3. Os Valores
Os valores não são coisas: Os valores não são
objetos, nem pessoas, nem situações. Essas coisas é
que são valiosas, ou seja, adquirem um determinado
valor a partir da sua relação com o Homem. Ex.: Um
pão não é um valor, mas adquire valor se eu o quiser
comer (valor útil se eu estiver com fome, ou valor do
agradável se eu o quiser comer, só por prazer, mesmo
sem fome).
Os valores são dependentes: Os valores não tem
existência própria, não são objetos, mas necessitam
dos objetos como suporte.
Os valores são subjetivos: Os valores dependem
totalmente do sujeito, das suas preferências e
apreciações valorativas. É o sujeito que atribui um
valor, isto é, um significado ao objeto, sendo que
este, sem a apreciação do sujeito, não tem qualquer
valor.
4. Os Valores
Valorar significa reconhecer
algo como valioso, no sentido
de sermos nós a atribui-lhe um
valor emitindo um juízo de
valor. A experiência valorativa
implica que o mundo deixe de
ser indiferente para o Homem e
que o Homem opte, aprecie,
escolha, dando sentido à sua
existência.
5. Tipos de Valores
Natureza Tribo (cultural) Arte (estético)
(ecológico) Líder
espiritual
(religioso)
Carro (material)
Presidente de um país
(político) Campo de
concentração
(saúde/vital)
Amor
(sentimental)
Escola (educacional)
Dinheiro (econômico)
6. Características dos Valores
Bipolaridade: O Homem estima positiva ou
negativamente. Isto quer dizer que os
valores possuem um pólo positivo e um pólo
negativo, que se opõem mutuamente.
Exemplo: o belo opõe-se ao feio, a justiça à
injustiça, a riqueza à pobreza, etc.
Enquanto que o valor positivo recebe a nossa
preferência e adesão, o valor negativo
manifesta-se porque nos causa rejeição e
repulsa.
7. Características dos Valores
Hierarquia: todos os valores valem, mas
uns valem mais que outros, ou seja, os
valores surgem dispostos numa escala que vai
da menor para a maior importância.
Além de o Homem atribuir uma escala de
valores (hierarquização), as comunidades
também as atribuem. No entanto, esta escala
não é estática mas sim dinâmica, tal como são
dinâmicas as sociedades e as culturas. Se não
fosse dinâmica, isto é, se o Homem não
questionasse criticamente a sua escala de
valores assim como a da comunidade em que
se insere, o Homem pararia na história,
afastando-se desta e do desenvolvimento da
humanidade. (Charge)
9. Juízos de Fato e Juízos de Valor
Quando valorizamos
alguma coisa ou
alguém, emitimos um
juízo de valor, ou
seja, dizemos que algo
tem valor. Os juízos de
valor distinguem-se
dos juízos de fato.
10. Juízos de Fato e Juízos de Valor
Fato: É o que é em si mesmo, isto é, fato é o
que acontece. Por ser o que acontece é o real,
podendo descrever-se e ver se é verdadeiro ou
falso (por exemplo, 42 adultos nesta sala, é um
fato).
É um acontecimento objetivo e exterior ao
sujeito, e implica um consenso, um acordo
entre os sujeitos (por exemplo, se for verdade
que estão 42 adultos, todos aceitam e
concordam com esse fato).
11. Juízos de Fato e Juízos de Valor
Valor: é o que deve ser, pelo que não pode ser
verificável, nem pode ser verdadeiro nem falso
(por exemplo os 42 adultos desta sala são
todos muito bonitos, a beleza é um valor que
eu atribuo aos adultos e outras pessoas podem
não atribuir, podem discordar da minha
opinião.) O valor resulta do preferível e por isso
é subjetivo e relativo ao próprio Homem que
valora. Não implica consenso e mostra a
relação que o Homem tem com o mundo (o que
ele valora).
12. Juízos de Fato e Juízos de Valor
NO ENTANTO: Não se pode
separar fato de valor uma vez
que, quando emito um juízo de
fato não emito qualquer
preferência valorativa, mas
quando emito um juízo de valor,
o valor ou desvalor que atribuo é
sempre em relação a um fato
(situação, acontecimento, etc.,
ou seja, algo concreto).
13. Juízos de Fato e Juízos de Valor
EM SUMA: Os objetos, os fatos e as
circunstâncias, isoladamente, não passam
disso mesmo; mas na sua relação com o
Homem deixam de ser simples objetos, fatos
e circunstâncias para passarem a ter uma
realidade diferente, ou seja, passam a possuir
um determinado valor. Assim, a realidade, na
sua relação com o Homem, transforma-se ela
mesma em mundo humano, por lhe
atribuirmos valores.
14. A AÇÃO HUMANA
AS PESSOAS REVELAM AS SUAS
PREFERÊNCIAS, OS SEUS VALORES,
QUANDO TOMAM DECISÕES.
O que é tomar decisões? Tomar decisões é
optar por um caminho em detrimento de outro.
E essa opção, essa escolha, realiza-se com
base nos nossos valores. Quando
escolhemos, quando optamos, estamos a
AGIR.
A AÇÃO HUMANA: Os conceitos que permitem
caracterizar a ação humana aparecem
interligados, em relação recíproca de tal modo
que apenas podem compreender-se uns pelos
outros.
15. A Ação Humana
Agente: sujeito da ação; é ator e ator da
ação; quer agir (voluntariamente) para
alcançar um fim.
