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Mateus Mucussete, Suzete Arnaldo, Valdemar Jonasse, Elias Hilario e Marcelo Xaria 3ª Ano
Engenharia Florestal Unilurio- Lichinga, Campus Wuanango 2014 Página 1
ÍNDICE
Conteúdo Página
I. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2
1.1. Objectivo Geral ...........................................................................................................2
1.2. Objectivo Especifico ...................................................................................................2
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................3
2.1. Dalbergia melanoxylon...............................................................................................3
2.2. Colophospermum mopane...........................................................................................4
2.3. Combretum imberbe. Wawra ......................................................................................6
III. CONCLUSÃO ................................................................................................................8
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA............................................................................10
2
I. INTRODUÇÃO
Ultimamente nos dias de hoje, há uma crescente procura de madeira serrada no País, quer
proveniente das plantações artificiais quer das matas nativas. Nas actividades de exportação
de madeiras, verifica-se também um maior impulso pelo surgimento de novas empresas
exportadoras, sobretudo de madeira serrada das espécies tradicionalmente valiosas e
produtoras de bens madeiros (BUNSTER, 2006).
A madeira é um material natural heterogéneo que apresenta grande diversidade no aspecto
geral macroscópico (por exemplo, na cor, desenho e textura) e microscópico (na estrutura
interna, como por exemplo, na distribuição e percentagem de tecidos e nas dimensões das
células), na composição química (por exemplo, no teor de extractivos), nas propriedades
físicas (por exemplo, na densidade e retracção), mecânicas (por exemplo, na compressão e
flexão) e na durabilidade, de que resultam diferentes aptidões tecnológicas e,
consequentemente, diversas utilizações possíveis (BESSA, 2009).
Considera-se características macroscópicas da madeira as que são visíveis a olho nu ou, no
máximo, com o auxílio de lentes de dez aumentos. Nestes níveis são possíveis algumas
distinções, o conhecimento destas características ajudam identificação da madeira de diversas
espécies. Também o conhecimento dessas características permitem a sua exploração,
comercialização e utilização, podendo representar um potencial importante de
desenvolvimento (BESSA, 2009).
1.1. Objectivo Geral
 Estudar as características macroscópicas de três (3) espécies comercializadas em
Moçambique
1.2. Objectivo Especifico
 Descrever as propriedades físicas e mecânicas das três espécies
 Fazer a descrição taxonómica as três espécies
 Conhecer a importância da madeira e sua distribuição no mercado
3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Dalbergia melanoxylon
Taxonomia
Nome científico: Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr
Nome comercial: PAU-PRETO
Nome vernacular: Eviko (Zambézia.); Mpingo/Mico (C. Delgado)
Família: Leguminosae/Faboidea
Aspectos macroscópicos: cerne cor negra, por vezes com faixas longitudinais mais claras.
Pode apresentar um desenho ou espinhado. Relativamente brilhante. Grã direito ou irregular e
textura muito fina.
Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos. Seca bem ao ar livre
apesar da sua alta densidade.
Trabalhabilidade: muito difícil de serrar e aplanar. Não aceita pregos nem parafusos. Cola
bem. Dá muito bom acabamento. Recebe bem a cera e o verniz (BUNSTER, 2006).
Propriedades físicas:
Propriedade Valor médio Qualificação
Densidade (kg/m3
)
- Normal (12%)
- Básica
1330
1152
Muito pesada
Retracção:
- Volumétrica total (%)
- Coeficiente radial
- Coeficiente tangencial
8.8
0.18
0.31
Pouco retráctil
Ponto saturação fibras (%) 18 Baixo
Fonte: (BUNSTER, 2006).
4
Propriedades mecânicas: (tensões de rotura em N/mm2)
Propriedade Valor medio Qualificação
Flexão
- Tensão de rotura
- Cota de rigidez
- Cota de flexão
266
28.0
20.3
Muito resistente
Elástica
Elevada
Flexão dinâmica
- Coeficiente de resiliência
- Cota dinâmica
0.77
0.44
Medianamente resiliente
Muito frágil
Compressão axial
- Tensão de rotura 75 Muito resistente
Tracção transversal
- Tensão de rotura 3.5 Medianamente resistente
Dureza
- Índice de dureza 20.5 Muito dura
Fonte: (BUNSTER, 2006).
