2. PUERPÉRIO OU PERÍODO PÓS-PARTO
É o intervalo entre o parto e a volta do
corpo da mulher ao estado anterior à
gestação.
Início: imediatamente após a expulsão da
placenta e suas membranas.
Término: 6ª semana após o parto
3. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
PRESSÃO ARTERIAL
Mantém estável após o parto
Hipotensão: perda volêmica
Hipertensão: hipertensão gravídica
4. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
MAMAS
Inspeção estática e dinâmica
Intumescimento mamário
Ingurgitamento mamário (estase láctea) –
aumento do volume, dor, hipertermia e
hiperemia discreta
Palpação
Mama normal: sem pontos dolorosos
Mama ingurgitada: presença de pontos
dolorosos
9. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUÉRPERA
SISTEMA DIGESTIVO
Funcionamento fisiológico intestinal
restaurado no 3° ou 4° dia após o parto.
10. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUÉRPERA
ÚTERO
Fundo uterino tangencia a cicatriz
umbilical
Consistência firme com forma achatada.
Involução uterina
Reduz diariamente 1 cm até 3° dia pós-parto
12. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
ÚTERO – LOQUIAÇÃO
Perda vaginal pós-parto - produto da
descamação e sangue
Coloração
Lóquios vermelhos ou sanguíneos – eliminados do 1°
ao 4° dia
Lóquios escuros ou serossanguíneos – 3-4 ao 10° dia
Lóquios amarelos – após 10° dia
Odor característico de menstruação
Odor fétido indica infecção
Quantidade
225 a 500 ml
13. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUÉRPERA
COLO UTERINO
Flácido, violáceo, laceradorestauração
epitelial inicia-se dentro de 4 dias.
6 semanascaracterísticas pré-gravídicas.
14. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
VULVA E VAGINA
Edemaciada e violácea após o parto
Presença de trauma
Orifício vaginal dilatado
15. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
PERÍNEO
Musculatura distendida e fraca
Edemaciado e violáceo
Presença de trauma (episiotomia ou
laceração)
Avaliar presença de sinais flogísticos,
edema, hematoma
17. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUÉRPERA
SISTEMA URINÁRIO
Até o 5° dia eliminação de 2 a 3 litros
acumulados durante a gestação.
Dor lombar discreta + febre + retenção
urinária + disúria + polaciúria INFECÇÂO
URINÁRIA
18. ATENÇÃO NO PUERPÉRIO
Avaliação clínico-ginecológica:
• Verificar dados vitais;
• Avaliar o estado psíquico da mulher;
• Observar estado geral: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz
(parto normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e membros
inferiores;
•Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais
inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação;
• Examinar abdômen, verificando a condição do útero e se há dor à
palpação;
• Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais de infecção,
presença e características de lóquios);
• Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão,
febre, dor embaixo ventre ou nas mamas, presença de corrimento com
odor fétido, sangramentos intensos.
• Observar formação do vínculo mãe-filho;
19. ATENÇÃO NO PUERPÉRIO
• Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado
posicionamento e pega da aréola.
O posicionamento errado do bebê, além de dificultar a
sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é
uma das causas mais freqüentes de problemas nos mamilos.
Em caso de ingurgitamento mamário, mais comum entre o
terceiro e o quinto dia pós-parto, orientar quanto à ordenha
manual, armazenamento e doação do leite excedente a um
Banco de Leite Humano (caso haja na região);
• Identificar problemas/necessidades da mulher e do recém-nascido,
com base na avaliação realizada.
20. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUERPÉRA
ADAPTAÇÃO PSICOLÓGICA
Frequente alteração de humor (alteração
hormonal, conflito sobre o papel materno,
insegurança, desconforto, cansaço)
Depressão puerperal (depressão e choro sem
qualquer motivo)
21. ALTERAÇÕES E AVALIAÇÃO
ESPECÍFICA DA PUÉRPERA
ADAPTAÇÃO PSICOLÓGICA
Psicose puerperal: forma confuso-delirante
que ocorrem entre 2° e 15° dia
pós-partoestado confusional seguido
de delírio alucinatório (auditivo ou
visual) com crises agudas freqüentes na
fase vespertina.
