O documento discute como ensinar História nos anos finais do Ensino Fundamental. Ele aborda a importância de usar fontes orais e iconográficas, como fotos e pinturas, para tornar o assunto mais próximo dos alunos. Também fala sobre a construção da identidade social dos alunos por meio da comparação entre o presente, o passado local e de outras localidades.
1. Como ensinar História nos anos finais
do Ensino Fundamental
Prof. Deborah Borges de Sá
2. compreender a cidadania como participação social
e política, assim como o exercício de direitos e
deveres políticos, civis e sociais, adotando, no
dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e
repúdio às injustiças, respeitando o outro e
exigindo para si o mesmo respeito;
posicionar-se de maneira crítica, responsável e
construtiva nas diferentes situações sociais,
utilizando o diálogo como forma de mediar
conflitos e de tomar decisões coletivas;
3. questionar a realidade formulando-se
problemas e tratando de resolvê-
los,utilizando para isso o pensamento lógico,
a criatividade, a intuição, a capacidade de
análise crítica, selecionando procedimentos
e verificando sua adequação;
conhecer características fundamentais do
Brasil nas dimensões sociais,materiais e
culturais como meio para construir
progressivamente a noção de identidade
nacional e pessoal e o sentimento de
pertinência ao País.
4. Decreto de 1827: História articulada com a
História Sagrada.
História e Geografia (rudimentares) como sendo
disciplinas opcionais.
1837: disciplina autônoma. História Universal e
História Sagrada.
1855: História do Brasil. Métodos baseados na
memorização e na repetição oral de textos
escritos.
Final do século XIX: História com papel
civilizatório e patriótico.
5. História da Civilização toma o lugar da
História Universal, deixando de lado a
História Sagrada.
1930: Ensino de História enfatizando a
História do Brasil e da América.
Década de 1950: tendência a transformar a
História e a Geografia em Estudos Sociais.
Décadas de 1960 e 1970: História do segundo
grau com ênfase nos ciclos econômicos,
baseando-se na pedagogia norte-americana.
Lei 5692/71: institui Estudos Sociais.
Licenciatura Curta em Estudos Sociais, que
ignorava saberes específicos em favor de
conhecimentso puramente escolares.
6. Década de 1980: processo de democratização e
volta do ensino de História e Geografia.
Atualidade: questionamento acerca do ensino
de História, principalmente dentro do Ensino
Fundamental. O que fazer para tornar a
disciplina prazerosa e próxima dos alunos?
7. O estudo de
história é baseado
nas fontes
históricas. O que
pode ser uma
fonte histórica?
8. Basear-se somente em
fontes bibliográficas e
escritas é transformar
o ensino de História
em algo chato e
distante dos alunos.
Os seres humanos
usam diversas formas
para se comunicar,
que também são
fontes históricas...
9. O ensino de História também tem como
objetivo estabelecer relações entre
identidades individuais, sociais e coletivas.
A criança deve perceber que é um ser único,
capaz de ser agente da História, ao mesmo
tempo em que faz parte de um grupo, seja
da sua comunidade, da sua cidade, etc...
10. Para que isso ocorra, três aspectos são
importantes:
Constituição da identidade social situar a
relação entre o particular e o geral;
Construção das noções de diferenças e
semelhanças compreensão do eu e do
outro.
Construção das
noções de continuidade e
permanência percepção que o eu e o nós
somos distintos dos outros povos de outros
tempos.
11. Conhecer o “outro” e o “nós” significa
comparar situações e estabelecer relações e,
nesse processo comparativo e relacional, o
conhecimento do aluno sobre si mesmo,
sobre seu grupo, sobre sua região e seu país
aumenta consideravelmente.
12. Leitura de diferentes obras humanas que
permitam que o aluno perceba as
semelhanças e diferenças no modo de vida
social, cultural e econômico de sua
localidade.
13. Nesteperíodo da aprendizagem, deve-se dar
preferência aos trabalhos com fontes orais e
iconográficas
entrevistas, pesquisas, fotos e pinturas...
A partir dessas fontes, pode-se desenvolver
trabalhos com a linguagem escrita.
14. A partir da foto, por exemplo, os alunos
podem indagar quem construiu, por quê,
quando, surgindo uma pesquisa que pode ser
levada para casa, pode gerar entrevistas com
moradores e visitação ao local.
EIXO TEMÁTICO DO PRIMEIRO CICLO: História
local e do cotidiano
15. a proposta é a de que, no primeiro ciclo, os
alunos iniciem seus estudos históricos no
presente, mediante a identificação das
diferenças e das semelhanças existentes
entre eles, suas famílias e as pessoas que
trabalham na escola. Com os dados do
presente, a proposta é que desenvolvam
estudos do passado, identificando mudanças
e permanências nas organizações familiares
e educacionais.
