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Escola Secundária de Valongo
 Ano letivo 2011/2012
 Filosofia




Inteligência Artificial




                                Ana Afonso nº3

                                Catarina Rebelo nº8

                                Daniela França nº10

                                Raquel Andrade nº19




                                Professor André Santos




                                3 de Maio de 2012
Escola Secundária de Valongo                                                                                    Inteligência Artificial


                                                                 Índice

 Introdução ..................................................................................................................................... 3

 Teste de Turing ............................................................................................................................. 5

 John Searle .................................................................................................................................... 7

    1ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 7
    O argumento do quarto chinês .................................................................................................. 7
    Experiência mental .................................................................................................................... 7
    2ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 9
    Formalização do argumento ...................................................................................................... 9
 Objeções ao argumento do Quarto Chinês .................................................................................. 11

    A objeção do sistema .............................................................................................................. 11
    A objeção do robot .................................................................................................................. 11
 Defesa do argumento do Quarto Chinês por John Searle ............................................................ 12

    Contra argumento à objeção do sistema .................................................................................. 12
    Contra argumento à objeção do robot ..................................................................................... 12
 Conclusão .................................................................................................................................... 13

 Bibliografia ................................................................................................................................. 15




                                                                                                                                                 2
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                                       Introdução

        O tema da Inteligência Artificial teve início depois da Segunda Guerra Mundial,
 sendo potenciado pelo desejo de se criar uma máquina computacional que conseguisse
 produzir pensamentos iguais aos nossos e executar as mesmas ações que nós, humanos
 executamos e da mesma forma.
        A inteligência artificial (IA) pode ser definida através dos conceitos de
 inteligência e artificialidade: tem-se por inteligência a «faculdade de pensar,
 compreender, raciocinar; capacidade intelectual», e por artificial o que é «produzido
 pela indústria; fingido; postiço», sendo então a IA a «faculdade que algo produzido pela
 indústria tem de pensar, racionar».
        Será que os computadores, por muito que evoluam e por mais sofisticados que se
 tornem os seus programas, nunca conseguirão pensar realmente? Ou será possível que,
 com os programas certos, um computador muito mais avançado do que os atuais seja
 consciente e tenha uma vida mental com pensamentos e até emoções? A maior parte dos
 investigadores que trabalham na área da IA acredita na última possibilidade. Muitos
 julgam até que, na verdade, a mente humana é um programa – um programa executado
 num computador biológico, o nosso cérebro.
        Criar uma máquina pensante significa desafiar a velha crença de que a
 capacidade racional do homem é algo único e original do universo. E mais que isto,
 significa que o nosso pensamento pode ser recriado artificialmente sem que para isto
 precisemos de algo como uma "alma".
        Muitas pessoas reagem com alguma indignação ao ver que uma máquina pode
 fazer aquilo que era suposto ser uma exclusividade humana - pensar e agir
 racionalmente. Criar uma inteligência artificial paralela à nossa é hoje um projeto no
 qual trabalham cientistas de várias partes do mundo, e de diversas áreas, com o objetivo
 de desvendar a natureza da nossa mente, produzindo comportamentos inteligentes em
 máquinas.
        Para os investigadores da IA, a mente humana funciona como um computador e
 por isso o estudo dos programas computacionais é a chave para se compreender as
 nossas atividades mentais, tais estudos permitiram ainda uma vida humana futura
 diferente, mais facilitada e provavelmente com menos riscos, uma vez que
 computadores inteligentes poderão substituir o homem em certas tarefas.


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        É claro que esta imitação da nossa mente não pode ser absolutamente perfeita,
 pois somos constituídos de matéria viva, e com uma complexidade inigualável, mas os
 investigadores tentam criar mecanismos idênticos que possam executar as nossas
 atividades mentais.
        A ideia de estudar a mente humana à semelhança de um programa de
 computador é uma nova etapa para as ciências humanas. Mas o impacto faz-se sentir
 sobretudo na filosofia, e é o que nos interessa estudar agora.
        Para verificar a hipótese da existência de Inteligência Artificial, iremos abordar
 primeiramente um teste criado por Alan Turing que pretende verificar esta
 possibilidade, o teste de Turing, seguida da crítica apresentada por John Searl com o seu
 argumento do quarto chinês. A este argumento serão apontadas duas objecções: do
 sistema e do robot, que serão abordadas, tal como a defesa da Searl ao seu argumento
 perante tais objeções. No final do trabalho, já inteiradas do problema, dos argumentos e
 contra-argumentos, expressaremos a nossa opinião quanto a esta questão.




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                                  Teste de Turing

        Diariamente a ficção científica presenteia-nos com a possibilidade de
 se conceber, um dia, computadores capazes de pensar e sentir, tal como um
 Ser Humano. De tal forma, têm como objetivo /meta a inteligência artificial.
        Atualmente, já existem computadores suficientemente desenvolvidos
 capazes de suplantar o pensamento Humano.

