SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 34
EXISTENCIALISMO
Martin Heidegger
Jean-Paul Sartre
HEIDEGGER
(1889-1976)
FENÔMENOS OU ESSÊNCIAS
Husserl - Heidegger
• Não são apenas:
 As coisas materiais que
percebemos, imaginamos
ou lembramos;
 As coisas naturais,
estudadas pelas ciências
da natureza, como
supunha Kant.

• São também:
 Coisas puramente ideais
ou idealidades, isto é,
coisas que existem
apenas no pensamento:
como os entes estudados
pela matemática (figuras
geométricas, operações
algébricas etc.) e pela
lógica (universalidade,
necessidade, contradição,
etc.)
FENÔMENOS OU ESSÊNCIAS
Husserl - Heidegger
As coisas criadas pela ação e pela prática
humana humanas (técnicas, artes, instituições
sociais, etc.)
Em suma: os resultados da vida e da ação
humana – aquilo que chamamos de cultura –
são fenômenos: significações ou essências que
aparecem à consciência e que são constituídas
pela própria consciência.
A fenomenologia é a descrição de todos os
fenômenos, ou eidos ou essências
REGIÕES DO SER
• Ao ampliar o conceito de
fenômeno, Husserl propôs
que a filosofia distinguisse
diferentes tipos de
essências ou fenômenos e
que considerasse cada um
deles como manifestando
um tipo de realidade
diferente, um tipo de ser
diferente.

ONTOLOGIAS REGIONAIS
• Investigação das essências
próprias dos seres ou
desses entes: região
consciência, região
natureza, região
matemática, região arte,
região história, etc.
ONTOLOGIA
• Palavra que deriva do
particípio presente do verbo
einai (ser), isto é, de on
(“ente”) e tà onta (“as coisas”,
os “entes”), dos quais vem o
substantivo tò on: “o Ser”.
MARTIN HEIDEGGER
ÔNTICO
• Se refere à estrutura e à
essência própria de um
ente, aquilo que ele é em si
mesmo, sua identidade, sua
diferença em face de outros
entes, suas relações com
outros entes.

ONTOLÓGICO
• Se refere ao estudo
filosófico dos entes, à
investigação dos conceitos
que nos permitam conhecer
e determinar pelo
pensamento em que
consistem as modalidades
ônticas, quais os métodos
para seu estudo e quais
categorias se aplicam.
ÔNTICO
Diz respeito
aos entes em
sua existência
própria.

ONTOLÓGICO
Diz respeito
aos entes
tomados como
objetos do
conhecimento.
• Como existem diferentes esferas ou regiões
ônticas, existirão ontologias regionais que se
ocupam com cada uma delas.
• Na experiência cotidiana, distinguem-se
espontaneamente cinco grandes estruturas
ônticas: os entes materiais ou naturais (coisas
reais), os entes materiais artificiais (coisas
reais) os entes ideais, os entes de valor e os
entes metafísicos.
• Como passamos da experiência ôntica à
investigação ontológica?
Como passamos da experiência ôntica à
investigação ontológica?
 Quando:
• Aquilo que faz parte da nossa vida cotidiana se torna
problemático, estranho, confuso;
• Somos surpreendidos pelas coisa e pelas pessoas,
porque acontece algo inesperado ou imprevisível;
• Desejamos usar certas coisas e não sabemos como
lidar com elas;
• O significado costumeiro das coisas, das ações, dos
valores ou das pessoas perde sentido ou se mostra
obscuro ou confuso;
• O que nos foi dito, ensinado e transmitido sobre eles já
não nos satisfaz e queremos saber mais e melhor.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
COISA REAL?

Investigação ontológica

• Frutas, árvores, pedras, rios,
nossa casa, automóveis,
computador, telefone, etc.
Uma coisa é chamada de real
porque pertence a um
conjunto de entes que
possuem em comum a mesma
estrutura ontológica: são entes
que existem fora de nós, estão
no mundo diante de nós, isto
é, são um ser, uma realidade.

• São realidade;
• São entes que duram e
possuem duração: são
temporais;
• Se transformam, são
produzidos pela ação de
outros;
• Ser, realidade, temporalidade
e causalidade são conceitos
que descrevem a essência dos
entes chamados “coisas”.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
ENTES IDEAIS?
• Ideias gerais, concebidas
pelo pensamento lógico,
matemático, científico e
filosófico: igualdade,
diferença, número, raiz
quadrada, físico, psíquico,
matéria, energi
• Não são coisas reais, são
conceitos e existem apenas
como conceitos;

INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA
• Não causam uns aos outros
mas podem relacionar-se.
São relacionais, mas não
são regidos pelo conceito
de causalidade;
• Não existem do mesmo
modo que as coisas;
• Idealidade, relação e
atemporalidade são os
conceitos ontológicos para
entes ideais.
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
ENTES QUE SÃO VALORES?
• Podem ser valorizados
positiva ou negativamente:
beleza, feiura, vício, virtude,
raro, comum, justo, injusto.

INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA
• Os conceitos ontológicos
principais que os descrevem
essencialmente são a
qualidade (um valor pode
ser negativo ou afirmativo)
e a polaridade ou oposição
(os valores sempre se
apresentam como pares de
opostos).
O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE:
ENTES METAFÍSICOS?
• Entes que pertencem a uma realidade
diferente daquela a que pertencem as coisas,
as idealidades e os valores e aos quais damos
o nome de metafísicos: a divindade ou o
absoluto; o infinito e o nada; a morte e a
imortalidade; a identidade e a alteridade; o
mundo como unidade, a relação e
diferenciação de todos os entes ou de todas as
estrutura ônticas, etc.
Os entes considerados de acordo com a
perspectiva dos seres humanos quanto à:
ESSÊNCIA
• Todos os entes – naturais,
artificiais, ideais, valores,
metafísicos – são entes
culturais e históricos,
submetidos ao tempo, à
mudança, pois seu sentido
(sua essência) muda com a
cultura.

CATEGORIAS ONTOLÓGICAS
• Ser, realidade, causalidade,
temporalidade, idealidade,
atemporalidade, relação,
diferença, quantidade,
polaridade, oposição, etc.,
permanecem, ainda que
modifiquem seus objetos.
• É a permanência que
interessa à ontologia.
A NOVA ONTOLOGIA:
NEM REALISMO, NEM IDEALISMO
REALISMO

IDEALISMO

• Se eliminarmos o
sujeito ou a
consciência, restam
as coisas em si
mesmas, a realidade
verdadeira, o ser em
si.

• Se eliminarmos as
coisas ou o
nôumeno, resta a
consciência ou o
sujeito que, por
meio das operações
do conhecimento,
revela a realidade, o
objeto.
Heidegger e Merleau-Ponty afirmam que
as duas posições estão equivocadas:
• Se eliminarmos a
consciência, não sobra
nada, pois as coisas
existem para nós, isto é,
para uma consciência
que as percebe,
imagina, que delas se
lembra, nelas pensa,
que as transforma pelo
trabalho, etc.

• Se eliminarmos as
coisas, também não
resta nada, pois não
podemos viver sem o
mundo nem fora dele;
não somos os criadores
do mundo e sim seus
habitantes.
NOVA ONTOLOGIA
• Parte da afirmação de que estamos no mundo e de que
o mundo é mais velho do que nós (isto é, não esperou o
sujeito do conhecimento para existir), mas,
simultaneamente, de que somos capazes de dar
sentido ao mundo, conhecê-lo e transformá-lo.
• Somos seres temporais – nascemos e temos
consciência da morte;
• Somos seres intersubjetivos – vivemos na companhia
dos outros;
• Somos seres culturais – criamos a linguagem, o
trabalho, a sociedade, a religião, a política, a ética, as
artes, as técnicas, a filosofia e as ciências.
O QUE É A REALIDADE?
• É a existência do mundo material, natural, ideal,
cultural e a nossa existência nele.
• É o campo formado por seres ou entes
diferenciados e relacionados entre si que
possuem sentido em si mesmos e que também
recebem de nós outros e novos sentidos;
• Não é Objeto-Coisa, sem a consciência. Mas
também, não é o Sujeito-consciência, sem as
coisas e os outros.
O QUE ESTUDA A ONTOLOGIA?
• Os entes ou os seres antes que sejam
investigados pelas ciências e depois que se
tornaram enigmáticos para nossa vida cotidiana.
• Os entes ou os seres antes de serem
transformados em conceitos das ciências e depois
que nossa experiência cotidiana sofreu o
espanto, a admiração e o estranhamento de que
eles sejam como nos parecem ser, ou não sejam
o que nos parecem ser.
A ontologia estuda as essências antes que sejam fatos da ciência
explicativa e depois que se tornaram estranhas para nós:

• “Vejo esta casa azul”.

