SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 5
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson       387



                                                                                                                                                          REVENDO CIÊNCIAS BÁSICAS



     Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais
                        de doença de Parkinson
                          Strategies for neuronal recovery in experimental models of Parkinson’s disease
                     Márcia Cristina Leite Pereira1, Daniela Emi Suzuki2, Luciana Janjoppi3, Oswaldo Keith Okamoto4




RESUMO                                                                                                     neurons, preservation of neuronal circuitry, and alleviation of some
Modelos experimentais animais têm sido fundamentais para o avanço                                          clinical symptoms, especially the motor ones, fundamental issues still
do conhecimento a respeito da fisiopatologia da doença de Parkinson,                                       persist and must be addressed before cell therapy be established as an
bem como ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas                                               alternative treatment to Parkinson´s Disease. In addition to the direct
baseadas em processos intrínsecos à sua patogênese. Entre as novas                                         replacement of dopaminergic neurons, alternative mechanisms of
estratégias terapêuticas atualmente em experimentação, destacam-se                                         neural restoration are being tested, such as manipulation of the cellular
as baseadas em processos neurorrestauradores pelo transplante com                                          niche and recruitment of endogenous neural progenitors. Safety is one
células-tronco neurais e/ou neuroprogenitores fetais. Embora estudos                                       key issue to demonstrate the feasibility of cell therapy protocols. To
pré-clínicos demonstrem efeitos positivos com relação à reposição                                          this end, chronic studies using animal models of Parkinson’s disease
de neurônios dopaminérgicos, preservação de circuitária neuronal e                                         are also critical and must be performed in order to access occasional
amenização de sintomas clínicos, principalmente os motores, questões                                       motor, cognitive, and behavioral disturbs, as well as the possibility of
fundamentais ainda persistem e devem ser pesquisadas antes que a                                           tumor development.
terapia celular se consolide como alternativa ao tratamento da doença
de Parkinson. Além da reposição de neurônios dopaminérgicos,                                               Keywords: Parkinson disease; Stem cells; Experimental models; Cell
a manipulação do microambiente celular e a mobilização de                                                  therapy; Neuronal recovery.
neuroprogenitores endógenos surgem como alternativas a serem
exploradas. Em relação à segurança desses procedimentos, estudos
de longo prazo em modelos animais são importantes e devem ser                                              INTRODUÇÃO
realizados para acessar eventuais distúrbios motores, cognitivos e                                         Originalmente descrita em 1817 pelo médico inglês
comportamentais, bem como a possibilidade de desenvolvimento de                                            James Parkinson, a doença de Parkinson (DP) é uma
tumores.                                                                                                   condição neurodegenerativa progressiva que afeta
                                                                                                           aproximadamente um milhão de pessoas só nos EUA(1).
Descritores: Doença de Parkinson;  Células-tronco;  Modelos
                                                                                                           Embora a incidência seja maior em indivíduos com idade
experimentais; Terapia celular; Neurorrestauração
                                                                                                           entre 50 e 70 anos, com pico aos 60 anos, a DP também
                                                                                                           pode se manifestar antes dos 40 anos (Parkinson de início
ABSTRACT                                                                                                   precoce) ou 20 anos de idade (Parkinson juvenil)(2). As
                                                                                                           manifestações clínicas características da DP incluem
Experimental animal models have been considered essential to better
                                                                                                           bradicinesia, acinesia, alterações na fala e na escrita,
understand the physiopathology of Parkinson’s Disease, as well as
to test new therapeutic approaches targeting essential processes                                           tremores, rigidez muscular, anormalidades de locomoção
related to its development. Neuronal recovery based on neural stem                                         e instabilidade postural(1).
cell and/or fetal neural progenitor cell transplantation is one promising                                      A DP é marcada pela degeneração dos neurônios
strategy currently in development. Although pre-clinical studies                                           dopaminérgicos da substância negra, deficiência de tirosina
suggest positive effects based on replacement of dopaminergic                                              hidroxilase e presença de inclusões intracitoplasmáticas




1
     	Pós-graduanda, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
2
     	Pós-graduanda da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
3
     	Pós-graduanda da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
4
     	Professor Adjunto da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
	 Autor correspondente: Oswaldo Keith Okamoto – Rua Botucatu, 862 – Edifício Leal Prado – CEP 04023-900 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 5576-4508 – e-mail: keith.nexp@epm.br
 	 Data de submissão: 4/12/2007 – Data de aceite: 12/12/2007
	 Os autores declaram não existir conflitos de interesse.



                                                                                                                                                                              einstein. 2007; 5(4):387-391
388     Pereira MCL, Suzuki DE, Janjoppi L, Okamoto OK



