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ANÁLISE DO DISCURSO (AD)
            E
    DIREITOS HUMANOS


Profª Eliana Vasconcelos da Silva
  Esvael
CONTEXTUALIZANDO A ANÁLISE DO DISCURSO

 de linha francesa
 a americana

 a crítica

 História:
     circulação de seus saberes na sociedade;
     conhecimento sobre a linguagem;

     modifica a ação e o comportamento das
      pessoas;
     intervenção no meio social, político e histórico.
ANÁLISE DO DISCURSO (DE LINHA FRANCESA)
   Década de 60, na França;
   Estudos da linguagem.
   Foucault / Pêcheux

                               HISTÓRIA
          língua x
             fala
A CONSTITUIÇÃO DA AD COMO DISCIPLINA

 Sob a conjuntura teórica da França dos anos
  1968-70;
 Ruptura epistemológica nas ciências
  humanas;
 Articulação: discurso x sujeito x ideologia;

 Incorporação do aspecto histórico em seus
  estudos.
 Bakhtin – teórico russo
NOÇÕES IMPORTANTES PARA ENTENDER A AD

  DISCURSO                  História
                                             DISCURSO

                   Língua              Acontecimento

         Sujeito
                            Ideologia
                                           Interdiscurso
         Formações Discursivas(FDs)

                                       Heterogeneidade

    DISCURSO           Sentido
                                            DISCURSO
História
                                 Língua


DISCURSO         Acontecimento
                                           DISCURSO
     Sujeito         Ideologia
                                      Interdiscurso

    Formações Discursivas(FDs)
                                 Heterogeneidade



                      Sentido

           DIALOGISMO
        EU          OUTRO
O QUE É DISCURSO?
      Atividade comunicativa capaz de
      gerar sentido desenvolvida entre
                interlocutores:
 tempo histórico;

 espaço geográfico;

 pertencem a uma comunidade;

 Carregam a ideologia da comunidade de que
  fazem parte:
  Essas  crenças (ideologias) aparecem nos
   discursos.
O DISCURSO:
 Lingüístico e extralingüístico;
 Situação: o discurso é contextualizado;

 O contexto muda os sentidos:
     um mesmo enunciado, produzido em momentos
     diferentes vai ter sentidos diferentes e, portanto,
     pode corresponder a discursos diferentes.


     O discurso é produzido por um sujeito
    (EU) situado num tempo e num espaço.
O DISCURSO É:

 Interativo: é uma forma de atuar, de agir
  sobre o outro;
 é regido pelo princípio do dialogismo
  (Bakhtin):
     dialogamos   com outros discursos, trazendo a
      fala do outro para o nosso discurso;
     por causa desse caráter dialógico da linguagem,
      dizemos que o discurso tem um efeito polifônico
      (é heterogêneo), pois dialoga com outros
      discursos.
O discurso é:
uma arena de lutas em que
 locutores, vozes, falando
 de posições ideológicas,
     sociais, culturais
   diferentes procuram
   interagir e atuar uns
     sobre os outros.
SENTIDO E SUJEITO

 Sentido e sujeito se constituem num processo
  simultâneo;
 O sentido de uma palavra, expressão,
  proposição, não existe em si mesmo, mas é
  determinado pelas posições ideológicas do
  sujeito, colocadas em jogo no processo-sócio-
  histórico em que elas são produzidas (Pêcheux,
  1988).
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS:

      EU                    TU

             Situação de
             enunciação




             REFERENTE
OS SENTIDOS DE UM ENUNCIADO

     EU (Dermi)                 TU
 (alunos)
                     (Aula)
                  Situação de
                  enunciação




                   REFERENTE
OS SENTIDOS DE UM ENUNCIADO

    EU (Afanásio)               TU
 (ouvinte)
            (Programa de rádio)
                Situação de
                enunciação




               REFERENTE
             (Direitos Humanos)
“OS DIREITOS HUMANOS”

Esse enunciado só vai se constituir
    em algum sentido, quando
    pronunciado num discurso.
E esse sentido vai ser diferente a
 depender de quem o pronuncia,
      de quem recebe esse
pronunciamento e da situação na
     qual ele foi pronunciado.
PERCURSO DO ANALISTA
 Análise da superfície textual;
 Determinação das relações do texto com as
  formações ideológicas, para construir
  sentidos:
          estudo           social
             da               e
          língua          histórico
CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS


    EU
    TU
          Situação de
          enunciação




          REFERENTE
PERCURSO DO ANALISTA
           O que levar em conta quando
             analisamos um discurso?
   O contexto histórico e social;
   Os interlocutores;
   O lugar de onde falam;
   A imagem que fazem de si, do outro e do assunto
    de que estão tratando.


