Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Manual de Obus 155mm M109A3
1. 1ª Edição
2003
C 6-86
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Campanha
SERVIÇO DA PEÇA DO
OBUSEIRO 155 mm M 109 A3
å
2. MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Campanha
SERVIÇO DA PEÇA DO
OBUSEIRO 155 mm M 109 A3
1ª Edição
2003
C 6-86
CARGA
EM.................
Preço: R$
3. PORTARIA Nº 104-EME, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003
Aprova o Manual de Campanha C 6-86 - Serviço da
Peça do Obuseiro 155 mm M 109 A3, 1ª Edição, 2003.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que
lhe confere o artigo 113 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA A
CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS ADMINISTRATIVOS NO
ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 041, de 18 de fevereiro de 2002, resolve:
Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 6-86 - SERVIÇO DA PEÇA
DO OBUSEIRO 155 MM M 109 A3, 1ª Edição, 2003, que com esta baixa.
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.
4. NOTA
Solicita-se aos usuários deste Manual de Campanha a
apresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou
que se destinem à supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o
parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários
apropriados para seu entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de
acordo com o artigo 108 Parágrafo Único das IG 10-42 - INSTRUÇÕES
GERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS
ADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria
do Comandante do Exército nº 041, de 18 de fevereiro de 2002.
5. ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Prf Pag
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO........................................ 1-1 1-1
CAPÍTULO 2 - APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 2-1 2-1
ARTIGO II - Descrição e Carecterísticas .................... 2-2 e 2-3 2-1
ARTIGO III - Divisão e Nomenclatura do Obus............ 2-4 e 2-5 2-5
CAPÍTULO 3 - ESCOLA DA PEÇA
ARTIGO I - Introdução .............................................. 3-1 e 3-2 3-1
ARTIGO II - Definição de Termos............................... 3-3 3-2
ARTIGO III - Guarnição da Peça ................................. 3-4 e 3-5 3-2
ARTIGO IV - Comandos e Formações da Guarnição ... 3-6 a 3-15 3-3
CAPÍTULO 4 - PREPARAÇÃO PARA O TIRO E PARA
A MARCHA
ARTIGO I - Introdução .............................................. 4-1 4-1
ARTIGO II - Preparação da Posição........................... 4-2 4-1
ARTIGO III - Preparação para a marcha ...................... 4-3 4-2
ARTIGO IV - Preparação para o Tiro ........................... 4-4 4-2
6. Prf Pag
CAPÍTULO 5 - TIRO INDIRETO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 5-1 a 5-3 5-1
ARTIGO II - Deveres da Guarnição no Tiro Indireto .... 5-4 a 5-9 5-2
ARTIGO III - Técnicas e Situações que Requerem
Atenção Especial ................................... 5-10 5-8
CAPÍTULO 6 - TIRO DIRETO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 6-1 a 6-4 6-1
ARTIGO II - Deveres da Guarnição no Tiro direto ....... 6-5 a 6-8 6-3
CAPÍTULO 7 - TORRE
ARTIGO I - Introdução .............................................. 7-1 7-1
ARTIGO II - Sistema do Tubo .................................... 7-2 e 7-3 7-1
ARTIGO III - Sistema de Recuo .................................. 7-4 e 7-5 7-3
ARTIGO IV - Sistema Hidráulico ................................. 7-6 e 7-7 7-4
ARTIGO V - Sistema de Balanço ............................... 7-8 e 7-9 7-8
CAPÍTULO 8 - MUNIÇÃO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 8-1 8-1
ARTIGO II - Composição ........................................... 8-2 a 8-6 8-1
CAPÍTULO 9 - VERIFICAÇÕES PERIÓDICAS BÁSICAS
ARTIGO I - Introdução .............................................. 9-1 a 9-7 9-1
ARTIGO II - Verificações dos Equipamentos de
Controle de Tiro ...................................... 9-8 a 9-12 9-12
CAPÍTULO 10 - MANUTENÇÕES E INSPEÇÕES
ARTIGO I - Introdução .............................................. 10-1 a 10-4 10-1
ARTIGO II - Tabelas de Manutenção ......................... 10-5 e 10-6 10-3
ARTIGO III - Inspeções ............................................... 10-7 e 10-8 10-9
7. Prf Pag
CAPÍTULO 11 - TÉCNIDAS E SITUAÇÕES QUE
REQUEREM ATENÇÃO ESPECIAL
ARTIGO I - Incidente de Tiro ..................................... 11-1 a 11-5 11-1
ARTIGO II - Procedimentos em Caso de Incêndio ..... 11-6 e 11-7 11-4
ARTIGO III - Utilização da Conteira ............................. 11-8 e 11-9 11-6
CAPÍTULO 12 - TRANSPORTE DO MATERIAL
ARTIGO I - Introdução .............................................. 12-1 e 12-2 12-1
ARTIGO II - Transporte Rodoviário ............................. 12-3 e 12-4 12-2
ARTIGO III - Transporte Aéreo .................................... 12-5 e 12-6 12-3
ARTIGO IV - Transporte Ferroviário ............................. 12-7 e 12-8 12-4
ARTIGO V - Transporte Marítimo ............................... 12-9 e 12-10 12-5
ARTIGO VI - Transporte Hidroviário ............................. 12-11 12-6
ANEXO A - PALAMENTA ACESSÓRIOS E FER-RAMENTAL
.................................................................... A-1
ANEXO B - DEVERES DA GUARNIÇÃO AO COMAN-DO
DE "PEGAR NA PALAMENTA" .............................. B-1
ANEXO C - DEVERES DA GUARNIÇÃO AO COMAN-DO
DE "ATRACAR A PALAMENTA" ............................. C-1
ANEXO D - ORIENTAÇÕES SOBRE ÓLEOS,
GRAXAS E LUBRIFICANTES ................ D-1 a D-3 D-1
8. 1-1
C 6-86
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1-1. FINALIDADE
a. Este manual destina-se a orientar os comandantes de linha de fogo (CLF)
e os chefes de peça (CP) na utilização do material em operações, na sua
manutenção e na instrução das guarnições, a fim de prepará-las para atuar de
forma coordenada e eficiente. Nele estão prescritas as funções da escola do
servente da peça, as técnicas de verificações e de manutenção orgânica, as
verificações e ajustagens do aparelho de pontaria e os procedimentos para sua
destruição e descontaminação.
b. Ele regula as atividades que se fazem necessárias desenvolver para
realizar o acionamento da peça, a ocupação de posição e o tiro do obuseiro. Na
sua parte final existem os anexos explicativos, em detalhes, de todas as
atividades nele contidas.
c. Em qualquer fase dos trabalhos, há posturas padronizadas. Exige-se do
homem o máximo de eficiência e atenção, particularmente aos procedimentos de
segurança. Na fase de treinamento inicial, o instrutor exigirá de cada um a postura
correta, de modo que não haja motivo de desatenção no desenrolar da instrução.
d. Todos os serventes devem estar em condições de substituir seus
companheiros de guarnição, quando necessário.
9. 2-1
C 6-86
CAPÍTULO 2
APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
2-1. GENERALIDADES
O obuseiro autopropulsado M 109 A3 constitui-se em um sistema de
artilharia de campanha que proporciona excelente combinação entre flexibilidade,
mobilidade, rapidez de acionamento e resistência do material, com a obtenção de
máximo alcance e potência de fogo.
ARTIGO II
DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
2-2. GENERALIDADES
a. A carcaça da viatura é feita de duralumínio e dividida em duas seções:
a do conjunto de força (motor e transmissão) e a da guarnição. A suspensão é
independente com barras de torção. Existem sete barras de torção de cada lado,
que sustentam quatorze pares de rodas de apoio. As barras extremas são dotadas
de amortecedores hidráulicos. A tensão da lagarta é conseguida através de um
ajustador de graxa. As lagartas possuem, no lado direito, 79 patins, e no lado
esquerdo, 78 patins. Em ambos os lados, os patins das lagartas são presos por
conectores.
b. O motor diesel a dois tempos é arrefecido à água, possuindo circuito
elétrico de partida a frio. O ar para o motor é sugado do compartimento da
10. C 6-86
guarnição do carro ou do compartimento do motor. A caixa de mudança é
transversal, seletiva, de comando hidráulico, fazendo 4 (quatro) marchas à frente
e 2 (duas) à ré. É intermediária entre o motor e o diferencial.
2-2
c. O painel de instrumentos do motorista está situado à esquerda do
compartimento, possuindo uma seção destacável, que é o painel portátil e que
pode ser colocado na parte externa da viatura, possibilitando fácil controle visual
ao motorista quando conduz o veículo aberto.
d. O sistema elétrico, anexo ao motor, consta de um alternador de 24 volts,
que carrega em baixa velocidade e é montado entre o ventilador duplo do radiador;
um retificador de selênio, que transforma corrente alternada em contínua; uma
caixa reguladora, que regula a voltagem em 24 volts para carregar a bateria e um
circuito de partida a frio. O sistema elétrico de iluminação e sinalização consiste
de faróis, luz de freio, farol de escurecimento, luz de freio de escurecimento e faróis
de infravermelho.
OBSERVAÇÃO - Não se deve parar à frente dos faróis de infravermelho
porque seus raios podem causar lesões ao corpo humano.
e. O armamento principal do veículo é o obus M 185 de 155 mm e o
secundário, para defesa aproximada, é a metralhadora .50.
2-3. CARACTERÍSTICAS DO OBUS M 109 A3
a. Designação
(1) Nomenclatura
- Obus 155 M 109 A3 AUTOPROPULSADO
(2) Simbologia
- Ob 155 M 109 A3 AP
b. Características
(1) Apresentação geral
- Peso pronto para o combate. ...................... 25 Ton
- Peso sem carga e combustível. ................... 23,3 Ton
- Pressão sobre o solo. ................................. 0,71 kg/cm2
- Bitola. .......................................................... 2,768 m
- Comprimento total com tubo. ...................... 9,13 m
- Comprimento total sem tubo. ...................... 6,113 m
- Altura total com Mtr .50. .............................. 3,28 m
- Largura total. ............................................... 3,15 m
- Vão. ............................................................ 0,46 m
- Funcionamento do mecanismo
da culatra ..................................................... Semi-automático
a partir do 1º tiro
- Carregamento. ............................................. Hidráulico
- Guarnição. ................................................... 06 homens
2-2/2-3
11. 2-3
C 6-86
(2) Classificação
- Quanto ao calibre. ....................................... Médio
- Quanto ao peso. .......................................... Médio
- Quanto à tração. ......................................... Autopropulsado
(3) Desempenho
- Velocidade máxima à frente. ....................... 35 mph/56 km/h
- Velocidade máxima à ré. ............................. 7 mph/11.3 km/h
- Rampa máxima. .......................................... 60%
- Fosso máximo. ........................................... 1,83 m
- Vau máximo. ............................................... 1,07 m
- Degrau máximo. .......................................... 0,53 m
- Capacidade de combustível. ........................ 511 litros, em dois
tanques
- Autonomia. .................................................. 354 Km
(4) Motor
- Tipo. ............................................................ Diesel, V8, dois tem-pos,
arrefecido à
água, com 405 HP
- Ignição. ....................................................... Por compressão
- Óleo combustível. ........................................ Diesel 40 octanas
- Capacidade do sistema de lubrificação do
motor. ......................................................... 36 litros (com troca
de filtro) 25 litros (sem
troca de filtro)
- Capacidade do sistema de lubrificação da
transmissão. ............................................... 83 litros (quando
seco) 53 litros (repo-sição)
- Capacidade do sistema de arrefecimento. ... 77 litros
(5) Sistema elétrico
- Voltagem nominal. ....................................... 24 volts
- Baterias. ...................................................... 04 (cada uma de 12
volts ligadas em sé-rie/
paralelo)
- Alternador. ................................................... tipo trifásico de 100
ampères
(6) Suspensão
- Suspensão. ................................................. tipo independentes
por barras de torção
- Rodas de Apoio. .......................................... 14 duplas
- Ajuste da Lagarta. ....................................... Hidráulico na polia
tensora
(7) Extintores de incêndio
- Fixos de 10 libras . ...................................... 02
- Fixos de 05 libras. ....................................... 01
(8) Armamento principal
- Designação do tubo. .................................... M 185
2-3
12. C 6-86
2-4
- Designação do reparo. ................................. M 178
- Diâmetro do tubo. ........................................ 155 mm
- Comprimento do tubo. ................................. 6,05 m
- Peso do tubo. .............................................. 1948 Kg
- Vida do tubo. ............................................... 7500 TCM
- Desgaste do tubo. ....................................... 0,25 TCM (Cg 1 a 6).
..................................................................... 0,75 TCM (Cg 7)
..................................................................... 1,0 TCM (Cg 8)
OBSERVAÇÃO: TCM (tiro na carga máxima)
- Alcance máximo. ........................................ 14.600 m (Cg 7)
..................................................................... 18.000 m (Cg 8)
..................................................................... 23.300 m (Gr assisti-da)
- Máxima cadência de tiro. ............................ 4 TPM (Cg 1 a 7) nos
primeiros 3 min, após
isto, voltando para a
cadência normal de
tiro.