                                                                                     Figura 1 -Alan Turing
        De tal forma, com este objetivo em mente este matemático
                                                                                          (1912-1954)
 idealizou e posteriormente criou um teste com o qual seria possível
 identificar e comprovar a existência de inteligência artificial (IA). Este teste tornou-se
 conhecido por Teste de Turing, possivelmente em honra ao seu criador.
        Em seu entender, um computador que passe no Teste de Turing, terá de ser
 considerado genuinamente inteligente, ou seja os estados cognitivos humanos podem
 ser replicados pelos computadores.
        O Teste de Turing envolve duas pessoas e um computador, o que supostamente
 possui inteligência artificial. Uma das pessoas e o computador permanecem numa sala.
 Por sua vez, a segunda pessoa, o interrogador, fica numa sala diferente, não
 conseguindo ver o computador nem o outro ser Humano. Este interrogador terá como
 função fazer perguntas sucessivas (mensagens escritas) tanto ao seu semelhante como
 ao computador, as várias perguntas têm como objetivo a descoberta de qual dos
 elementos é o humano e qual é o computador. O interrogador não poderá ver qualquer
 dos membros a qual vai fazer as perguntas, mas em contrapartida poderá perguntar o
 que quiser de modo a desmascarar o computador. No entanto, a tarefa de identificar o
 computador pode não ser fácil, já que este tentará enganá-lo.


        Turing concebe a seguinte conversa entre o interrogador e um
 dos seus interlocutores:
 Pergunta: Por favor, escreva-me um soneto sobre Forth Bridge.
 Resposta: Não conte comigo para isso. Não conseguiria escrever poesia.
 Pergunta: Some 34957 e 70764.

 Resposta: (Pausa de cerca de trinta segundos à qual se segue a resposta.)         Figura 2 – Esquema do
 105621.                                                                               Teste de Turing


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 Pergunta: Joga Xadrez?
 Resposta: Sim.
 Pergunta: Tenho o rei em e8 nenhuma outra peça. Você tem apenas o rei em e6 e uma torre em
 a1. É a sua vez de jogar. Qual é o seu lance?
 Resposta: (Depois de uma pausa de quinze segundos.) Torre para a8. Xeque-mate.


         Em certas respostas é possível reparar em certas pausas, mas isso não demonstra
 necessariamente uma prova ou inexistência de IA. É possível que o computador esteja
 programado para demorar a responder, precisamente para que o interrogador julgue que
 ele é o ser humano. O interrogador terá de usar perguntas que levem a máquina a
 denunciar a sua identidade.
         É necessário a realização de vários testes para a comprovação do Teste de
 Turing, para que se cheguem a conclusões concretas. Se realizarmos muitas sessões
 deste tipo, recorrendo a pessoas diferentes, e se na maior parte dos casos o interrogador
 conseguir identificar corretamente o computador, ele não passará no Teste de Turing.
         Após alguns testes se pelo menos 50% dos interrogadores falharem a
 identificação da máquina, então é possível dizer-se que esta possuiu inteligência
 artificial. Desta maneira, o desempenho verbal do computador demonstra que é
 indistinguível um ser humano.


         Com este teste conclui-se que o discurso é a melhor prova de pensamento
 consciente e de inteligência, uma vez que quando um computador tem um desempenho
 verbal indistinguível do de um humano admite-se que este possui inteligência e
 pensamento consciente.




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                                      John Searle

        John Searle é um dos críticos do teste de Turning, apontando
 que a mente nunca pode ser um programa de computador, opondo-
 se à perspetiva de que «Um computador apropriadamente
 programado, que passe o teste de Turing, terá necessariamente uma
 mente», denominando esta perspetiva de Inteligência Artificial forte
 (IA forte).
        Este filósofo admite então a possibilidade da existência de      Figura 3 – John Searle
 Inteligência   Artificial   fraca   (IA   fraca):   «Um    computador            (1932)
 apropriadamente programado pode simular processos mentais e ajudar-nos a
 compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo que passe
 no teste de Turing». Uma vez que as simulações computacionais da nossa mente
 contribuem para a compreender melhor, esta perspetiva é aceitável para Searle.



 1ª Crítica ao teste de Turing
        Os investigadores da Inteligência Artificial realizam simulações computacionais
 da nossa mente. Ninguém dirá que a simulação de um vulcão em erupção é um vulcão
 em erupção, ou que a simulação de um ataque cardíaco é um ataque cardíaco, então
 como pode uma simulação da nossa mente ser uma mente? Parece então absurdo que
 uma simulação da nossa mente seja alguma vez uma mente.



 O argumento do quarto chinês
        John Searle propõe um argumento baseado numa experiencia mental, para
 refutar a IA forte, é este o argumento do quarto chinês.
 Este argumento é uma situação hipotética que se baseia na suposição de que a sintaxe
 (conjunto de regras que regem a escrita de uma linguagem de programação) é garantia
 de existência da semântica (significado/compreensão).



