O documento descreve as características arquitetônicas e símbolos das catedrais góticas, como arcos pontiagudos e contrafortes, e como essas estruturas permitiram construções mais altas. Também discute os significados esotéricos por trás dos elementos como vitrais, rosáceas e labirintos.
2. A HISTÓRIA RESUMIDA: Por volta de 1200 à 1500 a.C, os construtores medievais
ergueram catedrais com estruturas muito elaboradas e altíssimas. Algo sem precedentes na
arquitetura até então (no caso, Bizantina, Românica, Grega, Egípcia e Pré-histórica). Essas
catedrais imensas só foram possíveis devido a dois desenvolvimentos-chave da arquitetura:
as Abóbadas com TRAVES (em inglês VAULTS) e os suportes externos chamados
ARCOBOTANTES.
Na verdade, as abóbadas com traves e os arcobotantes já há muito eram usados , mas o que
caracteriza o modelo Gótico é algo muito particular e facilmente identificável: o ARCO
PONTIAGUDO e o CONTRAFORTE.
18. SIMBOLOGIA INTERPRETATIVA
Uma viagem pelos símbolos e
ensinamentos esotéricos
que transformam as igrejas góticas
em templos
ecumênicos, nos quais o
cristianismo convive ao lado
de antigas tradições, como a
Cabala (filosofia esotérica,
sabedoria que investiga a natureza
divina) e a alquimia
19. ROMÂNICO GÓTICO
A base está no alicerce e todo o peso se apóia nas paredes, A sustentação está no teto, nas abóbadas . Verticalização da
muito largas. Influência dos elementos TERRA E ÁGUA fé, união com o Divino. Seus elementos são o FOGO e o AR
fazendo o homem se voltar para dentro de si mesmo. purificação iniciática e elevação espiritual .
20. purificação iniciática e elevação espiritual -, que se expressam em vitrais e
torres, cujas formas lembram labaredas.
A intenção era que. Durante as vésperas (hora canônica
correspondente às 6 hs) e na hora mariana correspondente às 18
hs) a luminosidade filtrada criasse a sensação de um incêndio,
verdadeiro fogo iniciático.
21. O QUE NOS DIZEM AS ROSÁCEAS
essas rosáceas são mandalas perfeitas e
funcionam como "um mapa" das
tradições que estão sendo passadas:
Visão eclesiástica: cores do arco-íris, aliança de Deus com os homens no pós dilúvio:
Na Alquimia, chama-se A RODA, simboliza tempo necessário para o fogo agir sobre a matéria,
transmutando-a. Visão reforçada pelo esquema de incidência de luz sobre elas.
Rosácea lateral esquerda, cor negra, matéria em seu estado bruto, a morte.
Rosácea da lateral direita, sol do meio-dia, luminosidade branca, cor do iniciado, saiu das trevas.
Rosácea central, ao receber a luz do pôr-do-sol, parece incendiar-se e banha o templo com um
tom rubro, sinônimo da perfeição absoluta, da predominância do espírito sobre a matéria.
22. Há, ainda, uma terceira corrente de
pensadores que compara as
rosáceas a flores, símbolos da
pureza, da castidade e do feminino
- qualidades valorizadas na era
medieval, que, acima de tudo,
cultuou a Virgem Maria.
23. Evocada como intermediadora entre o terreno e o divino, eleita advogada da
humanidade, a Virgem Maria inspirou, entre 1170 e 1270, a construção de nada
menos que 80 catedrais e 500 igrejas em sua homenagem, só na França.
a maioria das igrejas em honra da Virgem foram erguidas em lugares antes dedicados a uma
Madonna. Curiosamente, a uma Madonna negra, cujos atributos estavam associados à
sexualidade, à procriação e à fertilidade. No fundo, muitas dessas Madonnas negras eram
representações das antigas deusas ctônias (ligadas às forças da terra) do paganismo. Outras
estavam associadas à Lua ou a Vênus. Em outras palavras, eram herdeiças da antiga crença
em uma Deusa-Criadora, predominante nas concepções religiosas mais arcaicas e retornada
com força na Idade Média.
Virgini Paritures – cultuada pelos Templários, Nossa Senhora dos Subterrâneaos, e como
divindade subterrrânea seu poder encontra-se na morte e renascimento.
24. Homem verde - um símbolo do renascimento,
representando o ciclo de crescimento da
natureza a cada primavera.
Inúmeras igrejas e capelas construídas pelos
maçons, contêm esculturas desse símbolo de
origem celta e ligado ao culto da Deusa da
Fertilidade.
