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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AVANÇADA DO PETRÓLEO
JOÃO PESSOA – PB
2015
EVANICE MEDEIROS DE PAIVA - 11021377
FELIPE PIRES FELINTO - 11021628
HÉLIO NUNES DE SOUZA FILHO - 11021374
LARISSA BRANDAO FERREIRA - 10911719
RENATA RODRIGUES MAGALHÃES - 11021573
MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AVANÇADA DO PETRÓLEO
Trabalho apresentado ao Departamento de
Engenharia Química da Universidade Federal da
Paraíba, como parte das exigências para obtenção da
nota da disciplina Métodos de Recuperação de
Petróleo.
Orientador: Aldredo Curbelo.
JOÃO PESSOA – PB
2015
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................4
2. OBJETIVO...........................................................................................................................5
3. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PRIMÁRIA...............................................................5
3.1 INFLUXO DE ÁGUA........................................................................................................6
3.2 GÁS EM SOLUÇÃO.........................................................................................................7
3.3 EXPANSÃO EM CAPA DE GÁS ....................................................................................7
4. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO SECUNDÁRIA.........................................................8
4.1 PROJETOS DE INJEÇÃO.............................................................................................10
5. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO TERCIÁRIA...........................................................10
5.1 MÉTODOS TÉRMICOS ................................................................................................12
5.2 MÉTODOS MISCÍVEIS.................................................................................................13
5.3 MÉTODOS QUÍMICOS.................................................................................................15
5.3.1 INJEÇÃO DE POLÍMEROS ..........................................................................................15
5.3.2 INJEÇÃO DE TENSOATIVOS .....................................................................................15
5.3.3 INJEÇÃO DE SOLUÇÃO ALCALINA.........................................................................16
5.4 OUTROS MÉTODOS......................................................................................................16
5.4.1 MÉTODO ELETROMAGNÉTICO ...............................................................................16
5.4.2 MÉTODO MICROBIOLÓGICO....................................................................................17
6. ESTUDO DE CASO ..........................................................................................................18
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................23
REFERÊNCIA......................................................................................................................234
1. INTRODUÇÃO
O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos originado da decomposição de matéria
orgânica. O acúmulo dessa matéria no fundo dos oceanos, mares e lagos passam por
alterações físico-químicas ao longo de milhares de anos e transforma-se na substância oleosa
denominada petróleo. Os reservatórios dessa substância são encontrados em bacias
sedimentares específicas, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou
calcários.
Nas regiões sedimentares o petróleo surge em rochas impermeáveis, permitindo o
acúmulo em quantidades maiores nos poros das rochas e assim constituindo as jazidas. O
estudo das camadas do solo, da constituição das rochas e a quantidade de fluído que pode ser
extraído de uma jazida de petróleo desempenha um papel fundamental na implantação de um
projeto exploratório. Algumas vezes, o petróleo pode aparecer em pequenas quantidades na
superfície (CURBELO, 2002).
Desde o início das atividades da indústria de petróleo e gás foi verificado que o
volume recuperável de óleo de uma jazida sofre alterações ao longo da vida produtiva dos
reservatórios. Os poços que retém uma grande quantidade de hidrocarbonetos, após a
exaustão de sua energia natural, são fortes candidatos ao emprego de uma série de processos
que visam à obtenção do óleo através de uma recuperação adicional.
A produção de um poço de petróleo é composta por etapas que cronologicamente são
chamadas de recuperação primária, recuperação secundária, recuperação terciária, etc. A
recuperação primária é a produção resultante da atuação da energia natural do reservatório.
Com a necessidade do aumento da produção de óleo e devido à rápida queda de
pressão do reservatório, surge a necessidade de utilizar métodos capazes de suplementar a
energia primária por meio de métodos artificiais, conhecidos como métodos de recuperação
secundária ou Métodos Convencionais de Operação. Este método se dar através da injeção de
água ou gás no reservatório que se baseia em mecanismos puramente mecânicos, e tem como
objetivo fornecer pressões necessárias para deslocar o óleo para fora da rocha reservatório e
ocupar o espaço deixado pelo fluido produzido (BORGES, 2009).
Para processos mais complexos e cujas tecnologias ainda não estão satisfatoriamente
desenvolvidas utiliza-se Métodos Especiais de Recuperação. Os campos que são selecionados
para produzirem por meio de métodos especiais de recuperação são estudados arduamente por
uma série de técnicos que gerenciam a produção do reservatório. Basicamente para o
reconhecimento de campos que podem produzir com este tipo de recuperação é necessário:
familiaridade completa com cada campo de óleo em uma determinada área; compreensão dos
métodos especiais de recuperação (ROSA, 2006).
Portanto, os métodos de recuperação são aplicados mesmo havendo condições de
produção com recuperação primária, ou seja, antes que ocorra o declínio total da produção
inicia-se a injeção de fluídos no reservatório e se necessário Métodos especiais de
recuperação. A escolha do método depende de fatores como as características do reservatório,
natureza do óleo, quantidade de óleo “in place”, evolução do campo de acordo com a
produção passada.
2. OBJETIVO
O trabalho tem como objetivo abordar as potencialidades, características e evolução das
tecnologias no que se refere aos métodos de recuperação avançada de petróleo.
3. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PRIMÁRIA
A denominação de recuperação primária está relacionada aos reservatórios que
utilizam da energia natural disponível para produzir o petróleo para a superfície, por esse
motivo esse termo atualmente está sendo substituído por mecanismos de produção petróleo.
Desses mecanismos três são os principais: Influxo de Água, conhecido também como
Aquífero Natural Ativo (Figura 1); Gás em Solução; Expansão em Capa de gás (Figura 2). Os
dois últimos são mecanismos exclusivamente de reservatório de óleo, enquanto o mecanismo
de influxo de água pode ocorrer também em um reservatório de gás. Em geral a pressão do
fundo do poço é inferior à pressão do reservatório, com isso ocorre a despressurizarão e o
fluido se propaga no reservatório, é essa queda de pressão que determina o mecanismo natural
de produção. A quantidade de óleo a ser recuperada depende do mecanismo predominante, o
fator de recuperação médio global está estimado em 15%, denominado como “óleo fácil”. A
produção adicional a este valor vai depender da utilização de tecnologias adequadas,
viabilidade econômica e estratégias de gerenciamento do reservatório. A maioria do óleo é
recuperado através de métodos secundários e terciários, respectivamente conhecidos como
métodos convencionais de recuperação de petróleo e métodos de recuperação
avançada/especial.
3.1 INFLUXO DE ÁGUA
Um reservatório com influxo de água tem uma conexão hidráulica entre o reservatório
e a rocha saturada com água que é chamada de aquífero. O aquífero, mostrado na Figura 1,
está localizado na extremidade do campo. A água contida no aquífero está pressurizada.
Quando a pressão do reservatório é reduzida pela produção de óleo, a água se expande e cria
uma injeção de água natural no limite reservatório – aquífero. Deste modo, o efeito na
produção de óleo é potencializado, já que a pressão do reservatório cai lentamente.
Figura 1 - Influxo de água
Fonte: CURBELO
A compressão do aquífero também fornece energia ao reservatório. Se o aquífero é
grande e com energia suficiente, a injeção de água pode ser governada pela taxa de fluido
retirado. Então a produção de óleo precisa ser controlada para minimizar a formação de
caminhos preferenciais da água no seu percurso em direção ao poço, pois estes caminhos,
uma vez formados, dificilmente podem ser dissipados.
Alguns reservatórios de influxo de água são conectados a aquíferos que possuem
quantidade de energia limitada. A extensão do aquífero e a capacidade dele fornecer energia
ao reservatório são muito bem conhecidas durante o período de Recuperação Primária, a
menos que exista uma informação geológica extensiva obtida durante a etapa de perfuração
do poço. Geralmente, a pressão do reservatório é monitorada pela retirada do fluido, ou seja, a
capacidade de injeção de água é medida pela taxa de produção de óleo.
Agora, quando o aquífero não pode fornecer energia suficiente ao reservatório, de
modo que, a pressão não possa ser mantida durante a produção de óleo, o recurso de injeção
de água na extremidade do reservatório pode ser utilizado. Os reservatórios com aquíferos
grandes são, raramente, candidatos à injeção de água (THOMAS, 2001; WILLHITE, 1986).
3.2 GÁS EM SOLUÇÃO
O óleo cru, quando está à alta pressão, pode conter grandes quantidades de gás
dissolvido. À medida que os fluidos são retirados a pressão do reservatório vai decaindo
fazendo com que o gás saia da solução e desloque o óleo do reservatório para os poços de
produção. A eficiência desse tipo de reservatório depende da quantidade de gás presente na
solução, das propriedades do óleo e da rocha e da estrutura geológica do reservatório.
Neste tipo de reservatório, as recuperações são baixas. A causa das baixas
recuperações está no fato de que o gás é mais móvel do que o óleo no reservatório. Quando a
pressão do reservatório cai, o gás flui mais rápido que o óleo. Levando a uma depleção
(esgotamento) rápida da energia do reservatório, que é verificada pelo aumento das razões
gás/óleo (RGO) no campo (WILLHITE, 1986).
3.3 EXPANSÃO EM CAPA DE GÁS
Os reservatórios com uma grande capa de gás, como mostra a Figura 2, possuem uma
grande quantidade de energia que está armazenada sob a forma de gás comprimido. A capa de
gás se expande quando os fluidos são retirados do reservatório, e o óleo é deslocado pela
pressão que o gás exerce, ajudado também pela drenagem gravitacional (gravidade).
A expansão da capa de gás é limitada pelo nível da pressão desejada no reservatório e
pela produção de gás nos poços de produção. Os reservatórios com grandes capas de gás,
geralmente, não são considerados bom candidatos à injeção de água. Com isto, a pressão tem
sido mantida, em alguns reservatórios, pela injeção de gás na capa de gás.
Figura 2 - Expansão de Capa de Gás
Fonte: CURBELO
4. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO SECUNDÁRIA
Para que haja o transporte do óleo para a superfície do poço é necessária uma pressão
subterrânea capaz de realizar tal tarefa, ao longo do tempo essa pressão natural existente passa
a ser insuficiente para forçar o óleo à superfície, fazendo-se necessária a aplicação de um
mecanismo que supra essa necessidade.
