromossomo Ph,
+8, iso 17q, +19 redução) na sobrevida livre
de doença e na sobrevida global em 5 anos de
40%25
(B).
Recomendação
A presença de aberrações cromossômicas
adicionais ao diagnóstico (major route) reduz a
sobrevida global e livre de doença, aumentando
a mortalidade em 36% a 40%.
5.	O critério OMS é comparável aos de-
mais critérios para a classificação da
fase da LMC (fase crônica, acelerada
e crise blástica)?
6 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
A utilização da classificação da OMS
de pacientes com LMC pode ter a distri-
buição das fases crônica, acelerada e blás-
tica, respectivamente em 77,8%, 15,5% e
6,7%26
(C). A classificação apropriada per-
mite se estabelecer uma adequada estimativa
de resposta27
(D).
No tratamento com Imatinibe de pa-
cientes com LMC, a classificação global dos
pacientes, nas fases crônica, acelerada e de
crise blástica, pelo método padrão não apre-
senta diferenças com relação ao critério da
OMS. A distribuição dos pacientes segundo
a classificação padrão pode ser de 60% na
fase crônica, 28% na fase acelerada e 12% na
crise blástica. Apesar da ausência de diferença
significativa entre as duas classificações, 6%
dos pacientes classificados como crônicos fo-
ram reclassificados (OMS) em fase acelerada.
De maneira semelhante 9% dos pacientes
classificados como fase acelerada foram re-
classificados (OMS) em crise blástica, e 7%
em fase crônica28
(B).
A classificação e a definição da fase acele-
rada da LMC podem ser comparadas entre as
classificações MDACC, IBMTR e OMS, com
poucas diferenças nos itens blastos e plaquetas,
por exemplo, (Tabela 1)29
(D):
Recomendação
A classificação da OMS das fases crônica,
acelerada e de crise blástica da LMC tem dife-
renças irrelevantes frente às classificações do
IBMTR e MDACC.
6.	É importante definir o risco do paciente
com LMC pelas classificações de Sokal
e hasford?
O escore Sokal pode ser medido por uma
calculadora on line (www.pharmacoepi.de) e
leva em consideração o tamanho do baço em
centímetros palpáveis abaixo do RCE, o nú-
mero de plaquetas, o percentual de blastos e
a idade, onde o resultado < 0,8 corresponde
a pacientes com LMC de baixo risco, de 0,8
a 1,2 risco intermediário e > 1,2 alto risco.
O escore Sokal tem um valor preditivo em
pacientes com LMC tratados com Imatinibe,
onde as respostas molecular e citogenética
são maiores em pacientes de baixo risco.
Pacientes de alto risco que atingem resposta
citogenética em 12 meses tem probabilidade
de 90% de sobrevida, de risco intermediário
probabilidade de 94% e baixo risco de 97%.
O escore Hasford considera a idade, o per-
centual de eosinófilos, basófilos, número de
plaquetas, tamanho do baço em centímetros
e percentual de blastos, sendo de baixo risco
quando o resultado for < 780, risco interme-
diário entre 780 e 1480 e alto risco > 1480.
A sobrevida de 5 anos correspondente para
cada risco é respectivamente de 76%, 55% e
25%30
(A)31
(D).
O escore Sokal prediz a resposta ao trata-
mento de pacientes com LMC com Interferon
alfa, sendo que o alto, intermediário e baixo
risco incluem 48%, 29% e 23% dos casos, e
Tabela 1
Característica
Blastos (%)
Plaquetas
MDACC
> 15
< 100
IBMTR
> 10
Ausência de resposta
OMS
10 – 19
<100ou>1000
IBMTR: International Bone Marrow Transplant Registry; MDACC:
M.D.Anderson Cancer Center. Principais diferenças
7Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
a sobrevida média para o baixo, intermediário
e alto risco é de 105, 76 e 45 meses, respec-
tivamente. A sobrevida de 10 anos é de 34%,
28% e 8%32
(B).
Após o tratamento de pacientes com LMC
com Imatinibe, o escore Sokal permite avaliar
a resposta terapêutica, que foi de aumento da
sobrevida em 5 anos, no baixo risco de 11%, no
risco intermediário de 40% e no alto risco de
38%33
(B). Além disso, sabe-se que os pacientes
de alto risco tem maior probabilidade de desen-
volver as formas acelerada ou de crise blástica,
mesmo na terapêutica com Imatinibe34
(A). O
escore Sokal de alto risco está também inversa-
mente relacionado com a resposta citogenética
nesses pacientes35
(B), sendo que nos pacientes
de alto risco há uma redução de resposta cito-
genética de 30,4%36
(B).
O escore Hasford identifica pacientes de
baixo risco, com probabilidade de sobrevida
em 9 anos de 41%, de risco intermediário,
com probabilidade de 0,16%, e de alto risco,
com probabilidade zero em 9 anos. O escore
Sokal classifica 23% como alto risco, e o
Hasford 9%. Os pacientes que apresentam
resposta hematológica completa e estão sob
baixo e intermediário risco tem probabilidade
de sobrevida de 51% e 23%, respectivamente,
e sem resposta hematológica completa a pro-
babilidade é de 26% e 12%, respectivamente.
Os pacientes com alto risco que apresentam
resposta citogenética apresentam prognóstico
semelhante aos de baixo risco37
(B). Entre os
vários grupos Hasford, os pacientes de baixo
risco apresentam resposta citogenética com-
pleta em 57% dos casos, e dentre os pacientes
de risco intermediário ou alto, 27% atingem a
resposta citogenética completa38
(B).
Os escores Hasford e Sokal predizem a
resposta hematológica completa, principalmente
nos pacientes de baixo risco39
(B).
Recomendação
Os escores de Hasford e Sokal são preditores
prognósticos de pacientes com LMC.
7.	O imatinibe é superior aos inibidores
de tirosinoquinases de segunda gera-
ção no tratamento da LMC em fase
crônica em primeira linha?
A comparação entre dasatinibe (100 mg) e
Imatinibe (400 mg) no tratamento em primeira
linha de pacientes com LMC em fase crônica,
demonstra que o dasatinibe aumenta a resposta
hematológica completa em 11% (NNT:9), a
resposta citogenética em 11%, e a resposta
molecular maior em 18%40
(B). O seguimento
de dois anos desses pacientes mantém o efeito
de beneficio superior do Dasatinibe em relação
ao Imatinibe41
(B).
O tratamento inicial de pacientes em fase
crônica de LMC utilizando-se Nilotinibe
(300 mg ou 400 mg duas vezes ao dia) em
comparação ao Imatinibe (400 mg uma vez
ao dia), aumenta a resposta molecular maior
em 12 meses em 22% (NNT: 5), aumenta a
resposta citogenética em 15% (NNT: 7), e
reduz a progressão para as fases acelerada e
de crise blástica42
(A). No seguimento de dois
anos o efeito da medicação aumenta para 27%
de resposta molecular (NNT:4), a resposta
citogenética é 10% superior ao Imatinibe
(NNT:10) sendo esta diferença 5% menor
que a avaliação de 12 meses. A redução na
progressão é mantida43
(A).
8 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Recomendação
O Dasatinibe e o Nilotinibe produzem maior
benefício do que o Imatinibe no tratamento em
primeira linha de pacientes com LMC em fase
crônica, no que se refere aos parâmetros de
resposta molecular, citogenética e hematológica,
bem como em relação à progressão da doença.
8.	O tempo entre diagnóstico e início do
tratamento com imatinibe tem impor-
tância prognóstica?
Em pacientes com LMC, em fase crônica, o
tratamento com Imatinibe pode ser iniciado após
o diagnóstico (precoce), ou pode ter sido iniciado
após 24 meses de tratamento prévio com interfe-
ron (tardia), levando a resultados distintos quanto
àtoxicidadeeeficácia.Otratamentoprecocereduz
o risco de efeitos adversos graus I e II em 52%
(NNT: 2) e graus III e IV em 81% (NNT: 1),
apesar de aumentar o risco de neutropenia e trom-
bocitopenia em 5% (NNH: 20). Após um ano de
seguimento, nos pacientes que não obtiveram res-
posta citogenética completa, o tratamento precoce
produz redução no risco de eventos adversos grau
I, de 3% (NNT:33), grau II, de 8% (NNT:12) e
graus III e IV, de 7% (NNT:14)44
(B).
No tratamento precoce há aumento de res-
posta citogenética completa de 16% (NNT:7),
redução no risco de recorrência em 2%
(NNT:50) e aumento na sobrevida livre de
doença de 15% (NNT:7)44
(B).
Há ainda redução no risco de eventos adversos
não hematológicos com o tratamento precoce,
como no ganho de peso (11%), no edema perior-
bital (12%), no rash cutâneo (9%), na diarreia
(11%), nas infecções (19%), mas aumento no
risco de hemorragia (5%) e de dor óssea (8%)44
(B).
O tratamento após o diagnóstico (trata-
mento precoce) de LMC, em fase crônica, com
Imatinibe, aumenta a probabilidade de resposta
molecular maior em 20% (NNT: 5), e aumenta
a probabilidade de manutenção da resposta em 30
meses em 36% (NNT: 3), em comparação com o
início do tratamento após um ano de diagnóstico
(tratamento tardio). Após um ano de tratamento
com Imatinibe a probabilidade de perda ou de não
atingir a resposta molecular é 58% menor nos
pacientes tratados precocemente (NNT: 2)45
(B).
O tratamento com Imatinibe na dose de
400 mg produziu maiores taxas de resposta
citogenética maior e completa quando compa-
rado à associação entre Interferon e Citarabina
para pacientes com LMC em fase crônica inicial
(87,1 x 34,7%) e maior sobrevida livre de pro-
gressão para fase acelerada e crise blástica (96,
7% x 91,5%; p<0,001)30
(A).
Recomendação
O tratamento de pacientes em fase crônica
da LMC com Imatinibe deve ser iniciado o mais
precocemente possível após o diagnóstico.
9.	A avaliação citogenética tem impacto
no prognóstico?
A avaliação da presença de evolução clonal
citogenética em pacientes com LMC em trata-
mento com Imatinibe traz algumas informações
de caráter prognóstico e que dependem da fase
da doença. A presença dessa alteração nas fases
crônica e acelerada não está associada a resposta
citogenética diferente, entretanto reduz a sobre-
vida desses pacientes. A resposta citogenética
após três meses de tratamento é fator prognóstico
independente. A ausência da resposta completa
ou parcial está associada a menor sobrevida46
(B).
9Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Em pacientes de LMC, em tratamento com
Imatinibe, a presença de resposta citogenética au-
menta a sobrevida em 4 anos em 23% (NNT:4) e
sobrevida livre de doença em 38% (NNT: 3)47
(B).
A duração da resposta citogenética obtida,
após 6 anos do tratamento com Imatinibe, pode
ser de 77%, sendo que a sobrevida é de 91%,
e 44% evoluem para as formas acelerada ou de
crise blástica48
(B).
A perda de resposta citogenética esperada
no primeiro ano de tratamento com Imatinibe
é de 0,6%, sendo reduzida a mortalidade em 2
anos nos pacientes que obtiveram resposta. A
mortalidade em 8 anos estimada desses pacientes
é de 4,8%49
(B).
Em pacientes com LMC tratados com
inibidores tirosino quinase de segunda geração
(Dasatinibe ou Nilotinibe), não responsivos ao
Imatinibe, a resposta citogenética confere au-
mento de sobrevida em 20% (NNT:5), e quando
associado à resposta hematológica, aumento na
sobrevida de 42% (NNT:2)50
(B).
A presença de resposta citogenética mínima
ou maior, em pacientes com LMC, fase crônica,
frente ao tratamento com Inibidores tirosino
quinase de segunda geração, aumenta o número
de pacientes sem eventos, aumenta a sobrevida
e sobrevida livre de doença, em cerca de 25%
(NNT: 4)51
(B).
Recomendação
A avaliação citogenética de pacientes em
tratamento com Inibidores tirosinoquinase
pode predizer, por meio da resposta completa
ou parcial, associado ou não a outros fatores, o
prognóstico desses pacientes.
10.	A avaliação molecular por meio do
PCR quantitativo em tempo real tem
impacto no prognóstico?
Pacientes com LMC em fase crônica, que
atingem resposta citogenética ao tratamento
com Imatinibe, quase sempre tem uma razão
BCR–ABL/ABL abaixo de 2%. Pacientes com
razão BCR–ABL/ABL abaixo de 0.0001% são
considerados como resposta molecular completa.
Para pacientes que perdem a resposta citogenéti-
ca em 24 meses (2,5%) o valor médio da razão
é 0,12%. Dos pacientes com recidiva alguns
evoluem para progressão da doença (15,4%)
e os valores da BCR-ABL/ABL podem variar
de 0,3% a 0,0075%, o que dentro da utilidade
do PCR quantitativo na avaliação molecular
define extremos de doença residual positiva ou
negativa, mas com uma grande variabilidade
na média52
(B).
Em pacientes com LMC estudados com
PCR quantitativo o índice estimado de resposta
molecular maior em 60 meses é de 67,1% e de
resposta citogenética de 81,7%. Com relação
aos desfechos: sobrevida livre de eventos, in-
cluindo transformação para formas acelerada e
crise blástica, morte de qualquer causa, perda de
aderência ao tratamento, ou perda da resposta
citogenética, há superioridade dos pacientes
que atingem resposta molecular maior do que
aqueles que não atingem. Pacientes com respos-
ta molecular maior tem melhor sobrevida em
relação a pacientes com resposta citogenética
completa porém sem atingir resposta molecular
maior53
(B).
A estimativa obtida com a análise por PCR
da resposta molecular em pacientes com LMC
tratados com Imatinibe, permite também
10 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
comparar com as respostas citogenéticas e he-
matológicas ao longo do tempo. Assim, em 18
meses de seguimento as respostas moleculares,
citogenéticas e hematológicas são 79%, 83%
e 93%54
(B).
Progressão citogenética (perda resposta,
evolução clonal, aumento de 20% no clone
Ph+) pode ocorrer em 13% dos pacientes
com LMC em tratamento com Imatinibe,
em 2 anos de seguimento. Na época da pro-
gressão, nenhum desses pacientes apresentava
resposta molecular maior (redução > 3log
no BCR-ABL). Então, há sugestão de que a
análise citogenética esteja restrita aos casos
que não obtém ou perdem a resposta molecular
mensurada pelo PCR quantitativo em tempo
real55
(B).
Para se avaliar as mudanças nos níveis
de transcritos BCR-ABL como marcadores
prognósticos, por meio do PCR quantitativo
em tempo real, o monitoramento durante 4
anos, pode demonstrar resposta molecular
maior (redução de >3-log) e predizer maior
sobrevida livre de doença. Um acréscimo
mínimo de 0,5-log prediz tempo menor de
sobrevida livre de recorrência. Perda de res-
posta molecular (redução <2,5-log) também
define redução na sobrevida livre de doença.
Uma resposta molecular completa (PCR não
detectável) converge em aumento da sobrevida
livre de doença56
(B).
Recomendação
O prognóstico (sobrevida, recorrência, pro-
gressão) de pacientes com LMC em tratamento
com Imatinibe pode ser predito com o uso de
PCR quantitativo em tempo real.
11.	A citogenética pode ser substituída
pelo PCR quantitativo (qPCR) no
monitoramento do paciente com LMC
em uso de inibidor de tirosina quinase
que obteve resposta citogenética com-
pleta?
Há uma correlação entre os níveis de trans-
critos na medula óssea e no sangue periférico
em 3 meses de tratamento e na obtenção da
resposta molecular em 6 meses57
(B).
A comparação entre o PCR quantitativo
em tempo real (qPCR), a análise citogenética,
e a hibridização (FISH) no monitoramento da
resposta ao tratamento com inibidores tirosi-
no quinase em pacientes de LMC demonstra
as seguintes correlações e/ou concordâncias:
qPCR na medula óssea e no sangue periférico;
citogenética na medula óssea, FISH em sangue
periférico e qPCR em sangue periférico58
(B).
Apesar da correlação entre qPCR e análise
citogenética, outros fatores prognósticos podem
estar associados às respostas moleculares ou
citogenéticas, estimando os desfechos ao longo
do tratamento com Inibidores tirosino quinase
de pacientes com LMC em fase crônica. Tal fato
permite análises multivariadas que estimam o
impacto da interação dos fatores prognósticos
presentes na prática médica, mas apenas a
resposta citogenética, na análise multivariada,
em 3 meses é preditora de resposta em 6 meses
e de sobrevida livre de doença em 2 anos57
(B).
A recaída nos pacientes que obtiveram res-
posta citogenética pode ocorrer em 2,5% dos
casos, em 24 meses, e esses pacientes podem
experimentar ainda progressão da doença para
as fases acelerada e blástica. A correlação entre
11Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
a análise por PCR e a resposta citogenética pode
conter uma variação de valores que dificultem
a interpretação, não favorecendo a substituição
de métodos59
(B).
O monitoramento com qPCR a cada 3
meses pode fornecer os dados prognósticos
necessários para a tomada de decisão nos
pacientes com LMC, reduzindo o número de
aspirados de medula óssea. Os motivos pelos
quais o monitoramento com PCR é suficiente
são: o nível de redução log na razão BCR-ABL/
ABL está correlacionado com a resposta cito-
genética; em 12 meses de seguimento nenhum
paciente apresenta progressão na doença sem
que haja indicação de risco obtida no PCR
quantitativo (qPCR) (aumento no número de
0,5 log ou de 5 vezes o valor anterior da razão
BCR-ABL/ABL); e nenhum paciente apresenta
progressão citogenética na vigência de resposta
molecular55
(B).
Recomendação
O PCR quantitativo (qPCR) no sangue
periférico pode ser utilizado como exame de
escolha para monitoramento de pacientes com
LMC, em fase crônica, em tratamento com
Imatinibe. A análise citogenética é uma opção
fundamental de monitoramento, podendo ser
utilizada em associação com o PCR, ou podendo
estar reservada aos casos onde não há resposta
molecular, ou se esta foi perdida.
12.	Qual é o tratamento de escolha para
pacientes com LMC em FC com resis-
tência ao Imatinibe 400 mg?
Em pacientes com LMC em fase crônica
e resistência ao Imatinibe 400 mg (falta de
resposta hematológica completa após 3 meses,
ou falta de resposta citogenética após 6 meses,
ou falta de resposta citogenética maior após 12
meses de tratamento) o tratamento com Dasa-
tinibe 140 mg, comparado ao aumento de dose
de Imatinibe (800 mg), demonstra os seguintes
resultados: aumento de resposta hematológica
completa em 11% (NNT: 9), aumento de res-
posta citogenética completa em 23% (NNT:
4) e aumento de resposta molecular maior em
12% (NNT: 8). Além disso, reduz o risco de
edema e retenção hídrica em 27% e 15%, res-
pectivamente. Entretanto, aumenta o risco de
neutropenia e plaquetopenia em 22% (NNH:
5) e 42% (NNH: 2), respectivamente60
(B).
Esses resultados são mantidos em 18 meses de
seguimento, com aumento, ainda, da sobrevida
livre de doença61
(B).
O tratamento desses pacientes (LMC em
fase crônica, resistentes ao Imatinibe) com
Dasatinibe 100 mg/dia comparado com a dose
de 140 mg/dia leva a resposta clínica semelhante
em 6 meses e 2 anos de seguimento (resposta
hematológica completa, citogenética e sobrevida
livre de doença), entretanto reduz o risco de
derrame pleural em 9% (NNT: 11), de plaque-
topenia em 15% (NNT: 7) e de descontinuidade
do tratamento62,63
(A).
O índice de resposta de pacientes em
fase crônica de LMC ao tratamento com
Nilotinibe (400 mg 2x/dia) não é diferente
entre os pacientes resistentes ou intoleran-
tes ao Imatinibe (600 mg/dia). A ausência
de resposta ao Imatinibe (hematológica ou
citogenética) prediz ausência de resposta ao
Nilotinibe64
(B). Os pacientes que obtém
resposta ao Nilotinibe permanecem com
96% a 98% de resposta (hematológica ou
citogenética) e sobrevida livre de doença,
12 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
em 6 meses de seguimento65
(B). A média
para obtenção de resposta hematológica
completa é de 2,8 meses e de resposta
citogenética completa de 3,2 meses, sendo
a sobrevida livre de doença e de sobrevida
global estimadas em 24 meses de 64% e
87%, respectivamente66
(B). Em pacientes
resistentes ao tratamento com Imatinibe
ou dasatinibe obtém-se 79% de resposta
hematológica completa e 24% de resposta
citogenética completa em 12 meses67
(C).
Em pacientes em fase crônica da LMC,
resistentes ao Imatinibe e ao Dasatinibe,
o tratamento com bosutinibe (500 mg/dia)
produz resposta hematológica e citogenética
completas em 62% e 31% dos casos, respec-
tivamente. Já nos pacientes com resistência
ao tratamento com Imatinibe e Nilotinibe
obtem-se resposta hematológica e citogené-
tica completas em 75% e 35% dos casos.
Nos casos de resistência ao Imatinibe e
Dasatinibe, as probabilidades de manuten-
ção de resposta, sobrevida livre de doença e
sobrevida global a partir de 12 meses, são
de 27%, 32,4% e 72,9%, respectivamente.
Nos pacientes com resistência ao Imatinibe
e Nilotinibe, tratados com Bosutinibe, as
probabilidades de manutenção de resposta,
sobrevida livre de doença e sobrevida global
a partir de 12 meses, são de 22,2%, 44,4%
e 77,7%, respectivamente68
(B).
Recomendação
O tratamento de pacientes com LMC em
fase crônica, que são resistentes ao Imatinibe
na dose de 400 mg, deve ser feito com Da-
satinibe 100 mg/dia, ou Nilotinibe (800 mg/
dia) ou Bosutinibe (500 mg/dia).
13.	Há diferenças nos perfis de toxicidade
dos inibidores de tirosinoquinases de
segunda geração (dasatinibe e niloti-
nibe)?
A diferença de efeitos adversos entre o Ima-
tinibe e o Nilotinibe ou Dasatinibe está expressa
em número necessário para tratar (NNT) quando
essas duas últimas drogas produzem redução no
risco do efeito adverso, e em Número necessário
para produzir dano (NNH), quando aumentam
o risco de um determinado efeito adverso.
A utilização de Nilotinibe (em qualquer
dose) como primeira linha de tratamento de pa-
cientes recém diagnosticados de LMC reduz os
índices de náusea (NNT:8), diarreia (NNT:7),
vômito (NNT:6), espasmo muscular (NNT:6),
edema (NNT:11) e neutropenia (NNT:3), quan-
do comparado com o Imatinibe. Entretanto,
estão aumentados os índices de rash (NNH:4),
cefaleia (NNH:8), prurido (NNH:8), alopécia
(NNH:11), e há aumento das enzimas hepáticas
(NNH:2), da bilirrubina total (NNH:2) e da
glicose (NNH:5)42
(A).
Quando o Nilotinibe é administrado como
segunda linha em pacientes com LMC em fase
crônica há ainda ocorrência de cardiotoxicidade
com aumento de QTc (1% dos casos) e trom-
bocitopenia (29% dos casos)65
(B).
Na comparação entre Dasatinibe e Imatinibe
como tratamento de primeira linha de LMC, os
principais efeitos adversos não hematológicos:
náusea (NNT:9), miosite (NNT:8) e retenção
hídrica (NNT:4) estão reduzidos com o Dasati-
nibe. Entretanto, há aumento de derrame pleural
de 10% (NNH: 10), de trombocitopenia de 9%
(NNH: 11) e de cardiotoxicidade (0,4%)40
(B).
13Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Como segunda linha em pacientes com
LMC em fase crônica o Dasatinibe produz au-
mento nos índices de derrame pleural (NNH:
6), de neutropenia (NNH:5), de trombocitope-
nia (NNH:2), de dispneia (NNH:6) e cefaleia
(NNH:7)60
(B).
Recomendação
Com relação à maioria dos efeitos adversos
esperados para esta classe de medicação, dasa-
tinibe e Nilotinibe apresentam, com pequenas
diferenças de magnitude, comportamento
semelhante. Entretanto, o Nilotinibe parece
ter componente maior de hepatoxicidade e o
dasatinibe de retenção hídrica (derrame pleural).
14.	A aderência ao tratamento ao imati-
nibe tem impacto prognóstico?
Pacientes com LMC tratados com Imatinibe
que apresentam resposta subótima tem menor
índice de aderência (não ingerir a medicação)