 Experiência mental
        Supomos que uma pessoa, de língua portuguesa, se encontra fechada num quarto
 (o «quarto chinês»), no qual existem cestos cheios de rabiscos estranhos, que para ela


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 não têm qualquer significado. No quarto existe também um livro com regras em
 português que permite manipular os estranhos rabiscos, tendo em conta o seu aspeto
 visual.
           O quarto encontra-se fechado, existindo apenas uma abertura na porta pela qual
 chegam cada vez mais rabiscos estranhos. Quando é enviada para o quarto uma
 sequência de rabiscos estranhos a pessoa que esta no seu interior confronta a referida
 sequência com o livro de regras, e vê como deve proceder perante tal sequência. No
 livro encontra instruções para manipular os papéis com rabiscos que estão dentro dos
 cestos, fazendo passar para o exterior uma nova sequência de rabiscos, que será uma
 resposta à sequência recebida.
           Sem que a pessoa saiba todos aqueles rabiscos são na verdade carateres chineses,
 e a sequência de rabiscos que chegam ao quarto são perguntas em chinês feitas por uma
 pessoa que se encontra no exterior do quarto, e que domina perfeitamente a língua
 chinesa.
           O livro de regras permite à pessoa que está no quarto construir respostas em
 chinês perfeitamente adequadas, mesmo não sabendo chinês, pois durante todo o tempo
 limita-se a manipular os rabiscos seguindo as regras do livro sem perceber o significado
 do que está a fazer, faz crer a quem envia as perguntas que dentro do quarto estará
 alguém que compreende a língua chinesa.




Figura 4 – Quarto Chinês: representa a conversa entre duas pessoas




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        O quarto chinês é a representação de um computador, em que o livro de regras é
 o programa, a pessoa no interior do quarto é a unidade central de processamento (UCP)
 que executa esse programa, e os carateres chineses que entram e saem do quarto são,
 respetivamente, os inputs e os outputs.




      Figura 5 – Quarto Chinês como a representação de um computador




 2ª Crítica ao teste de Turing
        Este «computador» (o «quarto chinês») passaria no teste de Turing, uma vez que
 simularia perfeitamente a compreensão da língua chinesa, mesmo a unidade central de
 pensamento, a pessoa dentro do quarto, nada entenda de chinês, ou seja não tem
 perceção/consciência do que está a fazer.
        Isto revela que mesmo sem ter qualquer pensamento, consciência ou
 compreensão é possível que um computador passe no teste de Turing, não sendo então
 este teste uma forma de comprovar a existência de uma mente.



 Formalização do argumento
        Para pensar/compreender não basta seguir instruções formais, é necessário
 interpretar os factos, atribuir-lhes significado e conteúdo.
        Os computadores apenas seguem informações formais, sem darem significado e
 conteúdo aos factos.
        Logo, os computadores não pensam nem compreendem.


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        Assim Searl, através do exemplo do quadro chinês mostra que a inteligência
 artificial tem de ser rejeitada, uma vez que um computador apropriadamente
 programado, que passe no teste de Turing, não tem necessariamente uma mente.




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               Objeções ao argumento do Quarto Chinês

        A este argumento contra a IA Forte (Quarto Chinês) foram postas duas objeções
 importantes: a objeção do sistema e a objeção do robot.



        A objeção do sistema
        É verdade que quem está no interior do quarto a manipular os símbolos não
 compreende chinês. No entanto, essa pessoa é apenas uma parte do sistema. Este é
 constituído para além da pessoa no quarto chinês, que analogamente aos computadores
 é o CPU, pelo livro de regras (o programa a executar), e os símbolos chineses
 (inputs/outputs). Portanto, o argumento de Searle não funciona porque apesar de o rapaz
 isoladamente, nada compreender de chinês, o sistema no seu todo compreende chinês
 (porque está no seu todo a compreender os símbolos chineses e a dar respetivas
 respostas).



        A objeção do robot
        Imaginemos agora que colocamos um computador com um programa para
 compreender chinês dentro de um robot. Este tem a capacidade de interagir casualmente
 com o mundo (pode reagir a estímulos do exterior): poderá caminhar, comer, receber
 informação visual através de câmaras (etc). Mesmo que um computador não tenha por si
 compreensão de seja o que for, se for instalado num robot deste tipo poderá acabar por
 compreender chinês, desde que consiga relacionar corretamente as palavras e as frases
 com o mundo exterior (relacionar o termo com o conceito e eventualmente relacionar as
 palavras na língua estrangeira com as da língua materna, se a tiver), e consiga responder
 aos seus estímulos. Nada mais poderemos exigir em termos de compreensão.




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      Defesa do argumento do Quarto Chinês por John
                         Searle

        John Searle defende o seu argumento (Quarto Chinês) contra a objeção do
 sistema e a objeção do robot.



 Contra argumento à objeção do sistema
        John R. Searle responde à objeção proposta baseando-se na ideia de que o
 indivíduo interioriza todos os elementos do sistema, isto é, memoriza as regras da tabela
 e os bancos de dados com símbolos chineses, fazendo, assim, todos os cálculos na sua
 cabeça. Deste modo, todo o sistema é incorporado no sujeito, sendo possível até
 dispensar o quarto e supor que ele trabalha no exterior. Contudo, a pessoa continua sem
 perceber chinês, portanto o sistema também não consegue compreender, visto que para
 além de não haver nada no sistema que não esteja no sujeito, também o sistema
 constitui apenas uma parte do individuo.