Baseadas na ideia de que as baixas recuperações eram resultados de baixas pressões
nos reservatórios, as primeiras experiências buscavam fornecer pressão ao reservatório por
meio da injeção de um fluido cuja finalidade era deslocar o fluido residente no meio poroso e
ocupar o espaço deixado por este. Como nem sempre o aspecto mais crítico do fluxo dos
fluidos nos meios porosos é a baixa pressão, a simples injeção de fluidos para deslocar outros
fluidos nem sempre resultava em sucesso. Como resultado da observação e da análise dos
comportamentos dos meios porosos quando sujeitos a injeção de fluidos, surgiram os diversos
processos que se conhecem atualmente. (CURBELO, 2006)
Visando o aumento da produção de óleo e a fim de evitar a queda de pressão do
reservatório, que acontece de forma rápida, foi notada a necessidade de utilizar métodos que
fossem capazes de suprir esta energia primária, assim passou-se a utilizar os métodos de
recuperação secundária, que nada mais são do que métodos artificiais que cumprem a função
de aumentar a pressão e facilitar a extração do óleo. Ele consiste na injeção de fluidos no
reservatório que é baseada em mecanismos puramente mecânicos, tendo como objetivo
fornecer pressões necessárias para deslocar o óleo para fora da rocha reservatório e ocupar o
espaço deixado pelo fluido produzido. Porém, ainda assim uma parcela do óleo continua
permanece retida, que nomeada de “oil in-place” (OIP). Existem dois métodos comumente
usados e que são economicamente mais viáveis que é a injeção de água (forçando o óleo a
fluir para os poços de produção) e a re-injeção de gás de produção. A água de injeção pode ter
quatro origens diferentes, água subterrânea, água de superfície, água do mar e água produzida,
isto é, a água que vem associada à produção de petróleo. Atualmente com a realização de
vários estudos foi comprovado ser benéfico ao processo à implantação dos métodos de
recuperação secundários antes mesmo do término da recuperação primária, diferentemente de
décadas atrás quando esses processos só eram implantados quando a produção passava a ser
antieconômica.
Uma curva típica do padrão de recuperação de óleo através da injeção de água no
reservatório é representada na Figura 3 e relaciona o volume de óleo recuperado pelo volume
de água injetado.
Figura 3 - Curva do Volume do óleo deslocado do reservatório x volume de água injetado no reservatório.
Fonte: SAMPAIO
De acordo com a Figura 3 observam-se dois comportamentos da curva, o primeiro é o
trecho linear que pode ser interpretado como o treco onde o volume de água injetado
consegue deslocar o mesmo volume de óleo do reservatório. No ponto de transição da curva
de comportamento linear para não-linear temos o breakthrough, que é o ponto onde há o
inicio da produção de água. A partir do breakthrough,a curva apresenta um comportamento
não linear onde o volume de água injetado não é igual ao volume de óleo produzido, ficando
assim uma parcela retida no reservatório e, certa quantidade de água começa a ser produzida
junto com o óleo.
4.1 PROJETOS DE INJEÇÃO
Antes do processo de recuperação de Petróleo ser implantado no poço se faz
necessário projetar como se dará a injeção do fluído, uma vez que há inúmeras maneiras
possíveis disso acontecer. Os projetos de injeção são feitos com base na viabilidade técnica e
econômica, a etapa que requer mais atenção é a distribuição dos poços de recuperação e
injeção no campo, outros aspectos como as características físicas do meio poroso e do fluído
também são importantes.
Para cada reservatório é necessário que seja feito um projeto exclusivo onde serão
utilizadas as características físicas daquele reservatório e serão supridas as necessidades
específicas do mesmo. Mas algumas considerações podem ser feitas de um modo geral
levando em conta características básicas do reservatório outras já devem ser analisadas em
específico como, pressões e vazões de injeção, estimativas das vazões de produção e volumes
de fluidos a serem injetados e produzidos.
Alguns critérios devem ser seguidos para obtenção de um bom projeto, sendo alguns
deles:
 Utilizar o menor volume de fluído, para maior produção possível e em espaço
de tempo economicamente viável.
 Perfurar a menor quantidade de poços possíveis.
5. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO TERCIÁRIA
Nas últimas décadas, os métodos terciários passaram a ser denominados como
métodos especiais de recuperação ou métodos de recuperação avançada, traduzido para a
língua inglesa, Enhanced Oil Recovery (EOR). Alguns atores da atualidade preferem usar o
termo, Improved Oil Recovery (IOR) que engloba tanto os métodos especiais como também
os não convencionais, todos aplicados em razão da melhoria na eficiência da produção de
petróleo (BORGES, 2009).
À medida que o poço de petróleo atinge uma determinada vida produtiva torna-se
necessária a aplicação de métodos especiais de recuperação, com o objetivo de manter ou
acelerar a produção do reservatório. Este método envolve todos os processos mais complexos
e cujas tecnologias ainda não estão satisfatoriamente desenvolvidas. Em geral, é empregado
para atuar onde a recuperação secundária falhou ou falharia se viesse a ser aplicada
(THOMAS, 2004).
Como mostrado no tópico anterior, o método convencional é aplicado baseado na idéia
de que baixas recuperações é resultado de baixas pressões nos reservatórios, e a pressão
necessária é fornecida por meio da injeção de fluidos. Nem sempre o aspecto mais importante
é a baixa pressão e por tanto, a simples injeção de fluidos não resulta em sucesso
(CURBELO, 2006). Isso ocorre devido. a elevada viscosidade do óleo do reservatório e as
altas tensões interfaciais entre o fluido injetado e o óleo. No primeiro caso, o óleo presente no
reservatório não consegue ser deslocado por fluidos de baixa viscosidade, porque o mesmo
flui pelo interior das rochas mais facilmente, procurando caminhos alternativos, não
executando com eficiência sua função. Já no segundo caso, de altas tensões interfaciais, a
capacidade do fluido injetado de deslocar o óleo presente nos poros do reservatório é reduzida
drasticamente, deixando elevadas saturações residuais de óleo nas regiões já expostas ao
fluido injetado (THOMAS, 2004).
Os métodos de recuperação avançada são distribuídos em três categorias: Métodos
Térmicos, Métodos Miscíveis e Métodos Químicos. Existem alguns processos que não se
enquadram em nenhuma das categorias apresentadas, esses processos estão inclusos em
Outros Métodos, como pode ser observado na Figura 4.
Figura 4 - Classificação do método Improved Oil Recovery (IOR).
Fonte: UNISANTA, 2015
5.1 MÉTODOS TÉRMICOS
A dificuldade de deslocamento no interior dos poros das rochas, pelo óleo é devido a
alta viscosidade do mesmo. Em contrapartida, os fluido injetados nos métodos de recuperação
secundária, como é o caso da água e do gás, possui uma mobilidade bem maior, devido a sua
baixa viscosidade o que, consequentemente, resulta em uma ineficiência do varrido e baixa
recuperação (CURBELO, 2006).
O mecanismo de recuperação térmica foi um dos primeiros métodos a ser
desenvolvido para viabilizar a produção de petróleo extremamente viscosos. Seu processo
baseia-se no fato de que, o calor transferido ao reservatório aquece o óleo diminuindo sua
viscosidade e por sua vez, facilita o seu deslocamento para o poço produtor (THOMAS,
2004). A Lei de Darcy, demonstra analiticamente esse princípio, onde o fluxo de fluidos no
reservatório é inversamente proporcional à viscosidade, como mostrado na Equação 1. Vale
salientar que o método também contribui para manter a pressão do reservatório, pois o óleo ao
se aquecer, se expande, servindo de energia para expulsar os fluidos do reservatório (
BORGES, 2009).
(Equação: 1 )
𝑞 =
𝐾𝐴∆𝑃
𝜇𝐿
O desenvolvimento inicial desse método térmico buscava a redução da viscosidade do
óleo através do seu aquecimento para aumentar a recuperação do petróleo. Existem duas
principais categorias de métodos térmicos: Injeção de Fluidos Aquecidos e Combustão in situ.
Os métodos diferem na maneira como é feito o aquecimento do fluido do reservatório.
No primeiro caso, o calor é gerado na superfície e em seguida transportado para o
interior da formação, utilizando-se um fluido aquecido como meio para esse transporte. Nesse
caso de fluidos aquecidos utilizar a água (resultando em uma Injeção de Água Quente) ou
Vapor (resultando em uma Injeção de Vapor). Já a combustão in situ, inicia-se por meio de
uma injeção de ar aquecido, um processo de oxidação do óleo que vai gerando calor, que por
sua vez intensifica a oxidação num processo crescente até se chegar a uma temperatura
chamada “ponto de ignição”, a partir do qual está estabelecida a combustão. O calor gerado
diminui a viscosidade do óleo, que resulta no aumento do fator de recuperação (CURBELO,
2006).
Cabe destacar a eficiência do método, no entanto, é necessário altos investimentos,
principalmente quando comparados a métodos secundários de recuperação.
5.2 MÉTODOS MISCÍVEIS
Esse método é aplicado em processos que se deseja reduzir substancialmente, ou
mesmo eliminar, as tensões interfaciais. As baixas eficiências de deslocamento podem ocorrer
devido ao fluido injetado não conseguir retirar o óleo para fora dos poros da rocha, graças às
altas tensões interfaciais. Essas tensões podem ser explicadas pelas forças capilares e
interfaciais geradas entre os fluidos, já que estes não se misturam (BORGES, 2009). Nesse
caso, os métodos miscíveis são os indicados, já que se busca injetar fluidos miscíveis com o
óleo do reservatório.
Quando dois fluidos são imiscíveis, ou seja, não se misturam, os mesmos estabelecem
uma interface submetida a tensões interfaciais. Estas tensões de natureza físico-química atuam
também nas relações rocha e fluido, podendo ser mais ou menos intensas, dependendo da
natureza dos fluidos e da rocha (THOMAS, 2004). A miscibilidade dos fluidos é a
propriedade que permite que dois ou mais fluidos se misturem e formem um sistema
homogêneo composto por uma única fase. Caso o fluido injetado e o óleo sejam miscíveis,
não existirá essas tensões interfaciais.