ricas em α-sinucleína, denominadas corpos de Lewy(3).        a inervação dopaminérgica do estriado(11). Estudos
Nessa doença, as áreas dopaminérgicas do sistema             demonstraram que, em longo prazo, xenotransplantes de
nervoso central não são equivalentemente afetadas.           neurônios dopaminérgicos são viáveis em pacientes com
Inicialmente, a perda neuronal tende a ser maior na          DP, provocando melhora na função motora(12).
camada ventrolateral da substância negra (estimada em
60% a 70%), progredindo para as camadas medial ventral
e dorsal. Uma perda extensiva de neurônios também            MODELOS EXPERIMENTAIS
é observada no tronco encefálico, no hipotálamo, no          Modelos experimentais utilizando animais têm
córtex e no núcleo basal de Meynert(4). Esse padrão de       sido de fundamental importância para o avanço do
perda neuronal também está correlacionado com  menor         conhecimento à cerca da fisiopatologia da DP, bem como
expressão de transportadores de dopamina(5). Diversos        ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas
fatores têm sido implicados na degeneração neuronal da       baseadas em processos intrínsecos à sua patogênese.
DP, incluindo disfunção mitocondrial, estresse oxidativo,    Segundo Beal (2001)(13), um modelo animal ideal para
deficiência de fatores neurotróficos e ação do sistema       estudo da DP deve apresentar as seguintes características:
imune(6).                                                    neurônios dopaminérgicos completamente normais
                                                             nas fases iniciais do desenvolvimento pós-natal, com
                                                             perda gradual e seletiva desses neurônios na fase
TERAPIAS DISPONÍVEIS                                         adulta, superior a 50% conforme detecção por técnicas
A levodopa foi introduzida em 1967 para o tratamento         bioquímicas e neuropatológicas. Tal neurodegeneração
da DP, sendo até o hoje o tratamento mais efetivo para       deve necessariamente estar associada a defeitos motores
o controle dos distúrbios motores da doença. Cerca de        comumente observados na DP. Nenhum dos modelos
90% dos pacientes com DP apresentam boa resposta             experimentais atuais, entretanto, atende plenamente a
inicial para a levodopa. Estudos demonstraram que a          todos esses critérios.
sobrevivência dos pacientes é significativamente reduzida        Muitos modelos experimentais de DP baseiam-se
se a droga não for administrada até a incapacidade           na ação de neurotoxinas como a 6-hidroxi-dopamina,
ou o enfraquecimento dos reflexos posturais(7). No           o primeiro agente usado para esse fim. A 6-hidroxi-
entanto, os relatos sobre o uso da levodopa são um           dopamina é uma toxina eficaz em ratos, camundongos,
tanto controversos. Há indícios de que essa substância       gatos e primatas, predominantemente usada para
apresente importante benefício terapêutico apenas nos        produção de lesões unilaterais. A droga é injetada
primeiros anos de tratamento (5 a 7 anos), perdendo          na substância negra e se acumula nos neurônios
eficiência no tratamento de longo prazo, quando muitos       dopaminérgicos. A sua ação neurotóxica é atribuída
pacientes deixam de responder à droga(8). Outros estudos     à geração de radicais livres. Em ratos, os efeitos da
demonstram que essa perda de eficiência é restrita ao        depleção extensa de dopamina podem ser acessados
controle de certos sintomas motores(7).                      por exames comportamentais, como o teste rotatório
    O uso prolongado da levodopa pode desencadear,           em resposta à anfetamina(14). Embora os efeitos da 6-
entretanto, complicações motoras como discinesias. Em        hidroxi-dopamina causem sintomas semelhantes aos da
certos casos, a levodopa pode apresentar toxicidade,         DP, as lesões proporcionadas não resultam na formação
possivelmente pela exacerbação do processo de perda e        de corpos de Lewy na substância negra(15).
reposição de dopamina e pela formação de radicais livres         Substâncias quimicamente análogas a pesticidas
como o peroxinitrito(8). Contudo, os dados experimentais     também são empregadas em estudos de DP, a exemplo
e clínicos disponíveis não são conclusivos em relação à      da rotenona, um composto extraído da raiz de uma
levodopa acelerar o processo neurodegenerativo.              espécie de planta. Nesse modelo, animais (usualmente
    Outras drogas, como os agentes anticolinérgicos,         ratos) submetidos a uma infusão intravenosa de rotenona
também são empregadas para tratamento da DP, apesar          desenvolvem progressiva degeneração de neurônios
de o benefício oferecido ser considerado moderado.           nigroestriatais, acompanhada de deficiências na enzima
Estudos de longo prazo com administração de agonistas        tirosina hidroxilase e no transporte de dopamina, além da
de dopamina em pacientes com DP sem tratamento               presença de estruturas semelhantes aos corpos de Lewy
prévio com levodopa obtiveram boas respostas clínicas.       na substância negra. Entre os efeitos comportamentais,
Certos pacientes não apresentaram variações motoras          destacam-se a bradicinesia, a instabilidade postural e os
por períodos de até cinco anos(9).                           tremores(13).
    Estratégias alternativas de tratamento da DP em              Outro importante modelo experimental de DP
experimentação incluem a estimulação elétrica cerebral,      emprega a neurotoxina 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-
que pode atenuar em até 80% os tremores(10) e transplantes   tetraidropiradina (MPTP), cuja estrutura química se
de células mesencefálicas fetais humanas para restaurar      assemelha à do herbicida paraquat. A descoberta dessa


einstein. 2007; 5(4):387-391
Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson    389



toxina ocorreu em 1982, quando um grupo de usuários
de drogas sintéticas na Califórnia desenvolveu sintomas
irreversíveis da DP. O MPTP pode ser originado por erros
no processo de síntese química de heroína e os seus efeitos
são observados horas ou dias após sua administração. Tais
efeitos do MPTP foram subseqüentemente avaliados e
explorados em animais de laboratório, principalmente
ratos e primatas, para o entendimento da fisiopatologia
da DP(16-17). A administração do MPTP em macacos
desenvolve sinais clínicos de DP, incluindo tremores,
rigidez muscular e instabilidade postural(17-18). Em geral,
os primatas apresentaram inclusões neuronais que se
assemelham aos corpos de Lewy e respondem bem ao
tratamento com levodopa ou com receptores agonistas
dopaminérgicos(19).
    Existem, ainda, modelos experimentais de DP baseados
na expressão de α-sinucleína. No modelo experimental
desenvolvido por Feany e Bender em 2000(20), drosófilas
mutantes para a expressão de α-sinucleína apresentam
uma perda de neurônios dorsomediais com expressão de
tirosina hidroxilase. As moscas mutantes desenvolvem
disfunção locomotora com progressão da idade, mas
ainda não foi determinado se esses déficits podem ser
revertidos com o uso de fármacos.


CÉLULAS-TRONCO E DOENÇA DE PARKINSON
A terapia celular busca restaurar o funcionamento
de tecidos ou órgãos por meio da proteção celular ou
reposição de células danificadas por células sadias. O        Figura 1. Hipóteses sobre os efeitos neurorrestauradores decorrentes do transplante
                                                              de células-tronco em modelos experimentais de doença de Parkinson
desenvolvimento de terapias baseadas em transplantes
celulares na DP, entretanto, implica necessariamente
a superação de algumas barreiras quanto à obtenção            sido dificultada em certos países pelas implicações
de neurônios dopaminérgicos transplantáveis. Com o            éticas associadas à destruição de embriões. Quanto
avanço nas pesquisas com células-tronco (CT), fontes          à sua aplicação terapêutica, além do impasse ético,
alternativas de células humanas saudáveis passam a ser        dificuldades técnicas como compatibilidade genética
vislumbradas.                                                 entre doador e receptor e inibição de desenvolvimento
    As CT e as células progenitoras tecido-específicas        tumoral são grandes desafios a serem superados.
constituem importante fonte para reposição celular,           Entre as atuais propostas para o contorno de algumas
podendo ser transplantadas diretamente no sítio de lesão      dessas barreiras, destacam-se a obtenção de CTE por
ou recrutadas a ele mediante estimulação da síntese de        clonagem terapêutica(23) e a reprogramação genética
moléculas quimiotáticas. Além de tecidos embrionários,        de células somáticas, cuja viabilidade foi recentemente
CT podem ser encontradas em pequenas quantidades              demonstrada(24-25).
nos tecidos fetais ou do indivíduo adulto(21). Tais células       As CTA e as células neuroprogenitoras são
são conhecidas por células-tronco somáticas ou “adultas”      candidatas naturais para uso terapêutico em doenças
(CTA) e, assim como as CT embrionárias (CTE),                 neurodegenerativas como o mal de Parkinson. A
possuem duas características essenciais: capacidade de        viabilidade do princípio foi demonstrada em estudos
auto-renovação por longos períodos e de geração de            clínicos com portadores de DP submetidos a transplante
células com funções específicas.                              intra-estriatal de tecido mesencefálico fetal. Novos
    De fato, um estudo em modelo experimental de              neurônios viáveis e funcionais, secretores de dopamina,
DP em ratos verificou que o transplante com CTE               foram detectados após o transplante, integrados ao
resulta em aumento de neurônios dopaminérgicos                circuito neuronal preexistente. Entretanto, o benefício
funcionais, com reversão de sintomas clínicos (22)            clínico do procedimento é ainda considerado bastante
(Figura 1). Entretanto, a pesquisa com CTE tem                modesto, com ocorrência de discinesias em certos casos,