      As condições de produção do discurso
O DISCURSO É:

        Um dos lugares em que a
     ideologia se manifesta, isto é,
     toma forma material, se torna
    concreta por meio da língua. O
     sujeito fala do interior de uma
      Formação Discursiva (FD),
      regulada por uma Formação
             Ideológica (FI).
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA
 Conjunto de atitudes e representações ou
 imagens que os falantes têm sobre si
 mesmos e sobre o interlocutor e o
 assunto em pauta.
  a posição social de onde falam ou escrevem;
  tem a ver com as relações de poder que se
   estabelecem entre eles e que são expressas
   quando interagem entre si.
 Exemplo:
   Formação Ideológica capitalista, neoliberal,
   socialista, religiosa, colonizadora, etc.
FORMAÇÃO DISCURSIVA
 Conjunto de enunciados ou textos
 marcados por algumas características
 comuns (lingüísticas, temáticas, de
 posição ideológica).

  A formação discursiva determina “o
     que pode e deve ser dito” pelo
  falante a partir do lugar, da posição
  social, histórica e ideológica que ele
                  ocupa.
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA                                  Quem fala,
                                                     Para quem
                                                     se fala,
FORMAÇÃO DISCURSIVA
                                                     de que
                               Formação Discursiva
                                                     Posição
   Formação Discursiva                               social e
                                                     ideológica
                         Formação Discursiva         se fala?
Quem fala, para quem se fala, de que
posição social e ideológica se fala?

    FORMAÇÃO IDEOLÓGICA
      Ideologia colonizadora


   FORMAÇÃO DISCURSIVA



       Formação Discursiva         Formação Discursiva
          escravagista                pró-abolição


                             Formação Discursiva
                               pró-imigração
FORMAÇÃO DISCURSIVA E SENTIDO
     Formações                            Formações
     Discursivas                          Ideológicas

                       TEXTO / DISCURSO




 Sujeito 1 - DERMI        Posição 1         Outro/s 1
Sujeito 2 - AFANÁSIO      Posição 2         Outro/s 2



                          SENTIDO/S
O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS

 Todo o discurso é um discurso de poder, na
 medida em que todos os discursos
 pretendem impor verdades a respeito de um
 tema específico ou de uma área da ciência,
 da moral, da ética, do comportamento, etc.

       Qual é a verdade que se
        impõe a respeito dos
         direitos humanos?
A FUNÇÃO DO ANALISTA DO DISCUSO


       a “desconstrução”



    Analisar como os DISCURSOS são
     construídos e tentar compreender
    os espaços onde os sujeitos desses
    discursos atuam, agem e modificam
           a vida contemporânea
O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS

É  o discurso do sujeito por
  excelência;
 Temos várias posicionalidades:
   Mulher,   negra, trabalhadora, mãe, feminista,
     etc
           Nos constituímos como sujeito
                  de acordo com o
           sentido que damos à nossa vida.
O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS

    A linguagem = mediação entre o
     sujeito e a realidade natural e social;

    A linguagem = um trabalho, uma
     prática significativa - prática social;

    A linguagem = trabalho simbólico;

    A linguagem = ação transformadora
     enquanto mediação entre o sujeito e a
     realidade.
O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS
                   Igualdade Racial

FORMAÇÃO DISCURSIVA         FORMAÇÃO DISCURSIVA
   Negro x Trabalho             Negro x Música
       Sentido 1                      Sentido 2




    Práticas Simbólicas           Ter ou não
     Práticas Sociais             EMPREGO
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO

                   Significar o valor da
 Necessidad          pessoa humana
      e

          Sucessivas gerações e
             acontecimentos


          Memória Discursiva
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO
      Revoluções
 democráticas, grupos e     =   práticas sociais
  comissões de defesa
        dos DH
                                        nazismo
                                        stalinismo
     CONSTRUÇÃO                         fascismo
     DE DISCURSOS                       racismo
                                        ditaduras

                          OPOSTOS
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO
  Quais discursos circulam pela sociedade,
      quando o assunto é DIREITOS
                HUMANOS?