16. No segundo ciclo, permanecem as mesmas
preocupações do primeiro, com a diferença de
que o aluno já consegue dominar melhor a
escrita.
O trabalho continuará baseado na vivência do
aluno e naquilo que o cerca.
17. No entanto, o enfoque será diferente e
baseado na leitura de obras de conteúdo
histórico, como jornais, mitos e lendas, textos
de livros didáticos, documentários, etc...
18. Criarsituações instigantes, onde os alunos possam
comparar as informações obtidas em diferentes
fontes bibliográficas e documentais, possibilitando
que os alunos possam chegar à outras explicações
dos assuntos estudados.
EXEMPLO: Os alunos do sexto ano (segundo segmento do
Ensino Fundamental) fizeram uma pesquisa sobre o
cientista Galileu Galilei. No dia da entrega, cada um leu
um pedaço da pesquisa, onde pudemos fazer
comparações a respeito das informações coletadas.
19. reconhecer algumas relações sociais,
econômicas, políticas e culturais que a sua
coletividade estabelece ou estabeleceu com
outras localidades,no presente e no passado;
identificar as relações de poder estabelecidas
entre a sua localidade e os demais centros
políticos, econômicos e culturais, em diferentes
tempos;
utilizar diferentes fontes de informação para
leituras críticas;
valorizar as ações coletivas que repercutem na
melhoria das condições de vida das localidades.
20. EIXOTEMÁTICO DO SEGUNDO CICLO:
História das organizações populacionais
Caracterização e distinção entre coletividades
diferentes, pertencentes a outros espaços
Perceber as diferenças entre cidades e regiões e
até mesmo países, conseguindo identificá-las
através de seus estudos;
Dimensionar as relações sociais, econômicas,
políticas e culturais que vivenciam
enriquecimento do seu repertório histórico
para que possam compreender seu espaço
circundante e diferenciá-lo dos demais.
21. A proposta é de que os estudos históricos
possibilitem estudos críticos e reflexivos,
expondo as permanências, as mudanças, as
diferenças e as semelhanças das vivências
coletivas.
22. Alunos sem noção espacial, como sem saber os
pontos cardeais, a localização da cidade,
etc...
Alunos sem noção temporal de presente,
passado e futuro;
Alunos que nunca visualizaram um mapa;
Alunos que não conseguem criar suas próprias
opiniões a partir das fontes levadas pelo
professor, seja ele texto escrito, pintura,
etc...
Alunos que não conseguem interpretar textos.
23. Os documentos são fundamentais como
fontes de informações a serem
interpretadas, analisadas e comparadas.
Nesse sentido, eles não contam,
simplesmente, como aconteceu a vida no
passado.
Os documentos são entendidos como obras
humanas que registram, de modo
fragmentado, pequenas parcelas das
complexas relações coletivas. São
interpretados, então, como exemplos de
modos de viver, de visões de mundo, de
possibilidades construtivas, específicas de
contextos e épocas.
24. Podemos então entender como um
documento histórico:
cartas, livros, relatórios, diários, pinturas,
esculturas, fotografias, filmes, músicas,
mitos,lendas, falas, espaços, construções
arquitetônicas ou paisagísticas, instrumentos
e ferramentas de trabalho, utensílios,
vestimentas, restos de alimentos, habitações,
meios de locomoção, meios de comunicação.
25. A compreensão do tempo é fundamental para
que o aluno compreenda a História. Assim
sendo, algumas atividades rotineiras podem
ser feitas para que essa compreensão
aconteça:
criação de rotinas diárias e semanais de
atividades, organizando-as em quadros de
horário ou agendas;
nas rotinas diárias, registro com os alunos do
dia da semana e do mês, do mês e do ano,
dos aniversários, festas, feriados, dias de
descanso, acontecimentos do passado e do
presente que estão estudando;
26. conhecimento do funcionamento e das
histórias que envolvem os calendários
utilizados por alguns povos, como o cristão, o
egípcio, o asteca;
comparação entre os diferentes calendários e
sua utilização para localização e comparação
de acontecimentos no tempo;
comparar acontecimentos do presente com
outras épocas e lugares;
identificar e estudar acontecimentos de
curta, média e longa duração.
27. A escola tradicional prioriza os estudos de
Matemática e Língua Portuguesa, mas se
esquece que é a história que forma opinião e
conscientiza os alunos perante suas ações na
sociedade.