                                                                                                                             einstein. 2007; 5(4):387-391
390     Pereira MCL, Suzuki DE, Janjoppi L, Okamoto OK



demonstrando a necessidade de ajustes e otimizações de      REFERÊNCIAS
protocolo clínico(26).                                      1.	 Lang AE, Lozano AM. Parkinson’s disease. First of two parts. N Engl J Med.
   Em um estudo recente, Redmond et al.(27) demonstraram        1998;339(15):1044-53.
que CT neurais (CTN) humanas xenotransplantadas em          2.	 Meneses MS, Teive HAG. Doença de Parkinson: aspectos clínicos e cirúrgicos.
primatas submetidos ao modelo de Parkinson induzido             Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996.
por MPTP podem sobreviver, migrar e recuperar déficits      3.	 Lotharius J, Brundin P. Pathogenesis of Parkinson’s disease: dopamine, vesicles
                                                                and alpha-synuclein. Nat Rev Neurosci. 2002;3(12):932-42.
comportamentais inerentes à redução dos níveis de
dopamina no sistema nigroestriatal. Além da geração de      4.	 Fearnely JM, Lees AJ. Ageing and Parkinson’s disease: substancia nigra regional
                                                                selectivity. Brain.1991;114(Pt 5):2283-301.
novos neurônios com expressão de tirosina hidroxilase ou
                                                            5.	 Uhl GR, Walther D, Mash D, Faucheux B, Javoy-Agid F. Dopamine transporter
transportador de dopamina, derivados da diferenciação           messenger RNA in Parkinson’s disease and control substantia nigra neurons.
de CTN, esses autores verificaram também que o                  Ann Neurol. 1994;35(4):494-8.
transplante de CTN melhorou o microambiente celular,        6.	 Sherer TB, Betarbet R, Greenamyre JT. Pathogenesis of Parkinson’s disease.
proporcionando ajustes homeostáticos neuroprotetores            Curr Opin Investig Drugs. 2001;2(5):657-62.
com efeito na preservação da circuitaria nigroestriatal.    7.	 Rajput AH, Uitti RJ, Offord KP. Timely levodopa (LD) administration prolongs
Uma possível explicação para esse efeito indireto do            survival in Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord. 1997;3(3):159-65.
transplante com CTN pode estar relacionada à produção       8.	 Fahn S. Is levodopa toxic? Neurology. 1996;47(Suppl 3):S184-95.
extra de fatores neurotróficos, como neurotrofina-3         9.	 Hely MA, Morris JG, Reid WG, O´Sullivan DJ, Williamson, Rail D, et al. The
e fator de crescimento neural, pelas próprias CTN               Sydney Multicentre Study of Parkinson’s disease: a randomised, prospective
                                                                five year study comparing low dose bromocriptine with low dose levodopa-
transplantadas(28). Evidências de efeitos neuroprotetores
                                                                carbidopa. J Neurosurg Psychiatry. 1994;57(8):903-10.
indiretos decorrentes do transplantes de CTN também
                                                            10.	Koller W, Pahwa R, Busenbark K, Hubble J, Wolkinson S, Lang A, et al. High-
foram reportadas em outros estudos, incluindo ação              frequency unilateral thalamic stimulation in the treatment of essential and
antiinflamatória, angiogênica e neurotrófica, favorecendo       parkinsonian tremor. Ann Neurol. 1997;42(3):292-9.
um microambiente reparativo no sistema nervoso(29-30).      11.	Freed CR, Greene PE, Breeze RE, Tsay WY, DuMouchel W, Kao R, et al.
                                                                Transplantation of embryonic dopamine neurons for severe Parkinson’s disease.
                                                                N Engl J Med. 2001;344(10):710-9.
CONCLUSÃO                                                   12.	Deacon T, Schumacher J, Dinsmore J, Thomas C, Palmer P, Kott S, et al.
                                                                Histological evidence of fetal pig neural cell survival after transplantation into
Modelos experimentais animais têm auxiliado o                   a patient with Parkinson’s disease. Nat Med. 1997;3(3):350-3.
estudo e a compreensão das características clínicas,
                                                            13.	Beal MF. Experimental models of Parkinson’s disease. Nat Rev Neurosci.
neuropatológicas e bioquímicas da doença de Parkinson.          2001;2(5):325-34.
Muitos desses modelos experimentais, como o induzido        14.	Ungerstedt U. Striatal dopamine release after amphetamine or nerve
por MPTP, têm viabilizado o teste de novas abordagens           degeneration revealed by rotational behaviour. Acta Physiol Scand.
terapêuticas, incluindo o transplante com células-              1971;367(Suppl):49-68.
tronco e neuroprogenitores fetais. Embora estudos           15.	Sauer H, Oertel WH. Progressive degeneration of nigrostriatal dopamine neurons
pré-clínicos demonstrem efeitos positivos com relação à         following intrastriatal terminal lesions with 6-hydroxydopamine: a combined
                                                                retrograde tracing and immunocytochemical study in the rat. Neuroscience.
restauração de neurônios dopaminérgicos e amenização            1994;59(2):401-15.
de sintomas clínicos, principalmente os motores,
                                                            16.	Bankiewicz KS, Olfield EH, Chiueh CC, Doppman JL, Jacobowitz DM, Kopin IJ.
questões fundamentais ainda persistem e devem ser               Hemiparkinsonism in monkeys after unilateral internal carotid artery infusion of 1-
pesquisadas antes que a terapia celular se consolide            methyl-4-phenyl-1,2,3,6-tetrahydropyridine (MPTP). Life Sci. 1986;39(1):7-16.
como alternativa ao tratamento da doença de Parkinson.      17.	Bloem BR, Irwin I, Buruma OJ, Haan J, Roos RAC, Tetrud JW, et al. The MPTP
Além da reposição de neurônios dopaminérgicos, novas            model: versatile contributions to the treatment of idiopathic Parkinson’s disease.
estratégias, incluindo a manipulação do microambiente           J Neurol Sci. 1990;97(2-3):273-93.
celular e a mobilização de neuroprogenitores endógenos,     18.	Burns RS, Chiueh CC, Markey SP, Ebert MH, Jacobowitz DM, Kopin IJ. A
                                                                primate model of parkinsonism: selective destruction of dopaminergic neurons
surgem como alternativas a serem exploradas.
                                                                in the pars compacta of the substantia nigra by N-methyl-4-phenyl-1,2,3,6-
Nesse contexto, o contínuo desenvolvimento e a                  tetrahydropyridine. Proc Natl Acad Sci. 1983;80(14):4546-50.
caracterização de modelos experimentais de doenças          19.	Forno LS, Langston JW, DeLanney LE, Irwin I, Ricaurte GA. Locus ceruleus
neurodegenerativas prevalentes é de fundamental                 lesions and eosinophilic inclusions in MPTP-treated monkeys. Ann Neurol.
importância e aplicabilidade.                                   1986;20(4):449-55.
                                                            20.	Feany MB, Bender WW. A Drosophila model of Parkinson’s disease. Nature.
                                                                2000;404(6776):394-8.
AGRADECIMENTOS                                              21.	Weissman IL. Stem cells: units of development, units of regeneration, units of
                                                                evolution. Cell. 2000;100(1):157-68.
Agradecemos o apoio financeiro concedido pela
                                                            22.	Bjorklund LM, Sanchez-Pernaute R, Chung S, Andersson T, Chen YI, McNaught
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
                                                                KS, et al. Embryonic stem cells develop into functional dopaminergic
Superior (Capes), às alunas Márcia Cristina Leite               neurons after transplantation in a Parkinson rat model. Proc Natl Acad Sci.
Pereira, Daniela Emi Suzuki e Luciana Janjoppi.                 2002;99(4):234-9.