     Senso Comum: conjunto de crenças,
   valores, saberes e atitudes que julgamos
         naturais, porque, transmitidos à
    realidade como transparência, nele tudo
     está explicado e em seu devido lugar.
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO
  A expressão “OS DIREITOS HUMANOS”
  tem diferentes sentidos a cada vez que é
 pronunciada. Os discursos são produzidos
  de acordo com certa formação discursiva
   que, por sua vez, está relacionada com
     sua respectiva formação ideológica.

       Diferentes posições:
    ser CONTRA ou À FAVOR
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO
FD1: a favor dos direitos humanos
 “...A Comissão dos Direitos Humanos teme pela vida do
  detento...”
 “...através da sua Comissão de Direitos Humanos, a
  OAB-RJ acompanhará a investigação oficial dos
  fatos...”

FD2: opositores aos direitos humanos
 “Que graçinha esse tal de direitos humanos que só
  serve para bandidos...”;
 “DIREITOS HUMANOS É PARA HUMANO. ESSE FDP
  NÃO É HUMANO...”

        Como se constituíram essas
        duas formações discursivas?
A MEMÓRIA DE UM DISCURSO
Momento histórico: fim dos anos 70 - déc. 80:
Movimentos sociais:
 Campanha pelos direitos dos presos comuns
  e dos presos políticos;
 Contestação: uma campanha, com apoio da
  população, de oposição à defesa dos direitos
  humanos;
 Campanha para legitimar direitos sociais.
  (moradia, saúde...)
A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO

 necessidade de significar o valor da
  pessoa humana: os presos comuns e os
  presos políticos;
 a prática social: movimentos de luta pelos
  diferentes tipos de direitos:
     direitos: os sociais (coletivos: moradia, saúde);
     direitos civis (individuais).
A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO
3 fatos importantes:
   Aumento da criminalidade e da sensação de
    insegurança na população;
    Os opositores aos direitos humanos associaram a
    criminalidade às práticas democráticas;
   Aumenta o apoio a formas violentas e privadas de
    combate e prevenção do crime.


      Direitos                              “privilégios de
     Humanos                                  bandidos”
                   contexto de discussões
                     sobre criminalidade
                                                  Fonte: Caldeira, 1991
A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO

  A população se volta contra essa idéia
  humanitária de defesa dos direitos do
             preso comum!


                               todos os casos
   Estereótipo               considerados pelos
  do criminoso                 defensores dos
                              direitos humanos

             condicionado pelos
           formadores de opinião     Fonte: Caldeira, 1991
FINALIZANDO
             FD1                          FD2
 Defesa incondicional dos        Vinculação desses
     direitos humanos,           direitos apenas aos
  independente dos atos       criminosos, vistos como
 realizados pelos sujeitos.           privilégios.

      A análise do discurso é uma disciplina de
 conhecimento sobre a linguagem que permite
         alterar, modificar a experiência e,
 eventualmente, a ação e o comportamento das
 pessoas. E isso a faz uma disciplina nitidamente
 de intervenção no meio social, político e histórico.
BIBLIOGRAFIA
   ALTHUSSER, L. (1974) Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. São
    Paulo: Martins Fontes.
   BAKTHIN, M. (1992), Marxismo e Filosofia da Linguagem: 6ª ed., São Paulo:
    Hucitec
   BRANDÃO, H. H. N. (1991). Introdução à análise do discurso. Campinas:
    Editora da
       Unicamp.
   CALDEIRA, Tereza P. R. “Direitos humanos ou „privilégios de bandidos‟. In:
    Novos Estudos Cebrap, 30 de julho, p. 162-174, 1991.
   CARDIA, Nancy. Atitudes, normas culturais e valores em relação à violência,
    1999.
   MAINGUENEAU, D.(1989). Novas Tendências em análise do discurso.
    Campinas: Pontes
   ORLANDI, E. (1988). Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez.
   PÊCHEUX, M. & FUCHS, C. (1975) “A propósito da Análise Automática do
   Discurso: Atualização e Perspectivas.” In: F. Gadet & T. Hak (orgs.) Por uma
    Análise
   Automática do Discurso. Uma Introdução à Obra de Michel Pêcheux. Campinas:
ANÁLISE DO DISCURSO (AD)
           E
   DIREITOS HUMANOS