• O que é ver, qual é a
essência da visão?
• O que é uma casa ou
qual a essência da
habitação?
• Que é vermelho ou azul
ou qual é a essência da
cor ou o que é cor?
• Que é ver cores?
HEIDEGGER
O SENTIDO DO SER
DISTINÇÃO ENTRE ENTE E SER
ENTE
• É a existência, a
manifestação dos
modos de ser.

SER
• É a essência, aquilo
que fundamenta e
ilumina a existência
ou os modos de ser.
A partir dessa diferenciação é possível
estabelecer duas fases da filosofia
heideggeriana:
• 1ª) caracterizada pela
busca do conhecimento
do ser por meio da
análise do ente
humano, da existência
humana;

• 2ª) o ente sai do
primeiro plano e o
próprio ser torna-se a
chave para a
compreensão da
existência;
DASEIN – SER AÍ, ESTAR AÍ
• Heidegger parte da análise do ser do
homem, dasein, um ser-no-mundo;
ele descreve três etapas que marcam
a existência e que, para a maioria
dos indivíduos, culminam em uma
existência inautêntica:
FATICIDADE
1. Fato da existência: o ser humano é “lançado” ao
mundo, sem saber por quê. Ao despertar para a
consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para
nascer;
2. Desenvolvimento da existência: o ser humano
estabelece relações com o mundo (ambiente natural
e social historicamente situado). Para existir, projeta
sua vida e procura agir no campo de suas
possibilidades. Move uma busca permanente para
realizar aquilo que ainda não é. Em outras palavras,
existir é construir um projeto
3) Destruição do eu:
• tentando realizar seu projeto, o ser humano
sofre a interferência de uma série de fatores
adversos que o desviam de seu caminho
existencial. Trata-se do confronto do eu com
os outros, confronto no qual o indivíduo
comum é geralmente derrotado.
• O seu eu é destruído, arruinado, dissolve-se
na banalidade do cotidiano, nas preocupações
da massa humana.
• Em vez de tornar-se si-mesmo, torna-se o que
os outros são; assim, o eu é absorvido no
com-o-outro e para-o-outro.
A ANGÚSTIA
• É o sentimento profundo que faz o ser
humano despertar da existência inautêntica;
• Ela revela:
 o quanto nos dissolvemos em atitudes
impessoais;
 o quanto somos absorvidos pela banalidade
do cotidiano;
 o quanto anulamos nosso eu para inseri-lo,
alienadamente, no mundo do outro.
SER-PARA-A-MORTE
• Todo ser é um “ser rumo à
morte”, mas apenas os humanos
reconhecem isso. Nossas vidas
são temporais: somente depois
de compreender isso podemos
viver uma vida significativa e
autêntica.
• “A angústia, porém, é a disposição que permite
que se mantenha aberta a ameaça absoluta e
insistente de si mesma, que emerge do ser mais
próprio e singular da presença. Na angústia, a
presença dispõe-se frente ao nada da possível
impossibilidade da existência. A angústia se
angustia pelo poder-ser daquele ente assim
determinado, abrindo-lhe a possibilidade mais
extrema. Porque o antecipar simplesmente
singulariza a presença e, nessa singularização,
torna certa a totalidade de seu poder-ser, a
disposição fundamental da angústia pertence ao
compreender de si mesma, própria da presença.”
• Do sentido que o ser humano imprime à sua
ação, decorre a autenticidade ou a
inautencidade da sua vida.
• O indivíduo inautêntico é o que se degrada
vivendo de acordo com verdades e normas
dadas; a despersonalização o faz mergulhar no
anonimato, que anula qualquer originalidade.
• Ao contrário, a pessoa autêntica é aquela que
se projeta no tempo, sempre em direção ao
futuro. A existência é o lançar-se contínuo às
possibilidades sempre renovadas.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Filosofia moderna
Filosofia moderna Filosofia moderna
Filosofia moderna Over Lane
 
Existencialismo e Psicologia - minicurso slides
Existencialismo e Psicologia - minicurso slidesExistencialismo e Psicologia - minicurso slides
Existencialismo e Psicologia - minicurso slidesBruno Carrasco
 
Moral e ética
Moral e éticaMoral e ética
Moral e éticaOver Lane
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e MoralSlides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e MoralTurma Olímpica
 
Slide fenomenologia
Slide fenomenologiaSlide fenomenologia
Slide fenomenologiaJorge Dutra
 
Psicologia Fenomenológico-Existencial
Psicologia Fenomenológico-ExistencialPsicologia Fenomenológico-Existencial
Psicologia Fenomenológico-ExistencialSara Campagnaro
 