Utilizações: usa-se no fabrico de instrumentos musicais, trabalhos de torno, mobiliário de
luxo e esculturas artísticas.
Disponibilidade comercial: exportada em toros e réguas para a CEE e Ásia principalmente
nas províncias de Nampula e Cabo Delgado (BUNSTER, 2006).
2.2. Colophospermum mopane
Taxonomia
Nome científico: Colophospermum mopane (Krik ex Benth.) Krik ex J. Leonard
Nome comercial: Chanate/ Mopane
Nomes vernacular: Xanate; Mupane
Família: Leguminosa/ Caesalpinoideae
5
Aspecto macroscópico: cerne castanho-avermelho com traço castanhos muito escuro.
Apresenta um desenho espinhado dado pelo veio. Brilho acetinado acentuado nas zonas
escuras. Grã revessa e textura fina e homogénea. Cor borne: amarelo
Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos incluído as térmites.
Difícil de secar apresentando fendas e empenos.
Trabalhabilidade: serra-se com certa dificuldade. Difícil de aplainar por ser revessa.
Resistente ao prego e ao parafuso, rachando quando se insiste. Proporciona um bom
acabamento com superfícies acetinadas brilhantes (BUNSTER, 2006).
Propriedades físicas
Propriedades Valor médio Qualificação
Densidade (kg/m3
)
- Normal (12%)
- Básica
1250
1064
Muito pesada
Retracção
- Volumétrica total (%)
- Coeficiente radial
- Coeficiente tangencial
9.1
0.15
0.21
Pouco retráctil
Ponto saturação fibras (%) 25 Médio
Fonte: (BUNSTER, 2006).
Propriedades mecânicas (tensões de rotura em N/mm2)
Propriedades Valor Qualificação
Flexão estática:
- Tensão
- Cota de rigidez
-cota de flexão
223
11.5
17.8
Muito resistente
Elástica
Media
Flexão dinâmica
- Coeficiente de resistência
- Cota dinâmica
0.51
0.32
Medianamente resiliente
Muito frágil
Compressão axial
6
- Tensão de rotura 101 Muito resistente
Tracção transversal
- Tensão de rotura 2.7 Medianamente resistente
Dureza
- Índice de dureza 24.4 Muito dura
Fonte: (BUNSTER, 2006)
Utilizações: usa-se mais para estacaria, vigamentos de pouca espessura, obras de pequena
carpintaria e objectos torneados. Também é usada para postes de cercas e sebes,
combustíveis.
Disponibilidade comercial: espécie sem tradição comercial, contudo recentemente tem sido
exportada para o mercado asiático desde Sofala.
2.3. Combretum imberbe. Wawra
Taxonomia
Nome científico: Combretum imberbe. Wawra
Nome comercial: Monzo
Nomes vernáculos: Muonzo/Macossa/Mucado (Zambézia)
Família: Combretaceae
Aspecto macroscópicos: cerne castanho-escuro quase anegrado. Apresenta listas irregulares
escuras alternadas e longitudinais, por vezes formando um desenho flexuoso. Medianamente
brilhante. Grã revessa e textura fina.
Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos.
Trabalhabilidade: muito difícil de serrar e bastante rija ao aplainar. Oferece muita
resistência a penetração de pregos e parafusos. Cola bem, aceita a cera e o verniz
(BUNSTER, 2006).
7
Propriedades físicas
Propriedades Valor médio Qualificação
Densidade (kg/m3
)
- Normal (12%)
- Básica
1229
1064
Muito pesada
Retracção
- Volumétrica total (%)
- Coeficiente radial
- Coeficiente tangencial
9.9
0.13
0.31
Pouco retráctil
Ponto saturação fibras (%) 21 Baixo
Fonte: (BUNSTER, 2006).