do que os pacientes com resposta ótima. Os
pacientes tratados por mais de 12 meses que
apresentam resposta citogenética completa
também tem um índice de aderência superior
àqueles com resposta citogenética parcial. Não
há diferença de resposta hematológica entre os
pacientes aderentes e não aderentes69
(B).
Há correlação direta entre a aderência (<
de 90% ou > 90%) de pacientes com LMC ao
tratamento com Imatinibe e a probabilidade de
resposta molecular maior em 6 anos (aumento
de 66,1% de resposta na aderência > 90%).
Quando a aderência é menor de 80% não há
resposta molecular. Os pacientes que tem ne-
cessidade de aumento da dose de Imatinibe tem
redução de 12,8% na aderência70
(B).
No tratamento de LMC com Imatinibe,
níveis de aderência < 85% aumentam o risco de
perda de resposta citogenética completa em 34,9%
(NNH:3).Nenhumdospacientescomaderência>
95% perdeu a resposta citogenética. Pacientes com
nível de aderência < 85%, que nunca obtiveram
respostamolecular,possuemabaixaaderênciacomo
preditordeperdaderespostacitogenética.Aderência
< 85% reduz a sobrevida livre de doença em 37%
(NNH:3). Índices de aderência superiores a 85%
conferem prognóstico semelhante a pacientes que
tem resposta molecular maior71
(B).
A sobrevida de 5 anos livre de doença em
pacientes em fase crônica de LMC e aderentes ao
tratamento com Imatinibe é 16,9% superior em
comparaçãoaospacientesnãoaderentes.Anãoade-
rênciareduzapossibilidadederespostacitogenética
completa em 18% (NNH:6). A grande causa de
interrupção no tratamento com Imatinibe (29,6%
dos casos) está relacionada com a não aderência. A
resposta citogenética completa está correlacionada
àaderênciaaotratamento,comreduçãonaresposta
em pacientes não aderentes em 20%72
(B).
Recomendação
Aderência ao tratamento com Imatinibe está
diretamente correlacionada à probabilidade de
resposta molecular, citogenética e à sobrevida
livre de doença.
15.	A obtenção de resposta citogenetica
previa com imatinibe e performance status
são fatores prognósticos para resposta
ao inibidor de segunda linha no trata-
mento de paciente resistente ao imatinibe?
A melhor resposta citogenética (0% de
cromossomo Filadélfia positivo) durante o tra-
tamento com Imatinibe é preditora de resposta
14 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
ao Dasatinibe ou Nilotinibe, com aumento da
resposta citogenética de 21%, quando compa-
rado ao máximo de alcance da porcentagem de
cromossomo Filadélfia entre 1% e 94% e de
66,8%, quando comparado a nenhuma resposta
citogenética durante o tratamento com Imati-
nibe, ou seja, Filadélfia > 95%51
(B).
A resposta a inibidores tirosinoquinase de
segunda linha em pacientes de LMC resistentes
ao tratamento com Imatinibe tem associação com
alguns outros fatores prognósticos. Entre esses
estão: 1. Sokal baixo risco: aumento na resposta
citogenética de 25,5% e na sobrevida livre de do-
ença de 27,0%; 2. Porcentagem de cromossomo
Filadélfiapositivonoiníciodotratamento<95%:
aumento na resposta citogenética de 43,8% e na
sobrevida livre de doença de 27,3%; 3. Tempo
para falha terapêutica do Imatinibe < 6 meses
: aumento na resposta citogenética de 37,2%,
aumento na sobrevida de 24,3% e aumento na
sobrevida livre de progressão de 13,8%51
(B).
Pode-se predizer o prognóstico ao tratamento
com inibidores tirosinoquinase de segunda linha
(NilotinibeouDasatinibe),depacientescomLMC
resistentes ao Imatinibe, por meio da presença de
resposta citogenética prévia (Imatinibe), que per-
mite estimar aumento na sobrevida livre de doença
em 3 anos de 37% e na resposta citogenética em
1 ano. A presença de performance status (ECOG)
de “0”, no início do tratamento com os inibidores
de segunda linha, prediz aumento na sobrevida
livre de doença em 3 anos de 18%, e na sobrevida
global em 3 anos de 32%73
(B).
Outros fatores prognósticos podem ser asso-
ciados à resposta ao tratamento com Nilotinibe
ou Dasatinibe, como: idade maior de 55 anos
com redução na resposta citogenética em 1 ano
de 24%, redução na sobrevida livre de doença em
3 anos de 20% e redução na sobrevida global em 3
anos de 6%; metáfases Filadélfia positivo > 90%
no início do tratamento com inibidor de segunda
linha com redução da resposta citogenética de
30% e na sobrevida livre de doença de 21%73
(B).
Recomendação
A informação referente à resposta citoge-
nética e ao performance status (ECOG) deve
ser considerada, na estimativa prognóstica, ao
iniciar o tratamento de segunda linha, com Ni-
lotinibe ou Dasatinibe, de pacientes com LMC
resistentes ao tratamento prévio com Imatinibe.
Pode-se ainda levar em consideração a idade e a
resposta citogenética prévia ao tratamento com
TKI de segunda geração.
16.	Quando é necessário fazer a análise
de mutações do BCR-ABL em pacien-
tes com LMC em uso de inibidores de
tirosina quinase?
Em pacientes com LMC em fase acelerada a
presença de mutações BCR-ABL está associada
a 100% de resistência ao tratamento com Ima-
tinibe, e nos pacientes em fase crônica em 79%
dos casos74
(B).
A presença de mutações BCR-ABL aumenta
o risco dos pacientes com LMC evoluírem em 9
meses para as fases acelerada ou blástica em 52%
(NNH:2), reduz o tempo livre de progressão da
doença e a sobrevida desses pacientes, principal-
mente quando são mutações P-loop75
(B).
No seguimento de pacientes com LMC
em tratamento com Imatinibe as mutações
BCR-ABL ocorrem em tempos diferentes nos
pacientes, e estão correlacionadas as sobrevidas
15Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
menores. Nos pacientes em fase inicial da do-
ença a presença de mutações está associada a
aumento na transformação para fase acelerada
(32%) e blástica (16%), e a redução na resposta
citogenética completa (24%). Independente da
fase da doença, a identificação de mutações
reduz a resposta hematológica76
(B).
A identificação de mutações BCR-ABL
em pacientes com LMC em tratamento com
Imatinibe prediz, em cerca de 20 meses, perda
de resposta citogenética completa e progressão
para fases avançadas de doença77
(B).
As respostas hematológicas e citogenéticas
são semelhantes nos pacientes em tratamento
com Inibidores tirosinaquinase (dasatinibe ou
Nilotinibe), no grupo com e sem mutação BCR-
ABL. Também a sobrevida livre de doença e a
sobrevida global não são diferentes entre esses
dois grupos de pacientes78
(B).
No seguimento de 4 anos de pacientes
com LMC em fase crônica, a sobrevida livre
de progressão do começo do tratamento com
Imatinibe até a progressão da doença para as
fases acelerada ou blástica é pior nos pacientes
com mutação do que sem mutação. A sobrevida
global de pacientes com mutação é de 10 meses
e de 51 meses em pacientes sem mutação, mas
esta varia de acordo com o tipo de mutação,
assim: do tipo P-loop (13 meses), T315I (9
meses) e sem mutação (51 meses)79
(B).
Entre pacientes com doença (LMC) na fase
crônica e sob tratamento com Nilotinibe, a so-
brevida global de dois anos está reduzida em 38%
pela presença de mutações BCR-ABL. Além
disso, a presença de mutações está associada a
redução na resposta citogenética em 34%21
(B).
Mutações do tipo T315I podem ocorrer
mais frequentemente no tratamento com
Dasatinibe. A presença de mutações durante o
tratamento com Nilotinibe ou Dasatinibe é pre-
ditora de pior prognóstico nesses pacientes80
(B).
Recomendação
As mutações BCR-ABL devem ser pes-
quisadas nos pacientes com LMC resistentes
aos inibidores de tirosina quinase (resposta
subótima ou falha), independente da fase, pois
sua presença prediz o maior risco de resistência
e de menor sobrevida.
17.	O diagnóstico de mutação orienta a
escolha do tratamento em pacientes
resistentes ao imatinibe?
Em pacientes com LMC resistentes ao Ima-
tinibe a pesquisa de mutações pode auxiliar na
escolha do inibidor de segunda geração, Niloti-
nibe ou Dasatinibe. A avaliação da sensibilidade
ao inibidor nos estudos “in vitro” (IC50
) define
três grupos de sensibilidade (baixa, intermediária
e alta concentrações) da mutação ao inibidor: ao
Dasatinibe (IC50
<3 nM, 3-60 nM, e >60 nM)
e ao Nilotinibe (IC50
< 50 nM, 50-500 nM, e >
500 nM), entendendo que o pior cenário (resis-
tência) corresponde às altas concentrações78
(B).
As respostas hematológicas e citogenéticas,
em um ano, são significativamente menores nos
pacientes com mutação e na fase crônica de LMC,
particularmentenasmutaçõescomIC50
intermedi-
ária(25%e25%,respectivamente)emcomparação
aIC50
baixa(96%e54%,respectivamente).Nafase
aceleradatambémháreduçãonarespostacitogené-
tica, sendo nas mutações com IC50
intermediária,
de 10%, e com IC50
baixa, de 31%78
(B). Na fase
crônica, a sobrevida livre de doença e a sobrevida
16 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
global são menores nos pacientes com mutação de
IC50
alta (0% e 75%, respectivamente), quando
comparado com as mutações de IC50
baixa (78% e
100%, respectivamente)78
(B). A mutação T315I
está associada à IC50
alta (resistência), não havendo
diferença em sua distribuição entre o Dasatinibe e
o Nilotinibe78
(B).
Outras mutações específicas associadas a
IC50
elevada (resistentes) na fase crônica da LMC
tratados com Dasatinibe podem ser: T315I/A,
F317L/I/V/CeV299L81-83
(B),ecomoNilotinibe:
T315I,Y253H,E255K/V,eF359V/C82-84
(B).A
mutaçãoG250Etambémproduzimpactonaresis-
tência, comum às duas formas de tratamento83
(B).
Mutações associadas com resistência ao dasa-
tinibe, como V299L, T315A, e F317I, podem
ser sensíveis ao Nilotinibe, enquanto a mutação
V299L pode ser resistente ao bosutinibe84,85
(B).
A resposta completa citogenética subsequente
ao tratamento com dasatinibe ou Nilotinibe é in-
ferior nos pacientes com mutação resistente (0%)
comparada com pacientes com outras mutações
ou sem mutações (41% e 49%, respectivamente).
A sobrevida dos pacientes na fase crônica da LMC
quando as mutações resistentes são detectadas é
de 0% comparado com 51% e 45% em pacientes
com outras mutações ou sem mutações86
(B).
Recomedação
A identificação das mutações, sobretudo as
resistentes, pode auxiliar na escolha do inibidor
de tirosinoquinase, permitindo definir qual op-
ção terapêutica obterá melhor resposta.
18.	Como deve ser feito o monitoramento
dos pacientes com LMC em uso de
inibidores de tirosina quinase?
Wang L e colaboradores reportaram que o
monitoramento do BCR-ABL, durante o trata-
mento de pacientes com LMC em fase crônica
com Imatinibe, pode ser realizado com PCR em
sangue periférico (índice BCR-ABL/ABL), cor-
relacionando-se com o resultado obtido por meio
do estudo citogenético usual em medula, permi-
tindo identificar os pacientes responsivos, com
resposta parcial e não responsivos, com relação
BCR-ABL/gene controle de 0,08%, de 0,08%
a 10% e acima de 11%, respectivamente87
(B).
Num estudo randomizado, 1106 pacientes
com LMC foram distribuídos entre interferon
e Imatinibe como tratamento inicial. Todos os
pacientes que obtiveram remissão citogenética
realizaram PCR quantitative para BCR-ABL.
Os resultados foram expressos em termos de re-
dução logarítmica em relação ao nível mediano de
transcritos de 30 pacientes recém diagnosticados.
Os pacientes que obtiveram remissão citogenética
completa e redução de pelo menos 3 logs no nível
de transcritos apresentaram uma sobrevida livre
de progressão de 100 % aos 24 meses, comparada
com 95% para aqueles com remissão citogenética
completa e redução inferior a 3 logs e 85% para
pacientessemresposta citogenética completa88
(B).
Assim, esta forma de monitoração também
permite identificar por meio de valores baixos a
sobrevida livre de progressão em dois anos88,89
(B).
Um estudo validou a utilização de uma
escala internacional de valores de BCR-ABL
que estabelecem 0,1% como redução de
3 logs, utilizando amostras de 38 centros
internacionais90
(B).
É possível pelo PCR estratificar os pacientes
durante o seguimento de 3 anos, em pacientes
17Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
cujos índices refletem aumento, estabilização ou
redução, até perda, da resposta citogenética52
(B).
Os níveis plasmáticos de Imatinibe são
significativamente mais altos em pacientes
com resposta citogenética e resposta molecular,
quando comparado aos pacientes sem resposta.
O nível que diferencia com maior acurácia
(sensibilidade de 77% e especificidade de 71%)
a diferença entre resposta molecular e ausência
de resposta é de 1002ng/mL91
(B).
A utilização da hibridização in situ por fluo-
rescência (FISH) no monitoramento de pacientes
com LMC em tratamento com Imatinibe, possi-
bilita a utilização de sangue periférico para iden-
tificar resposta citogenética. O resultado positivo
aponta para ausência de resposta citogenética e
o resultado negativo para presença. A associação
ao PCR permite o monitoramento da resposta
molecular. No estudo publicado por Reinhold et
al. a resposta citogenética estimada em 5 anos é de
81,7% e molecular de 67,1%53
(B). Entretanto, a
comparação entre os resultados da hibridização em
leucócitos de sangue periférico, com a citogenética
de medula óssea, pode não estabelecer apropriada
correlaçãonamedidadeatividadedaLMCdurante
o tratamento com Imatinibe92
(B).
A existência ou a ocorrência de mutações
em pacientes com LMC ao longo do trata-
mento com inibidores tirosinoquinase, quando
identificadas, permitem estimar o prognóstico e
orientar o tratamento. A cromatografia líquida
de alta performance (D-HPLC) é um método
de identificação de mutações prático e sensível
para a monitoração clínica dos pacientes93
(B).
Por sequenciamento direto pode-se identificar
as mutações durante o seguimento desses pacien-
tes tais como: T315T, T315I, F317L, V339L,
M351T, E355G, Y253F, F359V, entre outras,
as quais estão associadas com diferentes padrões de
respostaaosinibidoresdisponíveis.Noseguimento
de 3 anos pode-se identificar redução na sobrevida
global de 31% nos pacientes com mutação74
(B).
Recomendação
O monitoramento do tratamento dos pacien-
tes com LMC com inibidores tirosinoquinase pode
ser realizado por meio de citogenética de medula
óssea e PCR quantitativo para o gene BCR-ABL
em sangue periférico, permitindo a estimativa
prognóstica e a definição das estratégias tera-
pêuticas. A análise mutacional deve ser realizada
em pacientes com resposta subótima ou perda de
resposta aos inibidores de tirosinoquinase.
19.	Quando deve ser indicado o trans-
plante de medula óssea para pacientes
com LMC?
O Imatinibe pode ser utilizado como trata-
mento da recaída após transplante alogênico de
células tronco hematopoéticas, fato cuja preva-
lência varia de 40% a 70% em 5 meses. Na fase
crônica, as taxas de resposta citogenética, e he-
matológica obtidas e a sobrevida em 9 meses são
de 58%, 84% e 100%, respectivamente94,95
(B).
O Imatinibe passou a ser utilizado como primei-
ra linha no tratamento da fase crônica da LMC,
demonstrando maior sobrevida ao ser utilizado
antes do transplante de medula96
(B).
Sustentado pelo menor custo, pela resistência
ao Imatinibe ou estadios avançados da doença
(fases acelerada e blástica), algumas séries de casos
permanecem sendo relatadas, com resultados
comparativos ou em associação ao Imatinibe,
demonstrando sobrevida livre de doença, sobrevi-
18 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
da global e cardiotoxicidade semelhantes97
(C). O
uso prévio (antes do transplante) de Imatinibe em
pacientes com fases avançadas de LMC, produz
resposta hematológica de 73%, e citogenética de
40%, e 3 anos após o transplante, 66,7% dos
pacientes tem resposta molecular completa98
(C).
Jiang Q et al comparou prospectivamente pa-
cientes em fase acelerada tratados com Imatinibe
(n=87) ou transplante alogênico (n=54). Neste
estudo, uma análise multivariada estabeleceu como
fatores de risco independentes para sobrevida hemo-
globina < 10,0; blastos ≤ 5% em sangue periférico
e duração de doença menor que 12 meses. Pacientes
que apresentavam alto risco (dois fatores de risco
ou mais) ou risco intermediário (01 fator de risco),
tiveram melhor sobrevida global e melhor sobrevida
livre de progressão com transplante alogênico. Não
houvediferençaparaospacientesdebaixorisco99
(B).
A mortalidade dos pacientes com LMC em
tratamento com a associação de Imatinibe e
transplante de células tronco hematopoéticas
é de 9,7% e a taxa de recorrência é de 5% em
um ano de seguimento100
(C).
Apesar do advento de novas opções para a
resistência ao Imatinibe, como o Dasatinibe ou
o Nilotinibe, séries de casos não comparativas
permanecem sendo realizadas associando os
inibidores tirosinoquinase ao transplante101
(C).
No grupo pediátrico os dados ainda são limi-
tados, porém os resultados com o Imatinibe são
semelhantes aos vistos em adultos. Millot F et
al publicaram a experiência em 44 crianças com
LMC recém diagnosticada tratadas com este inibi-
dor. Com um seguimento mediano de 31 meses, a
sobrevida livre de progressão estimada aos 36 me-
ses foi de 98%. As taxas de RCC e RMM aos 12
meses foram de 61% e de 31% respectivamente.
Cerca de 30% das crianças descontinuaram o uso
da medicação, principalmente por falta de eficácia.
Há efeitos adversos dos inibidores de tirosino
quinase no crescimento em crianças e este aspecto
deve ser monitorado102
(B).
Quantoaotransplante,investigadoresrelataram
resultados de um estudo prospectivo envolvendo
200 crianças e adolescentes com LMC submetidas
a transplante alogênico de acordo com a disponi-
bilidade de doador. A probabilidade de sobrevida
em cinco anos foi de 87+/-11% para transplantes
aparentadoscompatíveis,52+/-9%paratransplan-
tes não aparentados compatíveis e 45+/-16% para
transplantes com incompatibilidades. A probabili-
dade de recaída em 5 anos foi de 20+/-12%103
(B).
Recomendação
O transplante de medula é opção terapêutica
para o tratamento da LMC, devendo ser reser-
vado aos casos resistentes ao tratamento com os
inibidores tirosinoquinase, e aos pacientes em
fase avançada de doença, após um curso inicial
de inibidor de tirosinoquinase.
Conflito de interesse
Bendit I: Recebeu honorários por ministrar
aulas referente “Monitorização molecular
na Leucemia Mieloide Crônica” patrocinadas
pelas empresas Novartis Brasil e BMS do Brasil.
Freitas CMBM: Recebeu honorários por
apresentações em palestras patrocinadas pelas
empresas Novartis e BMS do Brasil.
Coelho AM: Recebeu honorários por
apresentações em palestras patrocinadas pela
empresa BMS do Brasil.
19Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Referências
1.			Baccarani M, Dreyling M; ESMO Guideli-
nes Working Group. Chronic myelogenous
leukemia: ESMO clinical recommenda-
tions for diagnosis, treatment and follow-up.
Ann Oncol 2009;20 Suppl 4:105-7.
2.			Vardiman JW, Thiele J, Arber DA, Brun-
ning RD, Borowitz MJ, Porwit A, et al.
The 2008 revision of the World Health
Organization (WHO) classification of
myeloid neoplasms and acute leukemia:
rationale and important changes. Blood
2009;114:937-51.
3.			Tefferi A, Vardiman JW. Classification and
diagnosis of myeloproliferative neoplasms:
the 2008 World Health Organization
criteria and point-of-care diagnostic algo-
rithms. Leukemia 2008;22:14-22.
4.			Verma D, Kantarjian HM, Jones D, Luthra
R, Borthakur G, Verstovsek S, et al. Chro-
nic myeloid leukemia (CML) with P190
BCR-ABL: analysis of characteristics,
outcomes, and prognostic significance.
Blood 2009;114:2232-5.
5.			Lucas CM, Harris RJ, Giannoudis A,
Davies A, Knight K, Watmough SJ, et al.
Chronic myeloid leukemia patients with
the e13a2 BCR-ABL fusion transcript
have inferior responses to imatinib compa-
red to patients with the e14a2 transcript.
Haematologica 2009;94:1362-7.
6.			de Lemos JA, de Oliveira CM, Scerni AC,
Bentes AQ, Beltrão AC, Bentes IR, et
al. Differential molecular response of the
transcripts B2A2 and B3A2 to imatinib
mesylate in chronic myeloid leukemia.
Genet Mol Res 2005;4:803-11.	
7.			Sharma P, Kumar L, Mohanty S, Kochu-
pillai V. Response to Imatinib mesylate in
chronic myeloid leukemia patients with
variant BCR-ABL fusion transcripts. Ann
Hematol 2010;89:241-7.	
8.			Kreil S, Pfirrmann M, Haferlach C,
Waghorn K, Chase A, Hehlmann R, et
al. Heterogeneous prognostic impact of
derivative chromosome 9 deletions in chro-
nic myelogenous leukemia. Blood 2007;
110:1283-90.
9.		Ghaith F, Abdou S, El-Bendary A, Shahin
D, Eid M, Megeed WA, et al. Prognostic re-
levance of 9q34 deletion and the suppressor
of cytokine signalling-1 in CML patients.
Int J Lab Hematol 2010;32:103-12.
10.		Cohen N, Rozenfeld-Granot G, Hardan
I, Brok-Simoni F, Amariglio N, Recha-
vi G, et al. Subgroup of patients with
Philadelphia-positive chronic myelogenous
leukemia characterized by a deletion of 9q
proximal to ABL gene: expression profi-
ling, resistance to interferon therapy, and
poor prognosis. Cancer Genet Cytogenet
2001;128:114-9.
11.		Quintás-Cardama A, Kantarjian H, Shan
J, Jabbour E, Abruzzo LV, Verstovsek
S, et al. Prognostic impact of deletions
of derivative chromosome 9 in patients
with chronic myelogenous leukemia tre-
ated with nilotinib or dasatinib. Cancer
2011;117:5085-93.
20 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
12.		Quintas-Cardama A, Kantarjian H, Talpaz
M, O'Brien S, Garcia-Manero G, Verstov-
sek S, et al. Imatinib mesylate therapy may
overcome the poor prognostic significance
of deletions of derivative chromosome
9 in patients with chronic myelogenous
leukemia. Blood 2005;105:2281-6.
13.		Huntly BJ, Reid AG, Bench AJ, Campbell
LJ, Telford N, Shepherd P, et al. Deletions
of the derivative chromosome 9 occur at
the time of the Philadelphia translocation
and provide a powerful and independent
prognostic indicator in chronic myeloid
leukemia. Blood 2001;98:1732-8.
14.		Fourouclas N, Campbell PJ, Bench AJ,
Swanton S, Baxter EJ, Huntly BJ, et al.
Size matters: the prognostic implications
of large and small deletions of the derivative
9 chromosome in chronic myeloid leuke-
mia. Haematologica 2006;91:952-5.
15.		Vaz de Campos MG, Montesano FT, Ro-
drigues MM, Chauffaille M de L. Clinical
implications of der(9q) deletions detected
through dual-fusion fluorescence in situ
hybridization in patients with chronic mye-
loid leukemia. Cancer Genet Cytogenet
2007;178:49-56.
16.		Marzocchi G, Castagnetti F, Luatti S,
Baldazzi C, Stacchini M, Gugliotta
G, et al. Variant Philadelphia translo-
cations: molecular-cytogenetic charac-
terization and prognostic influence on
frontline imatinib therapy, a GIMEMA
Working Party on CML analysis. Blood
2011;117:6793-800.
17.		Castagnetti F, Testoni N, Luatti S,
Marzocchi G, Mancini M, Kerim S, et
al. Deletions of the derivative chromo-
some 9 do not influence the response
and the outcome of chronic myeloid
leukemia in early chronic phase treated
