A colonização portuguesa no Brasil: conquista, exploração e extermínio
1. 6 palavraspor slide
F7 verificarletrs
A colonização portuguesa no Brasil teve como principais características:civilizar,
exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar. Sabemos que os termos civilizar,
explorar, exterminar, conquistar e dominar estão diretamente ligados às relações de poder de
uma determinada civilização sobre outra, ou seja, os portugueses submetendo ao domínio e
conquista os indígenas. Já os termos explorar, povoar remete-se à exploração e povoamento do
novo território (América).
Embora os portugueses tenham chegado ao Brasil em 1500, o processo de
colonização do nosso país teve início somente em 1530. Nestes trinta primeiros
anos, os portugueses enviaram para as terras brasileiras algumas expedições com
objetivos de reconhecimento territorial e construção de feitorais para a exploração
do pau-brasil. Estes primeiros portugueses que vieram para cá circularam apenas
em territórios litorâneos. Ficavam alguns dias ou meses e logo retornavam para
Portugal. Como não construíram residências, ou seja, não se fixaram no território,
não houve colonização nesta época.
Neste período também ocorreram os primeiros contatos com os indígenas que
habitavam o território brasileiro. Os portugueses começaram a usar a mão-de-obra
indígena na exploração do pau-brasil. Em troca, ofereciam objetos de pequeno
valor que fascinavam os nativos como, por exemplo, espelhos, apitos, chocalhos,
etc.
Alguns historiadores chamaram o primeiro contato entre portugueses e indígenas de
“encontro de culturas”, mas percebemos com o início do processo de colonização
portuguesa um “desencontro de culturas”, começando então o extermínio dos indígenas
tanto por meio dos conflitos entre os portugueses quanto pelas doenças trazidas pelos
europeus, como a gripe e a sífilis.
a conquista e o extermínio dos indígenas. Sendo assim, ressaltamos que o Brasil foi conquistado
e não descoberto.
Os três primeiros termos tem relação com a relação entre colonizador e
colonizado. Mostra a forma como os portugueses trataram aqueles que deveriam
ser tidos como os donos da terra, mas que de uma forma ou outra passaram a ser
meros empregados, que faziam serviços para os colonizadores em troca de
bugigangas. Eles se achavam uma raça superior, e tratavam os indígenas com
descaso, tentando impor sua cultura, exterminando aqueles que achavam que não
serviriam para seus objetivos e explorando o trabalho deles, que eram fortes e
sadios. Anos depois o negro-africano era inserido nas terras brasileiras como
2. escravo, vindo a se tornar a mão-de-obra principal dos europeus, em sua
exploração.
Os três últimos termos diziam respeito à questão territorial, a exploração que
aquele território sofreria e ao povoamento que faria com que todas as outras
nações do mundo soubessem que aquela terra era pertencente a Coroa
Portuguesa.
Os trinta primeiros anos da colonização foi um processo lento, pouca coisa foi feita
pela Coroa Portuguesa no novo território. Em 1501 Gaspar de Lemos chefiou uma
expedição no território brasileiro, e em 1503 Gonçalo Coelho chefiou uma outra
expedição. Entre seus objetivos estavam:
Dar nomes a algumas localidades no litoral;
Construir algumas feitorias;
Confirmar a existência de pau-brasil.
Com o descobrimento de uma boa quantidade de pau-brasil nas regiões litorâneas
brasileiras, os primeiros trintas anos da colonização eram mais centrados na
exploração da madeira. Os portugueses contavam com a ajuda dos indígenas para
a derrubada e o armazenamento, que davam sua mão de obra em troca de
produtos e utensílios.
A colonização do Brasil aconteceu no final do século XV, no ano de 1500, quando
algumas nações europeias estavam envolvidas com a expansão marítimo-comercial.
Nesse tempo, nações como Portugal e Espanha lançaram expedições pelo mar em
busca de novas rotas marítimas e novas terras que poderiam ser exploradas. Nesse
processo, os portugueses anunciaram a descoberta de novas terras ao sul do
continente americano no ano de 1500.
Nos primeiros anos da colonização, os portugueses não deram muita atenção aos
domínios brasileiros. Nesse tempo, queriam se aproximar mais do comércio com as
Índias e se limitou a poucas expedições de reconhecimento, proteção do território e de
busca do pau-brasil. Nesse momento, tiveram que enfrentar a resistência de algumas
populações indígenas e a ameaça de invasão por outros povos europeus que também
tinham interesse em explorar o Brasil.