Os métodos miscíveis consistem na injeção de fluidos que podem se tornar miscíveis,
desenvolvendo-a sob determinadas pressões, dependendo da composição do óleo do
reservatório e sua temperatura (BORGES, 2009) ou que já apresentem essa propriedade, de tal
modo que não permita a existência de tais tensões. Dessa maneira, o óleo será totalmente
deslocado para fora da área que for contatada pelo fluido injetado. Os fluidos que podem ser
empregados para deslocamento miscível são, preferencialmente, o dióxido de carbono, o gás
natural e o nitrogênio.
Para o caso da injeção do dióxido de carbono (Figura 5), a miscibilidade não é
instantânea com o óleo. Essa propriedade só é observada na zona, conhecida como, zona de
miscibilidade que por sua vez, depende de diferentes fatores, como: viscosidade do óleo,
profundidade, temperatura, permeabilidade e densidade de CO2. Uma de suas vantagens está
em reduzir a viscosidade do óleo, juntamente com a sua maior mobilidade em CO2, além
também de, consequente, diminuir as forças capilares. Chegando a tingir um fator de
recuperação de 40 a 45%. No entanto, algumas desvantagens da utilização desse método é
observada, como a de ser fonte de liberação de gás carbônico para atmosfera, a dificuldade na
separação do CO2 do óleo e elevada corrosão dos equipamentos (CEPAC, 2008).
Figura 5 - Injeção de dióxido de carbono empregado para o deslocamento miscível do óleo.
Fonte: PUCRS, 2008
5.3 MÉTODOS QUÍMICOS
Tem como objetivo gerar propriedades ou condições interfaciais que são mais
favoráveis para o deslocamento do óleo, os métodos químicos se caracterizam pela utilização
de produtos químicos à água, o que, promove uma certa interação química entre o fluido
injetado e os fluidos do reservatório. Em geral, esses métodos são aplicados para óleos com
viscosidade moderada, não sendo aconselhado para óleos com elevada densidade, que por sua
vez, apresentem pouca ou nenhuma mobilidade (BORGES, 2009).
Os tipos mais comuns de métodos químicos são: injeção de polímeros, injeção de
solução de tensoativos, injeção de microemulsão, injeção de solução alcalina, etc.
5.3.1 INJEÇÃO DE POLÍMEROS
Quando se adiciona polímeros à água de injeção, ocorre a transformação da mesma em
um fluido que se desloca no meio poroso com a mesma mobilidade que o óleo. Por esse
motivo, a injeção de polímeros, é indicada quando o óleo do reservatório tem viscosidade
elevada. A semelhança gerada pelos polímeros, permite que o fluido injetado em vez de
escolher caminhos preferenciais e se dirigir rapidamente para os poços de produção, se
difunde mais no meio poroso, aumentando as eficiências de varrido (THOMAS, 2004).
A injeção de polímeros é um dos poucos métodos químicos, possíveis tecnicamente e
economicamente, além de ser, dentre os métodos de recuperação terciária, um dos poucos que
podem ser aplicados a reservatórios “off-shore”. Ele também tem como objetivo reduzir a
quantidade de água injetada e, consequentemente, o maior efluente da exploração de
reservatórios, a água produzida (BORGES, 2009).
5.3.2 INJEÇÃO DE TENSOATIVOS
O tensoativo, também chamado de surfactante, tem a finalidade de reduzir as tensões
interfaciais entre a água e o óleo. Os surfactantes utilizados são responsáveis por alterar as
propriedades superficiais ou interfaciais entre os fluidos, através de suas moléculas
ambifílicas, ou seja, que possuem uma dupla atratividade, onde uma extremidade da molécula
é atraída pela água (hidrofílica) e a outra, é atraída pelo óleo, permitindo solubilizar óleo e
água. Desta forma, é possível afirmar que ao se adicionar uma substância tensoativa à água de
injeção, na verdade está se fazendo um deslocamento miscível com água.
Em geral, os métodos miscíveis são pobres em relação a eficiência de varrido. Isto
ocorre devido as baixas viscosidades das soluções de tensoativos em relação a do óleo,
deixando a maior parte do reservatório sem ser varrida. A injeção de microemulsão é uma
tentativa de se obter um deslocamento miscível com boas eficiências de varrido. É uma
mistura com a qual se tem a preocupação com a miscibilidade e com o controle da
viscosidade (THOMAS, 2009).
5.3.3 INJEÇÃO DE SOLUÇÃO ALCALINA
Quando se utiliza a injeção de fluidos alcalinos nos reservatórios, ou seja, quando a
substância alcalina é adiciona à água, em geral soda cáustica, tem a finalidade de reagir com
certos ácidos orgânicos presentes em alguns óleos, produzindo dentro do próprio reservatório
certa quantidade de substância tensoativa. Este surfactante, assim formado, vai gerar uma
série de efeitos dentro do reservatório, os quais causam um maior ganho na produção de óleo.
5.4 OUTROS MÉTODOS
Existem outros métodos que têm sido pesquisados e que por sua vez, não se encaixam
em nenhuma das categorias acima, como é o caso da recuperação microbiológica e da
recuperação utilizando ondas eletromagnéticas.
5.4.1 MÉTODO ELETROMAGNÉTICO
A recuperação através de ondas eletromagnéticas é um processo de aquecimento do
reservatório por meio de ondas eletromagnéticas, campos elétricos, ocasionadas pela
aplicação de uma diferença de potencial entre os poços do campo (CURBELO, 2006).
O aquecimento eletromagnético consiste na transformação da energia elétrica em
térmica por meio da interação direta entre o campo eletromagnético e as partículas
eletricamente sensíveis do meio que podem ser íons ou moléculas dipolares dos fluidos. O
aquecimento pode acontecer por rotação, convecção ou condução (MANICHAND, 2002).
No primeiro caso, por rotação, o aquecimento é gerado por uma corrente de rotação
graças à interação entre o campo eletromagnético de excitação e as partículas eletricamente
sensíveis às variações sofridas pelo campo. Este fenômeno é extremamente complexo, mas
pode ser resumido da seguinte maneira: as partículas eletricamente sensíveis encontram-se de
forma desordenada no meio quando o campo elétrico é nulo, mas uma vez submetidas a um
campo elétrico, as moléculas dipolares e os íons tendem a se orientar de acordo com a direção
do campo. À medida que a frequência do campo aplicado aumenta, cresce a agitação
molecular e, consequentemente, maior é a transformação da energia eletromagnética em
térmica por fricção intermolecular. Neste caso o aquecimento é instantâneo, independente das
características térmicas do meio e dependente da freqüência utilizada, da intensidade do
campo elétrico de excitação e da permissividade complexa do meio.
No caso do aquecimento por condução, esse é baseado no efeito Joule, ou seja, ele é
produzido pela passagem de uma corrente de condução que independe da frequência do
campo elétrico. O efeito Joule relaciona-se diretamente com as partículas do meio em
desequilíbrio elétrico. Neste caso, o meio a aquecer deve apresentar condutividade elétrica
que satisfaça às condições mínimas de aplicação do método, para isso é necessário, moléculas
polares e íons, característicos de água e água salina, respectivamente. Para o caso de
aquecimento eletromagnético a baixa frequência deve-se manter, durante o processo, níveis de
tensão e/ou de potência suficientes para manter o fluxo de corrente de condução.
Já no caso do aquecimento por convecção, que por sua vez, é ocasionado por uma
corrente de deslocamento que é responsável pela propagação da onda eletromagnética no
meio dissipativo. Portanto, ela é importante na penetração do campo elétrico e, em
consequência, do campo térmico. Esta penetração é função, entre outras, da frequência da
onda e da constante dielétrica do meio (MANICHAND, 2002).
5.4.2 MÉTODO MICROBIOLÓGICO
Já a recuperação microbiológica é obtida a partir do emprego de diferentes micro-
organismos que, quando adequadamente estabelecido e através dos seus processos biológicos
no interior do reservatório, produzem uma série de substâncias que causam os mais diversos
resultados e que podem melhorar a recuperação de petróleo (THOMAS, 2004).
Com relação aos efeitos biológicos, as bactérias em contato com o meio aquoso cheio
de nutrientes, realizam reações metabólicas que incluem a quebra das cadeias mais longas dos
hidrocarbonetos, produzindo um óleo mais leve, equivalendo-se a um craqueamento biológico
do petróleo. Duplamente importante, pois além de aumentar a recuperação do óleo pesado,
este ainda se tornaria mais tecnicamente atraente (BORGES, 2009).
Dentre as vantagens, desse método, pode-se destacar sua atratividade econômica por
necessitar de mínimas alterações nas facilidades de produção e nas facilidades de operação.
Pode ser aplicado para uma larga escala de óleos. Além de que, a atividade microbiológica
pode ser facilmente suspenso ao cessar a injeção de nutrientes. Já as desvantagens, pode-se
destacar algumas limitações a reservatórios de elevadas temperaturas (T >72°C) e salinidades
(teor sal >10%), que apresentam dificuldades no controle do perfil do desempenho
microbiológico, como taxas de reação, concentrações requeridas do produto, estequiometria,
falta de critérios para aplicação, necessidade de aperfeiçoamento do método através de testes
laboratoriais e simulações para prever o mecanismo da recuperação do óleo (BORGES,
2009).
6. ESTUDO DE CASO
Este tópico tem como finalidade descrever um estudo de caso realizado por
Manichand, R. N.; Mata, W, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento
de Engenharia Química e Engenharia Elétrica, respectivamente com o título Recuperação
avançada de petróleo através do aquecimento eletromagnético associado com a injeção de
água: estudo de casos.
O estudo inicia-se com um breve resumo dos métodos térmicos utilizados na
recuperação avançada de petróleo, por conta sua grande aplicabilidade em reservatórios de
óleos pesados, ou seja, de alta viscosidade. Esses métodos têm por finalidade fornecer calor
ao óleo de modo a reduzir as forças viscosas, seja por injeção de um fluido quente como
vapor ou ar aquecido, ou pela ação de ondas eletromagnéticas sobre os fluidos da formação.