Indivíduo e Sociedade
Indivíduo e SociedadeIndivíduo e Sociedade
Indivíduo e Sociedadecarlosbidu
 
Fenomenologia de Husserl
Fenomenologia de HusserlFenomenologia de Husserl
Fenomenologia de Husserlprofadnilson
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slideErica Frau
 
Filosofia e felicidade slide
Filosofia e felicidade slideFilosofia e felicidade slide
Filosofia e felicidade slideDaniel Filosofo
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?Turma Olímpica
 

Was ist angesagt? (20)

Existencialismo
ExistencialismoExistencialismo
Existencialismo
 
Filosofia moderna
Filosofia moderna Filosofia moderna
Filosofia moderna
 
Existencialismo e Psicologia - minicurso slides
Existencialismo e Psicologia - minicurso slidesExistencialismo e Psicologia - minicurso slides
Existencialismo e Psicologia - minicurso slides
 
Aula02 - Metafísica
Aula02 - MetafísicaAula02 - Metafísica
Aula02 - Metafísica
 
Moral e ética
Moral e éticaMoral e ética
Moral e ética
 
Filosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
Filosofia contemporânea - Jean Paul SartreFilosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
Filosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
 
Fenomenologia
FenomenologiaFenomenologia
Fenomenologia
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e MoralSlides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Ética e Moral
 
Ética Moral e Valores.
Ética Moral e Valores.Ética Moral e Valores.
Ética Moral e Valores.
 
Slide fenomenologia
Slide fenomenologiaSlide fenomenologia
Slide fenomenologia
 
Psicologia Fenomenológico-Existencial
Psicologia Fenomenológico-ExistencialPsicologia Fenomenológico-Existencial
Psicologia Fenomenológico-Existencial
 
Natureza e Cultura
Natureza e CulturaNatureza e Cultura
Natureza e Cultura
 
Indivíduo e Sociedade
Indivíduo e SociedadeIndivíduo e Sociedade
Indivíduo e Sociedade
 
Fenomenologia de Husserl
Fenomenologia de HusserlFenomenologia de Husserl
Fenomenologia de Husserl
 
ALIENAÇÃO E IDEOLOGIA
ALIENAÇÃO E IDEOLOGIAALIENAÇÃO E IDEOLOGIA
ALIENAÇÃO E IDEOLOGIA
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
 
Filosofia e felicidade slide
Filosofia e felicidade slideFilosofia e felicidade slide
Filosofia e felicidade slide
 
Fenomenologia e a psicologia
Fenomenologia e a psicologiaFenomenologia e a psicologia
Fenomenologia e a psicologia
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?
 
Fatos sociais
Fatos sociaisFatos sociais
Fatos sociais
 

Andere mochten auch

Martin heidegger
Martin heideggerMartin heidegger
Martin heidegger2709628
 
existentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarte
existentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarteexistentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarte
existentialism in "The Flies" by Jean Paul SarteAmian Naima
 
Heidegger
HeideggerHeidegger
Heideggernmyatt
 
Martin Heidegger - Existentialism
Martin Heidegger - ExistentialismMartin Heidegger - Existentialism
Martin Heidegger - ExistentialismChace Camiloza
 
MARTIN HEIDEGGER
MARTIN HEIDEGGERMARTIN HEIDEGGER
MARTIN HEIDEGGERFilosofiano
 

Andere mochten auch (6)

Martin heidegger
Martin heideggerMartin heidegger
Martin heidegger
 
existentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarte
existentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarteexistentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarte
existentialism in "The Flies" by Jean Paul Sarte
 
Heidegger
HeideggerHeidegger
Heidegger
 
Martin Heidegger - Existentialism
Martin Heidegger - ExistentialismMartin Heidegger - Existentialism
Martin Heidegger - Existentialism
 
Heidegger
HeideggerHeidegger
Heidegger
 
MARTIN HEIDEGGER
MARTIN HEIDEGGERMARTIN HEIDEGGER
MARTIN HEIDEGGER
 

Ähnlich wie Heidegger

antropologia filosofica a origem do homem
 antropologia filosofica  a origem do homem antropologia filosofica  a origem do homem
antropologia filosofica a origem do homemparaiba1974
 
Ontologia e metafísica apresentação e plano de aula
Ontologia e metafísica   apresentação e plano de aulaOntologia e metafísica   apresentação e plano de aula
Ontologia e metafísica apresentação e plano de aulaVitor Vieira Vasconcelos
 
Antorpologia filosofica
Antorpologia filosoficaAntorpologia filosofica
Antorpologia filosoficacelio correa
 
