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Trabalho de Comunicação na Web
Livro: O que é virtual? (Pierre Lévy)
Capítulo 7: A virtualização da inteligência
        e a construção do sujeito
Capítulo 8: A virtualização da inteligência
        e a construção do objeto
                  Grupo:
          Ana Flávia Ribeiro
           Cinthia Borges
          Edenilton Santos
            Lana Oliveira
            Mirella Abreu
           Patrícia Oliveira
         Paulo Eduardo Roriz
            Weena Pötter
Capítulo 7
                A Virtualização da Inteligência e a
                     Constituição do Sujeito
                Os seres humanos jamais pensam sozinhos ou
             sem ferramentas. As instituições, as línguas, os
             sistemas     de  signos,   as     técnicas    de
             comunicação, de representação de registro
             informam profundamente nossas atividades
             cognitivas.
                A inteligência coletiva é uma inteligência
             distribuída em toda parte, continuamente
             valorizada e sinergizada em tempo real.
                   O    objeto    chave     da    inteligência
             coletiva,   suporte     por     excelência    da
             virtualidade, opõe-se à coisa “real” como a seu
Capítulo 7      A Inteligência Coletiva na Inteligência
             Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições
                 “Inteligência” = aptidões cognitivas a
             saber, capacidade de perceber, de lembrar, de
             aprender, de imaginar e de raciocinar.
                  Conhecimentos, valores e ferramentas
             transmitidos pela cultura constituem o contexto
             nutritivo, o caldo intelectual e moral a partir do
             qual     os     pensamentos      individuais    se
             desenvolvem, tecem suas pequenas variações e
             produzem às vezes inovações importantes.
                É impossível exercermos nossa inteligência
             independente da línguas, linguagens e sistemas de
             signos que herdamos através da cultura e que
             milhares ou milhões de outras pessoas utilizam
             conosco.
Capítulo 7      A Inteligência Coletiva na Inteligência
             Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições

                 As instituições sócias, leis, regras e
             costumes        que      regem       nossos
             relacionamentos,    influem     de    modo
             determinante sobre o curso de nossos
             pensamentos.

                A dimensão social da inteligência está
             intimamente ligada às linguagens, às técnicas
             e às instituições, notoriamente diferentes
             conforme os lugares e as épocas.
Capítulo 7
                       Economias Cognitivas




                O coletivo humano é o palco de uma economia
             cognitiva, por exemplo. A economia cognitiva está
             ligada também as representações e as interações
             entre as pessoas através de meios tecnológicos. Essa
             ligação dá direito a todos de se comunicarem,
             porém os assuntos não possuem a mesma atenção,
             como no gatekeeper, por exemplo.
Capítulo 7
                      Máquinas Darwinianas




                          O cérebro está em constante
             aprendizado, logo segundo a teoria darwiniana, ele
             é o modelo de evolução biológica e aprendizagem
             individual. Porém a informação que é captada por
             ele é absorvida de alguma forma e pode ser
             desenvolvida. Portanto o individuo pode fazer
             parte do meio sendo a favor, como a maioria, como
             a máquina darwiniana que os de maior interesse
             esperam, ou ele pode ser contra o meio.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade

                       Embora o fato de ser um sistema darwiniano
             seja uma condição necessária para ser um
             espírito, não é, em nossa opinião, uma condição
             suficiente.
                       É a intencionalidade ou no fato de se referir
             a entidades exteriores ao espírito que estará o
             problema, como nos debates a favor ou contra a
             inteligência dos computadores? Não, pois as máquinas
             darwinianas de modo algum funcionam em circuito
             fechado, são por definição acopladas a um ambiente.
             Sua natureza é traduzir o outro em si ou aplicar em
             sua própria organização a história de suas relações
             com seu ambiente.
                         A experiência subjetiva, a dimensão da
             interioridade da sensação e a afetividade.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade
                       Distinção entre afetividade e a consciência. À
             afetividade,                  pode                   ser
             confusa, inconsciente, múltipla, heterogênea, ela
             constitui uma dimensão necessária do psiquismo e
             talvez até sua essência. Sem afetividade, o sistema
             considerado retorna à instabilidade, à dispersão
             ontológica do simples mecanismo. Já a consciência é o
             produto da seleção da linearização e da manifestação
             parcial de uma afetividade à qual ela necessita tudo.
                       Um psiquismo integral, portanto capaz de
             afeto, pode ser analisado segundo quatro dimensões
             complementares:
                            1 - Uma tipologia;
                            2 - Uma semiótica;
                            3 - Uma axiologia;
                            4 - Uma energética.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade
                        O funcionamento psíquico é paralelo e
             distribuído em vez de sequencial e linear.
                        Um afeto ou uma emoção pode de ser
             definidos como um processo ou um acontecimento
             psíquico. Um afeto é a modificação do espírito, sendo
             um diferencial de vida psíquica.
                       É compatível com a abordagem darwiniana,
             uma vez que as configurações do espaço psíquico
             abstrato dessas quatro dimensões são sempre
             modificadas     por      contribuições     “exteriores”e
             redistribuídas pelas dinâmicas do próprio meio
             psíquico.
                       O psiquismo constitui uma interioridade.
                       Os signos e as mensagens circulam e povoam
             o espaço, assim ambos remetem à atualização da
             conectividade.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade
                Os valores determinam entre si e formam sistemas.
                A energia que irriga o espirito não abandona um lugar
             senão para ocupar outro.
                A unidade do psiquismo é a de uma multiplicidade
             fervilhante e sua interioridade “afetiva” não é em
             absoluto um fechamento. Os psiquismos também são
             máquinas darwinianas.
                O modelo do psiquismo pode se aplicar a um texto, um
             filme, uma mensagem ou uma obra qualquer. No caso de
             uma mensagem complexa, temos:
                 → Uma coleção de signos ou de componentes da
                 mensagem.
                 → Conexão, remissão, ecos, entre as partes da
                 mensagem.
                 → Uma distribuição de valores positivos ou negativos
                 sobre elementos, zona de ligação, bem como um valor
                 que emerge do conjunto.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade

                → Em fim, uma energia diferentemente investida
                em certas ligações, em certos valores: “linhas de
                força”.