Atualmente o método de injeção de vapor, é o mais utilizado, porém, as restrições a
sua aplicabilidade tornaram necessário o desenvolvimento de métodos alternativos a serem
aplicados quando a injeção de vapor já não fornece o retorno esperado. O aquecimento
eletromagnético, que transforma energia elétrica em térmica (ABERNATHY, 1976;
PIZARRO, TREVISAN, 1990; DAMATA, 1993), vem se apresentando como uma alternativa
competitiva.
O método de aquecimento eletromagnético é baseado na transformação de energia
elétrica em térmica através da interação direta entre o campo eletromagnético de excitação e
as partículas eletricamente sensíveis do meio. O escoamento é considerado trifásico (óleo, gás
e água) e o modelo físico aplicado a um reservatório é baseada nos princípios de conservação
de massa, energia e movimento em meios porosos, aplicados para as fases fluidas e sólidas.
Em seguida ele explica os materiais e métodos utilizados para avaliar o desempenho
do aquecimento eletromagnético na recuperação de reservatórios de petróleo. Foram
considerados os dois casos estudados: Campo 01 e campo 02. O campo 01 possui óleo de alta
viscosidade e o Campo 02 com óleo de viscosidade intermediária.
Com os dados de caracterização dos reservatórios (porosidade, permeabilidade,
saturação, entre outros) os casos foram simulados utilizando o simulador comercial STARS
da CMG (Computer Modeling Group). A malha computacional de poços do piloto em Campo
01 (Figura 6) é composta por um poço produtor central, quatro poços de injeção de corrente e
dois poços de injeção de água. A partir dos resultados do aquecimento eletromagnético
associado à injeção de água obtidos no Campo 01, optou-se por um novo piloto em uma área
que tem um baixo fator de recuperação, porém, com poços de alta produtividade (Campo 02).
A malha de poços desse piloto é mostrada na Figura 7. Trata-se de nove poços
produtores de óleo, sendo quatro de injeção de corrente e cinco de retorno, e quatro poços
injetores de água. Com esse piloto visa-se avaliar melhor como tornar o aquecimento
eletromagnético economicamente viável mediante a injeção associada de água. As duas
figuras abaixo demonstram os tipos de poço em cada campo.
Figura 6 - Malha de poços do piloto no Campo 01. Figura 7 - Malha de poços no Campo 02.
Os parâmetros de controle, na aplicação do aquecimento eletromagnético e a injeção
associada de água no campo real, são as variáveis estudadas durante as diversas simulações a
fim de avaliar o seu efeito sobre a produção de óleo e água, a saber: Temperatura no fundo do
poço (Tf), Potência aplicada por poço (Pot), e Vazão de água injetada (Qinj).
As Tabelas abaixo demonstram mostram, os níveis dos parâmetros de controle do
Campo 01 e Campo 02.
Tabela 1- Casos estudados no Campo 01.
Tabela 2 - Casos estudados no Campo 02.
Com as simulações realizadas foram gerados dados de produção diária e acumulada de
óleo (Qo e Np, respectivamente) e de água (Qw e Wp, respectivamente) nos casos de produção
primária, produção com o aquecimento eletromagnético, produção com a injeção de água, e
produção com o aquecimento eletromagnético associado à injeção de água.
Como resultados e discussões, analisaram os dados obtidos dos campos, 01 e 02. No
campo 01 é apresentado dois gráficos: o de produção diária e acumulada de óleo (Qo e Np,
respectivamente) (Figuras 8 e 9) com os respectivos níveis de temperatura, potência e vazão
de injeção de água simulados.
Figura 8 - Produção diária de óleo para Campo 01. Figura 9 - Produção acumulada de óleo para Campo 01.
Analisando os gráficos evidenciou a influência do aquecimento eletromagnético o
deslocamento das curvas de produção de óleo (Qo) e de produção acumulada (Np) em relação
ao caso de produções primárias (curvas em preto). De forma qualitativa, os ganhos são
bastante significativos. A influência da injeção de água ficou evidenciada pela antecipação da
produção (deslocamento das curvas para a esquerda em relação ao caso com aquecimento
apenas, sem injeção).
A seguir a Tabela 3 mostra os resultados das frações recuperadas e produção
acumulada de óleo e de água, e o valor presente líquido (VPL) para os casos estudados do
Campo 01. Para o cálculo do valor presente líquido no fim do período de observação foram
mantidos os valores reais de receita e custos.
Tabela 3 - Resultados de fr, Np, Wp e VPL para todos os casos estudados de Campo 01
Observa-se que, de uma forma geral, em todos os casos estudados ocorreu um
aumento da fração recuperada. Os autores analisaram os resultados obtidos no caso do projeto
de Campo 01, e observaram o efeito do aquecimento eletromagnético na recuperação
suplementar de petróleo foi mais acentuado do que o efeito da injeção de água isoladamente.
Isso pode ser explicado pelo fato que o óleo do campo de Campo 01 ser um óleo bastante
viscoso e, consequentemente, a variação de temperatura sofrida pelo óleo tem como efeito
uma redução substancial na sua viscosidade. Este fenômeno é tanto mais importante quanto
maior for à viscosidade do óleo.
No campo 02 pode-se observar o projeto de aquecimento eletromagnético, no qual a
zona estudada apresenta uma viscosidade de aproximadamente 30cp, os casos estudados e os
resultados da simulação mostram a produção diária e acumulada de óleo (Figuras 10 e 11)
para os respectivos níveis de temperatura, potência elétrica injetada por poço e vazão de água
injetada por poço.
Figura 10 - Produção diária de óleo para Campo 02. Figura 11 - Produção acumulada de óleo para Campo 02.
Os autores analisaram os gráficos e chegaram a conclusão que na Figura 5 que o
aquecimento eletromagnético foi iniciado após 640 dias, evidenciou-se pelo primeiro pico nas
curvas de produção diária de óleo. Após 850 dias foi iniciada a injeção de água, evidenciada
pelo segundo pico nas curvas de produção diária de óleo. A influência do aquecimento
eletromagnético ficou evidenciada pelo deslocamento das curvas de produção de óleo (Qo) e
de produção acumulada (Np) em relação ao caso de produções primárias (curvas em preto). A
influência da injeção de água ficou evidenciada pela antecipação da produção (deslocamento
das curvas para a esquerda em relação aos casos com injeção apenas, sem aquecimento).
Em seguida a Tabela 4 mostra os resultados de fração recuperada (fr), produção acumulada
de óleo (Np) e de água (Wp), e o valor presente líquido (VPL) para os casos estudados de
Campo 02. Para o cálculo do valor presente líquido, no fim do período de observação foram
mantidos os valores mais prováveis de receita e despesas.
Tabela 4. Resultados de fr, Np, Wp e VPL para todos os casos estudados de Campo 02.
Observou-se que, de uma forma geral, em todos os casos estudados ocorreu um
aumento da fração recuperada.
Desta forma, os autores concluíram que no caso do Campo 02, o efeito da injeção de
água é mais acentuado do que apenas o efeito do aquecimento eletromagnético. Isso se
explica pelo fato que o óleo do Campo 02 é um óleo menos viscoso e, consequentemente, a
influência da variação da temperatura na redução da viscosidade do óleo é menor. Por ser um
óleo menos viscoso a água injetada consegue deslocar o óleo com mais eficiência em direção
aos poços produtores, resultando em uma melhor eficiência de varrido.
Segundo o estudo realizado, os autores chegaram a conclusão que o desempenho do
método de aquecimento eletromagnético pode ser aplicado para aumentar o fator de
recuperação de jazidas de petróleo. Ao contrário de alguns outros métodos de recuperação
suplementar, ele não apresenta limitações, sobretudo quanto à profundidade da zona de
interesse. Contudo ouve umas situações em que as condições podem apresentar-se como
ideais para a sua aplicação, tais como: quanto mais viscoso o óleo, melhor a eficiência deste
método térmico; a temperatura pode ser qualquer desde que não ultrapasse a temperatura de
ebulição da água nas condições de reservatório; uma maior salinidade da água de formação
favorece a condutividade elétrica; uma saturação de água não muito elevada para não
prejudicar a viabilidade econômica do processo.
7. CONCLUSÃO
As altas de preço do petróleo são um dos fatores que incentivaram o desenvolvimento
e aperfeiçoamento dos projetos de recuperação avançada, e muitas inovações representam a
resposta às necessidades do mercado.
Para utilização de métodos avançados de recuperação de hidrocarbonetos é essencial
um conhecimento dos conceitos de engenharia de reservatórios e de termodinâmica,
principalmente sobre comportamento de fases de acordo com pressão e temperatura.
Atualmente, dentre os métodos abordados os Métodos químicos e miscíveis são os que
apresentam uma maior tendência de desenvolvimento, sendo incentivado, principalmente,
pela utilização de coprodutos da produção dos biocombustíveis e pelo uso de CO2, este último
com a vantagem de contribuir para mitigação das mudanças climáticas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABERNATHY, E. R., Production Increase of Heavy Oils by Electromagnetic Heating.
The Journal of Canadian Petroleum Technology, july-september, 1976.
BORGES, Sarah M. Santana. Recuperação avançada de petróleo (EOR) com a utilização
da glicerina bruta (GB) co-produto da produção de Biodiesel. 2009. Mestrado
(Dissertação). Programa de Pós-graduação em Química, Universidade Federal da Bahia-
UFBA, Salvador, BA, 2009.
COSTA, A. P. A., Desenvolvimento de um simulador térmico para recuperação de
petróleos viscosos via aquecimento eletromagnético. Dissertação de mestrado
UFRN/CT/PPGEQ, Natal/RN - Brasil, 1998.
CURBELO, Fabíola Dias da SILVA – Estudo da remoção de óleo em águas produzidas na
indústria de petróleo, por adsorção em coluna utilizando a vermiculita expandida e
hidrofobizada. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-graduação em Engenharia
Química, Natal – RN, Brasil, 2002.
CURBELO, Fabiola Dias da Silva – Recuperação Avançada de petróleo utilizando
tensoativos. 2006. Tese de Doutorado, UFRN.
DAMATA, W., Récupération Assitée des Pétroles Visqueux par Ondes
Electromagnétiques. Doctor These - INPT – France, 1993.