Slides Metafísica 25.08.2020.pdf
Slides Metafísica  25.08.2020.pdfSlides Metafísica  25.08.2020.pdf
Slides Metafísica 25.08.2020.pdfalexon5
 
O conhecimento slides
O conhecimento   slidesO conhecimento   slides
O conhecimento slidesUFMS
 
Cap 21 religião, mitos e magias
Cap 21 religião, mitos e magiasCap 21 religião, mitos e magias
Cap 21 religião, mitos e magiasJoao Balbi
 
Cap 21 religião, mitos e magia
Cap 21 religião, mitos e magiaCap 21 religião, mitos e magia
Cap 21 religião, mitos e magiaJoao Balbi
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docxvater
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docxvater
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2Gecira Di Fiori
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2gedfiori
 
1 psicologia
1 psicologia1 psicologia
1 psicologiabrelua
 

Ähnlich wie Heidegger (20)

antropologia filosofica a origem do homem
 antropologia filosofica  a origem do homem antropologia filosofica  a origem do homem
antropologia filosofica a origem do homem
 
Ontologia e metafísica apresentação e plano de aula
Ontologia e metafísica   apresentação e plano de aulaOntologia e metafísica   apresentação e plano de aula
Ontologia e metafísica apresentação e plano de aula
 
Antorpologia filosofica
Antorpologia filosoficaAntorpologia filosofica
Antorpologia filosofica
 
Slides Metafísica 25.08.2020.pdf
Slides Metafísica  25.08.2020.pdfSlides Metafísica  25.08.2020.pdf
Slides Metafísica 25.08.2020.pdf
 
O conhecimento slides
O conhecimento   slidesO conhecimento   slides
O conhecimento slides
 
Cap 21 religião, mitos e magias
Cap 21 religião, mitos e magiasCap 21 religião, mitos e magias
Cap 21 religião, mitos e magias
 
Cap 21 religião, mitos e magia
Cap 21 religião, mitos e magiaCap 21 religião, mitos e magia
Cap 21 religião, mitos e magia
 
Consciencia (1)
Consciencia (1)Consciencia (1)
Consciencia (1)
 
O conhecimento
O conhecimentoO conhecimento
O conhecimento
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx
 
2º anos (Filosofia) Consciência
2º anos (Filosofia) Consciência2º anos (Filosofia) Consciência
2º anos (Filosofia) Consciência
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
1 psicologia
1 psicologia1 psicologia
1 psicologia
 
O que é filosofia
O que é filosofiaO que é filosofia
O que é filosofia
 
Aula de conhecimento 2010.2
Aula de conhecimento 2010.2Aula de conhecimento 2010.2
Aula de conhecimento 2010.2
 
Biblioterapia_Módulo 2
Biblioterapia_Módulo 2Biblioterapia_Módulo 2
Biblioterapia_Módulo 2
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1
 
1 ano slides
1 ano slides1 ano slides
1 ano slides
 

Mehr von Douglas Barreto

Conceitos básicos de genética
Conceitos básicos de genéticaConceitos básicos de genética
Conceitos básicos de genéticaDouglas Barreto
 
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014Douglas Barreto
 
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014Douglas Barreto
 
Sociologia geral e jurídica - Interação Social 2014
Sociologia geral e jurídica -  Interação Social 2014Sociologia geral e jurídica -  Interação Social 2014
Sociologia geral e jurídica - Interação Social 2014Douglas Barreto
 
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014Douglas Barreto
 
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014Douglas Barreto
 
Sociedade em Estado Bruto
Sociedade em Estado BrutoSociedade em Estado Bruto
Sociedade em Estado BrutoDouglas Barreto
 
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Douglas Barreto
 
Sobre escrever - lucilia garcez
Sobre escrever - lucilia garcezSobre escrever - lucilia garcez
Sobre escrever - lucilia garcezDouglas Barreto
 
Trabalho na sociedade moderna capitalista
Trabalho na sociedade moderna capitalistaTrabalho na sociedade moderna capitalista
Trabalho na sociedade moderna capitalistaDouglas Barreto
 
Conflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médioConflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médioDouglas Barreto
 

Mehr von Douglas Barreto (20)

Conceitos básicos de genética
Conceitos básicos de genéticaConceitos básicos de genética
Conceitos básicos de genética
 
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014
Sociologia geral e jurídica - O que é sociologia? 2014
 
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014
Sociologia geral e jurídica - Karl Marx 2014
 