Propriedades mecânicas (tensões de rotura em N/mm2)
Propriedades Valor Qualificação
Flexão estática:
- Tensão
- Cota de rigidez
-cota de flexão
117
37.0
9.5
Medianamente resistente
Medianamente elástica
Baixa
Flexão dinâmica
- Coeficiente de resistência
- Cota dinâmica
--
--
Compressão axial
- Tensão de rotura 66 Medianamente resistente
Tracção transversal
- Tensão de rotura 3.4 Medianamente resistente
Dureza
- Índice de dureza 14.3 Muito dura
Fonte: (BUNSTER, 2006).
Utilizações: usa-se mais para parquete, objectos torneados e artesanato em geral. Por vezes é
usada em substituição do Pau-ferro (Dalbergia melanoxylon).
Disponibilidade comercial: introduzida recentemente no mercado é exposta em toros para
Asia desde Zambézia e Nampula.
8
III. CONCLUSÃO
A madeira é uma agregação heterogénea de variados tipos de tecidos ou células que podem
apresentar propriedades específicas desempenhando diversas funções vitais na madeira.
Geralmente a madeira apresenta duas estruturas (macroscópica e microscópica) no caso deste
trabalho focalizou-se a parte macroscópica que são características possíveis de observar os
elementos da madeira a olho nu.
Concluiu-se que quanto ao aspecto macroscópico da Dalbergia melanoxylon vulgo Pau-
preto, A Combretum imberbe (Monzo), e Colophospermum mopane Mopane apresentam
uma ligeira diferença em termos da cor da madeira, das faixas longitudinais do espinhado, e
textura, a sua madeira têm uma resistente ao ataque de fungos insectos e termites.
A Dalbergia melanoxylon tem um Grã direito ou irregular, muito difícil de serrar e aplanar,
quanto as propriedades físicas apresenta uma densidade muito pesada, Retracção pouco
retráctil e ponto saturação de fibras baixa. Propriedades mecânicas apresentam uma flexão
muito resistente, elástica e elevada, flexão dinâmica é medianamente resiliente e muito frágil,
a compressão axial é muito resistente, quanto a dureza é muito resistente, e a tracção
transversal é mediamente resistente. Usa-se no fabrico de instrumentos musicais, trabalhos de
torno, mobiliário de luxo e esculturas artísticas, exportada em toros e réguas.
A Combretum imberbe (Monzo), tem Grã revessa. E é difícil de aplainar por ser revessa.
Resistente ao prego e ao parafuso, rachando quando se insiste, as propriedades físicas e
químicas tem pequenas diferenças comparando com do Pau-preto, pois a Combretum
imberbe tem uma flexão estática medianamente resistente medianamente elástica e baixa.
Usa-se mais para parquete, objectos torneados e artesanato em geral. Por vezes é usada em
substituição do Pau-ferro. Introduzida recentemente no mercado é exposta em toros.
Colophospermum mopane Mopane tem Grã revessa a Cor borne: amarelo. Difícil de secar
apresentando fendas e empenos. Proporciona um bom acabamento com superfícies acetinadas
brilhantes. Quanto as propriedades físicas e químicas são quase semelhantes com as das duas
primeiras espécies acima citadas, pois a Colophospermum mopane tem ponto saturação das
fibras média (propriedade física) e flexão estática muito resistente, elástica e media a flexão
dinâmica desta espécie é medianamente resiliente e muito frágil. Usa-se mais para estacaria,
9
vigamentos de pouca espessura, obras de pequena carpintaria e objectos torneados. Também
é usada para postes de cercas e sebes, combustíveis. É uma espécie sem tradição comercial.
10
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
BESSA, F. M. (2009). Criacao de uma xiloteca electonica (e-xiloteca) tropical e sua
utilização para identificaçãoo e caracterização de madeira com fins cientificos e
económicos. (U. T. Lisboa, Ed.) Tese de Doutoramento em Engenharia Florestal, 9.
