O documento discute o papel do biogás na política agropecuária brasileira. Aborda a definição, composição, história e desenvolvimento do biogás, além de discutir suas aplicações nas áreas rurais, impactos, potencial de produção e barreiras. Também apresenta iniciativas governamentais como o Programa ABC e o Plano Nacional de Biogás.
A iniciativa alemã para tecnologias climat favoráveis dkti
O Papel do Biogás na Política Agropecuária
1. O Papel do Biogás na Política
Agropecuária
João Abreu
Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia
Secretaria de Produção e Agroenergia
2. Definição
O Biogás é uma mistura gasosa produzida
durante a decomposição (biodegradação)
da matéria orgânica na ausência de
oxigênio (fermentação anaeróbica) pela
ação de bactérias
3. Composição
Concentração no
Gás Símbolo
biogás (%)
Metano CH4 50 - 80
Dióxido de
CO2 20 - 40
carbono
Hidrogênio H2 1-3
Nitrogênio N2 0,5 - 3
Gás sulfídrico e
H2S, N2, H2, CO, O2 1-5
outros
Fonte: La Farge, 1979
4. História
• 1776: Na Itália, Alexandre Volta identifica o “gás dos pântanos”
(metano)
• 1857: Em Bombaim, Índia, foi construída num hospital a 1ª
instalação operacional destinada à produção de gás combustível
• 1890: Em Exeter, Inglaterra, foi projetada uma fossa séptica para
produção de gás para uso na iluminação pública
• 1920: Na Alemanha, Karl Imhoff desenvolveu um tanque digestor,
que ganhou o nome de tanque de Imhoff
• 1939: Em Kampur, na Índia, o Instituto Indiano de Pesquisa
Agrícola desenvolveu a primeira usina de gás de esterco
• 1958-1972: Na China, foram instaladas mais de 7,2 milhões de
unidades de biodigestores
• 1979: Em Brasília (Granja do Torto), a Embrater instalou seu
primeiro biodigestor no Brasil
• De 1979 a 1982 foram implantados 196 biodigestores no Estado da
Paraíba e mais uma centena nas regiões sudeste e sul
Fonte: Oliveira, M.M.
5. Desenvolvimento
• Com os choques do petróleo na década de
1970, a biomassa passou a ser vista por muitos
governantes e formuladores de políticas como
um recurso energético viável e doméstico com
potencial para reduzir a dependência do
petróleo (KLASS, 1998).
• Mais recentemente, a crescente preocupação
com as possíveis conseqüências das mudanças
climáticas e as evidências da relação entre
estas e o uso de combustíveis fósseis,
reforçaram o interesse em ampliar a
participação das fontes renováveis de energia.
6. Desenvolvimento
• Nos países em desenvolvimento, o
aproveitamento do biogás em escala
comercial aumentou consideravelmente
com a possibilidade de obtenção de
Reduções Certificadas de Emissões
(RCEs), os chamados “créditos de
carbono”, através do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo
7. Utilização do Biogás
• Geração de energia elétrica, térmica
• Combustível em substituição do gás
natural ou do gás liquefeito de petróleo
(GLP)
8. Utilização nas Áreas Rurais
Primeira Tecnologia
• O objetivo buscado foi proporcionar energia,
sanidade e fertilizantes orgânicos a agricultores
de áreas marginais ou a produtores médios de
países com setores rurais de baixíssima renda e
difícil acesso a fontes convencionais de energia.
• A tecnologia desenvolvida buscou a obtenção
de biodigestores de mínimo custo e fácil
manutenção, mas com eficiências pobres e
baixos níveis de produção de energia.
9. Utilização nas Áreas Rurais
Segunda Tecnologia
• Está voltada ao setor agrícola e agroindustrial
de renda média e alta. O objetivo, neste caso, é
fornecer energia e solucionar graves problemas
de contaminação.
• Os biodigestores de alta eficiência
desenvolvidos para esta aplicação têm maior
custo inicial e possuem sistemas que tornam
mais complexo seu gerenciamento e
manutenção.
10. Impactos no Meio Rural
• Aumento da sustentabilidade ambiental da produção
agrícola e pecuária
• Intensificação da economia regional
• Redução dos gastos com energia
• Aumento da produção/oferta nacional de fertilizantes
para a agricultura
• Preservação ambiental pela redução das emissões de
gases do efeito estufa
• Criação de novas fontes de faturamento, com a venda
de biofertilizantes e créditos de carbono
• Valoração de subprodutos da produção agropecuária
11. Potencial de Produção
• Efluentes domésticos
• Efluentes industriais
• Resíduos sólidos urbanos
• Resíduos agropecuários
• Aproveitamento de biomassa
• Culturas energéticas
14. Programa ABC
• O ABC incentiva a adoção de boas
práticas agrícolas e a integração de
sistemas produtivos que permitam a
redução dos gases de efeito estufa e
ajudem a preservar os recursos naturais
15. Programa ABC
Tratamento de Resíduos Animais
• A iniciativa aproveita os dejetos de suínos e de outros animais para
a produção de energia (gás) e de composto orgânico. Outro
benefício é a possibilidade de certificados de redução de emissão
de gases, emitidos por mercados compradores.
O objetivo é tratar 4,4 milhões de metros cúbicos de resíduos da
suinocultura e outras atividades, deixando de lançar 6,9 milhões de
toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera.
Publico Alvo – agricultores e cooperativas
• Valor do empréstimo – 1 milhão por beneficiário
• Valor total disponível – 3,15 bilhões
• Taxa de juros – 5,5% a.a.
• Prazo – 5 a 15 anos
16. Plano Nacional de Biogás
É necessário desenvolver modelos que
permitam estimar a quantidade potencial
de biofertilizantes e energia (elétrica e
térmica), que podem ser gerados a partir
da biomassa residual em cada região do
Brasil e os impactos de sua oferta
localizada, a custos competitivos, em
distintas cadeias produtivas
17. Integrated Food Energy Systems
(IFES)
• IFES é um modelo de produção agrícola
desenhado para integrar e intensificar as
produções simultâneas de alimentos e energia
de duas maneiras:
– Tipo 1 caracterizado pela produção de matéria-prima
para alimentação e energia na mesma área, por meio
de várias safras ou sistemas agroflorestais
– Tipo 2 procura maximizar as sinergias entre as
produções de alimentos, pecuária, pesca e fontes
renováveis de energia. É atingida por meio da adoção
de tecnologias agroindustriais (coco digestão
anaeróbica e gazeificação) que permitem a máxima
utilização de sub-produtos e resíduos
18. Obrigado!
Contato:
joao.abreu@agricultura.gov.br
Coordenação Geral de Agroenergia
Departamento da Cana-de-açúcara e Agroenergia
Secretaria de Produção e Agroenergia