Profª Eliana Vasconcelos da Silva
              Esvael

  Email: elianaesvael@usp.br

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Análise do discurso e direitos humanos

  • 1. ANÁLISE DO DISCURSO (AD) E DIREITOS HUMANOS Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
  • 2. CONTEXTUALIZANDO A ANÁLISE DO DISCURSO  de linha francesa  a americana  a crítica  História:  circulação de seus saberes na sociedade;  conhecimento sobre a linguagem;  modifica a ação e o comportamento das pessoas;  intervenção no meio social, político e histórico.
  • 3. ANÁLISE DO DISCURSO (DE LINHA FRANCESA)  Década de 60, na França;  Estudos da linguagem.  Foucault / Pêcheux HISTÓRIA língua x fala
  • 4. A CONSTITUIÇÃO DA AD COMO DISCIPLINA  Sob a conjuntura teórica da França dos anos 1968-70;  Ruptura epistemológica nas ciências humanas;  Articulação: discurso x sujeito x ideologia;  Incorporação do aspecto histórico em seus estudos.  Bakhtin – teórico russo
  • 5. NOÇÕES IMPORTANTES PARA ENTENDER A AD DISCURSO História DISCURSO Língua Acontecimento Sujeito Ideologia Interdiscurso Formações Discursivas(FDs) Heterogeneidade DISCURSO Sentido DISCURSO
  • 6. História Língua DISCURSO Acontecimento DISCURSO Sujeito Ideologia Interdiscurso Formações Discursivas(FDs) Heterogeneidade Sentido DIALOGISMO EU OUTRO
  • 7. O QUE É DISCURSO? Atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores:  tempo histórico;  espaço geográfico;  pertencem a uma comunidade;  Carregam a ideologia da comunidade de que fazem parte: Essas crenças (ideologias) aparecem nos discursos.
  • 8. O DISCURSO:  Lingüístico e extralingüístico;  Situação: o discurso é contextualizado;  O contexto muda os sentidos:  um mesmo enunciado, produzido em momentos diferentes vai ter sentidos diferentes e, portanto, pode corresponder a discursos diferentes. O discurso é produzido por um sujeito (EU) situado num tempo e num espaço.
  • 9. O DISCURSO É:  Interativo: é uma forma de atuar, de agir sobre o outro;  é regido pelo princípio do dialogismo (Bakhtin):  dialogamos com outros discursos, trazendo a fala do outro para o nosso discurso;  por causa desse caráter dialógico da linguagem, dizemos que o discurso tem um efeito polifônico (é heterogêneo), pois dialoga com outros discursos.
  • 10. O discurso é: uma arena de lutas em que locutores, vozes, falando de posições ideológicas, sociais, culturais diferentes procuram interagir e atuar uns sobre os outros.
  • 11. SENTIDO E SUJEITO  Sentido e sujeito se constituem num processo simultâneo;  O sentido de uma palavra, expressão, proposição, não existe em si mesmo, mas é determinado pelas posições ideológicas do sujeito, colocadas em jogo no processo-sócio- histórico em que elas são produzidas (Pêcheux, 1988).
  • 12. A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS: EU TU Situação de enunciação REFERENTE
  • 13. OS SENTIDOS DE UM ENUNCIADO EU (Dermi) TU (alunos) (Aula) Situação de enunciação REFERENTE
  • 14. OS SENTIDOS DE UM ENUNCIADO EU (Afanásio) TU (ouvinte) (Programa de rádio) Situação de enunciação REFERENTE (Direitos Humanos)
  • 15. “OS DIREITOS HUMANOS” Esse enunciado só vai se constituir em algum sentido, quando pronunciado num discurso. E esse sentido vai ser diferente a depender de quem o pronuncia, de quem recebe esse pronunciamento e da situação na qual ele foi pronunciado.
  • 16. PERCURSO DO ANALISTA  Análise da superfície textual;  Determinação das relações do texto com as formações ideológicas, para construir sentidos: estudo social da e língua histórico
  • 17. CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EU TU Situação de enunciação REFERENTE
