1. Escola Secundária de Valongo
Ano letivo 2011/2012
Filosofia
Inteligência Artificial
Ana Afonso nº3
Catarina Rebelo nº8
Daniela França nº10
Raquel Andrade nº19
Professor André Santos
3 de Maio de 2012
2. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Teste de Turing ............................................................................................................................. 5
John Searle .................................................................................................................................... 7
1ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 7
O argumento do quarto chinês .................................................................................................. 7
Experiência mental .................................................................................................................... 7
2ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 9
Formalização do argumento ...................................................................................................... 9
Objeções ao argumento do Quarto Chinês .................................................................................. 11
A objeção do sistema .............................................................................................................. 11
A objeção do robot .................................................................................................................. 11
Defesa do argumento do Quarto Chinês por John Searle ............................................................ 12
Contra argumento à objeção do sistema .................................................................................. 12
Contra argumento à objeção do robot ..................................................................................... 12
Conclusão .................................................................................................................................... 13
Bibliografia ................................................................................................................................. 15
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3. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Introdução
O tema da Inteligência Artificial teve início depois da Segunda Guerra Mundial,
sendo potenciado pelo desejo de se criar uma máquina computacional que conseguisse
produzir pensamentos iguais aos nossos e executar as mesmas ações que nós, humanos
executamos e da mesma forma.
A inteligência artificial (IA) pode ser definida através dos conceitos de
inteligência e artificialidade: tem-se por inteligência a «faculdade de pensar,
compreender, raciocinar; capacidade intelectual», e por artificial o que é «produzido
pela indústria; fingido; postiço», sendo então a IA a «faculdade que algo produzido pela
indústria tem de pensar, racionar».
Será que os computadores, por muito que evoluam e por mais sofisticados que se
tornem os seus programas, nunca conseguirão pensar realmente? Ou será possível que,
com os programas certos, um computador muito mais avançado do que os atuais seja
consciente e tenha uma vida mental com pensamentos e até emoções? A maior parte dos
investigadores que trabalham na área da IA acredita na última possibilidade. Muitos
julgam até que, na verdade, a mente humana é um programa – um programa executado
num computador biológico, o nosso cérebro.
Criar uma máquina pensante significa desafiar a velha crença de que a
capacidade racional do homem é algo único e original do universo. E mais que isto,
significa que o nosso pensamento pode ser recriado artificialmente sem que para isto
precisemos de algo como uma "alma".
Muitas pessoas reagem com alguma indignação ao ver que uma máquina pode
fazer aquilo que era suposto ser uma exclusividade humana - pensar e agir
racionalmente. Criar uma inteligência artificial paralela à nossa é hoje um projeto no
qual trabalham cientistas de várias partes do mundo, e de diversas áreas, com o objetivo
de desvendar a natureza da nossa mente, produzindo comportamentos inteligentes em
máquinas.
Para os investigadores da IA, a mente humana funciona como um computador e
por isso o estudo dos programas computacionais é a chave para se compreender as
nossas atividades mentais, tais estudos permitiram ainda uma vida humana futura
diferente, mais facilitada e provavelmente com menos riscos, uma vez que
computadores inteligentes poderão substituir o homem em certas tarefas.
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4. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
É claro que esta imitação da nossa mente não pode ser absolutamente perfeita,
pois somos constituídos de matéria viva, e com uma complexidade inigualável, mas os
investigadores tentam criar mecanismos idênticos que possam executar as nossas
atividades mentais.
A ideia de estudar a mente humana à semelhança de um programa de
computador é uma nova etapa para as ciências humanas. Mas o impacto faz-se sentir
sobretudo na filosofia, e é o que nos interessa estudar agora.