 Contra argumento à objeção do robot
        A este caso é possível também aplicar a experiência mental do quarto chinês.
 John R.S. supõe que em vez do computador dentro do robot, é posto o quarto chinês no
 seu interior, sendo fornecidos símbolos chineses com mais instruções em português, tal
 como na experiência original. Neste caso, e sem que o individuo saiba, os símbolos são
 fornecidos através de uma câmara de vídeo integrada no robot, caracteres esses que
 quando enviados para o exterior fazem com que os motores instalados no interior do
 robot ativem a sua função motora. Assim, é notório que o individuo nada mais faz para
 além de manipular símbolos formais, estando constantemente a receber «informação»
 vinda do equipamento «percetivo» do robot e a emitir «instruções» ao seu equipamento
 motor, sem ter conhecimento de qualquer destes factos. Embora isto aconteça, o
 individuo não sabe nada a não ser as regras para a manipulação de caracteres. Com isto,
 conclui-se que o sujeito no interior do QC faz mover o robot sem o saber, não havendo,
 assim, quaisquer estados intencionais, tais como crenças ou desejos. Tudo o que faz é
 seguir instruções formais acerca da manipulação de símbolos formais.
        Então, o acréscimo de capacidades «percetivas» e «motoras» não acrescenta
 nada em termos de entendimento.

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                                     Conclusão

        John Searle afirma primeiramente a possibilidade da existência de IA Fraca -
 «um computador apropriadamente programado pode simular processos mentais e
 ajudar-nos a compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo
 que passe no teste de Turing», em oposição à IA Forte - «um computador
 apropriadamente programado que passe no teste de Turing, terá necessariamente uma
 mente». Para isso critica o teste de Turing com o seu argumento do Quarto Chinês, e dá
 contra-argumentos às objeções do sistema e do robot. Assim John Searle defende que a
 IA Forte não é possível, e que um computador nunca conseguirá possuir uma mente
 com capacidade de entendimento do mundo nem consciência de si. Também nós
 defendemos a perspetiva defendida por Searle.
        A IA Forte traria certas vantagens e benefícios, caso fosse possível, tais como:
 menos erros, devido ao aumento de conhecimento; redução do tempo de resolução de
 problemas nas áreas industriais; maior flexibilidade para os funcionários operarem nas
 diversas áreas, uma vez que não teriam necessidade de ter conhecimentos especializados
 bastava aprenderem a operar um programa; os conhecimentos são formalizados e
 portanto preservados.
        As principais desvantagens associadas ao uso de IA são: investimento inicial
 elevado, manutenção exigente e especializada, necessitando de operadores mais
 especializados; não elimina completamente os erros humanos, de tal forma concluíamos
 que a sua eficiência não é totalmente fiável; não tem vantagens tão evidentes para séries
 muito pequenas; sérios problemas podem surgir com a emergência dos modelos
 inteligentes como violação da privacidade individual, o trabalho dos robôs versus o
 humano.
        O Homem ao longo da sua existência sempre procurou o maior conforto e
 prazer, através de inovações tecnológicas e científicas.
        Os modelos da inteligência artificial apresentam questões éticas, sociais e
 culturais, pelo facto de que o avanço tecnológico provoca e implica alterações no
 possível comportamento humano e assim, surgem novas relações do homem com a
 sociedade em constante e crescente mutação.
         Esta relação pode trazer sérios problemas como: diferenças sociais, escravidão,
 exclusão de uma qualquer espécie por outra.


                                                                                         13
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        Imaginemos um mundo hipotético com que a nossa sociedade já se encontrava
 impregnada num ambiente tecnológico muito superior ao que conhecemos agora, em
 que a inteligência artificial prevalece sobre as capacidades cognitivas, técnicas e
 práticas do ser humano, sendo estes cada vez mais desvalorizados, pois começam a ser
 mais as vantagens que os sistemas computacionais inteligentes têm e oferecem à
 sociedade e aos humanos. Estes poderiam chegar ao ponto de não precisar mais nem da
 actividade física nem da actividade intelectual, pois as máquinas, e muito
 provavelmente robots, tomariam o nosso lugar na sociedade, no mundo. Haveria o risco
 de as máquinas dotadas de inteligência artificial mostrarem o seu domínio sobre a
 espécie humana. Mas como poderia isso acontecer, se foi o Homem quem projectou e
 criou a inteligência artificial, e é este quem a desenvolve? Como podem robots
 adquirirem uma atitude própria e revolucionária, se isso teria que ser programado por
 técnicos humanos? Só se os robots fossem usados para ataques terroristas.
        Portanto, apesar de um novo ambiente em que incluímos a presença do artificial,
 simultaneamente à fundamentação de um novo sistema ético que se adeque a esta
 relação entre homem e máquinas, ser um passo importante na ampliação do nosso
 conhecimento acerca do mundo, achamos muito improvável que estas máquinas algum
 dia poderão achar por si mesmos qualquer superioridade em relação a nós, porque
 acreditamos que a inteligência artificial não poderá ser sinónimo de mente, estamos
 emocionais complexos, como os estimulados pelo nosso cérebro, nem criatividade e
 imaginação que possuímos, para além dos sonhos que são fenómenos ainda não
 totalmente conhecidos.