MANICHAND, R. N., Análise do desempenho do aquecimento eletromagnético na
recuperação de reservatórios de petróleo. Dissertação de mestrado UFRN/CT/PPGEQ,
Natal/RN - Brasil, 2002.
PIZARRO, J. O. S., TREVISAN, O. V., Electrical Heating of Oil Reservoirs. Journal of
Petroleum Tech., october, 1990.
ROSA, A. J., Carvalho, R. S., Xavier, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo.
Rio de Janeiro: Interciência, 2006.
WILLHITE, G. P. Waterflooding, SPE Textbook, v. 3, 326 pp, EUA, 1986.

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AVANÇADA DO PETRÓLEO JOÃO PESSOA – PB 2015
  • 2. EVANICE MEDEIROS DE PAIVA - 11021377 FELIPE PIRES FELINTO - 11021628 HÉLIO NUNES DE SOUZA FILHO - 11021374 LARISSA BRANDAO FERREIRA - 10911719 RENATA RODRIGUES MAGALHÃES - 11021573 MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AVANÇADA DO PETRÓLEO Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências para obtenção da nota da disciplina Métodos de Recuperação de Petróleo. Orientador: Aldredo Curbelo. JOÃO PESSOA – PB 2015
  • 3. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................4 2. OBJETIVO...........................................................................................................................5 3. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PRIMÁRIA...............................................................5 3.1 INFLUXO DE ÁGUA........................................................................................................6 3.2 GÁS EM SOLUÇÃO.........................................................................................................7 3.3 EXPANSÃO EM CAPA DE GÁS ....................................................................................7 4. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO SECUNDÁRIA.........................................................8 4.1 PROJETOS DE INJEÇÃO.............................................................................................10 5. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO TERCIÁRIA...........................................................10 5.1 MÉTODOS TÉRMICOS ................................................................................................12 5.2 MÉTODOS MISCÍVEIS.................................................................................................13 5.3 MÉTODOS QUÍMICOS.................................................................................................15 5.3.1 INJEÇÃO DE POLÍMEROS ..........................................................................................15 5.3.2 INJEÇÃO DE TENSOATIVOS .....................................................................................15 5.3.3 INJEÇÃO DE SOLUÇÃO ALCALINA.........................................................................16 5.4 OUTROS MÉTODOS......................................................................................................16 5.4.1 MÉTODO ELETROMAGNÉTICO ...............................................................................16 5.4.2 MÉTODO MICROBIOLÓGICO....................................................................................17 6. ESTUDO DE CASO ..........................................................................................................18 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................23 REFERÊNCIA......................................................................................................................234
  • 4. 1. INTRODUÇÃO O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos originado da decomposição de matéria orgânica. O acúmulo dessa matéria no fundo dos oceanos, mares e lagos passam por alterações físico-químicas ao longo de milhares de anos e transforma-se na substância oleosa denominada petróleo. Os reservatórios dessa substância são encontrados em bacias sedimentares específicas, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. Nas regiões sedimentares o petróleo surge em rochas impermeáveis, permitindo o acúmulo em quantidades maiores nos poros das rochas e assim constituindo as jazidas. O estudo das camadas do solo, da constituição das rochas e a quantidade de fluído que pode ser extraído de uma jazida de petróleo desempenha um papel fundamental na implantação de um projeto exploratório. Algumas vezes, o petróleo pode aparecer em pequenas quantidades na superfície (CURBELO, 2002). Desde o início das atividades da indústria de petróleo e gás foi verificado que o volume recuperável de óleo de uma jazida sofre alterações ao longo da vida produtiva dos reservatórios. Os poços que retém uma grande quantidade de hidrocarbonetos, após a exaustão de sua energia natural, são fortes candidatos ao emprego de uma série de processos que visam à obtenção do óleo através de uma recuperação adicional. A produção de um poço de petróleo é composta por etapas que cronologicamente são chamadas de recuperação primária, recuperação secundária, recuperação terciária, etc. A recuperação primária é a produção resultante da atuação da energia natural do reservatório. Com a necessidade do aumento da produção de óleo e devido à rápida queda de pressão do reservatório, surge a necessidade de utilizar métodos capazes de suplementar a energia primária por meio de métodos artificiais, conhecidos como métodos de recuperação secundária ou Métodos Convencionais de Operação. Este método se dar através da injeção de água ou gás no reservatório que se baseia em mecanismos puramente mecânicos, e tem como objetivo fornecer pressões necessárias para deslocar o óleo para fora da rocha reservatório e ocupar o espaço deixado pelo fluido produzido (BORGES, 2009).
  • 5. Para processos mais complexos e cujas tecnologias ainda não estão satisfatoriamente desenvolvidas utiliza-se Métodos Especiais de Recuperação. Os campos que são selecionados para produzirem por meio de métodos especiais de recuperação são estudados arduamente por uma série de técnicos que gerenciam a produção do reservatório. Basicamente para o reconhecimento de campos que podem produzir com este tipo de recuperação é necessário: familiaridade completa com cada campo de óleo em uma determinada área; compreensão dos métodos especiais de recuperação (ROSA, 2006). Portanto, os métodos de recuperação são aplicados mesmo havendo condições de produção com recuperação primária, ou seja, antes que ocorra o declínio total da produção inicia-se a injeção de fluídos no reservatório e se necessário Métodos especiais de recuperação. A escolha do método depende de fatores como as características do reservatório, natureza do óleo, quantidade de óleo “in place”, evolução do campo de acordo com a produção passada. 2. OBJETIVO O trabalho tem como objetivo abordar as potencialidades, características e evolução das tecnologias no que se refere aos métodos de recuperação avançada de petróleo. 3. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PRIMÁRIA A denominação de recuperação primária está relacionada aos reservatórios que utilizam da energia natural disponível para produzir o petróleo para a superfície, por esse motivo esse termo atualmente está sendo substituído por mecanismos de produção petróleo. Desses mecanismos três são os principais: Influxo de Água, conhecido também como Aquífero Natural Ativo (Figura 1); Gás em Solução; Expansão em Capa de gás (Figura 2). Os dois últimos são mecanismos exclusivamente de reservatório de óleo, enquanto o mecanismo de influxo de água pode ocorrer também em um reservatório de gás. Em geral a pressão do fundo do poço é inferior à pressão do reservatório, com isso ocorre a despressurizarão e o fluido se propaga no reservatório, é essa queda de pressão que determina o mecanismo natural de produção. A quantidade de óleo a ser recuperada depende do mecanismo predominante, o fator de recuperação médio global está estimado em 15%, denominado como “óleo fácil”. A
  • 6. produção adicional a este valor vai depender da utilização de tecnologias adequadas, viabilidade econômica e estratégias de gerenciamento do reservatório. A maioria do óleo é recuperado através de métodos secundários e terciários, respectivamente conhecidos como métodos convencionais de recuperação de petróleo e métodos de recuperação avançada/especial. 3.1 INFLUXO DE ÁGUA Um reservatório com influxo de água tem uma conexão hidráulica entre o reservatório e a rocha saturada com água que é chamada de aquífero. O aquífero, mostrado na Figura 1, está localizado na extremidade do campo. A água contida no aquífero está pressurizada. Quando a pressão do reservatório é reduzida pela produção de óleo, a água se expande e cria uma injeção de água natural no limite reservatório – aquífero. Deste modo, o efeito na produção de óleo é potencializado, já que a pressão do reservatório cai lentamente. Figura 1 - Influxo de água Fonte: CURBELO A compressão do aquífero também fornece energia ao reservatório. Se o aquífero é grande e com energia suficiente, a injeção de água pode ser governada pela taxa de fluido retirado. Então a produção de óleo precisa ser controlada para minimizar a formação de caminhos preferenciais da água no seu percurso em direção ao poço, pois estes caminhos, uma vez formados, dificilmente podem ser dissipados. Alguns reservatórios de influxo de água são conectados a aquíferos que possuem quantidade de energia limitada. A extensão do aquífero e a capacidade dele fornecer energia
  • 7. ao reservatório são muito bem conhecidas durante o período de Recuperação Primária, a menos que exista uma informação geológica extensiva obtida durante a etapa de perfuração do poço. Geralmente, a pressão do reservatório é monitorada pela retirada do fluido, ou seja, a capacidade de injeção de água é medida pela taxa de produção de óleo. Agora, quando o aquífero não pode fornecer energia suficiente ao reservatório, de modo que, a pressão não possa ser mantida durante a produção de óleo, o recurso de injeção de água na extremidade do reservatório pode ser utilizado. Os reservatórios com aquíferos grandes são, raramente, candidatos à injeção de água (THOMAS, 2001; WILLHITE, 1986). 3.2 GÁS EM SOLUÇÃO O óleo cru, quando está à alta pressão, pode conter grandes quantidades de gás dissolvido. À medida que os fluidos são retirados a pressão do reservatório vai decaindo fazendo com que o gás saia da solução e desloque o óleo do reservatório para os poços de produção. A eficiência desse tipo de reservatório depende da quantidade de gás presente na solução, das propriedades do óleo e da rocha e da estrutura geológica do reservatório. Neste tipo de reservatório, as recuperações são baixas. A causa das baixas recuperações está no fato de que o gás é mais móvel do que o óleo no reservatório. Quando a pressão do reservatório cai, o gás flui mais rápido que o óleo. Levando a uma depleção (esgotamento) rápida da energia do reservatório, que é verificada pelo aumento das razões gás/óleo (RGO) no campo (WILLHITE, 1986). 3.3 EXPANSÃO EM CAPA DE GÁS Os reservatórios com uma grande capa de gás, como mostra a Figura 2, possuem uma grande quantidade de energia que está armazenada sob a forma de gás comprimido. A capa de gás se expande quando os fluidos são retirados do reservatório, e o óleo é deslocado pela pressão que o gás exerce, ajudado também pela drenagem gravitacional (gravidade). A expansão da capa de gás é limitada pelo nível da pressão desejada no reservatório e pela produção de gás nos poços de produção. Os reservatórios com grandes capas de gás,