               A mensagem é ela mesma um agente afetivo para o
             espírito de quem a interpreta.
               O espírito jamais pode apreender algo que não se
             transforme.
               O mundo humano é um campo problemático, uma
             configuração dinâmica, um imenso hipertexto em
             contaste      transformação,    atravessado     de
             tensões, cinzento e pouco investido em certas
             zonas, intensamente investido e luxuosamente
             detalhando em outras.
Capítulo 7
             As Quatro Dimensões da Afetividade

               O universo físico é um caso particular do mundo
             subjetivo que o cerca, o impregna e o sustenta. O
             sujeito não é outra coisa se não seu mundo.
               O sujeito é um mundo banhado de sentimentos e
             emoções.
               A imagem que acabamos de traçar da inteligência
             viva ou do psiquismo é a do virtual.
               Como se atualiza esse virtual? Através dos afetos.
             Sendo assim os afetos designam os atos psíquicos. A
             qualidade do afeto depende do meio mental que lhe
             dá sentido e que ele contribui para determinar.
             Também depende do meio ambiente, ou seja, do meio
             exterior que não interrompe o oferecimento de novos
             objetos.
Capítulo 7
                       Sociedades Pensantes

                        Compreende-se melhor, agora, por que a
             inteligência é atravessada de uma dimensão coletiva: é
             porque não são apenas as linguagens, os artefatos e as
             instituições sociais que pensam dentro de nós, mas o
             conjunto do mundo humano, com suas linhas de
             desejo, suas polaridades afetivas, suas máquinas
             mentais híbridas, suas paisagens de sentido forradas
             de imagens.
                        Agir sobre o meio mesmo de um modo que se
             poderia pretender puramente técnico, material ou
             físico, equivale a construir o mundo comum que pensa
             diferente dentro de cada um de nós, equivale a
             secretar indiretamente qualidade subjetiva e trabalhar
             no afeto.
Capítulo 7
                       Sociedades Pensantes

                        Compreendemos assim por que coletivos
             humanos podem ser ditos inteligentes. Porque o
             psiquismo é, por definição, coletivo: trata-se de uma
             multidão de signos-agentes em interação, carregados
             de valores, investidos com sua energia redes móveis e
             paisagens mutáveis.
                         Os coletivos humanos são espécies de
             megapsiquismo, não apenas por serem percebidos e
             efetivamente acomodar-se por pessoas, mas porque
             podem ser adequadamente modelados pro uma
             topologia, uma semiótica, uma axiologia e uma
             energética mutuamente imanente.
                 “Um imenso jogo afetivo produz a vida social”.
             (Pág. 109)
Capítulo 7
                       Sociedades Pensantes

                       Um papel de seleção e de apresentação
             sequencial desempenhado pela consciência nas pessoas
             é cumprido de um jeito e de outro nas coletividades
             por estruturas políticas, religiosas ou midiáticas que
             habitam em troca os sujeitos individuais.

                       A inteligência é factual, se reproduzindo de
             maneira comparável em diferentes escalas de
             grandeza:       macro       sociedades,      psiquismo
             transindividuais              de              pequenos
             grupos,        indivíduos,         módulos        infra
             individuais, agenciamentos transversais entre módulos
             infra individuais de pessoas diferentes.
Capítulo 7
                       Sociedades Pensantes

                        Cada nó ou zona do hipercórtex coletivo
             contém por sua vez um psiquismo vivo, uma espécie
             de hipertexto dinâmico atravessado de tensões e de
             energias tingidas de qualidades afetivas, animadas de
             tropismo, agitadas de conflitos.

                        Há uma qualidade difundida em diversos
             graus em todos os tipos de espíritos, mas que as
             sociedades humanas. Exemplos: a de refletir o todo do
             espírito coletivo, cada vez diferentemente, em cada
             uma de suas partes. Os sistemas inteligentes são
             “holográficos” e os grupos humanos são os mais
             holográficos dos sistemas inteligentes.
Capítulo 7
                        Coletivos Humanos e
                        Sociedade de Insetos
                        A primeira diferença entre a inteligência
             coletiva e a sociedade de insetos, é que a primeira
             pensa dentro de nós, ao passo que a formiga é uma
             parte quase opaca, um elo inconsciente do
             formigueiro inteligente.
                         Podemos usufruir inteligentemente da
             inteligência coletiva, que aumenta e modifica nossa
             própria inteligência. Contemos ou refletimos
             parcialmente, cada um à sua maneira, a inteligência
             do grupo.
                       Já a formiga tem uma pequeníssima visão
             da inteligência social, não obtendo dela um acréscimo
             mental. Ela é apenas obediente beneficiária, participa
             somente às cegas dessa inteligência.
Capítulo 7
                        Coletivos Humanos e
                        Sociedade de Insetos

