O documento fornece instruções sobre como ler partituras musicais, incluindo: 1) identificação de notas musicais, claves e acidentes; 2) compreensão de compasso e armaduras de clave; e 3) padrões rítmicos comuns como canção, reggae, balada em 6/8, guarânia e bossa nova. Exemplos musicais são fornecidos para ilustrar cada conceito.
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Como ler partituras
1. Como ler Partituras
Leitura de Partituras (Teoria)
1. Notas – Duração e Altura
De acordo com a duração do som, a escrita da nota varia na seguinte seqüência:
A duração exata do tempo depende da velocidade da música, mas sempre se deve
observar a relação: 1 Semibreve = 2 Mínimas, 1 Semínima = 2 Colcheias, etc.
Uma nota ainda pode ser complementada por sinais como:
Na partitura existem cinco linhas e quatro espaços visíveis e mais espaços e linhas
suplementares superiores, para notas mais agudas, e inferiores, para notas mais graves.
A posição da nota na partitura, em que linha ou espaço está, define sua altura.
Mas a altura pode ser afetada por um outro símbolo, chamado clave, que vem no inicio
da partitura.
2. As claves mais usadas são:
A altura das notas ainda pode ser altera por sustenidos (#) e bemóis (b) que,
respectivamente, aumentam e diminuem a nota em um semitom e bequadros ( que ))
restauram a nota original, eliminando um sustenido ou bemol anterior.
Sem um bequadro o bemol e o sustenido perdem valor no final de um compasso. A não
ser que venham na armadura da clave.
A diferença de tons de uma nota para outra é vista assim:
Dó –Tom- Ré –Tom- Mi –Semitom- Fá –Tom- Sol –Tom- Lá –Tom- Si –Semitom- Dó
Semitom é a menor das diferenças entre duas notas e Tom é a soma de dois Semitons.
2. Compasso e Armaduras de Clave
Numa partitura após a clave, normalmente, vem escrito o compasso da música que
define quanto tempo entra em cada parte da música, que será dividida por travessões.
Alguns exemplos podem ser:
Os sustenidos ou bemóis que aparecem diante da clave pertencem a Armadura de Clave.
Esses sustenidos e bemóis representam a tonalidade do trecho que segue e não são
3. eliminados pelo fim de compassos, podem ser eliminados durante um compasso por um
bequadro.
No caso acima do compasso 6/8, temos uma armadura de clave com bemóis em Si, Mi,
Lá e Ré, então toda e qualquer nota correspondente a uma destas, naquele trecho, terá
um bemol.
Os sustenidos ou bemóis possuem ordem para aparecer na Armadura: Sustenidos: Fá,
Dó, Sol, Lá, Mi, Si, para se achar a tonalidade maior conta-se uma nota depois do
ultimo sustenidos da Armadura (Ex: Fá# - Tonalidade Sol); Bemóis: Si, Mi, Lá, Ré, Sol,
Dó, Fá, para achar a tonalidade maior conta-se cinco notas antes do ultimo bemol (Ex:
Ré bemol – Tonalidade Lá bemol). Esse método só acha a tonalidade maior, mas é
possível que o trecho esteja em uma tonalidade menor relativa, e para acha-la conta-se 3
notas antes do tom maior (Ex: Relativa de Dó é Lá menor e de Mi bemol é Dó menor).
Vale lembrar que a ordem das notas é:
Dó – Dó# ou Réb – Ré – Ré# ou Mib – Mi – Fá – Fá# ou Solb – Sol – Sol# ou Láb – Lá
– Lá# ou Sib – Si.
Ou, usando notação encontrada em cifras:
C – C# ou Db – D – D# ou Eb – E – F – F# ou Gb – G – G# ou Ab – A – A# ou Bb – B.
4. Ritmos em Partituras
Ritmos em partitura
Talvez uma das maiores dificuldades para se tocar uma música é saber seu ritmo, mas
alguns padrões rítmicos podem ajudar a amenizar essa dificuldade.
Os ritmos serão apresentados em partituras e talvez sejam de mais fácil execução no
teclado ou piano. Os acordes usados são somente demonstrativos.
1. Canção
Um ritmo extremamente versátil devido a seu compasso de 2/4 que acaba por aceitar
2/4, 4/4 e múltiplos.
O padrão pode ser usado para acompanhar várias músicas como: Frejat – Segredos,
Paralamas – Meu Erro (acelerado), Guns n Roses – Knocking on heavens door, Caetano
Veloso – Sozinho, etc.
O Contratempo é usado em apenas poucas partes de algumas músicas que se acompanha
por este ritmo, como na introdução de Eric Clapton – Tears in Heaven.
O modo arpejado simplesmente substitui o padrão em algumas músicas e pode ser
usado para variar um pouco no meio delas, mas também existem músicas que pedem
este estilo, como a Fly Away From Here – Aerosmith.
Vale lembrar que improvisos e variações são sempre de grande utilidade para se tocar
uma música e que este esquema de padrão é somente para auxilio. No inicio pode-se
tocar somente em cima do padrão, mas depois se deve incrementar a música com
variações.
5. 2. Reggae
Ritmo simples e de grande uso, o reggae é um ritmo em 2/4 que também aceita 4/4 e
outros.
Ritmo obviamente usado em reggae como: Gilberto Gil – Vamos Fugir, Akundum –
Emaconhada (Acelerado), Bob Marley – No Womam No Cry, Paralamas – Uma
Brasileira, Skank – Te Ver, etc.
O compasso duplo é só uma idéia para quando se tem um acorde que se prolonga por
dois compassos ou mais, daí se faz o baixo mais constante e alternado entre notas do
acorde, serve somente como um complemento ao ritmo padrão.
3. Balada 6/8
Ritmo usado em música normalmente mais lentas, feito em 6/8 é um ritmo de uso um
pouco restrito.
Apesar de todas as notas serem tocadas em intervalos de colcheias os baixos devem ser
mantidos enquanto se toca a parte aguda do ritmo.
Esse ritmo pode ter diversas variações desde que mantenha o 1, 2, 3, 4, 5, 6 ritmado em
colcheias e sempre segurando os graves para dar maior “força” ao ritmo.
Praticamente qualquer música que seja em 6/8 é, ou pode ser, tocada nesse ritmo, porém
conheço poucas músicas que são assim, um exemplo é Los Hermanos – Primavera.
6. 4. Guarânia
Ritmo um pouco diferenciado em 3/4.
Usa-se ou o padrão 1, ou o 2 em uma música. Alternar entre os dois é um pouco difícil,
mas pode ser feito em momentos apropriados.
No padrão 2, existe o tempo arpejado, deve-se tocar uma nota de cada vez em uma
seqüência rápida soltando as três juntas ao acabar o tempo. Corretamente, o acorde
circulado seria anotado assim:
Não conheço muitas músicas desse ritmo, mas uma popular bem conhecida é Geraldo
Vandré – Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando e Cantando).
5. Bossa Nova
Um ritmo da mpb em 2/4.
Bossa Nova é um ritmo que possui um contratempo muito bom para se estudar em seu
padrão. Esse contratempo feito pela seqüência dos tempos de semi-colcheia, colcheia e
semi-colcheia é usado com freqüência em músicas da mpb, até mesmo na melodia.
O Arpejo é só uma idéia de subida que fica interessante nesse ritmo e também em
alguns outros.
Um exemplo conhecido de bossa nova é a consagrada Vinicius de Moraes – Eu sei que
vou te amar.