...................................................................... 1 TPM (Cg 8)
- Cadência normal. ........................................ 1 TPM (Cg 1 a 7)
. ..................................................................... 1 tiro a cada 3 min
(Cg 8)
- Campo de tiro horizontal. ............................. 6400"
- Mecanismo do recuo - tipo. ......................... Hidráulico
- Comprimento do recuo. ............................... variável de 0,60 m a
0,90 m
- Campo de tiro vertical
Elevação:. ................................................ 75 graus
Depressão:. ............................................. 6 graus
(9) Munição
- Capacidade (155 mm). ................................ 34 tiros
- Capacidade (.50). ........................................ 500 tiros
- Capacidade (7,62 mm). ............................... 900 tiros
- Capacidade (Gr mão). ................................. 12
(10) Equipamento ótico
- Periscópio do motorista. .............................. M45
- Periscópio do CP. ....................................... M27
- Luneta panorâmica M117
- aumento: . ............................................. 4 x
- campo de visão:. .................................... 170’’’
- suporte da luneta:. ................................. M145
- Colimador M1
- Luneta p/ tiro direto - M 118
- aumento................................................. 4 x
- campo de visão:. .................................... 170’’’
- suporte da luneta: . ................................ M146
2-3
13. 2-5
C 6-86
ARTIGO III
DIVISÃO E NOMENCLATURA DO OBUS
2-4. OBUS PROPRIAMENTE DITO
a. Sistema de tubo
(1) Freio de boca.
(2) Eliminador de alma.
(3) Culatra.
(4) Tubo alma.
b. Sistema de recuo
(1) Freio de recuo.
(2) Regulador de recuo.
(3) Recuperador.
(4) Amortecedor.
(5) Recompletador.
c. Sistema de giro
(1) Trava da torre.
(2) Transmissão de giro.
(3) Trava do tubo.
d. Sistema hidráulico
(1) Motor hidráulico ou conjunto de força.
(2) Cilindro de elevação.
(3) Carregador automático.
(4) Motor hidráulico.
e. Sistema de balanço
f. Reparo
g. Aparelho de pontaria
h. Palamenta - Todo instrumental necessário ao serviço da peça, como
aparelho de pontaria (lunetas), quadrante de nível, reguladores de espoleta,
colimador e balizas.
i. Acessórios - Compreendem as ferramentas e equipamentos utilizados
pelos serventes nas montagens e desmontagens autorizadas e para limpeza e
conservação da boca de fogo, reparo, munição etc. Compreende também capas
e outros objetos necessários à proteção do material quando não está em uso ou
em marcha.
2-5. DIVISÃO E NOMENCLATURA DO MECANISMO DA CULATRA
a. Culatra
- Ajustador.
- Mergulhador trava do ajustador.
2-4/2-5
14. C 6-86
2-6
- Placa de apoio das molas espirais.
- Molas espirais internas.
- Mola espiral externa.
- Suporte do bloco da culatra.
- Mecanismo de disparo.
- Alavanca de manejo.
- Bloco da culatra.
- Trava da alavanca de manejo.
- Alojamento do mecanismo de disparo.
- Retém do ajustador.
- Retém da árvore de comando.
- Árvore de comando.
- Engate direito.
- Engate esquerdo.
- Mola do mergulhador do ajustador.
- Guia de rotação da culatra.
b. Obturador
- Cabeça móvel do obturador.
- Anel partido dianteiro.
- Pasta Obturadora.
- Anel da pasta obturadora.
- Anel partido traseiro.
- Disco espaçador.
- Chaveta.
c. Mecanismo de disparo
- Cão.
- Copo do cão.
- Armadilha.
- Pino da armadilha.
- Manga.
- Mola da manga.
- Mola da armadilha.
- Mola do cão.
- Corpo.
- Transportador.
- Pino.
- Alavanca.
2-5
15. 3-1
C 6-86
CAPÍTULO 3
ESCOLA DA PEÇA
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
3-1. FINALIDADE
A escola da peça tem por finalidade proporcionar à guarnição a máxima
eficiência e precisão, aliadas à elevada rapidez na execução das diversas funções.
Este capítulo prescreve os devidos comandos e funções.
3-2. INSTRUÇÕES
a. Os exercícios prescritos neste manual devem ser fielmente executados
para que se atinja a máxima eficiência e para que se evitem baixas no pessoal e
danos ao material. A guarnição deve ser instruída até que as reações aos
comandos sejam automáticas, rápidas e eficientes.
b. Os erros devem ser imediatamente corrigidos. Cada membro da guarni-ção
deve estar consciente da importância de relatar prontamente ao CP qualquer
erro descoberto, antes ou depois do comando “FOGO!”. O CP deve informar
imediatamente ao CLF sobre o erro.
c. O CLF aciona e supervisiona a escola da peça para se certificar de que
a instrução foi entendida e de que o máximo de eficiência está sendo obtido.
d. Deve haver rodízio de funções durante a instrução, de modo que cada
elemento da guarnição possa executar todas as tarefas atribuídas aos demais.
Além disso, todo o pessoal da bateria, não pertencente às guarnições das peças,
deve ser instruído para que esteja em condições de ser empregado, com
eficiência, na linha de fogo, se for necessário.
16. C 6-86
3-3/3-5
3-2
ARTIGO II
DEFINIÇÃO DE TERMOS
3-3. PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS
a. Peça - É o conjunto da viatura tratora, obuseiro, palamenta, acessórios
e pessoal necessário ao seu serviço.
b. Pessoal - Compreende uma guarnição, composta por quatro serventes,
um motorista e um 2º ou 3º sargento CP.
c. Peça acionada - É aquela posta pelos serventes em condições de atirar.
d. Peça em posição de tiro - É a posição em que o obuseiro tem a boca
de fogo dirigida para direção geral de tiro (DGT), estando a peça acionada.
e. Direita e esquerda da peça - É a posição referida ao lado direito ou
esquerdo de um homem colocado atrás da viatura e com a frente voltada para o
tubo, estando a peça acionada ou não.
ARTIGO III
GUARNIÇÃO DA PEÇA
3-4. GUARNIÇÃO DA PEÇA
A guarnição da peça é composta pelos seguintes elementos (serventes):
a. Chefe de Peça (CP)
b. Cabo Apontador (C1)
c. Soldado Atirador (C2)
d. Soldado Carregador (C3)
e. Soldado Municiador (C4)
f. Cabo Motorista (Motr)
3-5. FUNÇÕES GERAIS DA GUARNIÇÃO
a. Chefe de Peça - O CP é um 2º ou 3º sargento, responsável, perante o
CLF, pelo:
(1) treinamento e eficiência do pessoal;
(2) desempenho dos deveres de chefia da peça durante o tiro, verificações
e ajustagens do aparelho de pontaria e, ainda, pela inspeção e manutenção
preventiva de todo o blindado;
17. 3-5/3-6
3-3
C 6-86
(3) observação das medidas de segurança;
(4) disciplina de camuflagem, segurança do local e medidas de proteção
contra agentes químicos, biológicos e nucleares (QBN); e
(5) manutenção, em dia e em ordem, do livro de tiro da peça e do livro
registro da viatura.
b. Apontador - É o principal auxiliar do CP no desempenho de suas
funções. As funções específicas do apontador estão prescritas nos capítulos
deste manual.
c. Atirador - É o responsável pelo registro da elevação e pela realização do
disparo.
d. Carregador - Sua principal missão é efetuar o carregamento do
obuseiro. As funções específicas do carregador estão prescritas nos capítulos
deste manual.
e. Municiador - Executa a função específica prevista neste manual e
quaisquer outras atribuídas pelo CP.
f. Motorista - A sua principal função é dirigir o blindado e executar a
respectiva manutenção preventiva. Executa outras funções prescritas neste
manual e nos manuais técnicos relativas à seu blindado, bem como, as funções
atribuídas pelo CP. Deve ser treinado para executar as funções de todos os
serventes da peça durante o tiro.
ARTIGO IV
COMANDOS E FORMAÇÕES DA GUARNIÇÃO
3-6. FORMAÇÃO DA GUARNIÇÃO
Para formar a guarnição, o chefe de peça toma o seu devido lugar perto da
peça e dá um dos comandos que se seguem:
a. “FORMAR GUARNIÇÃO!” (Fig 3-1) - A guarnição procede da seguinte
maneira:
(1) desloca-se, em passo acelerado, para o local indicado pelo CP;
(2) forma em uma só fileira, sem intervalos, com o apontador (C1) à direita
e, à sua esquerda, os demais serventes e o motorista;
(3) à frente do dispositivo estará voltada para a direção indicada pelo CP;
(4) à frente da guarnição, distanciado de três passos do C3, situa-se o
CP;
(5) pronto o dispositivo, o CP, na posição de sentido, com o braço direito
levantado e punho cerrado, deve dizer: “TAL PEÇA, GUARNIÇÃO FORMADA!”,
abaixando o braço energicamente e tomando a posição de descansar, enquanto
os componentes da peça permanecem na posição de descansar.
18. C 6-86
3-6
3-4
Fig 3-1. Guarnição formada
b. “À RETAGUARDA DA PEÇA, FORMAR GUARNIÇÃO!” - A este
comando a guarnição forma em uma só fileira, como descrito na letra “a.” anterior,
tomando o dispositivo da figura 3-2.
Fig 3-2. Guarnição formada à retaguarda da peça
c. “À FRENTE DA PEÇA, FORMAR GUARNIÇÃO!” - A este comando a
guarnição forma em uma só fileira, como descrito na letra “a.” anterior, tomando
o dispositivo da figura 3-3.
19. 3-6
3-5
C 6-86
Fig 3-3. Guarnição formada à frente da peça
d. “AO LADO ESQUERDO DA PEÇA, FORMAR GUARNIÇÃO!” - A este
comando a guarnição forma em uma só fileira, como descrito na letra “a.” anterior,
tomando o dispositivo da figura 3-4.
Fig 3-4. Guarnição formada à esquerda da peça
e. “AO LADO DIREITO DA PEÇA, FORMAR GUARNIÇÃO!” - A este
comando a guarnição forma em uma só fileira, como descrito na letra “a.” anterior,
tomando o dispositivo da figura 3-5.
20. C 6-86
3-6/3-8
3-6
Fig 3-5. Guarnição formada à direita da peça
3-7. ENUMERAR POSTOS E DESIGNAR FUNÇÕES.
Com a guarnição formada, o comando é: “ENUMERAR POSTOS, DESIG-NAR
FUNÇÕES!”. A guarnição procede da seguinte forma:
a. Todo o pessoal toma a posição de sentido.
b. A partir do CP, cada servente ergue o braço direito com o punho cerrado,
declina a sua função em voz alta, abaixa o braço energicamente, batendo a mão
na coxa.
c. A guarnição enumera os postos e designa as funções, na seguinte ordem:
(1) CP, CHEFE DE PEÇA;
(2) C1, APONTADOR;
(3) C2, ATIRADOR;
(40 C3, CARREGADOR;
(5) C4, MUNICIADOR;
(6) MOTORISTA.
d. Após o motorista enunciar a sua função, toda a guarnição volta à posição
de descansar.
3-8. GUARNECER
a. O comando é “GUARNECER!”. É geral e pode ser dado à guarnição
formada ou à vontade, podendo a peça estar acionada ou não. O comando de
guarnecer precede uma ação que se deseja à guarnição executar.
b. Todos os movimentos são executados em passo acelerado.
c. A guarnição executa o comando, tomando o dispositivo das figuras 3-6 e
3-7, conforme for o caso.
21. 3-8/3-9
3-7
C 6-86
Fig 3-6. Peça guarnecida acionada Fig 3-7. Peça guarnecida não
acionada
d. Após a peça estar guarnecida, o CP, na posição de sentido, com o braço
direito levantado e punho cerrado, deve dizer: “TAL PEÇA, GUARNECIDA!”,
abaixando o braço energicamente e tomando a posição de descansar, enquanto
os componentes da peça permanecem na posição de descansar.
3-9. TROCAR POSTOS
Para se treinar todos os membros da guarnição no desempenho de todas
as funções, os postos devem ser trocados freqüentemente. Com a guarnição
formada (Fig 3-1), os comandos são:
a. “GUARNIÇÃO, TROCAR POSTOS” - A este comando a guarnição
procede da seguinte forma:
(1) ao destaque de “TROCAR!”, todos tomam a posição de sentido;
(2) ao finalizar o comando (“POSTOS!”), o C1, C2 e C3 dão um passo à
esquerda, de modo que cada um assuma a posição do elemento à sua esquerda,
enquanto o C4 desloca-se, em passo acelerado, por trás da guarnição e ocupa o
lugar do C1;
(3) o motorista permanece em seu lugar, pois esta função requer
treinamento específico;
(4) toda a guarnição volta à posição de descansar.
b. “TROCAR POSTOS”- O CP designa os serventes que deverão trocar
postos. Por exemplo: “C2 e C3, TROCAR POSTOS!”. A este comando, os
serventes designados procedem como descrito na letra “a.” anterior.
22. C 6-86
3-10. EMBARCAR
3-8
a. Para embarcar, o comando é “PREPARAR PARA EMBARCAR, EM-BARCAR!”
ou simplesmente “EMBARCAR!”. Se qualquer elemento da guarnição
não deva embarcar, o comando deve indicar que ele permaneça em seu lugar. Por
exemplo, “PREPARAR PARA EMBARCAR, MOTORISTA PERMANEÇA EM
SEU LUGAR, EMBARCAR!”.
b. O comando “PREPARAR PARA EMBARCAR, EMBARCAR!” é execu-tado
como se segue:
(1) ao comando de “PREPARAR PARA EMBARCAR!”, a guarnição se
desloca, em passo acelerado, para as posições mostradas na figura 3-7.