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                                     Bibliografia

 http://flavioga.sites.uol.com.br/textos/iartificial.htm
 http://www.pucrs.br/edipucrs/online/historiadacomputacao.pdf
 http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1891/189117791003.pdf
 http://flavioga.sites.uol.com.br/textos/iartificial.htm
 http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/pdfs/edicao_3/06.pdf
 revistas.pucsp.br/index.php/cognitio/article/download/3269/3018
 http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/humanas/article/viewFile/728/567
 http://www.pucrs.br/edipucrs/online/historiadacomputacao.pdf
 http://www2.dm.ufscar.br/~darezzo/tb2003/kioko.pdf
 http://www.pedro-fonseca.com/pt/filosofia/searle.pdf
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_chin%C3%AAs
 http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Searle#Quarto_Chin.C3.AAs
 http://intelectu.com/intelectu_archive_win_03_03.html
 http://mentecerebrociencia.blogspot.pt/2008/09/quarto-chins.html
 http://www.fflch.usp.br/df/opessoa/Searle-Port-2.pdf




                                                                                         15

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  • 1. Escola Secundária de Valongo Ano letivo 2011/2012 Filosofia Inteligência Artificial Ana Afonso nº3 Catarina Rebelo nº8 Daniela França nº10 Raquel Andrade nº19 Professor André Santos 3 de Maio de 2012
  • 2. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Índice Introdução ..................................................................................................................................... 3 Teste de Turing ............................................................................................................................. 5 John Searle .................................................................................................................................... 7 1ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 7 O argumento do quarto chinês .................................................................................................. 7 Experiência mental .................................................................................................................... 7 2ª Crítica ao teste de Turing ...................................................................................................... 9 Formalização do argumento ...................................................................................................... 9 Objeções ao argumento do Quarto Chinês .................................................................................. 11 A objeção do sistema .............................................................................................................. 11 A objeção do robot .................................................................................................................. 11 Defesa do argumento do Quarto Chinês por John Searle ............................................................ 12 Contra argumento à objeção do sistema .................................................................................. 12 Contra argumento à objeção do robot ..................................................................................... 12 Conclusão .................................................................................................................................... 13 Bibliografia ................................................................................................................................. 15 2
  • 3. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Introdução O tema da Inteligência Artificial teve início depois da Segunda Guerra Mundial, sendo potenciado pelo desejo de se criar uma máquina computacional que conseguisse produzir pensamentos iguais aos nossos e executar as mesmas ações que nós, humanos executamos e da mesma forma. A inteligência artificial (IA) pode ser definida através dos conceitos de inteligência e artificialidade: tem-se por inteligência a «faculdade de pensar, compreender, raciocinar; capacidade intelectual», e por artificial o que é «produzido pela indústria; fingido; postiço», sendo então a IA a «faculdade que algo produzido pela indústria tem de pensar, racionar». Será que os computadores, por muito que evoluam e por mais sofisticados que se tornem os seus programas, nunca conseguirão pensar realmente? Ou será possível que, com os programas certos, um computador muito mais avançado do que os atuais seja consciente e tenha uma vida mental com pensamentos e até emoções? A maior parte dos investigadores que trabalham na área da IA acredita na última possibilidade. Muitos julgam até que, na verdade, a mente humana é um programa – um programa executado num computador biológico, o nosso cérebro. Criar uma máquina pensante significa desafiar a velha crença de que a capacidade racional do homem é algo único e original do universo. E mais que isto, significa que o nosso pensamento pode ser recriado artificialmente sem que para isto precisemos de algo como uma "alma". Muitas pessoas reagem com alguma indignação ao ver que uma máquina pode fazer aquilo que era suposto ser uma exclusividade humana - pensar e agir racionalmente. Criar uma inteligência artificial paralela à nossa é hoje um projeto no qual trabalham cientistas de várias partes do mundo, e de diversas áreas, com o objetivo de desvendar a natureza da nossa mente, produzindo comportamentos inteligentes em máquinas. Para os investigadores da IA, a mente humana funciona como um computador e por isso o estudo dos programas computacionais é a chave para se compreender as nossas atividades mentais, tais estudos permitiram ainda uma vida humana futura diferente, mais facilitada e provavelmente com menos riscos, uma vez que computadores inteligentes poderão substituir o homem em certas tarefas. 3
