O documento descreve uma pesquisa sobre as atitudes dos usuários das bibliotecas do ensino superior politécnico. O inquérito avaliou as finalidades de uso, atitudes em relação às instalações, coleções e pessoal, e os conhecimentos sobre recursos. Os resultados mostraram falta de formação dos usuários, levando a comportamentos inadequados, e a necessidade de programas de capacitação.
A atitude do utilizador das Bibliotecas do Ensino Superior Politécnico
1. A atitude do utilizador das Bibliotecas do Ensino Superior Politécnico Maria Eduarda Pereira Rodrigues Ana Maria Alves Pereira Celestino Morais de Almeida 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001 Perspectiva do Bibliotecário
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4. ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO ESTUDO Bibliotecários das Instituições de Ensino Superior Politécnico responderam 65% dos inquiridos 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
5. O INQUÉRITO (I) Biblioteca (caracterização sumária) Finalidades da utilização da biblioteca (estudo/investigação) Atitude do utilizador (espaço físico) Atitude do utilizador (Regulamento) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
6. O INQUÉRITO (II) Atitude do utilizador (fundo documental) Atitude do utilizador (pessoal da biblioteca) Conhecimentos (capacidade de utilização/exploração de recursos) Formação de utilizadores 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
8. RESULTADOS Finalidades da utilização da biblioteca (estudo/investigação – %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
9. RESULTADOS Finalidades da utilização da biblioteca (acesso à internet – %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
11. RESULTADOS Atitudes (regulamento - %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
12. RESULTADOS Atitudes (fundo documental - %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
13. RESULTADOS Atitudes (pessoal da biblioteca - %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
14. RESULTADOS Nível dos conhecimentos (habilidades de informação - %) 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
15. RESULTADOS Programas de formação de utilizadores (%) OBS. - Natureza da formação. 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001
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20. 7º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Porto, 2001 A atitude do utilizador das Bibliotecas do Ensino Superior Politécnico Perspectiva do Bibliotecário Maria Eduarda Pereira Rodrigues Ana Maria Alves Pereira Celestino Morais de Almeida
Hinweis der Redaktion
Assim, dado que foi a nossa percepção dos problemas que nos conduziu à verificação de inabilidades no uso da Biblioteca, resolvemos recolher a informação junto dos bibliotecários e/ou responsáveis por bibliotecas e serviços de documentação de estabelecimentos de ensino superior politécnico. Para a distribuição e envio do inquérito utilizámos os dados existentes, à data do envio do mesmo, na página do Ministério da Educação. Obtivemos 65% de respostas ao mesmo o que consideramos ser um resultado significativo para efeito de tratamento.
O inquérito consta de uma caracterização sumária da Biblioteca que incide fundamentalmente no tipo de classificação e no facto de estar ou não informatizada. Em seguida colocam-se aos nossos colegas uma série de questões sobre a finalidade com que os utilizadores se servem da biblioteca, sobre a sua atitude relativamente ao espaço, se são ou não respeitadores desse mesmo espaço, sobre a atitude dos utilizadores relativamente aos regulamentos e normas de funcionamento da Biblioteca a fim de verificarmos do cumprimento ou não dos mesmos.
O inquérito continua versando sobre o fundo documental na tentativa de percebermos qual o tratamento que lhe é dado por parte dos utilizadores. Não menos reveladora é a atitude que o utilizador demonstra perante o pessoal que desempenha funções na Biblioteca e tentou-se perceber se existe ou não um défice de educação cívica. Ao nível dos conhecimentos indagámos sobre a capacidade que o utilizador tem de utilizar com proveito as ferramentas que lhe são disponibilizadas e qual a sua percepção da natureza de alguns aspectos do trabalho técnico, nomeadamente naquilo que se relaciona com a localização dos documentos no conjunto do fundo documental e no uso das tecnologias. Finalmente inquirimos os nossos colegas de profissão sobre a existência ou não de formação de utilizadores na sua Biblioteca, seja ela de natureza curricular ou esporadicamente praticada.
A partir dos resultados do nosso inquérito verificámos que existe ainda uma percentagem significativa de bibliotecas cujo acervo não está informatizado. Verificámos também que a grande maioria das Bibliotecas utiliza uma classificação comum, a CDU, muito embora algumas utilizem simultaneamente outras classificações específicas da natureza do seu fundo e objectivos da formação.
Nas Bibliotecas dos estabelecimentos de ensino superior politécnico existe, de um modo geral, uma consciência clara da finalidade da biblioteca o que se traduz em 75% de respostas positivas quando inquirimos sobre aspectos relacionados com o objectivo com que os utilizadores se dirigem à Biblioteca. No entanto, há ainda muito trabalho a realizar, uma vez que é significativa a % de utilizadores que não tem consciência do objectivo da sua Biblioteca.
Não quisemos deixar de incluir este aspecto no questionário, uma vez que consideramos ser um auxiliar precioso das nossas Bibliotecas. Assim, os Bibliotecários e responsáveis por Serviços de Documentação e Informação inquiridas indicaram-nos que uma parte significativa dos seus utilizadores, como se pode ver no gráfico, não acede sistematicamente ou não acede de todo à Internet, à data do inquérito. Claro que podem existir razões de variada ordem para esta situação. Pode até ocorrer que a Biblioteca não possua ainda ligação à Internet....