(2) ao comando de “EMBARCAR!”, o CP abre a porta traseira e o pessoal
embarca, tomando as posições mostradas na figura 3-8.
(3) o CP, antes de embarcar, deve realizar uma verificação do pessoal e
do material de sua peça. Para isto, a seguinte seqüência deve ser observada:
(a) verifica se as pás das conteiras estão presas;
(b) verifica se o tubo está corretamente preso;
(c) verifica se a torre está travada;
(d) verifica se as chaves do sistema hidráulico estão desligadas;
(e) verifica se a culatra está fechada e se a alavanca de manejo está
travada;
(f) verifica se a mesa de carregamento está travada
c. Caso o comando seja “EMBARCAR!”, a guarnição procederá como
previsto na letra “b.” anterior sem, contudo, ocupar as posições mostradas na
figura 3-7. Neste caso, desloca-se diretamente para as posições apresentadas na
figura 3-8.
Figura 3-8. Peça embarcada
3-10
23. 3-11/3-13
3-9
C 6-86
3-11. PARA DESEMBARCAR
a. O comando é “PREPARAR PARA DESEMBARCAR, DESEMBARCAR!”
ou simplesmente “DESEMBARCAR!”.
b. Ao comando preparatório, o pessoal embarcado toma a posição de pé
para poder desembarcar prontamente. À voz de execução, o pessoal desembarca
e, em passo acelerado, toma o dispositivo mostrado na figura 3-3.
c. Se o comando for simplesmente “DESEMBARCAR!” a guarnição desem-barca
conforme prescrito na letra “b.” anterior e, em passo acelerado, toma o
dispositivo mostrado na figura 3-3.
3-12. DESCANSO PARA A GUARNIÇÃO
a. O comando é “REPOUSAR!” ou “REPOUSAR NOS ELEMENTOS DE
TIRO!”, e é dado para que a guarnição possa descansar e recuperar-se, durante
a instrução de treinamento ou tiro.
b. “REPOUSAR!” - A este comando, a peça repousa nos elementos de
barragem normal, se houver, ou de vigilância, com o tubo em sua depressão
máxima, visando não sobrecarregar o mecanismo de elevação do tubo, devido ao
seu peso, como também diminuir a silhueta da peça.
c. “REPOUSAR NOS ELEMENTOS DE TIRO!” - A este comando, os
elementos de tiro não devem ser desfeitos. Este comando é dado quando for
necessário interromper temporariamente o tiro e a guarnição deve permanecer nas
imediações da peça, em condições de, rapidamente, continuar a missão interrom-pida.
3-13. SUSPENSÃO DE TIRO
a. “CESSAR FOGO!” - Este comando deve ser dado por qualquer pessoa
que observar ato atentatório à segurança e deve ser repetido por quem o escutar,
até que o tiro seja suspenso. A guarnição procederá da seguinte forma:
(1) interromper imediatamente a execução do tiro;
(2) não alterar os elementos de trio;
(3) formar, imediatamente, à retaguarda da peça (Fig 3-2);
(4) o CP deverá informar ao CLF, caso a peça esteja carregada: “(TAL)
PEÇA CARREGADA!”;
(5) o CLF verifica as circunstâncias que motivaram o comando, corrigin-do-
as, se for o caso;
(6) o tiro prossegue ao comando de “ELEVAÇÃO (TANTO)!”.
b. “FORA DO FEIXE!” - O comando é “(TAL) PEÇA FORA DO FEIXE!”, e
pode ser dado pelo CLF ou pelo CP, caso, por qualquer motivo, a peça não puder
atirar. Quando o comando for dado pelo CP, este deverá informar ao CLF o motivo.
A guarnição procede da seguinte maneira:
24. C 6-86
3-13/3-15
3-10
(1) interrompe o tiro;
(2) o CP toma as providências necessárias à colocação da peça no feixe
novamente, sfc;
(3) o CLF informa à Central de Tiro;
(4) a peça volta a atirar ao comando de “(TAL) PEÇA NO FEIXE!”.
c. “ABRIGAR!” - A este comando as guarnições interrompem o que
estavam fazendo e vão para seus abrigos.
3-14. PEGAR NA PALAMENTA
a. O comando é “PEGAR NA PALAMENTA!”.
(1) O comando pode ser dado com a peça na posição ou próximo do local
em que irá ocupá-lo.
(2) As funções de cada membro da guarnição encontra-se no anexo B.
(3) Cada homem deve tomar o seu posto (Fig 3-6) quando tiver cumprido
todas as suas tarefas.
b. Normalmente, a peça é parcialmente preparada para ação, antes de
entrar em posição.
c. Todas as tarefas são feitas em ritmo acelerado.
NOTA: DURANTE A PREPARAÇÃO DA PEÇA PARA O TIRO É USUAL
TAMBÉM OS COMANDOS DE “ALTO!” E O DE “EM AÇÃO!”.
3-15. ATRACAR NA PALAMENTA (NÃO ENTENDIDO!)
a. O comando de “ATRACAR NA PALAMENTA” é dado para que a
guarnição possa desencadear todos os procedimentos necessários para deixar
a peça em condições de realizar um deslocamento.
b. As funções de cada membro da guarnição encontram-se especificadas
no Anexo C.
c. Cada homem deve tomar o seu posto (Fig 3-6) quando acabar de executar
suas funções.
25. 4-1
C 6-86
CAPÍTULO 4
PREPARAÇÃO PARA O TIRO E PARA A MARCHA
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
4-1. GENERALIDADES
a. As peças de uma bateria são, normalmente, colocadas em posição sob
a direção do CLF e dos CP. A preparação da posição de tiro, antes de uma
ocupação, é executada em função do tempo e do pessoal disponíveis.
b. O CLF e os CP devem, sempre que possível, fazer um minucioso estudo
na carta da área a ser ocupada, pois nem sempre há possibilidades de um
reconhecimento prévio do terreno.
ARTIGO II
PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO
4-2. GENERALIDADES
As seguintes atividades podem facilitar a ocupação de uma posição:
a. indicar no terreno o local onde o blindado deve estacionar e a DGT;
b. materializar no terreno com uma baliza a DGT, que deverá distar de 50
a 100 metros, sobre a qual o tubo deve ser orientado (ou então, o CLF indica a DGT
para cada peça com sinalização manual). Cada viatura se desloca para o seu lugar
apropriado, de acordo com a orientação do CP, que executa sinais com os braços
e as mãos.
26. C 6-86
4-2/4-4
4-2
c. Certificar-se de que a viatura esteja estacionada numa posição que
permita a visada luneta - goniômetro bússola (GB) de modo que nenhuma
alteração de DGT venha impedir tal visada.
ARTIGO III
PREPARAÇÃO PARA A MARCHA
4-3. GENERALIDADES
Para preparar a peça para a marcha, partindo de uma posição de tiro, o
comando é “ALTO, CESSAR FOGO! MUDANÇA DE POSIÇÃO!”. Devido à grande
mobilidade da Viatura Blindada de Combate - obuseiro autopropulsado (VBCOAP),
faz-se necessário o conhecimento de algumas verificações necessárias antes da
marcha:
a. verificar se todo o material da peça foi guardado e fixado no local
apropriado;
b. verificar se a culatra foi fechada;
c. verificar a amarração do tubo e a colocação da capa do freio de boca;
d. verificar se a torre está travada e se a chave geral da torre está desligada;
e. verificar se todos estão embarcados e com capacete; e
f. testar todo o sistema de comunicação.
ARTIGO IV
PREPARAÇÃO PARA O TIRO
4-4. PREPARAÇÃO PARA O TIRO
a. Para preparar para o tiro, o comando é “BIA ATENÇÃO!” ou “TAL PEÇA
ATENÇÃO!”. É o comando a ser dado para que a guarnição, partindo de qualquer
situação, execute os movimentos para “GUARNECER!” e “PEGAR NA
PALAMENTA!”.
OBSERVAÇÕES:
(1) Logo após a peça estar acionada, o CP deverá preparar sua peça para
o tiro, efetuando uma verificação das partes componentes do obuseiro. O objetivo
é certificar-se de que o equipamento está pronto para efetuar os disparos, em
todos os seus detalhes.
(2) Na preparação para o tiro as verificações são as seguintes:
CP e C2 - verificam a pressão dos cilindros de freio (21 a 24 PSI);
CP e C2 - verificam se os pinos dos cilindros de recuo estão entre
3 e 19 cm;
27. 4-3
C 6-86
C3 - verifica se o tubo está limpo;
CP e C3 - verificam se as linhas da culatra estão coincidindo;
C1 - verifica o ângulo padrão (3303”’ a 3307”’);
C1 - checa o mecanismo de elevação;
C2 - prepara o arco-nível em 200”’;
C2 - verifica se a ocular da luneta cotovelo foi aberta pelo motorista;
C2 - verifica o funcionamento da culatra;
C3 - verifica o funcionamento da calha de carregamento;
C3 - verifica o sistema de comunicação;
C4 - examina a munição;
C4 - examina as chaves de espoletas;
C4 - verifica o estado e os lacres dos extintores.
(3) Após receber o pronto de cada servente em relação ao equipamento
o CP informa ao CLF: “TAL PEÇA PRONTA!”.
4-4
28. 5-1
C 6-86
CAPÍTULO 5
TIRO INDIRETO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
5-1. GENERALIDADES
O processo de pontaria indireta é freqüentemente empregado para apontar
o obuseiro. O tubo do obuseiro é colocado na linha centro de bateria - ponto de
vigilância (CB-PV) (caso da luneta sobre o CB) ou numa direção paralela a esta
linha. Deve-se aprimorar o adestramento dos artilheiros para que o tiro seja
disparado no momento exato e com precisão.
5-2. INSTRUÇÃO
A pontaria indireta de uma peça divide-se em “PONTARIA INICIAL” e
“PONTARIA RECÍPROCA”.
a. Pontaria Inicial - Coloca-se a linha 0-32 do Goniômetro Bússola (GB)
na direção CB-PV através de um dos quatro processos de pontaria inicial
preconizados do Manual de Campanha C 6-40 - ARTILHARIA DE CAMPANHA,
TÉCNICA DE TIRO, 1º e 2º Vol.
b. Pontaria recíproca - Consiste em dar uma direção ao eixo do tubo da
peça, paralela à direção 0-32 do GB, através da execução de visadas recíprocas
da luneta panorâmica e do GB.
c. As instruções gerais, contidas no Capítulo 3, para conduta da escola da
peça, se aplicam também para o caso do tiro indireto. As funções do CLF são
apresentadas de um modo geral no C 6-40 e no manual que trata das Baterias do
Grupo de Artilharia de Campanha.
29. C 6-86
5-3/5-4
5-3. FUNÇÕES GERAIS DA GUARNIÇÃO
5-2
Estão descritas abaixo, além das prescritas no Capítulo 3.
a. O CP é o responsável por todo o serviço, de forma que a guarnição
execute corretamente suas funções, cumpra todos os comandos e observe todas
as medidas de segurança.
b. O apontador (C1) é o responsável por apontar a peça.
c. O atirador (C2) é o responsável pelo disparo da peça, além de abrir e fechar
a culatra.
d. O carregador (C3) é o responsável pelo carregamento da munição.
e. O municiador (C4) é o responsável pelo preparo da munição.
f. Motorista (Motr) conduz a VBCOAP na entrada em posição e realiza a
manutenção preventiva.
ARTIGO II
DEVERES DA GUARNIÇÃO NO TIRO INDIRETO
5-4. CHEFE DE PEÇA
a. Indicar o ponto de pontaria ao apontador tão logo tenha sido designado
pelo CLF.
b. Certificar-se de que esse ponto foi devidamente identificado. Se houver
dúvida o CP movimenta a luneta panorâmica até que as linhas dos retículos vertical
e horizontal estejam centradas no ponto de pontaria designado.
c. Supervisionar as ações de todos os serventes.
d. Conferir, juntamente com o C1, a elevação mínima.
e. Coordenar a referência do obuseiro na deriva de vigilância.
Ao final da pontaria recíproca, o CLF ordena a referência do obuseiro na
deriva de vigilância adotada pelo grupo (ou Bia). O CP, neste momento, coordena
a referência do obuseiro, que deve seguir a prioridade de acordo com o quadro a
seguir:
30. Pontos de Referência Nível Obs Distância do M109
Colimador 1 Dia e Noite 5 m
Balizas 1 Dia e Noite 100 m (Afs)/ 50 m (Prox)
Pto Rfr afastado 1 Dia e Noite 1.500 m a 3.000 m
Pto Rfr próximo 2 Dia e Noite > 300 m
Fonte de luz 2 Dia e Noite > 300 m
5-3
C 6-86
OBSERVAÇÕES: Os pontos de referência listados no quadro acima são
classificados em dois níveis com relação à precisão:
(1) Nível 1: mais preciso.
(2) Nível 2: menos preciso (alternativo sob condições meteorológicas
adversas).
(3) A escolha dos pontos de referência a serem utilizados pode variar para
cada posição de bateria. Sempre que possível, deverá ser utilizado o nível 1, que
garante uma maior precisão. Os pontos de referência, tanto próximo como
afastados, devem ser nítidos e possuir um local definido no qual será realizada a
visada.