25. os construtores góticos, empenhados em fazer dos seus templos
verdadeiras antenas em sintonia com as forças do Universo,
construíram estas em cima de antigos menires (pedras sagradas) ou de montes,
elevações que os antigos filósofos gregos consideravam como centros de energia,
omphalós (umbigo) do mundo. Em outras palavras, pontos primordiais, de onde tudo
se origina e para onde tudo retorna.
26. Também a estrutura das catedrais góticas não parece resultado de meros cálculos
arquitetônicos. De acordo com Fulcanelli, o grande alquimista que nos anos vinte escreveu O
Mistério elas Catedrais, o plano dessas igrejas tem a forma de uma cruz latina estendida no
solo. Dentro da alquimia, essa cruz é símbolo do crisol, ou seja, do ponto em que uma
determinada matéria perde suas características iniciais para se transmutar em outra
completamente diferente. Simbolicamente, a igreja teria então o objetivo iniciático de fazer
com que o homem comum, ao penetrar nos seus mistérios, renascesse para uma nova forma
de existência, mais espiritualizada.
28. LABIRINTOS NAS CATEDRAIS
Chamados de Labirinto de Salomão, eles costumam se localizar no ponto em que a nave e os
transeptos (os braços da cruz) se unem. Seu sentido alquímico é o mesmo do mito grego de
Teseu, o herói que entra num labirinto a fim de combater o Minotauro e, após vencer o
terrível monstro, consegue voltar, graças ao fio que Ariadne (aranha) lhe dera.
Filosoficamente, o labirinto são os inúmeros caminhos que o homem tem à sua disposição.
Cedo ou tarde, ele entrará em contato com seu monstro interior, sua falta de luz. Aquele que
consegue combater e vencer as próprias imperfeições (o Minotauro) pode voltar à vida. Mas
só os que possuem o fio de Ariadne (símbolo do conhecimento iniciático) é que conseguem
efetivamente retornar à Luz.
29. O ZODÍACO NAS CATEDRAIS
o zodíaco está representado, dentro das
catedrais, fora de sua ordem
convencional, apesar de normalmente
aparecer na entrada. Longe de ser
aleatório, esse desmembramento está
relacionado ao sentido mais esotérico de
cada signo, como se vê a seguir.
A Cruz do Zodíaco representa o trajecto
do Sol através das doze maiores
constelações no decorrer de um ano, as
doze constelações Zodíacais representam
os doze meses, divididos em quatro
estações, em solstícios e equinócios. A
expressão Zodíaco está relacionada com
o facto de as constelações serem
representações personificadas por
figuras ou animais.
30. Áries - simboliza o início do caminho na busca da
elevação espiritual.
Touro - às vezes está associado ao evangelista São
Lucas; às vezes, ao próprio Cristo.
Gêmeos - expressam a Capacidade de elevar
espiritualmente o próximo por meio da transmissão
de conhecimentos.
Câncer –próximo da pia batismal trata-se de uma
influência da Cabala, que associa a Lua, regente de
Câncer, a Gabriel, o anjo emissário dos
nascimentos. A intenção é mostrar que, por meio
do batismo (um ritual iniciático), o homem pode se
re-ligar às esferas espirituais das quais se origina.
Leão – emblema do evangelista São Marcos, a quem emprestaria seus atributos de
persistência e força de vontade na busca da espiritualização.
Virgem - pode também estar representado por uma estátua da própria Virgem Maria, com
uma estrela na cabeça. É um dos signos mais ricos de significados nas igrejas góticas, já que a
maioria delas foi dedicada justamente à Mãe de Cristo.
Libra - Quase sempre aparece como uma mulher segurando uma balança . Seria um lembrete
para o homem de que ele também faz parte do divino.
Escorpião - Sua imagem pode ser traduzida por uma águia (símbolo de elevação espiritual) e
representa o evangelista São João. Ou, então, aparece como um escorpião mesmo, já com um
sentido de regressão espiritual.
31. Sagitário - traduz a luta que o homem precisa travar no sentido de vencer sua natureza
material, a fim de ascender a planos mais elevados.
Capricórnio - indica as oposições que o homem tem de enfrentar em sua busca de
espiritualização.
Aquário - Representado por um homem segurando um livro ou um pergaminho, foi
adotado como emblema do próprio cristianismo e do evangelista São Mateus.
Esotericamente, seria o ar cósmico, que permeia todas as formas de vida.
