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3 investimentos fáceis que
rendem mais que a poupança
Veja três sugestões de investimentos pouco complexas e que
pagam mais que a caderneta
Porquinho de pelúcia: Apesar da praticidade, rendimento da poupança
deixa a desejar
São Paulo - Apesar de ser muito prática, a poupança deixa a
desejar em termos de rendimento. Com um retorno de cerca de
6,80% ao ano, diversos outros investimentostrazem ganhos
maiores neste momento - não só os mais sofisticados,
como aplicaçõesrelativamente simples e acessíveis ao público em
geral.
A remuneração das aplicações de renda fixa, que são aquelas
mais conservadoras, tende a acompanhar a taxa Selic. Com os
juros atualmente aos 10,75% ao ano, portanto, diversas aplicações
do mercado estão rendendo mais que os 6,80% da poupança.
De acordo com a nova regra de remuneração da caderneta, aportes
feitos a partir de 4 de maio de 2012 rendem 70% da taxa Selic,
mais a Taxa Referencial (TR - taxa que tem ficado próxima a
0,03%) quando a Selic é menor do que 8,5%. Quando a Selic é
maior ou igual a 8,5%, a poupança passa a render 0,5% mais a TR,
mesma remuneração da poupança antiga.
Ou seja, mesmo com a taxa Selic subindo, a poupança limita-se ao
rendimento de 0,5% ao mês mais a TR, enquanto outros
investimentos vão oferecendo remunerações maiores, conforme é
elevada a taxa.
Se você tiver recursos na poupança antiga, resgatá-los envolve o
risco de abrir mão do rendimento de 0,5% ao mês mais a TR, que
pode ser vantajoso em um cenário em que a taxa Selic fique abaixo
de 8,5%. Mas, caso você invista na poupança regida pela nova
regra, pode valer a pena resgatar uma parte do investimento para
buscar retornos maiores.
Ainda que a poupança seja definitivamente o investimento mais
simples e prático do mercado, existem aplicações que, com um
pouco de paciência, não são tão complicadas de entender e podem
trazer boas recompensas. Confira a seguir três sugestões e suas
rentabilidades com base na Selic atual:
Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos do Tesouro
Nacional
Investimento mínimo: Cerca de 600 reais
Rendimento em um ano: 8,34% (ao investir por meio de corretora
sem taxa de administração)
Rendimento em dois anos: 18,09% (ao investir por meio de
corretora sem taxa de administração)
Como investir: Abrindo conta em um banco ou corretora que dê
acesso ao sistema Tesouro Direto. Dê preferência a corretoras que
não cobram taxa de administração.
Ao comprar um título do Tesouro Nacional, o investidor empresta
seu dinheiro ao governo, que o remunera por isso. Como as formas
de remuneração variam, existem diferentes tipos de título.
As Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) são os títulos
públicos indicados aqui porque são os únicos que não geram
grandes prejuízos caso sejam vendidos antes do vencimento, data
na qual o investidor recebe o dinheiro investido (principal) acrescido
da rentabilidade prometida (juros).
Sua forma de remuneração é simples: a LFT paga ao investidor a
variação da taxa Selic diária entre a data da compra e o vencimento
do título. Como a apuração do rendimento vai sendo ajustada às
variações Selic, o investidor não é penalizado ao vender o título
alguns anos antes do vencimento.
A LFT poderá sofrer apenas um pequeno deságio se o investidor
vender o título em um momento de baixa demanda, que seria uma
pequena taxa deduzida da variação da Selic paga para compensar
o Tesouro pela venda antes do prazo em um momento de baixo
interesse pelo papel.
Em função disso, a LFT é considerada o título público mais
conservador e mais adequado para substituir a poupança para
investimentos de curto prazo. Os demais títulos são mais indicados
para o longo prazo, pois podem levar a perdas se vendidos antes
do vencimento. Entenda por que isso acontece.
A quantidade mínima de compra de qualquer papel do Tesouro é de
0,1 do título (10%). Atualmente, a única LFT disponível para
compra, com vencimento em 07/03/17, custa 5.990 reais. Portanto,
o investimento mínimo é de 599 reais.
Para comprar o título, é preciso abrir uma conta em um banco ou
corretora que possibilitem o acesso ao Tesouro Direto, plataforma
de negociação de títulos públicos federais. São os
chamados agentes de custódia. Alguns deles permitem que o
processo de cadastro e compra do título seja feito inteiramente pela
internet.
Ao escolher a instituição, é preciso tomar cuidado com as taxas de
administração, que podem ou não ser cobradas. Para que o
investimento seja de fato mais rentável que a poupança, o ideal é
abrir conta em uma corretora que isenta a taxa (veja a lista das
taxas cobradas).
Isso porque além da eventual cobrança da corretora, ainda existe
uma taxa obrigatória de 0,3% ao ano, paga à Companhia Brasileira
de Liquidação e Custódia (CBLC), e a incidência de imposto de
renda sobre os rendimentos, segundo a tabela regressiva.
Assim, para aplicações de menos de seis meses, a alíquota é a
mais alta, de 22,5%; para aplicações entre seis meses e um ano, a
alíquota é de 20,0%; para investimentos entre um e dois anos, a
cobrança é de 17,5%; e acima de dois anos, o IR cai para a alíquota
mínima de 15%.
Certificados de Depósito Bancário (CDB)
Investimento mínimo: 1 real
Rendimento em um ano: 8,60% (CDB que pague 100% do CDI)
Rendimento em dois anos: 18,69% (CDB que pague 100% do CDI)
Como investir: Abrindo uma conta num banco que os ofereça ou
numa corretora independente que ofereça CDBs de diversos
bancos.