                        Uma mulher ou um homem é capaz de
             aprender, imaginar, de inventar e de fazer evoluir as
             linguagens, as técnicas, as relações sociais que
             vigoram em seu ambiente, o que uma formiga –
             estritamente submetida em uma programação
             genética – dificilmente é capaz de fazer.
                        Entre os insetos, somente a sociedade pode
             resolver problemas originais. Já entre os humanos, os
             indivíduos são em geral mais inventivos que certos
             grupos, tais como as multidões ou as burocracias
             rígidas.
                        O estatuto do indivíduo num e noutro tipo
             de sociedade cristaliza e resume o conjunto das
             diferenças que os opõem.
Capítulo 7
                        Coletivos Humanos e
                        Sociedade de Insetos
                        Os indivíduos humanos contribuem para a
             vida da inteligência coletiva que os ilumina em
             troca, ao passo que a formiga obedece cegamente ao
             papel que lhe dita sua casta no seio de um vasto
             mecanismo       inconsciente   que    a   ultrapassa
             absolutamente.
                        O progresso humano rumo à constituição de
             novas formas de inteligência coletiva se opõe
             radicalmente ao pólo do formigueiro.
                        Esse progresso deve aprofundar a abertura
             da consciência individual ao funcionamento da
             inteligência social e melhorar a integração e a
             valorização das singularidades criadoras que os
             indivíduos formam nos processos cognitivos e afetivos
             da inteligência coletiva.
Capítulo 7
             A Objetivação do Contexto Partilhado
                        As tecnologias intelectuais e os dispositivos
             de comunicação conhecem neste fim do século XX
             mutações massivas e radicais
                         Como um dos principais efeitos da
             transformação em curso, aparece um novo dispositivo
             de     comunicação     no    seio    de    coletividades
             desterritorializadas muito vastas que chamaremos
             “comunicação todos-todos”.
                         Com efeito, o ciberespaço em via de
             constituição autoriza uma comunicação não mediática
             em grande escala que representa um avanço decisivo
             rumo a formas novas e mais evoluídas de inteligência
             coletiva.
                          Os meios de comunicação clássicos
             instauram uma separação nítida entre centros
             emissores e receptores passivos isolados uns dos outros.
Capítulo 7
             A Objetivação do Contexto Partilhado
                         O telefone autoriza uma comunicação
             recíproca, mas não permite visão global do que se
             passa no conjunto da rede nem a construção de um
             texto comum.
                        No ciberespaço, cada um é potencialmente
             emissor e receptor num espaço qualitativamente
             diferenciado, não fixo, disposto pelos participantes,
             explorável.
                         O ciberespaço oferece instrumentos de
             construção cooperativa de um contexto comum em
             grupos numerosos e geograficamente dispersos. Se
             trata de uma interação no seio de uma situação que
             cada um contribui para modificar ou estabilizar
             significações, um processo de reconhecimento mútuo
             dos indivíduos e dos grupos através da comunicação.
Capítulo 7
             A Objetivação do Contexto Partilhado
                Essa objetivação dinâmica de um contexto
             coletivo é um operador de inteligência
             coletiva, uma espécie de ligação viva que funciona
             como uma memória, ou consciência comum.

                Encontra-se ainda as paisagens de significações
             partilhadas        nas         árvores          de
             conhecimentos, mercados livres de uma nova
             economia do saber, que oferecem a cada
             participante de uma coletividade uma visão
             sintética da variedade das competências de seu
             grupo e lhe permitem reconhecer sob forma de
             imagem sua identidade em espaços do saber.
Capítulo 7
                        O córtex de Antropia

                O progresso das técnicas de comunicação e de
             registro ampliou o alcance do compartilhamento;

              Hipertextualidade entre o estoque de informação;

              A memória coletiva interage no ciberespaço;

               Softwares aumentam capacidades de navegação na
             informação;

               A programação cooperativa do software ilustra a
             “produção de si” da inteligência coletiva;
Capítulo 7
                         O córtex de Antropia


               A nova inteligência coletiva evidencia a importância
             da reflexão das inteligências individuais;

               Inteligência coletiva -> coletivo inteligente

               Diferentes concepções do virtual;

               Nostalgia do real datado X virtual ameaçador;
Capítulo 8
               A Virtualização da Inteligência e a
                     Constituição do Objeto

                   O problema da inteligência coletiva

               Grupos são mais inteligentes do que as pessoas que
             o compõem?

              Numa multidão as inteligências tendem a se dividir;

              Mundo cultural próximo a coletivos inteligentes;

               O Ideal da inteligência coletiva: reconhecer a
             DIVERSIDADE;
Capítulo 8
                                 O Estádio

                A grande questão é: como passar da inteligência
             coletiva, que é inerente à condição de humanidade, aos
             coletivos inteligentes, que otimizam recursos
             intelectuais imediatamente?
               É algo que requer mais do que boa vontade para se
             conseguir.
                Para exemplificar a questão, utilizamos um estádio
             de futebol.
                 → Torcedores da mesma equipe gritam quase todos
                 juntos. Atos individuais não se distinguem. O
                 indivíduo é afogado na massa dos torcedores. A
                 inteligência dessa massa é notoriamente pequena se
                 levarmos      em     conta    a   capacidade    de
                 aprendizagem, imaginação e raciocínio.
Capítulo 8
                            O Estádio