Para verificar a hipótese da existência de Inteligência Artificial, iremos abordar
primeiramente um teste criado por Alan Turing que pretende verificar esta
possibilidade, o teste de Turing, seguida da crítica apresentada por John Searl com o seu
argumento do quarto chinês. A este argumento serão apontadas duas objecções: do
sistema e do robot, que serão abordadas, tal como a defesa da Searl ao seu argumento
perante tais objeções. No final do trabalho, já inteiradas do problema, dos argumentos e
contra-argumentos, expressaremos a nossa opinião quanto a esta questão.
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Teste de Turing
Diariamente a ficção científica presenteia-nos com a possibilidade de
se conceber, um dia, computadores capazes de pensar e sentir, tal como um
Ser Humano. De tal forma, têm como objetivo /meta a inteligência artificial.
Atualmente, já existem computadores suficientemente desenvolvidos
capazes de suplantar o pensamento Humano.
Figura 1 -Alan Turing
De tal forma, com este objetivo em mente este matemático
(1912-1954)
idealizou e posteriormente criou um teste com o qual seria possível
identificar e comprovar a existência de inteligência artificial (IA). Este teste tornou-se
conhecido por Teste de Turing, possivelmente em honra ao seu criador.
Em seu entender, um computador que passe no Teste de Turing, terá de ser
considerado genuinamente inteligente, ou seja os estados cognitivos humanos podem
ser replicados pelos computadores.
O Teste de Turing envolve duas pessoas e um computador, o que supostamente
possui inteligência artificial. Uma das pessoas e o computador permanecem numa sala.
Por sua vez, a segunda pessoa, o interrogador, fica numa sala diferente, não
conseguindo ver o computador nem o outro ser Humano. Este interrogador terá como
função fazer perguntas sucessivas (mensagens escritas) tanto ao seu semelhante como
ao computador, as várias perguntas têm como objetivo a descoberta de qual dos
elementos é o humano e qual é o computador. O interrogador não poderá ver qualquer
dos membros a qual vai fazer as perguntas, mas em contrapartida poderá perguntar o
que quiser de modo a desmascarar o computador. No entanto, a tarefa de identificar o
computador pode não ser fácil, já que este tentará enganá-lo.
Turing concebe a seguinte conversa entre o interrogador e um
dos seus interlocutores:
Pergunta: Por favor, escreva-me um soneto sobre Forth Bridge.
Resposta: Não conte comigo para isso. Não conseguiria escrever poesia.
Pergunta: Some 34957 e 70764.
Resposta: (Pausa de cerca de trinta segundos à qual se segue a resposta.) Figura 2 – Esquema do
105621. Teste de Turing
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Pergunta: Joga Xadrez?
Resposta: Sim.
Pergunta: Tenho o rei em e8 nenhuma outra peça. Você tem apenas o rei em e6 e uma torre em
a1. É a sua vez de jogar. Qual é o seu lance?
Resposta: (Depois de uma pausa de quinze segundos.) Torre para a8. Xeque-mate.
Em certas respostas é possível reparar em certas pausas, mas isso não demonstra
necessariamente uma prova ou inexistência de IA. É possível que o computador esteja
programado para demorar a responder, precisamente para que o interrogador julgue que
ele é o ser humano. O interrogador terá de usar perguntas que levem a máquina a
denunciar a sua identidade.
É necessário a realização de vários testes para a comprovação do Teste de
Turing, para que se cheguem a conclusões concretas. Se realizarmos muitas sessões
deste tipo, recorrendo a pessoas diferentes, e se na maior parte dos casos o interrogador
conseguir identificar corretamente o computador, ele não passará no Teste de Turing.
Após alguns testes se pelo menos 50% dos interrogadores falharem a
identificação da máquina, então é possível dizer-se que esta possuiu inteligência
artificial. Desta maneira, o desempenho verbal do computador demonstra que é
indistinguível um ser humano.
Com este teste conclui-se que o discurso é a melhor prova de pensamento
consciente e de inteligência, uma vez que quando um computador tem um desempenho
verbal indistinguível do de um humano admite-se que este possui inteligência e
pensamento consciente.