Tem uma...
Intenção: projeto do agente (responde à
pergunta “o quê?); é o propósito da ação;
antecipa possibilidades realizáveis (a intenção
tem que por em causa se se pode ou não
realizar).
É objeto de uma...
16. A Ação Humana
Decisão: implica deliberação [avaliação da
situação (contexto) e ponderação dos prós e
dos contras – com base numa valoração
(atribuir um bom ou mau valor a...]; conduz a
uma escolha entre várias alternativas.
Encontra a sua explicação nos...
Motivos: (explica o porquê de termos
realizado a ação; responde à pergunta “por
quê?”, uma vez que não há ações gratuitas,
sem motivo, realizadas ao acaso); consiste
nas razões que levam à ação; concretiza-se na
execução.
17. A Ação Humana e o Futuro
A Ação Humana consiste
sempre numa escolha entre,
no mínimo, duas alternativas.
Quando optamos, ou seja,
escolhemos, por uma dessas
alternativas influenciamos
sempre, positiva ou
negativamente, o nosso futuro.
Por exemplo, quando opto por
estudar, faço-o a pensar num
futuro melhor. Por este
motivo, podemos dizer que as
nossas ações constituem
escolhas para o futuro.
18. A Acção Humana e a Liberdade
As situações que estão determinadas à partida
(por exemplo, o Sol nascerá amanhã) não nos
dão hipótese de escolha.
Pelo contrário, a nossa escolha por uma dada
situação (comer a carne ou o peixe ao almoço)
não está determinada à partida.
Por este motivo, nós podemos escolher e decidir-
nos pela possibilidade que consideramos melhor,
ou seja, mesmo que nos seja imposta uma
determinada situação, podemos sempre escolher
como agir nessa mesma situação.
Assim, a minha liberdade manifesta-se no fato de
ter tomado uma determinada decisão em
detrimento de outra que poderia ter tomado.
19. Liberdade e Responsabilidade
Liberdade e Responsabilidade implicam-
se mutuamente:
Responsabilidade implica Liberdade:
Somos livres e, por isso, responsáveis. Somos
livres para escolher realizar ou não um
determinado ato, logo, temos que responder
por essa escolha e pelas suas consequências.
Liberdade implica Responsabilidade:
Somos livres porque somos responsáveis. Só é
possível conceber a liberdade para seres
responsáveis, isto é, para seres que assumem
e respondem pelos seus atos.
20. Condicionantes da Ação Humana
Condicionantes internas: físicas,
biológicas e psicológicas
A ação humana é condicionada pelos próprios
limites do Homem.
Somos condicionados pela forma do nosso
corpo e pelo modo como o nosso corpo
funciona;
Somos condicionados por motivações
primárias de natureza biológica (temos de
comer, beber, dormir, entre outras).
Somos condicionados pelos nossos estados
de espírito (fator afetivo, emoções,
sentimentos positivos ou negativos, etc.).
21. Condicionantes da Acção Humana
Condicionantes externas: históricas, sociais e
culturais
Somos condicionados pelo contexto histórico,
pelo tempo e pelo espaço em que vivemos: de
época para época o Homem sofre alterações,
apresenta modificações de várias ordens.
Somos condicionados pelo ambiente social em
que nascemos, crescemos e vivemos. A sujeição às
regras sociais que orientam o nosso
relacionamento com os outros influencia,
condiciona o nosso comportamento.
Somos condicionados pela cultura. Cada cultura
condiciona a ação individual através dos padrões
culturais (valores, crenças, tradições, hábitos e
costumes) que impõe aos seus membros.
22. APESAR DESTAS CONDICIONANTES, O
HOMEM NÃO DEIXA DE SER LIVRE.
O Homem tenta sempre superar as suas
condicionantes. É por ser um ser
essencialmente livre, que o Homem tem
capacidades de superar, ou pelo menos, tentar
superar, algumas das suas condicionantes. De
fato, apesar que o Homem estar determinado
pelas suas limitações, ele é, ainda, um ser livre
que não pode nunca negar a sua liberdade.
Mas, além de ser livre, o Homem é também um
ser em aberto que está em constante
construção de si próprio e do mundo que o
rodeia. Ao contrário dos animais, o Homem é
um ser em permanente insatisfação que tenta
sempre ir mais além e que tenta superar o que
condiciona a sua ação.
23. APESAR DESTAS CONDICIONANTES, O
HOMEM NÃO DEIXA DE SER LIVRE.
É por este motivo que, por exemplo, uma
pessoa paraplégica já pode, hoje em dia, nadar
e fazer corridas de cadeiras de rodas com
outras pessoas paraplégicas; ou, outro
exemplo, por não ser capaz de voar, o ser
humano inventou o avião, entre outros.
Assim, consoante as possibilidades que possui,
o ser humano tenta sempre ir mais além do
que aparenta ser capaz.
24. ATIVIDADE DO MÓDULO DE ÉTICA
CAPÍTULO 01
RESPONDER AS QUESTÕES DAS PÁGINAS 10,
11 E 12.
ESCOLHER ENTRE AS QUESTÕES 5 E 6(TEMA 1
OU TEMA 2), DA PÁGINA 13, PARA SER
RESPONDIDA NO CADERNO.
FAZER UMA SÍNTESE DA IDEIA DEFENDIDA.