Ao aplicar em CDBs o investidor empresta seu dinheiro para uma
instituição financeira e recebe uma remuneração por isso. Em
outras palavras, o banco pega o seu dinheiro em uma ponta para
emprestá-lo na outra, pagando uma taxa menor para captar do que
aquela cobrada para emprestar, o que gera lucros para a instituição.
Existem três remunerações possíveis nesta operação: pré-fixada,
pós-fixada e pré e pós-fixada ao mesmo tempo. Na remuneração
pré-fixada, a taxa de juro paga é determinada no momento da
aplicação; se o título for pós-fixado, o rendimento é um percentual
da Selic (menos comum) ou do CDI (Certificado de Depósito
Interbancário) - taxa que baliza as operações interbancárias e fica
muito próxima à Selic.
Na remuneração pré e pós-fixada, ou indexada à inflação, o banco paga
ao investidor a variação da inflação - medida por índices como IPCA,
IGP-M ou INPC -, mais uma taxa de juro previamente definida. Esse tipo
de remuneração é menos usual.
Os CDBs são investimentos bastante oferecidos por grandes bancos aos
seus clientes, por isso é muito simples comprar um título desses. No
entanto, normalmente a remuneração que os bancos grandes oferecem
não é tão vantajosa e pode ser muito semelhante à da poupança.
Os CDBs mais rentáveis são aqueles oferecidos pelosbancos médios,
que por não terem uma grande rede de clientes e por apresentarem mais
risco oferecem taxas altas para atrair mais investidores.
O CDB mais comum, que é o pós-fixado atrelado ao CDI, precisa pagar
ao menos 83% do CDI para superar a poupança em qualquer prazo,
considerando-se a Selic em 10,75% ao ano.
Embora não haja a cobrança de taxas, a remuneração dos CDBs
também sofre incidência de imposto de renda, segundo a tabela
regressiva. Para que supere também a rentabilidade da LFT em qualquer
prazo, o CDB deve pagar 98% do CDI.
Enquanto a remuneração próxima aos 80% é obtida em bancos grandes
facilmente, a remuneração de 98% para quem não investe grandes
quantias é oferecida apenas por bancos médios, que chegam a pagar até
110% do CDI, mesmo com aportes pequenos.
Alguns bancos médios que oferecem remunerações nesse patamar são
o Banco Sofisa, que paga a partir de 100% do CDI para investimentos a
partir de 1 real; o Banco Paulista, que oferece CDBs com remunerações
a partir de 101% do CDI, com aporte mínimo de 10 mil reais; e o Banco
Ficsa, que paga a partir de 104% do CDI para aportes iniciais de 200
reais.
É preciso, contudo, ficar atento para a liquidez. Os CDBs que substituem
a poupança com mais perfeição são aqueles que são rentáveis mesmo
com liquidez diária. Para conseguir maiores rentabilidades, muitas vezes
há carência, e não é possível sacar o dinheiro a qualquer momento.
Apesar das altas remunerações, bancos médios apresentam mais risco
de quebrar. Mas quem investe em CDB possui uma garantia, que é
oferecida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade mantida
pelos próprios bancos para socorrê-los caso haja necessidade.
Caso o banco quebre, o FGC reembolsa ao investidor o que ele havia
investido, até o limite de 250 mil reais por CPF, por instituição financeira.
Mas mesmo investindo menos de 250 mil reais, o processo de reembolso
pode demorar. Por isso, é sempre indicado não investir todos os recursos
apenas em CDBs.
Essa garantia do FGC também vale para depósitos em conta poupança,
conta corrente e CDBs de bancos grandes. Então pode-se dizer que,
para investimento de até 250 mil, CDBs de bancos médios são tão
seguros quanto a poupança ou CDBs de bancos grandes.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio
(LCA)
Investimento mínimo: 1 real
Rendimento em um ano: 9,63% (LCI que pague 90% do CDI)
Rendimento em dois anos: 20,19% (LCI que pague 90% do CDI)
Como investir: Abrindo uma conta num banco que as ofereça ou numa
corretora independente que ofereça LCIs e LCAs de diversos bancos.
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio
(LCA) são títulos emitidos pelosbancos para obtenção de recursos
destinados a financiamentos do setor imobiliário e agrícola,
respectivamente.
Ambos os títulos são bem parecidos com os CDBs, mas têm a vantagem
de serem isentos de imposto de renda, o que faz uma grande diferença
no rendimento final. O governo concede a isenção para incentivar a
concessão de crédito a esses setores.
Com a isenção do imposto de renda, uma LCI ou uma LCA que pague
80% do CDI já é mais rentável que um CDB que rende 93% do CDI, em
qualquer prazo, mesmo depois de dois anos, quando é aplicado o menor
desconto do imposto de renda sobre o CDB, de 15%.
A principal desvantagem da LCI e da LCA é que elas são menos
acessíveis que os CDBs. Em alguns bancos, para investir em uma LCA o
cliente pode precisar fazer um aporte de milhões de reais. Além disso, a
liquidez pode ser baixa, ou seja, o investidor pode não conseguir resgatar
o dinheiro a qualquer momento, o que representa um entrave,
comparado à caderneta de poupança.
Mas, cada vez mais bancos estão reduzindo os aportes mínimos para
essas aplicações, sobretudo para a LCI.
O Banco Sofisa, por exemplo, já oferece LCIs com aporte inicial de 1 real
e rendimento de 91% do CDI, o que representa um retorno de 9,41% em
um ano, ganho superior ao da poupança, das LFTs e dos CDBs.
Mesmo com o maior rendimento, a LCI do Sofisa pode ser mais arriscada
porque os recursos investidos só podem ser resgatados depois de seis
meses. Em uma eventual emergência, o investidor ficaria na mão.