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John Searle
John Searle é um dos críticos do teste de Turning, apontando
que a mente nunca pode ser um programa de computador, opondo-
se à perspetiva de que «Um computador apropriadamente
programado, que passe o teste de Turing, terá necessariamente uma
mente», denominando esta perspetiva de Inteligência Artificial forte
(IA forte).
Este filósofo admite então a possibilidade da existência de Figura 3 – John Searle
Inteligência Artificial fraca (IA fraca): «Um computador (1932)
apropriadamente programado pode simular processos mentais e ajudar-nos a
compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo que passe
no teste de Turing». Uma vez que as simulações computacionais da nossa mente
contribuem para a compreender melhor, esta perspetiva é aceitável para Searle.
1ª Crítica ao teste de Turing
Os investigadores da Inteligência Artificial realizam simulações computacionais
da nossa mente. Ninguém dirá que a simulação de um vulcão em erupção é um vulcão
em erupção, ou que a simulação de um ataque cardíaco é um ataque cardíaco, então
como pode uma simulação da nossa mente ser uma mente? Parece então absurdo que
uma simulação da nossa mente seja alguma vez uma mente.
O argumento do quarto chinês
John Searle propõe um argumento baseado numa experiencia mental, para
refutar a IA forte, é este o argumento do quarto chinês.
Este argumento é uma situação hipotética que se baseia na suposição de que a sintaxe
(conjunto de regras que regem a escrita de uma linguagem de programação) é garantia
de existência da semântica (significado/compreensão).
Experiência mental
Supomos que uma pessoa, de língua portuguesa, se encontra fechada num quarto
(o «quarto chinês»), no qual existem cestos cheios de rabiscos estranhos, que para ela
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não têm qualquer significado. No quarto existe também um livro com regras em
português que permite manipular os estranhos rabiscos, tendo em conta o seu aspeto
visual.
O quarto encontra-se fechado, existindo apenas uma abertura na porta pela qual
chegam cada vez mais rabiscos estranhos. Quando é enviada para o quarto uma
sequência de rabiscos estranhos a pessoa que esta no seu interior confronta a referida
sequência com o livro de regras, e vê como deve proceder perante tal sequência. No
livro encontra instruções para manipular os papéis com rabiscos que estão dentro dos
cestos, fazendo passar para o exterior uma nova sequência de rabiscos, que será uma
resposta à sequência recebida.
Sem que a pessoa saiba todos aqueles rabiscos são na verdade carateres chineses,
e a sequência de rabiscos que chegam ao quarto são perguntas em chinês feitas por uma
pessoa que se encontra no exterior do quarto, e que domina perfeitamente a língua
chinesa.
O livro de regras permite à pessoa que está no quarto construir respostas em
chinês perfeitamente adequadas, mesmo não sabendo chinês, pois durante todo o tempo
limita-se a manipular os rabiscos seguindo as regras do livro sem perceber o significado
do que está a fazer, faz crer a quem envia as perguntas que dentro do quarto estará
alguém que compreende a língua chinesa.
Figura 4 – Quarto Chinês: representa a conversa entre duas pessoas
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O quarto chinês é a representação de um computador, em que o livro de regras é
o programa, a pessoa no interior do quarto é a unidade central de processamento (UCP)
que executa esse programa, e os carateres chineses que entram e saem do quarto são,
respetivamente, os inputs e os outputs.
Figura 5 – Quarto Chinês como a representação de um computador
2ª Crítica ao teste de Turing
Este «computador» (o «quarto chinês») passaria no teste de Turing, uma vez que
simularia perfeitamente a compreensão da língua chinesa, mesmo a unidade central de
pensamento, a pessoa dentro do quarto, nada entenda de chinês, ou seja não tem
perceção/consciência do que está a fazer.
Isto revela que mesmo sem ter qualquer pensamento, consciência ou
compreensão é possível que um computador passe no teste de Turing, não sendo então
este teste uma forma de comprovar a existência de uma mente.