einstein. 2007; 5(4):387-391
Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson    391



23.	Byrne JA, Pedersen DA, Clepper LL, Nelson M, Sanger WG, Gokhale S, et al.             multiple homeostatic effects of human neural stem cells. Proc Natl Acad Sci.
    Producing primate embryonic stem cells by somatic cell nuclear transfer. Nature.      2007;104(29):12175-80.
    2007;450(7169):497-502.                                                            28.	Wei P, Liu J, Zhou H, Han Z, Wu Q, Pang J, et al. Effects of engrafted neural stem
24.	Yu J, Vodyanik MA, Smuga-Otto K, Antosiewicz-Bourget J, Frane JL, Tian S,              cells derived from GFP transgenic mice in Parkinson’s diseases rats. Neurosci
    et al. Induced pluripotent stem cell lines derived from human somatic cells.           Lett. 2007;419(1): 49-54.
    Science. 2007. [Epub ahead of print.]                                              29.	Crigler L, Robey RC, Asawachaicharm A, Gaupp D, Phinney DG. Human
25.	Takahashi K, Tanabe K, Ohnuki M, Narita  M, Ichisaka T, Tomoda K, Yamanaka             mesenchymal stem cell subpopulations express a variety of neuro-regulatory
    S. Induction of pluripotent stem cells from adult human fibroblasts by defined         molecules and promote neuronal cell survival and neuritogenesis. Exp Neurol.
    factors. Cell. 2007;131(5):861-72.                                                     2006;198(1):54-64.
26.	Lindvall O, Bjorklund A. Cell therapy in Parkinson`s disease. Neurorx.             30.	Lee PJ, Baek RC, Clatk D, Rose H, Fu G, Clarke J. Stem cells act through multiple
    2004;1(4):382-93.                                                                      mechanisms to benefit mice with neurodegenerative metabolic disease. Nat
27.	Redmond DE, Bjugstad KB, Teng YD, Ourednik V, Ourednik J, Wakeman DR, et               Med. 2007;13(4):439-47.
    al. Behavioral improvement in a primate Parkinson’s model is associated with




                                                                                                                                                      einstein. 2007; 5(4):387-391

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASO
SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASOSÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASO
SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASOneuroligaunivasf
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinsonCaioUrsine
 
Doenças do Sistema Nervoso
Doenças do Sistema NervosoDoenças do Sistema Nervoso
Doenças do Sistema NervosoMaria Freitas
 
Trabalho de neuroanatomia
Trabalho de neuroanatomiaTrabalho de neuroanatomia
Trabalho de neuroanatomiaVabeltrao
 
Epilepsia agressividade
Epilepsia agressividadeEpilepsia agressividade
Epilepsia agressividadeLeonardo Faria
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinsonmigascouto
 
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalLinfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalUnidade de Neuropsicologia HEM|CHLO
 
Acupuntura e paralisia facial
Acupuntura e paralisia facialAcupuntura e paralisia facial
Acupuntura e paralisia facialHelena Rodrigues
 
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...guesteb0432e6
 
Seminario neuro mal de parkinson
Seminario neuro   mal de parkinsonSeminario neuro   mal de parkinson
Seminario neuro mal de parkinsonHannah Dantas
 
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaCartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaErich Fonoff
 

Was ist angesagt? (17)

SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASO
SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASOSÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASO
SÍNDROME DE MILLER FISHER E NEURITE ÓPTICA - RELATO DE CASO
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinson
 
Doenças do Sistema Nervoso
Doenças do Sistema NervosoDoenças do Sistema Nervoso
Doenças do Sistema Nervoso
 
Trabalho de neuroanatomia
Trabalho de neuroanatomiaTrabalho de neuroanatomia
Trabalho de neuroanatomia
 
Parkinson seminário
Parkinson seminárioParkinson seminário
Parkinson seminário
 
Mal de parkinson
Mal de parkinsonMal de parkinson
Mal de parkinson
 
Epilepsia agressividade
Epilepsia agressividadeEpilepsia agressividade
Epilepsia agressividade
 
Epilepsia
 Epilepsia  Epilepsia
Epilepsia
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinson
 
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalLinfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
 
Doença de de parkinson
Doença de de parkinsonDoença de de parkinson
Doença de de parkinson
 
Parkinson
ParkinsonParkinson
Parkinson
 
Acupuntura e paralisia facial
Acupuntura e paralisia facialAcupuntura e paralisia facial
Acupuntura e paralisia facial
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinson
 
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...
Acompanhamento Por Sete Anos Das ManifestaçõEs NeurolóGicas De Paciente Com D...
 