O Banco Intermedium também possui LCIs com taxas vantajosas, que
partem de 94% do CDI e exigem aporte mínimo de 10 mil reais.
Dentre os bancos grandes, apenas o Banco do Brasil permite o
investimento em LCI com quantias menores: seu aporte mínimo é de mil
reais. Os outros exigem investimentos de 30 mil reais e geralmente
pagam 80% do CDI, um rendimento de 8,32% ao ano, que já perde para
a LFT.
Apesar de também ser um investimento relativamente simples de
compreender, a LCA é ainda mais inacessível para o pequeno investidor.
No Banco do Brasil o aporte mínimo é de 30 mil reais, no Santander é de
250 mil reais e na Caixa é de 5 milhões de reais.
Os bancos ABC, Bonsucesso, Intermedium, Pine e Rabobank também
oferecem LCAs, mas com aportes iniciais a partir de 50 mil reais (LCA do
Intermedium). E os rendimentos podem variar de acordo com o volume
do investimento.
As ressalvas feitas em relação aos CDBs de bancos médios também
valem para as LCIs e LCAs de instituições de menor porte. Para não
correr altos riscos, é recomendável investir menos de 250 mil reais por
CPF, por instituição financeira, limite de cobertura do FGC, que também
abarca essas duas aplicações.
Os calmos se dão bem em
investimentos na bolsa
Dois estudos mostram o que fez quem conseguiu ganhar dinheiro na
bolsa nas últimas décadas. Investir por prazos longos, em geral,
compensou
Operadores na Bovespa: 4 000% de valorização real em 46 anos
São Paulo - Paul Samuelson, o primeiro americano a receber o prêmio
Nobel de Economia, em 1970, disse certa vez que investir deveria ser
algo tão monótono quanto “ver a grama crescer”. “Quem quer
adrenalina”, afirmou ele, “pode pegar 800 dólares e ir jogar em Las
Vegas.” Na prática, só mesmo os muito frios e disciplinados conseguem
encarar seus investimentos desse jeito.
A ciclotimia dos mercados cria nas pessoas aqueles dois sentimentos
que teimam em causar prejuízos — o excesso de medo (quando vai tudo
mal) e o excesso de ganância (quando parece que todos vão ficar ricos).
Em momentos como o atual, isso fica claro.
A julgar pelo o que se ouve por aí, os países emergentes podem ser
engolidos por uma crise, e o Brasil, tido como um dos “cinco frágeis” do
cenário atual, vai penar. O que fazer numa hora dessas? Estudos
encomendados por EXAME mostram que é possível se dar bem na bolsa
do jeito zen descrito por Samuelson. Ou seja, entrar em desespero em
fases como a atual não adianta nada.
Um desses estudos indica quanto um investidor pode perder se errar a
mão e entrar e sair da bolsa nas horas erradas. A gestora Mint Capital
analisou o desempenho do Ibovespadesde que o índice foi lançado, em
1968, até janeiro passado. Nestes 46 anos, o índice teve valorização de
4 000%, já descontada a inflação.
Foi um retorno 15 vezes maior do que o da caderneta de poupança, a
aplicação mais conservadora disponível durante todo esse intervalo. Mas
o investidor que, por azar, resolveu vender suas ações justamente nos
curtos períodos em que a bolsa mais subiu perdeu dinheiro.
De acordo com a pesquisa da Mint, quem ficou fora do mercado em
apenas nove meses de forte alta nestes 46 anos teve prejuízo de 38%.
Como se sabe, muitas vezes esses períodos de alta súbita acontecem
pouco depois da hora do pânico absoluto. A bolsa brasileira valorizou
83% em 2009, na sequência da crise que ameaçou levar o mundo de
volta à Idade da Pedra.
É claro que o inverso também é verdadeiro. No levantamento da Mint,
quem acertou o momento de sair do mercado e fez isso antes das
grandes quedas ganhou muito mais dinheiro do que aqueles que se
mantiveram fiéis à estratégia de ver a grama crescer. O duro, nesse
caso, é que vender na hora certa é coisa para poucos.
Na bolsa, errar é muito mais fácil do que acertar. “Quem é muito bom
acerta seis de cada dez decisões de investimento. Não dá para acertar
nove de dez”, afirmou certa vez o americano Peter Lynch, que geriu por
13 anos o Fidelity Magellan, um dos fundos de ações mais rentáveis
dos Estados Unidos.
É por isso que os assessores de investimento costumam recomendar
que os investidores mantenham seus recursos na bolsa por anos, e
apliquem aos poucos, para aumentar a chance de comprar ações
quando elas estão baratas — sem ficar tentando adivinhar quando o
mercado vai melhorar.
O estudo da Mint mostra que isso funcionou para quem investiu, por
décadas, em papéis do Ibovespa. Mas, em prazos mais curtos, nem
sempre a bolsa vai melhor que a renda fixa.
A empresa de informações financeiras Thomson Reuters analisou o
desempenho de cinco mercados emergentes (Brasil, Rússia, China,
Índia e México) e cinco desenvolvidos (Alemanha, Estados Unidos,
França, Japão e Reino Unido) nos úlimos 16 anos.
Todas essas bolsas subiram no período. Na comparação com a renda
fixa, porém, três mercados saíram perdendo. Na França, no Japão e no
Reino Unido, o rendimento médio dos títulos de dez anos do governo foi
maior do que a alta da bolsa de 1998 para cá.
No Brasil, a Bovespa ganhou do CDI — por pouco, é verdade. Na China
e nos Estados Unidos, houve empate. E nos demais países, como Índia
e Rússia, a bolsa foi melhor do que a renda fixa (veja detalhes no quadro
da pág. 91).