BUNSTER, J. (2006). Madeiras comerciais de Mocambique (2 ed.). Catálogo Tecnológico.
Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Pag. 20, 21 e 22.

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Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique

  • 1. Mateus Mucussete, Suzete Arnaldo, Valdemar Jonasse, Elias Hilario e Marcelo Xaria 3ª Ano Engenharia Florestal Unilurio- Lichinga, Campus Wuanango 2014 Página 1 ÍNDICE Conteúdo Página I. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2 1.1. Objectivo Geral ...........................................................................................................2 1.2. Objectivo Especifico ...................................................................................................2 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................3 2.1. Dalbergia melanoxylon...............................................................................................3 2.2. Colophospermum mopane...........................................................................................4 2.3. Combretum imberbe. Wawra ......................................................................................6 III. CONCLUSÃO ................................................................................................................8 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA............................................................................10
  • 2. 2 I. INTRODUÇÃO Ultimamente nos dias de hoje, há uma crescente procura de madeira serrada no País, quer proveniente das plantações artificiais quer das matas nativas. Nas actividades de exportação de madeiras, verifica-se também um maior impulso pelo surgimento de novas empresas exportadoras, sobretudo de madeira serrada das espécies tradicionalmente valiosas e produtoras de bens madeiros (BUNSTER, 2006). A madeira é um material natural heterogéneo que apresenta grande diversidade no aspecto geral macroscópico (por exemplo, na cor, desenho e textura) e microscópico (na estrutura interna, como por exemplo, na distribuição e percentagem de tecidos e nas dimensões das células), na composição química (por exemplo, no teor de extractivos), nas propriedades físicas (por exemplo, na densidade e retracção), mecânicas (por exemplo, na compressão e flexão) e na durabilidade, de que resultam diferentes aptidões tecnológicas e, consequentemente, diversas utilizações possíveis (BESSA, 2009). Considera-se características macroscópicas da madeira as que são visíveis a olho nu ou, no máximo, com o auxílio de lentes de dez aumentos. Nestes níveis são possíveis algumas distinções, o conhecimento destas características ajudam identificação da madeira de diversas espécies. Também o conhecimento dessas características permitem a sua exploração, comercialização e utilização, podendo representar um potencial importante de desenvolvimento (BESSA, 2009). 1.1. Objectivo Geral  Estudar as características macroscópicas de três (3) espécies comercializadas em Moçambique 1.2. Objectivo Especifico  Descrever as propriedades físicas e mecânicas das três espécies  Fazer a descrição taxonómica as três espécies  Conhecer a importância da madeira e sua distribuição no mercado
  • 3. 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Dalbergia melanoxylon Taxonomia Nome científico: Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr Nome comercial: PAU-PRETO Nome vernacular: Eviko (Zambézia.); Mpingo/Mico (C. Delgado) Família: Leguminosae/Faboidea Aspectos macroscópicos: cerne cor negra, por vezes com faixas longitudinais mais claras. Pode apresentar um desenho ou espinhado. Relativamente brilhante. Grã direito ou irregular e textura muito fina. Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos. Seca bem ao ar livre apesar da sua alta densidade. Trabalhabilidade: muito difícil de serrar e aplanar. Não aceita pregos nem parafusos. Cola bem. Dá muito bom acabamento. Recebe bem a cera e o verniz (BUNSTER, 2006). Propriedades físicas: Propriedade Valor médio Qualificação Densidade (kg/m3 ) - Normal (12%) - Básica 1330 1152 Muito pesada Retracção: - Volumétrica total (%) - Coeficiente radial - Coeficiente tangencial 8.8 0.18 0.31 Pouco retráctil Ponto saturação fibras (%) 18 Baixo Fonte: (BUNSTER, 2006).