Seminario neuro mal de parkinson
Seminario neuro   mal de parkinsonSeminario neuro   mal de parkinson
Seminario neuro mal de parkinson
 
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaCartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
 

Ähnlich wie Estratégias para neuro-restauração em modelos de DP

Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementam
Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementamNeuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementam
Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementamEmanuel F. da Conceição António
 
DoençaParkinson
DoençaParkinsonDoençaParkinson
DoençaParkinsonguest5fca39
 
Aval. neuro infantil
Aval. neuro infantilAval. neuro infantil
Aval. neuro infantilAndrea Bueno
 
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptx
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptxAula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptx
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptxEzequielAFeitosa
 
Plasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiaPlasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiajuuliacarolina
 
Aspectos neuropsicológicos da depressão
Aspectos neuropsicológicos da depressãoAspectos neuropsicológicos da depressão
Aspectos neuropsicológicos da depressãovkarmo
 
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervoso
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervosoRevisão de anatomia e fisiologia do sistema nervoso
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervosoCaio Maximino
 
Alteraciones comportamentales en el sistema Nerviosos
Alteraciones comportamentales en el sistema NerviososAlteraciones comportamentales en el sistema Nerviosos
Alteraciones comportamentales en el sistema NerviososLizOjedaPea
 
01+Introdução+à+Neurociência.pptx
01+Introdução+à+Neurociência.pptx01+Introdução+à+Neurociência.pptx
01+Introdução+à+Neurociência.pptxceciliamonteiro12
 
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligação
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligaçãoPsicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligação
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligaçãoArgos Arruda Pinto
 
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...Amer Hamdan
 
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaCartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaParkinson Hoje
 
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Farmacologia 12 antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 12   antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)Farmacologia 12   antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 12 antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)Jucie Vasconcelos
 

Ähnlich wie Estratégias para neuro-restauração em modelos de DP (20)

Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementam
Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementamNeuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementam
Neuropsicologia e Especialidades Médicas: Olhares que se complementam
 
DoençaParkinson
DoençaParkinsonDoençaParkinson
DoençaParkinson
 
Aval. neuro infantil
Aval. neuro infantilAval. neuro infantil
Aval. neuro infantil
 
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptx
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptxAula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptx
Aula 1 NeuroanatomofisioPsicologias.pptx
 
Plasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiaPlasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapia
 
Aspectos neuropsicológicos da depressão
Aspectos neuropsicológicos da depressãoAspectos neuropsicológicos da depressão
Aspectos neuropsicológicos da depressão
 
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervoso
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervosoRevisão de anatomia e fisiologia do sistema nervoso
Revisão de anatomia e fisiologia do sistema nervoso
 
Alteraciones comportamentales en el sistema Nerviosos
Alteraciones comportamentales en el sistema NerviososAlteraciones comportamentales en el sistema Nerviosos
Alteraciones comportamentales en el sistema Nerviosos
 
01+Introdução+à+Neurociência.pptx
01+Introdução+à+Neurociência.pptx01+Introdução+à+Neurociência.pptx
01+Introdução+à+Neurociência.pptx
 
Nervoso importancia
Nervoso importanciaNervoso importancia
Nervoso importancia
 
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligação
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligaçãoPsicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligação
Psicoterapia, neuroplasticidade e neurorreligação
 
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...
Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Desenvolvimento Histórico e Perspe...
 
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral ProfundaCartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Cartilha Parkinson Hoje: Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
 
Neurofisiologia
NeurofisiologiaNeurofisiologia
Neurofisiologia
 
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...
Pregabalina protege neuronios de acao pro inflamatoria de linfocitos t encefa...
 
X fragil artigo
X fragil artigoX fragil artigo
X fragil artigo
 
Neurociencia 3/5
Neurociencia 3/5Neurociencia 3/5
Neurociencia 3/5
 
A influência do comprometimento neuromotor na aquisição de habilidades em par...
A influência do comprometimento neuromotor na aquisição de habilidades em par...A influência do comprometimento neuromotor na aquisição de habilidades em par...
A influência do comprometimento neuromotor na aquisição de habilidades em par...
 
Farmacologia 12 antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 12   antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)Farmacologia 12   antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 12 antiparkinsonianos - med resumos (dez-2011)
 