  • 4. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial É claro que esta imitação da nossa mente não pode ser absolutamente perfeita, pois somos constituídos de matéria viva, e com uma complexidade inigualável, mas os investigadores tentam criar mecanismos idênticos que possam executar as nossas atividades mentais. A ideia de estudar a mente humana à semelhança de um programa de computador é uma nova etapa para as ciências humanas. Mas o impacto faz-se sentir sobretudo na filosofia, e é o que nos interessa estudar agora. Para verificar a hipótese da existência de Inteligência Artificial, iremos abordar primeiramente um teste criado por Alan Turing que pretende verificar esta possibilidade, o teste de Turing, seguida da crítica apresentada por John Searl com o seu argumento do quarto chinês. A este argumento serão apontadas duas objecções: do sistema e do robot, que serão abordadas, tal como a defesa da Searl ao seu argumento perante tais objeções. No final do trabalho, já inteiradas do problema, dos argumentos e contra-argumentos, expressaremos a nossa opinião quanto a esta questão. 4
  • 5. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Teste de Turing Diariamente a ficção científica presenteia-nos com a possibilidade de se conceber, um dia, computadores capazes de pensar e sentir, tal como um Ser Humano. De tal forma, têm como objetivo /meta a inteligência artificial. Atualmente, já existem computadores suficientemente desenvolvidos capazes de suplantar o pensamento Humano. Figura 1 -Alan Turing De tal forma, com este objetivo em mente este matemático (1912-1954) idealizou e posteriormente criou um teste com o qual seria possível identificar e comprovar a existência de inteligência artificial (IA). Este teste tornou-se conhecido por Teste de Turing, possivelmente em honra ao seu criador. Em seu entender, um computador que passe no Teste de Turing, terá de ser considerado genuinamente inteligente, ou seja os estados cognitivos humanos podem ser replicados pelos computadores. O Teste de Turing envolve duas pessoas e um computador, o que supostamente possui inteligência artificial. Uma das pessoas e o computador permanecem numa sala. Por sua vez, a segunda pessoa, o interrogador, fica numa sala diferente, não conseguindo ver o computador nem o outro ser Humano. Este interrogador terá como função fazer perguntas sucessivas (mensagens escritas) tanto ao seu semelhante como ao computador, as várias perguntas têm como objetivo a descoberta de qual dos elementos é o humano e qual é o computador. O interrogador não poderá ver qualquer dos membros a qual vai fazer as perguntas, mas em contrapartida poderá perguntar o que quiser de modo a desmascarar o computador. No entanto, a tarefa de identificar o computador pode não ser fácil, já que este tentará enganá-lo. Turing concebe a seguinte conversa entre o interrogador e um dos seus interlocutores: Pergunta: Por favor, escreva-me um soneto sobre Forth Bridge. Resposta: Não conte comigo para isso. Não conseguiria escrever poesia. Pergunta: Some 34957 e 70764. Resposta: (Pausa de cerca de trinta segundos à qual se segue a resposta.) Figura 2 – Esquema do 105621. Teste de Turing 5
  • 6. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Pergunta: Joga Xadrez? Resposta: Sim. Pergunta: Tenho o rei em e8 nenhuma outra peça. Você tem apenas o rei em e6 e uma torre em a1. É a sua vez de jogar. Qual é o seu lance? Resposta: (Depois de uma pausa de quinze segundos.) Torre para a8. Xeque-mate. Em certas respostas é possível reparar em certas pausas, mas isso não demonstra necessariamente uma prova ou inexistência de IA. É possível que o computador esteja programado para demorar a responder, precisamente para que o interrogador julgue que ele é o ser humano. O interrogador terá de usar perguntas que levem a máquina a denunciar a sua identidade. É necessário a realização de vários testes para a comprovação do Teste de Turing, para que se cheguem a conclusões concretas. Se realizarmos muitas sessões deste tipo, recorrendo a pessoas diferentes, e se na maior parte dos casos o interrogador conseguir identificar corretamente o computador, ele não passará no Teste de Turing. Após alguns testes se pelo menos 50% dos interrogadores falharem a identificação da máquina, então é possível dizer-se que esta possuiu inteligência artificial. Desta maneira, o desempenho verbal do computador demonstra que é indistinguível um ser humano. Com este teste conclui-se que o discurso é a melhor prova de pensamento consciente e de inteligência, uma vez que quando um computador tem um desempenho verbal indistinguível do de um humano admite-se que este possui inteligência e pensamento consciente. 6
  • 7. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial John Searle John Searle é um dos críticos do teste de Turning, apontando que a mente nunca pode ser um programa de computador, opondo- se à perspetiva de que «Um computador apropriadamente programado, que passe o teste de Turing, terá necessariamente uma mente», denominando esta perspetiva de Inteligência Artificial forte (IA forte). Este filósofo admite então a possibilidade da existência de Figura 3 – John Searle Inteligência Artificial fraca (IA fraca): «Um computador (1932) apropriadamente programado pode simular processos mentais e ajudar-nos a compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo que passe no teste de Turing». Uma vez que as simulações computacionais da nossa mente contribuem para a compreender melhor, esta perspetiva é aceitável para Searle. 1ª Crítica ao teste de Turing Os investigadores da Inteligência Artificial realizam simulações computacionais da nossa mente. Ninguém dirá que a simulação de um vulcão em erupção é um vulcão em erupção, ou que a simulação de um ataque cardíaco é um ataque cardíaco, então como pode uma simulação da nossa mente ser uma mente? Parece então absurdo que uma simulação da nossa mente seja alguma vez uma mente. O argumento do quarto chinês John Searle propõe um argumento baseado numa experiencia mental, para refutar a IA forte, é este o argumento do quarto chinês. Este argumento é uma situação hipotética que se baseia na suposição de que a sintaxe (conjunto de regras que regem a escrita de uma linguagem de programação) é garantia de existência da semântica (significado/compreensão). Experiência mental Supomos que uma pessoa, de língua portuguesa, se encontra fechada num quarto (o «quarto chinês»), no qual existem cestos cheios de rabiscos estranhos, que para ela 7