with imatinib mesylate: GIMEMA
CML Working Party analysis. J Clin
Oncol 2010;28:2748-54.
18.		Landstrom AP, Knudson RA, Dewald
GW, Ketterling RP, Tefferi A. Philadel-
phia chromosome mosaicism at diagnosis
in chronic myeloid leukemia: clinical
correlates and effect on imatinib mesylate
treatment outcome. Leuk Lymphoma
2007;48:2137-40.
19.		Gorusu M, Benn P, Li Z, Fang M. On the
genesis and prognosis of variant transloca-
tions in chronic myeloid leukemia. Cancer
Genet Cytogenet 2007;173:97-106.
20.		Meggyesi N, Kozma A, Halm G, Nahaje-
vszky S, Bátai A, Fekete S, et al. Additio-
nal chromosome abnormalities, BCR-ABL
tyrosine kinase domain mutations and
clinical outcome in Hungarian tyrosine
kinase inhibitor-resistant chronic myelo-
genous leukemia patients. Acta Haematol
2012; 127:34-42.
21.		Kim TD, Türkmen S, Schwarz M,
Koca G, Nogai H, Bommer C, et al.
Impact of additional chromosomal aber-
rations and BCR-ABL kinase domain
mutations on the response to nilotinib
in Philadelphia chromosome-positive
chronic myeloid leukemia. Hematolo-
gica 2010;95:582-8.
21Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
22.		Haus O, Noworolska A, Laskowski M,
Kuliszkiewicz-Janus M, Kozlowska J, Harlo-
zinska-Szmyrka A, et al. Prognostic Signifi-
canceofSecondaryCytogeneticChangesand
Nonspecific Cross-reacting Antigen (NCA)
in Patients with Ph-Positive Chronic Myeloid
Leukemia.ExpMolPathol1990;52:235-42.
23.		Hsiao HH, Liu YC, Tsai HJ, Hsu JF,
Yang WC, Chang CS, et al. Additional
chromosome abnormalities in chronic
myeloid leukemia. Kaohsiung J Med Sci
2011;27:49-54.
24.		Vranová V, Katina S, Kirschnerová G,
Mistrík M, Lakota J, Horáková J, et al.
A significance of additional chromosomal
aberrations and other variables on post
transplantation outcome of patients with
CML. Neoplasma 2005;52:381-7.
25.		Fabarius A, Leitner A, Hochhaus A, Müller
MC,HanfsteinB,HaferlachC,etal.Impact
of additional cytogenetic aberrations at diag-
nosisonprognosisofCML:long-termobser-
vationof1151patientsfromtherandomized
CML Study IV. Blood 2011;118:6760-8.
26.		Ahmed R, Naqi N, Hussain I, Khattak
BK, Nadeem M, Iqbal J. Presentating pha-
ses of chronic myeloid leukaemia. J Coll
Physicians Surg Pak 2009;19:469-72.
27.		Cortes J, Kantarjian H. Advanced-phase
chronic myeloid leukemia. Semin Hematol
2003;40:79-86.
28.		Cortes JE, Talpaz M, O'Brien S, Faderl
S, Garcia-Manero G, Ferrajoli A, et al.
Staging of chronic myeloid leukemia in the
imatinib era: an evaluation of the World
Health Organization proposal. Cancer
2006;106:1306-15.
29.		Cortes J. Natural history and staging of
chronic myelogenous leukemia. Hematol
Oncol Clin North Am 2004;18:569-84.
30.		O'Brien SG, Guilhot F, Larson RA, Ga-
thmann I, Baccarani M, Cervantes F, et
al. Imatinib compared with interferon and
low-dose cytarabine for newly diagnosed
chronic-phase chronic myeloid leukemia.
N Engl J Med 2003;348:994-1004.
31.		Aguayo A, Couban S. State-of-the-art in
the management of chronic myelogenous
leukemia in the era of the tyrosine kinase
inhibitors: evolutionary trends in diag-
nosis, monitoring and treatment. Leuk
Lymphoma 2009; 50 Suppl 2:1-8.
32.		Bonifazi F, De Vivo A, Rosti G, Tiribelli
M, Russo D, Trabacchi E, et al. Testing
Sokal's and the new prognostic score for
chronic myeloid leukaemia treated with
alpha-interferon. Italian Cooperative Stu-
dy Group on Chronic Myeloid Leukaemia.
Br J Haematol 2000;111:587-95.
33.		Corm S, Roche L, Micol JB, Coiteux V,
Bossard N, Nicolini FE, et al. Changes
in the dynamics of the excess mortality
rate in chronic phase-chronic myeloid
leukemia over 1990-2007: a population
study. Blood 2011;118:4331-7.
34.	Druker BJ, Guilhot F, O'Brien SG, Gath-
mann I, Kantarjian H, Gattermann N, et
al. Five-year follow-up of patients receiving
22 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
imatinib for chronic myeloid leukemia. N
Engl J Med 2006;355:2408-17.
35.		Deenik W, Janssen JJ, van der Holt B,
Verhoef GE, Smit WM, Kersten MJ, et
al. Efficacy of escalated imatinib combi-
ned with cytarabine in newly diagnosed
patients with chronic myeloid leukemia.
Haematologica 2010;95:914-21.
36.		Forrest DL, Trainor S, Brinkman RR,
Barnett MJ, Hogge DE, Nevill TJ, et al.
Cytogenetic and molecular responses to
standard-dose imatinib in chronic myeloid
leukemiaarecorrelatedwithSokalriskscores
anddurationoftherapybutnottroughimati-
nibplasmalevels.LeukRes2009;33:271-5.
37.		Hasford J, Pfirrmann M, Hehlmann R,
Baccarani M, Guilhot F, Mahon FX, et al.
Prognosis and prognostic factors for patients
withchronicmyeloidleukemia:nontransplant
therapy. Semin Hematol 2003;40:4-12.
38.		Lee JP, Birnstein E, Masiello D, Yang D,
Yang AS. Gender and ethnic differences in
chronic myelogenous leukemia prognosis
and treatment response: a single-institu-
tion retrospective study. J Hematol Oncol
2009;2:30.
39.		Rajappa S, Varadpande L, Paul T, Jacob R,
Digumarti R. Imatinib mesylate in early
chronic phase chronic myeloid leukemia:
Experience from a developing country.
Leuk Lymphoma 2008;49:554-8.
40.	Kantarjian H, Shah NP, Hochhaus A,
Cortes J, Shah S, Ayala M, et al. Dasa-
tinib versus imatinib in newly diagnosed
chronic-phase chronic myeloid leukemia.
N Engl J Med 2010;362:2260-70.
41.		Kantarjian HM, Shah NP, Cortes JE,
Baccarani M, Agarwal MB, Undurraga
MS, et al. Dasatinib or imatinib in newly
diagnosed chronic-phase chronic myeloid
leukemia: 2-	year follow-up from a rando-
mized phase 3 trial (DASISION). Blood
2012;119:1123-9.
42.		Saglio G, Kim DW, Issaragrisil S, le
Coutre P, Etienne G, Lobo C, et al. Ni-
lotinib versus imatinib for newly diagnosed
chronic myeloid leukemia. N Engl J Med
2010 17;362:2251-9.
43.		Kantarjian HM, Hochhaus A, Saglio G,
De Souza C, Flinn IW, Stenke L, et al.
Nilotinib versus imatinib for the treatment
of patients with newly diagnosed chronic
phase, Philadelphia chromosome-positive,
chronic myeloid leukaemia: 24-month
minimum follow-up of the phase 3 ran-
domised ENESTnd trial. Lancet Oncol
2011;12:841-51.
44.		Breccia M, Stefanizzi C, Cannella L, La-
tagliata R, Frustaci AM, Carmosino I, et
al. Differences in hematological and non-
hematological toxicity during treatment
with imatinib in patients with early and late
chronic phase chronic myeloid leukemia.
Leuk Lymphoma 2008;49:2328-32.
45.		Scerni AC, Alvares LA, Beltrão AC,
Bentes IR, Azevedo TC, Bentes AQ, et al.
Influence of late treatment on how chronic
myeloid leukemia responds to imatinib.
Clinics (Sao Paulo) 2009;64:731-4.
23Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
46.		Cortes JE, Talpaz M, Giles F, O'Brien S,
Rios MB, Shan J, et al. Prognostic signi-
ficance of cytogenetic clonal evolution in
patients with chronic myelogenous leuke-
mia on imatinib mesylate therapy. Blood
2003;101:3794-800.
47.		Kantarjian HM, Cortes JE, O'Brien S,
Luthra R, Giles F, Verstovsek S, et al.
Long-term survival benefit and impro-
ved complete cytogenetic and molecular
response rates with imatinib mesylate
in Philadelphia chromosome-positive
chronic-phase chronic myeloid leukemia
after failure of interferon-alpha. Blood
2004;104:1979-88.
48.		Palandri F, Iacobucci I, Martinelli G, Ama-
bile M, Poerio A, Testoni N, et al. Party
on CML. Long-term outcome of complete
cytogenetic responders after imatinib 400
mg in late chronic phase, philadelphia-
positive chronic myeloid leukemia: the
GIMEMA Working Party on CML. J Clin
Oncol 2008;26:106-11.
49.		Gambacorti-Passerini C, Antolini L,
Mahon FX, Guilhot F, Deininger M,
Fava C, et al. Multicenter independent
assessment of outcomes in chronic
myeloid leukemia patients treated
with imatinib. J Natl Cancer Inst
2011;103:553-61.
50.		Fava C, Kantarjian HM, Jabbour E,
O'Brien S, Jain N, Rios MB, et al.
Failure to achieve a complete hemato-
logic response at the time of a major
cytogenetic response with second-
generation tyrosine kinase inhibitors is
associated with a poor prognosis among
patients with chronic myeloid leukemia
in accelerated or blast phase. Blood
2009;113:5058-63.
51.		Milojkovic D, Nicholson E, Apperley JF,
Holyoake TL, Shepherd P, Drummond
MW, et al. Early prediction of success
or failure of treatment with second-
generation tyrosine kinase inhibitors in
patients with chronic myeloid leukemia.
Haematologica 2010;95:224-31.
52.		Marin D, Kaeda J, Szydlo R, Saunders
S, Fleming A, Howard J, et al. Moni-
toring patients in complete cytogenetic
remission after treatment of CML in
chronic phase with imatinib: patterns
of residual leukaemia and prognostic
factors for cytogenetic relapse. Leukemia
2005;19:507-12.
53.		Furukawa T, Narita M, Koike T, Takai
K, Nagai K, Kobayashi M, et al. Cli-
nical value of assessing the response
to imatinib monitored by interphase
FISH and RQ-PCR for BCR-ABL in
peripheral blood for long-term survival
of chronic phase CML patients: results
of the Niigata CML-multi-institutional
co-operative clinical study. Int J Hematol
2011;93:336-43.
54.		Cortes JE, Kantarjian HM, Goldberg
SL, Powell BL, Giles FJ, Wetzler M, et
al. High-dose imatinib in newly diag-
nosed chronic-phase chronic myeloid
leukemia: high rates of rapid cytogenetic
and molecular responses. J Clin Oncol.
2009;27:4754-9.
24 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
55.		Ross DM, Branford S, Moore S, Hughes
TP. Limited clinical value of regular bone
marrow cytogenetic analysis in imatinib-
treated chronic phase CML patients
monitored by RQ-PCR for BCR-ABL.
Leukemia 2006;20:664-70.
56.		Press RD, Galderisi C, Yang R, Rem-
pfer C, Willis SG, Mauro MJ, et al. A
half-log increase in BCR-ABL RNA
predicts a higher risk of relapse in pa-
tients with chronic myeloid leukemia
with an imatinib-induced complete
cytogenetic response. Clin Cancer Res
2007;13:6136-43
57.		Lange T, Bumm T, Otto S, Al-Ali HK,
Kovacs I, Krug D, et al. Quantitative
reverse transcription polymerase chain
reaction should not replace conventional
cytogenetics for monitoring patients with
chronic myeloid leukemia during early
phase of imatinib therapy. Haematologica
2004;89:49-57.
58.		Lima L, Bernal-Mizrachi L, Saxe D,
Mann KP, Tighiouart M, Arellano M, et
al. Peripheral blood monitoring of chronic
myeloid leukemia during treatment with
imatinib, second-line agents, and beyond.
Cancer 2011;117:1245-52.
59.		Marin D, Kaeda J, Szydlo R, Saunders
S, Fleming A, Howard J, et al. Moni-
toring patients in complete cytogenetic
remission after treatment of CML in
chronic phase with imatinib: patterns
of residual leukaemia and prognostic
factors for cytogenetic relapse. Leukemia
2005;19:507-12.
60.		Kantarjian H, Pasquini R, Hamerschlak N,
Rousselot P, Holowiecki J, Jootar S, et al.
Dasatinib or high-dose imatinib for chro-
nic-phase chronic myeloid leukemia after
failure of first-line imatinib: a randomized
phase 2 trial. Blood 2007;109:5143-50.
61.		Kantarjian H, Pasquini R, Lévy V, Joo-
tar S, Holowiecki J, Hamerschlak N, et
al. Dasatinib or high-dose imatinib for
chronic-phase chronic myeloid leukemia
resistant to imatinib at a dose of 400 to
600 milligrams daily: two-year follow-up of
a randomized phase 2 study (START-R).
Cancer 2009;115:4136-47.
62.		Shah NP, Kantarjian HM, Kim DW, Réa
D, Dorlhiac-Llacer PE, Milone JH, et al.
Intermittent target inhibition with dasa-
tinib 100 mg once daily preserves efficacy
and improves tolerability in imatinib-
resistant and-intolerant chronic-phase
chronic myeloid leukemia. J Clin Oncol
2008;26:3204-12.
63.		ShahNP,KimDW,KantarjianH,Rousselot
P,LlacerPE,EnricoA,etal.Potent,transient
inhibition of BCR-ABL with dasatinib 100
mg daily achieves rapid and durable cytoge-
netic responses and high transformation-free
survivalratesinchronicphasechronicmyeloid
leukemia patients with resistance, subop-
timalresponse or intolerance to imatinib.
Haematologica 2010;95:232-40.
64.		Koren-Michowitz M, le Coutre P, Duyster
J, Scheid C, Panayiotidis P, Prejzner W,
et al. Activity and tolerability of nilotinib:
a retrospective multicenter analysis of
chronic myeloid leukemia patients who
25Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
are imatinib resistant or intolerant. Cancer
2010;116:4564-72.
65.		Kantarjian HM, Giles F, Gattermann N,
Bhalla K, Alimena G, Palandri F, et al. Nilo-
tinib (formerlyAMN107), a highly selective
BCR-ABLtyrosinekinaseinhibitor,iseffecti-
ve inpatients with Philadelphia chromosome-
positive chronic myelogenous leukemia
inchronic phase following imatinib resistance
and intolerance. Blood 2007;110:3540-6.
66.		Kantarjian HM, Giles FJ, Bhalla KN,
Pinilla-Ibarz J, Larson RA, Gattermann
N, et al. Nilotinibis effective in patients
with chronic myeloid leukemia in chronic
phase afterimatinib resistance or intole-
rance: 24-month follow-up results. Blood
2011;117:1141-5.
67.		Giles FJ, Abruzzese E, Rosti G, Kim DW,
Bhatia R, Bosly A, et al. Nilotinib is active
in chronic and accelerated phase chronic
myeloid leukemiafollowing failure of
imatiniband dasatinib therapy. Leukemia
2010;24:1299-301.
68.		Khoury HJ, Cortes JE, Kantarjian HM,
Gambacorti-Passerini C, Baccarani M, Kim
DW, et al. Bosutinib is active in chronic
phase chronic myeloid leukemia after ima-
tinib anddasatinib and/or nilotinib therapy
failure. Blood 2012;119:3403-12.
69.		Noens L, van Lierde MA, De Bock R,
Verhoef G, Zachée P, Berneman Z, et al.
Prevalence, determinants, and outcomes of
nonadherence to imatinib therapy in patients
with chronic myeloid leukemia: the ADA-
GIO study. Blood 2009;113:5401-11.
70.		Marin D, Bazeos A, Mahon FX, Eliasson
L, Milojkovic D, Bua M, et al. Adherence
is the critical factor for achieving molecular
responses in patients with chronic myeloid
leukemia who achieve complete cytogene-
tic responses on imatinib. J Clin Oncol
2010;28:2381-8.
71.		Ibrahim AR, Eliasson L, Apperley JF,
Milojkovic D, Bua M, Szydlo R, et al.
Poor adherence is the main reason for loss
of CCyR and imatinib failure for chronic
myeloid leukemia patients on long-term
therapy. Blood 2011;117:3733-6.
72.		Ganesan P, Sagar TG, Dubashi B, Ra-
jendranath R, Kannan K, Cyriac S, et
al. Nonadherence to imatinib adversely
affects event free survival in chronic phase
chronic myeloid leukemia. Am J Hematol
2011;86:471-4.
73.		Jabbour E, Kantarjian H, O'Brien S,
Shan J, Garcia-Manero G, Wierda W,
et al. Predictive factors for outcome and
response in patients treated with second-
generation tyrosine kinase inhibitors
for chronic myeloid leukemia in chro-
nic phase after imatinib failure. Blood
2011;117:1822-7.
74.		Branford S, Rudzki Z, Walsh S, Parkinson
I, Grigg A, Szer J, et al. Detection of BCR-
ABL mutations in patients with CML
treated with imatinib is virtually always
accompanied by clinical resistance, and
mutations in the ATP phosphate-binding
loop (P-loop) are associated with a poor
prognosis. Blood 2003;102:276-83.
26 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
75.		Soverini S, Martinelli G, Rosti G, Bassi
S, Amabile M, Poerio A, et al. ABL muta-
tions in late chronic phase chronic myeloid
leukemia patients with up-front cytogenetic
resistance to imatinib are associated with a
greater likelihood of progression to blast cri-
sis and shorter survival: a study by the GI-
MEMA Working Party on Chronic Myeloid
Leukemia. J Clin Oncol 2005;23:4100-9.
76.		Jabbour E, Kantarjian H, Jones D, Talpaz
M, Bekele N, O'Brien S, et al. Frequency
and clinical significance of BCR-ABL
mutations in patients with chronic myeloid
leukemia treated with imatinib mesylate.
Leukemia 2006;20:1767-73.
77.		Khorashad JS, de Lavallade H, Apperley
JF, Milojkovic D, Reid AG, Bua M, et al.
Finding of kinase domain mutations in
patients with chronic phase chronic myeloid
leukemia responding to imatinib may iden-
tify those at high risk of disease progression.
J Clin Oncol 2008;26:4806-13.
78.		Jabbour E, Jones D, Kantarjian HM,
O'Brien S, Tam C, Koller C, et al. Long-
term outcome of patients with chronic
myeloid leukemia treated with second-
generation tyrosine kinase inhibitors after
imatinib failure is predicted by the in vitro
sensitivity of BCR-ABL kinase domain
mutations. Blood 2009;114:2037-43.
79.		Ono T, Miyawaki S, Kimura F, Kanamori
H, Ohtake S, Kitamura K, et al. BCR-
ABL1 mutations in patients with imatinib-
resistant Philadelphia chromosome-positive
leukemia by use of the PCR-Invader assay.
Leuk Res 2011;35:598-603.
80.		Meggyesi N, Kozma A, Halm G, Nahaje-
vszky S, Bátai A, Fekete S, et al. Additio-
nal chromosome abnormalities, BCR-ABL
tyrosine kinase domain mutations and
clinical outcome in Hungarian tyrosine
kinase inhibitor-resistant chronic myelo-
genous leukemia patients. Acta Haematol
2012;127:34-42.
81.		Müller MC, Cortes JE, Kim DW, Druker
BJ, Erben P, Pasquini R, et al. Dasatinib
treatment of chronic-phase chronic mye-
loid leukemia: analysis of responses accor-
ding to preexisting BCR-ABL mutations.
Blood 2009;114:4944-53.
82.		O’Hare T, Eide CA, Deininger MWN. Bcr-
Ablkinasedomainmutations,drugresistance,
and the road to a cure for chronic myeloid
leukemia. Blood 2007;110:2242-9.
83.		Redaelli S, Piazza R, Rostagno R, Magis-
troni V, Perini P, Marega M, et al. Acti-
vity of bosutinib, dasatinib, and nilotinib
against 18 imatinib-resistant BCR/ABL
mutants. J Clin Oncol 2009;27:469-71.
84.		Hughes T, Saglio G, Branford S, Soverini
S, Kim DW, Müller MC, et al. Impact of
baseline BCR-ABL mutations on respon-
se to nilotinib in patients with chronic
myeloid leukemia in chronic phase. J Clin
Oncol 2009;27:4204-10.
85.		Branford S, Melo JV, Hughes TP. Selec-
ting optimal second-line tyrosine kinase
inhibitor therapy for chronic myeloid
leukemia patients after imatinib failure:
does the BCR-ABL mutation status really
matter? Blood 2009;114:5426-35.
27Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
86.		Parker WT, Lawrence RM, Ho M, Irwin
DL, Scott HS, Hughes TP, et al. Sensitive
detection of BCR-ABL1 mutations in pa-
tients with chronic myeloid leukemia after
imatinib resistance is predictive of outcome
during subsequent therapy. J Clin Oncol
2011;29:4250-9.
87.		Wang L, Pearson K, Pillitteri L, Fergu-
son JE, Clark RE. Serial monitoring of
BCR-ABL by peripheral blood real-time
polymerase chain reaction predicts the
marrow cytogenetic response to imatinib
mesylate in chronic myeloid leukaemia. Br
J Haematol 2002;118:771-7.
88.		Hughes TP, Kaeda J, Branford S, Rudzki Z,
Hochhaus A, Hensley ML, et al. Frequency
of Major Molecular Responses to Imatinib
or Interferon Alfa plus Cytarabine in Newly
Diagnosed Chronic Myeloid Leukemia N
Engl J Med 2003;349:1423-32.
89.		Lange T, Bumm T, Otto S, Al-Ali HK,
Kovacs I, Krug D, et al. Quantitative
reverse transcription polymerase chain
reaction should not replace conventional
cytogenetics for monitoring patients with
chronic myeloid leukemia during early
phase of imatinib therapy. Haematologica
2004;89:49-57.
90.		Branford S, Fletcher L, Cross NC, Mül-
ler MC, Hochhaus A, Kim DW, et al.
Desirable performance characteristics for
BCR-ABL measurement on an internatio-
nal reporting scale to allow consistent in-
terpretation of individual patient response
and comparison of response rates between
clinical trials. Blood 2008;112:3330-8.
91.		Picard S, Titier K, Etienne G, Teilhet
E, Ducint D, Bernard MA, et al. Trou-
gh imatinib plasma levels are associated
with both cytogenetic and molecular
responses to standard-dose imatinib
in chronic myeloid leukemia. Blood
2007;109:3496-9.
92.		Reinhold U, Hennig E, Leiblein S, Nie-
derwieser D, Deininger MW. FISH for
BCR-ABL on interphases of peripheral
blood neutrophils but not of unselected
white cells correlates with bone marrow
cytogenetics in CML patients treated with
imatinib. Leukemia 2003;17:1925-9.
93.		Mascarenhas CC, Cunha AF, Miranda
EC, Zulli R, Silveira RA, Costa FF, et
al. New mutations detected by denatu-
ring high performance liquid chromato-
graphy during screening of exon 6 bcr-
abl mutations in patients with chronic
myeloid leukemia treated with tyrosine
kinase inhibitors. Leuk Lymphoma
2009;50:1148-54.
94.		Olavarria E, Ottmann OG, Deininger M,
Clark RE, Bandini G, Byrne J, et al. Res-
ponse to imatinib in patients who relapse
after allogeneic stem cell transplantation
for chronic myeloid leukemia. Leukemia
2003;17:1707-12.
95.		Crawley C, Szydlo R, Lalancette M,
Bacigalupo A, Lange A, Brune M, et
al. Outcomes of reduced-intensity trans-
plantation for chronic myeloid leukemia:
an analysis of prognostic factors from the
Chronic Leukemia Working Party of the
EBMT. Blood 2005;106:2969-76.
28 Leucemia Mieloide Crônica
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
96.		Lee SJ, Kukreja M, Wang T, Giralt
SA, Szer J, Arora M, et al. Impact of
prior imatinib mesylate on the outcome
of hematopoietic cell transplantation
for chronic myeloid leukemia. Blood
2008;112:3500-7.
97.		Burke MJ, Trotz B, Luo X, Weisdorf
DJ, Baker KS, Wagner JE, et al. Ima-
tinib use either pre- or post-allogeneic
hematopoietic cell transplantation
(allo-HCT) does not increase cardiac
toxicity in chronic myelogenous leuke-
mia patients. Bone Marrow Transplant
2009;44:169-74.
98.		Luo Y, Zhao Y, Tan Y, Shi J, Han X,
Zheng Y, et al. Imatinib combined with
myeloablative allogeneic hematopoietic
stem cell transplantation for advanced
phases of chronic myeloid leukemia. Leuk
Res 2011;35:1307-11.
99.		Jiang Q, Xu L, Liu D, Liu K, Chen
S, Jiang B, et al. Imatinib mesyla-
te versus allogeneic hematopoietic
stem cell transplantation for patients
with chronic myelogenous leuke-
mia in the accelerated phase. Blood.
2011;117(11):3032-3040.
100.		Boehm A, Walcherberger B, Sperr WR,
Wöhrer S, Dieckmann K, Rosenmayr A, et
al.Improvedoutcomeinpatientswithchronic
myelogenousleukemiaafterallogeneichema-
topoietic stem cell transplantation over the
past 25 years: a single-center experience. Biol
BloodMarrowTransplant2011;17:133-40.
101.	Breccia M, Palandri F, Iori AP, Colaci E,
Latagliata R, Castagnetti F, et al. Second-
generation tyrosine kinase inhibitors
before allogeneic stem cell transplanta-
tion in patients with chronic myeloid
leukemia resistant to imatinib. Leuk Res
2010;34:143-7.
102.		Millot F, Baruchel A, Guilhot J, Petit A,
Leblanc T, Bertrand Y, et al. Imatinib is
effective in children with previously un-
treated chronic myelogenous leukemia in
early chronic phase: results of the French
national phase IV trial. J Clin Oncol.
2011;29:2827-32.
103.		Suttorp M, Claviez A, Bader P, Peters
C, Gadner H, Ebell W, et al. Allogeneic
stem cell transplantation for pediatric and
adolescent patients with CML: results from
the prospective trial CML-paed I. Klin
Padiatr 2009;221:351-7.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (20)