             → Já no campo de futebol, cada jogador efetua
             ações nitidamente distintas das dos outros. Todas
             as ações visam a coordenação e tentam se
             responder. Os atos dos jogadores intervêm e
             orientam o curso da partida.
             → Os espectadores não podem agir sobre o
             espetáculo que os reúne. No campo é o contrário.
             Aos jogadores, somente detestar o time não é
             suficiente. É preciso estudá-lo, adivinhá-lo e
             prevê-lo para se ganhar a partida.
             →Os espectadores têm necessidade de jogadores
             enquanto que as equipes não têm necessidade de
             torcedores.
             →A bola é o objeto catalisador de inteligência
             coletiva.
Capítulo 8
             Presas, Territórios , Chefes e Sujeitos
                Os mamíferos superiores não possuem objetos. A
             caça e o território não possuem essa característica
             porque aquela logo é devorada e esse funciona como
             modo de identificação exclusiva.
                Nos demais animais, as relações de dominância são
             dadas através de comportamentos e diferenças
             anatômicas. Sujeito dominante e sujeito submisso
             também não são objetos.
                O homem fundou a sociedade civil quando tirou uma
             porção do universo física e declarou pela primeira vez:
             isto é um objeto.
                O papel do objeto é passar de mão em mão, de
             sujeito a sujeito .
                A relação do homem com o objeto resulta de uma
             virtualização das relações de predação, de dominância
             e de ocupação exclusiva.
Capítulo 8
               Ferramenta, Narrativa, Cadáveres

                       Os jogos virtuais são na maioria das vezes
             simulações de combate, de predação. de dominação
             ou de relações sexuais que põem os corpos
             diretamente em contato sem passar por um
             intermediário                               objetivo.
                       A ferramenta, o material ou o artefato que
             passam de mão em mão durante os trabalhos
             coletivos; as narrativas imemoriais que se se
             transmitem e são transformadas de boca a ouvido e
             de geração a geração, cada elo da corrente
             escutando a contando por sua vez; o cadáver
             durante     e     após     os     ritos  funerários.
                        O objeto é reconhecido através de seu
             poder de destruição das relações sociais e de
             indução da inteligência coletiva.
Capítulo 8
                      O Dinheiro e o Capital


                        A moeda no sistema capitalista
             constitui um dos objetos mais eficazes, pois o
             jogo econômico de desfaria se cada pessoa
             guardasse seu dinheiro. O dinheiro não pode ser
             marcado com sua identidade ou com seus atos. A
             moeda não possui função econômica positiva
             exceto pela sua circulação. Ela veta e regula as
             relações econômicas, e contrária a lógica, pois
             não é apropriável e devido a sua circulação nos
             obriga a participar da inteligência coletiva do
             mercado capitalista.
Capítulo 8
                     O Dinheiro e o Capital


                      O dinheiro trás consigo o poder
             e a dominação e também forças sociais
             que não respeitam nenhuma hierarquia
             instituída. O dinheiro para o melhor e o
             pior e trás para si os meios de transporte
             e de comunicação.
Capítulo 8
             Comunidade Científica e seus Objetivos

                        A comunidade científica é outro exemplo de
             coletivo inteligente, onde o objeto é por eles mesmos
             estudado. A inventividade científica consiste em fazer
             surgir verdadeiros objetos, isto é, vetores de
             comunidades inteligentes, capazes de interessar outros
             grupos          que       irão       colocar       em
             circulação, enriquecer, transformar e até mesmo fazer
             proliferar o objeto inicial, transformando assim sua
             identidade na comunidade. O jogo cientifico está
             submetido                   a                 coerções
             econômicas,sociais, políticas, particulamente sob o
             aspecto dos "meios" necessários e dos "apoios"
             antecipados ou afetivos.
                         A comunidade científica não constitui
             verdades absolutas, os abjetos das ciências são
             imanentes aos procedimentos técnicos que os
Capítulo 8
                   O Ciberespaço como Objeto
               A extensão do ciberespaço representa o último dos
             grandes surgimentos da inteligência coletiva.
                 Trata-se de um objeto comum, dinâmico,
             construído, ou pelo menos alimentado, por todos os
             que utilizam.
                Ele faz uma ligação por ser ao mesmo tempo o
             objeto comum de seus produtores e seus exploradores.
               Não é apenas um território, mas sim um lugar de
             objetos comuns.
               Um dos orgulhos da comunidade que fez crescer a
             Net é ter inventado uma maneira inédita de fazer
             sociedade inteligentemente.
                A questão não é portanto banir o comércio da
             internet, mas preservar uma maneira original de
             constituir coletivos inteligentes, diferente daquela que
             o mercado capitalista induz.
Capítulo 8
                   O Ciberespaço como Objeto
                 Por outro lado, ciberespaço é compatível o
             dinheiro, ele inclusive faz crescer a força virtualizante
             e a velocidade de circulação dos objetos monetários e
             científicos.
               De todo o reino animal, é o homem que pratica em
             mais alto grau o imperialismo territorial, a caça
             impiedosa e implacável de dominação. Mas é também
             no homem que esse tipo de relacionamento são
             momentaneamente suspensos graças a relação com o
             ciberespaço.
               A tecnociência, o dinheiro e o ciberespaço fazem do
             homem um caçador, mas os grandes objetos
             contemporâneos só lhes confere esses poderes
             forçando-o a submeter-se à experiência propriamente
             humana da renúncia à presa, da deserção do poder e
             do abandono da propriedade.
Capítulo 8
                          O que é um Objeto
                Esse objeto deve ser o mesmo para todos.
                Ele circula, física e metaforicamente, entre os
             membros do grupo. Encontra-se nas mãos de todos.
                O objeto permite não apenas levar o todo até o
             indivíduo mas também implicar o indivíduo no todo.
                O objeto só se mantém ao ser mantido por todos e
             o grupo só se constitui ao fazer circular o objeto.
                O objeto sustenta o virtual.
               Pode se contar a história da humanidade como uma
             sucessão de aparecimento de objetos. Então, todo
             novo tipo de objeto induz um estilo particular de
             inteligência coletiva e toda mudança social
             consequente implica uma invenção do objeto.
                A objetividade na escala humana do mundo só
             surgirá se for mantida por todos, se circular entre as
             nações e fizer a humanidade crescer em cultura.
Capítulo 8
                        O Objeto / O Humano
                 O objeto vem completar e unificar as três
             virtualizações da relação com os seres, da relação com
             os signos, da relação com as coisas.
                A virtualização da violência não passa apenas pelo
             contrato mas também pelo objeto, que induz ligações
             sociais não violentas porque escapam à predação, à
             apropriação exclusiva e à dominância.
                Por outro lado, a virtualização do aqui e agora
             operada pela linguagem estende o tempo e o espaço
             para além da imediatez sensorial.
                Tal é a questão da linguagem: a existência de um
             mundo objetivo que liga os indivíduos e constitui os
             sujeitos.
                A técnica virtualiza a ação e as funções orgânicas.
                O objeto é constitutivo do humano como sujeito
             social, cognitivo e prático.
Referência bibliográfica:


  LEVY, Pierre; O Que é o Virtual, (1996) São
Paulo, Editora 34

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O que é virtual? (Pierre Lévy) (Capitúlos 7 e 8)

  • 1. Trabalho de Comunicação na Web Livro: O que é virtual? (Pierre Lévy) Capítulo 7: A virtualização da inteligência e a construção do sujeito Capítulo 8: A virtualização da inteligência e a construção do objeto Grupo: Ana Flávia Ribeiro Cinthia Borges Edenilton Santos Lana Oliveira Mirella Abreu Patrícia Oliveira Paulo Eduardo Roriz Weena Pötter
  • 2. Capítulo 7 A Virtualização da Inteligência e a Constituição do Sujeito Os seres humanos jamais pensam sozinhos ou sem ferramentas. As instituições, as línguas, os sistemas de signos, as técnicas de comunicação, de representação de registro informam profundamente nossas atividades cognitivas. A inteligência coletiva é uma inteligência distribuída em toda parte, continuamente valorizada e sinergizada em tempo real. O objeto chave da inteligência coletiva, suporte por excelência da virtualidade, opõe-se à coisa “real” como a seu
  • 3. Capítulo 7 A Inteligência Coletiva na Inteligência Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições “Inteligência” = aptidões cognitivas a saber, capacidade de perceber, de lembrar, de aprender, de imaginar e de raciocinar. Conhecimentos, valores e ferramentas transmitidos pela cultura constituem o contexto nutritivo, o caldo intelectual e moral a partir do qual os pensamentos individuais se desenvolvem, tecem suas pequenas variações e produzem às vezes inovações importantes. É impossível exercermos nossa inteligência independente da línguas, linguagens e sistemas de signos que herdamos através da cultura e que milhares ou milhões de outras pessoas utilizam conosco.
  • 4. Capítulo 7 A Inteligência Coletiva na Inteligência Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições As instituições sócias, leis, regras e costumes que regem nossos relacionamentos, influem de modo determinante sobre o curso de nossos pensamentos. A dimensão social da inteligência está intimamente ligada às linguagens, às técnicas e às instituições, notoriamente diferentes conforme os lugares e as épocas.
  • 5. Capítulo 7 Economias Cognitivas O coletivo humano é o palco de uma economia cognitiva, por exemplo. A economia cognitiva está ligada também as representações e as interações entre as pessoas através de meios tecnológicos. Essa ligação dá direito a todos de se comunicarem, porém os assuntos não possuem a mesma atenção, como no gatekeeper, por exemplo.
  • 6. Capítulo 7 Máquinas Darwinianas O cérebro está em constante aprendizado, logo segundo a teoria darwiniana, ele é o modelo de evolução biológica e aprendizagem individual. Porém a informação que é captada por ele é absorvida de alguma forma e pode ser desenvolvida. Portanto o individuo pode fazer parte do meio sendo a favor, como a maioria, como a máquina darwiniana que os de maior interesse esperam, ou ele pode ser contra o meio.
  • 7. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade Embora o fato de ser um sistema darwiniano seja uma condição necessária para ser um espírito, não é, em nossa opinião, uma condição suficiente. É a intencionalidade ou no fato de se referir a entidades exteriores ao espírito que estará o problema, como nos debates a favor ou contra a inteligência dos computadores? Não, pois as máquinas darwinianas de modo algum funcionam em circuito fechado, são por definição acopladas a um ambiente. Sua natureza é traduzir o outro em si ou aplicar em sua própria organização a história de suas relações com seu ambiente. A experiência subjetiva, a dimensão da interioridade da sensação e a afetividade.
  • 8. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade Distinção entre afetividade e a consciência. À afetividade, pode ser confusa, inconsciente, múltipla, heterogênea, ela constitui uma dimensão necessária do psiquismo e talvez até sua essência. Sem afetividade, o sistema considerado retorna à instabilidade, à dispersão ontológica do simples mecanismo. Já a consciência é o produto da seleção da linearização e da manifestação parcial de uma afetividade à qual ela necessita tudo. Um psiquismo integral, portanto capaz de afeto, pode ser analisado segundo quatro dimensões complementares: 1 - Uma tipologia; 2 - Uma semiótica; 3 - Uma axiologia; 4 - Uma energética.
  • 9. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade O funcionamento psíquico é paralelo e distribuído em vez de sequencial e linear. Um afeto ou uma emoção pode de ser definidos como um processo ou um acontecimento psíquico. Um afeto é a modificação do espírito, sendo um diferencial de vida psíquica. É compatível com a abordagem darwiniana, uma vez que as configurações do espaço psíquico abstrato dessas quatro dimensões são sempre modificadas por contribuições “exteriores”e redistribuídas pelas dinâmicas do próprio meio psíquico. O psiquismo constitui uma interioridade. Os signos e as mensagens circulam e povoam o espaço, assim ambos remetem à atualização da conectividade.
