Todas as operadoras em todo o mundo enfrentam o desafio de lidar com um aumento do tráfego em suas redes, que coloca pressão sobre os investimentos e os custos. Por outro lado, as receitas não estão seguindo o mesmo ritmo de crescimento do tráfego.
Autor: Guilherme Lopasso
Gerente de Marketing e Estratégia da Ericsson para América Latina e Caribe
Smart pipes: Tecnologias de rede necessárias para lidar com a explosão de tráfego e novos modelos de negócios
1. Autor: Guilherme Lopasso
Gerente de Marketing e Estratégia da Ericsson para América Latina e Caribe
Tecnologias de rede necessárias para lidar com a
explosão de tráfego e novos modelos de negócios
SMART
PIPES
2. Embora haja uma forte demanda
por banda larga, as receitas são
geradas principalmente por
planos de dados ao preço de
taxas fixas mensais,
diferenciados por velocidade de
conexão ou com limite mensal de
dados (geralmente medido em
Gigabytes por mês).
Apesar de sua simplicidade, é
improvável que tais esquemas de
preços de banda larga gerem
aumentos de receita com taxas
semelhantes de crescimento de
dados. Outros serviços de
telecomunicações, tais como
voice, mensagens e vídeo (TV
por assinatura) sofrem com a
competição de prestadores de
serviços over-the-top (OTT),
como Skype, WhatsApp e Netflix,
que sobrecarregam as redes das
operadoras, mas não geram
receitas diretamente para elas.
As operadoras poderiam buscar
novos modelos de negócio, que
capturariam de maneira mais
significativa o valor da banda
larga. Por exemplo, alguns
clientes podem preferir planos de
dados que garantam a qualidade
de transmissão de vídeo sem
atrasos e telas congeladas em
vez de planos com base em
velocidade de dados ou de
subsídios mensais. Outros
clientes que usam
intensivamente uma aplicação
específica, como o Facebook,
poderiam estar interessados em
um plano com um preço especial,
mas com acesso restrito a esta
aplicação. Portanto, as
operadoras devem ser capazes
de cobrar não apenas a
velocidade da conexão ou
quantidade de dados, mas
também a aplicação e o
conteúdo.
Na América Latina, o tráfego de
voz que flui através de redes
móveis deve crescer 9% ao ano
nos próximos três anos, como
mostrado na Figura 1. As
receitas, no entanto, vão crescer
apenas 2%. Para os serviços de
a disparidade é ainda pior:
enquanto o tráfego gerado por
smartphones deve crescer 74%
ao ano, as receitas devem
crescer apenas 14%.
Do ponto de vista do fornecedor de
serviços OTT, há valor em
assegurar que seus usuários finais
tenham o nível adequado de
qualidade de serviço. O Google
descobriu que um atraso de 0,5
segundo ao acessar sua página de
pesquisa na web causa queda de
tráfego de 20%, o que reduz as
receitas de publicidade. Um estudo
realizado pela Akamai revelou que
os telespectadores de streaming de
vídeo abandonam um vídeo se leva
mais do que dois segundos para
iniciar, com cada atraso adicional de
um segundo resultando em um
aumento de 5,8% na taxa de
abandono. Além disso, a Amazon
informou que cada 100
milissegundos de latência custam
1% nas vendas. Se as operadoras
pudessem garantir a qualidade do
serviço para provedores OTT, este
poderia ser cobrado sobre os
planos de atacado. Esta nova fonte
de receita ajudaria a compensar os
investimentos necessários em
capacidade de rede.
As operadoras devem modernizar
suas redes com arquiteturas que
possam dimensionar com o
esperado crescimento do tráfego de
dados de dois dígitos e fornecer um
desempenho superior. Além disso,
as redes devem estar cientes das
aplicações e do conteúdo que estão
carregando. Isso levaria a modelos
de negócios inovadores voltados
para usuários finais e prestadores
de serviços OTT.
Redes de IP de quarta geração
A quarta geração de redes de IP
(4GIP) é o principal componente da
visão de rede global da Ericsson
para a Sociedade Conectada.