  • 8. geralmente, não são considerados bom candidatos à injeção de água. Com isto, a pressão tem sido mantida, em alguns reservatórios, pela injeção de gás na capa de gás. Figura 2 - Expansão de Capa de Gás Fonte: CURBELO 4. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO SECUNDÁRIA Para que haja o transporte do óleo para a superfície do poço é necessária uma pressão subterrânea capaz de realizar tal tarefa, ao longo do tempo essa pressão natural existente passa a ser insuficiente para forçar o óleo à superfície, fazendo-se necessária a aplicação de um mecanismo que supra essa necessidade. Baseadas na ideia de que as baixas recuperações eram resultados de baixas pressões nos reservatórios, as primeiras experiências buscavam fornecer pressão ao reservatório por meio da injeção de um fluido cuja finalidade era deslocar o fluido residente no meio poroso e ocupar o espaço deixado por este. Como nem sempre o aspecto mais crítico do fluxo dos fluidos nos meios porosos é a baixa pressão, a simples injeção de fluidos para deslocar outros fluidos nem sempre resultava em sucesso. Como resultado da observação e da análise dos comportamentos dos meios porosos quando sujeitos a injeção de fluidos, surgiram os diversos processos que se conhecem atualmente. (CURBELO, 2006) Visando o aumento da produção de óleo e a fim de evitar a queda de pressão do reservatório, que acontece de forma rápida, foi notada a necessidade de utilizar métodos que fossem capazes de suprir esta energia primária, assim passou-se a utilizar os métodos de recuperação secundária, que nada mais são do que métodos artificiais que cumprem a função
  • 9. de aumentar a pressão e facilitar a extração do óleo. Ele consiste na injeção de fluidos no reservatório que é baseada em mecanismos puramente mecânicos, tendo como objetivo fornecer pressões necessárias para deslocar o óleo para fora da rocha reservatório e ocupar o espaço deixado pelo fluido produzido. Porém, ainda assim uma parcela do óleo continua permanece retida, que nomeada de “oil in-place” (OIP). Existem dois métodos comumente usados e que são economicamente mais viáveis que é a injeção de água (forçando o óleo a fluir para os poços de produção) e a re-injeção de gás de produção. A água de injeção pode ter quatro origens diferentes, água subterrânea, água de superfície, água do mar e água produzida, isto é, a água que vem associada à produção de petróleo. Atualmente com a realização de vários estudos foi comprovado ser benéfico ao processo à implantação dos métodos de recuperação secundários antes mesmo do término da recuperação primária, diferentemente de décadas atrás quando esses processos só eram implantados quando a produção passava a ser antieconômica. Uma curva típica do padrão de recuperação de óleo através da injeção de água no reservatório é representada na Figura 3 e relaciona o volume de óleo recuperado pelo volume de água injetado. Figura 3 - Curva do Volume do óleo deslocado do reservatório x volume de água injetado no reservatório. Fonte: SAMPAIO De acordo com a Figura 3 observam-se dois comportamentos da curva, o primeiro é o trecho linear que pode ser interpretado como o treco onde o volume de água injetado consegue deslocar o mesmo volume de óleo do reservatório. No ponto de transição da curva de comportamento linear para não-linear temos o breakthrough, que é o ponto onde há o inicio da produção de água. A partir do breakthrough,a curva apresenta um comportamento
  • 10. não linear onde o volume de água injetado não é igual ao volume de óleo produzido, ficando assim uma parcela retida no reservatório e, certa quantidade de água começa a ser produzida junto com o óleo. 4.1 PROJETOS DE INJEÇÃO Antes do processo de recuperação de Petróleo ser implantado no poço se faz necessário projetar como se dará a injeção do fluído, uma vez que há inúmeras maneiras possíveis disso acontecer. Os projetos de injeção são feitos com base na viabilidade técnica e econômica, a etapa que requer mais atenção é a distribuição dos poços de recuperação e injeção no campo, outros aspectos como as características físicas do meio poroso e do fluído também são importantes. Para cada reservatório é necessário que seja feito um projeto exclusivo onde serão utilizadas as características físicas daquele reservatório e serão supridas as necessidades específicas do mesmo. Mas algumas considerações podem ser feitas de um modo geral levando em conta características básicas do reservatório outras já devem ser analisadas em específico como, pressões e vazões de injeção, estimativas das vazões de produção e volumes de fluidos a serem injetados e produzidos. Alguns critérios devem ser seguidos para obtenção de um bom projeto, sendo alguns deles:  Utilizar o menor volume de fluído, para maior produção possível e em espaço de tempo economicamente viável.  Perfurar a menor quantidade de poços possíveis. 5. MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO TERCIÁRIA Nas últimas décadas, os métodos terciários passaram a ser denominados como métodos especiais de recuperação ou métodos de recuperação avançada, traduzido para a língua inglesa, Enhanced Oil Recovery (EOR). Alguns atores da atualidade preferem usar o termo, Improved Oil Recovery (IOR) que engloba tanto os métodos especiais como também
  • 11. os não convencionais, todos aplicados em razão da melhoria na eficiência da produção de petróleo (BORGES, 2009). À medida que o poço de petróleo atinge uma determinada vida produtiva torna-se necessária a aplicação de métodos especiais de recuperação, com o objetivo de manter ou acelerar a produção do reservatório. Este método envolve todos os processos mais complexos e cujas tecnologias ainda não estão satisfatoriamente desenvolvidas. Em geral, é empregado para atuar onde a recuperação secundária falhou ou falharia se viesse a ser aplicada (THOMAS, 2004). Como mostrado no tópico anterior, o método convencional é aplicado baseado na idéia de que baixas recuperações é resultado de baixas pressões nos reservatórios, e a pressão necessária é fornecida por meio da injeção de fluidos. Nem sempre o aspecto mais importante é a baixa pressão e por tanto, a simples injeção de fluidos não resulta em sucesso (CURBELO, 2006). Isso ocorre devido. a elevada viscosidade do óleo do reservatório e as altas tensões interfaciais entre o fluido injetado e o óleo. No primeiro caso, o óleo presente no reservatório não consegue ser deslocado por fluidos de baixa viscosidade, porque o mesmo flui pelo interior das rochas mais facilmente, procurando caminhos alternativos, não executando com eficiência sua função. Já no segundo caso, de altas tensões interfaciais, a capacidade do fluido injetado de deslocar o óleo presente nos poros do reservatório é reduzida drasticamente, deixando elevadas saturações residuais de óleo nas regiões já expostas ao fluido injetado (THOMAS, 2004). Os métodos de recuperação avançada são distribuídos em três categorias: Métodos Térmicos, Métodos Miscíveis e Métodos Químicos. Existem alguns processos que não se enquadram em nenhuma das categorias apresentadas, esses processos estão inclusos em Outros Métodos, como pode ser observado na Figura 4.
  • 12. Figura 4 - Classificação do método Improved Oil Recovery (IOR). Fonte: UNISANTA, 2015 5.1 MÉTODOS TÉRMICOS A dificuldade de deslocamento no interior dos poros das rochas, pelo óleo é devido a alta viscosidade do mesmo. Em contrapartida, os fluido injetados nos métodos de recuperação secundária, como é o caso da água e do gás, possui uma mobilidade bem maior, devido a sua baixa viscosidade o que, consequentemente, resulta em uma ineficiência do varrido e baixa recuperação (CURBELO, 2006). O mecanismo de recuperação térmica foi um dos primeiros métodos a ser desenvolvido para viabilizar a produção de petróleo extremamente viscosos. Seu processo baseia-se no fato de que, o calor transferido ao reservatório aquece o óleo diminuindo sua viscosidade e por sua vez, facilita o seu deslocamento para o poço produtor (THOMAS, 2004). A Lei de Darcy, demonstra analiticamente esse princípio, onde o fluxo de fluidos no reservatório é inversamente proporcional à viscosidade, como mostrado na Equação 1. Vale salientar que o método também contribui para manter a pressão do reservatório, pois o óleo ao se aquecer, se expande, servindo de energia para expulsar os fluidos do reservatório ( BORGES, 2009). (Equação: 1 )
  • 13. 𝑞 = 𝐾𝐴∆𝑃 𝜇𝐿 O desenvolvimento inicial desse método térmico buscava a redução da viscosidade do óleo através do seu aquecimento para aumentar a recuperação do petróleo. Existem duas principais categorias de métodos térmicos: Injeção de Fluidos Aquecidos e Combustão in situ. Os métodos diferem na maneira como é feito o aquecimento do fluido do reservatório. No primeiro caso, o calor é gerado na superfície e em seguida transportado para o interior da formação, utilizando-se um fluido aquecido como meio para esse transporte. Nesse caso de fluidos aquecidos utilizar a água (resultando em uma Injeção de Água Quente) ou Vapor (resultando em uma Injeção de Vapor). Já a combustão in situ, inicia-se por meio de uma injeção de ar aquecido, um processo de oxidação do óleo que vai gerando calor, que por sua vez intensifica a oxidação num processo crescente até se chegar a uma temperatura chamada “ponto de ignição”, a partir do qual está estabelecida a combustão. O calor gerado diminui a viscosidade do óleo, que resulta no aumento do fator de recuperação (CURBELO, 2006). Cabe destacar a eficiência do método, no entanto, é necessário altos investimentos, principalmente quando comparados a métodos secundários de recuperação. 5.2 MÉTODOS MISCÍVEIS Esse método é aplicado em processos que se deseja reduzir substancialmente, ou mesmo eliminar, as tensões interfaciais. As baixas eficiências de deslocamento podem ocorrer devido ao fluido injetado não conseguir retirar o óleo para fora dos poros da rocha, graças às altas tensões interfaciais. Essas tensões podem ser explicadas pelas forças capilares e interfaciais geradas entre os fluidos, já que estes não se misturam (BORGES, 2009). Nesse caso, os métodos miscíveis são os indicados, já que se busca injetar fluidos miscíveis com o óleo do reservatório. Quando dois fluidos são imiscíveis, ou seja, não se misturam, os mesmos estabelecem uma interface submetida a tensões interfaciais. Estas tensões de natureza físico-química atuam também nas relações rocha e fluido, podendo ser mais ou menos intensas, dependendo da natureza dos fluidos e da rocha (THOMAS, 2004). A miscibilidade dos fluidos é a
  • 14. propriedade que permite que dois ou mais fluidos se misturem e formem um sistema homogêneo composto por uma única fase. Caso o fluido injetado e o óleo sejam miscíveis, não existirá essas tensões interfaciais. Os métodos miscíveis consistem na injeção de fluidos que podem se tornar miscíveis, desenvolvendo-a sob determinadas pressões, dependendo da composição do óleo do reservatório e sua temperatura (BORGES, 2009) ou que já apresentem essa propriedade, de tal modo que não permita a existência de tais tensões. Dessa maneira, o óleo será totalmente deslocado para fora da área que for contatada pelo fluido injetado. Os fluidos que podem ser empregados para deslocamento miscível são, preferencialmente, o dióxido de carbono, o gás natural e o nitrogênio. Para o caso da injeção do dióxido de carbono (Figura 5), a miscibilidade não é instantânea com o óleo. Essa propriedade só é observada na zona, conhecida como, zona de miscibilidade que por sua vez, depende de diferentes fatores, como: viscosidade do óleo, profundidade, temperatura, permeabilidade e densidade de CO2. Uma de suas vantagens está em reduzir a viscosidade do óleo, juntamente com a sua maior mobilidade em CO2, além também de, consequente, diminuir as forças capilares. Chegando a tingir um fator de recuperação de 40 a 45%. No entanto, algumas desvantagens da utilização desse método é observada, como a de ser fonte de liberação de gás carbônico para atmosfera, a dificuldade na separação do CO2 do óleo e elevada corrosão dos equipamentos (CEPAC, 2008). Figura 5 - Injeção de dióxido de carbono empregado para o deslocamento miscível do óleo.