  • 10. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade Os valores determinam entre si e formam sistemas. A energia que irriga o espirito não abandona um lugar senão para ocupar outro. A unidade do psiquismo é a de uma multiplicidade fervilhante e sua interioridade “afetiva” não é em absoluto um fechamento. Os psiquismos também são máquinas darwinianas. O modelo do psiquismo pode se aplicar a um texto, um filme, uma mensagem ou uma obra qualquer. No caso de uma mensagem complexa, temos: → Uma coleção de signos ou de componentes da mensagem. → Conexão, remissão, ecos, entre as partes da mensagem. → Uma distribuição de valores positivos ou negativos sobre elementos, zona de ligação, bem como um valor que emerge do conjunto.
  • 11. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade → Em fim, uma energia diferentemente investida em certas ligações, em certos valores: “linhas de força”. A mensagem é ela mesma um agente afetivo para o espírito de quem a interpreta. O espírito jamais pode apreender algo que não se transforme. O mundo humano é um campo problemático, uma configuração dinâmica, um imenso hipertexto em contaste transformação, atravessado de tensões, cinzento e pouco investido em certas zonas, intensamente investido e luxuosamente detalhando em outras.
  • 12. Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade O universo físico é um caso particular do mundo subjetivo que o cerca, o impregna e o sustenta. O sujeito não é outra coisa se não seu mundo. O sujeito é um mundo banhado de sentimentos e emoções. A imagem que acabamos de traçar da inteligência viva ou do psiquismo é a do virtual. Como se atualiza esse virtual? Através dos afetos. Sendo assim os afetos designam os atos psíquicos. A qualidade do afeto depende do meio mental que lhe dá sentido e que ele contribui para determinar. Também depende do meio ambiente, ou seja, do meio exterior que não interrompe o oferecimento de novos objetos.
  • 13. Capítulo 7 Sociedades Pensantes Compreende-se melhor, agora, por que a inteligência é atravessada de uma dimensão coletiva: é porque não são apenas as linguagens, os artefatos e as instituições sociais que pensam dentro de nós, mas o conjunto do mundo humano, com suas linhas de desejo, suas polaridades afetivas, suas máquinas mentais híbridas, suas paisagens de sentido forradas de imagens. Agir sobre o meio mesmo de um modo que se poderia pretender puramente técnico, material ou físico, equivale a construir o mundo comum que pensa diferente dentro de cada um de nós, equivale a secretar indiretamente qualidade subjetiva e trabalhar no afeto.
  • 14. Capítulo 7 Sociedades Pensantes Compreendemos assim por que coletivos humanos podem ser ditos inteligentes. Porque o psiquismo é, por definição, coletivo: trata-se de uma multidão de signos-agentes em interação, carregados de valores, investidos com sua energia redes móveis e paisagens mutáveis. Os coletivos humanos são espécies de megapsiquismo, não apenas por serem percebidos e efetivamente acomodar-se por pessoas, mas porque podem ser adequadamente modelados pro uma topologia, uma semiótica, uma axiologia e uma energética mutuamente imanente. “Um imenso jogo afetivo produz a vida social”. (Pág. 109)
  • 15. Capítulo 7 Sociedades Pensantes Um papel de seleção e de apresentação sequencial desempenhado pela consciência nas pessoas é cumprido de um jeito e de outro nas coletividades por estruturas políticas, religiosas ou midiáticas que habitam em troca os sujeitos individuais. A inteligência é factual, se reproduzindo de maneira comparável em diferentes escalas de grandeza: macro sociedades, psiquismo transindividuais de pequenos grupos, indivíduos, módulos infra individuais, agenciamentos transversais entre módulos infra individuais de pessoas diferentes.
  • 16. Capítulo 7 Sociedades Pensantes Cada nó ou zona do hipercórtex coletivo contém por sua vez um psiquismo vivo, uma espécie de hipertexto dinâmico atravessado de tensões e de energias tingidas de qualidades afetivas, animadas de tropismo, agitadas de conflitos. Há uma qualidade difundida em diversos graus em todos os tipos de espíritos, mas que as sociedades humanas. Exemplos: a de refletir o todo do espírito coletivo, cada vez diferentemente, em cada uma de suas partes. Os sistemas inteligentes são “holográficos” e os grupos humanos são os mais holográficos dos sistemas inteligentes.
  • 17. Capítulo 7 Coletivos Humanos e Sociedade de Insetos A primeira diferença entre a inteligência coletiva e a sociedade de insetos, é que a primeira pensa dentro de nós, ao passo que a formiga é uma parte quase opaca, um elo inconsciente do formigueiro inteligente. Podemos usufruir inteligentemente da inteligência coletiva, que aumenta e modifica nossa própria inteligência. Contemos ou refletimos parcialmente, cada um à sua maneira, a inteligência do grupo. Já a formiga tem uma pequeníssima visão da inteligência social, não obtendo dela um acréscimo mental. Ela é apenas obediente beneficiária, participa somente às cegas dessa inteligência.
  • 18. Capítulo 7 Coletivos Humanos e Sociedade de Insetos Uma mulher ou um homem é capaz de aprender, imaginar, de inventar e de fazer evoluir as linguagens, as técnicas, as relações sociais que vigoram em seu ambiente, o que uma formiga – estritamente submetida em uma programação genética – dificilmente é capaz de fazer. Entre os insetos, somente a sociedade pode resolver problemas originais. Já entre os humanos, os indivíduos são em geral mais inventivos que certos grupos, tais como as multidões ou as burocracias rígidas. O estatuto do indivíduo num e noutro tipo de sociedade cristaliza e resume o conjunto das diferenças que os opõem.