(4) Ao final da pontaria deverão ter sido selecionados os pontos de
referência suficientes para o recobrimento setor de 6400”’ (no mínimo três, um dos
quais possa ser usado em condições meteorológicas adversas)
Nota: Sempre que possível, se utiliza pontos afastados, por serem mais
preciso que as balizas. Estes pontos são, geralmente, antenas ou torres que se
projetam no horizonte e que possuem iluminação própria, para serem utilizados
em caso de pontaria noturna. Porém, poderão ser encoberto por nuvens, por
exemplo. Para evitar que isto ocorra, se procura algum ponto afastado que não
sofra influência das condições meteorológicas, como a antena de uma casa. Para
não o perder, se coloca uma baliza a 300 m, no alinhamento com o ponto afastado.
(5) O CLF desse ser informado quando um ponto de referência por ele
determinado se tornar inviável para uma ou mais peças.
(6) A referência poderá ser feita, através dos seguintes comandos, em
ordem decrescente de prioridade:
(a) “TAL PEÇA, ATENÇÃO! PONTO DE REFERÊNCIA O INDICADO
DERIVA 3200”’! REFERIR!”
(b) “TAL PEÇA, ATENÇÃO! PONTO DE REFERÊNCIA AS BALIZAS!
DERIVA 3200” REFERIR!”
Estas serão cravadas, a critério do CLF, quando:
1) não há visibilidade na posição de bateria;
2) não existe ponto de referência afastado na região;
3) durante a pontaria noturna.
(c) “TAL PEÇA, ATENÇÃO! PONTO DE REFERÊNCIA O
COLIMADOR! DERIVA 3200”’ REFERIR!”
5-4
31. C 6-86
5-4
5-4
f. Medir o ângulo de sítio da massa cobridora (alça de cobertura)
(1) Com o obuseiro orientado para a direção de tiro, ou já convenientemen-te
apontado, o CP efetua a medida dos sítios para os pontos críticos da máscara
ou massa cobridora. Tais medidas são feitas utilizando o obuseiro como o
instrumento, como descrito na figura 5-1.
Fig 5-1. Setores da Alça de cobertura
(2) Ao comando de “MEDIR A ALÇA DE COBERTURA!”, o CP visa ao
ponto mais elevado do setor de tiro pela geratriz inferior da alma do tubo e orienta
o C1 na direção e elevação do tubo, até que a linha de visada tangencie aquele
ponto. O C1 centraliza as bolhas dos níveis longitudinal e transversal e o CP lê a
alça de cobertura no quadrante de elevação informando-a ao CLF: ”TAL PEÇA,
ALÇA DE COBERTURA (TANTO)!”.
(3) Quando o CLF anuncia a elevação mínima para cada carga, o CP
registra os dados em sua ficha.
g. Acompanhar os comandos de tiro - Acompanha os comandos de tiro cuja
execução direta dependa do CLF. Todos os comandos devem ser anotados e o
CP deverá estar em condições de informar qualquer elemento do último comando
ao servente ou de anteriores ao CLF.
h. Registrar os elementos básicos - Registra em sua ficha os elementos,
que por sua importância, merecem ser anotados, tais como: elevações mínimas,
pontos de pontaria com derivas respectivas, tiros previstos (quando não forem
fornecidas as fichas correspondentes), limites de segurança (derivas dos limites
esquerdo e direito), número de tiros dados, correções especiais de regimagem,
etc.
i. Informar que a peça está pronta - Deverá dizer sempre: “TAL PEÇA
PRONTA!” com seu braço direito levantado verticalmente, indicando, assim, que
a peça está pronta para o tiro, tão logo o C1 informe “PRONTO”.
j. Dar o comando de “TAL PEÇA, FOGO” (quando for designado para isso)
- Em qualquer caso, o CP antes de dar o comando “(TAL) PEÇA FOGO!” (quando
for designado para isso), deve certificar-se de que todos os serventes estão em
seus devidos lugares, devido à segurança durante o recuo do tubo.
32. 5-4
5-5
C 6-86
k. Participar ao CLF qualquer erro ou incidente de tiro - Se a peça não puder
atirar, o CP participa o fato, declarando o motivo. Por exemplo: “TAL PEÇA, NÃO
ATIROU, NEGA!”. Se verificar que a peça atirou com erro de pontaria, o CP
participa imediatamente, dizendo o quanto errou, por exemplo: ”TAL PEÇA
ATIROU 40 MILÉSIMOS À DIREITA!”. Quando o C1 avisar que as balizas estão
fora do alinhamento com a luneta, o CP notifica ao CLF e pede permissão para
tornar a alinhar as balizas. Da mesma forma, participa quaisquer outras orienta-ções
que possam prejudicar o serviço da peça.
l. Conduzir os tiros previstos - Quando é determinada a execução de tiros
previstos, o CP conduz o tiro da peça conforme o que prescreve a ficha distribuída
pelo CLF, onde se acham todos elementos necessários à execução.
m. Apontar em elevação quando é utilizado o quadrante de nível (Fig 5-2)
(1) O comando é “ÂNGULO TANTO!”, que indica que o quadrante de nível
deve ser empregado. Na pontaria em elevação, o quadrante de nível deverá ser
empregado somente quando a escala do ângulo de tiro não der a precisão
necessária para o caso, ou não puder ser utilizada.
(2) Registro do ângulo no quadrante de nível M1 - ao comando, por
exemplo, “ÂNGULO 261,8’’’! procede-se do seguinte modo: a parte superior da
chapa-índice é colocada em frente à graduação 260 da escala do quadrante de
nível e o micrômetro do braço é girado até que se obtenha a leitura 1,8.Deve-se
tomar cuidado para que seja usado o mesmo lado do quadrante de nível, quando
se registram os dados na escala e no respectivo micrômetro. As palavras “line of
fire” indicam a parte inferior do quadrante de nível, devendo a seta, que aparece ao
lado da escala graduada, apontar na direção da boca do tubo. O CP deve ter
cuidado em usar a seta que aparece ao lado da escala graduada que estiver
utilizando.
Fig 5-2 Quadrante de nível M 1 (Arco nível)
n. Observar e verificar o funcionamento do material - Observa rigorosamente
o funcionamento de todas as partes do material durante o tiro. Antes do tiro, o CP
verifica a ajustagem do aparelho de pontaria e realiza toda a inspeção final do
material. O CP, imediatamente, informa ao CLF sobre qualquer indício de mau
funcionamento do material.
33. C 6-86
5-4/5-5
5-6
o. Verificar, pessoalmente, antes que sejam colocados nos cunhetes,
todos os tiros não utilizados, mas que tenham sido preparados. Deve certificar-se
de que o número do lote da carga de projeção corresponde ao número do lote
do cunhete, se todos os saquitéis estão completos e em boas condições.
5-5. APONTADOR (C1)
a. Sempre que o aparelho de pontaria for empregado, o apontador centraliza
as bolhas dos níveis longitudinal (com elevação a 200’’’) e transversal. Esta
providência é condição para que o C1 dê o PRONTO ao CP.
b. O CLF, para a execução da pontaria em direção, comanda: “BATERIA
ATENÇÃO PONTO DE PONTARIA O GB!” após este comando, o C1 identifica o
ponto de pontaria, através da luneta panorâmica e coteja: “TAL PEÇA VISTO
PONTO DE PONTARIA!”. O CLF comanda: “TAL PEÇA DERIVA (TANTO)!”. O C1
coteja o comando e registra a deriva no registrador azimutal (janela superior),
agindo no botão azimutal. Visa o GB agindo no manche de direção hidráulica ou
no volante de direção. Cala-se as bolhas longitudinal e transversal. Registra-se
200”’ através do registrador de elevação e em seguida cala-se a bolha longitudinal.
Após essas operações, deve ser feito um ajuste fino da visada do GB pelo volante
de elevação e também das bolhas longitudinal e transversal e, após esses ajustes,
o C1 anuncia “TAL PEÇA PRONTA!”. Em face da segunda deriva comandada pelo
CLF, o C1 repete o comando, indica a diferença, em milésimos, entre a nova deriva
e a antiga:
A partir de então o C1 deve:
(1) caso a nova deriva seja igual à anterior - Informar “TAL PEÇA,
PRONTA!” e após receber o comando de referência do CLF/, com a coordenação
do CP, partir para a amarração da pontaria do obuseiro na deriva de vigilância; ou
(2) caso a nova deriva seja diferente de até 20 milésimos - Informar
também “TAL PEÇA, PRONTA!” porém, neste caso, o C1 deve registrar a nova
deriva, agindo no volante de direção, corrige a visada sobre o GB. Em seguida,
após receber o comando de referência do CLF, com a coordenação do CP, partir
para a amarração da pontaria na deriva de vigilância.
(3) caso nova deriva seja diferente de mais de 20 milésimos - Aguardar
uma nova deriva do CLF e proceder até que se atinja uma das situações acima.
c. Referência do obuseiro
(1) Balizas - o C1 indica a direção na qual as balizas deverão ser
plantadas e orienta o C4 na sua fixação vertical no solo, tendo como principal
critério a escolha de uma visada num terreno limpo e nivelado. Posteriormente,
anota a deriva de referência para as balizas na ficha de controle do CP.
(2) Ponto de referência afastado - O C1 refere sua luneta sobre o(s)
ponto(s) de referência afastado(s), escolhidos pelo CLF ou pelo CP, e faz a leitura
da deriva, não esquecendo de anotá-la, em seguida, na ficha controle do CP.
(3) Referência no colimador.
(4) Terminada qualquer operação anterior, o C1 pressiona e gira o botão
do registrador reajustável até que a graduação do registrador reajustável seja
3200”’. Verifica o registro pela ocular e informa: “DERIVA DE VIGILÂNCIA DE TAL
34. 5-7
C 6-86
PEÇA (TANTO)!”. Quando isso acontecer, o tubo está orientado e não deve ser
girado até que um novo ponto de pontaria seja estabelecido.
d. Referir em um ponto comum após a peça ter sido apontada - Após
a peça ter sido apontada, o CLF pode comandar: “PONTO DE REFERÊNCIA
TORRE DE IGREJA (OU OUTRO PONTO QUALQUER), REFERIR”!. Em conse-qüência
o C1 coteja o comando, gira a luneta panorâmica para o ponto de
referência, sem mover o tubo, centraliza os níveis, registra a deriva e informa:
“DERIVA DE REFERÊNCIA DE TAL PEÇA A PONTO (TAL), (TANTO)”. O CLF
anota a deriva anunciada para utilização futura.
e. Registrar ou alterar a deriva - Registra a deriva anunciada na luneta
panorâmica e gira o tubo até que o retículo vertical coincida com um ponto de
referência (ou balizas) ou um ponto de pontaria designado.
f. Coloca o tubo na posição horizontal para que seja efetuado o carregamento.
g. Dar depressão máxima ao tubo quando a peça estiver em “REPOUSAR”.
h. Terminada a pontaria, desligar a chave geral do movimento hidráulico.
5-6. ATIRADOR (C2)
a. Auxiliar na pontaria em elevação pelo quadrante de nível de elevação M 15.
b. Auxiliar no carregamento.
c. Auxiliar o C1 na referência através do colimador.
d. Colocar a estopilha no seu local, após terem sido realizados todos os
ajustes e o tubo ter sido elevado para a posição de tiro e certificar-se que todos
os serventes estão nos seus locais devidos.
e. Realizar o disparo.
5-7. CARREGADOR (C3)
a. Municiar o obuseiro - Ao comando de “ELEVAÇÃO (TANTO)!”, o C3
recebe do C4, a munição preparada; primeiramente a granada e, em seguida os
saquitéis com a carga desejada. Obedecendo a todas as medidas de segurança
previstas para o manuseio da munição, o C3 segura com a mão direita a parte
posterior da granada, a coloca em cima da calha de carregamento e aciona o
soquete hidráulico, tendo cuidado de evitar o choque da espoleta contra qualquer
parte do obuseiro. Após o engrazamento da granada pelo soquete hidráulico,
introduz os saquitéis. O C3 não deve se mover para receber outro projetil do C4
até que o obuseiro seja disparado.
b. Inspecionar a câmara e alma - Após cada tiro, o C3 inspeciona a câmara
e a alma para verificar se estão livres de resíduos, e anuncia: “ALMA LIMPA!”.
c. Auxiliar no preparo da munição.
5-5/5-7
35. C 6-86
5-8/5-10
5-8. MUNICIADOR (C4)
5-8
a. Preparar a munição - Retira a munição do carro e a dispõe ao fácil
alcance. Após a carga de projeção ter sido separada, o C3 se for o caso, mantém
a granada na vertical enquanto o C4 procede a regulação da espoleta; mantém os
saquitéis não utilizados separados e alinhados, para posteriormente serem
queimados na fossa de pólvora.
b. Limpar e inspecionar a munição - Antes do tiro, toda a munição é
inspecionada e examinada pelo C4 quanto a possíveis defeitos em especial a cinta
de forçamento, nos quais podem haver sujeiras e rebarbas. A seguir as granadas
são sustentadas em suas extremidades e rigorosamente limpas. Areia ou sujeira
na munição causarão desgastes, arranhões ou outras avarias no tubo.
5-9. MOTORISTA (Motr)
a. O motorista executa a manutenção de sua viatura e qualquer outro
trabalho prescrito pelo CP.
b. A seqüência de atividades a serem executadas durante o tiro é
apresentada nos Anexos B e C.