Leucemia pronto ppt
Leucemia pronto pptLeucemia pronto ppt
Leucemia pronto ppt
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
2 Anemias - Visão Geral
2  Anemias - Visão Geral2  Anemias - Visão Geral
2 Anemias - Visão Geral
 
Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Esclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slidesEsclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slides
 
Talassemias
TalassemiasTalassemias
Talassemias
 
Anemiasporalteracoesdasglobinas2015 20150414135434
Anemiasporalteracoesdasglobinas2015 20150414135434Anemiasporalteracoesdasglobinas2015 20150414135434
Anemiasporalteracoesdasglobinas2015 20150414135434
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Disturbios da coagulação
Disturbios da coagulaçãoDisturbios da coagulação
Disturbios da coagulação
 
Anemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefróticaAnemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefrótica
 
Anemias
AnemiasAnemias
Anemias
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
64012393 urinalise-questoes-gab
64012393 urinalise-questoes-gab64012393 urinalise-questoes-gab
64012393 urinalise-questoes-gab
 
Seminário: Anemia (cuidado ao adulto)
Seminário: Anemia (cuidado ao adulto)Seminário: Anemia (cuidado ao adulto)
Seminário: Anemia (cuidado ao adulto)
 
Talassemia Alfa
Talassemia AlfaTalassemia Alfa
Talassemia Alfa
 
Síndrome nefrotica
Síndrome nefroticaSíndrome nefrotica
Síndrome nefrotica
 
Leucemias agudas
Leucemias agudasLeucemias agudas
Leucemias agudas
 
Lmc
LmcLmc
Lmc
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
 

Ähnlich wie Leucemia mieloide cronica

Anemia aplástica grave tratamento, 2008
Anemia aplástica grave   tratamento, 2008Anemia aplástica grave   tratamento, 2008
Anemia aplástica grave tratamento, 2008Arquivo-FClinico
 
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)Biomarcadores na Nefrologia (e-book)
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)Arquivo-FClinico
 
Biomarcadoresdafunçãorenal
BiomarcadoresdafunçãorenalBiomarcadoresdafunçãorenal
BiomarcadoresdafunçãorenalMan Rocha
 
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010Arquivo-FClinico
 
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíacaJoana Reis
 
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdf
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdfimunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdf
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdfssuserd88bff
 
Hematologia
HematologiaHematologia
Hematologiajoer2001
 
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoDoenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoArquivo-FClinico
 
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoDoenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoArquivo-FClinico
 
Diagnóstico e tratamento do câncer de mama
Diagnóstico e tratamento do câncer de mamaDiagnóstico e tratamento do câncer de mama
Diagnóstico e tratamento do câncer de mamaOPERAGATEAU
 
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn
Terapia nutricional na_doenca_de_crohnTerapia nutricional na_doenca_de_crohn
Terapia nutricional na_doenca_de_crohnMab Davilla
 
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)Mab Davilla
 
Diretriz de síndrome dos ovários policísticos
Diretriz de síndrome dos ovários policísticosDiretriz de síndrome dos ovários policísticos
Diretriz de síndrome dos ovários policísticosArquivo-FClinico
 
Terapia alvo na cancerologia pediátrica
Terapia alvo na cancerologia pediátricaTerapia alvo na cancerologia pediátrica
Terapia alvo na cancerologia pediátricaFrancisco H C Felix
 

Ähnlich wie Leucemia mieloide cronica (20)

Anemia aplástica grave tratamento, 2008
Anemia aplástica grave   tratamento, 2008Anemia aplástica grave   tratamento, 2008
Anemia aplástica grave tratamento, 2008
 
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)Biomarcadores na Nefrologia (e-book)
Biomarcadores na Nefrologia (e-book)
 
Biomarcadoresdafunçãorenal
BiomarcadoresdafunçãorenalBiomarcadoresdafunçãorenal
Biomarcadoresdafunçãorenal
 
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010
Pcdt anemia irc_alfaepoetina_livro_2010
 
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca
00 biomarcadores em cardiologia – parte 1 – na insuficiência cardíaca
 
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdf
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdfimunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdf
imunofenotipagem por citometria de fluxo no diagnóstico diferencial.pdf
 
Hematologia
HematologiaHematologia
Hematologia
 
LLC Hipólito Nzwalo
LLC   Hipólito NzwaloLLC   Hipólito Nzwalo
LLC Hipólito Nzwalo
 
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoDoenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
 
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnosticoDoenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
Doenca renal cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico
 
Diagnóstico e tratamento do câncer de mama
Diagnóstico e tratamento do câncer de mamaDiagnóstico e tratamento do câncer de mama
Diagnóstico e tratamento do câncer de mama
 
024
024024
024
 
Drc tratamento
Drc tratamentoDrc tratamento
Drc tratamento
 
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn
Terapia nutricional na_doenca_de_crohnTerapia nutricional na_doenca_de_crohn
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn
 
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)
Terapia nutricional na_doenca_de_crohn (1)
 
Artigo 1
Artigo 1Artigo 1
Artigo 1
 
Pcdt doenca de_crohn
Pcdt doenca de_crohnPcdt doenca de_crohn
Pcdt doenca de_crohn
 
Diretriz de síndrome dos ovários policísticos
Diretriz de síndrome dos ovários policísticosDiretriz de síndrome dos ovários policísticos
Diretriz de síndrome dos ovários policísticos
 
Ovário policistico
Ovário policisticoOvário policistico
Ovário policistico
 
Terapia alvo na cancerologia pediátrica
Terapia alvo na cancerologia pediátricaTerapia alvo na cancerologia pediátrica
Terapia alvo na cancerologia pediátrica
 

Mehr von Arquivo-FClinico

Ebola Ministério da Saúde
Ebola Ministério da SaúdeEbola Ministério da Saúde
Ebola Ministério da SaúdeArquivo-FClinico
 
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014Arquivo-FClinico
 
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiais
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiaisArmazenamento e descarte de medicamentos e materiais
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiaisArquivo-FClinico
 
Farmacovigilância - Hospital Sírio Libanês
Farmacovigilância - Hospital Sírio LibanêsFarmacovigilância - Hospital Sírio Libanês
Farmacovigilância - Hospital Sírio LibanêsArquivo-FClinico
 
Barreiras de segurança no processo de medicação unidade internação
Barreiras de segurança no processo de medicação   unidade internaçãoBarreiras de segurança no processo de medicação   unidade internação
Barreiras de segurança no processo de medicação unidade internaçãoArquivo-FClinico
 
Busca ativa de reações adversas a medicamentos ram
Busca ativa de reações adversas a medicamentos   ramBusca ativa de reações adversas a medicamentos   ram
Busca ativa de reações adversas a medicamentos ramArquivo-FClinico
 
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológico
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológicoAvaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológico
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológicoArquivo-FClinico
 
Cristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaCristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaArquivo-FClinico
 
Medicamentos de atenção especial
Medicamentos de atenção especialMedicamentos de atenção especial
Medicamentos de atenção especialArquivo-FClinico
 
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escrita
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escritaNomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escrita
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escritaArquivo-FClinico
 
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológica
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológicaFluxo de medicamentos da farmácia oncológica
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológicaArquivo-FClinico
 
Antidepressivos brats 2012
Antidepressivos brats 2012Antidepressivos brats 2012
Antidepressivos brats 2012Arquivo-FClinico
 
Refluxo gastroesofágico - MS
Refluxo gastroesofágico - MSRefluxo gastroesofágico - MS
Refluxo gastroesofágico - MSArquivo-FClinico
 
Hipertensão arterial - MS
Hipertensão arterial - MSHipertensão arterial - MS
Hipertensão arterial - MSArquivo-FClinico
 
Hipertensão arterial referencias - MS
Hipertensão arterial referencias - MSHipertensão arterial referencias - MS
Hipertensão arterial referencias - MSArquivo-FClinico
 
Epilepsia referencias - MS
Epilepsia referencias - MSEpilepsia referencias - MS
Epilepsia referencias - MSArquivo-FClinico
 

Mehr von Arquivo-FClinico (20)

Ebola Ministério da Saúde
Ebola Ministério da SaúdeEbola Ministério da Saúde
Ebola Ministério da Saúde
 