Países ricos X Emergentes
Esses resultados foram bastante influenciados pela crise de 2008. É por
isso que só há países desenvolvidos na lista de mercados em que a
renda fixa foi melhor do que a bolsa. No Japão, anos de deflação e baixo
crescimento afastaram os investidores do mercado de ações.
Para os países emergentes, a última década foi essencialmente positiva,
em razão da alta dos preços das commodities e da entrada de
investimentos estrangeiros. Em meio a esse cenário, as bolsas da Índia,
do México e da Rússia tiveram altas impressionantes. Mas quem investiu
em ações chinesas penou.
O excesso de euforia com o país fez a bolsa ter um pico de valorização
em 2007. Depois da crise de 2008, a maioria dos papéis caiu e, desde
então, o mercado praticamente não saiu do lugar.
No Brasil, a alta da Bovespa de 1998 para cá, de 939%, medida pelo
índice IBrX, foi uma das maiores do período — e algumas ações
chegaram a subir mais de 20 000%. Mas o país também conviveu com
juros altíssimos a partir de 1998, o que aproximou a rentabilidade da
renda fixa do retorno médio da bolsa.
As taxas são menores hoje e, se tudo correr bem, podem cair mais no
futuro, o que, ao menos em tese, pode beneficiar a bolsa. Um
levantamento do banco Citi mostra que, de forma geral, as ações
brasileiras estão no mesmo patamar de preço da última década (a conta
é feita com base num índice que mede a relação entre o lucro das
companhias e o valor de seus papéis).
“A diferença é que os juros caíram, o que reduz o custo de captação das
empresas. Levando isso em consideração, os papéis estão mais baratos
hoje”, afirma Stephen Graham, diretor de análise de ações latino-
americanas do banco Citi.
Na opinião da maioria dos analistas, para quem pretende manter seus
recursos na bolsa por anos, este pode ser um bom momento para
começar a ver a grama crescer.
Entenda o que é hedge
A busca de hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos
preços, é uma prática antiga. Ela começou em meados do século XIX no
mercado de commodities agrícolas de Chicago. Agricultores e
pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para vender queriam
reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muita gente levasse
sua produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à
demanda e os preços desabariam. Para evitar esse risco, compradores e
vendedores passaram a negociar os preços antes da entrega. Essa foi a
origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações foram
aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns
no mercado financeiro.
Os derivativos financeiros mais usados são as opções de compra (calls),
as opções de venda (puts) e os contratos futuros. A combinação desses
instrumentos permite a montagem de diversas operações de hedge.
A seguir, uma breve explicação dos principais instrumentos usados para
hedge cambial. Os mais comuns são:
Dólar
A forma mais básica e simples de se proteger contra uma alta da moeda
é comprar dólares no mercado à vista de moeda. A desvantagem é que é
preciso imobilizar uma quantia igual à que se quer proteger da
desvalorização do real.
Títulos cambiais
Outra forma de hedge é comprar títulos públicos indexados à variação do
câmbio. Esses papéis têm vantagens em relação ao dólar, pois pagam
juros. No entanto, também é preciso destinar uma quantia praticamente
igual à que se quer defender.
Opções de compra de dólar
Uma opção de compra garante o direito de comprar um ativo a um preço
determinado antecipadamente. O portador de uma opção paga uma
fração do valor (o prêmio) e pode exercer esse direito até um
determinado dia. Se ele não exercer sua opção, perde o valor do prêmio.
A vantagem é que o comprador precisa imobilizar muito menos dinheiro
para fazer seu hedge.
Contratos futuros de dólar
São compromissos entre um comprador e um vendedor, normalmente
fechados numa transação em bolsa ou intermediada por um banco.
Esses contratos acompanham a oscilação do dólar no mercado à vista.
Se o dólar subir, o comprador do contrato vai receber do vendedor o
equivalente em reais a essa variação, dia a dia. Quando o contrato
vencer, a soma das variações deverá compensar a variação do câmbio.
Da mesma forma que as opções, os contratos futuros permitem que o
investidor faça seu hedge imobilizando muito menos dinheiro. No
entanto, esse tipo de hedge tem um custo. A Bolsa de Mercadorias e
Futuros (BM&F), principal mercado futuro no Brasil, exige que o
investidor deposite garantias em dinheiro ou títulos para poder operar, o
que eleva a quantidade de dinheiro necessária para se fazer o hedge.
Esses instrumentos são padronizados e bastante negociados. Há,
porém, outras formas de hedge, mais sofisticadas. Entre elas:
Swap
Em inglês corrente, quer dizer troca, permuta. No mercado financeiro,
indica uma operação pela qual duas empresas concordam em "trocar"
dívidas. Por exemplo, uma importadora endividada em dólares faz um
swap de moedas com um banco. A empresa deve pagar um valor em
reais ao banco. O banco tem de pagar o equivalente em dólares ao valor
contratado do swap. Se a cotação do dólar subir além do esperado, o
aumento da dívida da empresa será coberto pelo que o banco pagará à
empresa.
No Brasil, os swaps podem ser negociados nos sistemas eletrônicos na
BM&F, na Central de Liquidação e Custódia de Títulos (Cetip) ou
tratados diretamente com os bancos, que montam operações ajustadas
às necessidades de cada cliente. Segundo Carlos Alberto Melo, diretor
financeiro de mercados emergentes para a América Latina do banco
West LB, os swaps são o instrumento de hedge mais usado atualmente
pelas empresas brasileiras.
Cap
É um instrumento em que a empresa compra opções de compra de dólar
a um determinado preço. Se o dólar subir acima desse preço, a empresa
poderá comprá-lo mais barato e fazer o seu hedge.