  • 4. 4 Propriedades mecânicas: (tensões de rotura em N/mm2) Propriedade Valor medio Qualificação Flexão - Tensão de rotura - Cota de rigidez - Cota de flexão 266 28.0 20.3 Muito resistente Elástica Elevada Flexão dinâmica - Coeficiente de resiliência - Cota dinâmica 0.77 0.44 Medianamente resiliente Muito frágil Compressão axial - Tensão de rotura 75 Muito resistente Tracção transversal - Tensão de rotura 3.5 Medianamente resistente Dureza - Índice de dureza 20.5 Muito dura Fonte: (BUNSTER, 2006). Utilizações: usa-se no fabrico de instrumentos musicais, trabalhos de torno, mobiliário de luxo e esculturas artísticas. Disponibilidade comercial: exportada em toros e réguas para a CEE e Ásia principalmente nas províncias de Nampula e Cabo Delgado (BUNSTER, 2006). 2.2. Colophospermum mopane Taxonomia Nome científico: Colophospermum mopane (Krik ex Benth.) Krik ex J. Leonard Nome comercial: Chanate/ Mopane Nomes vernacular: Xanate; Mupane Família: Leguminosa/ Caesalpinoideae
  • 5. 5 Aspecto macroscópico: cerne castanho-avermelho com traço castanhos muito escuro. Apresenta um desenho espinhado dado pelo veio. Brilho acetinado acentuado nas zonas escuras. Grã revessa e textura fina e homogénea. Cor borne: amarelo Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos incluído as térmites. Difícil de secar apresentando fendas e empenos. Trabalhabilidade: serra-se com certa dificuldade. Difícil de aplainar por ser revessa. Resistente ao prego e ao parafuso, rachando quando se insiste. Proporciona um bom acabamento com superfícies acetinadas brilhantes (BUNSTER, 2006). Propriedades físicas Propriedades Valor médio Qualificação Densidade (kg/m3 ) - Normal (12%) - Básica 1250 1064 Muito pesada Retracção - Volumétrica total (%) - Coeficiente radial - Coeficiente tangencial 9.1 0.15 0.21 Pouco retráctil Ponto saturação fibras (%) 25 Médio Fonte: (BUNSTER, 2006). Propriedades mecânicas (tensões de rotura em N/mm2) Propriedades Valor Qualificação Flexão estática: - Tensão - Cota de rigidez -cota de flexão 223 11.5 17.8 Muito resistente Elástica Media Flexão dinâmica - Coeficiente de resistência - Cota dinâmica 0.51 0.32 Medianamente resiliente Muito frágil Compressão axial
  • 6. 6 - Tensão de rotura 101 Muito resistente Tracção transversal - Tensão de rotura 2.7 Medianamente resistente Dureza - Índice de dureza 24.4 Muito dura Fonte: (BUNSTER, 2006) Utilizações: usa-se mais para estacaria, vigamentos de pouca espessura, obras de pequena carpintaria e objectos torneados. Também é usada para postes de cercas e sebes, combustíveis. Disponibilidade comercial: espécie sem tradição comercial, contudo recentemente tem sido exportada para o mercado asiático desde Sofala. 2.3. Combretum imberbe. Wawra Taxonomia Nome científico: Combretum imberbe. Wawra Nome comercial: Monzo Nomes vernáculos: Muonzo/Macossa/Mucado (Zambézia) Família: Combretaceae Aspecto macroscópicos: cerne castanho-escuro quase anegrado. Apresenta listas irregulares escuras alternadas e longitudinais, por vezes formando um desenho flexuoso. Medianamente brilhante. Grã revessa e textura fina. Conservação: madeira muito resistente ao ataque de fungos e insectos. Trabalhabilidade: muito difícil de serrar e bastante rija ao aplainar. Oferece muita resistência a penetração de pregos e parafusos. Cola bem, aceita a cera e o verniz (BUNSTER, 2006).