São em geral precedidas de
manifestações depressivas e apáticas.
22. USO DE MÉTODO ANTICONCEPCIONAL
DURANTE O ALEITAMENTO
A escolha do método deve ser sempre personalizada.
1. A associação amenorréia e lactação exclusiva com livre demanda (LAM)
tem alta eficácia como método contraceptivo nos primeiros seis meses após
o parto, ou até que apareça a primeira menstruação pós-parto, o que ocorrer
primeiro.
A mulher que passa da amamentação exclusiva para a parcial deve iniciar o
uso de outro método, se o parto tiver ocorrido há mais de 45 dias, pois nessa
circunstância aumenta o risco de gravidez;
2. A mulher que está amamentando e necessita, ou deseja, proteção
adicional para prevenir a gravidez deve primeiro considerar os métodos sem
hormônios (DIU e métodos de barreira);
23. USO DE MÉTODO ANTICONCEPCIONAL
DURANTE O ALEITAMENTO
3. O DIU pode ser opção para a mulher na fase de amamentação e pode
ser inserido imediatamente após o parto, ou a partir de quatro semanas
após este.
O DIU está contra-indicado para os casos que cursaram com infecção
puerperal, até três meses após a cura;
4. O anticoncepcional hormonal oral apenas de progestogênio (minipílula) é
boa opção para a mulher que está amamentando e pode oferecer proteção
extra, se a mulher assim o desejar. O seu uso deve ser iniciado após seis
semanas do parto;
24. USO DE MÉTODO ANTICONCEPCIONAL
DURANTE O ALEITAMENTO
5. Injetável trimestral (com progestogênio isolado) – acetato
demedroxiprogesterona 150mg: deve-se indicar o início do uso
desse método, nas lactantes, a partir de seis semanas após o parto.
6. O anticoncepcional hormonal oral combinado não deve ser
utilizado em lactantes, pois interfere na qualidade e quantidade do
leite materno, e pode afetar adversamente a saúde do bebê
7. A laqueadura tubária, por ser método definitivo, deve respeitar os
preceitos legais e, se indicada, a sua realização deverá ser
postergada para após o período de aleitamento e, nessa situação,
introduzido o método contraceptivo transitório;
8. Os métodos comportamentais (tabelinha, método billings etc.) só
poderão ser usados após a regularização do ciclo menstrual
25. DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO
PERÍODO PUERPERAL
1. Pega incorreta do mamilo
A pega incorreta da região mamilo-areolar faz que a criança não consiga
retirar leite suficiente, levando à agitação e choro.
A pega errada, só no mamilo, provoca dor e fissuras e faz que a mãe fique
tensa, ansiosa e perca a autoconfiança, acreditando que o seu leite seja
insuficiente e/ou fraco.
2. Fissuras (rachaduras)
Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a amamentação é praticada
como bebê posicionado errado ou quando a pega está incorreta.
Manter as mamas secas, não usar sabonetes, cremes ou pomadas,
também ajudam na prevenção.
Recomenda-se tratar as fissuras com leite materno do fim das mamadas,
banho de sol e correção da posição e da pega.
26. DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO
PERÍODO PUERPERAL
3. Mamas ingurgitadas
Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro
ao quinto dia após o parto.
As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele
brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher pode ter febre.
Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para
amamentação devem estar adequadas e, quando houver
produção de leite superior à demanda, as mamas devem ser
ordenhadas manualmente.
Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão manual
do leite deve ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras.
O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece após 24 a
48 horas.
27. DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO
PERÍODO PUERPERAL
4. Mastite
É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na
mama lactante, habitualmente, a partir da segunda semana
após o parto. Geralmente, é unilateral e pode ser
conseqüente a um ingurgitamento indevidamente tratado.