  • 19. Capítulo 7 Coletivos Humanos e Sociedade de Insetos Os indivíduos humanos contribuem para a vida da inteligência coletiva que os ilumina em troca, ao passo que a formiga obedece cegamente ao papel que lhe dita sua casta no seio de um vasto mecanismo inconsciente que a ultrapassa absolutamente. O progresso humano rumo à constituição de novas formas de inteligência coletiva se opõe radicalmente ao pólo do formigueiro. Esse progresso deve aprofundar a abertura da consciência individual ao funcionamento da inteligência social e melhorar a integração e a valorização das singularidades criadoras que os indivíduos formam nos processos cognitivos e afetivos da inteligência coletiva.
  • 20. Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado As tecnologias intelectuais e os dispositivos de comunicação conhecem neste fim do século XX mutações massivas e radicais Como um dos principais efeitos da transformação em curso, aparece um novo dispositivo de comunicação no seio de coletividades desterritorializadas muito vastas que chamaremos “comunicação todos-todos”. Com efeito, o ciberespaço em via de constituição autoriza uma comunicação não mediática em grande escala que representa um avanço decisivo rumo a formas novas e mais evoluídas de inteligência coletiva. Os meios de comunicação clássicos instauram uma separação nítida entre centros emissores e receptores passivos isolados uns dos outros.
  • 21. Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado O telefone autoriza uma comunicação recíproca, mas não permite visão global do que se passa no conjunto da rede nem a construção de um texto comum. No ciberespaço, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente diferenciado, não fixo, disposto pelos participantes, explorável. O ciberespaço oferece instrumentos de construção cooperativa de um contexto comum em grupos numerosos e geograficamente dispersos. Se trata de uma interação no seio de uma situação que cada um contribui para modificar ou estabilizar significações, um processo de reconhecimento mútuo dos indivíduos e dos grupos através da comunicação.
  • 22. Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado Essa objetivação dinâmica de um contexto coletivo é um operador de inteligência coletiva, uma espécie de ligação viva que funciona como uma memória, ou consciência comum. Encontra-se ainda as paisagens de significações partilhadas nas árvores de conhecimentos, mercados livres de uma nova economia do saber, que oferecem a cada participante de uma coletividade uma visão sintética da variedade das competências de seu grupo e lhe permitem reconhecer sob forma de imagem sua identidade em espaços do saber.
  • 23. Capítulo 7 O córtex de Antropia O progresso das técnicas de comunicação e de registro ampliou o alcance do compartilhamento; Hipertextualidade entre o estoque de informação; A memória coletiva interage no ciberespaço; Softwares aumentam capacidades de navegação na informação; A programação cooperativa do software ilustra a “produção de si” da inteligência coletiva;
  • 24. Capítulo 7 O córtex de Antropia A nova inteligência coletiva evidencia a importância da reflexão das inteligências individuais; Inteligência coletiva -> coletivo inteligente Diferentes concepções do virtual; Nostalgia do real datado X virtual ameaçador;
  • 25. Capítulo 8 A Virtualização da Inteligência e a Constituição do Objeto O problema da inteligência coletiva Grupos são mais inteligentes do que as pessoas que o compõem? Numa multidão as inteligências tendem a se dividir; Mundo cultural próximo a coletivos inteligentes; O Ideal da inteligência coletiva: reconhecer a DIVERSIDADE;
  • 26. Capítulo 8 O Estádio A grande questão é: como passar da inteligência coletiva, que é inerente à condição de humanidade, aos coletivos inteligentes, que otimizam recursos intelectuais imediatamente? É algo que requer mais do que boa vontade para se conseguir. Para exemplificar a questão, utilizamos um estádio de futebol. → Torcedores da mesma equipe gritam quase todos juntos. Atos individuais não se distinguem. O indivíduo é afogado na massa dos torcedores. A inteligência dessa massa é notoriamente pequena se levarmos em conta a capacidade de aprendizagem, imaginação e raciocínio.
  • 27. Capítulo 8 O Estádio → Já no campo de futebol, cada jogador efetua ações nitidamente distintas das dos outros. Todas as ações visam a coordenação e tentam se responder. Os atos dos jogadores intervêm e orientam o curso da partida. → Os espectadores não podem agir sobre o espetáculo que os reúne. No campo é o contrário. Aos jogadores, somente detestar o time não é suficiente. É preciso estudá-lo, adivinhá-lo e prevê-lo para se ganhar a partida. →Os espectadores têm necessidade de jogadores enquanto que as equipes não têm necessidade de torcedores. →A bola é o objeto catalisador de inteligência coletiva.
  • 28. Capítulo 8 Presas, Territórios , Chefes e Sujeitos Os mamíferos superiores não possuem objetos. A caça e o território não possuem essa característica porque aquela logo é devorada e esse funciona como modo de identificação exclusiva. Nos demais animais, as relações de dominância são dadas através de comportamentos e diferenças anatômicas. Sujeito dominante e sujeito submisso também não são objetos. O homem fundou a sociedade civil quando tirou uma porção do universo física e declarou pela primeira vez: isto é um objeto. O papel do objeto é passar de mão em mão, de sujeito a sujeito . A relação do homem com o objeto resulta de uma virtualização das relações de predação, de dominância e de ocupação exclusiva.