Figura 1: Tráfego móvel e projeções de receitas na América
Latina (2012-2015)
Fontes: Ericsson Mobility Report, Pyramid Research
CAGR 2012-2015
Tráfego de voz
Bilhões de minutos por ano
1,20
2012 2013 2014 2015
1,33
1,45
1,55 9%
Tráfego de dados - Smartphones
PentaBytes por mês
24
45
78
127
2012 2013 2014 2015
74%
Receitas de serviços móveis
Bilhões de USD
Voz
99
107
113
118
2012 2013 2014 2015
Dados
6%
2%
14%
Todas as operadoras em todo o mundo enfrentam o desafio de lidar com um aumento do tráfego em suas
redes, que coloca pressão sobre os investimentos e os custos. Por outro lado, as receitas não estão
seguindo o mesmo ritmo de crescimento do tráfego.
TECNOLOGIAS PARA
SMART PIPES
3. A rede 4GIP compreende
equipamentos e soluções que são
escaláveis, proporcionam
desempenho superior e redução de
custos por meio da otimização de
redes sobre camadas já existentes
e estão conscientes das várias
dimensões relacionadas com o
tráfego sendo transportado:
aplicações, conteúdos, usuários,
dispositivos e localização.
Um importante componente da
rede 4GIP é o Smart Services
Router (SSR), que pode impor
políticas de controle de tráfego com
base em diferentes níveis de
qualidade de serviço. Para isso,
este tipo de equipamento utiliza
tecnologias como Deep Packet
Inspection (DPI) e Multiprotocol
Label Switching (MPLS), que
identificam diferentes tipos de
tráfego e trata-os de acordo com
regras pré-definidas.
Content Delivery Networks
CDNs compreendem servidores
distribuídos que armazenam
conteúdos acessados com
frequência. Os servidores atuam
como buffers locais, evitando
tráfego ao serem direcionados para
o servidor de conteúdo original e
viajando desnecessariamente por
longos caminhos dentro da rede.
As CDNs asseguram alta
disponibilidade e desempenho de
conteúdo e são especialmente úteis
para garantir qualidade de
streaming de vídeo.
Software Defined Networks
SDN é um modelo de arquitetura de
rede emergente que define uma
camada de software, o chamado
plano de controle, separado do
plano de dados, composto por
hardware de rede (switches e
routers). No plano de controle,
dados de tráfego são formatados e
priorizados, com um alto nível de
granularidade de controle.
Essa arquitetura permite que o
administrador de rede gerencie
cargas de tráfego de uma maneira
flexível e mais eficiente através de
equipamentos de rede e servidores
centrais de dados, que formam o
ambiente de computação em
nuvem.
Os administradores de rede também
podem usar as SDN para expor os
recursos de rede e capacidades
como Application Programming
Interfaces (APIs) para
desenvolvedores de aplicativos.
Assim, eles poderiam usar as APIs
para desenvolvimento de
aplicações, que podem fazer uso de
recursos como as Virtual Private
Networks (VPNs), sem ter
conhecimento específico da
topologia da rede.
OSS/BSS e Big Data Analytics
Big data analytics são tecnologias
emergentes para o processamento
de grandes quantidades de
informação com o objetivo de
descobrir insights de negócios.
Para os operadores de
telecomunicações, "big data"
significa que enormes bancos de
dados são formados por
registros de uso de rede e
localização, gerenciamento de
rede e dados de sinalização e
transações comerciais com os
assinantes. Todos esses dados
são obtidos através de
Operations and Business
Support Systems (OSS/BSS).
A aplicação de big data analytics
para OSS/BSS vai fornecer
insights para a inovação dos
negócios de telecomunicações,
como ofertas promocionais em
tempo real, modelos de
publicidade de alto
desempenho, análise de
cancelamento de serviço,
medidas de retenção em tempo
real e uma gestão eficaz de
parcerias com prestadores de
serviços OTT.
A Sociedade Conectada impele
os operadores de
telecomunicações a evoluírem
sua infraestrutura e modelos de
negócios. Novas tecnologias de
rede que abordam escala,
desempenho, entendimento de
conteúdo e insights de negócios
podem ajudar as operadoras a
transformarem o negócio de
telecomunicações.
Figura 2: Content Delivery Network
Servidor
Original
(Provedor
de Serviço
OTT)Content Delivery
Network (CDN)
Usuário
Servidor CDN
mais próximo
Figura 3: Software Defined Networks
Mapa lógico da rede
Plano de Controle
Plano de
Dados
Rede OS
Roteamento Mobilidade
Encaminhamento
de Pacotes
Encaminhamento
de Pacotes
Encaminhamento
de Pacotes
Encaminhamento
de Pacotes