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014
Diretrizes brasileiras de diabetes 2013/2014
 
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiais
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiaisArmazenamento e descarte de medicamentos e materiais
Armazenamento e descarte de medicamentos e materiais
 
Farmacovigilância - Hospital Sírio Libanês
Farmacovigilância - Hospital Sírio LibanêsFarmacovigilância - Hospital Sírio Libanês
Farmacovigilância - Hospital Sírio Libanês
 
Barreiras de segurança no processo de medicação unidade internação
Barreiras de segurança no processo de medicação   unidade internaçãoBarreiras de segurança no processo de medicação   unidade internação
Barreiras de segurança no processo de medicação unidade internação
 
Busca ativa de reações adversas a medicamentos ram
Busca ativa de reações adversas a medicamentos   ramBusca ativa de reações adversas a medicamentos   ram
Busca ativa de reações adversas a medicamentos ram
 
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológico
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológicoAvaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológico
Avaliação de prescrição e protocolos de tratamento oncológico
 
Cristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaCristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínica
 
Medicamentos de atenção especial
Medicamentos de atenção especialMedicamentos de atenção especial
Medicamentos de atenção especial
 
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escrita
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escritaNomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escrita
Nomes de medicamentos semelhantes na pronúncia ou na escrita
 
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológica
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológicaFluxo de medicamentos da farmácia oncológica
Fluxo de medicamentos da farmácia oncológica
 
Antidepressivos brats 2012
Antidepressivos brats 2012Antidepressivos brats 2012
Antidepressivos brats 2012
 
Osteoporose
OsteoporoseOsteoporose
Osteoporose
 
Refluxo gastroesofágico - MS
Refluxo gastroesofágico - MSRefluxo gastroesofágico - MS
Refluxo gastroesofágico - MS
 
Osteoporose -MS
Osteoporose -MSOsteoporose -MS
Osteoporose -MS
 
Hipertensão arterial - MS
Hipertensão arterial - MSHipertensão arterial - MS
Hipertensão arterial - MS
 
Hipertensão arterial referencias - MS
Hipertensão arterial referencias - MSHipertensão arterial referencias - MS
Hipertensão arterial referencias - MS
 
Glaucoma - MS
Glaucoma - MSGlaucoma - MS
Glaucoma - MS
 
Epilepsia - MS
Epilepsia - MSEpilepsia - MS
Epilepsia - MS
 
Epilepsia referencias - MS
Epilepsia referencias - MSEpilepsia referencias - MS
Epilepsia referencias - MS
 