Para saber mais:
Livros - Fortuna, Eduardo: Mercado Financeiro, Produtos e Serviços,
Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 14a edição, 2000. 581 págs., 65
reais.Hull, John: Introdução aos Mercados Futuros e de Opções. Cultura
Editores Associados, São Paulo, 2a edição, 1996, 572 págs., 35 reais.
Home pages - Bolsa de Mercadorias e Futuros: www.bmf.com.br Cetip:
www.cetip.com.br

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3 investimentos fáceis que rendem mais que a poupança

  • 1. 3 investimentos fáceis que rendem mais que a poupança Veja três sugestões de investimentos pouco complexas e que pagam mais que a caderneta Porquinho de pelúcia: Apesar da praticidade, rendimento da poupança deixa a desejar São Paulo - Apesar de ser muito prática, a poupança deixa a desejar em termos de rendimento. Com um retorno de cerca de 6,80% ao ano, diversos outros investimentostrazem ganhos maiores neste momento - não só os mais sofisticados, como aplicaçõesrelativamente simples e acessíveis ao público em geral. A remuneração das aplicações de renda fixa, que são aquelas mais conservadoras, tende a acompanhar a taxa Selic. Com os juros atualmente aos 10,75% ao ano, portanto, diversas aplicações do mercado estão rendendo mais que os 6,80% da poupança. De acordo com a nova regra de remuneração da caderneta, aportes feitos a partir de 4 de maio de 2012 rendem 70% da taxa Selic, mais a Taxa Referencial (TR - taxa que tem ficado próxima a 0,03%) quando a Selic é menor do que 8,5%. Quando a Selic é maior ou igual a 8,5%, a poupança passa a render 0,5% mais a TR, mesma remuneração da poupança antiga. Ou seja, mesmo com a taxa Selic subindo, a poupança limita-se ao rendimento de 0,5% ao mês mais a TR, enquanto outros investimentos vão oferecendo remunerações maiores, conforme é elevada a taxa. Se você tiver recursos na poupança antiga, resgatá-los envolve o risco de abrir mão do rendimento de 0,5% ao mês mais a TR, que pode ser vantajoso em um cenário em que a taxa Selic fique abaixo de 8,5%. Mas, caso você invista na poupança regida pela nova
  • 2. regra, pode valer a pena resgatar uma parte do investimento para buscar retornos maiores. Ainda que a poupança seja definitivamente o investimento mais simples e prático do mercado, existem aplicações que, com um pouco de paciência, não são tão complicadas de entender e podem trazer boas recompensas. Confira a seguir três sugestões e suas rentabilidades com base na Selic atual: Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos do Tesouro Nacional Investimento mínimo: Cerca de 600 reais Rendimento em um ano: 8,34% (ao investir por meio de corretora sem taxa de administração) Rendimento em dois anos: 18,09% (ao investir por meio de corretora sem taxa de administração) Como investir: Abrindo conta em um banco ou corretora que dê acesso ao sistema Tesouro Direto. Dê preferência a corretoras que não cobram taxa de administração. Ao comprar um título do Tesouro Nacional, o investidor empresta seu dinheiro ao governo, que o remunera por isso. Como as formas de remuneração variam, existem diferentes tipos de título. As Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) são os títulos públicos indicados aqui porque são os únicos que não geram grandes prejuízos caso sejam vendidos antes do vencimento, data na qual o investidor recebe o dinheiro investido (principal) acrescido da rentabilidade prometida (juros). Sua forma de remuneração é simples: a LFT paga ao investidor a variação da taxa Selic diária entre a data da compra e o vencimento do título. Como a apuração do rendimento vai sendo ajustada às variações Selic, o investidor não é penalizado ao vender o título alguns anos antes do vencimento.
  • 3. A LFT poderá sofrer apenas um pequeno deságio se o investidor vender o título em um momento de baixa demanda, que seria uma pequena taxa deduzida da variação da Selic paga para compensar o Tesouro pela venda antes do prazo em um momento de baixo interesse pelo papel. Em função disso, a LFT é considerada o título público mais conservador e mais adequado para substituir a poupança para investimentos de curto prazo. Os demais títulos são mais indicados para o longo prazo, pois podem levar a perdas se vendidos antes do vencimento. Entenda por que isso acontece. A quantidade mínima de compra de qualquer papel do Tesouro é de 0,1 do título (10%). Atualmente, a única LFT disponível para compra, com vencimento em 07/03/17, custa 5.990 reais. Portanto, o investimento mínimo é de 599 reais. Para comprar o título, é preciso abrir uma conta em um banco ou corretora que possibilitem o acesso ao Tesouro Direto, plataforma de negociação de títulos públicos federais. São os chamados agentes de custódia. Alguns deles permitem que o processo de cadastro e compra do título seja feito inteiramente pela internet. Ao escolher a instituição, é preciso tomar cuidado com as taxas de administração, que podem ou não ser cobradas. Para que o investimento seja de fato mais rentável que a poupança, o ideal é abrir conta em uma corretora que isenta a taxa (veja a lista das taxas cobradas). Isso porque além da eventual cobrança da corretora, ainda existe uma taxa obrigatória de 0,3% ao ano, paga à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), e a incidência de imposto de renda sobre os rendimentos, segundo a tabela regressiva.