  • 29. Capítulo 8 Ferramenta, Narrativa, Cadáveres Os jogos virtuais são na maioria das vezes simulações de combate, de predação. de dominação ou de relações sexuais que põem os corpos diretamente em contato sem passar por um intermediário objetivo. A ferramenta, o material ou o artefato que passam de mão em mão durante os trabalhos coletivos; as narrativas imemoriais que se se transmitem e são transformadas de boca a ouvido e de geração a geração, cada elo da corrente escutando a contando por sua vez; o cadáver durante e após os ritos funerários. O objeto é reconhecido através de seu poder de destruição das relações sociais e de indução da inteligência coletiva.
  • 30. Capítulo 8 O Dinheiro e o Capital A moeda no sistema capitalista constitui um dos objetos mais eficazes, pois o jogo econômico de desfaria se cada pessoa guardasse seu dinheiro. O dinheiro não pode ser marcado com sua identidade ou com seus atos. A moeda não possui função econômica positiva exceto pela sua circulação. Ela veta e regula as relações econômicas, e contrária a lógica, pois não é apropriável e devido a sua circulação nos obriga a participar da inteligência coletiva do mercado capitalista.
  • 31. Capítulo 8 O Dinheiro e o Capital O dinheiro trás consigo o poder e a dominação e também forças sociais que não respeitam nenhuma hierarquia instituída. O dinheiro para o melhor e o pior e trás para si os meios de transporte e de comunicação.
  • 32. Capítulo 8 Comunidade Científica e seus Objetivos A comunidade científica é outro exemplo de coletivo inteligente, onde o objeto é por eles mesmos estudado. A inventividade científica consiste em fazer surgir verdadeiros objetos, isto é, vetores de comunidades inteligentes, capazes de interessar outros grupos que irão colocar em circulação, enriquecer, transformar e até mesmo fazer proliferar o objeto inicial, transformando assim sua identidade na comunidade. O jogo cientifico está submetido a coerções econômicas,sociais, políticas, particulamente sob o aspecto dos "meios" necessários e dos "apoios" antecipados ou afetivos. A comunidade científica não constitui verdades absolutas, os abjetos das ciências são imanentes aos procedimentos técnicos que os
  • 33. Capítulo 8 O Ciberespaço como Objeto A extensão do ciberespaço representa o último dos grandes surgimentos da inteligência coletiva. Trata-se de um objeto comum, dinâmico, construído, ou pelo menos alimentado, por todos os que utilizam. Ele faz uma ligação por ser ao mesmo tempo o objeto comum de seus produtores e seus exploradores. Não é apenas um território, mas sim um lugar de objetos comuns. Um dos orgulhos da comunidade que fez crescer a Net é ter inventado uma maneira inédita de fazer sociedade inteligentemente. A questão não é portanto banir o comércio da internet, mas preservar uma maneira original de constituir coletivos inteligentes, diferente daquela que o mercado capitalista induz.
  • 34. Capítulo 8 O Ciberespaço como Objeto Por outro lado, ciberespaço é compatível o dinheiro, ele inclusive faz crescer a força virtualizante e a velocidade de circulação dos objetos monetários e científicos. De todo o reino animal, é o homem que pratica em mais alto grau o imperialismo territorial, a caça impiedosa e implacável de dominação. Mas é também no homem que esse tipo de relacionamento são momentaneamente suspensos graças a relação com o ciberespaço. A tecnociência, o dinheiro e o ciberespaço fazem do homem um caçador, mas os grandes objetos contemporâneos só lhes confere esses poderes forçando-o a submeter-se à experiência propriamente humana da renúncia à presa, da deserção do poder e do abandono da propriedade.
  • 35. Capítulo 8 O que é um Objeto Esse objeto deve ser o mesmo para todos. Ele circula, física e metaforicamente, entre os membros do grupo. Encontra-se nas mãos de todos. O objeto permite não apenas levar o todo até o indivíduo mas também implicar o indivíduo no todo. O objeto só se mantém ao ser mantido por todos e o grupo só se constitui ao fazer circular o objeto. O objeto sustenta o virtual. Pode se contar a história da humanidade como uma sucessão de aparecimento de objetos. Então, todo novo tipo de objeto induz um estilo particular de inteligência coletiva e toda mudança social consequente implica uma invenção do objeto. A objetividade na escala humana do mundo só surgirá se for mantida por todos, se circular entre as nações e fizer a humanidade crescer em cultura.
  • 36. Capítulo 8 O Objeto / O Humano O objeto vem completar e unificar as três virtualizações da relação com os seres, da relação com os signos, da relação com as coisas. A virtualização da violência não passa apenas pelo contrato mas também pelo objeto, que induz ligações sociais não violentas porque escapam à predação, à apropriação exclusiva e à dominância. Por outro lado, a virtualização do aqui e agora operada pela linguagem estende o tempo e o espaço para além da imediatez sensorial. Tal é a questão da linguagem: a existência de um mundo objetivo que liga os indivíduos e constitui os sujeitos. A técnica virtualiza a ação e as funções orgânicas. O objeto é constitutivo do humano como sujeito social, cognitivo e prático.
  • 37. Referência bibliográfica: LEVY, Pierre; O Que é o Virtual, (1996) São Paulo, Editora 34