Peixes - Rico em significados esotéricos, aparece normalmente como dois peixes unidos
por um cordão, nadando em direções opostas. O cordão seria o fio de prata que une o
espírito e a alma durante a vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes corresponde,
portanto, ao espírito, que permanece acima do plano físico, enquanto o outro, a alma, seria
um intermediário direto com a matéria. Por força desse contato, pode perder sua pureza e
ser atraída para a Terra.
32. Outro fenómeno muito interessante que ocorre a 25 de Dezembro, é o solstício de Inverno.
Entre o solstício de Verão ao solstício de Inverno, os dias tornam-se mais curtos e frios. O sol
move-se para sul e aparentemente fica mais pequeno e fraco, ocorre o encurtamento dos dias
e o fim das colheitas conforme se aproxima o solstício de Inverno simbolizando a morte do
sol.
No 22º dia de Dezembro, o falecimento do SOL está completamente realizado. O sol, tendo se
movido continuamente para o sul durante 6 meses, atinge o seu ponto mais baixo no céu.
Aqui ocorre uma coisa curiosa: o Sol parece aparentemente, deixar de se movimentar para o
sul, durante 3 dias. Durante estes 3 dias, o Sol se encontra nas redondezas da Constelação de
Cruzeiro do Sul, Constelação de Crux ou Alpha Crucis.
Depois deste período a 25 de Dezembro, o Sol move-se, desta vez para norte, criando a
perspectiva de dias progressivamente mais longos, o calor e a Primavera. E assim se diz: que o
Sol morreu na Cruz, (constelação de Crux) Esteve morto por 3 dias, apenas para ressuscitar ou
nascer uma vez mais.
Esta é a razão pela qual Jesus e muitos outros deuses do Sol partilham a ideia da crucificação,
morte de 3 dias e o conceito da ressurreição. É o período de transição do Sol antes de mudar
seu sentido para o Sul e dirigir-se ao Norte trazendo ao Hemisfério Norte a Primavera e assim:
a salvação.
Todavia, eles não celebram a ressurreição do Sol até o equinócio da Primavera, ou Páscoa. Isto
é porque no Equinócio da Primavera, o Sol domina oficialmente o Mal, as Trevas, assim como
o dia se torna progressivamente maior que a noite, e o revitalizar da vida na Primavera
emerge.
33. Olho de Hórus
Nome egípcio: Wedjal (quando é o olho
esquerdo) ou Udyat (quando é o
direito)
Significado: Proteção, cura e visão. O
Wedjal também simboliza a lua e suas
fases e o Udyat simboliza o sol.
OLHO QUE TUDO VÊ
Sabedoria, Onisciência, Força, Onipotência e
Beleza, Onipresença: é a confirmação de que todos
os nossos atos, emoções e pensamentos são
guiados pela Presença Divina.
34. BAFOMÉ
Mas a figura mais temida na fauna que
povoava o imaginário medieval era o Bafomé,
que aparece com destaque na porta de todas
as igrejas góticas. Metade homem, metade
bode, por muito tempo foi confundido com o
demônio cristão.
Mas seu sentido é bem outro, como explica
Victor Franco:
“O Bafomé é um símbolo templário, que
expressa a necessidade humana de
transcender seus instintos básicos, a fim de
ascender espiritualmente e cumprir seu papel
evolutivo. Ser parte de Deus, até se confundir
com Ele, é o sentido da verdadeira
humanização.
E este era o ensinamento maior dos
idealizadores do gótico, que criaram uma
arquitetura viva. Suas catedrais estão tão
perfeitamente integradas ao cosmo, que são
praticamente forças da natureza”.
35. SINAIS DE PEDREIROS – NAS
CATEDRAIS
O mais intrigante é que nenhuma das
construções góticas possui autor, alguém
que assine o projeto. Até hoje o único tipo
de identificação encontrada são marcas
gravadas nas pedras. Essas marcas
representam geralmente instrumentos de
trabalho estilizados como martelos e
compassos, e eram um tipo de
identificação profissional que o mestre-
de-obras usava para controlar o trabalho
de cada um. Todo artesão possuía uma
marca própria – que passava de pai para
filho, de mestre para discípulo - e a
repetia sempre, em todo lugar onde
trabalhasse.
36. Na fachada da Igreja de Or San
Michele, em Florença destacam os
três grandes símbolos maçônicos
que demonstraram a organização
do trabalho dos nossos irmãos
operativos e seus ideais de
trabalho:
o compasso que simboliza o limite
justo na relação entre os
trabalhadores.
o esquadro, símbolo da equidade.
o nível e o prumo, que simbolizam
a hierarquia e a igualdade na
associação de pedrreiros-livres.