  • 4. Assim, para aplicações de menos de seis meses, a alíquota é a mais alta, de 22,5%; para aplicações entre seis meses e um ano, a alíquota é de 20,0%; para investimentos entre um e dois anos, a cobrança é de 17,5%; e acima de dois anos, o IR cai para a alíquota mínima de 15%. Certificados de Depósito Bancário (CDB) Investimento mínimo: 1 real Rendimento em um ano: 8,60% (CDB que pague 100% do CDI) Rendimento em dois anos: 18,69% (CDB que pague 100% do CDI) Como investir: Abrindo uma conta num banco que os ofereça ou numa corretora independente que ofereça CDBs de diversos bancos. Ao aplicar em CDBs o investidor empresta seu dinheiro para uma instituição financeira e recebe uma remuneração por isso. Em outras palavras, o banco pega o seu dinheiro em uma ponta para emprestá-lo na outra, pagando uma taxa menor para captar do que aquela cobrada para emprestar, o que gera lucros para a instituição. Existem três remunerações possíveis nesta operação: pré-fixada, pós-fixada e pré e pós-fixada ao mesmo tempo. Na remuneração pré-fixada, a taxa de juro paga é determinada no momento da aplicação; se o título for pós-fixado, o rendimento é um percentual da Selic (menos comum) ou do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) - taxa que baliza as operações interbancárias e fica muito próxima à Selic. Na remuneração pré e pós-fixada, ou indexada à inflação, o banco paga ao investidor a variação da inflação - medida por índices como IPCA, IGP-M ou INPC -, mais uma taxa de juro previamente definida. Esse tipo de remuneração é menos usual. Os CDBs são investimentos bastante oferecidos por grandes bancos aos seus clientes, por isso é muito simples comprar um título desses. No
  • 5. entanto, normalmente a remuneração que os bancos grandes oferecem não é tão vantajosa e pode ser muito semelhante à da poupança. Os CDBs mais rentáveis são aqueles oferecidos pelosbancos médios, que por não terem uma grande rede de clientes e por apresentarem mais risco oferecem taxas altas para atrair mais investidores. O CDB mais comum, que é o pós-fixado atrelado ao CDI, precisa pagar ao menos 83% do CDI para superar a poupança em qualquer prazo, considerando-se a Selic em 10,75% ao ano. Embora não haja a cobrança de taxas, a remuneração dos CDBs também sofre incidência de imposto de renda, segundo a tabela regressiva. Para que supere também a rentabilidade da LFT em qualquer prazo, o CDB deve pagar 98% do CDI. Enquanto a remuneração próxima aos 80% é obtida em bancos grandes facilmente, a remuneração de 98% para quem não investe grandes quantias é oferecida apenas por bancos médios, que chegam a pagar até 110% do CDI, mesmo com aportes pequenos. Alguns bancos médios que oferecem remunerações nesse patamar são o Banco Sofisa, que paga a partir de 100% do CDI para investimentos a partir de 1 real; o Banco Paulista, que oferece CDBs com remunerações a partir de 101% do CDI, com aporte mínimo de 10 mil reais; e o Banco Ficsa, que paga a partir de 104% do CDI para aportes iniciais de 200 reais. É preciso, contudo, ficar atento para a liquidez. Os CDBs que substituem a poupança com mais perfeição são aqueles que são rentáveis mesmo com liquidez diária. Para conseguir maiores rentabilidades, muitas vezes há carência, e não é possível sacar o dinheiro a qualquer momento. Apesar das altas remunerações, bancos médios apresentam mais risco de quebrar. Mas quem investe em CDB possui uma garantia, que é oferecida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade mantida pelos próprios bancos para socorrê-los caso haja necessidade.
  • 6. Caso o banco quebre, o FGC reembolsa ao investidor o que ele havia investido, até o limite de 250 mil reais por CPF, por instituição financeira. Mas mesmo investindo menos de 250 mil reais, o processo de reembolso pode demorar. Por isso, é sempre indicado não investir todos os recursos apenas em CDBs. Essa garantia do FGC também vale para depósitos em conta poupança, conta corrente e CDBs de bancos grandes. Então pode-se dizer que, para investimento de até 250 mil, CDBs de bancos médios são tão seguros quanto a poupança ou CDBs de bancos grandes. Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) Investimento mínimo: 1 real Rendimento em um ano: 9,63% (LCI que pague 90% do CDI) Rendimento em dois anos: 20,19% (LCI que pague 90% do CDI) Como investir: Abrindo uma conta num banco que as ofereça ou numa corretora independente que ofereça LCIs e LCAs de diversos bancos. A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos pelosbancos para obtenção de recursos destinados a financiamentos do setor imobiliário e agrícola, respectivamente. Ambos os títulos são bem parecidos com os CDBs, mas têm a vantagem de serem isentos de imposto de renda, o que faz uma grande diferença no rendimento final. O governo concede a isenção para incentivar a concessão de crédito a esses setores. Com a isenção do imposto de renda, uma LCI ou uma LCA que pague 80% do CDI já é mais rentável que um CDB que rende 93% do CDI, em qualquer prazo, mesmo depois de dois anos, quando é aplicado o menor desconto do imposto de renda sobre o CDB, de 15%. A principal desvantagem da LCI e da LCA é que elas são menos acessíveis que os CDBs. Em alguns bancos, para investir em uma LCA o cliente pode precisar fazer um aporte de milhões de reais. Além disso, a liquidez pode ser baixa, ou seja, o investidor pode não conseguir resgatar
  • 7. o dinheiro a qualquer momento, o que representa um entrave, comparado à caderneta de poupança. Mas, cada vez mais bancos estão reduzindo os aportes mínimos para essas aplicações, sobretudo para a LCI. O Banco Sofisa, por exemplo, já oferece LCIs com aporte inicial de 1 real e rendimento de 91% do CDI, o que representa um retorno de 9,41% em um ano, ganho superior ao da poupança, das LFTs e dos CDBs. Mesmo com o maior rendimento, a LCI do Sofisa pode ser mais arriscada porque os recursos investidos só podem ser resgatados depois de seis meses. Em uma eventual emergência, o investidor ficaria na mão. O Banco Intermedium também possui LCIs com taxas vantajosas, que partem de 94% do CDI e exigem aporte mínimo de 10 mil reais. Dentre os bancos grandes, apenas o Banco do Brasil permite o investimento em LCI com quantias menores: seu aporte mínimo é de mil reais. Os outros exigem investimentos de 30 mil reais e geralmente pagam 80% do CDI, um rendimento de 8,32% ao ano, que já perde para a LFT. Apesar de também ser um investimento relativamente simples de compreender, a LCA é ainda mais inacessível para o pequeno investidor. No Banco do Brasil o aporte mínimo é de 30 mil reais, no Santander é de 250 mil reais e na Caixa é de 5 milhões de reais. Os bancos ABC, Bonsucesso, Intermedium, Pine e Rabobank também oferecem LCAs, mas com aportes iniciais a partir de 50 mil reais (LCA do Intermedium). E os rendimentos podem variar de acordo com o volume do investimento. As ressalvas feitas em relação aos CDBs de bancos médios também valem para as LCIs e LCAs de instituições de menor porte. Para não correr altos riscos, é recomendável investir menos de 250 mil reais por CPF, por instituição financeira, limite de cobertura do FGC, que também abarca essas duas aplicações.