  • 18. PERCURSO DO ANALISTA O que levar em conta quando analisamos um discurso?  O contexto histórico e social;  Os interlocutores;  O lugar de onde falam;  A imagem que fazem de si, do outro e do assunto de que estão tratando. As condições de produção do discurso
  • 19. O DISCURSO É: Um dos lugares em que a ideologia se manifesta, isto é, toma forma material, se torna concreta por meio da língua. O sujeito fala do interior de uma Formação Discursiva (FD), regulada por uma Formação Ideológica (FI).
  • 20. FORMAÇÃO IDEOLÓGICA Conjunto de atitudes e representações ou imagens que os falantes têm sobre si mesmos e sobre o interlocutor e o assunto em pauta.  a posição social de onde falam ou escrevem;  tem a ver com as relações de poder que se estabelecem entre eles e que são expressas quando interagem entre si. Exemplo: Formação Ideológica capitalista, neoliberal, socialista, religiosa, colonizadora, etc.
  • 21. FORMAÇÃO DISCURSIVA Conjunto de enunciados ou textos marcados por algumas características comuns (lingüísticas, temáticas, de posição ideológica). A formação discursiva determina “o que pode e deve ser dito” pelo falante a partir do lugar, da posição social, histórica e ideológica que ele ocupa.
  • 22. FORMAÇÃO IDEOLÓGICA Quem fala, Para quem se fala, FORMAÇÃO DISCURSIVA de que Formação Discursiva Posição Formação Discursiva social e ideológica Formação Discursiva se fala?
  • 23. Quem fala, para quem se fala, de que posição social e ideológica se fala? FORMAÇÃO IDEOLÓGICA Ideologia colonizadora FORMAÇÃO DISCURSIVA Formação Discursiva Formação Discursiva escravagista pró-abolição Formação Discursiva pró-imigração
  • 24. FORMAÇÃO DISCURSIVA E SENTIDO Formações Formações Discursivas Ideológicas TEXTO / DISCURSO Sujeito 1 - DERMI Posição 1 Outro/s 1 Sujeito 2 - AFANÁSIO Posição 2 Outro/s 2 SENTIDO/S
  • 25. O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS Todo o discurso é um discurso de poder, na medida em que todos os discursos pretendem impor verdades a respeito de um tema específico ou de uma área da ciência, da moral, da ética, do comportamento, etc. Qual é a verdade que se impõe a respeito dos direitos humanos?
  • 26. A FUNÇÃO DO ANALISTA DO DISCUSO a “desconstrução” Analisar como os DISCURSOS são construídos e tentar compreender os espaços onde os sujeitos desses discursos atuam, agem e modificam a vida contemporânea
  • 27. O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS É o discurso do sujeito por excelência;  Temos várias posicionalidades:  Mulher, negra, trabalhadora, mãe, feminista, etc Nos constituímos como sujeito de acordo com o sentido que damos à nossa vida.
  • 28. O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS  A linguagem = mediação entre o sujeito e a realidade natural e social;  A linguagem = um trabalho, uma prática significativa - prática social;  A linguagem = trabalho simbólico;  A linguagem = ação transformadora enquanto mediação entre o sujeito e a realidade.
  • 29. O DISCURSO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS Igualdade Racial FORMAÇÃO DISCURSIVA FORMAÇÃO DISCURSIVA Negro x Trabalho Negro x Música Sentido 1 Sentido 2 Práticas Simbólicas Ter ou não Práticas Sociais EMPREGO
  • 30. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO Significar o valor da Necessidad pessoa humana e Sucessivas gerações e acontecimentos Memória Discursiva
  • 31. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO Revoluções democráticas, grupos e = práticas sociais comissões de defesa dos DH nazismo stalinismo CONSTRUÇÃO fascismo DE DISCURSOS racismo ditaduras OPOSTOS
  • 32. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO Quais discursos circulam pela sociedade, quando o assunto é DIREITOS HUMANOS? Senso Comum: conjunto de crenças, valores, saberes e atitudes que julgamos naturais, porque, transmitidos à realidade como transparência, nele tudo está explicado e em seu devido lugar.