  • 15. Fonte: PUCRS, 2008 5.3 MÉTODOS QUÍMICOS Tem como objetivo gerar propriedades ou condições interfaciais que são mais favoráveis para o deslocamento do óleo, os métodos químicos se caracterizam pela utilização de produtos químicos à água, o que, promove uma certa interação química entre o fluido injetado e os fluidos do reservatório. Em geral, esses métodos são aplicados para óleos com viscosidade moderada, não sendo aconselhado para óleos com elevada densidade, que por sua vez, apresentem pouca ou nenhuma mobilidade (BORGES, 2009). Os tipos mais comuns de métodos químicos são: injeção de polímeros, injeção de solução de tensoativos, injeção de microemulsão, injeção de solução alcalina, etc. 5.3.1 INJEÇÃO DE POLÍMEROS Quando se adiciona polímeros à água de injeção, ocorre a transformação da mesma em um fluido que se desloca no meio poroso com a mesma mobilidade que o óleo. Por esse motivo, a injeção de polímeros, é indicada quando o óleo do reservatório tem viscosidade elevada. A semelhança gerada pelos polímeros, permite que o fluido injetado em vez de escolher caminhos preferenciais e se dirigir rapidamente para os poços de produção, se difunde mais no meio poroso, aumentando as eficiências de varrido (THOMAS, 2004). A injeção de polímeros é um dos poucos métodos químicos, possíveis tecnicamente e economicamente, além de ser, dentre os métodos de recuperação terciária, um dos poucos que podem ser aplicados a reservatórios “off-shore”. Ele também tem como objetivo reduzir a quantidade de água injetada e, consequentemente, o maior efluente da exploração de reservatórios, a água produzida (BORGES, 2009). 5.3.2 INJEÇÃO DE TENSOATIVOS
  • 16. O tensoativo, também chamado de surfactante, tem a finalidade de reduzir as tensões interfaciais entre a água e o óleo. Os surfactantes utilizados são responsáveis por alterar as propriedades superficiais ou interfaciais entre os fluidos, através de suas moléculas ambifílicas, ou seja, que possuem uma dupla atratividade, onde uma extremidade da molécula é atraída pela água (hidrofílica) e a outra, é atraída pelo óleo, permitindo solubilizar óleo e água. Desta forma, é possível afirmar que ao se adicionar uma substância tensoativa à água de injeção, na verdade está se fazendo um deslocamento miscível com água. Em geral, os métodos miscíveis são pobres em relação a eficiência de varrido. Isto ocorre devido as baixas viscosidades das soluções de tensoativos em relação a do óleo, deixando a maior parte do reservatório sem ser varrida. A injeção de microemulsão é uma tentativa de se obter um deslocamento miscível com boas eficiências de varrido. É uma mistura com a qual se tem a preocupação com a miscibilidade e com o controle da viscosidade (THOMAS, 2009). 5.3.3 INJEÇÃO DE SOLUÇÃO ALCALINA Quando se utiliza a injeção de fluidos alcalinos nos reservatórios, ou seja, quando a substância alcalina é adiciona à água, em geral soda cáustica, tem a finalidade de reagir com certos ácidos orgânicos presentes em alguns óleos, produzindo dentro do próprio reservatório certa quantidade de substância tensoativa. Este surfactante, assim formado, vai gerar uma série de efeitos dentro do reservatório, os quais causam um maior ganho na produção de óleo. 5.4 OUTROS MÉTODOS Existem outros métodos que têm sido pesquisados e que por sua vez, não se encaixam em nenhuma das categorias acima, como é o caso da recuperação microbiológica e da recuperação utilizando ondas eletromagnéticas. 5.4.1 MÉTODO ELETROMAGNÉTICO
  • 17. A recuperação através de ondas eletromagnéticas é um processo de aquecimento do reservatório por meio de ondas eletromagnéticas, campos elétricos, ocasionadas pela aplicação de uma diferença de potencial entre os poços do campo (CURBELO, 2006). O aquecimento eletromagnético consiste na transformação da energia elétrica em térmica por meio da interação direta entre o campo eletromagnético e as partículas eletricamente sensíveis do meio que podem ser íons ou moléculas dipolares dos fluidos. O aquecimento pode acontecer por rotação, convecção ou condução (MANICHAND, 2002). No primeiro caso, por rotação, o aquecimento é gerado por uma corrente de rotação graças à interação entre o campo eletromagnético de excitação e as partículas eletricamente sensíveis às variações sofridas pelo campo. Este fenômeno é extremamente complexo, mas pode ser resumido da seguinte maneira: as partículas eletricamente sensíveis encontram-se de forma desordenada no meio quando o campo elétrico é nulo, mas uma vez submetidas a um campo elétrico, as moléculas dipolares e os íons tendem a se orientar de acordo com a direção do campo. À medida que a frequência do campo aplicado aumenta, cresce a agitação molecular e, consequentemente, maior é a transformação da energia eletromagnética em térmica por fricção intermolecular. Neste caso o aquecimento é instantâneo, independente das características térmicas do meio e dependente da freqüência utilizada, da intensidade do campo elétrico de excitação e da permissividade complexa do meio. No caso do aquecimento por condução, esse é baseado no efeito Joule, ou seja, ele é produzido pela passagem de uma corrente de condução que independe da frequência do campo elétrico. O efeito Joule relaciona-se diretamente com as partículas do meio em desequilíbrio elétrico. Neste caso, o meio a aquecer deve apresentar condutividade elétrica que satisfaça às condições mínimas de aplicação do método, para isso é necessário, moléculas polares e íons, característicos de água e água salina, respectivamente. Para o caso de aquecimento eletromagnético a baixa frequência deve-se manter, durante o processo, níveis de tensão e/ou de potência suficientes para manter o fluxo de corrente de condução. Já no caso do aquecimento por convecção, que por sua vez, é ocasionado por uma corrente de deslocamento que é responsável pela propagação da onda eletromagnética no meio dissipativo. Portanto, ela é importante na penetração do campo elétrico e, em consequência, do campo térmico. Esta penetração é função, entre outras, da frequência da onda e da constante dielétrica do meio (MANICHAND, 2002). 5.4.2 MÉTODO MICROBIOLÓGICO
  • 18. Já a recuperação microbiológica é obtida a partir do emprego de diferentes micro- organismos que, quando adequadamente estabelecido e através dos seus processos biológicos no interior do reservatório, produzem uma série de substâncias que causam os mais diversos resultados e que podem melhorar a recuperação de petróleo (THOMAS, 2004). Com relação aos efeitos biológicos, as bactérias em contato com o meio aquoso cheio de nutrientes, realizam reações metabólicas que incluem a quebra das cadeias mais longas dos hidrocarbonetos, produzindo um óleo mais leve, equivalendo-se a um craqueamento biológico do petróleo. Duplamente importante, pois além de aumentar a recuperação do óleo pesado, este ainda se tornaria mais tecnicamente atraente (BORGES, 2009). Dentre as vantagens, desse método, pode-se destacar sua atratividade econômica por necessitar de mínimas alterações nas facilidades de produção e nas facilidades de operação. Pode ser aplicado para uma larga escala de óleos. Além de que, a atividade microbiológica pode ser facilmente suspenso ao cessar a injeção de nutrientes. Já as desvantagens, pode-se destacar algumas limitações a reservatórios de elevadas temperaturas (T >72°C) e salinidades (teor sal >10%), que apresentam dificuldades no controle do perfil do desempenho microbiológico, como taxas de reação, concentrações requeridas do produto, estequiometria, falta de critérios para aplicação, necessidade de aperfeiçoamento do método através de testes laboratoriais e simulações para prever o mecanismo da recuperação do óleo (BORGES, 2009). 6. ESTUDO DE CASO Este tópico tem como finalidade descrever um estudo de caso realizado por Manichand, R. N.; Mata, W, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química e Engenharia Elétrica, respectivamente com o título Recuperação avançada de petróleo através do aquecimento eletromagnético associado com a injeção de água: estudo de casos. O estudo inicia-se com um breve resumo dos métodos térmicos utilizados na recuperação avançada de petróleo, por conta sua grande aplicabilidade em reservatórios de óleos pesados, ou seja, de alta viscosidade. Esses métodos têm por finalidade fornecer calor ao óleo de modo a reduzir as forças viscosas, seja por injeção de um fluido quente como vapor ou ar aquecido, ou pela ação de ondas eletromagnéticas sobre os fluidos da formação.