Formalização do argumento
Para pensar/compreender não basta seguir instruções formais, é necessário
interpretar os factos, atribuir-lhes significado e conteúdo.
Os computadores apenas seguem informações formais, sem darem significado e
conteúdo aos factos.
Logo, os computadores não pensam nem compreendem.
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Assim Searl, através do exemplo do quadro chinês mostra que a inteligência
artificial tem de ser rejeitada, uma vez que um computador apropriadamente
programado, que passe no teste de Turing, não tem necessariamente uma mente.
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11. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Objeções ao argumento do Quarto Chinês
A este argumento contra a IA Forte (Quarto Chinês) foram postas duas objeções
importantes: a objeção do sistema e a objeção do robot.
A objeção do sistema
É verdade que quem está no interior do quarto a manipular os símbolos não
compreende chinês. No entanto, essa pessoa é apenas uma parte do sistema. Este é
constituído para além da pessoa no quarto chinês, que analogamente aos computadores
é o CPU, pelo livro de regras (o programa a executar), e os símbolos chineses
(inputs/outputs). Portanto, o argumento de Searle não funciona porque apesar de o rapaz
isoladamente, nada compreender de chinês, o sistema no seu todo compreende chinês
(porque está no seu todo a compreender os símbolos chineses e a dar respetivas
respostas).
A objeção do robot
Imaginemos agora que colocamos um computador com um programa para
compreender chinês dentro de um robot. Este tem a capacidade de interagir casualmente
com o mundo (pode reagir a estímulos do exterior): poderá caminhar, comer, receber
informação visual através de câmaras (etc). Mesmo que um computador não tenha por si
compreensão de seja o que for, se for instalado num robot deste tipo poderá acabar por
compreender chinês, desde que consiga relacionar corretamente as palavras e as frases
com o mundo exterior (relacionar o termo com o conceito e eventualmente relacionar as
palavras na língua estrangeira com as da língua materna, se a tiver), e consiga responder
aos seus estímulos. Nada mais poderemos exigir em termos de compreensão.
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12. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Defesa do argumento do Quarto Chinês por John
Searle
John Searle defende o seu argumento (Quarto Chinês) contra a objeção do
sistema e a objeção do robot.
Contra argumento à objeção do sistema
John R. Searle responde à objeção proposta baseando-se na ideia de que o
indivíduo interioriza todos os elementos do sistema, isto é, memoriza as regras da tabela
e os bancos de dados com símbolos chineses, fazendo, assim, todos os cálculos na sua
cabeça. Deste modo, todo o sistema é incorporado no sujeito, sendo possível até
dispensar o quarto e supor que ele trabalha no exterior. Contudo, a pessoa continua sem
perceber chinês, portanto o sistema também não consegue compreender, visto que para
além de não haver nada no sistema que não esteja no sujeito, também o sistema
constitui apenas uma parte do individuo.
Contra argumento à objeção do robot
A este caso é possível também aplicar a experiência mental do quarto chinês.
John R.S. supõe que em vez do computador dentro do robot, é posto o quarto chinês no
seu interior, sendo fornecidos símbolos chineses com mais instruções em português, tal
como na experiência original. Neste caso, e sem que o individuo saiba, os símbolos são
fornecidos através de uma câmara de vídeo integrada no robot, caracteres esses que
quando enviados para o exterior fazem com que os motores instalados no interior do
robot ativem a sua função motora. Assim, é notório que o individuo nada mais faz para
além de manipular símbolos formais, estando constantemente a receber «informação»
vinda do equipamento «percetivo» do robot e a emitir «instruções» ao seu equipamento
motor, sem ter conhecimento de qualquer destes factos. Embora isto aconteça, o
individuo não sabe nada a não ser as regras para a manipulação de caracteres. Com isto,
conclui-se que o sujeito no interior do QC faz mover o robot sem o saber, não havendo,
assim, quaisquer estados intencionais, tais como crenças ou desejos. Tudo o que faz é
seguir instruções formais acerca da manipulação de símbolos formais.