ARTIGO III
TÉCNICAS E SITUAÇÕES QUE REQUEREM ATENÇÃO ESPECIAL
5-10. UTILIZAÇÃO DAS BALIZAS DE PONTARIA
a. Para cada obuseiro podem ser empregadas duas balizas de pontaria,
cada uma equipada com um dispositivo de iluminação. A distância mais
conveniente entre a peça e a baliza mais afastada é de 100 metros, para que se
obtenha boa visibilidade e precisão de pontaria. A baliza mais próxima deve ser
colocada a meia-distância entre a mais afastada e a luneta do obuseiro e é
alinhada pelo C1, de modo que o retículo vertical da luneta e as geratrizes
esquerdas das duas balizas fiquem no mesmo alinhamento. Para assegurar igual
espaçamento das balizas, a distância da peça a cada baliza deve ser medida a
passo, pelo mesmo homem.
b. Para uso noturno, o dispositivo de iluminação das balizas deve ser
ajustado de tal modo que a luz da baliza mais afastada apareça mais alta que a
da mais próxima . Em terrenos planos, isto pode ser executado, utilizando-se
somente a metade inferior da baliza mais próxima. Os dois dispositivos de
iluminação, colocados desta maneira, estabelecem uma linha vertical para a
execução da pontaria.
c. Correção do desalinhamento das balizas de pontaria - quando o
apontador verifica que a linha vertical da luneta foi deslocada em relação à linha
formada pelas duas balizas, ele aponta a peça de modo que a baliza de pontaria
36. 5-9
C 6-86
mais afastada apareça exatamente a meia-distância entre a baliza mais próxima
e a linha vertical do retículo (Fig 5-3). Se o deslocamento for causado por mudança
de direção do tubo, o C1 continua a apontar como foi descrito anteriormente. Se
as condições do terreno tomarem impraticável a movimentação de uma das
balizas, a peça é reapontada em direção, como foi dito anteriormente, e referida
na baliza que não puder ser deslocada. A outra baliza é então alinhada e o
registrador de derivas é ajustado.
Fig 5-3. Visada do C1 na luneta panorâmica com as balizas na posições
relativas, quando é feita a conservação da pontaria.
5-10
37. 6-1
C 6-86
CAPÍTULO 6
TIRO DIRETO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
6-1. GENERALIDADES
a. O tiro com pontaria direta é uma técnica que, para sua execução, exige
um elevado padrão de adestramento da guarnição. A peça atua como uma unidade
independente, sendo o comando do tiro a cargo do chefe de peça.
b. Esta técnica é utilizada contra alvos móveis ou estacionários à curta
distância - menores que 2000 m - que, normalmente, são capazes de responder
ao fogo, quando a rapites e a precisão são muito importantes.
6-2. CARTÃO DE ALCANCES
a. A posição de bateria é dividida em setores de defesa, cabendo a cada
chefe de peça a responsabilidade por seu setor, devendo estar preparado para
atirar em todos os setores.
b. Durante o reconhecimento da posição ou imediatamente após a sua
ocupação, o CP deve:
(1) medir ou estimar os alcances, em centenas de metros, para os pontos
característicos do terreno e para prováveis vias de acesso;
(2) estabelecer pontos de referência, quando necessário;
(3) preparar um cartão de alcances;
(4) se houver disponibilidade de tempo, aperfeiçoar o cartão de alcances,
substituindo os alcances que foram estimados por outros mais precisos, obtidos
por qualquer processo (passo duplo, telêmetros laser, medidas na carta, levanta-mento
topográfico, etc).
38. C 6-86
6-2
c. O CLF deve atribuir números a certos pontos característicos para facilitar
subseqüentes localizações de alvos. Sempre que possível, o CP deve determinar
a elevação para cada ponto numerado e introduzir esse dado no cartão de
alcances. Quando um alvo é observado próximo a um ponto numerado, os dados
do cartão facilitam a designação do alvo e a abertura do fogo. O CLF comanda,
por exemplo: “ALVO A VIATURA EM DESLOCAMENTO, PONTO Nº 2, FOGO À
VONTADE!”.
d. O setor de tiro de uma peça deve ser livre de obstáculos que possam
dificultar o tiro e a observação. Deve-se, contudo, observar as medidas de
camuflagem da posição para impedir a sua localização.
Fig 6-1. Cartão de alcances
6-3. ALVOS
a. Os alvos para a execução do tiro direto são, normalmente, aqueles que
possam ameaçar a posição de bateria. Geralmente configuram-se como alvos
fugazes, exigindo, portanto, a realização do tiro na máxima cadência permitida ao
material.
b. Os carros-de-combate, normalmente, atacam em grupos e podem ser
acompanhados por tropas de fuzileiros a pé. Dá-se prioridade maior para atacar
aqueles alvos dentro dos limites do setor de tiro da peça e, em seguida, aos alvos
de outros setores. a prioridade dentro do setor é a seguinte:
(1) carros-de-combate a curtas distâncias que ameacem diretamente a
posição;
(2) carros-de-combate parados e desenfiados, cobrindo a progressão de
outros carros;
(3) o carro-de-combate do comandante, quando identificado;
(4) carro-de-combate mais próximo que surja de locais imprevistos.
6-2/6-3
39. 6-3
C 6-86
OBSERVAÇÃO: O CP deve ter especial atenção aos carros-de-combate
que ameacem diretamente a posição de bateria. Este alvo terá sempre prioridade
máxima, mesmo estando fora do setor de tiro de sua peça.
6-4. MUNIÇÃO
A munição mais apropriada para o tiro direto é a granada explosiva, com a
maior carga permitida e espoleta instantânea. A espoleta retardo e tempo também
podem ser utilizadas, porém demandam um maior tempo para a sua regulagem.
ARTIGO II
DEVERES DA GUARNIÇÃO NO TIRO DIRETO
6-5. GENERALIDADES
a. Sistemas de pontaria - existem três técnicas de pontaria direta:
(1) sistema de 2 (dois) apontadores e 2 (duas) visadas;
(2) sistema de 2 (dois) apontadores e 1 (uma) visada; e
(3) sistema de 1 (um) apontador e 1 (uma) visada.
b. O sistema de 1 (um) apontador e 1 (uma) visada é o menos efetivo e, por
isto, o menos indicado para a realização do tiro. Porém, poderá ocorrer uma
situação de emergência em que se torne necessário utilizá-lo.
c. As observações abaixo são aplicáveis aos três sistemas citados:
(1) os deveres dos serventes no tiro direto são os mesmos das missões
de tiro indireto;
(2) o motorista deve permanecer no seu compartimento para movimentar
a viatura, se necessário. A escotilha deverá estar fechada para protegê-lo do sopro
proveniente do freio de boca.
(3) o CP designa o sistema de pontaria a ser utilizado e dá os comandos
iniciais para executar o tiro. A escolha do sistema depende do método que facilite
mais efetivamente bater o alvo, do pessoal e dos meios disponíveis para a
execução da pontaria.
6-6. SISTEMA DE DOIS APONTADORES E DUAS VISADAS
a. Chefe de peça - é o responsável pela condução do tiro de sua peça. Para
tanto, procede da seguinte forma:
(1) identifica o alvo designado pelo CLF. Se um grupo de alvos for
designado, deve selecionar aquele que oferece maior perigo à posição;
(2) emite o comando inicial de tiro, na seguinte seqüência:
6-3/6-6
40. C 6-86
6-6
6-4
ELEMENTO EXEMPLO
Designação do alvo Carro-de-combate, 12 horas
Projetil, carga e espoleta Expl, Cg 7, EI
Decalagem Decalagem 20
Alcance Alcance 1300
Espécie de tiro Fogo à vontade!
NOTA: - Estimar o alcance, em centenas de metros, quando não puder
ser utilizado o cartão de alcances anteriormente preparado ou não houver
equipamento para medi-lo com precisão.
- Utilizar o quadro afixado na escotilha do CP (figura 6-2.) para o
cálculo da decalagem inicial. Um quadro adicional de decalagem está afixado no
lado esquerdo da torre, para referência do C1.
Fig 6-2. Quadro de decalagem
(3) emite comandos subseqüentes de acordo com a observação do tiro,
alterando a decalagem, o alcance ou ambos, até que o alvo seja destruído, ou outro
comando seja dado pelo CLF. O comando subseqüente é assim enunciado: “Dr
(Es) (TANTO), Alo (Enc) (TANTO)!”.
b. Cabo apontador - realiza a pontaria em direção da peça e comanda o
fogo. Procede da seguinte forma:
(1) cala a bolha do nível transversal;
(2) registra 3200 no contador de derivas, em conseqüência a linha de
visada da luneta fica paralela à do tubo;
(3) seleciona a barra de tiro direto/indireto para a posição direto para travar
o aparelho de pontaria;
41. 6-5
C 6-86
(4) se for usado o retículo central, registra a decalagem comandada no
corretor de derivas e gira o tubo, acompanhando o alvo, até coincidir o centro do
retículo com o centro do alvo ( fig 6-3). Se for utilizada a graduação do retículo
horizontal, coincidir o traço correspondente à decalagem anunciada com o centro
do alvo (fig 6-4). Utilizar a graduação da direita quando o alvo estiver se deslocando
da direita para a esquerda. Utilizar a graduação da esquerda, no caso contrário;
Fig 6-3.Uso do retículo central
Fig 6-4. Uso da graduação do retículo
(5) acompanha o alvo, girando o tubo em direção, e comanda “FOGO!”
após receber o “PRONTO!” do C2; e
(6) insere a correção de decalagem do CP e continua o processo até o
alvo ser destruído ou outro comando ser emitido.
c. Soldado atirador - realiza a pontaria em alcance da peça. Procede da
seguinte forma:
(1) cala a bolha do nível transversal, através do botão de ajuste;
(2) se utilizar a luneta cotovelo M118CA1, abaixa ou levanta o tubo acom-panhando
o alvo, até que a linha de alcance do retículo, correspondente ao coman-dado
pelo CP ou interpolado, esteja passando pelo centro do alvo (fig 6-5);
6-6
42. C 6-86
6-6
Fig 6-5. Luneta M118CA1
(3) se utilizar a luneta cotovelo M118A2, deverá utilizar a tabela afixada
no bloco da culatra (figura 6-6) para transformar o alcance anunciado pelo CP em
elevação. Abaixar ou levantar o tubo, até que a linha de elevação do retículo,
correspondente à verificada na tabela ou interpolada, esteja passando pelo centro
do alvo (figura 6-7);
DIRECT FIRE RANGE PLATE
155 MM HOWITZER
M107 HE PROJECTILE
M119 A1 PC (WB)
RANGE ELEV
(METERS) (MILS)
400 4
600 7
800 9
1000 11
1200 14
1400 15
M107 HE PROJECTILE
M4 A2 PC (WB)
RANGE ELEV
(METERS) (MILS)
400 6
600 10
800 13
1000 16
1200 20
1400 24
PLATE DIRECT FIRE PN 11785314
Fig 6-6. Tabela para tiro direto
6-6
43. 6-7
C 6-86
Fig 6-7. Luneta M118A2
(4) quando conseguir este enquadramento na visada, anuncia: “PRON-TO!”;
e continua a comandar “PRONTO!” à medida que for acompanhando o alvo;
(5) após o tiro, insere a correção de alcance do CP e continua o processo
até o alvo ser destruído ou outro comando ser emitido.
ATENÇÃO - para prevenir danos à luneta cotovelo M118, deixe-a abaixada quando
não estiver em uso. Em hipótese alguma, utilize-a como apoio das mão.
d. Soldado carregador - executa o carregamento da peça e realiza o
disparo após o “FOGO!” do C1.
6-7. SISTEMA DE DOIS APONTADORES E UMA VISADA
a. Chefe de peça - os deveres do CP são os mesmos do sistema de dois
apontadores e duas visadas, exceto no comando de tiro inicial, quando é
anunciada a elevação e não o alcance. Para tanto, deve-se utilizar as tabelas
constantes das figuras 6-8 e 6-9, conforme a munição utilizada.
b. Cabo apontador - os deveres são os mesmos do sistema de dois
apontadores e duas visadas.
c. Soldado atirador - utiliza o quadrante de nível M15 para apontar em
elevação e dispara a peça. Procede da seguinte forma;
(1) registra a elevação comandada no quadrante de nível M15;
(2) cala a bolha do nível longitudinal, abaixando ou elevando o tubo;
(3) quando a bolha estiver calada, dar o “PRONTO!”; e
(4) continua o processo registrando as correções anunciadas pelo CP,
até que o alvo seja destruído ou outro comando seja emitido.
6-8. SISTEMA DE UM APONTADOR E UMA VISADA
a. Chefe de peça - os deveres do CP são os mesmos do sistema de 2 (dois)
apontadores e uma visada.
6-6/6-8
44. C 6-86
6-8
b. Cabo apontador - realiza a pontaria em direção e elevação da peça.
Procede da seguinte forma:
(1) registra a elevação comandada no quadrante de nível auxiliar;
(2) cala a bolha do nível longitudinal do quadrante de nível auxiliar,
elevando ou abaixando o tubo;
(3) aponta a peça em direção conforme descrito nos itens (1) a (4), da
letra b, do sistema de dois apontadores e duas visadas;
(4) quando enquadrar o alvo corretamente, comanda “FOGO!”; e
(5) insere as correções anunciadas pelo CP e continua o processo até
o alvo ser destruído ou outro comando for anunciado.
c. Soldado atirador - dispara a peça após o “FOGO!” do C1.