  • 8. Os calmos se dão bem em investimentos na bolsa Dois estudos mostram o que fez quem conseguiu ganhar dinheiro na bolsa nas últimas décadas. Investir por prazos longos, em geral, compensou Operadores na Bovespa: 4 000% de valorização real em 46 anos São Paulo - Paul Samuelson, o primeiro americano a receber o prêmio Nobel de Economia, em 1970, disse certa vez que investir deveria ser algo tão monótono quanto “ver a grama crescer”. “Quem quer adrenalina”, afirmou ele, “pode pegar 800 dólares e ir jogar em Las Vegas.” Na prática, só mesmo os muito frios e disciplinados conseguem encarar seus investimentos desse jeito. A ciclotimia dos mercados cria nas pessoas aqueles dois sentimentos que teimam em causar prejuízos — o excesso de medo (quando vai tudo mal) e o excesso de ganância (quando parece que todos vão ficar ricos). Em momentos como o atual, isso fica claro. A julgar pelo o que se ouve por aí, os países emergentes podem ser engolidos por uma crise, e o Brasil, tido como um dos “cinco frágeis” do cenário atual, vai penar. O que fazer numa hora dessas? Estudos encomendados por EXAME mostram que é possível se dar bem na bolsa do jeito zen descrito por Samuelson. Ou seja, entrar em desespero em fases como a atual não adianta nada. Um desses estudos indica quanto um investidor pode perder se errar a mão e entrar e sair da bolsa nas horas erradas. A gestora Mint Capital analisou o desempenho do Ibovespadesde que o índice foi lançado, em 1968, até janeiro passado. Nestes 46 anos, o índice teve valorização de 4 000%, já descontada a inflação. Foi um retorno 15 vezes maior do que o da caderneta de poupança, a aplicação mais conservadora disponível durante todo esse intervalo. Mas o investidor que, por azar, resolveu vender suas ações justamente nos curtos períodos em que a bolsa mais subiu perdeu dinheiro.
  • 9. De acordo com a pesquisa da Mint, quem ficou fora do mercado em apenas nove meses de forte alta nestes 46 anos teve prejuízo de 38%. Como se sabe, muitas vezes esses períodos de alta súbita acontecem pouco depois da hora do pânico absoluto. A bolsa brasileira valorizou 83% em 2009, na sequência da crise que ameaçou levar o mundo de volta à Idade da Pedra. É claro que o inverso também é verdadeiro. No levantamento da Mint, quem acertou o momento de sair do mercado e fez isso antes das grandes quedas ganhou muito mais dinheiro do que aqueles que se mantiveram fiéis à estratégia de ver a grama crescer. O duro, nesse caso, é que vender na hora certa é coisa para poucos. Na bolsa, errar é muito mais fácil do que acertar. “Quem é muito bom acerta seis de cada dez decisões de investimento. Não dá para acertar nove de dez”, afirmou certa vez o americano Peter Lynch, que geriu por 13 anos o Fidelity Magellan, um dos fundos de ações mais rentáveis dos Estados Unidos. É por isso que os assessores de investimento costumam recomendar que os investidores mantenham seus recursos na bolsa por anos, e apliquem aos poucos, para aumentar a chance de comprar ações quando elas estão baratas — sem ficar tentando adivinhar quando o mercado vai melhorar. O estudo da Mint mostra que isso funcionou para quem investiu, por décadas, em papéis do Ibovespa. Mas, em prazos mais curtos, nem sempre a bolsa vai melhor que a renda fixa. A empresa de informações financeiras Thomson Reuters analisou o desempenho de cinco mercados emergentes (Brasil, Rússia, China, Índia e México) e cinco desenvolvidos (Alemanha, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido) nos úlimos 16 anos. Todas essas bolsas subiram no período. Na comparação com a renda fixa, porém, três mercados saíram perdendo. Na França, no Japão e no Reino Unido, o rendimento médio dos títulos de dez anos do governo foi maior do que a alta da bolsa de 1998 para cá.