Esclerose multipla
Esclerose multiplaEsclerose multipla
Esclerose multipla
 

Estratégias para neuro-restauração em modelos de DP

  • 1. Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson 387 REVENDO CIÊNCIAS BÁSICAS Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson Strategies for neuronal recovery in experimental models of Parkinson’s disease Márcia Cristina Leite Pereira1, Daniela Emi Suzuki2, Luciana Janjoppi3, Oswaldo Keith Okamoto4 RESUMO neurons, preservation of neuronal circuitry, and alleviation of some Modelos experimentais animais têm sido fundamentais para o avanço clinical symptoms, especially the motor ones, fundamental issues still do conhecimento a respeito da fisiopatologia da doença de Parkinson, persist and must be addressed before cell therapy be established as an bem como ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas alternative treatment to Parkinson´s Disease. In addition to the direct baseadas em processos intrínsecos à sua patogênese. Entre as novas replacement of dopaminergic neurons, alternative mechanisms of estratégias terapêuticas atualmente em experimentação, destacam-se neural restoration are being tested, such as manipulation of the cellular as baseadas em processos neurorrestauradores pelo transplante com niche and recruitment of endogenous neural progenitors. Safety is one células-tronco neurais e/ou neuroprogenitores fetais. Embora estudos key issue to demonstrate the feasibility of cell therapy protocols. To pré-clínicos demonstrem efeitos positivos com relação à reposição this end, chronic studies using animal models of Parkinson’s disease de neurônios dopaminérgicos, preservação de circuitária neuronal e are also critical and must be performed in order to access occasional amenização de sintomas clínicos, principalmente os motores, questões motor, cognitive, and behavioral disturbs, as well as the possibility of fundamentais ainda persistem e devem ser pesquisadas antes que a tumor development. terapia celular se consolide como alternativa ao tratamento da doença de Parkinson. Além da reposição de neurônios dopaminérgicos, Keywords: Parkinson disease; Stem cells; Experimental models; Cell a manipulação do microambiente celular e a mobilização de therapy; Neuronal recovery. neuroprogenitores endógenos surgem como alternativas a serem exploradas. Em relação à segurança desses procedimentos, estudos de longo prazo em modelos animais são importantes e devem ser INTRODUÇÃO realizados para acessar eventuais distúrbios motores, cognitivos e Originalmente descrita em 1817 pelo médico inglês comportamentais, bem como a possibilidade de desenvolvimento de James Parkinson, a doença de Parkinson (DP) é uma tumores. condição neurodegenerativa progressiva que afeta aproximadamente um milhão de pessoas só nos EUA(1). Descritores: Doença de Parkinson;  Células-tronco;  Modelos Embora a incidência seja maior em indivíduos com idade experimentais; Terapia celular; Neurorrestauração entre 50 e 70 anos, com pico aos 60 anos, a DP também pode se manifestar antes dos 40 anos (Parkinson de início ABSTRACT precoce) ou 20 anos de idade (Parkinson juvenil)(2). As manifestações clínicas características da DP incluem Experimental animal models have been considered essential to better bradicinesia, acinesia, alterações na fala e na escrita, understand the physiopathology of Parkinson’s Disease, as well as to test new therapeutic approaches targeting essential processes tremores, rigidez muscular, anormalidades de locomoção related to its development. Neuronal recovery based on neural stem e instabilidade postural(1). cell and/or fetal neural progenitor cell transplantation is one promising A DP é marcada pela degeneração dos neurônios strategy currently in development. Although pre-clinical studies dopaminérgicos da substância negra, deficiência de tirosina suggest positive effects based on replacement of dopaminergic hidroxilase e presença de inclusões intracitoplasmáticas 1   Pós-graduanda, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. 2   Pós-graduanda da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. 3   Pós-graduanda da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. 4   Professor Adjunto da Disciplina de Neurologia Experimental, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. Autor correspondente: Oswaldo Keith Okamoto – Rua Botucatu, 862 – Edifício Leal Prado – CEP 04023-900 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 5576-4508 – e-mail: keith.nexp@epm.br   Data de submissão: 4/12/2007 – Data de aceite: 12/12/2007 Os autores declaram não existir conflitos de interesse. einstein. 2007; 5(4):387-391
  • 2. 388 Pereira MCL, Suzuki DE, Janjoppi L, Okamoto OK ricas em α-sinucleína, denominadas corpos de Lewy(3). a inervação dopaminérgica do estriado(11). Estudos Nessa doença, as áreas dopaminérgicas do sistema demonstraram que, em longo prazo, xenotransplantes de nervoso central não são equivalentemente afetadas. neurônios dopaminérgicos são viáveis em pacientes com Inicialmente, a perda neuronal tende a ser maior na DP, provocando melhora na função motora(12). camada ventrolateral da substância negra (estimada em 60% a 70%), progredindo para as camadas medial ventral e dorsal. Uma perda extensiva de neurônios também MODELOS EXPERIMENTAIS é observada no tronco encefálico, no hipotálamo, no Modelos experimentais utilizando animais têm córtex e no núcleo basal de Meynert(4). Esse padrão de sido de fundamental importância para o avanço do perda neuronal também está correlacionado com  menor conhecimento à cerca da fisiopatologia da DP, bem como expressão de transportadores de dopamina(5). Diversos ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas fatores têm sido implicados na degeneração neuronal da baseadas em processos intrínsecos à sua patogênese. DP, incluindo disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, Segundo Beal (2001)(13), um modelo animal ideal para deficiência de fatores neurotróficos e ação do sistema estudo da DP deve apresentar as seguintes características: imune(6). neurônios dopaminérgicos completamente normais nas fases iniciais do desenvolvimento pós-natal, com perda gradual e seletiva desses neurônios na fase TERAPIAS DISPONÍVEIS adulta, superior a 50% conforme detecção por técnicas A levodopa foi introduzida em 1967 para o tratamento bioquímicas e neuropatológicas. Tal neurodegeneração da DP, sendo até o hoje o tratamento mais efetivo para deve necessariamente estar associada a defeitos motores o controle dos distúrbios motores da doença. Cerca de comumente observados na DP. Nenhum dos modelos 90% dos pacientes com DP apresentam boa resposta experimentais atuais, entretanto, atende plenamente a inicial para a levodopa. Estudos demonstraram que a todos esses critérios. sobrevivência dos pacientes é significativamente reduzida Muitos modelos experimentais de DP baseiam-se se a droga não for administrada até a incapacidade na ação de neurotoxinas como a 6-hidroxi-dopamina, ou o enfraquecimento dos reflexos posturais(7). No o primeiro agente usado para esse fim. A 6-hidroxi- entanto, os relatos sobre o uso da levodopa são um dopamina é uma toxina eficaz em ratos, camundongos, tanto controversos. Há indícios de que essa substância gatos e primatas, predominantemente usada para apresente importante