  • 33. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO A expressão “OS DIREITOS HUMANOS” tem diferentes sentidos a cada vez que é pronunciada. Os discursos são produzidos de acordo com certa formação discursiva que, por sua vez, está relacionada com sua respectiva formação ideológica. Diferentes posições: ser CONTRA ou À FAVOR
  • 34. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO FD1: a favor dos direitos humanos  “...A Comissão dos Direitos Humanos teme pela vida do detento...”  “...através da sua Comissão de Direitos Humanos, a OAB-RJ acompanhará a investigação oficial dos fatos...” FD2: opositores aos direitos humanos  “Que graçinha esse tal de direitos humanos que só serve para bandidos...”;  “DIREITOS HUMANOS É PARA HUMANO. ESSE FDP NÃO É HUMANO...” Como se constituíram essas duas formações discursivas?
  • 35. A MEMÓRIA DE UM DISCURSO Momento histórico: fim dos anos 70 - déc. 80: Movimentos sociais:  Campanha pelos direitos dos presos comuns e dos presos políticos;  Contestação: uma campanha, com apoio da população, de oposição à defesa dos direitos humanos;  Campanha para legitimar direitos sociais. (moradia, saúde...)
  • 36. A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO  necessidade de significar o valor da pessoa humana: os presos comuns e os presos políticos;  a prática social: movimentos de luta pelos diferentes tipos de direitos:  direitos: os sociais (coletivos: moradia, saúde);  direitos civis (individuais).
  • 37. A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO 3 fatos importantes:  Aumento da criminalidade e da sensação de insegurança na população;  Os opositores aos direitos humanos associaram a criminalidade às práticas democráticas;  Aumenta o apoio a formas violentas e privadas de combate e prevenção do crime. Direitos “privilégios de Humanos bandidos” contexto de discussões sobre criminalidade Fonte: Caldeira, 1991
  • 38. A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO E O SEU AVESSO A população se volta contra essa idéia humanitária de defesa dos direitos do preso comum! todos os casos Estereótipo considerados pelos do criminoso defensores dos direitos humanos condicionado pelos formadores de opinião Fonte: Caldeira, 1991
  • 39. FINALIZANDO FD1 FD2 Defesa incondicional dos Vinculação desses direitos humanos, direitos apenas aos independente dos atos criminosos, vistos como realizados pelos sujeitos. privilégios. A análise do discurso é uma disciplina de conhecimento sobre a linguagem que permite alterar, modificar a experiência e, eventualmente, a ação e o comportamento das pessoas. E isso a faz uma disciplina nitidamente de intervenção no meio social, político e histórico.
  • 40. BIBLIOGRAFIA  ALTHUSSER, L. (1974) Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. São Paulo: Martins Fontes.  BAKTHIN, M. (1992), Marxismo e Filosofia da Linguagem: 6ª ed., São Paulo: Hucitec  BRANDÃO, H. H. N. (1991). Introdução à análise do discurso. Campinas: Editora da  Unicamp.  CALDEIRA, Tereza P. R. “Direitos humanos ou „privilégios de bandidos‟. In: Novos Estudos Cebrap, 30 de julho, p. 162-174, 1991.  CARDIA, Nancy. Atitudes, normas culturais e valores em relação à violência, 1999.  MAINGUENEAU, D.(1989). Novas Tendências em análise do discurso. Campinas: Pontes  ORLANDI, E. (1988). Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez.  PÊCHEUX, M. & FUCHS, C. (1975) “A propósito da Análise Automática do  Discurso: Atualização e Perspectivas.” In: F. Gadet & T. Hak (orgs.) Por uma Análise  Automática do Discurso. Uma Introdução à Obra de Michel Pêcheux. Campinas:
  • 41. ANÁLISE DO DISCURSO (AD) E DIREITOS HUMANOS Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael Email: elianaesvael@usp.br