  • 19. Atualmente o método de injeção de vapor, é o mais utilizado, porém, as restrições a sua aplicabilidade tornaram necessário o desenvolvimento de métodos alternativos a serem aplicados quando a injeção de vapor já não fornece o retorno esperado. O aquecimento eletromagnético, que transforma energia elétrica em térmica (ABERNATHY, 1976; PIZARRO, TREVISAN, 1990; DAMATA, 1993), vem se apresentando como uma alternativa competitiva. O método de aquecimento eletromagnético é baseado na transformação de energia elétrica em térmica através da interação direta entre o campo eletromagnético de excitação e as partículas eletricamente sensíveis do meio. O escoamento é considerado trifásico (óleo, gás e água) e o modelo físico aplicado a um reservatório é baseada nos princípios de conservação de massa, energia e movimento em meios porosos, aplicados para as fases fluidas e sólidas. Em seguida ele explica os materiais e métodos utilizados para avaliar o desempenho do aquecimento eletromagnético na recuperação de reservatórios de petróleo. Foram considerados os dois casos estudados: Campo 01 e campo 02. O campo 01 possui óleo de alta viscosidade e o Campo 02 com óleo de viscosidade intermediária. Com os dados de caracterização dos reservatórios (porosidade, permeabilidade, saturação, entre outros) os casos foram simulados utilizando o simulador comercial STARS da CMG (Computer Modeling Group). A malha computacional de poços do piloto em Campo 01 (Figura 6) é composta por um poço produtor central, quatro poços de injeção de corrente e dois poços de injeção de água. A partir dos resultados do aquecimento eletromagnético associado à injeção de água obtidos no Campo 01, optou-se por um novo piloto em uma área que tem um baixo fator de recuperação, porém, com poços de alta produtividade (Campo 02). A malha de poços desse piloto é mostrada na Figura 7. Trata-se de nove poços produtores de óleo, sendo quatro de injeção de corrente e cinco de retorno, e quatro poços injetores de água. Com esse piloto visa-se avaliar melhor como tornar o aquecimento eletromagnético economicamente viável mediante a injeção associada de água. As duas figuras abaixo demonstram os tipos de poço em cada campo.
  • 20. Figura 6 - Malha de poços do piloto no Campo 01. Figura 7 - Malha de poços no Campo 02. Os parâmetros de controle, na aplicação do aquecimento eletromagnético e a injeção associada de água no campo real, são as variáveis estudadas durante as diversas simulações a fim de avaliar o seu efeito sobre a produção de óleo e água, a saber: Temperatura no fundo do poço (Tf), Potência aplicada por poço (Pot), e Vazão de água injetada (Qinj). As Tabelas abaixo demonstram mostram, os níveis dos parâmetros de controle do Campo 01 e Campo 02. Tabela 1- Casos estudados no Campo 01. Tabela 2 - Casos estudados no Campo 02. Com as simulações realizadas foram gerados dados de produção diária e acumulada de óleo (Qo e Np, respectivamente) e de água (Qw e Wp, respectivamente) nos casos de produção primária, produção com o aquecimento eletromagnético, produção com a injeção de água, e produção com o aquecimento eletromagnético associado à injeção de água.
  • 21. Como resultados e discussões, analisaram os dados obtidos dos campos, 01 e 02. No campo 01 é apresentado dois gráficos: o de produção diária e acumulada de óleo (Qo e Np, respectivamente) (Figuras 8 e 9) com os respectivos níveis de temperatura, potência e vazão de injeção de água simulados. Figura 8 - Produção diária de óleo para Campo 01. Figura 9 - Produção acumulada de óleo para Campo 01. Analisando os gráficos evidenciou a influência do aquecimento eletromagnético o deslocamento das curvas de produção de óleo (Qo) e de produção acumulada (Np) em relação ao caso de produções primárias (curvas em preto). De forma qualitativa, os ganhos são bastante significativos. A influência da injeção de água ficou evidenciada pela antecipação da produção (deslocamento das curvas para a esquerda em relação ao caso com aquecimento apenas, sem injeção). A seguir a Tabela 3 mostra os resultados das frações recuperadas e produção acumulada de óleo e de água, e o valor presente líquido (VPL) para os casos estudados do Campo 01. Para o cálculo do valor presente líquido no fim do período de observação foram mantidos os valores reais de receita e custos. Tabela 3 - Resultados de fr, Np, Wp e VPL para todos os casos estudados de Campo 01
  • 22. Observa-se que, de uma forma geral, em todos os casos estudados ocorreu um aumento da fração recuperada. Os autores analisaram os resultados obtidos no caso do projeto de Campo 01, e observaram o efeito do aquecimento eletromagnético na recuperação suplementar de petróleo foi mais acentuado do que o efeito da injeção de água isoladamente. Isso pode ser explicado pelo fato que o óleo do campo de Campo 01 ser um óleo bastante viscoso e, consequentemente, a variação de temperatura sofrida pelo óleo tem como efeito uma redução substancial na sua viscosidade. Este fenômeno é tanto mais importante quanto maior for à viscosidade do óleo. No campo 02 pode-se observar o projeto de aquecimento eletromagnético, no qual a zona estudada apresenta uma viscosidade de aproximadamente 30cp, os casos estudados e os resultados da simulação mostram a produção diária e acumulada de óleo (Figuras 10 e 11) para os respectivos níveis de temperatura, potência elétrica injetada por poço e vazão de água injetada por poço. Figura 10 - Produção diária de óleo para Campo 02. Figura 11 - Produção acumulada de óleo para Campo 02. Os autores analisaram os gráficos e chegaram a conclusão que na Figura 5 que o aquecimento eletromagnético foi iniciado após 640 dias, evidenciou-se pelo primeiro pico nas curvas de produção diária de óleo. Após 850 dias foi iniciada a injeção de água, evidenciada pelo segundo pico nas curvas de produção diária de óleo. A influência do aquecimento eletromagnético ficou evidenciada pelo deslocamento das curvas de produção de óleo (Qo) e de produção acumulada (Np) em relação ao caso de produções primárias (curvas em preto). A influência da injeção de água ficou evidenciada pela antecipação da produção (deslocamento das curvas para a esquerda em relação aos casos com injeção apenas, sem aquecimento). Em seguida a Tabela 4 mostra os resultados de fração recuperada (fr), produção acumulada de óleo (Np) e de água (Wp), e o valor presente líquido (VPL) para os casos estudados de
  • 23. Campo 02. Para o cálculo do valor presente líquido, no fim do período de observação foram mantidos os valores mais prováveis de receita e despesas. Tabela 4. Resultados de fr, Np, Wp e VPL para todos os casos estudados de Campo 02. Observou-se que, de uma forma geral, em todos os casos estudados ocorreu um aumento da fração recuperada. Desta forma, os autores concluíram que no caso do Campo 02, o efeito da injeção de água é mais acentuado do que apenas o efeito do aquecimento eletromagnético. Isso se explica pelo fato que o óleo do Campo 02 é um óleo menos viscoso e, consequentemente, a influência da variação da temperatura na redução da viscosidade do óleo é menor. Por ser um óleo menos viscoso a água injetada consegue deslocar o óleo com mais eficiência em direção aos poços produtores, resultando em uma melhor eficiência de varrido. Segundo o estudo realizado, os autores chegaram a conclusão que o desempenho do método de aquecimento eletromagnético pode ser aplicado para aumentar o fator de recuperação de jazidas de petróleo. Ao contrário de alguns outros métodos de recuperação suplementar, ele não apresenta limitações, sobretudo quanto à profundidade da zona de interesse. Contudo ouve umas situações em que as condições podem apresentar-se como ideais para a sua aplicação, tais como: quanto mais viscoso o óleo, melhor a eficiência deste método térmico; a temperatura pode ser qualquer desde que não ultrapasse a temperatura de ebulição da água nas condições de reservatório; uma maior salinidade da água de formação favorece a condutividade elétrica; uma saturação de água não muito elevada para não prejudicar a viabilidade econômica do processo. 7. CONCLUSÃO
  • 24. As altas de preço do petróleo são um dos fatores que incentivaram o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos projetos de recuperação avançada, e muitas inovações representam a resposta às necessidades do mercado. Para utilização de métodos avançados de recuperação de hidrocarbonetos é essencial um conhecimento dos conceitos de engenharia de reservatórios e de termodinâmica, principalmente sobre comportamento de fases de acordo com pressão e temperatura. Atualmente, dentre os métodos abordados os Métodos químicos e miscíveis são os que apresentam uma maior tendência de desenvolvimento, sendo incentivado, principalmente, pela utilização de coprodutos da produção dos biocombustíveis e pelo uso de CO2, este último com a vantagem de contribuir para mitigação das mudanças climáticas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERNATHY, E. R., Production Increase of Heavy Oils by Electromagnetic Heating. The Journal of Canadian Petroleum Technology, july-september, 1976. BORGES, Sarah M. Santana. Recuperação avançada de petróleo (EOR) com a utilização da glicerina bruta (GB) co-produto da produção de Biodiesel. 2009. Mestrado (Dissertação). Programa de Pós-graduação em Química, Universidade Federal da Bahia- UFBA, Salvador, BA, 2009. COSTA, A. P. A., Desenvolvimento de um simulador térmico para recuperação de petróleos viscosos via aquecimento eletromagnético. Dissertação de mestrado UFRN/CT/PPGEQ, Natal/RN - Brasil, 1998. CURBELO, Fabíola Dias da SILVA – Estudo da remoção de óleo em águas produzidas na indústria de petróleo, por adsorção em coluna utilizando a vermiculita expandida e hidrofobizada. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-graduação em Engenharia Química, Natal – RN, Brasil, 2002. CURBELO, Fabiola Dias da Silva – Recuperação Avançada de petróleo utilizando tensoativos. 2006. Tese de Doutorado, UFRN. DAMATA, W., Récupération Assitée des Pétroles Visqueux par Ondes Electromagnétiques. Doctor These - INPT – France, 1993.
  • 25. MANICHAND, R. N., Análise do desempenho do aquecimento eletromagnético na recuperação de reservatórios de petróleo. Dissertação de mestrado UFRN/CT/PPGEQ, Natal/RN - Brasil, 2002. PIZARRO, J. O. S., TREVISAN, O. V., Electrical Heating of Oil Reservoirs. Journal of Petroleum Tech., october, 1990. ROSA, A. J., Carvalho, R. S., Xavier, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. WILLHITE, G. P. Waterflooding, SPE Textbook, v. 3, 326 pp, EUA, 1986.