Escravos: Recentemente uma pesquisadora negra norte-americana,
apresentou um estudo feito por ela que dizia que, pelo menos 40% dos negros
trazidos da África não eram tomados de suas tribos e sim negociados em troca
de mercadorias. Nessa negociação feita entre os portugueses e os chefes
tribais, muitos negros expulsos, delinqüentes e criminosos entravam na
negociação, visto que os portugueses necessitavam apenas de quantidade e
3. não de qualidade de mão de obra. Aqui trazidos e juntamente com os índios
serviam aos portugueses com sua própria vida.
O que foi feito com o índio brasileiro e com o negro no período de
colonização, não deixava nada a desejar aos grandes extermínios no
holocausto do século vinte.
A decisão de Portugal colonizar o Brasil se baseou em dois motivos principais: o perigo de
perder a colônia na América devido às invasões e a crise econômica ocasionada pela queda do
comércio de produtos do oriente.
A colonização portuguesa no Brasil decorreu, basicamente, da decadência do comércio
português nas índias. no receio de perder a colônia e na esperança de encontrar metais
preciosos.
Em 1532, Martim Afonso de Souza fundou os primeiros povoados do Brasil, as
Vilas de São Vicente e Piratininga, que atualmente é a cidade de São Paulo, no
litoral do estado de São Paulo. O capitão-mor utilizou as terras do litoral paulista
para desenvolver o plantio de cana-de-açúcaR
. A partir de 1530, a colonização portuguesa tornou-se mais intensa. A partir desse
período surgiram as primeiras plantações de cana-de-açúcar e a exploração da mão
de obra escrava começou a se consolidar em nosso cotidiano
. As tarefas dessa expedição eram combater os franceses; estabelecer e organizar
administrativamente feitorias e vilas de povoamento e, o mais importante, embrenhar-se
no interior do território em busca dos metais preciosos que salvariam Portugal da crise.
Martim Afonso de Sousa ficou no Brasil até 1532 e deixou lançadas as bases da
colonização. Fundou a vila de São Vicente, doou sesmarias, iniciou a organização da
justiça com a nomeação de oficiais, ergueu feitorias e fez as primeiras experiências
agrícolas, principalmente com a cana-de-açúcar. Mas viu frustrado o principal objetivo de
sua viagem e grande desejo do rei de Portugal e de todos os exploradores que vinham
para a América, que era o de encontrar ouro e outros metais e pedras de valor.
A extração das riquezas que interessavam aos comerciantes portugueses era feita de
forma predatória, sem qualquer preocupação com a preservação das matas, do solo, das
águas, da fauna e dos primeiros habitantes da região.
Já vimos anteriormente que o governo de Portugal encontrava-se em grave crise econômi-
ca; portanto não tinha recursos para financiar os grandes gastos exigidos na instalação de
uma lavoura de cana e de um engenho de produção de açúcar, sobretudo se pensarmos
que essas empresas deveriam ser montadas no lado de cá do Atlântico, em uma terra que
não oferecia qualquer recurso para essa empreitada. Sem recursos oficiais, a solução era
4. apelar para a iniciativa privada. Empresários portugueses financiaram a instalação da
empresa açucareira no Brasil visando aos lucros futuros no comércio. Também os
holandeses participaram do financiamento já que tinham grande interesse no melaço que
refinavam, transformavam em açúcar e vendiam com grande lucro nos mercados da região
de Flandres.
Entre os anos de 1534 e 1536, o território brasileiro foi dividido em quatorze faixas
de terras que receberam o nome de capitânias hereditárias, ou donatarias. Essas
terras, que iam do litoral em direção ao interior, foram doadas a capitães-
donatários, que eram comerciantes, fidalgos e funcionários pertencentes à
burguesia e a pequena nobreza, e tinham como compromisso promover o
povoamento e exploração em troca da concessão das grandes propriedades e de
direitos e privilégios.
Este sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar
a administração para particulares (principalmente nobres com relações com a Coroa
Portuguesa).
Este sistema foi criado pelo rei de Portugal com o objetivo de colonizar o Brasil,
evitando assim invasões estrangeiras. Ganharam o nome de Capitanias
Hereditárias, pois eram transmitidas de pai para filho (de forma hereditária).
Estas pessoas que recebiam a concessão de uma capitania eram conhecidas como
donatários. Tinham como missão colonizar, proteger e administrar o território. Por
outro lado, tinham o direito de explorar os recursos naturais (madeira, animais,
minérios).
O sistema não funcionou muito bem. Apenas as capitanias de São Vicente e
Pernambuco deram certo. Podemos citar como motivos do fracasso: a grande
extensão territorial para administrar (e suas obrigações), falta de recursos
econômicos e os constantes ataques indígenas.