Leucemia mieloide cronica

  • 1. 1 Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. Autoria: Associação Brasileira de Hematologia Hemoterapia Sociedade Brasileira de Patologia Sociedade Brasileira de Pediatria Elaboração Final: 20 de julho de 2012 Participantes: de Souza CA, Pagnano KBB, Bendit I, Conchon M, Freitas CMBM, Coelho AM, Funke VAM, Bernardo WM Leucemia Mieloide Crônica
  • 2. 2 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Descrição do método de coleta de evidência: A Diretriz foi elaborada a partir da elaboração de 19 questões clínicas relevantes e relacionadas ao diagnóstico e tratamento da Leucemia Mieloide Crônica.As questões foram estruturadas por meio do P.I.C.O. (Paciente, Intervenção ou Indicador, Compa- ração e Outcome), permitindo gerar estratégias de busca (Anexo 1) da evidência nas principais bases primárias de informação científica (Medline/Pubmed, Embase, Lilacs/ Scielo, Cochrane Library, Premedline via OVID). Também foi realizada busca manual da evidência e de teses (BDTD e IBICT). A evidência recuperada foi selecionada a partir da avaliação critica utilizando instrumentos (escores) discriminatórios de acordo com a categoria da questão: diagnóstico (QADAS), terapêutica (JADAD para Ensaios Clínicos Randomizados e New Castle Otawa scale para estudos não randomizados). Após definir os estudos potenciais para sustento das recomendações, estes foram selecionados pela força da evidência e grau de recomendação segundo a classificação de Oxford (disponível em www.cebm.net). Grau de recomendação e força de evidência: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisioló- gicos ou modelos animais. Objetivos: Definir parâmetros para o diagnóstico clínico, avaliar a gravidade e normatizar etapas e opções de tratamento, manutenção, monitoramento para pacientes portadores de Leucemia Mieloide Crônica (LMC). As Diretrizes têm como público alvo o especialista hematologista para contribuir com a tomada de decisão no diagnóstico e tratamento da LMC. CONFLITO DE INTERESSE: Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão detalhados na página 18.
  • 3. 3Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Introdução O Projeto Diretrizes é uma iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, e tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste manuscrito foram elaboradas e são recomendadas pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemo- terapia e Terapia Celular. Porém, deve ser submetida à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. 1. Quais são os critérios diagnósticos para LMC? O diagnóstico de LMC é baseado na contagem sanguínea (leucocitose e frequentemente também trombocitose) e no dife- rencial (granulócitos imaturos, de metamielócitos a mieloblastos, e basofilia). O diagnóstico depende da demonstração do cromossomo Filadélfia (22q-) resultante da translocação t(9;22) (q34;q11), e / ou o rearranjo do BCR-ABL no sangue periférico ou nas células da medula óssea. Em alguns casos o cromossomo Filadélfia não pode ser detectado e a confirmação é feita por métodos moleculares. A maior parte dos diagnósticos é feita na fase crônica, e o curso clínico típico tem três fases: fase crônica, fase acelerada e fase blástica. Para definição de fase acelerada é necessária a presença de 1% a 19% blastos no sangue ou na medula óssea, número de basófilos > 20%, trombocitose ou trombocitopenia não relacionada à terapia, e evo- lução clonal na avaliação citogenética. A fase blástica caracteriza-se por > 20% de blastos ou infiltração blástica extramedular1-3 (D). Recomendação O diagnóstico de LMC depende da presença do cromossomo Filadélfia e/ou da presença do rearranjo BCR-ABL. 2. Há diferença no prognóstico de pacientes com LMC com rearranjo P210 E13a2(B2a2) e E14a2(B3a2) ou P190 (E1a2)? O transcrito p190(e1a2) BCR-ABL em pacientes com LMC pode se apresentar em prevalência de 1%, estando associado à
  • 4. 4 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina reduzida resposta terapêutica aos inibidores tirosinoquinase, com resposta hematológica completa em 30% dos casos, resposta citoge- nética completa em 20% (em 3 a 18 meses), e resposta molecular maior em 10% dos casos. Há progressão para outras fases (blástica ou acelerada) em 60% dos pacientes em fase crônica4 (C). A resposta de pacientes com LMC recém- diagnosticada ao tratamento com Imatinibe é diferente na presença do transcrito b3a2 (e14a2) em comparação ao b2a2 (e13a2). Em 12 meses de tratamento os pacientes com transcrito b3a2 (e14a2) tem aumento na resposta completa citogenética de 29%, sendo que esta também é mais rápida, e com maior sobrevida livre de doença5 (B). Em pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe por seis meses, o número de transcritos b2a2 (e13a2) é mais baixo quando comparado ao número de transcritos b3a2 (e14a2), sugerindo maior sensibilidade do trans- crito b2a2 (e13a2) ao Imatinibe, e consequente melhor prognóstico6 (B). O tratamento de pacientes com LMC em fase crônica com Imatinibe apresenta resultados melhores no transcrito b2a2 (e13a2) BCR- ABL, em comparação com o b3a2 (e14a2), com aumento de 31% na resposta citogenética maior, e número menor de transcritos BCR-ABL7 (B). Recomendação O transcrito p190(e1a2) pode estar as- sociado à resposta terapêutica reduzida, e há controvérsia se há diferença na resposta entre os transcritos p210 e13a2(b2a2) e p210 e14a2(b3a2). 3. Ao diagnóstico, cromossomo phila- delphia variante e a deleção do 9Q tem importância prognóstica? Em pacientes com LMC e deleção do cro- mossomo 9q, em tratamento com interferon alfa, não há diferença na sobrevida entre aqueles com e sem deleção. Entretanto, há redução na sobrevida nos pacientes com deleção abrangen- do a junção BCR-ABL, quando comparado com aqueles sem deleção. A sobrevida ainda é superior nos pacientes na fase crônica sub- metidos a transplante de medula que não tem deleção, aumento de 44% (NNT: 2)8 (B). Existe evidência de que em pacientes com LMC em tratamento com interferon alfa, a presença da deleção do cromossomo 9q34 reduz a sobrevida livre de doença, a sobrevida global e a resposta citogenética9,10 (B). A presença da deleção do cromossomo 9 em pacientes com LMC em tratamento com inibi- dores tirosinoquinase de primeira (Imatinibe) ou de segunda geração (Nilotinibe ou Dasatinibe), revela que não há diferença na sobrevida global, na sobrevida livre de doença ou na resposta citogenética, entre os pacientes com e sem deleção, em dois anos de seguimento11,12 (B). Há, no entanto, evidência de que há redução na sobrevida de pacientes com deleção do derivativo cromossomo 913 (B). A deleção ABL no cromossomo 9 derivado (15,1%) em pacientes de LMC reduz a sobrevida livre de doença, a deleção BCR reduz a sobrevida global, e a deleção ABL e BCR reduz a sobrevida global e livre de doença14 (B). Há evidência de que apenas a deleção ABL reduz o tempo de sobrevida e o tempo da fase crônica15 (B).
  • 5. 5Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Translocações variantes do cromossomo Fi- ladélfia em pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe, e seguimento de 5 anos, não produzem diferenças na sobrevida global, na sobrevida livre de doença, na sobrevida livre de progressão, no índice de resposta hemato- lógica completa, na resposta citogenética ou na resposta molecular, quando comparado com os pacientes sem translocações variantes do cromossomo Filadélfia16,17 (B). Outros estudos mostraram que mosaicismo no cromossomo Filadélfia em pacientes com LMC aumenta a mortalidade em 3,3 anos em 21% (NNH:5) e as variações de translocação reduzem a resposta citogenética18,19 (B). Recomendação Apesar da controvérsia se a deleção do cromossomo 9q e BCR, e das variações no cromossomo Filadélfia, conferem pior prog- nóstico, há evidência de redução na sobrevida global e livre de doença, e na resposta tera- pêutica, frente ao tratamento dos pacientes de LMC, com interferon alfa, ou inibido- res tirosinoquinase de primeira e segunda geração. A deleção ABL reduz a sobrevida global e livre de doença desses pacientes. A presença do cromossomo Filadélfia variante e o mosaicismo, parecem também conferir pior prognóstico à LMC. 4. Anormalidade citogenética adicional ao cromossomo filadélfia (PH) ao diagnóstico tem importância prog- nóstica? Em pacientes com LMC, sob tratamento com a segunda geração (Dasatinibe ou Nilotinibe) de inibidores tirosinoquinase ou com Imatinibe, a presença de anormalidades cromossômicas adi- cionais confere menor sobrevida livre de doença e menor sobrevida global em 5 anos20 (B). A presença de aberrações cromossômicas adicionais em pacientes com LMC em trata- mento com Nilotinibe aumenta a mortalidade pela progressão da doença em 28% (NNH: 4). Além disso, pacientes na fase crônica, com aberrações cromossômicas adicionais tem aumento de mortalidade em 2 anos, de 38% (NNH: 3)21 (B). As aberrações reduzem o tempo de sobrevida desses pacientes22,23 (B). Em transplantes de célula tronco no tratamento da LMC, a pre- sença de aberrações cromossômicas adicionais aumenta a mortalidade em 36% (NNH: 3) e reduz a média de sobrevida global24 (B). A sobrevida livre de doença e a sobrevida global em 5 anos de pacientes com LMC é diferente na presença de alterações citogenéti- cas adicionais em comparação à ausência das mesmas. A presença das alterações citogenéticas maiores (major route) (duplo cromossomo Ph, +8, iso 17q, +19 redução) na sobrevida livre de doença e na sobrevida global em 5 anos de 40%25 (B). Recomendação A presença de aberrações cromossômicas adicionais ao diagnóstico (major route) reduz a sobrevida global e livre de doença, aumentando a mortalidade em 36% a 40%. 5. O critério OMS é comparável aos de- mais critérios para a classificação da fase da LMC (fase crônica, acelerada e crise blástica)?
  • 6. 6 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina A utilização da classificação da OMS de pacientes com LMC pode ter a distri- buição das fases crônica, acelerada e blás- tica, respectivamente em 77,8%, 15,5% e 6,7%26 (C). A classificação apropriada per- mite se estabelecer uma adequada estimativa de resposta27 (D). No tratamento com Imatinibe de pa- cientes com LMC, a classificação global dos pacientes, nas fases crônica, acelerada e de crise blástica, pelo método padrão não apre- senta diferenças com relação ao critério da OMS. A distribuição dos pacientes segundo a classificação padrão pode ser de 60% na fase crônica, 28% na fase acelerada e 12% na crise blástica. Apesar da ausência de diferença significativa entre as duas classificações, 6% dos pacientes classificados como crônicos fo- ram reclassificados (OMS) em fase acelerada. De maneira semelhante 9% dos pacientes classificados como fase acelerada foram re- classificados (OMS) em crise blástica, e 7% em fase crônica28 (B). A classificação e a definição da fase acele- rada da LMC podem ser comparadas entre as classificações MDACC, IBMTR e OMS, com poucas diferenças nos itens blastos e plaquetas, por exemplo, (Tabela 1)29 (D): Recomendação A classificação da OMS das fases crônica, acelerada e de crise blástica da LMC tem dife- renças irrelevantes frente às classificações do IBMTR e MDACC. 6. É importante definir o risco do paciente com LMC pelas classificações de Sokal e hasford? O escore Sokal pode ser medido por uma calculadora on line (www.pharmacoepi.de) e leva em consideração o tamanho do baço em centímetros palpáveis abaixo do RCE, o nú- mero de plaquetas, o percentual de blastos e a idade, onde o resultado < 0,8 corresponde a pacientes com LMC de baixo risco, de 0,8 a 1,2 risco intermediário e > 1,2 alto risco. O escore Sokal tem um valor preditivo em pacientes com LMC tratados com Imatinibe, onde as respostas molecular e citogenética são maiores em pacientes de baixo risco. Pacientes de alto risco que atingem resposta citogenética em 12 meses tem probabilidade de 90% de sobrevida, de risco intermediário probabilidade de 94% e baixo risco de 97%. O escore Hasford considera a idade, o per- centual de eosinófilos, basófilos, número de plaquetas, tamanho do baço em centímetros e percentual de blastos, sendo de baixo risco quando o resultado for < 780, risco interme- diário entre 780 e 1480 e alto risco > 1480. A sobrevida de 5 anos correspondente para cada risco é respectivamente de 76%, 55% e 25%30 (A)31 (D). O escore Sokal prediz a resposta ao trata- mento de pacientes com LMC com Interferon alfa, sendo que o alto, intermediário e baixo risco incluem 48%, 29% e 23% dos casos, e Tabela 1 Característica Blastos (%) Plaquetas MDACC > 15 < 100 IBMTR > 10 Ausência de resposta OMS 10 – 19 <100ou>1000 IBMTR: International Bone Marrow Transplant Registry; MDACC: M.D.Anderson Cancer Center. Principais diferenças
  • 7. 7Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina a sobrevida média para o baixo, intermediário e alto risco é de 105, 76 e 45 meses, respec- tivamente. A sobrevida de 10 anos é de 34%, 28% e 8%32 (B). Após o tratamento de pacientes com LMC com Imatinibe, o escore Sokal permite avaliar a resposta terapêutica, que foi de aumento da sobrevida em 5 anos, no baixo risco de 11%, no risco intermediário de 40% e no alto risco de 38%33 (B). Além disso, sabe-se que os pacientes de alto risco tem maior probabilidade de desen- volver as formas acelerada ou de crise blástica, mesmo na terapêutica com Imatinibe34 (A). O escore Sokal de alto risco está também inversa- mente relacionado com a resposta citogenética nesses pacientes35 (B), sendo que nos pacientes de alto risco há uma redução de resposta cito- genética de 30,4%36 (B). O escore Hasford identifica pacientes de baixo risco, com probabilidade de sobrevida em 9 anos de 41%, de risco intermediário, com probabilidade de 0,16%, e de alto risco, com probabilidade zero em 9 anos. O escore Sokal classifica 23% como alto risco, e o Hasford 9%. Os pacientes que apresentam resposta hematológica completa e estão sob baixo e intermediário risco tem probabilidade de sobrevida de 51% e 23%, respectivamente, e sem resposta hematológica completa a pro- babilidade é de 26% e 12%, respectivamente. Os pacientes com alto risco que apresentam resposta citogenética apresentam prognóstico semelhante aos de baixo risco37 (B). Entre os vários grupos Hasford, os pacientes de baixo risco apresentam resposta citogenética com- pleta em 57% dos casos, e dentre os pacientes de risco intermediário ou alto, 27% atingem a resposta citogenética completa38 (B). Os escores Hasford e Sokal predizem a resposta hematológica completa, principalmente nos pacientes de baixo risco39 (B). Recomendação Os escores de Hasford e Sokal são preditores prognósticos de pacientes com LMC. 7. O imatinibe é superior aos inibidores de tirosinoquinases de segunda gera- ção no tratamento da LMC em fase crônica em primeira linha? A comparação entre dasatinibe (100 mg) e Imatinibe (400 mg) no tratamento em primeira linha de pacientes com LMC em fase crônica, demonstra que o dasatinibe aumenta a resposta hematológica completa em 11% (NNT:9), a resposta citogenética em 11%, e a resposta molecular maior em 18%40 (B). O seguimento de dois anos desses pacientes mantém o efeito de beneficio superior do Dasatinibe em relação ao Imatinibe41 (B). O tratamento inicial de pacientes em fase crônica de LMC utilizando-se Nilotinibe (300 mg ou 400 mg duas vezes ao dia) em comparação ao Imatinibe (400 mg uma vez ao dia), aumenta a resposta molecular maior em 12 meses em 22% (NNT: 5), aumenta a resposta citogenética em 15% (NNT: 7), e reduz a progressão para as fases acelerada e de crise blástica42 (A). No seguimento de dois anos o efeito da medicação aumenta para 27% de resposta molecular (NNT:4), a resposta citogenética é 10% superior ao Imatinibe (NNT:10) sendo esta diferença 5% menor que a avaliação de 12 meses. A redução na progressão é mantida43 (A).
  • 8. 8 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Recomendação O Dasatinibe e o Nilotinibe produzem maior benefício do que o Imatinibe no tratamento em primeira linha de pacientes com LMC em fase crônica, no que se refere aos parâmetros de resposta molecular, citogenética e hematológica, bem como em relação à progressão da doença. 8. O tempo entre diagnóstico e início do tratamento com imatinibe tem impor- tância prognóstica? Em pacientes com LMC, em fase crônica, o tratamento com Imatinibe pode ser iniciado após o diagnóstico (precoce), ou pode ter sido iniciado após 24 meses de tratamento prévio com interfe- ron (tardia), levando a resultados distintos quanto àtoxicidadeeeficácia.Otratamentoprecocereduz o risco de efeitos adversos graus I e II em 52% (NNT: 2) e graus III e IV em 81% (NNT: 1), apesar de aumentar o risco de neutropenia e trom- bocitopenia em 5% (NNH: 20). Após um ano de seguimento, nos pacientes que não obtiveram res- posta citogenética completa, o tratamento precoce produz redução no risco de eventos adversos grau I, de 3% (NNT:33), grau II, de 8% (NNT:12) e graus III e IV, de 7% (NNT:14)44 (B). No tratamento precoce há aumento de res- posta citogenética completa de 16% (NNT:7), redução no risco de recorrência em 2% (NNT:50) e aumento na sobrevida livre de doença de 15% (NNT:7)44 (B). Há ainda redução no risco de eventos adversos não hematológicos com o tratamento precoce, como no ganho de peso (11%), no edema perior- bital (12%), no rash cutâneo (9%), na diarreia (11%), nas infecções (19%), mas aumento no risco de hemorragia (5%) e de dor óssea (8%)44 (B). O tratamento após o diagnóstico (trata- mento precoce) de LMC, em fase crônica, com Imatinibe, aumenta a probabilidade de resposta molecular maior em 20% (NNT: 5), e aumenta a probabilidade de manutenção da resposta em 30 meses em 36% (NNT: 3), em comparação com o início do tratamento após um ano de diagnóstico (tratamento tardio). Após um ano de tratamento com Imatinibe a probabilidade de perda ou de não atingir a resposta molecular é 58% menor nos pacientes tratados precocemente (NNT: 2)45 (B). O tratamento com Imatinibe na dose de 400 mg produziu maiores taxas de resposta citogenética maior e completa quando compa- rado à associação entre Interferon e Citarabina para pacientes com LMC em fase crônica inicial (87,1 x 34,7%) e maior sobrevida livre de pro- gressão para fase acelerada e crise blástica (96, 7% x 91,5%; p<0,001)30 (A). Recomendação O tratamento de pacientes em fase crônica da LMC com Imatinibe deve ser iniciado o mais precocemente possível após o diagnóstico. 9. A avaliação citogenética tem impacto no prognóstico? A avaliação da presença de evolução clonal citogenética em pacientes com LMC em trata- mento com Imatinibe traz algumas informações de caráter prognóstico e que dependem da fase da doença. A presença dessa alteração nas fases crônica e acelerada não está associada a resposta citogenética diferente, entretanto reduz a sobre- vida desses pacientes. A resposta citogenética após três meses de tratamento é fator prognóstico independente. A ausência da resposta completa ou parcial está associada a menor sobrevida46 (B).
  • 9. 9Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Em pacientes de LMC, em tratamento com Imatinibe, a presença de resposta citogenética au- menta a sobrevida em 4 anos em 23% (NNT:4) e sobrevida livre de doença em 38% (NNT: 3)47 (B). A duração da resposta citogenética obtida, após 6 anos do tratamento com Imatinibe, pode ser de 77%, sendo que a sobrevida é de 91%, e 44% evoluem para as formas acelerada ou de crise blástica48 (B). A perda de resposta citogenética esperada no primeiro ano de tratamento com Imatinibe é de 0,6%, sendo reduzida a mortalidade em 2 anos nos pacientes que obtiveram resposta. A mortalidade em 8 anos estimada desses pacientes é de 4,8%49 (B). Em pacientes com LMC tratados com inibidores tirosino quinase de segunda geração (Dasatinibe ou Nilotinibe), não responsivos ao Imatinibe, a resposta citogenética confere au- mento de sobrevida em 20% (NNT:5), e quando associado à resposta hematológica, aumento na sobrevida de 42% (NNT:2)50 (B). A presença de resposta citogenética mínima ou maior, em pacientes com LMC, fase crônica, frente ao tratamento com Inibidores tirosino quinase de segunda geração, aumenta o número de pacientes sem eventos, aumenta a sobrevida e sobrevida livre de doença, em cerca de 25% (NNT: 4)51 (B). Recomendação A avaliação citogenética de pacientes em tratamento com Inibidores tirosinoquinase pode predizer, por meio da resposta completa ou parcial, associado ou não a outros fatores, o prognóstico desses pacientes. 10. A avaliação molecular por meio do PCR quantitativo em tempo real tem impacto no prognóstico? Pacientes com LMC em fase crônica, que atingem resposta citogenética ao tratamento com Imatinibe, quase sempre tem uma razão BCR–ABL/ABL abaixo de 2%. Pacientes com razão BCR–ABL/ABL abaixo de 0.0001% são considerados como resposta molecular completa. Para pacientes que perdem a resposta citogenéti- ca em 24 meses (2,5%) o valor médio da razão é 0,12%. Dos pacientes com recidiva alguns evoluem para progressão da doença (15,4%) e os valores da BCR-ABL/ABL podem variar de 0,3% a 0,0075%, o que dentro da utilidade do PCR quantitativo na avaliação molecular define extremos de doença residual positiva ou negativa, mas com uma grande variabilidade na média52 (B). Em pacientes com LMC estudados com PCR quantitativo o índice estimado de resposta molecular maior em 60 meses é de 67,1% e de resposta citogenética de 81,7%. Com relação aos desfechos: sobrevida livre de eventos, in- cluindo transformação para formas acelerada e crise blástica, morte de qualquer causa, perda de aderência ao tratamento, ou perda da resposta citogenética, há superioridade dos pacientes que atingem resposta molecular maior do que aqueles que não atingem. Pacientes com respos- ta molecular maior tem melhor sobrevida em relação a pacientes com resposta citogenética completa porém sem atingir resposta molecular maior53 (B). A estimativa obtida com a análise por PCR da resposta molecular em pacientes com LMC tratados com Imatinibe, permite também
  • 10. 10 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina comparar com as respostas citogenéticas e he- matológicas ao longo do tempo. Assim, em 18 meses de seguimento as respostas moleculares, citogenéticas e hematológicas são 79%, 83% e 93%54 (B). Progressão citogenética (perda resposta, evolução clonal, aumento de 20% no clone Ph+) pode ocorrer em 13% dos pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe, em 2 anos de seguimento. Na época da pro- gressão, nenhum desses pacientes apresentava resposta molecular maior (redução > 3log no BCR-ABL). Então, há sugestão de que a análise citogenética esteja restrita aos casos que não obtém ou perdem a resposta molecular mensurada pelo PCR quantitativo em tempo real55 (B). Para se avaliar as mudanças nos níveis de transcritos BCR-ABL como marcadores prognósticos, por meio do PCR quantitativo em tempo real, o monitoramento durante 4 anos, pode demonstrar resposta molecular maior (redução de >3-log) e predizer maior sobrevida livre de doença. Um acréscimo mínimo de 0,5-log prediz tempo menor de sobrevida livre de recorrência. Perda de res- posta molecular (redução <2,5-log) também define redução na sobrevida livre de doença. Uma resposta molecular completa (PCR não detectável) converge em aumento da sobrevida livre de doença56 (B). Recomendação O prognóstico (sobrevida, recorrência, pro- gressão) de pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe pode ser predito com o uso de PCR quantitativo em tempo real. 11. A citogenética pode ser substituída pelo PCR quantitativo (qPCR) no monitoramento do paciente com LMC em uso de inibidor de tirosina quinase que obteve resposta citogenética com- pleta? Há uma correlação entre os níveis de trans- critos na medula óssea e no sangue periférico em 3 meses de tratamento e na obtenção da resposta molecular em 6 meses57 (B). A comparação entre o PCR quantitativo em tempo real (qPCR), a análise citogenética, e a hibridização (FISH) no monitoramento da resposta ao tratamento com inibidores tirosi- no quinase em pacientes de LMC demonstra as seguintes correlações e/ou concordâncias: qPCR na medula óssea e no sangue periférico; citogenética na medula óssea, FISH em sangue periférico e qPCR em sangue periférico58 (B). Apesar da correlação entre qPCR e análise citogenética, outros fatores prognósticos podem estar associados às respostas moleculares ou citogenéticas, estimando os desfechos ao longo do tratamento com Inibidores tirosino quinase de pacientes com LMC em fase crônica. Tal fato permite análises multivariadas que estimam o impacto da interação dos fatores prognósticos presentes na prática médica, mas apenas a resposta citogenética, na análise multivariada, em 3 meses é preditora de resposta em 6 meses e de sobrevida livre de doença em 2 anos57 (B). A recaída nos pacientes que obtiveram res- posta citogenética pode ocorrer em 2,5% dos casos, em 24 meses, e esses pacientes podem experimentar ainda progressão da doença para as fases acelerada e blástica. A correlação entre