  • 7. 7 Propriedades físicas Propriedades Valor médio Qualificação Densidade (kg/m3 ) - Normal (12%) - Básica 1229 1064 Muito pesada Retracção - Volumétrica total (%) - Coeficiente radial - Coeficiente tangencial 9.9 0.13 0.31 Pouco retráctil Ponto saturação fibras (%) 21 Baixo Fonte: (BUNSTER, 2006). Propriedades mecânicas (tensões de rotura em N/mm2) Propriedades Valor Qualificação Flexão estática: - Tensão - Cota de rigidez -cota de flexão 117 37.0 9.5 Medianamente resistente Medianamente elástica Baixa Flexão dinâmica - Coeficiente de resistência - Cota dinâmica -- -- Compressão axial - Tensão de rotura 66 Medianamente resistente Tracção transversal - Tensão de rotura 3.4 Medianamente resistente Dureza - Índice de dureza 14.3 Muito dura Fonte: (BUNSTER, 2006). Utilizações: usa-se mais para parquete, objectos torneados e artesanato em geral. Por vezes é usada em substituição do Pau-ferro (Dalbergia melanoxylon). Disponibilidade comercial: introduzida recentemente no mercado é exposta em toros para Asia desde Zambézia e Nampula.
  • 8. 8 III. CONCLUSÃO A madeira é uma agregação heterogénea de variados tipos de tecidos ou células que podem apresentar propriedades específicas desempenhando diversas funções vitais na madeira. Geralmente a madeira apresenta duas estruturas (macroscópica e microscópica) no caso deste trabalho focalizou-se a parte macroscópica que são características possíveis de observar os elementos da madeira a olho nu. Concluiu-se que quanto ao aspecto macroscópico da Dalbergia melanoxylon vulgo Pau- preto, A Combretum imberbe (Monzo), e Colophospermum mopane Mopane apresentam uma ligeira diferença em termos da cor da madeira, das faixas longitudinais do espinhado, e textura, a sua madeira têm uma resistente ao ataque de fungos insectos e termites. A Dalbergia melanoxylon tem um Grã direito ou irregular, muito difícil de serrar e aplanar, quanto as propriedades físicas apresenta uma densidade muito pesada, Retracção pouco retráctil e ponto saturação de fibras baixa. Propriedades mecânicas apresentam uma flexão muito resistente, elástica e elevada, flexão dinâmica é medianamente resiliente e muito frágil, a compressão axial é muito resistente, quanto a dureza é muito resistente, e a tracção transversal é mediamente resistente. Usa-se no fabrico de instrumentos musicais, trabalhos de torno, mobiliário de luxo e esculturas artísticas, exportada em toros e réguas. A Combretum imberbe (Monzo), tem Grã revessa. E é difícil de aplainar por ser revessa. Resistente ao prego e ao parafuso, rachando quando se insiste, as propriedades físicas e químicas tem pequenas diferenças comparando com do Pau-preto, pois a Combretum imberbe tem uma flexão estática medianamente resistente medianamente elástica e baixa. Usa-se mais para parquete, objectos torneados e artesanato em geral. Por vezes é usada em substituição do Pau-ferro. Introduzida recentemente no mercado é exposta em toros. Colophospermum mopane Mopane tem Grã revessa a Cor borne: amarelo. Difícil de secar apresentando fendas e empenos. Proporciona um bom acabamento com superfícies acetinadas brilhantes. Quanto as propriedades físicas e químicas são quase semelhantes com as das duas primeiras espécies acima citadas, pois a Colophospermum mopane tem ponto saturação das fibras média (propriedade física) e flexão estática muito resistente, elástica e media a flexão dinâmica desta espécie é medianamente resiliente e muito frágil. Usa-se mais para estacaria,
  • 9. 9 vigamentos de pouca espessura, obras de pequena carpintaria e objectos torneados. Também é usada para postes de cercas e sebes, combustíveis. É uma espécie sem tradição comercial.
  • 10. 10 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA BESSA, F. M. (2009). Criacao de uma xiloteca electonica (e-xiloteca) tropical e sua utilização para identificaçãoo e caracterização de madeira com fins cientificos e económicos. (U. T. Lisboa, Ed.) Tese de Doutoramento em Engenharia Florestal, 9. BUNSTER, J. (2006). Madeiras comerciais de Mocambique (2 ed.). Catálogo Tecnológico. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Pag. 20, 21 e 22.