Essa situação exige avaliação médica para o estabelecimento
do tratamento medicamentoso apropriado.
A amamentação na mama afetada deve ser mantida, sempre
que possível, e, quando necessário, a pega e a posição
devem ser corrigidas.
28. DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO
PERÍODO PUERPERAL
Ordenha manual
É no pré-natal que o aprendizado da ordenha manual deve
ser garantido.
Para que haja retirada satisfatória de leite do peito, é preciso
começar com massagens circulares com as polpas dos
dedos, indicador e médio, na região mamilo-areolar,
progredindo até as áreas mais afastadas e intensificando nos
pontos mais dolorosos.
Para a retirada do leite, é importante garantir o
posicionamento dos dedos, indicador e polegar, no limite da
região areolar, seguido por leve compressão do peito em
direção ao tórax ao mesmo tempo em que a compressão da
região areolar deve ser feita com a polpa dos dedos.
29. Contra-indicações
São raras as situações tanto maternas, quanto neonatais, que contraindicam a
amamentação.
Entre as maternas, encontram-se
as mulheres com câncer de mama que foram tratadas ou estão em
tratamento,
mulheres HIV+ ou HTLV+,
mulheres com distúrbios graves da consciência ou do comportamento.
As causas neonatais que podem contra-indicar a amamentação são, na
maioria, transitórias e incluem alterações da consciência de qualquer
natureza e prematuridade.
São poucas as medicações que contra-indicam a amamentação. Nenhuma
medicação deve ser utilizada pela puérpera amamentando sem orientação
médica.
30. Contra-indicações
Mulheres portadoras do HIV – contra-indicação para o
aleitamento
O risco de transmissão do HIV pelo leite materno é
elevado, entre 7% a 22%, e renova-se a cada exposição
(mamada).
A transmissão ocorre tanto pelas mães sintomáticas,
quanto pelas assintomáticas.
Quanto mais a criança mama, maior será a chance de ela
ser infectada.
As gestantes HIV+ deverão ser orientadas para não
amamentar.
Quando por falta de informação o aleitamento materno
tiver sido iniciado, torna-se necessário orientar a mãe para
suspender a amamentação o mais rapidamente
33. Amamentação
Anatomia mamária - revisão
Hormônios
Reguladores da
Lactação
Ocitocina (Ejeção
do leite)
Prolactina
(Secreção do leite)
34. Tipos deTIPOS DE LEITE
• Colostro
Amamentação
• Primeira secreção das glândulas mamárias
• Rico em imunoglobulinas
• Produzido na primeira semana pós-parto
• 1 – 7 dias pós parto produzido de 2 a 20ml por mamada
• Leite de Transição
• Ocorre na segunda semana pós-parto
• Elo entre colostro e leite maduro
• Leite Maduro
• Acontece a partir da segunda quinzena pós-parto
• Contém mais proteínas nutritivas
35. Tipos de leite
• Composição do Leite Materno
Água (componente mais abundante)
Açúcar
Proteína
Lipídeos
Minerais
Vitaminas
Amamentação
36. Benefícios da amamentação
• Para a mãe:
Involução uterina
Perda de peso
Menor risco para CA de mama e ovários
Menor risco para o desenvolvimento de doenças da 3ª idade: Mal de Parkison,
Alzheimer...
Previne depressão pós parto
Menor risco para IAM
Maior vínculo mãe e filho
Fortalece o vínculo afetivo;
Amamentação
37. Amamentação
Benefícios da amamentação
• Para o RN:
• A sucção promove o desenvolvimento da arcada dentária
• Desenvolvimento intelectual
• Potencializa os efeitos da vacina
• Prevenção de infecções graves, intestinais, respiratórias e urinárias
• Previne obesidade e desnutrição
• Diminui o risco de alergias
• Reduz número de hospitalizações
• Reduz índice de mortalidade infantil
•É um alimento completo, não necessitando de nenhum acréscimo até os seis
meses de idade;
•Aumenta o vínculo afetivo;