  • 11. 11Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina a análise por PCR e a resposta citogenética pode conter uma variação de valores que dificultem a interpretação, não favorecendo a substituição de métodos59 (B). O monitoramento com qPCR a cada 3 meses pode fornecer os dados prognósticos necessários para a tomada de decisão nos pacientes com LMC, reduzindo o número de aspirados de medula óssea. Os motivos pelos quais o monitoramento com PCR é suficiente são: o nível de redução log na razão BCR-ABL/ ABL está correlacionado com a resposta cito- genética; em 12 meses de seguimento nenhum paciente apresenta progressão na doença sem que haja indicação de risco obtida no PCR quantitativo (qPCR) (aumento no número de 0,5 log ou de 5 vezes o valor anterior da razão BCR-ABL/ABL); e nenhum paciente apresenta progressão citogenética na vigência de resposta molecular55 (B). Recomendação O PCR quantitativo (qPCR) no sangue periférico pode ser utilizado como exame de escolha para monitoramento de pacientes com LMC, em fase crônica, em tratamento com Imatinibe. A análise citogenética é uma opção fundamental de monitoramento, podendo ser utilizada em associação com o PCR, ou podendo estar reservada aos casos onde não há resposta molecular, ou se esta foi perdida. 12. Qual é o tratamento de escolha para pacientes com LMC em FC com resis- tência ao Imatinibe 400 mg? Em pacientes com LMC em fase crônica e resistência ao Imatinibe 400 mg (falta de resposta hematológica completa após 3 meses, ou falta de resposta citogenética após 6 meses, ou falta de resposta citogenética maior após 12 meses de tratamento) o tratamento com Dasa- tinibe 140 mg, comparado ao aumento de dose de Imatinibe (800 mg), demonstra os seguintes resultados: aumento de resposta hematológica completa em 11% (NNT: 9), aumento de res- posta citogenética completa em 23% (NNT: 4) e aumento de resposta molecular maior em 12% (NNT: 8). Além disso, reduz o risco de edema e retenção hídrica em 27% e 15%, res- pectivamente. Entretanto, aumenta o risco de neutropenia e plaquetopenia em 22% (NNH: 5) e 42% (NNH: 2), respectivamente60 (B). Esses resultados são mantidos em 18 meses de seguimento, com aumento, ainda, da sobrevida livre de doença61 (B). O tratamento desses pacientes (LMC em fase crônica, resistentes ao Imatinibe) com Dasatinibe 100 mg/dia comparado com a dose de 140 mg/dia leva a resposta clínica semelhante em 6 meses e 2 anos de seguimento (resposta hematológica completa, citogenética e sobrevida livre de doença), entretanto reduz o risco de derrame pleural em 9% (NNT: 11), de plaque- topenia em 15% (NNT: 7) e de descontinuidade do tratamento62,63 (A). O índice de resposta de pacientes em fase crônica de LMC ao tratamento com Nilotinibe (400 mg 2x/dia) não é diferente entre os pacientes resistentes ou intoleran- tes ao Imatinibe (600 mg/dia). A ausência de resposta ao Imatinibe (hematológica ou citogenética) prediz ausência de resposta ao Nilotinibe64 (B). Os pacientes que obtém resposta ao Nilotinibe permanecem com 96% a 98% de resposta (hematológica ou citogenética) e sobrevida livre de doença,
  • 12. 12 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina em 6 meses de seguimento65 (B). A média para obtenção de resposta hematológica completa é de 2,8 meses e de resposta citogenética completa de 3,2 meses, sendo a sobrevida livre de doença e de sobrevida global estimadas em 24 meses de 64% e 87%, respectivamente66 (B). Em pacientes resistentes ao tratamento com Imatinibe ou dasatinibe obtém-se 79% de resposta hematológica completa e 24% de resposta citogenética completa em 12 meses67 (C). Em pacientes em fase crônica da LMC, resistentes ao Imatinibe e ao Dasatinibe, o tratamento com bosutinibe (500 mg/dia) produz resposta hematológica e citogenética completas em 62% e 31% dos casos, respec- tivamente. Já nos pacientes com resistência ao tratamento com Imatinibe e Nilotinibe obtem-se resposta hematológica e citogené- tica completas em 75% e 35% dos casos. Nos casos de resistência ao Imatinibe e Dasatinibe, as probabilidades de manuten- ção de resposta, sobrevida livre de doença e sobrevida global a partir de 12 meses, são de 27%, 32,4% e 72,9%, respectivamente. Nos pacientes com resistência ao Imatinibe e Nilotinibe, tratados com Bosutinibe, as probabilidades de manutenção de resposta, sobrevida livre de doença e sobrevida global a partir de 12 meses, são de 22,2%, 44,4% e 77,7%, respectivamente68 (B). Recomendação O tratamento de pacientes com LMC em fase crônica, que são resistentes ao Imatinibe na dose de 400 mg, deve ser feito com Da- satinibe 100 mg/dia, ou Nilotinibe (800 mg/ dia) ou Bosutinibe (500 mg/dia). 13. Há diferenças nos perfis de toxicidade dos inibidores de tirosinoquinases de segunda geração (dasatinibe e niloti- nibe)? A diferença de efeitos adversos entre o Ima- tinibe e o Nilotinibe ou Dasatinibe está expressa em número necessário para tratar (NNT) quando essas duas últimas drogas produzem redução no risco do efeito adverso, e em Número necessário para produzir dano (NNH), quando aumentam o risco de um determinado efeito adverso. A utilização de Nilotinibe (em qualquer dose) como primeira linha de tratamento de pa- cientes recém diagnosticados de LMC reduz os índices de náusea (NNT:8), diarreia (NNT:7), vômito (NNT:6), espasmo muscular (NNT:6), edema (NNT:11) e neutropenia (NNT:3), quan- do comparado com o Imatinibe. Entretanto, estão aumentados os índices de rash (NNH:4), cefaleia (NNH:8), prurido (NNH:8), alopécia (NNH:11), e há aumento das enzimas hepáticas (NNH:2), da bilirrubina total (NNH:2) e da glicose (NNH:5)42 (A). Quando o Nilotinibe é administrado como segunda linha em pacientes com LMC em fase crônica há ainda ocorrência de cardiotoxicidade com aumento de QTc (1% dos casos) e trom- bocitopenia (29% dos casos)65 (B). Na comparação entre Dasatinibe e Imatinibe como tratamento de primeira linha de LMC, os principais efeitos adversos não hematológicos: náusea (NNT:9), miosite (NNT:8) e retenção hídrica (NNT:4) estão reduzidos com o Dasati- nibe. Entretanto, há aumento de derrame pleural de 10% (NNH: 10), de trombocitopenia de 9% (NNH: 11) e de cardiotoxicidade (0,4%)40 (B).
  • 13. 13Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Como segunda linha em pacientes com LMC em fase crônica o Dasatinibe produz au- mento nos índices de derrame pleural (NNH: 6), de neutropenia (NNH:5), de trombocitope- nia (NNH:2), de dispneia (NNH:6) e cefaleia (NNH:7)60 (B). Recomendação Com relação à maioria dos efeitos adversos esperados para esta classe de medicação, dasa- tinibe e Nilotinibe apresentam, com pequenas diferenças de magnitude, comportamento semelhante. Entretanto, o Nilotinibe parece ter componente maior de hepatoxicidade e o dasatinibe de retenção hídrica (derrame pleural). 14. A aderência ao tratamento ao imati- nibe tem impacto prognóstico? Pacientes com LMC tratados com Imatinibe que apresentam resposta subótima tem menor índice de aderência (não ingerir a medicação) do que os pacientes com resposta ótima. Os pacientes tratados por mais de 12 meses que apresentam resposta citogenética completa também tem um índice de aderência superior àqueles com resposta citogenética parcial. Não há diferença de resposta hematológica entre os pacientes aderentes e não aderentes69 (B). Há correlação direta entre a aderência (< de 90% ou > 90%) de pacientes com LMC ao tratamento com Imatinibe e a probabilidade de resposta molecular maior em 6 anos (aumento de 66,1% de resposta na aderência > 90%). Quando a aderência é menor de 80% não há resposta molecular. Os pacientes que tem ne- cessidade de aumento da dose de Imatinibe tem redução de 12,8% na aderência70 (B). No tratamento de LMC com Imatinibe, níveis de aderência < 85% aumentam o risco de perda de resposta citogenética completa em 34,9% (NNH:3).Nenhumdospacientescomaderência> 95% perdeu a resposta citogenética. Pacientes com nível de aderência < 85%, que nunca obtiveram respostamolecular,possuemabaixaaderênciacomo preditordeperdaderespostacitogenética.Aderência < 85% reduz a sobrevida livre de doença em 37% (NNH:3). Índices de aderência superiores a 85% conferem prognóstico semelhante a pacientes que tem resposta molecular maior71 (B). A sobrevida de 5 anos livre de doença em pacientes em fase crônica de LMC e aderentes ao tratamento com Imatinibe é 16,9% superior em comparaçãoaospacientesnãoaderentes.Anãoade- rênciareduzapossibilidadederespostacitogenética completa em 18% (NNH:6). A grande causa de interrupção no tratamento com Imatinibe (29,6% dos casos) está relacionada com a não aderência. A resposta citogenética completa está correlacionada àaderênciaaotratamento,comreduçãonaresposta em pacientes não aderentes em 20%72 (B). Recomendação Aderência ao tratamento com Imatinibe está diretamente correlacionada à probabilidade de resposta molecular, citogenética e à sobrevida livre de doença. 15. A obtenção de resposta citogenetica previa com imatinibe e performance status são fatores prognósticos para resposta ao inibidor de segunda linha no trata- mento de paciente resistente ao imatinibe? A melhor resposta citogenética (0% de cromossomo Filadélfia positivo) durante o tra- tamento com Imatinibe é preditora de resposta
  • 14. 14 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina ao Dasatinibe ou Nilotinibe, com aumento da resposta citogenética de 21%, quando compa- rado ao máximo de alcance da porcentagem de cromossomo Filadélfia entre 1% e 94% e de 66,8%, quando comparado a nenhuma resposta citogenética durante o tratamento com Imati- nibe, ou seja, Filadélfia > 95%51 (B). A resposta a inibidores tirosinoquinase de segunda linha em pacientes de LMC resistentes ao tratamento com Imatinibe tem associação com alguns outros fatores prognósticos. Entre esses estão: 1. Sokal baixo risco: aumento na resposta citogenética de 25,5% e na sobrevida livre de do- ença de 27,0%; 2. Porcentagem de cromossomo Filadélfiapositivonoiníciodotratamento<95%: aumento na resposta citogenética de 43,8% e na sobrevida livre de doença de 27,3%; 3. Tempo para falha terapêutica do Imatinibe < 6 meses : aumento na resposta citogenética de 37,2%, aumento na sobrevida de 24,3% e aumento na sobrevida livre de progressão de 13,8%51 (B). Pode-se predizer o prognóstico ao tratamento com inibidores tirosinoquinase de segunda linha (NilotinibeouDasatinibe),depacientescomLMC resistentes ao Imatinibe, por meio da presença de resposta citogenética prévia (Imatinibe), que per- mite estimar aumento na sobrevida livre de doença em 3 anos de 37% e na resposta citogenética em 1 ano. A presença de performance status (ECOG) de “0”, no início do tratamento com os inibidores de segunda linha, prediz aumento na sobrevida livre de doença em 3 anos de 18%, e na sobrevida global em 3 anos de 32%73 (B). Outros fatores prognósticos podem ser asso- ciados à resposta ao tratamento com Nilotinibe ou Dasatinibe, como: idade maior de 55 anos com redução na resposta citogenética em 1 ano de 24%, redução na sobrevida livre de doença em 3 anos de 20% e redução na sobrevida global em 3 anos de 6%; metáfases Filadélfia positivo > 90% no início do tratamento com inibidor de segunda linha com redução da resposta citogenética de 30% e na sobrevida livre de doença de 21%73 (B). Recomendação A informação referente à resposta citoge- nética e ao performance status (ECOG) deve ser considerada, na estimativa prognóstica, ao iniciar o tratamento de segunda linha, com Ni- lotinibe ou Dasatinibe, de pacientes com LMC resistentes ao tratamento prévio com Imatinibe. Pode-se ainda levar em consideração a idade e a resposta citogenética prévia ao tratamento com TKI de segunda geração. 16. Quando é necessário fazer a análise de mutações do BCR-ABL em pacien- tes com LMC em uso de inibidores de tirosina quinase? Em pacientes com LMC em fase acelerada a presença de mutações BCR-ABL está associada a 100% de resistência ao tratamento com Ima- tinibe, e nos pacientes em fase crônica em 79% dos casos74 (B). A presença de mutações BCR-ABL aumenta o risco dos pacientes com LMC evoluírem em 9 meses para as fases acelerada ou blástica em 52% (NNH:2), reduz o tempo livre de progressão da doença e a sobrevida desses pacientes, principal- mente quando são mutações P-loop75 (B). No seguimento de pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe as mutações BCR-ABL ocorrem em tempos diferentes nos pacientes, e estão correlacionadas as sobrevidas
  • 15. 15Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina menores. Nos pacientes em fase inicial da do- ença a presença de mutações está associada a aumento na transformação para fase acelerada (32%) e blástica (16%), e a redução na resposta citogenética completa (24%). Independente da fase da doença, a identificação de mutações reduz a resposta hematológica76 (B). A identificação de mutações BCR-ABL em pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe prediz, em cerca de 20 meses, perda de resposta citogenética completa e progressão para fases avançadas de doença77 (B). As respostas hematológicas e citogenéticas são semelhantes nos pacientes em tratamento com Inibidores tirosinaquinase (dasatinibe ou Nilotinibe), no grupo com e sem mutação BCR- ABL. Também a sobrevida livre de doença e a sobrevida global não são diferentes entre esses dois grupos de pacientes78 (B). No seguimento de 4 anos de pacientes com LMC em fase crônica, a sobrevida livre de progressão do começo do tratamento com Imatinibe até a progressão da doença para as fases acelerada ou blástica é pior nos pacientes com mutação do que sem mutação. A sobrevida global de pacientes com mutação é de 10 meses e de 51 meses em pacientes sem mutação, mas esta varia de acordo com o tipo de mutação, assim: do tipo P-loop (13 meses), T315I (9 meses) e sem mutação (51 meses)79 (B). Entre pacientes com doença (LMC) na fase crônica e sob tratamento com Nilotinibe, a so- brevida global de dois anos está reduzida em 38% pela presença de mutações BCR-ABL. Além disso, a presença de mutações está associada a redução na resposta citogenética em 34%21 (B). Mutações do tipo T315I podem ocorrer mais frequentemente no tratamento com Dasatinibe. A presença de mutações durante o tratamento com Nilotinibe ou Dasatinibe é pre- ditora de pior prognóstico nesses pacientes80 (B). Recomendação As mutações BCR-ABL devem ser pes- quisadas nos pacientes com LMC resistentes aos inibidores de tirosina quinase (resposta subótima ou falha), independente da fase, pois sua presença prediz o maior risco de resistência e de menor sobrevida. 17. O diagnóstico de mutação orienta a escolha do tratamento em pacientes resistentes ao imatinibe? Em pacientes com LMC resistentes ao Ima- tinibe a pesquisa de mutações pode auxiliar na escolha do inibidor de segunda geração, Niloti- nibe ou Dasatinibe. A avaliação da sensibilidade ao inibidor nos estudos “in vitro” (IC50 ) define três grupos de sensibilidade (baixa, intermediária e alta concentrações) da mutação ao inibidor: ao Dasatinibe (IC50 <3 nM, 3-60 nM, e >60 nM) e ao Nilotinibe (IC50 < 50 nM, 50-500 nM, e > 500 nM), entendendo que o pior cenário (resis- tência) corresponde às altas concentrações78 (B). As respostas hematológicas e citogenéticas, em um ano, são significativamente menores nos pacientes com mutação e na fase crônica de LMC, particularmentenasmutaçõescomIC50 intermedi- ária(25%e25%,respectivamente)emcomparação aIC50 baixa(96%e54%,respectivamente).Nafase aceleradatambémháreduçãonarespostacitogené- tica, sendo nas mutações com IC50 intermediária, de 10%, e com IC50 baixa, de 31%78 (B). Na fase crônica, a sobrevida livre de doença e a sobrevida
  • 16. 16 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina global são menores nos pacientes com mutação de IC50 alta (0% e 75%, respectivamente), quando comparado com as mutações de IC50 baixa (78% e 100%, respectivamente)78 (B). A mutação T315I está associada à IC50 alta (resistência), não havendo diferença em sua distribuição entre o Dasatinibe e o Nilotinibe78 (B). Outras mutações específicas associadas a IC50 elevada (resistentes) na fase crônica da LMC tratados com Dasatinibe podem ser: T315I/A, F317L/I/V/CeV299L81-83 (B),ecomoNilotinibe: T315I,Y253H,E255K/V,eF359V/C82-84 (B).A mutaçãoG250Etambémproduzimpactonaresis- tência, comum às duas formas de tratamento83 (B). Mutações associadas com resistência ao dasa- tinibe, como V299L, T315A, e F317I, podem ser sensíveis ao Nilotinibe, enquanto a mutação V299L pode ser resistente ao bosutinibe84,85 (B). A resposta completa citogenética subsequente ao tratamento com dasatinibe ou Nilotinibe é in- ferior nos pacientes com mutação resistente (0%) comparada com pacientes com outras mutações ou sem mutações (41% e 49%, respectivamente). A sobrevida dos pacientes na fase crônica da LMC quando as mutações resistentes são detectadas é de 0% comparado com 51% e 45% em pacientes com outras mutações ou sem mutações86 (B). Recomedação A identificação das mutações, sobretudo as resistentes, pode auxiliar na escolha do inibidor de tirosinoquinase, permitindo definir qual op- ção terapêutica obterá melhor resposta. 18. Como deve ser feito o monitoramento dos pacientes com LMC em uso de inibidores de tirosina quinase? Wang L e colaboradores reportaram que o monitoramento do BCR-ABL, durante o trata- mento de pacientes com LMC em fase crônica com Imatinibe, pode ser realizado com PCR em sangue periférico (índice BCR-ABL/ABL), cor- relacionando-se com o resultado obtido por meio do estudo citogenético usual em medula, permi- tindo identificar os pacientes responsivos, com resposta parcial e não responsivos, com relação BCR-ABL/gene controle de 0,08%, de 0,08% a 10% e acima de 11%, respectivamente87 (B). Num estudo randomizado, 1106 pacientes com LMC foram distribuídos entre interferon e Imatinibe como tratamento inicial. Todos os pacientes que obtiveram remissão citogenética realizaram PCR quantitative para BCR-ABL. Os resultados foram expressos em termos de re- dução logarítmica em relação ao nível mediano de transcritos de 30 pacientes recém diagnosticados. Os pacientes que obtiveram remissão citogenética completa e redução de pelo menos 3 logs no nível de transcritos apresentaram uma sobrevida livre de progressão de 100 % aos 24 meses, comparada com 95% para aqueles com remissão citogenética completa e redução inferior a 3 logs e 85% para pacientessemresposta citogenética completa88 (B). Assim, esta forma de monitoração também permite identificar por meio de valores baixos a sobrevida livre de progressão em dois anos88,89 (B). Um estudo validou a utilização de uma escala internacional de valores de BCR-ABL que estabelecem 0,1% como redução de 3 logs, utilizando amostras de 38 centros internacionais90 (B). É possível pelo PCR estratificar os pacientes durante o seguimento de 3 anos, em pacientes
  • 17. 17Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina cujos índices refletem aumento, estabilização ou redução, até perda, da resposta citogenética52 (B). Os níveis plasmáticos de Imatinibe são significativamente mais altos em pacientes com resposta citogenética e resposta molecular, quando comparado aos pacientes sem resposta. O nível que diferencia com maior acurácia (sensibilidade de 77% e especificidade de 71%) a diferença entre resposta molecular e ausência de resposta é de 1002ng/mL91 (B). A utilização da hibridização in situ por fluo- rescência (FISH) no monitoramento de pacientes com LMC em tratamento com Imatinibe, possi- bilita a utilização de sangue periférico para iden- tificar resposta citogenética. O resultado positivo aponta para ausência de resposta citogenética e o resultado negativo para presença. A associação ao PCR permite o monitoramento da resposta molecular. No estudo publicado por Reinhold et al. a resposta citogenética estimada em 5 anos é de 81,7% e molecular de 67,1%53 (B). Entretanto, a comparação entre os resultados da hibridização em leucócitos de sangue periférico, com a citogenética de medula óssea, pode não estabelecer apropriada correlaçãonamedidadeatividadedaLMCdurante o tratamento com Imatinibe92 (B). A existência ou a ocorrência de mutações em pacientes com LMC ao longo do trata- mento com inibidores tirosinoquinase, quando identificadas, permitem estimar o prognóstico e orientar o tratamento. A cromatografia líquida de alta performance (D-HPLC) é um método de identificação de mutações prático e sensível para a monitoração clínica dos pacientes93 (B). Por sequenciamento direto pode-se identificar as mutações durante o seguimento desses pacien- tes tais como: T315T, T315I, F317L, V339L, M351T, E355G, Y253F, F359V, entre outras, as quais estão associadas com diferentes padrões de respostaaosinibidoresdisponíveis.Noseguimento de 3 anos pode-se identificar redução na sobrevida global de 31% nos pacientes com mutação74 (B). Recomendação O monitoramento do tratamento dos pacien- tes com LMC com inibidores tirosinoquinase pode ser realizado por meio de citogenética de medula óssea e PCR quantitativo para o gene BCR-ABL em sangue periférico, permitindo a estimativa prognóstica e a definição das estratégias tera- pêuticas. A análise mutacional deve ser realizada em pacientes com resposta subótima ou perda de resposta aos inibidores de tirosinoquinase. 19. Quando deve ser indicado o trans- plante de medula óssea para pacientes com LMC? O Imatinibe pode ser utilizado como trata- mento da recaída após transplante alogênico de células tronco hematopoéticas, fato cuja preva- lência varia de 40% a 70% em 5 meses. Na fase crônica, as taxas de resposta citogenética, e he- matológica obtidas e a sobrevida em 9 meses são de 58%, 84% e 100%, respectivamente94,95 (B). O Imatinibe passou a ser utilizado como primei- ra linha no tratamento da fase crônica da LMC, demonstrando maior sobrevida ao ser utilizado antes do transplante de medula96 (B). Sustentado pelo menor custo, pela resistência ao Imatinibe ou estadios avançados da doença (fases acelerada e blástica), algumas séries de casos permanecem sendo relatadas, com resultados comparativos ou em associação ao Imatinibe, demonstrando sobrevida livre de doença, sobrevi-
  • 18. 18 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina da global e cardiotoxicidade semelhantes97 (C). O uso prévio (antes do transplante) de Imatinibe em pacientes com fases avançadas de LMC, produz resposta hematológica de 73%, e citogenética de 40%, e 3 anos após o transplante, 66,7% dos pacientes tem resposta molecular completa98 (C). Jiang Q et al comparou prospectivamente pa- cientes em fase acelerada tratados com Imatinibe (n=87) ou transplante alogênico (n=54). Neste estudo, uma análise multivariada estabeleceu como fatores de risco independentes para sobrevida hemo- globina < 10,0; blastos ≤ 5% em sangue periférico e duração de doença menor que 12 meses. Pacientes que apresentavam alto risco (dois fatores de risco ou mais) ou risco intermediário (01 fator de risco), tiveram melhor sobrevida global e melhor sobrevida livre de progressão com transplante alogênico. Não houvediferençaparaospacientesdebaixorisco99 (B). A mortalidade dos pacientes com LMC em tratamento com a associação de Imatinibe e transplante de células tronco hematopoéticas é de 9,7% e a taxa de recorrência é de 5% em um ano de seguimento100 (C). Apesar do advento de novas opções para a resistência ao Imatinibe, como o Dasatinibe ou o Nilotinibe, séries de casos não comparativas permanecem sendo realizadas associando os inibidores tirosinoquinase ao transplante101 (C). No grupo pediátrico os dados ainda são limi- tados, porém os resultados com o Imatinibe são semelhantes aos vistos em adultos. Millot F et al publicaram a experiência em 44 crianças com LMC recém diagnosticada tratadas com este inibi- dor. Com um seguimento mediano de 31 meses, a sobrevida livre de progressão estimada aos 36 me- ses foi de 98%. As taxas de RCC e RMM aos 12 meses foram de 61% e de 31% respectivamente. Cerca de 30% das crianças descontinuaram o uso da medicação, principalmente por falta de eficácia. Há efeitos adversos dos inibidores de tirosino quinase no crescimento em crianças e este aspecto deve ser monitorado102 (B). Quantoaotransplante,investigadoresrelataram resultados de um estudo prospectivo envolvendo 200 crianças e adolescentes com LMC submetidas a transplante alogênico de acordo com a disponi- bilidade de doador. A probabilidade de sobrevida em cinco anos foi de 87+/-11% para transplantes aparentadoscompatíveis,52+/-9%paratransplan- tes não aparentados compatíveis e 45+/-16% para transplantes com incompatibilidades. A probabili- dade de recaída em 5 anos foi de 20+/-12%103 (B). Recomendação O transplante de medula é opção terapêutica para o tratamento da LMC, devendo ser reser- vado aos casos resistentes ao tratamento com os inibidores tirosinoquinase, e aos pacientes em fase avançada de doença, após um curso inicial de inibidor de tirosinoquinase. Conflito de interesse Bendit I: Recebeu honorários por ministrar aulas referente “Monitorização molecular na Leucemia Mieloide Crônica” patrocinadas pelas empresas Novartis Brasil e BMS do Brasil. Freitas CMBM: Recebeu honorários por apresentações em palestras patrocinadas pelas empresas Novartis e BMS do Brasil. Coelho AM: Recebeu honorários por apresentações em palestras patrocinadas pela empresa BMS do Brasil.