Então, o acréscimo de capacidades «percetivas» e «motoras» não acrescenta
nada em termos de entendimento.
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13. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Conclusão
John Searle afirma primeiramente a possibilidade da existência de IA Fraca -
«um computador apropriadamente programado pode simular processos mentais e
ajudar-nos a compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo
que passe no teste de Turing», em oposição à IA Forte - «um computador
apropriadamente programado que passe no teste de Turing, terá necessariamente uma
mente». Para isso critica o teste de Turing com o seu argumento do Quarto Chinês, e dá
contra-argumentos às objeções do sistema e do robot. Assim John Searle defende que a
IA Forte não é possível, e que um computador nunca conseguirá possuir uma mente
com capacidade de entendimento do mundo nem consciência de si. Também nós
defendemos a perspetiva defendida por Searle.
A IA Forte traria certas vantagens e benefícios, caso fosse possível, tais como:
menos erros, devido ao aumento de conhecimento; redução do tempo de resolução de
problemas nas áreas industriais; maior flexibilidade para os funcionários operarem nas
diversas áreas, uma vez que não teriam necessidade de ter conhecimentos especializados
bastava aprenderem a operar um programa; os conhecimentos são formalizados e
portanto preservados.
As principais desvantagens associadas ao uso de IA são: investimento inicial
elevado, manutenção exigente e especializada, necessitando de operadores mais
especializados; não elimina completamente os erros humanos, de tal forma concluíamos
que a sua eficiência não é totalmente fiável; não tem vantagens tão evidentes para séries
muito pequenas; sérios problemas podem surgir com a emergência dos modelos
inteligentes como violação da privacidade individual, o trabalho dos robôs versus o
humano.
O Homem ao longo da sua existência sempre procurou o maior conforto e
prazer, através de inovações tecnológicas e científicas.
Os modelos da inteligência artificial apresentam questões éticas, sociais e
culturais, pelo facto de que o avanço tecnológico provoca e implica alterações no
possível comportamento humano e assim, surgem novas relações do homem com a
sociedade em constante e crescente mutação.
Esta relação pode trazer sérios problemas como: diferenças sociais, escravidão,
exclusão de uma qualquer espécie por outra.
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14. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial
Imaginemos um mundo hipotético com que a nossa sociedade já se encontrava
impregnada num ambiente tecnológico muito superior ao que conhecemos agora, em
que a inteligência artificial prevalece sobre as capacidades cognitivas, técnicas e
práticas do ser humano, sendo estes cada vez mais desvalorizados, pois começam a ser
mais as vantagens que os sistemas computacionais inteligentes têm e oferecem à
sociedade e aos humanos. Estes poderiam chegar ao ponto de não precisar mais nem da
actividade física nem da actividade intelectual, pois as máquinas, e muito
provavelmente robots, tomariam o nosso lugar na sociedade, no mundo. Haveria o risco
de as máquinas dotadas de inteligência artificial mostrarem o seu domínio sobre a
espécie humana. Mas como poderia isso acontecer, se foi o Homem quem projectou e
criou a inteligência artificial, e é este quem a desenvolve? Como podem robots
adquirirem uma atitude própria e revolucionária, se isso teria que ser programado por
técnicos humanos? Só se os robots fossem usados para ataques terroristas.
Portanto, apesar de um novo ambiente em que incluímos a presença do artificial,
simultaneamente à fundamentação de um novo sistema ético que se adeque a esta
relação entre homem e máquinas, ser um passo importante na ampliação do nosso
conhecimento acerca do mundo, achamos muito improvável que estas máquinas algum
dia poderão achar por si mesmos qualquer superioridade em relação a nós, porque
acreditamos que a inteligência artificial não poderá ser sinónimo de mente, estamos
emocionais complexos, como os estimulados pelo nosso cérebro, nem criatividade e
imaginação que possuímos, para além dos sonhos que são fenómenos ainda não
totalmente conhecidos.
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