Sociologia geral e jurídica - Interação Social 2014
Sociologia geral e jurídica -  Interação Social 2014Sociologia geral e jurídica -  Interação Social 2014
Sociologia geral e jurídica - Interação Social 2014
 
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014
Sociologia geral e jurídica - Emile Durkheim 2014
 
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014
Sociologia Geral e Jurídica - Cultura e Sociedade 2014
 
Sociedade em Estado Bruto
Sociedade em Estado BrutoSociedade em Estado Bruto
Sociedade em Estado Bruto
 
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
 
Fontes do Direito
Fontes do DireitoFontes do Direito
Fontes do Direito
 
Teoria Geral do Direito
Teoria Geral do DireitoTeoria Geral do Direito
Teoria Geral do Direito
 
Sobre escrever - lucilia garcez
Sobre escrever - lucilia garcezSobre escrever - lucilia garcez
Sobre escrever - lucilia garcez
 
Trabalho na sociedade moderna capitalista
Trabalho na sociedade moderna capitalistaTrabalho na sociedade moderna capitalista
Trabalho na sociedade moderna capitalista
 
Movimentos sociais
Movimentos sociaisMovimentos sociais
Movimentos sociais
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
Futurismo
FuturismoFuturismo
Futurismo
 
A prosa de 30
A prosa de 30A prosa de 30
A prosa de 30
 
Revolta da chibata
Revolta da chibataRevolta da chibata
Revolta da chibata
 
Conflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médioConflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médio
 
Ideologia e alienação
Ideologia e alienaçãoIdeologia e alienação
Ideologia e alienação
 