benefício terapêutico apenas nos produção de lesões unilaterais. A droga é injetada primeiros anos de tratamento (5 a 7 anos), perdendo na substância negra e se acumula nos neurônios eficiência no tratamento de longo prazo, quando muitos dopaminérgicos. A sua ação neurotóxica é atribuída pacientes deixam de responder à droga(8). Outros estudos à geração de radicais livres. Em ratos, os efeitos da demonstram que essa perda de eficiência é restrita ao depleção extensa de dopamina podem ser acessados controle de certos sintomas motores(7). por exames comportamentais, como o teste rotatório O uso prolongado da levodopa pode desencadear, em resposta à anfetamina(14). Embora os efeitos da 6- entretanto, complicações motoras como discinesias. Em hidroxi-dopamina causem sintomas semelhantes aos da certos casos, a levodopa pode apresentar toxicidade, DP, as lesões proporcionadas não resultam na formação possivelmente pela exacerbação do processo de perda e de corpos de Lewy na substância negra(15). reposição de dopamina e pela formação de radicais livres Substâncias quimicamente análogas a pesticidas como o peroxinitrito(8). Contudo, os dados experimentais também são empregadas em estudos de DP, a exemplo e clínicos disponíveis não são conclusivos em relação à da rotenona, um composto extraído da raiz de uma levodopa acelerar o processo neurodegenerativo. espécie de planta. Nesse modelo, animais (usualmente Outras drogas, como os agentes anticolinérgicos, ratos) submetidos a uma infusão intravenosa de rotenona também são empregadas para tratamento da DP, apesar desenvolvem progressiva degeneração de neurônios de o benefício oferecido ser considerado moderado. nigroestriatais, acompanhada de deficiências na enzima Estudos de longo prazo com administração de agonistas tirosina hidroxilase e no transporte de dopamina, além da de dopamina em pacientes com DP sem tratamento presença de estruturas semelhantes aos corpos de Lewy prévio com levodopa obtiveram boas respostas clínicas. na substância negra. Entre os efeitos comportamentais, Certos pacientes não apresentaram variações motoras destacam-se a bradicinesia, a instabilidade postural e os por períodos de até cinco anos(9). tremores(13). Estratégias alternativas de tratamento da DP em Outro importante modelo experimental de DP experimentação incluem a estimulação elétrica cerebral, emprega a neurotoxina 1-metil-4-fenil-1,2,3,6- que pode atenuar em até 80% os tremores(10) e transplantes tetraidropiradina (MPTP), cuja estrutura química se de células mesencefálicas fetais humanas para restaurar assemelha à do herbicida paraquat. A descoberta dessa einstein. 2007; 5(4):387-391
  • 3. Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson 389 toxina ocorreu em 1982, quando um grupo de usuários de drogas sintéticas na Califórnia desenvolveu sintomas irreversíveis da DP. O MPTP pode ser originado por erros no processo de síntese química de heroína e os seus efeitos são observados horas ou dias após sua administração. Tais efeitos do MPTP foram subseqüentemente avaliados e explorados em animais de laboratório, principalmente ratos e primatas, para o entendimento da fisiopatologia da DP(16-17). A administração do MPTP em macacos desenvolve sinais clínicos de DP, incluindo tremores, rigidez muscular e instabilidade postural(17-18). Em geral, os primatas apresentaram inclusões neuronais que se assemelham aos corpos de Lewy e respondem bem ao tratamento com levodopa ou com receptores agonistas dopaminérgicos(19). Existem, ainda, modelos experimentais de DP baseados na expressão de α-sinucleína. No modelo experimental desenvolvido por Feany e Bender em 2000(20), drosófilas mutantes para a expressão de α-sinucleína apresentam uma perda de neurônios dorsomediais com expressão de tirosina hidroxilase. As moscas mutantes desenvolvem disfunção locomotora com progressão da idade, mas ainda não foi determinado se esses déficits podem ser revertidos com o uso de fármacos. CÉLULAS-TRONCO E DOENÇA DE PARKINSON A terapia celular busca restaurar o funcionamento de tecidos ou órgãos por meio da proteção celular ou reposição de células danificadas por células sadias. O Figura 1. Hipóteses sobre os efeitos neurorrestauradores decorrentes do transplante de células-tronco em modelos experimentais de doença de Parkinson desenvolvimento de terapias baseadas em transplantes celulares na DP, entretanto, implica necessariamente a superação de algumas barreiras quanto à obtenção sido dificultada em certos países pelas implicações de neurônios dopaminérgicos transplantáveis. Com o éticas associadas à destruição de embriões. Quanto avanço nas pesquisas com células-tronco (CT), fontes à sua aplicação terapêutica, além do impasse ético, alternativas de células humanas saudáveis passam a ser dificuldades técnicas como compatibilidade genética vislumbradas. entre doador e receptor e inibição de desenvolvimento As CT e as células progenitoras tecido-específicas tumoral são grandes desafios a serem superados. constituem importante fonte para reposição celular, Entre as atuais propostas para o contorno de algumas podendo ser transplantadas diretamente no sítio de lesão dessas barreiras, destacam-se a obtenção de CTE por ou recrutadas a ele mediante estimulação da síntese de clonagem terapêutica(23) e a reprogramação genética moléculas quimiotáticas. Além de tecidos embrionários, de células somáticas, cuja viabilidade foi recentemente CT podem ser encontradas em pequenas quantidades demonstrada(24-25). nos tecidos fetais ou do indivíduo adulto(21). Tais células As CTA e as células neuroprogenitoras são são conhecidas por células-tronco somáticas ou “adultas” candidatas naturais para uso terapêutico em doenças (CTA) e, assim como as CT embrionárias (CTE), neurodegenerativas como o mal de Parkinson. A possuem duas características essenciais: capacidade de viabilidade do princípio foi demonstrada em estudos auto-renovação por longos períodos e de geração de clínicos com portadores de DP submetidos a transplante células com funções específicas. intra-estriatal de tecido mesencefálico fetal. Novos De fato, um estudo em modelo experimental de neurônios viáveis e funcionais, secretores de dopamina, DP em ratos verificou que o transplante com CTE foram detectados após o transplante, integrados ao resulta em aumento de neurônios dopaminérgicos circuito neuronal preexistente. Entretanto, o benefício funcionais, com reversão de sintomas clínicos (22) clínico do procedimento é ainda considerado bastante (Figura 1). Entretanto, a pesquisa com CTE tem modesto, com ocorrência de discinesias em certos casos, einstein. 2007; 5(4):387-391