TABELA PARA TIRO DIRETO, OBUS 155 mm, Gr AE, Cg 7W
Alcance metros Elevação milésimos Deslocamento vertical Dados de Tiro
100 2 .2 .7
1. Comece atirar com o alcance
estimado ou 400 m, o que for maior.
2. Faça lances de 100 m até atingir
o alvo
300 3 .3 1.0
300 5 .5 1.7
400 6 .7 2.3
500 8 .8 2.6
600 10 1.0 3.3
700 12 1.2 4.0
1. Comece a atirar com alcance
estimado.
2. Ajuste buscando enquadrar o alvo
(L e C).
3. Faça lances de 200 m no
alcance até obter enquadramento.
4. Quebre o enquadramento até
atingir o alvo.
800 13 1.4 4.6
900 15 1.6 5.3
1000 17 1.8 5.9
1100 18 2.0 6.6
1200 20 2.2 7.3
1300 22 2.4 7.9
1400 24 2.6 8.6
1500 26 2.8 9.2
1. Comece a atirar com alcance
estimado.
2. Ajuste buscando enquadrar o alvo
(L e C).
3. Faça lances de 400 m no
alcance até obter enquadramento.
4. Quebre o enquadramento até
atingir o alvo.
1600 28 3.0 9.9
1700 30 3.3 10.9
1800 32 3.5 11.6
1900 34 3.7 12.2
2000 36 4.0 13.2
2100 38 4.3 14.2
2200 40 4.5 14.9
Fig 6-8. Tabela para tiro direto
6-8
45. 1. Comece atirar com o alcance
estimado ou 400 m, o que for maior.
2. Faça lances de 100 m até atingir
o alvo
2. Ajuste buscando enquadrar o alvo
(L e C).
3. Faça lances de 200 m no
alcance até obter enquadramento.
2. Ajuste buscando enquadrar o alvo
(L e C).
3. Faça lances de 400 m no
alcance até obter enquadramento.
6-9
C 6-86
TABELA PARA TIRO DIRETO, OBUS 155 mm, Gr AE, Cg 7W
Alcance metros Elevação milésimos Deslocamento vertical Dados de Tiro
100 1 .1 .3
300 2 .2 .7
300 3 .3 1.0
400 4 .4 1.3
500 6 .6 2.0
600 7 .7 2.3
700 8 .8 2.6
1. Comece a atirar com alcance
estimado.
4. Quebre o enquadramento até
atingir o alvo.
800 9 .9 3.0
900 10 1.0 3.3
1000 11 1.2 4.0
1100 12 1.3 4.3
1200 14 1.4 4.6
1300 15 1.6 5.3
1400 16 1.7 5.6
1500 17 1.8 5.9
1. Comece a atirar com alcance
estimado.
4. Quebre o enquadramento até
atingir o alvo.
1600 18 2.0 6.6
1700 20 2.1 7.0
1800 21 2.3 7.6
1900 22 2.4 7.9
2000 24 2.6 8.6
2100 25 2.8 9.2
2200 26 2.9 9.6
Fig 6-9. Tabela para tiro direto
6-8
46. 7-1
C 6-86
CAPÍTULO 7
TORRE
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
7-1. GENERALIDADES
a. Este capítulo destina-se a apresentar os sistemas componentes da torre
da VBC OAP M 109 A3 e suas principais características.
b. Os sistemas que compõem a torre são os seguintes:
(1) sistema do tubo;
(2) sistema de recuo;
(3) sistema hidráulico;
(4) sistema de balanço.
ARTIGO II
SISTEMA DO TUBO
7-2. GENERALIDADES
O sistema do tubo (Fig 7-1) é composto por:
a. freio de boca.
b. eliminador de alma.
c. subsistema da culatra.
d. tubo.
47. C 6-86
7-2/7-3
7-2
Fig 7-1. Sistema do Tubo
7-3. DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
a. Freio de boca - Tem por função colaborar no amortecimento do recuo
do obuseiro, reduzindo de 10 a 15% a força recuante. Pesa cerca de 150 kg e é
rosqueado ao tubo.
b. Eliminador de alma - Tem por função eliminar do tubo os gases
resultantes da queima das cargas de projeção, evitando que retornem ao
compartimento da guarnição quando for aberta a culatra. Os gases que impulsi-onam
a granada entram no eliminador de alma por dez válvulas criando uma grande
pressão interna. Esses gases saem através dos três orifícios existentes no
eliminador criando um vácuo no interior do tubo. Este vácuo puxa o ar de dentro
do compartimento da guarnição expulsando o restante dos gases da queima da
carga de projeção. Pesa 34 kg.
c. Subsistema da culatra - Tem por finalidade vedar a câmara e impedir
o escape de gases provenientes da queima da carga de projeção. Seu funciona-mento
é semi-automático a partir do primeiro disparo, ou seja, uma vez realizado
o tiro, a culatra terminará aberta após a volta em bateria. Esta abertura automática
ocorre devido à ação dos roletes da árvore de comando da culatra que, durante a
volta em bateria, se engrazam nas guias existentes na parte inferior do batente da
culatra. Durante a abertura da culatra, o mecanismo de disparo é deslocado para
a direita e o extrator ejeta a estopilha.
d. Tubo - Tem 6,06 m de comprimento e pesa 1,6 ton. Possui 48 raias à
direita que dão rotação à granada. A vida útil do tubo é medida em equivalência
de carga máxima. Os dados referentes a cada tipo de tubo são encontrados nas
tabelas de tiro do material.
48. 7-4/7-5
7-3
C 6-86
ARTIGO III
SISTEMA DE RECUO
7-4. GENERALIDADES
O sistema de recuo tem por finalidade ser um conector entre as partes
recuantes (sistema do tubo) e as estáticas (torre), freando e limitando o recuo do
tubo e levando-o de volta à posição inicial (volta em bateria) e composto por:
(1) cilindros de freio de recuo;
(2) cilindro recuperador;
(3) cilindro amortecedor;
(4) cilindro recompletador.
7-5. DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
a. Cilindros de freio de recuo - São em número de dois e estão
localizados um à esquerda e acima do tubo e outro à direita e abaixo (Fig 7-1).
No seu interior existe óleo hidráulico. Sua missão é diminuir progressivamente o
recuo do tubo, até que este cesse o seu movimento para trás. O funcionamento
dos cilindros de freio baseia-se no princípio da incompressibilidade do óleo
existente em seu interior. O recuo varia de acordo com a elevação do tubo. Assim,
teremos:
(1) longo recuo: máximo de 915 mm de recuo com elevação menor ou
igual a 800 milésimos;
(2) recuo variável: elevação entre 800 e 907 milésimos;
(3) curto recuo: mínimo de 584 mm de recuo com elevação acima de 907
milésimos.
b. Cilindro recuperador - Está localizado à esquerda e abaixo do tubo
(Fig 7-1). Tem por finalidade realizar a volta em bateria e sustentar o tubo. No seu
interior existe nitrogênio a uma pressão de 700 a 750 psi. O funcionamento do
cilindro baseia-se no princípio da expansão dos gases. Um pistão existente no
interior do cilindro e solidário ao tubo comprime o nitrogênio à medida que o tubo
recua. Ao cessar a força recuante, o nitrogênio expande-se, empurrando o tubo
para sua posição inicial.
c. Cilindro amortecedor - Está localizado à direita e abaixo do tubo, no
interior do compartimento da guarnição (Fig 7-1). Tem por finalidade amortecer e
desacelerar os últimos 33 cm da volta em bateria. Isto fará com que os roletes do
mecanismo da culatra entrem com suavidade nos entalhes do batente e aconteça
uma abertura da culatra mais lenta. O funcionamento do amortecedor se dá
quando o tubo recua e o anel da culatra deixa de exercer pressão sobre a haste
do amortecedor, que avança 33 cm por ação de sua mola. No avanço do tubo, o
anel da culatra encontra a haste do amortecedor que recua comprimindo a sua
mola e forçando a passagem de óleo dentro do cilindro, amortecendo o final da
volta em bateria.
d. Cilindro recompletador - Está localizado no interior do compartimento
da guarnição, no lado superior direito (Fig 7-2). Tem a função de fornecer óleo na
49. C 6-86
7-5/7-7
pressão de 21 a 24 psi e manter esta pressão no sistema de recuo. Durante o tiro,
a pressão no recompletador pode chegar, no máximo a 50 psi.
7-4
Fig 7-2. Cilindro recompletador
ARTIGO IV
SISTEMA HIDRÁULICO
7-6. GENERALIDADES
O sistema hidráulico é composto de:
a. conjunto de força;
b. subsistema de elevação
c. subsistema de giro;
d. subsistema de carregamento.
7-7. DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
a. Conjunto de força - É responsável por manter todo o sistema hidráulico
sob pressão de 900 a 1200 psi (± 25), mesmo com a viatura desligada e, também,
controlar o nível de óleo. Possui um cilindro acumulador (com nitrogênio à pressão
de 500 a 550 psi), um reservatório de óleo e um motor elétrico (Fig 7-3). A pressão
do óleo pode ser verificada através do manômetro. A quantidade de óleo no interior
do reservatório pode ser verificada através do mostrador externo, e está dividida
em três níveis:
(1) Nível 1 (superior): é o nível atingido quando zeramos a pressão do
sistema;
(2) Nível 2 (intermediário): é o nível normal do sistema quando a pressão
estiver entre 900 e 1200 psi (± 25).
(3) Nível 3 (inferior): é o nível mínimo de operação do sistema. Abaixo
desta marcação, o sistema não pode ser utilizado.
50. 7-5
C 6-86
Fig 7-3. Conjunto de Força
b. Subsistema de elevação - Tem por função elevar e abaixar o tubo. Isto
pode ser feito por meio da alavanca de elevação hidráulica ou da manivela de
elevação manual. O cilindro de elevação está localizado no teto da torre e pesa
100 kg.
c. Subsistema de giro - Tem a função de realizar o giro da torre em 6400
milésimos, travar a torre e travar o tubo. É composto por:
(1) Trava da torre - Tem por missão ser uma conexão física entre a torre
e o chassi da viatura, fazendo com que a torre não se mova quando travada. Está
localizada no painel esquerdo, abaixo do sistema de balanço (Fig 7-4).
Fig 7-4. Trava da Torre
7-7
51. C 6-86
7-7
7-6
(2) Transmissão de giro - Tem por função girar a torre de forma manual
ou hidráulica em 6400 milésimos e não permitir o seu deslocamento sem o
acionamento dos controles. Está localizada no lado esquerdo do compartimento
da guarnição (Fig 7-5). O giro hidráulico é acionado pela alavanca de acionamento
e o giro manual, pela manivela. A caixa de comando da torre possui três chaves
com as seguintes funções:
(a) chave 1: liga o sistema elétrico da torre;
(b) chave 2: liga o giro hidráulico.
(c) chave 3: liga a alavanca do lado direito (somente elevação).
Fig 7-5. Transmissão de Giro
(3) Trava do tubo - Tem por finalidade evitar danos e choques à torre, ao
sistema de elevação e ao sistema hidráulico, durante os deslocamentos da
viatura. Está localizada na parte dianteira do chassi da viatura (Fig 7-6). Após a
liberação do tubo, a trava é rebatida sobre a tampa do motor.
52. 7-7
C 6-86
Fig 7-6. Trava do tubo
d. Subsistema de carregamento - Tem por função realizar o carregamen-to
da granada no tubo. É composto por uma calha de carregamento, um soquete
hidráulico (Fig 7-7) e pela alavanca de acionamento (Fig 7-8). O conjunto calha/
soquete fica alojado abaixo da culatra e preso ao tubo, e é colocado em posição
para a realização do carregamento. Após o carregamento da peça, deve-se
certificar do travamento do conjunto em seu alojamento para não ocorrer o seu
deslocamento para trás durante a elevação do tubo. A alavanca de acionamento
fica presa ao teto.
Fig 7-7. Subsistema de carregamento
7-7
53. C 6-86
7-7/7-9
7-8
Fig 7-8. Alavanca de acionamento
ARTIGO V
SISTEMA DE BALANÇO
7-8. GENERALIDADES
Tem como função compensar o peso do tubo, permitindo elevá-lo e abaixá-lo
com a mesma intensidade. É ligado indiretamente ao conjunto de força. É
composto por:
a. acumulador primário;
b. acumulador secundário; e
c. caixa de distribuição.
7-9. DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
a. Acumulador primário - Carregado com óleo hidráulico e nitrogênio a
uma pressão de 900 psi. Internamente, um êmbolo separa o óleo do nitrogênio.
Em conjunto com o acumulador secundário provoca uma grande pressão inicial
para iniciar a elevação. Após isto, age sozinho no restante da elevação.
b. Acumulador secundário - Com as mesmas características do anterior,
age somente para iniciar a elevação. Está carregado com nitrogênio a uma
pressão de 1500 psi.
54. 7-9
C 6-86
c. Caixa de distribuição - Realiza a distribuição de óleo para o sistema,
controlando o seu funcionamento. Possui dois registros (Fig 7-9):
(1) válvula de drenagem (4) - registro na cor vermelha que tem por função
drenar o sistema, seja para zerar a pressão do sistema de balanço, seja para
retirar o excesso de óleo.
(2) válvula de recompletamento (3) - registro na cor branca que tem como
função permitir que se faça o recompletamento de óleo do sistema.