David hume
David humeDavid hume
David hume
 

Heidegger

  • 3. FENÔMENOS OU ESSÊNCIAS Husserl - Heidegger • Não são apenas:  As coisas materiais que percebemos, imaginamos ou lembramos;  As coisas naturais, estudadas pelas ciências da natureza, como supunha Kant. • São também:  Coisas puramente ideais ou idealidades, isto é, coisas que existem apenas no pensamento: como os entes estudados pela matemática (figuras geométricas, operações algébricas etc.) e pela lógica (universalidade, necessidade, contradição, etc.)
  • 4. FENÔMENOS OU ESSÊNCIAS Husserl - Heidegger As coisas criadas pela ação e pela prática humana humanas (técnicas, artes, instituições sociais, etc.) Em suma: os resultados da vida e da ação humana – aquilo que chamamos de cultura – são fenômenos: significações ou essências que aparecem à consciência e que são constituídas pela própria consciência.
  • 5. A fenomenologia é a descrição de todos os fenômenos, ou eidos ou essências REGIÕES DO SER • Ao ampliar o conceito de fenômeno, Husserl propôs que a filosofia distinguisse diferentes tipos de essências ou fenômenos e que considerasse cada um deles como manifestando um tipo de realidade diferente, um tipo de ser diferente. ONTOLOGIAS REGIONAIS • Investigação das essências próprias dos seres ou desses entes: região consciência, região natureza, região matemática, região arte, região história, etc.
  • 6. ONTOLOGIA • Palavra que deriva do particípio presente do verbo einai (ser), isto é, de on (“ente”) e tà onta (“as coisas”, os “entes”), dos quais vem o substantivo tò on: “o Ser”.
  • 7. MARTIN HEIDEGGER ÔNTICO • Se refere à estrutura e à essência própria de um ente, aquilo que ele é em si mesmo, sua identidade, sua diferença em face de outros entes, suas relações com outros entes. ONTOLÓGICO • Se refere ao estudo filosófico dos entes, à investigação dos conceitos que nos permitam conhecer e determinar pelo pensamento em que consistem as modalidades ônticas, quais os métodos para seu estudo e quais categorias se aplicam.
  • 8. ÔNTICO Diz respeito aos entes em sua existência própria. ONTOLÓGICO Diz respeito aos entes tomados como objetos do conhecimento.
  • 9. • Como existem diferentes esferas ou regiões ônticas, existirão ontologias regionais que se ocupam com cada uma delas. • Na experiência cotidiana, distinguem-se espontaneamente cinco grandes estruturas ônticas: os entes materiais ou naturais (coisas reais), os entes materiais artificiais (coisas reais) os entes ideais, os entes de valor e os entes metafísicos. • Como passamos da experiência ôntica à investigação ontológica?
  • 10. Como passamos da experiência ôntica à investigação ontológica?  Quando: • Aquilo que faz parte da nossa vida cotidiana se torna problemático, estranho, confuso; • Somos surpreendidos pelas coisa e pelas pessoas, porque acontece algo inesperado ou imprevisível; • Desejamos usar certas coisas e não sabemos como lidar com elas; • O significado costumeiro das coisas, das ações, dos valores ou das pessoas perde sentido ou se mostra obscuro ou confuso; • O que nos foi dito, ensinado e transmitido sobre eles já não nos satisfaz e queremos saber mais e melhor.
  • 11. O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE: COISA REAL? Investigação ontológica • Frutas, árvores, pedras, rios, nossa casa, automóveis, computador, telefone, etc. Uma coisa é chamada de real porque pertence a um conjunto de entes que possuem em comum a mesma estrutura ontológica: são entes que existem fora de nós, estão no mundo diante de nós, isto é, são um ser, uma realidade. • São realidade; • São entes que duram e possuem duração: são temporais; • Se transformam, são produzidos pela ação de outros; • Ser, realidade, temporalidade e causalidade são conceitos que descrevem a essência dos entes chamados “coisas”.
  • 12. O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE: ENTES IDEAIS? • Ideias gerais, concebidas pelo pensamento lógico, matemático, científico e filosófico: igualdade, diferença, número, raiz quadrada, físico, psíquico, matéria, energi • Não são coisas reais, são conceitos e existem apenas como conceitos; INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA • Não causam uns aos outros mas podem relacionar-se. São relacionais, mas não são regidos pelo conceito de causalidade; • Não existem do mesmo modo que as coisas; • Idealidade, relação e atemporalidade são os conceitos ontológicos para entes ideais.
  • 13. O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE: ENTES QUE SÃO VALORES? • Podem ser valorizados positiva ou negativamente: beleza, feiura, vício, virtude, raro, comum, justo, injusto. INVESTIGAÇÃO ONTOLÓGICA • Os conceitos ontológicos principais que os descrevem essencialmente são a qualidade (um valor pode ser negativo ou afirmativo) e a polaridade ou oposição (os valores sempre se apresentam como pares de opostos).
  • 14. O QUE É ISSO QUE CHAMAMOS DE: ENTES METAFÍSICOS? • Entes que pertencem a uma realidade diferente daquela a que pertencem as coisas, as idealidades e os valores e aos quais damos o nome de metafísicos: a divindade ou o absoluto; o infinito e o nada; a morte e a imortalidade; a identidade e a alteridade; o mundo como unidade, a relação e diferenciação de todos os entes ou de todas as estrutura ônticas, etc.
  • 15. Os entes considerados de acordo com a perspectiva dos seres humanos quanto à: ESSÊNCIA • Todos os entes – naturais, artificiais, ideais, valores, metafísicos – são entes culturais e históricos, submetidos ao tempo, à mudança, pois seu sentido (sua essência) muda com a cultura. CATEGORIAS ONTOLÓGICAS • Ser, realidade, causalidade, temporalidade, idealidade, atemporalidade, relação, diferença, quantidade, polaridade, oposição, etc., permanecem, ainda que modifiquem seus objetos. • É a permanência que interessa à ontologia.