  • 4. 390 Pereira MCL, Suzuki DE, Janjoppi L, Okamoto OK demonstrando a necessidade de ajustes e otimizações de REFERÊNCIAS protocolo clínico(26). 1. Lang AE, Lozano AM. Parkinson’s disease. First of two parts. N Engl J Med. Em um estudo recente, Redmond et al.(27) demonstraram 1998;339(15):1044-53. que CT neurais (CTN) humanas xenotransplantadas em 2. Meneses MS, Teive HAG. Doença de Parkinson: aspectos clínicos e cirúrgicos. primatas submetidos ao modelo de Parkinson induzido Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996. por MPTP podem sobreviver, migrar e recuperar déficits 3. Lotharius J, Brundin P. Pathogenesis of Parkinson’s disease: dopamine, vesicles and alpha-synuclein. Nat Rev Neurosci. 2002;3(12):932-42. comportamentais inerentes à redução dos níveis de dopamina no sistema nigroestriatal. Além da geração de 4. Fearnely JM, Lees AJ. Ageing and Parkinson’s disease: substancia nigra regional selectivity. Brain.1991;114(Pt 5):2283-301. novos neurônios com expressão de tirosina hidroxilase ou 5. Uhl GR, Walther D, Mash D, Faucheux B, Javoy-Agid F. Dopamine transporter transportador de dopamina, derivados da diferenciação messenger RNA in Parkinson’s disease and control substantia nigra neurons. de CTN, esses autores verificaram também que o Ann Neurol. 1994;35(4):494-8. transplante de CTN melhorou o microambiente celular, 6. Sherer TB, Betarbet R, Greenamyre JT. Pathogenesis of Parkinson’s disease. proporcionando ajustes homeostáticos neuroprotetores Curr Opin Investig Drugs. 2001;2(5):657-62. com efeito na preservação da circuitaria nigroestriatal. 7. Rajput AH, Uitti RJ, Offord KP. Timely levodopa (LD) administration prolongs Uma possível explicação para esse efeito indireto do survival in Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord. 1997;3(3):159-65. transplante com CTN pode estar relacionada à produção 8. Fahn S. Is levodopa toxic? Neurology. 1996;47(Suppl 3):S184-95. extra de fatores neurotróficos, como neurotrofina-3 9. Hely MA, Morris JG, Reid WG, O´Sullivan DJ, Williamson, Rail D, et al. The e fator de crescimento neural, pelas próprias CTN Sydney Multicentre Study of Parkinson’s disease: a randomised, prospective five year study comparing low dose bromocriptine with low dose levodopa- transplantadas(28). Evidências de efeitos neuroprotetores carbidopa. J Neurosurg Psychiatry. 1994;57(8):903-10. indiretos decorrentes do transplantes de CTN também 10. Koller W, Pahwa R, Busenbark K, Hubble J, Wolkinson S, Lang A, et al. High- foram reportadas em outros estudos, incluindo ação frequency unilateral thalamic stimulation in the treatment of essential and antiinflamatória, angiogênica e neurotrófica, favorecendo parkinsonian tremor. Ann Neurol. 1997;42(3):292-9. um microambiente reparativo no sistema nervoso(29-30). 11. Freed CR, Greene PE, Breeze RE, Tsay WY, DuMouchel W, Kao R, et al. Transplantation of embryonic dopamine neurons for severe Parkinson’s disease. N Engl J Med. 2001;344(10):710-9. CONCLUSÃO 12. Deacon T, Schumacher J, Dinsmore J, Thomas C, Palmer P, Kott S, et al. Histological evidence of fetal pig neural cell survival after transplantation into Modelos experimentais animais têm auxiliado o a patient with Parkinson’s disease. Nat Med. 1997;3(3):350-3. estudo e a compreensão das características clínicas, 13. Beal MF. Experimental models of Parkinson’s disease. Nat Rev Neurosci. neuropatológicas e bioquímicas da doença de Parkinson. 2001;2(5):325-34. Muitos desses modelos experimentais, como o induzido 14. Ungerstedt U. Striatal dopamine release after amphetamine or nerve por MPTP, têm viabilizado o teste de novas abordagens degeneration revealed by rotational behaviour. Acta Physiol Scand. terapêuticas, incluindo o transplante com células- 1971;367(Suppl):49-68. tronco e neuroprogenitores fetais. Embora estudos 15. Sauer H, Oertel WH. Progressive degeneration of nigrostriatal dopamine neurons pré-clínicos demonstrem efeitos positivos com relação à following intrastriatal terminal lesions with 6-hydroxydopamine: a combined retrograde tracing and immunocytochemical study in the rat. Neuroscience. restauração de neurônios dopaminérgicos e amenização 1994;59(2):401-15. de sintomas clínicos, principalmente os motores, 16. Bankiewicz KS, Olfield EH, Chiueh CC, Doppman JL, Jacobowitz DM, Kopin IJ. questões fundamentais ainda persistem e devem ser Hemiparkinsonism in monkeys after unilateral internal carotid artery infusion of 1- pesquisadas antes que a terapia celular se consolide methyl-4-phenyl-1,2,3,6-tetrahydropyridine (MPTP). Life Sci. 1986;39(1):7-16. como alternativa ao tratamento da doença de Parkinson. 17. Bloem BR, Irwin I, Buruma OJ, Haan J, Roos RAC, Tetrud JW, et al. The MPTP Além da reposição de neurônios dopaminérgicos, novas model: versatile contributions to the treatment of idiopathic Parkinson’s disease. estratégias, incluindo a manipulação do microambiente J Neurol Sci. 1990;97(2-3):273-93. celular e a mobilização de neuroprogenitores endógenos, 18. Burns RS, Chiueh CC, Markey SP, Ebert MH, Jacobowitz DM, Kopin IJ. A primate model of parkinsonism: selective destruction of dopaminergic neurons surgem como alternativas a serem exploradas. in the pars compacta of the substantia nigra by N-methyl-4-phenyl-1,2,3,6- Nesse contexto, o contínuo desenvolvimento e a tetrahydropyridine. Proc Natl Acad Sci. 1983;80(14):4546-50. caracterização de modelos experimentais de doenças 19. Forno LS, Langston JW, DeLanney LE, Irwin I, Ricaurte GA. Locus ceruleus neurodegenerativas prevalentes é de fundamental lesions and eosinophilic inclusions in MPTP-treated monkeys. Ann Neurol. importância e aplicabilidade. 1986;20(4):449-55. 20. Feany MB, Bender WW. A Drosophila model of Parkinson’s disease. Nature. 2000;404(6776):394-8. AGRADECIMENTOS 21. Weissman IL. Stem cells: units of development, units of regeneration, units of evolution. Cell. 2000;100(1):157-68. Agradecemos o apoio financeiro concedido pela 22. Bjorklund LM, Sanchez-Pernaute R, Chung S, Andersson T, Chen YI, McNaught Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível KS, et al. Embryonic stem cells develop into functional dopaminergic Superior (Capes), às alunas Márcia Cristina Leite neurons after transplantation in a Parkinson rat model. Proc Natl Acad Sci. Pereira, Daniela Emi Suzuki e Luciana Janjoppi. 2002;99(4):234-9. einstein. 2007; 5(4):387-391
  • 5. Estratégias para neuro-restauração em modelos experimentais de doença de Parkinson 391 23. Byrne JA, Pedersen DA, Clepper LL, Nelson M, Sanger WG, Gokhale S, et al. multiple homeostatic effects of human neural stem cells. Proc Natl Acad Sci. Producing primate embryonic stem cells by somatic cell nuclear transfer. Nature. 2007;104(29):12175-80. 2007;450(7169):497-502. 28. Wei P, Liu J, Zhou H, Han Z, Wu Q, Pang J, et al. Effects of engrafted neural stem 24. Yu J, Vodyanik MA, Smuga-Otto K, Antosiewicz-Bourget J, Frane JL, Tian S, cells derived from GFP transgenic mice in Parkinson’s diseases rats. Neurosci et al. Induced pluripotent stem cell lines derived from human somatic cells. Lett. 2007;419(1): 49-54. Science. 2007. [Epub ahead of print.] 29. Crigler L, Robey RC, Asawachaicharm A, Gaupp D, Phinney DG. Human 25. Takahashi K, Tanabe K, Ohnuki M, Narita  M, Ichisaka T, Tomoda K, Yamanaka mesenchymal stem cell subpopulations express a variety of neuro-regulatory S. Induction of pluripotent stem cells from adult human fibroblasts by defined molecules and promote neuronal cell survival and neuritogenesis. Exp Neurol. factors. Cell. 2007;131(5):861-72. 2006;198(1):54-64. 26. Lindvall O, Bjorklund A. Cell therapy in Parkinson`s disease. Neurorx. 30. Lee PJ, Baek RC, Clatk D, Rose H, Fu G, Clarke J. Stem cells act through multiple 2004;1(4):382-93. mechanisms to benefit mice with neurodegenerative metabolic disease. Nat 27. Redmond DE, Bjugstad KB, Teng YD, Ourednik V, Ourednik J, Wakeman DR, et Med. 2007;13(4):439-47. al. Behavioral improvement in a primate Parkinson’s model is associated with einstein. 2007; 5(4):387-391