Fig 7-9. Caixa de distribuição
7-9
55. 8-1
C 6-86
CAPÍTULO 8
MUNIÇÃO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
8-1. GENERALIDADES
A munição para obus 155 mm M126/M126E1 é do tipo “componentes
separados”. Os projéteis desse tipo podem ser facilmente identificados pela
existência de tarugos com alça. O preparo de um tiro para o obus requer três
operações distintas: colocação da espoleta, da carga de projeção e da estopilha.
Os componentes de um tiro completo são embalados separadamente. A espoleta
é colocada no projétil pouco antes do carregamento e do disparo. Os projéteis e
as cargas de projeção indicados para utilização no obus 155 mm, séries M1 e
M45, são também indicados para este obus.
ARTIGO II
COMPOSIÇÃO
8-2. GENERALIDADES
a. Um tiro compreende um conjunto de elementos que são acondicionados
separadamente e têm particularidades que devem ser levadas em consideração,
quando da montagem.
b. Os elementos componentes de um tiro são:
(1) granada ou projétil;
(2) espoleta;
(3) carga de projeção; e
(4) estopilha.
56. C 6-86
8-3
8-3. GRANADAS
8-2
As granadas, os componentes da munição e o conteúdo das embalagens
são identificados por pinturas e inscrições. As granadas são identificadas pelo
código de cor e a pela inscrição, conforme o Quadro de Identificação das Granadas
(Pag 8-14).
a. Granadas explosivas.
(1) HE M 107
É a granada explosiva mais comum. Permite a utilização de todos os
tipos de espoletas existentes. (Fig 8-1)
Fig 8-1. Granada HE M107
(2) HE M 692 ADAM - L
(a) É uma granada que possui sub-municões, minas antipessoal que
são liberadas antes da granada atingir o solo. (Fig 8-2)
(b) Devido à liberação das submunições, o único tipo de espoleta
possível é a tempo (M577).
(c) A designação “L” significa que o tempo de retardo para a
detonação das submunições é longo e vem inscrito dentro de triângulos no corpo
da granada.
Fig 8-2. Granada HE M692
(3) HE M 731 ADAM - S
Possui as mesmas características da HE M692, diferindo apenas
pelo “S” no lugar do “L”, que significa que o tempo de retardo para a detonação das
submunições é curto. (Fig 8-3)
57. 8-3
C 6-86
Fig 8-3. Granada HE M731
(4) HE M 718 RAAM - L
Possui as mesmas características da HE M692, sendo que as sub-munições
são anticarro e não antipessoal. (Fig 8-4)
Fig 8-4. Granada HE M718
(5) L HE M 741 RAAM - S
Possui as mesmas características da HE M731, sendo que as sub-munições
são minas anticarro e não antipessoal. (Fig 8-5)
Fig 8-5. Granada HE M741
(6) HE M 712 HEAT
É uma munição anticarro guiada por laser. Utiliza uma espoleta
própria (M740). (Fig 8-6)
Fig 8-6. Granada HE M712
(7) HE M 449 ICM
(a) É uma granada que possui cerca de 60 submunições (M43), que
detonam pouco antes de atingir o alvo, obtendo efeito tempo. (Fig 8-7)
(b) É utilizada para alvos de grandes áreas.
8-3
58. C 6-86
8-3
8-4
Fig 8-7. Granada HE M449
(8) HE M 483 e M 483A1
(a) Seu princípio de funcionamento é o mesmo da granada HE M 449,
sendo que possui 88 submunições e utiliza somente a espoleta M557. (Fig 8-8)
(b) A carga mínima para esta granada é a três.
(c) É utilizada sobre tropas ou pequenos alvos.
(d) As submunições detonam ao tocar o solo.
Fig 8-8. Granada HE M 483
(9) HE M 549 e M 549A1 RA
(a) Esta granada possui um sistema de propulsão auxiliar que é acio-nado
durante a sua trajetória, aumentando o seu alcance em até 6 km. (Fig 8-9)
(b) Nestas granadas deve-se utilizar as cargas de projeção M119A1
e M119A2.
Fig 8-9. Granada HE M549
b. Granadas fumígenas.
(1) WP M 110A1 e M 110A2
É uma granada que possui uma carga de fósforo branco
(2) HC M 116 e M 116B1
(a) São granadas com carga de exacloretano divididas em quatro sub-cargas,
que são liberadas pelo culote da granada antes que a esta atinja o solo.
(b) Devido à liberação das subcargas, o único tipo de espoleta
possível é a tempo M501.
59. 8-3
8-5
C 6-86
(c) Devido ao perigo do lançamento do tarugo, quando da liberação
das subcargas, a máxima carga permitida é a Cg 6 (M4A1ou M4A2).
(3) HC M 116A1
Possui as mesmas características das M116 e M116B1, sendo que
utiliza somente as espoletas M 565 e M 577.
c. Granadas iluminativas.
M 485A1 e M 485A2
Esta granada possui um sistema de dois pára-quedas que permite
maior estabilidade e aproveitamento da iluminação. Com o acionamento da
espoleta, pelo culote é liberada uma cápsula que contém um pára-quedas.
Quando esta cápsula fica estabilizada este pára-quedas se solta permitindo que
uma nova cápsula saia de dentro da primeira sendo sustentada por um segundo
pára-quedas.
d. Granada incendiária.
WP M 110
É uma granada que tem a finalidade de causar incêndios por
intermédio do extremo calor que produz quando o fósforo branco entra em contato
com o ar.
e. Granadas químicas.
(1) H ou HD M 110
Possui uma carga química de gás mostarda (H) ou mostarda
destilada (HD).
(2) GB ou VX M 121A1
As granadas com o gás GB possui uma carga tóxica de efeito não
persistente. Já as granadas de gás VX possuem efeito persistente.
f. Granadas de exercício.
(1) TRAINING M823
(a) É uma granada de exercício que é similar a M712 HEAT, sendo
que para diferenciação seu corpo é em bronze. (Fig 8-10)
(b) Esta granada JAMAIS deve ser utilizada para tiro, somente se
presta para o treinamento e adestramento da guarnição nos trabalhos de
preparação do tiro e carregamento.
Fig 8-10. Granada Training M823
(2) PRACTICE M804
(a) Esta granada é de exercício e similar a HE M107, sendo que
possui uma pequena cápsula fumígena no seu interior e quatro cavidades por onde
sai a fumaça proveniente do acionamento da cápsula. Isto permite a visualização
do impacto da granada. (Fig 8-11)
(b) Esta granada destina-se, prioritariamente, ao treinamento do tiro.
60. C 6-86
8-3/8-4
8-6
Fig 8-11. Granada M804
8-4. ESPOLETAS
a. A relação entre cada granada e os tipos de espoletas possíveis de serem
utilizados é transcrita no Quadro de Relação Granada/Espoleta (Pag 8-10).
b. Espoleta instantânea
(1) M557
Permite optar por efeito instantâneo ou retardo, por intermédio de
uma chave seletora. (Fig 8-12)
Fig 8-12. Espoleta M557
(2) M572
Só permite o efeito instantâneo, não tendo opção de retardo.
(3) M739
É semelhante à M557, sendo que, além da opção por retardo, possui
também um sistema anticongelante que permite que a granada passe por chuvas
intensas e grandes altitudes, sem problemas. (Fig 8-13)
61. 8-7
C 6-86
Fig 8-13. Espoleta M739
c. Espoleta tempo
(1) M137
Possui uma escala de tempo de 100 segundos e permite o registro
de uma casa decimal.
(2) M501
(a) Possui graduação de tempo, que vai de 2 a 75 unidades de tempo
e também permite o efeito instantâneo. (Fig 8-14)
(b) Esta espoleta somente pode ser utilizada nas granadas fumígenas
M116 e M116A1.
Fig 8-14. Espoleta M501
(3) M564
(a) Possui graduação de tempo que vai de 2 a 100 unidades de tempo,
permitindo o registro de uma casa decimal. (Fig 8-15)
(b) Permite o efeito instantâneo.
(c) Possui eliminador de sensibilidade.
Fig 8-15. Espoleta M564
8-4
62. C 6-86
8-8
(4) M 565 - Possui as mesmas características da M564, sem o eliminador
de sensibilidade. (Fig 8-16)
Fig 8-16. Espoleta M565
(5) M577
(a) Possui graduação de tempo que vai de 2 a 200 unidades de tempo,
permitindo o registro de uma casa decimal. (Fig 8-17)
(b) A escolha de seu evento é feita por meio de uma janela onde
existem três linhas formando quatro colunas onde se registra respectivamente a
centena, a dezena, a unidade e a casa decimal do evento.
Fig 8-17. Espoleta M577
d. Espoleta de aproximação
(1) M514
Possui uma escala de 100 segundos que permite registrar quando a
espoleta deve se armar.
(2) 728
(a) Espoleta de aproximação que funciona por ondas de rádio-freqüência
e permanece armada dos 5 aos 100 segundos, a contar do momento
do disparo. (Fig 8-18)
(b) Possui o corpo longo, só permitindo ser utilizada nas granadas
com a cavidade maior.
(c) Possui ainda uma capa preta protetora contra eletricidade.
8-4
63. 8-9
C 6-86
Fig 8-18. Espoleta M 728
(3) M 732
(a) Espoleta com corpo curto, portanto não apresenta problema de
incompatibilidade. (Fig 8-19)
(b) É armada a partir do disparo até 150 segundos.
Fig 8-19. Espoleta M 732
e. Espoleta de retardo (M 78) - Espoleta especialmente desenvolvida para
alvos feitos de concreto, pois, devido ao seu retardo, somente detona a granada
após romper o concreto. (Fig 8-20)
Fig 8-20. Espoleta M 78
8-4
64. C 6-86
8-4/8-5
8-10
QUADRO DE RELAÇÃO GRANADA / ESPOLETA
GRANADAS
* CAVIDADE NORMAL
** CAVIDADE MAIOR
8-5. CARGAS DE PROJEÇÃO
a. A relação entre cada granada e os tipos de cargas de projeção possíveis
de serem utilizados é transcrita no Quadro de Relação Carga / Granada
(Pag 8-13).
b. M3A1
(1) É composta por 4 saquitéis na cor verde (cargas de 2 a 5) e um na cor
vermelha (carga 1), numerados de 1 a 5. A carga 1 é a mínima e as demais são
sobrepostas e amarradas à primeira. (Fig 8-21)
(2) Permite atirar nas cargas de 1 a 5.
(3) Existe uma espécie de almofadas de pólvora entre as cargas 1 e 2;
3 e 4 e 4 e 5.
ESPOLETAS
Instantânea Tempo Aproximação Retardo
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
5
5
7
1
5
5
5
5
5
7
7
7
5
7
3
3
0
6
6
7
1
2
3
8
7
2
9
7
1
4
5
7
4
8
2
M110 HD, D X X X
M121A1 VX X X X X
M549 HE X X X X
M107 HE * X X X X X X X
M107 HE ** X X X X X X X X
M449 HE X X X
M483A1 HE X X
M485 ILM X X X
M116,M116B1 X
M116A1 X X
M110 WP X X X
M692M731HE X X
M718M741HE X X
M804 PRATC X
65. 8-11
C 6-86
Fig 8-21. Carga de projeção M 3A1
c. M3 - É similar à M3A1, sendo que não existe as almofadas de pólvora
entre as cargas.
d. M4A2
(1) Composta por 5 saquitéis, sendo 1 na cor vermelha e 4 brancos. O
saquitel vermelho é composto por cargas de 1 a 3, que não podem ser separadas.
Os quatro saquitéis brancos, que correspondem as cargas de 4 a 7, são
amarrados ao saquitel vermelho. (Fig 8-22)
(2) Existe uma almofada de pólvora entre as cargas 3 e 4.
(3) Permite atirar nas cargas de 3 a 7.
Fig 8-22. Carga de projeção M4A2
e. M4A1 - Similar a M4A2, sendo que não existe as almofadas de pólvora
entre as cargas.
f. M4
(1) Similar a M4A2, sendo que só permite atirar com as cargas de 5 a 7.
(2) Nesta carga existem apenas 3 saquitéis, sendo que o primeiro contém
as cargas de 1 a 5, que não podem ser separadas.
(3) Existem almofadas de pólvora entre os saquitéis.
g. M119
(1) Composta por um único saquitel de carga 8, não permitindo atirar com
carga menor.
(2) O saquitel é de cor branca e possui uma almofada de pólvora na sua
parte frontal.
8-5
66. C 6-86
8-12
h. M119A1
(1) É similar à carga M119, diferindo apenas no tipo de almofada de
pólvora utilizada. (Fig 8-23)
(2) Esta nova almofada permite sua utilização com as granadas M549 e
M549A1.
Fig 8-23. Carga de projeção M119A1
i. M119A2
(1) Diferente da M119A1, pois possui a sua base na cor vermelha e seu
saquitel único é de carga 7. (Fig 8-24)
(2) Como a M119A1, permite sua utilização com as granadas M549 e
M549A1.
(3) Embora sua carga seja 7, é equivalente à carga 8 das cargas de
projeção M119 e M119A1.