  • 19. 19Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Referências 1. Baccarani M, Dreyling M; ESMO Guideli- nes Working Group. Chronic myelogenous leukemia: ESMO clinical recommenda- tions for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol 2009;20 Suppl 4:105-7. 2. Vardiman JW, Thiele J, Arber DA, Brun- ning RD, Borowitz MJ, Porwit A, et al. The 2008 revision of the World Health Organization (WHO) classification of myeloid neoplasms and acute leukemia: rationale and important changes. Blood 2009;114:937-51. 3. Tefferi A, Vardiman JW. Classification and diagnosis of myeloproliferative neoplasms: the 2008 World Health Organization criteria and point-of-care diagnostic algo- rithms. Leukemia 2008;22:14-22. 4. Verma D, Kantarjian HM, Jones D, Luthra R, Borthakur G, Verstovsek S, et al. Chro- nic myeloid leukemia (CML) with P190 BCR-ABL: analysis of characteristics, outcomes, and prognostic significance. Blood 2009;114:2232-5. 5. Lucas CM, Harris RJ, Giannoudis A, Davies A, Knight K, Watmough SJ, et al. Chronic myeloid leukemia patients with the e13a2 BCR-ABL fusion transcript have inferior responses to imatinib compa- red to patients with the e14a2 transcript. Haematologica 2009;94:1362-7. 6. de Lemos JA, de Oliveira CM, Scerni AC, Bentes AQ, Beltrão AC, Bentes IR, et al. Differential molecular response of the transcripts B2A2 and B3A2 to imatinib mesylate in chronic myeloid leukemia. Genet Mol Res 2005;4:803-11. 7. Sharma P, Kumar L, Mohanty S, Kochu- pillai V. Response to Imatinib mesylate in chronic myeloid leukemia patients with variant BCR-ABL fusion transcripts. Ann Hematol 2010;89:241-7. 8. Kreil S, Pfirrmann M, Haferlach C, Waghorn K, Chase A, Hehlmann R, et al. Heterogeneous prognostic impact of derivative chromosome 9 deletions in chro- nic myelogenous leukemia. Blood 2007; 110:1283-90. 9. Ghaith F, Abdou S, El-Bendary A, Shahin D, Eid M, Megeed WA, et al. Prognostic re- levance of 9q34 deletion and the suppressor of cytokine signalling-1 in CML patients. Int J Lab Hematol 2010;32:103-12. 10. Cohen N, Rozenfeld-Granot G, Hardan I, Brok-Simoni F, Amariglio N, Recha- vi G, et al. Subgroup of patients with Philadelphia-positive chronic myelogenous leukemia characterized by a deletion of 9q proximal to ABL gene: expression profi- ling, resistance to interferon therapy, and poor prognosis. Cancer Genet Cytogenet 2001;128:114-9. 11. Quintás-Cardama A, Kantarjian H, Shan J, Jabbour E, Abruzzo LV, Verstovsek S, et al. Prognostic impact of deletions of derivative chromosome 9 in patients with chronic myelogenous leukemia tre- ated with nilotinib or dasatinib. Cancer 2011;117:5085-93.
  • 20. 20 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 12. Quintas-Cardama A, Kantarjian H, Talpaz M, O'Brien S, Garcia-Manero G, Verstov- sek S, et al. Imatinib mesylate therapy may overcome the poor prognostic significance of deletions of derivative chromosome 9 in patients with chronic myelogenous leukemia. Blood 2005;105:2281-6. 13. Huntly BJ, Reid AG, Bench AJ, Campbell LJ, Telford N, Shepherd P, et al. Deletions of the derivative chromosome 9 occur at the time of the Philadelphia translocation and provide a powerful and independent prognostic indicator in chronic myeloid leukemia. Blood 2001;98:1732-8. 14. Fourouclas N, Campbell PJ, Bench AJ, Swanton S, Baxter EJ, Huntly BJ, et al. Size matters: the prognostic implications of large and small deletions of the derivative 9 chromosome in chronic myeloid leuke- mia. Haematologica 2006;91:952-5. 15. Vaz de Campos MG, Montesano FT, Ro- drigues MM, Chauffaille M de L. Clinical implications of der(9q) deletions detected through dual-fusion fluorescence in situ hybridization in patients with chronic mye- loid leukemia. Cancer Genet Cytogenet 2007;178:49-56. 16. Marzocchi G, Castagnetti F, Luatti S, Baldazzi C, Stacchini M, Gugliotta G, et al. Variant Philadelphia translo- cations: molecular-cytogenetic charac- terization and prognostic influence on frontline imatinib therapy, a GIMEMA Working Party on CML analysis. Blood 2011;117:6793-800. 17. Castagnetti F, Testoni N, Luatti S, Marzocchi G, Mancini M, Kerim S, et al. Deletions of the derivative chromo- some 9 do not influence the response and the outcome of chronic myeloid leukemia in early chronic phase treated with imatinib mesylate: GIMEMA CML Working Party analysis. J Clin Oncol 2010;28:2748-54. 18. Landstrom AP, Knudson RA, Dewald GW, Ketterling RP, Tefferi A. Philadel- phia chromosome mosaicism at diagnosis in chronic myeloid leukemia: clinical correlates and effect on imatinib mesylate treatment outcome. Leuk Lymphoma 2007;48:2137-40. 19. Gorusu M, Benn P, Li Z, Fang M. On the genesis and prognosis of variant transloca- tions in chronic myeloid leukemia. Cancer Genet Cytogenet 2007;173:97-106. 20. Meggyesi N, Kozma A, Halm G, Nahaje- vszky S, Bátai A, Fekete S, et al. Additio- nal chromosome abnormalities, BCR-ABL tyrosine kinase domain mutations and clinical outcome in Hungarian tyrosine kinase inhibitor-resistant chronic myelo- genous leukemia patients. Acta Haematol 2012; 127:34-42. 21. Kim TD, Türkmen S, Schwarz M, Koca G, Nogai H, Bommer C, et al. Impact of additional chromosomal aber- rations and BCR-ABL kinase domain mutations on the response to nilotinib in Philadelphia chromosome-positive chronic myeloid leukemia. Hematolo- gica 2010;95:582-8.
  • 21. 21Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 22. Haus O, Noworolska A, Laskowski M, Kuliszkiewicz-Janus M, Kozlowska J, Harlo- zinska-Szmyrka A, et al. Prognostic Signifi- canceofSecondaryCytogeneticChangesand Nonspecific Cross-reacting Antigen (NCA) in Patients with Ph-Positive Chronic Myeloid Leukemia.ExpMolPathol1990;52:235-42. 23. Hsiao HH, Liu YC, Tsai HJ, Hsu JF, Yang WC, Chang CS, et al. Additional chromosome abnormalities in chronic myeloid leukemia. Kaohsiung J Med Sci 2011;27:49-54. 24. Vranová V, Katina S, Kirschnerová G, Mistrík M, Lakota J, Horáková J, et al. A significance of additional chromosomal aberrations and other variables on post transplantation outcome of patients with CML. Neoplasma 2005;52:381-7. 25. Fabarius A, Leitner A, Hochhaus A, Müller MC,HanfsteinB,HaferlachC,etal.Impact of additional cytogenetic aberrations at diag- nosisonprognosisofCML:long-termobser- vationof1151patientsfromtherandomized CML Study IV. Blood 2011;118:6760-8. 26. Ahmed R, Naqi N, Hussain I, Khattak BK, Nadeem M, Iqbal J. Presentating pha- ses of chronic myeloid leukaemia. J Coll Physicians Surg Pak 2009;19:469-72. 27. Cortes J, Kantarjian H. Advanced-phase chronic myeloid leukemia. Semin Hematol 2003;40:79-86. 28. Cortes JE, Talpaz M, O'Brien S, Faderl S, Garcia-Manero G, Ferrajoli A, et al. Staging of chronic myeloid leukemia in the imatinib era: an evaluation of the World Health Organization proposal. Cancer 2006;106:1306-15. 29. Cortes J. Natural history and staging of chronic myelogenous leukemia. Hematol Oncol Clin North Am 2004;18:569-84. 30. O'Brien SG, Guilhot F, Larson RA, Ga- thmann I, Baccarani M, Cervantes F, et al. Imatinib compared with interferon and low-dose cytarabine for newly diagnosed chronic-phase chronic myeloid leukemia. N Engl J Med 2003;348:994-1004. 31. Aguayo A, Couban S. State-of-the-art in the management of chronic myelogenous leukemia in the era of the tyrosine kinase inhibitors: evolutionary trends in diag- nosis, monitoring and treatment. Leuk Lymphoma 2009; 50 Suppl 2:1-8. 32. Bonifazi F, De Vivo A, Rosti G, Tiribelli M, Russo D, Trabacchi E, et al. Testing Sokal's and the new prognostic score for chronic myeloid leukaemia treated with alpha-interferon. Italian Cooperative Stu- dy Group on Chronic Myeloid Leukaemia. Br J Haematol 2000;111:587-95. 33. Corm S, Roche L, Micol JB, Coiteux V, Bossard N, Nicolini FE, et al. Changes in the dynamics of the excess mortality rate in chronic phase-chronic myeloid leukemia over 1990-2007: a population study. Blood 2011;118:4331-7. 34. Druker BJ, Guilhot F, O'Brien SG, Gath- mann I, Kantarjian H, Gattermann N, et al. Five-year follow-up of patients receiving
  • 22. 22 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina imatinib for chronic myeloid leukemia. N Engl J Med 2006;355:2408-17. 35. Deenik W, Janssen JJ, van der Holt B, Verhoef GE, Smit WM, Kersten MJ, et al. Efficacy of escalated imatinib combi- ned with cytarabine in newly diagnosed patients with chronic myeloid leukemia. Haematologica 2010;95:914-21. 36. Forrest DL, Trainor S, Brinkman RR, Barnett MJ, Hogge DE, Nevill TJ, et al. Cytogenetic and molecular responses to standard-dose imatinib in chronic myeloid leukemiaarecorrelatedwithSokalriskscores anddurationoftherapybutnottroughimati- nibplasmalevels.LeukRes2009;33:271-5. 37. Hasford J, Pfirrmann M, Hehlmann R, Baccarani M, Guilhot F, Mahon FX, et al. Prognosis and prognostic factors for patients withchronicmyeloidleukemia:nontransplant therapy. Semin Hematol 2003;40:4-12. 38. Lee JP, Birnstein E, Masiello D, Yang D, Yang AS. Gender and ethnic differences in chronic myelogenous leukemia prognosis and treatment response: a single-institu- tion retrospective study. J Hematol Oncol 2009;2:30. 39. Rajappa S, Varadpande L, Paul T, Jacob R, Digumarti R. Imatinib mesylate in early chronic phase chronic myeloid leukemia: Experience from a developing country. Leuk Lymphoma 2008;49:554-8. 40. Kantarjian H, Shah NP, Hochhaus A, Cortes J, Shah S, Ayala M, et al. Dasa- tinib versus imatinib in newly diagnosed chronic-phase chronic myeloid leukemia. N Engl J Med 2010;362:2260-70. 41. Kantarjian HM, Shah NP, Cortes JE, Baccarani M, Agarwal MB, Undurraga MS, et al. Dasatinib or imatinib in newly diagnosed chronic-phase chronic myeloid leukemia: 2- year follow-up from a rando- mized phase 3 trial (DASISION). Blood 2012;119:1123-9. 42. Saglio G, Kim DW, Issaragrisil S, le Coutre P, Etienne G, Lobo C, et al. Ni- lotinib versus imatinib for newly diagnosed chronic myeloid leukemia. N Engl J Med 2010 17;362:2251-9. 43. Kantarjian HM, Hochhaus A, Saglio G, De Souza C, Flinn IW, Stenke L, et al. Nilotinib versus imatinib for the treatment of patients with newly diagnosed chronic phase, Philadelphia chromosome-positive, chronic myeloid leukaemia: 24-month minimum follow-up of the phase 3 ran- domised ENESTnd trial. Lancet Oncol 2011;12:841-51. 44. Breccia M, Stefanizzi C, Cannella L, La- tagliata R, Frustaci AM, Carmosino I, et al. Differences in hematological and non- hematological toxicity during treatment with imatinib in patients with early and late chronic phase chronic myeloid leukemia. Leuk Lymphoma 2008;49:2328-32. 45. Scerni AC, Alvares LA, Beltrão AC, Bentes IR, Azevedo TC, Bentes AQ, et al. Influence of late treatment on how chronic myeloid leukemia responds to imatinib. Clinics (Sao Paulo) 2009;64:731-4.
  • 23. 23Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 46. Cortes JE, Talpaz M, Giles F, O'Brien S, Rios MB, Shan J, et al. Prognostic signi- ficance of cytogenetic clonal evolution in patients with chronic myelogenous leuke- mia on imatinib mesylate therapy. Blood 2003;101:3794-800. 47. Kantarjian HM, Cortes JE, O'Brien S, Luthra R, Giles F, Verstovsek S, et al. Long-term survival benefit and impro- ved complete cytogenetic and molecular response rates with imatinib mesylate in Philadelphia chromosome-positive chronic-phase chronic myeloid leukemia after failure of interferon-alpha. Blood 2004;104:1979-88. 48. Palandri F, Iacobucci I, Martinelli G, Ama- bile M, Poerio A, Testoni N, et al. Party on CML. Long-term outcome of complete cytogenetic responders after imatinib 400 mg in late chronic phase, philadelphia- positive chronic myeloid leukemia: the GIMEMA Working Party on CML. J Clin Oncol 2008;26:106-11. 49. Gambacorti-Passerini C, Antolini L, Mahon FX, Guilhot F, Deininger M, Fava C, et al. Multicenter independent assessment of outcomes in chronic myeloid leukemia patients treated with imatinib. J Natl Cancer Inst 2011;103:553-61. 50. Fava C, Kantarjian HM, Jabbour E, O'Brien S, Jain N, Rios MB, et al. Failure to achieve a complete hemato- logic response at the time of a major cytogenetic response with second- generation tyrosine kinase inhibitors is associated with a poor prognosis among patients with chronic myeloid leukemia in accelerated or blast phase. Blood 2009;113:5058-63. 51. Milojkovic D, Nicholson E, Apperley JF, Holyoake TL, Shepherd P, Drummond MW, et al. Early prediction of success or failure of treatment with second- generation tyrosine kinase inhibitors in patients with chronic myeloid leukemia. Haematologica 2010;95:224-31. 52. Marin D, Kaeda J, Szydlo R, Saunders S, Fleming A, Howard J, et al. Moni- toring patients in complete cytogenetic remission after treatment of CML in chronic phase with imatinib: patterns of residual leukaemia and prognostic factors for cytogenetic relapse. Leukemia 2005;19:507-12. 53. Furukawa T, Narita M, Koike T, Takai K, Nagai K, Kobayashi M, et al. Cli- nical value of assessing the response to imatinib monitored by interphase FISH and RQ-PCR for BCR-ABL in peripheral blood for long-term survival of chronic phase CML patients: results of the Niigata CML-multi-institutional co-operative clinical study. Int J Hematol 2011;93:336-43. 54. Cortes JE, Kantarjian HM, Goldberg SL, Powell BL, Giles FJ, Wetzler M, et al. High-dose imatinib in newly diag- nosed chronic-phase chronic myeloid leukemia: high rates of rapid cytogenetic and molecular responses. J Clin Oncol. 2009;27:4754-9.
  • 24. 24 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 55. Ross DM, Branford S, Moore S, Hughes TP. Limited clinical value of regular bone marrow cytogenetic analysis in imatinib- treated chronic phase CML patients monitored by RQ-PCR for BCR-ABL. Leukemia 2006;20:664-70. 56. Press RD, Galderisi C, Yang R, Rem- pfer C, Willis SG, Mauro MJ, et al. A half-log increase in BCR-ABL RNA predicts a higher risk of relapse in pa- tients with chronic myeloid leukemia with an imatinib-induced complete cytogenetic response. Clin Cancer Res 2007;13:6136-43 57. Lange T, Bumm T, Otto S, Al-Ali HK, Kovacs I, Krug D, et al. Quantitative reverse transcription polymerase chain reaction should not replace conventional cytogenetics for monitoring patients with chronic myeloid leukemia during early phase of imatinib therapy. Haematologica 2004;89:49-57. 58. Lima L, Bernal-Mizrachi L, Saxe D, Mann KP, Tighiouart M, Arellano M, et al. Peripheral blood monitoring of chronic myeloid leukemia during treatment with imatinib, second-line agents, and beyond. Cancer 2011;117:1245-52. 59. Marin D, Kaeda J, Szydlo R, Saunders S, Fleming A, Howard J, et al. Moni- toring patients in complete cytogenetic remission after treatment of CML in chronic phase with imatinib: patterns of residual leukaemia and prognostic factors for cytogenetic relapse. Leukemia 2005;19:507-12. 60. Kantarjian H, Pasquini R, Hamerschlak N, Rousselot P, Holowiecki J, Jootar S, et al. Dasatinib or high-dose imatinib for chro- nic-phase chronic myeloid leukemia after failure of first-line imatinib: a randomized phase 2 trial. Blood 2007;109:5143-50. 61. Kantarjian H, Pasquini R, Lévy V, Joo- tar S, Holowiecki J, Hamerschlak N, et al. Dasatinib or high-dose imatinib for chronic-phase chronic myeloid leukemia resistant to imatinib at a dose of 400 to 600 milligrams daily: two-year follow-up of a randomized phase 2 study (START-R). Cancer 2009;115:4136-47. 62. Shah NP, Kantarjian HM, Kim DW, Réa D, Dorlhiac-Llacer PE, Milone JH, et al. Intermittent target inhibition with dasa- tinib 100 mg once daily preserves efficacy and improves tolerability in imatinib- resistant and-intolerant chronic-phase chronic myeloid leukemia. J Clin Oncol 2008;26:3204-12. 63. ShahNP,KimDW,KantarjianH,Rousselot P,LlacerPE,EnricoA,etal.Potent,transient inhibition of BCR-ABL with dasatinib 100 mg daily achieves rapid and durable cytoge- netic responses and high transformation-free survivalratesinchronicphasechronicmyeloid leukemia patients with resistance, subop- timalresponse or intolerance to imatinib. Haematologica 2010;95:232-40. 64. Koren-Michowitz M, le Coutre P, Duyster J, Scheid C, Panayiotidis P, Prejzner W, et al. Activity and tolerability of nilotinib: a retrospective multicenter analysis of chronic myeloid leukemia patients who
  • 25. 25Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina are imatinib resistant or intolerant. Cancer 2010;116:4564-72. 65. Kantarjian HM, Giles F, Gattermann N, Bhalla K, Alimena G, Palandri F, et al. Nilo- tinib (formerlyAMN107), a highly selective BCR-ABLtyrosinekinaseinhibitor,iseffecti- ve inpatients with Philadelphia chromosome- positive chronic myelogenous leukemia inchronic phase following imatinib resistance and intolerance. Blood 2007;110:3540-6. 66. Kantarjian HM, Giles FJ, Bhalla KN, Pinilla-Ibarz J, Larson RA, Gattermann N, et al. Nilotinibis effective in patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase afterimatinib resistance or intole- rance: 24-month follow-up results. Blood 2011;117:1141-5. 67. Giles FJ, Abruzzese E, Rosti G, Kim DW, Bhatia R, Bosly A, et al. Nilotinib is active in chronic and accelerated phase chronic myeloid leukemiafollowing failure of imatiniband dasatinib therapy. Leukemia 2010;24:1299-301. 68. Khoury HJ, Cortes JE, Kantarjian HM, Gambacorti-Passerini C, Baccarani M, Kim DW, et al. Bosutinib is active in chronic phase chronic myeloid leukemia after ima- tinib anddasatinib and/or nilotinib therapy failure. Blood 2012;119:3403-12. 69. Noens L, van Lierde MA, De Bock R, Verhoef G, Zachée P, Berneman Z, et al. Prevalence, determinants, and outcomes of nonadherence to imatinib therapy in patients with chronic myeloid leukemia: the ADA- GIO study. Blood 2009;113:5401-11. 70. Marin D, Bazeos A, Mahon FX, Eliasson L, Milojkovic D, Bua M, et al. Adherence is the critical factor for achieving molecular responses in patients with chronic myeloid leukemia who achieve complete cytogene- tic responses on imatinib. J Clin Oncol 2010;28:2381-8. 71. Ibrahim AR, Eliasson L, Apperley JF, Milojkovic D, Bua M, Szydlo R, et al. Poor adherence is the main reason for loss of CCyR and imatinib failure for chronic myeloid leukemia patients on long-term therapy. Blood 2011;117:3733-6. 72. Ganesan P, Sagar TG, Dubashi B, Ra- jendranath R, Kannan K, Cyriac S, et al. Nonadherence to imatinib adversely affects event free survival in chronic phase chronic myeloid leukemia. Am J Hematol 2011;86:471-4. 73. Jabbour E, Kantarjian H, O'Brien S, Shan J, Garcia-Manero G, Wierda W, et al. Predictive factors for outcome and response in patients treated with second- generation tyrosine kinase inhibitors for chronic myeloid leukemia in chro- nic phase after imatinib failure. Blood 2011;117:1822-7. 74. Branford S, Rudzki Z, Walsh S, Parkinson I, Grigg A, Szer J, et al. Detection of BCR- ABL mutations in patients with CML treated with imatinib is virtually always accompanied by clinical resistance, and mutations in the ATP phosphate-binding loop (P-loop) are associated with a poor prognosis. Blood 2003;102:276-83.
  • 26. 26 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 75. Soverini S, Martinelli G, Rosti G, Bassi S, Amabile M, Poerio A, et al. ABL muta- tions in late chronic phase chronic myeloid leukemia patients with up-front cytogenetic resistance to imatinib are associated with a greater likelihood of progression to blast cri- sis and shorter survival: a study by the GI- MEMA Working Party on Chronic Myeloid Leukemia. J Clin Oncol 2005;23:4100-9. 76. Jabbour E, Kantarjian H, Jones D, Talpaz M, Bekele N, O'Brien S, et al. Frequency and clinical significance of BCR-ABL mutations in patients with chronic myeloid leukemia treated with imatinib mesylate. Leukemia 2006;20:1767-73. 77. Khorashad JS, de Lavallade H, Apperley JF, Milojkovic D, Reid AG, Bua M, et al. Finding of kinase domain mutations in patients with chronic phase chronic myeloid leukemia responding to imatinib may iden- tify those at high risk of disease progression. J Clin Oncol 2008;26:4806-13. 78. Jabbour E, Jones D, Kantarjian HM, O'Brien S, Tam C, Koller C, et al. Long- term outcome of patients with chronic myeloid leukemia treated with second- generation tyrosine kinase inhibitors after imatinib failure is predicted by the in vitro sensitivity of BCR-ABL kinase domain mutations. Blood 2009;114:2037-43. 79. Ono T, Miyawaki S, Kimura F, Kanamori H, Ohtake S, Kitamura K, et al. BCR- ABL1 mutations in patients with imatinib- resistant Philadelphia chromosome-positive leukemia by use of the PCR-Invader assay. Leuk Res 2011;35:598-603. 80. Meggyesi N, Kozma A, Halm G, Nahaje- vszky S, Bátai A, Fekete S, et al. Additio- nal chromosome abnormalities, BCR-ABL tyrosine kinase domain mutations and clinical outcome in Hungarian tyrosine kinase inhibitor-resistant chronic myelo- genous leukemia patients. Acta Haematol 2012;127:34-42. 81. Müller MC, Cortes JE, Kim DW, Druker BJ, Erben P, Pasquini R, et al. Dasatinib treatment of chronic-phase chronic mye- loid leukemia: analysis of responses accor- ding to preexisting BCR-ABL mutations. Blood 2009;114:4944-53. 82. O’Hare T, Eide CA, Deininger MWN. Bcr- Ablkinasedomainmutations,drugresistance, and the road to a cure for chronic myeloid leukemia. Blood 2007;110:2242-9. 83. Redaelli S, Piazza R, Rostagno R, Magis- troni V, Perini P, Marega M, et al. Acti- vity of bosutinib, dasatinib, and nilotinib against 18 imatinib-resistant BCR/ABL mutants. J Clin Oncol 2009;27:469-71. 84. Hughes T, Saglio G, Branford S, Soverini S, Kim DW, Müller MC, et al. Impact of baseline BCR-ABL mutations on respon- se to nilotinib in patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase. J Clin Oncol 2009;27:4204-10. 85. Branford S, Melo JV, Hughes TP. Selec- ting optimal second-line tyrosine kinase inhibitor therapy for chronic myeloid leukemia patients after imatinib failure: does the BCR-ABL mutation status really matter? Blood 2009;114:5426-35.
  • 27. 27Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 86. Parker WT, Lawrence RM, Ho M, Irwin DL, Scott HS, Hughes TP, et al. Sensitive detection of BCR-ABL1 mutations in pa- tients with chronic myeloid leukemia after imatinib resistance is predictive of outcome during subsequent therapy. J Clin Oncol 2011;29:4250-9. 87. Wang L, Pearson K, Pillitteri L, Fergu- son JE, Clark RE. Serial monitoring of BCR-ABL by peripheral blood real-time polymerase chain reaction predicts the marrow cytogenetic response to imatinib mesylate in chronic myeloid leukaemia. Br J Haematol 2002;118:771-7. 88. Hughes TP, Kaeda J, Branford S, Rudzki Z, Hochhaus A, Hensley ML, et al. Frequency of Major Molecular Responses to Imatinib or Interferon Alfa plus Cytarabine in Newly Diagnosed Chronic Myeloid Leukemia N Engl J Med 2003;349:1423-32. 89. Lange T, Bumm T, Otto S, Al-Ali HK, Kovacs I, Krug D, et al. Quantitative reverse transcription polymerase chain reaction should not replace conventional cytogenetics for monitoring patients with chronic myeloid leukemia during early phase of imatinib therapy. Haematologica 2004;89:49-57. 90. Branford S, Fletcher L, Cross NC, Mül- ler MC, Hochhaus A, Kim DW, et al. Desirable performance characteristics for BCR-ABL measurement on an internatio- nal reporting scale to allow consistent in- terpretation of individual patient response and comparison of response rates between clinical trials. Blood 2008;112:3330-8. 91. Picard S, Titier K, Etienne G, Teilhet E, Ducint D, Bernard MA, et al. Trou- gh imatinib plasma levels are associated with both cytogenetic and molecular responses to standard-dose imatinib in chronic myeloid leukemia. Blood 2007;109:3496-9. 92. Reinhold U, Hennig E, Leiblein S, Nie- derwieser D, Deininger MW. FISH for BCR-ABL on interphases of peripheral blood neutrophils but not of unselected white cells correlates with bone marrow cytogenetics in CML patients treated with imatinib. Leukemia 2003;17:1925-9. 93. Mascarenhas CC, Cunha AF, Miranda EC, Zulli R, Silveira RA, Costa FF, et al. New mutations detected by denatu- ring high performance liquid chromato- graphy during screening of exon 6 bcr- abl mutations in patients with chronic myeloid leukemia treated with tyrosine kinase inhibitors. Leuk Lymphoma 2009;50:1148-54. 94. Olavarria E, Ottmann OG, Deininger M, Clark RE, Bandini G, Byrne J, et al. Res- ponse to imatinib in patients who relapse after allogeneic stem cell transplantation for chronic myeloid leukemia. Leukemia 2003;17:1707-12. 95. Crawley C, Szydlo R, Lalancette M, Bacigalupo A, Lange A, Brune M, et al. Outcomes of reduced-intensity trans- plantation for chronic myeloid leukemia: an analysis of prognostic factors from the Chronic Leukemia Working Party of the EBMT. Blood 2005;106:2969-76.
  • 28. 28 Leucemia Mieloide Crônica Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 96. Lee SJ, Kukreja M, Wang T, Giralt SA, Szer J, Arora M, et al. Impact of prior imatinib mesylate on the outcome of hematopoietic cell transplantation for chronic myeloid leukemia. Blood 2008;112:3500-7. 97. Burke MJ, Trotz B, Luo X, Weisdorf DJ, Baker KS, Wagner JE, et al. Ima- tinib use either pre- or post-allogeneic hematopoietic cell transplantation (allo-HCT) does not increase cardiac toxicity in chronic myelogenous leuke- mia patients. Bone Marrow Transplant 2009;44:169-74. 98. Luo Y, Zhao Y, Tan Y, Shi J, Han X, Zheng Y, et al. Imatinib combined with myeloablative allogeneic hematopoietic stem cell transplantation for advanced phases of chronic myeloid leukemia. Leuk Res 2011;35:1307-11. 99. Jiang Q, Xu L, Liu D, Liu K, Chen S, Jiang B, et al. Imatinib mesyla- te versus allogeneic hematopoietic stem cell transplantation for patients with chronic myelogenous leuke- mia in the accelerated phase. Blood. 2011;117(11):3032-3040. 100. Boehm A, Walcherberger B, Sperr WR, Wöhrer S, Dieckmann K, Rosenmayr A, et al.Improvedoutcomeinpatientswithchronic myelogenousleukemiaafterallogeneichema- topoietic stem cell transplantation over the past 25 years: a single-center experience. Biol BloodMarrowTransplant2011;17:133-40. 101. Breccia M, Palandri F, Iori AP, Colaci E, Latagliata R, Castagnetti F, et al. Second- generation tyrosine kinase inhibitors before allogeneic stem cell transplanta- tion in patients with chronic myeloid leukemia resistant to imatinib. Leuk Res 2010;34:143-7. 102. Millot F, Baruchel A, Guilhot J, Petit A, Leblanc T, Bertrand Y, et al. Imatinib is effective in children with previously un- treated chronic myelogenous leukemia in early chronic phase: results of the French national phase IV trial. J Clin Oncol. 2011;29:2827-32. 103. Suttorp M, Claviez A, Bader P, Peters C, Gadner H, Ebell W, et al. Allogeneic stem cell transplantation for pediatric and adolescent patients with CML: results from the prospective trial CML-paed I. Klin Padiatr 2009;221:351-7.