  • 8. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial não têm qualquer significado. No quarto existe também um livro com regras em português que permite manipular os estranhos rabiscos, tendo em conta o seu aspeto visual. O quarto encontra-se fechado, existindo apenas uma abertura na porta pela qual chegam cada vez mais rabiscos estranhos. Quando é enviada para o quarto uma sequência de rabiscos estranhos a pessoa que esta no seu interior confronta a referida sequência com o livro de regras, e vê como deve proceder perante tal sequência. No livro encontra instruções para manipular os papéis com rabiscos que estão dentro dos cestos, fazendo passar para o exterior uma nova sequência de rabiscos, que será uma resposta à sequência recebida. Sem que a pessoa saiba todos aqueles rabiscos são na verdade carateres chineses, e a sequência de rabiscos que chegam ao quarto são perguntas em chinês feitas por uma pessoa que se encontra no exterior do quarto, e que domina perfeitamente a língua chinesa. O livro de regras permite à pessoa que está no quarto construir respostas em chinês perfeitamente adequadas, mesmo não sabendo chinês, pois durante todo o tempo limita-se a manipular os rabiscos seguindo as regras do livro sem perceber o significado do que está a fazer, faz crer a quem envia as perguntas que dentro do quarto estará alguém que compreende a língua chinesa. Figura 4 – Quarto Chinês: representa a conversa entre duas pessoas 8
  • 9. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial O quarto chinês é a representação de um computador, em que o livro de regras é o programa, a pessoa no interior do quarto é a unidade central de processamento (UCP) que executa esse programa, e os carateres chineses que entram e saem do quarto são, respetivamente, os inputs e os outputs. Figura 5 – Quarto Chinês como a representação de um computador 2ª Crítica ao teste de Turing Este «computador» (o «quarto chinês») passaria no teste de Turing, uma vez que simularia perfeitamente a compreensão da língua chinesa, mesmo a unidade central de pensamento, a pessoa dentro do quarto, nada entenda de chinês, ou seja não tem perceção/consciência do que está a fazer. Isto revela que mesmo sem ter qualquer pensamento, consciência ou compreensão é possível que um computador passe no teste de Turing, não sendo então este teste uma forma de comprovar a existência de uma mente. Formalização do argumento Para pensar/compreender não basta seguir instruções formais, é necessário interpretar os factos, atribuir-lhes significado e conteúdo. Os computadores apenas seguem informações formais, sem darem significado e conteúdo aos factos. Logo, os computadores não pensam nem compreendem. 9
  • 10. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Assim Searl, através do exemplo do quadro chinês mostra que a inteligência artificial tem de ser rejeitada, uma vez que um computador apropriadamente programado, que passe no teste de Turing, não tem necessariamente uma mente. 10
  • 11. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Objeções ao argumento do Quarto Chinês A este argumento contra a IA Forte (Quarto Chinês) foram postas duas objeções importantes: a objeção do sistema e a objeção do robot. A objeção do sistema É verdade que quem está no interior do quarto a manipular os símbolos não compreende chinês. No entanto, essa pessoa é apenas uma parte do sistema. Este é constituído para além da pessoa no quarto chinês, que analogamente aos computadores é o CPU, pelo livro de regras (o programa a executar), e os símbolos chineses (inputs/outputs). Portanto, o argumento de Searle não funciona porque apesar de o rapaz isoladamente, nada compreender de chinês, o sistema no seu todo compreende chinês (porque está no seu todo a compreender os símbolos chineses e a dar respetivas respostas). A objeção do robot Imaginemos agora que colocamos um computador com um programa para compreender chinês dentro de um robot. Este tem a capacidade de interagir casualmente com o mundo (pode reagir a estímulos do exterior): poderá caminhar, comer, receber informação visual através de câmaras (etc). Mesmo que um computador não tenha por si compreensão de seja o que for, se for instalado num robot deste tipo poderá acabar por compreender chinês, desde que consiga relacionar corretamente as palavras e as frases com o mundo exterior (relacionar o termo com o conceito e eventualmente relacionar as palavras na língua estrangeira com as da língua materna, se a tiver), e consiga responder aos seus estímulos. Nada mais poderemos exigir em termos de compreensão. 11
  • 12. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Defesa do argumento do Quarto Chinês por John Searle John Searle defende o seu argumento (Quarto Chinês) contra a objeção do sistema e a objeção do robot. Contra argumento à objeção do sistema John R. Searle responde à objeção proposta baseando-se na ideia de que o indivíduo interioriza todos os elementos do sistema, isto é, memoriza as regras da tabela e os bancos de dados com símbolos chineses, fazendo, assim, todos os cálculos na sua cabeça. Deste modo, todo o sistema é incorporado no sujeito, sendo possível até dispensar o quarto e supor que ele trabalha no exterior. Contudo, a pessoa continua sem perceber chinês, portanto o sistema também não consegue compreender, visto que para além de não haver nada no sistema que não esteja no sujeito, também o sistema constitui apenas uma parte do individuo. Contra argumento à objeção do robot A este caso é possível também aplicar a experiência mental do quarto chinês. John R.S. supõe que em vez do computador dentro do robot, é posto o quarto chinês no seu interior, sendo fornecidos símbolos chineses com mais instruções em português, tal como na experiência original. Neste caso, e sem que