Fig 8-24. Carga de projeção M119A2
8-6. ESTOPILHA M82
Diferencia-se da estopilha MK2A4 do Obuseiro M114, por ser de diâmetro
maior (a MK2A4 não é compatível com o M 109). (Fig 8-25)
Fig 8-25. Estopilha
8-5/8-6
67. 8-13
C 6-86
QUADRO DE RELAÇÃO CARGA/GRANADA
GRANADAS
CARGAS
M3 e M3A1 M4A1 e M4A2
S - Sim N - Não R - Uso Restrito
M119 M119A1 M119A2
1 2 3 4 5 3 4 5 6 7
HE M 107 N S S S S S S S S S S S S
HE M 449 N S S S S S S S S S S S S
HE M 483 N N S S S S S S S S S S S
HE M692,M731 N N S S S S S S S S S S S
HE M718,M741 N N S S S S S S S S S S S
ILM M 485A1 N S S S S S S S S S S S S
QUI M 110 N S S S S S S S S S S S S
FUM M110A1 N S S S S S S S S S S S S
FUM M 116 N S S S S S S S S R N N N
8-6
68. C 6-86
Granadas
8-14
QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DAS GRANADAS
Fabricação nova Fabricação antiga
Cor da
granada
Tipo
M 110 HD FUM Cinza
Nr e cor das
faixas
2 Verdes1
Amarela
Inscrições
Nr e cor das
faixas
Cor da
granada
Inscrições
Verde Cinza 2 Verdes Verde
M 121A1 QUÍ Cinza
3 Verdes1
Amarela
Verde Cinza
GB 1 verde
VX 2 verde
Verde
M 449 EXPL VO
Losangos
Amarelos
Amarelo VO Nenhuma Amarelo
M 483A1 EXPL VO
Losangos
Amarelos
Nenhuma - - -
M 107 EXPL VO Nenhuma Amarelo VO Nenhuma Amarelo
M 485A1 e
A2
ILUMILUM VO 1 Branca Branco - - -
M116,M116
B1
FUMFUM - - - Cinza 1 Amarela Amarelo
M 116A1 FUM
Verde
Claro
Nenhuma Preto - - -
M 110 WP INC
Verde
Claro
1 Amarela Vermelho Cinza 1 Amarela Amarelo
M549/549
A1
EXPLEX-PL
VO Nenhuma Amarelo - - -
M 692 EXPL VO
Triângulos
Amarelos
Amarelo - - -
M 731 EXPL VO
Triângulos-Amarelos
Amarelo - - -
M 718 EXPL VO
Triângulos
Amarelos
Amarelo - - -
M 741 EXPL VO
Triângulos
Amarelos
Amarelo - - -
M 712 EXPL Preta Nenhuma Amarelo - - -
M 823 EXC Bronze Nenhuma Preto - - -
M 804 EXC Azul 1 Marrom Branco - - -
8-6
69. 9-1
C 6-86
CAPÍTULO 9
VERIFICAÇÕES PERIÓDICAS BÁSICAS
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
9-1. GENERALIDADES
a. A finalidade deste capítulo é apresentar os procedimentos realizados
para a verificação e ajustagem dos equipamentos de controle de tiro do obuseiro.
b. A verificação e a ajustagem dos equipamentos de controle de tiro é
executada pela guarnição da peça, orientada pelo CLF e pelo mecânico de
armamento pesado da unidade.
c. Os intervalos para a sua execução são os seguintes:
(1) trimestralmente;
(2) o mais cedo possível, após uso prolongado;
(3) após acidentes;
(4) após deslocamento por terreno extremamente acidentado;
(5) quando for substituído o tubo, suporte da luneta ou o quadrante de
elevação;
(6) sempre que ocorrerem tiros anômalos sem causa aparente.
9-2. PREPARAÇÃO PARA AS VERIFICAÇÕES
a. Colocar o obuseiro em um terreno plano e firme.
b. Verificar o quadrante de elevação M15, a luneta panorâmica M117 e o
suporte M145 quanto a folgas ou outros defeitos óbvios.
c. Inspecionar o quadrante de nível para não ter sujeira ou amassados. Em
caso de sujeira, limpá-lo e se houver amassados substituí-lo.
70. C 6-86
9-2/9-3
9-2
d. Realizar a verificação do quadrante de nível (parágrafo 9-3).
e. Nivelar os munhões (parágrafo 9-4).
f. Nivelar o tubo longitudinalmente (parágrafo 9-5).
g. Realizar a verificação e a ajustagem do aparelho de pontaria
(parágrafo 9-6).
OBSERVAÇÃO: Caso não haja confiança quanto à estabilidade do tubo,
fazer o seguinte teste:
(1) utilizando o quadrante de nível verificado, coloque o tubo na elevação
+266 milésimos;
(2) desligue a chave de giro da cabine e espere 1 hora;
(3) o tubo não poderá ter abaixado mais que 3 milésimos. Se isto ocorrer,
comunicar a equipe de manutenção da unidade.
9-3. VERIFICAÇÃO DO QUADRANTE DE NÍVEL
a. Dois testes são realizados para verificar o perfeito funcionamento do
quadrante de nível a ser utilizado nas demais verificações do obuseiro: o teste do
micrômetro e o teste de ponta a ponta.
b. Teste do micrômetro
(1) Colocar o índice do braço radial em 10 milésimos positivos na escala
e o micrômetro em zero.
(2) Colocar o quadrante sobre as placas de nivelamento no bloco da
culatra com a seta “LINE OF FIRE” na direção da boca do tubo e calar a bolha,
elevando e abaixando, manualmente, o tubo.
(3) Retirar o quadrante do bloco da culatra, colocar o índice do braço radial
em zero milésimos e o micrômetro em 10 milésimos.
(4) Colocar o quadrante sobre o bloco da culatra, agora no sentido
contrário. A bolha deve permanecer calada. Caso contrário, o quadrante de nível
deve ser recolhido para manutenção.
c. Teste de ponta a ponta
(1) Colocar as escalas do quadrante em zero.
(2) Colocar o quadrante sobre as placas de nivelamento no bloco da
culatra com a seta “LINE OF FIRE” na direção da boca do tubo e calar a bolha,
elevando e abaixando, manualmente, o tubo.
(3) Colocar o quadrante na direção contrária e verificar se a bolha
permaneceu calada. Se isto ocorrer, o quadrante está regulado e a verificação
terminada.
(4) Se a bolha não voltar ao centro, girar o botão do micrômetro e tentar
calar a bolha.
(5) Se for possível calar a bolha, a correção é positiva e assim determi-nada:
(a) ler os números pretos da escala do micrômetro e dividir por dois.
Esta é a correção do quadrante de nível (figura 9-1).
71. 9-3
C 6-86
Fig 9-1. Correção positiva
(b) registrar esta correção na escala do micrômetro e elevar ou
abaixar o tubo manualmente até centrar a bolha.
(c) inverter a posição do quadrante. A bolha deve permanecer calada.
Anotar a correção. Está terminada a verificação.
(6) Se não for possível calar a bolha, a correção é negativa e assim
determinada:
(a) deslocar o braço radial uma graduação abaixo (-10 milésimos);
(b) colocar o quadrante sobre as placas de nivelamento e girar o botão
do micrômetro até calar a bolha;
(c) ler os números na escala do micrômetro, somar 10 a esta leitura
e dividir por dois (Fig 9-2);
Fig 9-2.
(d) registrar este resultado na escala do micrômetro (Fig 9-3), colocar
o quadrante sobre as placas de nivelamento e abaixar ou levantar o tubo até centrar
a bolha;
Fig 9-3. Escala do micrômetro
9-3
72. C 6-86
9-3/9-4
9-4
(e) inverter a posição do quadrante. A bolha deve permanecer calada;
(f) subtrair a leitura do micrômetro de 10. Esta é a correção do
quadrante que deverá ser anotada (Fig 9-4). A verificação está terminada.
Fig 9-4. Correção negativa
9-4. NIVELAMENTO DOS MUNHÕES
a. Finalidade - Os munhões têm que ser nivelados para assegurar que os
suportes dos equipamentos de controle de tiro estejam paralelos ao eixo do tubo.
Existem dois processos: pelo fio de prumo e pelas linhas de referência.
b. Nivelamento pelo fio de prumo.
(1) Colocar dois barbantes nas linhas de fé existentes na boca do
obuseiro, formando um retículo (Fig 9-5).
Fig 9-5. Linhas de Fé
(2) Instalar o disco de visada na câmara ou remover o percussor do
mecanismo de disparo, utilizar o orifício para realizar a visada ao invés de utilizar
o disco.
(3) Suspender o fio de prumo (3) em local de pouco ou nenhum vento a
uma altura de sete metros, com o peso dentro de um recipiente de água (4) para
estabilizá-lo (Fig 9-6). A altura do fio de prumo visa permitir a elevação do tubo até
600 milésimos.
(4) Posicionar o obuseiro de modo que a boca do tubo fique a 30 cm do
fio de prumo (Fig 9-6).
73. 9-4
9-5
C 6-86
Fig 9-6. Fio de Prumo
(5) Instalar dois macacos hidráulicos (capacidade de 10Ton ou superior)
à frente da viatura, um à esquerda e outro à direita, utilizando um bloco de madeira
entre o macaco e o solo (Fig 9-7).
Fig 9-7. Nivelamento (Frente)
(6) Instalar outro macaco à retaguarda e ao centro da viatura (figura 9-8).
Fig 9-8. Nivelamento (Retaguarda)
(7) Colocar, manualmente, o tubo a zero.
(8) Olhando pelo disco de visada, deslocar, manualmente, o tubo em
direção, até que o cruzamento do retículo das linhas de fé esteja sobre o fio de prumo.
74. C 6-86
9-6
OBSERVAÇÃO: Se o tubo tiver que ser movimentado mais que 100
milésimos à esquerda ou à direita, reposicionar o obuseiro ou o fio de prumo.
(9) Agindo nos macacos colocados à frente da viatura, fazer o nivelamento
dos munhões, até que o retículo central da linha de fé (6) coincida com o do fio de
prumo (3) (Fig 9-9).
Fig 9-9. Alinhamento do Fio de Prumo
(10) Registrar 100 milésimos no quadrante de elevação M15 e elevar o
tubo manualmente até calar a bolha do nível longitudinal.
(11) Olhando pelo disco de visada, verificar se não houve desalinhamento
do retículo.
(12) Continuar elevando o tubo de 100 em 100 milésimos até atingir 600
milésimos, verificando o alinhamento do retículo com o fio de prumo.
(13) Abaixar lentamente o tubo observando o alinhamento do retículo com
o fio de prumo. Se o alinhamento for mantido, o obuseiro estará nivelado.
(14) Se houver desalinhamento, repetir as operações a partir do item (10),
sem mexer no macaco. Se a constância do alinhamento não for mantida,
comunicar o pessoal de manutenção da unidade.
c. Nivelamento pelas linhas de referência
OBSERVAÇÃO: Este processo só poderá ser utilizado se o quadrante
de elevação já estiver com as linhas de referência previamente marcadas (Ver
parágrafo 9-6)
(1) Posicionar o obuseiro em um local plano e firme.
(2) Fazer a coincidência das linhas de referência (1) e (2) do quadrante
de elevação M15 (Fig 9-10).
Fig 9-10. Quadrante M15
9-4
75. 9-4/9-6
9-7
C 6-86
(3) Registrar zero milésimo no quadrante de elevação e calar a bolha do
nível longitudinal, movimentando manualmente o tubo em elevação.
(4) Deslocar devagar o tubo em direção pelo comando manual até calar
a bolha do nível transversal do quadrante M15.
(5) Centrar novamente a bolha do nível longitudinal, elevando ou abaixan-do,
manualmente, o tubo.
(6) Verificar o nível transversal. Se a bolha estiver calada, os munhões
estão nivelados. Se não, desloque em direção o tubo até calar a bolha. Os
munhões estarão nivelados.
9-5. NIVELAMENTO LONGITUDINAL DO TUBO
a. Devido ao seu grande comprimento, há uma diferença entre a elevação
medida na boca do tubo e no bloco da culatra. Para compensá-la, introduz-se um
valor chamado correção embutida. O valor desta correção vem estampado no
bloco da culatra dos obuseiros e deve ser do conhecimento do chefe de peça e
estar anotado no livro registro da peça. Caso a correção embutida não tenha sido
registrada, ela poderá ser determinada da seguinte forma:
(1) Colocar um quadrante de nível verificado sobre a placa de nivelamento
na boca do tubo. O valor registrado no quadrante é o de sua correção previamente
medida.
(2) Calar a bolha do quadrante, elevando ou abaixando manualmente o
tubo. O tubo ficará nivelado.
(3) Retirar o quadrante e colocá-lo sobre a placa de nivelamento do bloco
da culatra. Centrar a bolha do quadrante agindo no micrômetro.
(4) A leitura no micrômetro menos a correção do quadrante será o valor
da correção embutida. Por exemplo:
- Leitura no bloco da culatra: + 1,9’’’
- Correção do quadrante: - 0,4’’’
- Correção embutida: +1,9 - (-0,4) = +2,3’’’.
b. Nivelamento longitudinal do tubo.
(1) Em um quadrante de nível verificado, registrar o valor da correção
embutida. Se o quadrante possuir correção, adicioná-la ou subtraí-la da correção
embutida.
(2) Colocar o quadrante de nível sobre a placa niveladora do bloco da
culatra e calar a bolha elevando ou abaixando o tubo manualmente.
(3) O tubo estará nivelado longitudinalmente.
9-6. LINHAS DE REFERÊNCIA
a. As linhas de referência servem para indicar a posição onde os suportes
dos equipamentos de controle de tiro estão paralelos com o eixo do tubo. Devem
ser marcadas após o nivelamento dos munhões.
b. Com um instrumento afiado, fazer a marcação nos locais apropriados (ver
na sequência) e pintar com uma cor contrastante com a pintura do equipamento