  • 16. A NOVA ONTOLOGIA: NEM REALISMO, NEM IDEALISMO
  • 17. REALISMO IDEALISMO • Se eliminarmos o sujeito ou a consciência, restam as coisas em si mesmas, a realidade verdadeira, o ser em si. • Se eliminarmos as coisas ou o nôumeno, resta a consciência ou o sujeito que, por meio das operações do conhecimento, revela a realidade, o objeto.
  • 18. Heidegger e Merleau-Ponty afirmam que as duas posições estão equivocadas: • Se eliminarmos a consciência, não sobra nada, pois as coisas existem para nós, isto é, para uma consciência que as percebe, imagina, que delas se lembra, nelas pensa, que as transforma pelo trabalho, etc. • Se eliminarmos as coisas, também não resta nada, pois não podemos viver sem o mundo nem fora dele; não somos os criadores do mundo e sim seus habitantes.
  • 19. NOVA ONTOLOGIA • Parte da afirmação de que estamos no mundo e de que o mundo é mais velho do que nós (isto é, não esperou o sujeito do conhecimento para existir), mas, simultaneamente, de que somos capazes de dar sentido ao mundo, conhecê-lo e transformá-lo. • Somos seres temporais – nascemos e temos consciência da morte; • Somos seres intersubjetivos – vivemos na companhia dos outros; • Somos seres culturais – criamos a linguagem, o trabalho, a sociedade, a religião, a política, a ética, as artes, as técnicas, a filosofia e as ciências.
  • 20. O QUE É A REALIDADE? • É a existência do mundo material, natural, ideal, cultural e a nossa existência nele. • É o campo formado por seres ou entes diferenciados e relacionados entre si que possuem sentido em si mesmos e que também recebem de nós outros e novos sentidos; • Não é Objeto-Coisa, sem a consciência. Mas também, não é o Sujeito-consciência, sem as coisas e os outros.
  • 21. O QUE ESTUDA A ONTOLOGIA? • Os entes ou os seres antes que sejam investigados pelas ciências e depois que se tornaram enigmáticos para nossa vida cotidiana. • Os entes ou os seres antes de serem transformados em conceitos das ciências e depois que nossa experiência cotidiana sofreu o espanto, a admiração e o estranhamento de que eles sejam como nos parecem ser, ou não sejam o que nos parecem ser.
  • 22. A ontologia estuda as essências antes que sejam fatos da ciência explicativa e depois que se tornaram estranhas para nós: • “Vejo esta casa azul”. • O que é ver, qual é a essência da visão? • O que é uma casa ou qual a essência da habitação? • Que é vermelho ou azul ou qual é a essência da cor ou o que é cor? • Que é ver cores?
  • 24. DISTINÇÃO ENTRE ENTE E SER ENTE • É a existência, a manifestação dos modos de ser. SER • É a essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou os modos de ser.
  • 25. A partir dessa diferenciação é possível estabelecer duas fases da filosofia heideggeriana: • 1ª) caracterizada pela busca do conhecimento do ser por meio da análise do ente humano, da existência humana; • 2ª) o ente sai do primeiro plano e o próprio ser torna-se a chave para a compreensão da existência;
  • 26. DASEIN – SER AÍ, ESTAR AÍ • Heidegger parte da análise do ser do homem, dasein, um ser-no-mundo; ele descreve três etapas que marcam a existência e que, para a maioria dos indivíduos, culminam em uma existência inautêntica:
  • 27. FATICIDADE 1. Fato da existência: o ser humano é “lançado” ao mundo, sem saber por quê. Ao despertar para a consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para nascer; 2. Desenvolvimento da existência: o ser humano estabelece relações com o mundo (ambiente natural e social historicamente situado). Para existir, projeta sua vida e procura agir no campo de suas possibilidades. Move uma busca permanente para realizar aquilo que ainda não é. Em outras palavras, existir é construir um projeto
  • 29. • tentando realizar seu projeto, o ser humano sofre a interferência de uma série de fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial. Trata-se do confronto do eu com os outros, confronto no qual o indivíduo comum é geralmente derrotado. • O seu eu é destruído, arruinado, dissolve-se na banalidade do cotidiano, nas preocupações da massa humana. • Em vez de tornar-se si-mesmo, torna-se o que os outros são; assim, o eu é absorvido no com-o-outro e para-o-outro.
  • 30. A ANGÚSTIA • É o sentimento profundo que faz o ser humano despertar da existência inautêntica; • Ela revela:  o quanto nos dissolvemos em atitudes impessoais;  o quanto somos absorvidos pela banalidade do cotidiano;  o quanto anulamos nosso eu para inseri-lo, alienadamente, no mundo do outro.
  • 32. • Todo ser é um “ser rumo à morte”, mas apenas os humanos reconhecem isso. Nossas vidas são temporais: somente depois de compreender isso podemos viver uma vida significativa e autêntica.
  • 33. • “A angústia, porém, é a disposição que permite que se mantenha aberta a ameaça absoluta e insistente de si mesma, que emerge do ser mais próprio e singular da presença. Na angústia, a presença dispõe-se frente ao nada da possível impossibilidade da existência. A angústia se angustia pelo poder-ser daquele ente assim determinado, abrindo-lhe a possibilidade mais extrema. Porque o antecipar simplesmente singulariza a presença e, nessa singularização, torna certa a totalidade de seu poder-ser, a disposição fundamental da angústia pertence ao compreender de si mesma, própria da presença.”
  • 34. • Do sentido que o ser humano imprime à sua ação, decorre a autenticidade ou a inautencidade da sua vida. • O indivíduo inautêntico é o que se degrada vivendo de acordo com verdades e normas dadas; a despersonalização o faz mergulhar no anonimato, que anula qualquer originalidade. • Ao contrário, a pessoa autêntica é aquela que se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro. A existência é o lançar-se contínuo às possibilidades sempre renovadas.