o individuo saiba, os símbolos são fornecidos através de uma câmara de vídeo integrada no robot, caracteres esses que quando enviados para o exterior fazem com que os motores instalados no interior do robot ativem a sua função motora. Assim, é notório que o individuo nada mais faz para além de manipular símbolos formais, estando constantemente a receber «informação» vinda do equipamento «percetivo» do robot e a emitir «instruções» ao seu equipamento motor, sem ter conhecimento de qualquer destes factos. Embora isto aconteça, o individuo não sabe nada a não ser as regras para a manipulação de caracteres. Com isto, conclui-se que o sujeito no interior do QC faz mover o robot sem o saber, não havendo, assim, quaisquer estados intencionais, tais como crenças ou desejos. Tudo o que faz é seguir instruções formais acerca da manipulação de símbolos formais. Então, o acréscimo de capacidades «percetivas» e «motoras» não acrescenta nada em termos de entendimento. 12
  • 13. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Conclusão John Searle afirma primeiramente a possibilidade da existência de IA Fraca - «um computador apropriadamente programado pode simular processos mentais e ajudar-nos a compreender a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo que passe no teste de Turing», em oposição à IA Forte - «um computador apropriadamente programado que passe no teste de Turing, terá necessariamente uma mente». Para isso critica o teste de Turing com o seu argumento do Quarto Chinês, e dá contra-argumentos às objeções do sistema e do robot. Assim John Searle defende que a IA Forte não é possível, e que um computador nunca conseguirá possuir uma mente com capacidade de entendimento do mundo nem consciência de si. Também nós defendemos a perspetiva defendida por Searle. A IA Forte traria certas vantagens e benefícios, caso fosse possível, tais como: menos erros, devido ao aumento de conhecimento; redução do tempo de resolução de problemas nas áreas industriais; maior flexibilidade para os funcionários operarem nas diversas áreas, uma vez que não teriam necessidade de ter conhecimentos especializados bastava aprenderem a operar um programa; os conhecimentos são formalizados e portanto preservados. As principais desvantagens associadas ao uso de IA são: investimento inicial elevado, manutenção exigente e especializada, necessitando de operadores mais especializados; não elimina completamente os erros humanos, de tal forma concluíamos que a sua eficiência não é totalmente fiável; não tem vantagens tão evidentes para séries muito pequenas; sérios problemas podem surgir com a emergência dos modelos inteligentes como violação da privacidade individual, o trabalho dos robôs versus o humano. O Homem ao longo da sua existência sempre procurou o maior conforto e prazer, através de inovações tecnológicas e científicas. Os modelos da inteligência artificial apresentam questões éticas, sociais e culturais, pelo facto de que o avanço tecnológico provoca e implica alterações no possível comportamento humano e assim, surgem novas relações do homem com a sociedade em constante e crescente mutação. Esta relação pode trazer sérios problemas como: diferenças sociais, escravidão, exclusão de uma qualquer espécie por outra. 13
  • 14. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Imaginemos um mundo hipotético com que a nossa sociedade já se encontrava impregnada num ambiente tecnológico muito superior ao que conhecemos agora, em que a inteligência artificial prevalece sobre as capacidades cognitivas, técnicas e práticas do ser humano, sendo estes cada vez mais desvalorizados, pois começam a ser mais as vantagens que os sistemas computacionais inteligentes têm e oferecem à sociedade e aos humanos. Estes poderiam chegar ao ponto de não precisar mais nem da actividade física nem da actividade intelectual, pois as máquinas, e muito provavelmente robots, tomariam o nosso lugar na sociedade, no mundo. Haveria o risco de as máquinas dotadas de inteligência artificial mostrarem o seu domínio sobre a espécie humana. Mas como poderia isso acontecer, se foi o Homem quem projectou e criou a inteligência artificial, e é este quem a desenvolve? Como podem robots adquirirem uma atitude própria e revolucionária, se isso teria que ser programado por técnicos humanos? Só se os robots fossem usados para ataques terroristas. Portanto, apesar de um novo ambiente em que incluímos a presença do artificial, simultaneamente à fundamentação de um novo sistema ético que se adeque a esta relação entre homem e máquinas, ser um passo importante na ampliação do nosso conhecimento acerca do mundo, achamos muito improvável que estas máquinas algum dia poderão achar por si mesmos qualquer superioridade em relação a nós, porque acreditamos que a inteligência artificial não poderá ser sinónimo de mente, estamos emocionais complexos, como os estimulados pelo nosso cérebro, nem criatividade e imaginação que possuímos, para além dos sonhos que são fenómenos ainda não totalmente conhecidos. 14
  • 15. Escola Secundária de Valongo Inteligência Artificial Bibliografia http://flavioga.sites.uol.com.br/textos/iartificial.htm http://www.pucrs.br/edipucrs/online/historiadacomputacao.pdf http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1891/189117791003.pdf http://flavioga.sites.uol.com.br/textos/iartificial.htm http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/pdfs/edicao_3/06.pdf revistas.pucsp.br/index.php/cognitio/article/download/3269/3018 http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/humanas/article/viewFile/728/567 http://www.pucrs.br/edipucrs/online/historiadacomputacao.pdf http://www2.dm.ufscar.br/~darezzo/tb2003/kioko.pdf http://www.pedro-fonseca.com/pt/filosofia/searle.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_chin%C3%AAs http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Searle#Quarto_Chin.C3.AAs http://intelectu.com/intelectu_archive_win_03_03.html http://mentecerebrociencia.blogspot.pt/2008/09/quarto-chins.html http://www.fflch.usp.br/df/opessoa/Searle-Port-2.pdf 15