Verificámos que quase 70% dos utilizadores apresentam uma atitude pouco consentânea com o espaço, o que se traduz em elevados níveis de barulho (fala em voz alta, telemóveis que tocam, apesar dos avisos em sentido oposto),deslocamento de mesas e cadeiras sem preocupação com quem estuda num espaço próximo e sem posterior rearrumação, lixo deixado um pouco por toda a parte nas mesas e no chão, em alguns casos comida e derrame de bebida na biblioteca.
Relativamente a este aspecto do nosso inquérito os resultados obtidos indicam-nos que cerca de 48% dos utilizadores tentam não cumprir ou simplesmente ignoram o regulamento de utilização da Bibliotecas e desrespeitam com frequência os avisos e informações escritas que lhes estão patenteadas.
Os Bibliotecários quanto à atitude do utilizador perante o fundo documental consideram que frequentemente o acervo da sua Biblioteca é alvo de danos perpetrados pelos seus utilizadores, seja por incúria ou descuido seja com finalidade de danificar deliberadamente na tentativa de obter proveito. Entre os danos mais frequentes em livros e revistas, incluem-se o roubo,os riscos, cortes, sublinhados e dobragens de páginas, escrita nas margens, supressão de capítulos inteiros supressão de páginas (sobretudo em revistas) que contém gráficos ou ilustrações, recurso excessivo a fotocópias que provoca danos muitas vezes irreparáveis nas lombadas e, consequentemente, na integridade estrutural das obras, e ainda, o boicote aos sistema de alarme.
Atendendo aos resultados do nosso inquérito e ao tipo de perguntas directas que foram feitas em que utilizámos palavras como insolência, arrogância, comportamento insultuoso, desrespeito sistemático pelos avisos orais, verificámos que existe uma atitude deficiente do utilizador relativamente ao pessoal da Biblioteca, independentemente do seu grau hierárquico. Poderíamos interpretar estes resultados como um défice de educação cívica e comportamental. Os aspectos negativos atrás enumerados foram repetidamente assinalados pelos nossos colegas.
Relativamente a este ponto, quando referimos o nível dos conhecimentos estamos a tentar perceber exactamente qual a capacidade que os utilizadores têm de se movimentarem destramente dentro da Biblioteca, entendida aqui como um conjunto de meios e funcionalidades. Verificámos então que os utilizadores dominam mal as habilidades de informação, revelando dificuldades em delinear estratégias de pesquisa, em utilizar os recursos disponíveis e, inclusivamente, em localizar documentos nas estantes.
Constatámos que apenas em 25% das Bibliotecas dos estabelecimentos de ensino superior politécnico, à data do inquérito (Abril/Maio - 2000), existia algum tipo de formação de utilizadores. Na s bibliotecas que possuem formação, esta, por vezes, ocorre no âmbito de algumas disciplinas, noutras traduz-se em acções pontuais realizadas pelo bibliotecário, tais como visitas guiadas à Biblioteca, para os alunos inscritos pela primeira vez, no início do ano lectivo, ou simplesmente no fornecimento de guias e regulamento de utilização da biblioteca no início de cada ano lectivo aos alunos referidos.
Analisando os resultados que foram fornecidos pelos nossos colegas consideramos então que é necessário consolidar uma cultura da biblioteca enquanto espaço no sentido da sua utilização de uma forma consentânea com a sua dignidade. Enquanto serviço no sentido do cumprimento dos objectivos da Biblioteca e enquanto recurso para que se faça um uso adequado dos meios disponíveis por forma a que a ida à Biblioteca seja sempre um acto consciente. A consolidação em todas as frentes das redes das bibliotecas de leitura pública e escolares é também um aspecto fundamental a ter em conta uma vez que estas devem ter um papel fundamental na formação e fidelização do utilizador à biblioteca.
Parece-nos, também, ser urgente a criação de programas de formação de utilizadores organizados especificamente de acordo com os diferentes níveis de ensino. Aqui seria tão só a formação no sentido da exploração correcta e exaustiva dos recursos. Os objectivos estariam deste modo bem definidos e centrar-se-iam, por sua vez, em necessidades muito específicas. Falamos de formação aos nível dos programas de licenciatura, mestrado ou doutoramento . Noutros países já se faz há muito tempo e com bastante sucesso Também achamos que seria de todo o interesse a inclusão do tema nos cursos de formação de bibliotecários. Se não existem receitas, pelo menos não seria de mais sensibilizar os futuros Bibliotecários dos problemas que se lhes depararão no exercício da sua profissão.
Parece-nos, também, ser urgente a criação de programas de formação de utilizadores organizados especificamente de acordo com os diferentes níveis de ensino. Aqui seria tão só a formação no sentido da exploração correcta e exaustiva dos recursos. Os objectivos estariam deste modo bem definidos e centrar-se-iam, por sua vez, em necessidades muito específicas. Falamos de formação aos nível dos programas de licenciatura, mestrado ou doutoramento . Noutros países já se faz há muito tempo e com bastante sucesso Também achamos que seria de todo o interesse a inclusão do tema nos cursos de formação de bibliotecários. Se não existem receitas, pelo menos não seria de mais sensibilizar os futuros Bibliotecários dos problemas que se lhes depararão no exercício da sua profissão.