  • 10. No Brasil, a Bovespa ganhou do CDI — por pouco, é verdade. Na China e nos Estados Unidos, houve empate. E nos demais países, como Índia e Rússia, a bolsa foi melhor do que a renda fixa (veja detalhes no quadro da pág. 91). Países ricos X Emergentes Esses resultados foram bastante influenciados pela crise de 2008. É por isso que só há países desenvolvidos na lista de mercados em que a renda fixa foi melhor do que a bolsa. No Japão, anos de deflação e baixo crescimento afastaram os investidores do mercado de ações. Para os países emergentes, a última década foi essencialmente positiva, em razão da alta dos preços das commodities e da entrada de investimentos estrangeiros. Em meio a esse cenário, as bolsas da Índia, do México e da Rússia tiveram altas impressionantes. Mas quem investiu em ações chinesas penou. O excesso de euforia com o país fez a bolsa ter um pico de valorização em 2007. Depois da crise de 2008, a maioria dos papéis caiu e, desde então, o mercado praticamente não saiu do lugar. No Brasil, a alta da Bovespa de 1998 para cá, de 939%, medida pelo índice IBrX, foi uma das maiores do período — e algumas ações chegaram a subir mais de 20 000%. Mas o país também conviveu com juros altíssimos a partir de 1998, o que aproximou a rentabilidade da renda fixa do retorno médio da bolsa. As taxas são menores hoje e, se tudo correr bem, podem cair mais no futuro, o que, ao menos em tese, pode beneficiar a bolsa. Um levantamento do banco Citi mostra que, de forma geral, as ações brasileiras estão no mesmo patamar de preço da última década (a conta é feita com base num índice que mede a relação entre o lucro das companhias e o valor de seus papéis). “A diferença é que os juros caíram, o que reduz o custo de captação das empresas. Levando isso em consideração, os papéis estão mais baratos
  • 11. hoje”, afirma Stephen Graham, diretor de análise de ações latino- americanas do banco Citi. Na opinião da maioria dos analistas, para quem pretende manter seus recursos na bolsa por anos, este pode ser um bom momento para começar a ver a grama crescer. Entenda o que é hedge A busca de hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos preços, é uma prática antiga. Ela começou em meados do século XIX no mercado de commodities agrícolas de Chicago. Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para vender queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muita gente levasse sua produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à demanda e os preços desabariam. Para evitar esse risco, compradores e vendedores passaram a negociar os preços antes da entrega. Essa foi a origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações foram aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns no mercado financeiro. Os derivativos financeiros mais usados são as opções de compra (calls), as opções de venda (puts) e os contratos futuros. A combinação desses instrumentos permite a montagem de diversas operações de hedge. A seguir, uma breve explicação dos principais instrumentos usados para hedge cambial. Os mais comuns são: Dólar A forma mais básica e simples de se proteger contra uma alta da moeda é comprar dólares no mercado à vista de moeda. A desvantagem é que é preciso imobilizar uma quantia igual à que se quer proteger da desvalorização do real. Títulos cambiais Outra forma de hedge é comprar títulos públicos indexados à variação do câmbio. Esses papéis têm vantagens em relação ao dólar, pois pagam juros. No entanto, também é preciso destinar uma quantia praticamente igual à que se quer defender. Opções de compra de dólar Uma opção de compra garante o direito de comprar um ativo a um preço determinado antecipadamente. O portador de uma opção paga uma fração do valor (o prêmio) e pode exercer esse direito até um determinado dia. Se ele não exercer sua opção, perde o valor do prêmio.
  • 12. A vantagem é que o comprador precisa imobilizar muito menos dinheiro para fazer seu hedge. Contratos futuros de dólar São compromissos entre um comprador e um vendedor, normalmente fechados numa transação em bolsa ou intermediada por um banco. Esses contratos acompanham a oscilação do dólar no mercado à vista. Se o dólar subir, o comprador do contrato vai receber do vendedor o equivalente em reais a essa variação, dia a dia. Quando o contrato vencer, a soma das variações deverá compensar a variação do câmbio. Da mesma forma que as opções, os contratos futuros permitem que o investidor faça seu hedge imobilizando muito menos dinheiro. No entanto, esse tipo de hedge tem um custo. A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), principal mercado futuro no Brasil, exige que o investidor deposite garantias em dinheiro ou títulos para poder operar, o que eleva a quantidade de dinheiro necessária para se fazer o hedge. Esses instrumentos são padronizados e bastante negociados. Há, porém, outras formas de hedge, mais sofisticadas. Entre elas: Swap Em inglês corrente, quer dizer troca, permuta. No mercado financeiro, indica uma operação pela qual duas empresas concordam em "trocar" dívidas. Por exemplo, uma importadora endividada em dólares faz um swap de moedas com um banco. A empresa deve pagar um valor em reais ao banco. O banco tem de pagar o equivalente em dólares ao valor contratado do swap. Se a cotação do dólar subir além do esperado, o aumento da dívida da empresa será coberto pelo que o banco pagará à empresa. No Brasil, os swaps podem ser negociados nos sistemas eletrônicos na BM&F, na Central de Liquidação e Custódia de Títulos (Cetip) ou tratados diretamente com os bancos, que montam operações ajustadas às necessidades de cada cliente. Segundo Carlos Alberto Melo, diretor financeiro de mercados emergentes para a América Latina do banco West LB, os swaps são o instrumento de hedge mais usado atualmente pelas empresas brasileiras. Cap É um instrumento em que a empresa compra opções de compra de dólar a um determinado preço. Se o dólar subir acima desse preço, a empresa poderá comprá-lo mais barato e fazer o seu hedge. Para saber mais: Livros - Fortuna, Eduardo: Mercado Financeiro, Produtos e Serviços, Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 14a edição, 2000. 581 págs., 65 reais.Hull, John: Introdução aos Mercados Futuros e de Opções. Cultura Editores Associados, São Paulo, 2a edição, 1996, 572 págs., 35 reais. Home pages - Bolsa de Mercadorias e Futuros: www.bmf.com.br Cetip: www.cetip.com.br